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Escuta pública para discutir
o Festival Recife do Teatro Nacional

 

Sinapse Darwin, da Casa de Zoé, esteve na programação do 23º FRTN. Foto: Marcos Pastich/PCR

Evento acontece terça-feira (29), às 18h30, no Teatro do Parque

A Secretaria de Cultura do Recife convocou uma escuta pública para construir coletivamente a 24ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional (FRTN), que acontecerá em novembro. Na próxima terça-feira (29/07), às 18h30, artistas, produtores e demais profissionais da cena teatral recifense são chamados para se reunir na sala da Banda Sinfônica do Teatro do Parque para contribuir com a programação do festival.

“O Festival Recife do Teatro Nacional sobe aos palcos da cidade em novembro. Mas, nos bastidores, a programação já começou. E todos os cênicos da cidade estão convidados a se engajar na produção da próxima edição do festival”, destaca a convocatória oficial.

A iniciativa busca que o festival consiga “apresentar e representar esperanças e necessidades da eloquente cena recifense”, mas enfrenta um desafio que tem se repetido: a baixa participação da classe artística nestes momentos de construção coletiva.

Embora seja comum ouvir reclamações e sugestões da classe teatral recifense nas redes sociais e nas mesas de bares da cidade, a presença física nas escutas públicas tem sido decepcionante. Em 2023, apenas 20 pessoas compareceram. Em 2024, o número caiu para 15 participantes – um quórum que preocupa os organizadores, especialmente considerando que o Recife possui uma cena teatral vibrante e numerosa.

“A hora da grita é essa, mas elas preferem as redes sociais e as mesas dos bares”, observa um integrante da organização, refletindo sobre a contradição entre as críticas virtuais e a ausência nos espaços formais de discussão.

Principais pontos críticos apontados na última avaliação pública 

O encontro de terça-feira ganha ainda mais relevância diante das questões levantadas na avaliação pública da 23ª edição, realizada em dezembro de 2024. Durante três horas de discussão na mesma sala da Banda Sinfônica, artistas, produtores e a avaliadora contratada Giovana Soar debateram os acertos e problemas enfrentados pelo festival.

Infraestrutura e equipe técnica: A avaliação revelou o esgotamento das equipes técnicas dos teatros, especialmente no Centro Apolo-Hermilo. Nathalie Revoredo, iluminadora com 11 anos de experiência no local, alertou: “Temos espaços exaustos e um corpo exausto não consegue realizar muito.” O atraso de uma hora e meia na apresentação de Mulheres de Nínive exemplificou os limites da infraestrutura atual.

Comunicação e divulgação: A avaliadora Giovana Soar identificou a comunicação como “um dos pontos mais delicados”, destacando a necessidade de melhorar a divulgação para alcançar públicos mais amplos. O programa do festival só foi distribuído na segunda semana do evento, comprometendo a estratégia de comunicação.

Ocupação dos teatros: Houve esvaziamento em algumas sessões, especialmente no OFF REC e espetáculos locais da mostra principal, contrastando com a lotação em apresentações com nomes consagrados como Marco Nanini e Othon Bastos.

Democratização do acesso: Foram levantadas questões sobre como atrair o público que compareceu à festa dos 20 anos do Grupo Magiluth (cerca de 2 mil pessoas) para dentro dos teatros durante o festival.

A questão dos pagamentos

Paralelamente aos debates artísticos, a cena teatral recifense tem enfrentado uma crise de confiança relacionada aos atrasos sistemáticos nos pagamentos de cachês por parte da Prefeitura do Recife.

Marconi Bispo, diretor do espetáculo Ọnà Dúdú — Caminhos Negros do Bairro do Recife (destaque do OFF REC 2024), recorreu às redes sociais para cobrar publicamente o pagamento pela participação da peça que envolvia 20 artistas, seis meses após a apresentação.

Não é um caso isolado. Outros artistas também recorreram às redes sociais para fazer cobranças públicas de cachês em atraso, evidenciando um problema que afeta diversos profissionais da cena cultural recifense.

Desafios estruturais e propostas 

A precarização dos espaços teatrais foi outro tema central dos debates. Augusta Ferraz, com 51 anos de dedicação ao teatro recifense, lamenta a situação de equipamentos como o Teatro Barreto Júnior, considerado um “subteatro” na vida cotidiana dos profissionais, e espaços fechados como o Teatro Valdemar de Oliveira (fechado desde 2020 e atingido por incêndio em fevereiro de 2024).

Inês Franco Maia questionou se a cadeia produtiva do teatro em Recife realmente valoriza a cultura local, criticando a tendência de valorizar mais os trabalhos externos: “O Magiluth só conseguiu reconhecimento local após ser legitimado fora de Recife.”

Durante a avaliação, emergiram diversas propostas para fortalecer o festival e a cena teatral local: planejamento antecipado das contratações técnicas e logísticas, melhor distribuição de horários para evitar sobreposições entre espetáculos, parcerias estratégicas com secretarias de Saúde, Educação e Cidadania para formar novos públicos, expansão do “Palco da Aurora” (onde Sinapse Darwin, da Casa de Zoé foi apresentado) para outras áreas da cidade, criação de espaços de encontro e diálogo após os espetáculos e revitalização do Teatro do Sítio da Trindade.

Diante deste cenário complexo, que mistura conquistas artísticas com desafios estruturais e de gestão, a escuta pública de terça-feira representa uma oportunidade crucial para que a classe teatral recifense contribua efetivamente com a construção coletiva da próxima edição do festival.

Milu Megale, secretária de Cultura do Recife, André Brasileiro, coordenador do FRTN, e Alexandre Sampaio, coordenador de produção, estarão presentes para ouvir as demandas e propostas da categoria. A 24ª edição está marcada para 19 a 30 de novembro de 2025.

Serviço

Escuta pública do Festival Recife do Teatro Nacional
Quando: Terça-feira (29/07), às 18h30
Onde: Sala da Banda Sinfônica – Teatro do Parque
Entrada: Gratuita

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Militância na gestão pública

Romildo Moreira, chefe da Divisão de Artes Cênicas da Fundação de Cultura Cidade do Recife

Romildo Moreira, chefe da Divisão de Artes Cênicas da Fundação de Cultura Cidade do Recife

O nome dele está vinculado a ações significativas no teatro pernambucano. Idealizou o Janeiro de Grandes Espetáculos, o Festival Recife do Teatro Nacional, o Circuito Pernambucano de Artes Cênicas, realizado entre 2001 e 2006, participou da criação do Centro Apolo-Hermilo, lutou pela climatização do Teatro do Parque e pela reforma do Teatro de Santa Isabel. Como gestor, o dramaturgo, diretor e ator Romildo Moreira já passou pela Prefeitura do Recife, pelo Governo do Estado de Pernambuco, pelo Ministério da Cultura e pela Secretaria da Cultura do Governo do Distrito Federal.

Atualmente, Romildo Moreira é o chefe da divisão de Artes Cênicas, na Fundação de Cultura Cidade do Recife. Por ironia, recentemente viu seus superiores tomarem a decisão de cancelar a edição 2014 do Festival Recife do Teatro Nacional e ainda de torná-lo bienal, sendo realizado alternadamente com o Festival Internacional de Dança do Recife, evento que hoje está sob a responsabilidade de Moreira e que foi realizado no mês passado com apenas R$ 200 mil de desembolso da Prefeitura do Recife. O restante, R$ 450 mil, veio de parcerias construídas pelo gestor e por sua equipe.

Em entrevista ao Satisfeita, Yolanda?, Romildo Moreira diz que não foi consultado sobre as mudanças nos festivais, admite que a Prefeitura do Recife possui um déficit de atuação na área da cultura, mas se diz motivado a continuar militando na atual gestão. A entrevista foi concedida ao blog na semana passada.

ENTREVISTA // ROMILDO MOREIRA

O que você achou do cancelamento do festival deste ano e da transformação do festival em bienal? Como você, enquanto gestor que criou o festival, enxerga isso?
Não dá para separar o artista Romildo Moreira, que esteve na gestão que criou o festival e que coordenou três edições, do atual gestor, que voltou para a Fundação de Cultura, 13 anos depois. Acho que é lamentável. Depois de tanto tempo que o festival se mantém como projeto anual, que ele tenha essa interrupção. Já tive uma experiência parecida: no terceiro ano consecutivo do festival, a gente optou por não torná-lo bienal, quando surgiu essa proposta, porque nós estávamos com pouca verba e tínhamos o compromisso com o Ministério da Cultura para a reforma do Teatro de Santa Isabel. O festival era o único recurso disponível na prefeitura até então para a área das artes cênicas. Então nós nos reunimos com as entidades, chamamos algumas pessoas notórias das artes cênicas, eu lembro bem, Germano Haiut, Reinaldo de Oliveira, discutimos essa proposta e vimos que não seria a melhor opção. Uma das discussões que a gente levantava era: havendo uma crise por algum motivo, no ano em que ele seria executado, o festival deixaria de acontecer não só um ano, mas por três anos. Nesta situação atual, não sei quais os discursos de defesa dessa proposta e quais os discursos que foram postos contrários a essa bienalidade. Talvez tenham até me poupado, em função de que eu estava muito atarefado com a realização do Festival Internacional de Dança.

Você foi consultado com relação a essa decisão?
Eu não fui consultado. Precisamos esclarecer: mesmo que a gestão cultural da Prefeitura seja uma só para a sociedade de modo geral, existem duas instituições públicas que trabalham com ela. O Festival é ligado ao Centro Apolo-Hermilo e o Centro Apolo-Hermilo é ligado diretamente ao gabinete da secretária. Na minha instância de hierarquia, eu passo por outro segmento, que é o da Fundação de Cultura. Isso também não impede que a gente sente, em comum acordo, para discutir. Mas eu não fui consultado; e aí, repito, talvez até em função das minhas atividades, que estavam muito fortes nesse período, em função do festival. Agora, se eu tivesse sido consultado, certamente teria defendido o contrário. Acho que não teria sido difícil mostrar até o ponto de vista do prejuízo político para a instituição. Dezoito anos depois, tornar o festival bienal, quando nenhuma gestão anterior se colocou neste lugar.

Qual o prejuízo político dessa decisão?
A Prefeitura do Recife está com um déficit muito grande dentro da história de sua participação no universo cultural da cidade, em especial nas artes cênicas, que é onde milito. Esse prejuízo é político, quando isso acontece exatamente numa gestão em que a secretária de Cultura é uma pessoa de teatro, sensível às questões teatrais, uma gestão cheia de pessoas de artes cênicas. É difícil para a sociedade entender como o cancelamento do festival é uma necessidade inadiável; não fica muito claro. Esse prejuízo se estende também ao lado artístico, porque passar dois anos alheios ao que está acontecendo em cena no país inteiro é ruim para a história local, como uma cidade receptora de grandes espetáculos, através exatamente do Festival Recife do Teatro Nacional e do Janeiro de Grandes Espetáculos. O Janeiro de Grandes Espetáculos não supre sozinho essa necessidade.

Um dos argumentos utilizados por Carlos Carvalho, coordenador do festival, é de que não teríamos um prejuízo muito grande, já que a cidade possui muitos festivais. Mas sabemos que o Festival Recife do Teatro Nacional tem um perfil e um objetivo muito específicos.
Acho que passa exatamente pelo que você pontua: perfil. Quando o poder público percebe que ele cumpre um papel e define esse papel como uma função sua, ele não pode ser comparado a outros, tem que ter um diferencial. Temos que voltar mesmo à história do festival: quando, nas três primeiras edições, ele tinha uma curadoria enorme, um grupo grande de pessoas para pensar e realizá-lo, do ponto de vista da programação, era exatamente essa discussão que a gente levantava: qual o diferencial que o Festival Recife do Teatro Nacional tem para o Festival de Curitiba, para Porto Alegre, para os grandes festivais de teatro do país que existiam na época? E a gente via que a importância que o festival iria adquirir para o cenário brasileiro, era exatamente esse seu perfil singular. A gente queria reunir, como reunimos, grandes espetáculos, tendo como mote para cada ano um ponto de vista, a partir desse olhar viriam os convites. O primeiro ano foi a reunião de grupos consolidados. Trouxemos pela primeira vez ao Recife, o Galpão, o Latão, que estourou nacionalmente aqui no Recife, porque era muito conhecido por um gueto de intelectuais em São Paulo, mas à medida que veio para cá, com dois espetáculos, despontou para o resto do Brasil – isso está no livro que o Sérgio de Carvalho escreveu quando o grupo completou 15 anos. É este perfil de trazer o que de melhor se produz, na forma como originalmente foi produzido. Uma coisa não substitui outra. Mas sei que deve ter sido bem doloroso também para os diretores da secretaria e da fundação tomarem essa medida, mas é lamentável, porque quebra uma história.

Espetáculo belga L’AssautdesCieux não viria ao Recife através de produtores independentes. Foto: Irandi Souza/PCR

Espetáculo belga L’AssautdesCieux não viria ao Recife através de produtores independentes. Foto: Irandi Souza/PCR

O Festival Internacional de Dança foi realizado sob sua coordenação. Como você conseguiu viabilizar o festival financeiramente, já que a falta de verba seria um dos motivos pelos quais o Festival Nacional foi cancelado?
A viabilidade do Festival de Dança este ano realmente foi muito difícil. Este ano para a cultura no Brasil não foi fácil e para Recife em especial. Politicamente houve uma ruptura entre o governo federal e o governo estadual e, consequentemente, com o municipal. Isso implicou na questão de verbas da Prefeitura. Para se ter uma ideia: parte dos recursos do Ministério do Turismo para o carnaval ainda não foi liberado, da mesma forma com o ciclo junino. Ou seja: a Prefeitura teve que arcar com despesas que não estavam pré-orçadas para tal, teve que tirar de eventos próprios, como foi tirado do Festival de Dança. O Festival de Dança estava orçado em R$ 700 mil, depois baixou para R$ 500 mil. Ele foi realizado com quase R$ 650 mil em desembolso direto, dos quais R$ 200 mil apenas foram da Prefeitura. O restante foi parceria. A programação realizada no Paço Alfândega, por exemplo, se nós fôssemos pagar todas as despesas lá: aluguel de linólio, aluguel de som, aluguel do espaço, por duas semanas, isso ultrapassaria R$ 50 mil e nós conseguimos como parceria. O grupo da Bélgica, que veio com onze pessoas, o Ministério da Cultura da Bélgica pagou as passagens de ida e volta; o grupo do Sesc de Petrolina, com 22 pessoas, foram passagens de avião pagas pelo Sesc. Foram aportes que se somaram, para que o festival acontecesse, inclusive de forma grandiosa. Não foi menor do que o do ano passado, muito pelo contrário, pela opção que fizemos de espalhar a programação pela cidade inteira, essa programação que foi realizada no Paço Alfândega, diariamente, pegando outro tipo de público, no horário do almoço, resultou muitíssimo bem, tudo isso foi ampliando mesmo o volume do festival. O Paço do Frevo também, que foi outro parceiro, apoiador maravilhoso. O espetáculo da filha de Antônio Carlos Nóbrega, Maria Eugênia, apresentado lá, até o cachê do espetáculo foi o próprio Paço quem pagou. Enfim, a gente saiu buscando parceiros para que, de fato, a gente politicamente cumprisse o prometido com a categoria.

Quem buscou essas parcerias? Quem fez essa produção?
A Gerência de Artes Cênicas, nós, sob minha responsabilidade.

Vocês tiveram algum recurso vindo do setor de captação da própria Prefeitura?
A captação de recursos institucional a gente tentou através das leis de incentivos, que foram poucas, mas não tivemos resposta positiva. Isso foi negociação direta mesmo da Gerência com os apoiadores. O chefe dessa divisão de captação de recursos é Wellington Lima. Eu estive com ele, fizemos projeto para o BNDES e algum outro, que não foram aprovados. Mas essa captação que resultou em verbas alocadas para o 19° Festival Internacional de Dança do Recife veio através de negociação direta com a Gerência.

Como foi a negociação com o Presidente da Fundação de Cultura para que o festival fosse realizado?
Quando eu soube que só tinha R$ 200 mil em desembolso para realizar o festival – porque precisa ainda computar outros gastos, por exemplo, manter um Teatro como o Santa Isabel funcionando a semana inteira em função do festival, isso tem uma despesa muito grande, energia, funcionário, hora extra de funcionário. Mas, de desembolso mesmo, de orçamento para liberação de recursos, só tinha R$ 200 mil. Então tinha duas opções: realizá-lo fazendo a multiplicação dos pães, ou não realizá-lo, porque o dinheiro, de fato, não atenderia às necessidades. E eu, com a minha equipe, resolvemos arregaçar as mangas e investir na realização dele.

Com relação à qualidade artística, não conseguimos acompanhar o festival, mas soubemos de espetáculos imperdíveis; e, ao mesmo tempo, de espetáculos questionáveis…
Realmente, nós tivemos umas oscilações, tivemos alguns espetáculos fracos mesmo. As pessoas até disseram: ‘como uma comissão de avaliação deixa passar isso?’. Mas, em compensação, tivemos outros maravilhosos. Ficamos muito felizes. A exemplo do Dois Mundos, com a atriz e bailarina Mariana Muniz. Ela faz um espetáculo onde o corpo todo se expressa em libras; inclusive ela é daqui, maravilhosa. O grupo da Bélgica, um espetáculo daquele nenhum produtor independente traz, um espetáculo que, para entrar em cena, você tem que adquirir três metros e meio de areia, um botijão de gás hélio que custou R$ 930 só para encher o balão, comprar um monte de tralhas que não dá para trazer da Bélgica, tem que comprar aqui, como pá de construção.

2 Mundos, espetáculo de Mariana Muniz, foi destaque no Festival Internacional de Dança. Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR

2 Mundos, espetáculo de Mariana Muniz, foi destaque no Festival Internacional de Dança. Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR

Voltando às decisões da Prefeitura, o que foi divulgado é que os Festivais de Dança e de Teatro serão bienais, realizados de forma alternada. Isso envolve o Festival de Dança, sob a sua batuta. Ele virou bienal à sua revelia?
Eu não diria à minha revelia porque não tenho poder de decisão. Tenho superiores. Tenho um cargo muito pequeno diante de quem tem as decisões. Lamento não ter podido estar presente, para defender a manutenção dos festivais. Talvez eu tivesse argumentos suficientes para a gente rever. Para mim, seria muito mais coerente politicamente falando dentro de uma gestão que tem esse elenco de pessoas envolvidas até a medula com a questão da cultura na cidade, como a secretária Leda Alves. Seria muito mais fácil a gente sentar com a comunidade e dizer: “olha, este ano não dá para fazer porque não tem dinheiro. A gente não quer colocar as pessoas para trabalhar e não saber se vai poder pagar. Isso não é uma coisa responsável, não seria uma atitude responsável. Mas, a gente vai se comprometer com vocês que, no ano seguinte, a gente faz o festival, tentar até alocar mais recursos, trazer mais parceiros, para fazer o festival à altura, como a cidade merece”. Acho que as pessoas entenderiam que este ano era impossível fazer, porque foi um ano de Copa, um ano que teve muitos problemas de infraestrutura na cidade, por causa das chuvas, foi um ano atípico, com coisas que justificam a queda de arrecadação da Prefeitura. Agora, o que acho que a gente fica devendo, de fato, é tomar uma medida dessas que não é fácil de ser aceita pela comunidade, sem ter tido esse diálogo, essa oportunidade.

Você já conversou com o presidente depois disso? Você acha que essa é uma decisão reversível? Você vai tentar fazer o Festival Internacional de Dança ano que vem?
Ainda não. Se for uma decisão superior, não posso me opor, muito pelo contrário, tenho que acatar, porque não sou secretário de Cultura, presidente da Fundação ou prefeito do Recife. A possibilidade de voltar a ser anual, acho que tem muito mais a ver com a mobilização da comunidade artística do que da nossa própria interferência lá dentro. Não sei quais os argumentos que levaram a se ter essa decisão, eu não ouvi, pode ser até que essa minha ausência nessa reunião também tenha me deixado sem argumentos suficientes para defender essa posição, porque não ouvi os discursos que levaram a essa decisão, não sei quais foram. Sei que falta de dinheiro existe, mas gostaria mesmo que fosse revista essa posição e que a gente tivesse no próximo ano tanto o festival de dança quanto o de teatro. Até mesmo porque ambos os festivais já têm inscrições em leis de incentivo para o ano de 2015. Então vai ficar muito difícil se um dos projetos que enviamos para uma dessas leis de incentivo for aprovado e a gente não realizá-lo. Ainda tem uma situação delicada, na medida em que se tornou público isso, porque se uma comissão que vai analisar os projetos de 2015 sabe que o nosso festival passou a ser bienal, é óbvio que ela não vai votar no nosso. Já existe um prejuízo. Politicamente é difícil tramitar agora com projetos prévios para um festival que deixou de ser anual, quando a gente já tinha perspectiva de realizá-lo ano que vem.

Na nota que anunciou o cancelamento do Festival Nacional, a Prefeitura aproveitou para anunciar o fomento às artes cênicas. Os artistas sabem do seu empenho, desde o encontro que você teve com a classe no Forte das Cinco Pontas, no início do ano, para que o fomento fosse retomado. Mas como, neste momento, você vai defender esse fomento, com um valor que não é o ideal e que pode ser visto como um ‘cala a boca’ para os artistas?
Ele já estava previsto. A gente precisa fazer um histórico disso também. No último ano que o fomento saiu foi de R$ 20 mil. Quando se descontava os percentuais de praxe, de um desembolso público, isso ficava um valor tão irrisório… Mas o poder público trabalha com orçamentos e a gente não pode pensar num orçamento ilusório, a gente tem que pensar um orçamento real, viável, possível. Então, obviamente, paulatinamente, esses valores vão melhor atendendo às necessidades. Sei que R$ 33 mil, dependendo do tipo de produção é um aporte pequeno, mas é alguma coisa. Até mesmo porque o fomento não impede que um projeto contemplado capte recursos noutras fontes, como o Funcultura. Estamos dando uma pequena parte para incentivar. Fomento não é um patrocínio, é um aporte de apoio mesmo.

Ele não viabiliza. Ele fomenta…
Não produz, ele fomenta. Ele dá o incentivo, não a produção. O Funcultura sim, se você consegue aprovar 100% do seu projeto, é um patrocínio. Agora como foi dito e discutido nesse encontro em fevereiro do ano passado, a gente tinha uma verba de R$ 300 mil. Como dividir? Até porque, ele tinha sido pensado em valores diferentes, para teatro e dança era um e para circo era outro. E lá, nesse encontro, as pessoas de circo não foram favoráveis a esse desnível de valores e conseguiram sensibilizar todos, de que não deveria ser assim. Agora a ideia é que, paulatinamente, a gente vá adequando esses valores, até mesmo porque a inflação existe, é real, está voltando, então a gente precisa fazer com que essas verbas não estacionem. Agora, nunca vai ser suficiente para a montagem. Vai ser sempre uma verba de apoio e nem é um apoio tão pequeno, para iniciar uma produção, já cumpre um bom papel.

R$ 33 mil sem descontos?
A gente está querendo que saia via Fundo, o que tem um implicador burocrático, porque o Fundo é controlado pelo Conselho Municipal de Cultura. Ele tem uma ligação direta com o Conselho. De forma que, se pudermos liberar esses recursos através do Fundo Municipal de Cultura, ele sai como prêmio; caso contrário, o fomento é dado com os descontos normais, de praxe. Mas estamos tentando que ele saia como prêmio do Fundo.

Nós sabemos que, desde sempre, a falta de espaços ou a precariedade dos espaços
Existe já há algum tempo, isso não é recente, não vem dessa gestão atual, um departamento chamado Goe, Gerência de Operação de Espaços, que não está ligada diretamente às artes cênicas. Então todos os teatros, museus, galerias, bibliotecas, os espaços físicos da área de cultura são gerenciados por esse departamento. Existe sempre algum diálogo entre a Divisão de Artes Cênicas e esse departamento. No caso do Barreto Júnior, em especial, ele não está fechado. Está em condições precárias para uso. De forma que os produtores que o buscam sabem que o ar-condicionado de lá não tem mais retorno. Já foi feito agora o processo de levantamento de custos para a compra de um novo equipamento, porque ali é em cima do mar e a maresia acabou com toda a estrutura da máquina. Agora, no Festival, nós usamos o teatro. Teve um custo enorme para colocar aqueles ar-condicionados portáteis, que são alugados para eventos. Colocamos seis aparelhos, quatro no auditório, um nos camarins e um no palco. Ficou um clima agradável. Mas, por exemplo, uma produção independente que vá cumprir temporada não vai conseguir arcar com essa despesa para tirar de bilheteria.

Qual a previsão?
A partir do primeiro semestre de 2015. Essa foi uma notícia recente, que o próprio diretor do teatro, Marcelino Dias, me passou. Que o GOE já está fazendo esse processo de custos, para abrir processo de compra, os trâmites burocráticos. Segundo Marcelino, vai ser adquirido no primeiro semestre de 2015.

Porque além dos festivais, a casa abre edital para ser ocupado, faz parte da política de ocupação do espaço. Então até o fim do primeiro semestre isso não vai acontecer?
Parece que é para bem antes, pelo que Marcelino me passou. Esse processo de compra se encerraria ainda este ano; no Janeiro de Grandes Espetáculos provavelmente ele não vai estar instalado, mas a ideia é que logo após carnaval, o teatro já esteja com o equipamento.

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Centro Apolo-Hermilo já tem diretor

Carlos Carvalho

Carlos Carvalho aceita convite de Leda Alves para assumir Centro Apolo-Hermilo

Carlos Carvalho é o novo diretor Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas dos Teatros Apolo e Hermilo Borba Filho. Sua nomeação saiu nesta quinta-feira no Diário Oficial do Recife, assinada pelo prefeito Geraldo Julio. Ele foi convidado pela secretária de Cultura do Recife, Leda Alves. Ontem pela manhã fez suas despedidas do cargo anterior, de diretor da Diretoria de Políticas Culturais e se colocou à disposição do secretário Fernando Duarte para fazer a transição. “Fiz uma reunião com todas as coordenadorias”, contou. “Ainda não sei quem irá para o cargo que eu exercia na Fundarpe, mas já separei todos os arquivos e estou disponível para auxiliar no que for preciso”, garante.

Para ele é um desafio assumir a direção do Apolo-Hermilo. “O ponto-chave da minha decisão foi ajudar Leda (Alves) a colocar o Centro de Pesquisa na missão que ele tem desde seu nascedouro. Não estou dizendo que ele nunca esteve ou não está, mas é preciso cumprir essa função na íntegra, desde o organograma, discutir com grupos e associações e que não seja só um repassador de pauta”, argumenta.

Carvalho deixou a Diretoria de Políticas Culturais da Secretaria de Cultura do Estado

Carvalho deixou a Diretoria de Políticas Culturais da Secretaria de Cultura do Estado

Carvalho elencou para Leda uma série de ações que deseja realizar ou potencializar. Como o Centro de Documentação Osman Lins, a Semana Hermilo Borba Filho e os projetos O Solo do Outro, e Aprendiz em Cena. “Com um GT vamos discutir a formação e a pesquisa. Leda está disposta e aberta. Ela quer ações estruturadoras, quer abrir a casa para o diálogo e trabalhar tanto com a tradição como a contemporaneidade e deixar o Centro em condições técnicas para novas experiências”.

Carlos Alberto Carvalho Correia começou a fazer teatro aos 11 anos, no grupo teatral do Colégio Castro Alves. A equipe era orientada pela atriz e professora de teatro Ruth Bandeira, que era do elenco do Teatro Popular do Nordeste (TPN). De lá para cá não parou mais, como ator e depois como diretor de teatro.

Como intérprete, participou de várias montagens na cidade. Entre elas, Sobrados e Mocambos, de Hermilo Borba Filho, dirigido por Guilherme Coelho, com o Grupo de Teatro Vivencial; Viúva, porém Honesta, de Nelson Rodrigues, dirigida por Antonio Cadengue, Galileu Galilei, de Bertolt Brecht, e É…, de Millôr Fernandes, ambas encenadas por Milton Baccarelli. Também participou dos elencos da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e do Mamulengo Só-Riso.

Como diretor assinou montagens como Duelo, adaptado do conto O Duelo, de Guimarães Rosa, Zumba, a Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba-sem-Dente, primeira peça da trilogia baseada em contos de Hermilo Borba Filho. As outras duas foram Mucurana, o Peixe, a partir do conto O Peixe e O Palhaço Jurema e os Peixinhos Dourados, elaborado com base em O Palhaço.

Novo diretor está envolvido com as artes cênicas há quase 50 anos

Novo diretor está envolvido com as artes cênicas há quase 50 anos

Dança ou retorno às cadeiras – No Diário Oficial da Prefeitura do Recife de ontem foram publicados outras nomeações. Essas portarias começam a mapear os cargos ligados à Cultura, já que todos os servidores comissionados foram exonerados pela nova gestão de Geraldo Julio. Alguns voltam nas mesmas ou em outras funções. Os nomeados da Secretaria de Cultura são:

LEONOR MESEL, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico I, símbolo “CAA-1”

MARIA DO CARMO CONCEIÇÃO LÉLIS, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico I, símbolo “CAA-1”

SEBASTIÃO ALBEMAR GONÇALVES DE ARAÚJO, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico I, símbolo “CAA-1”

SOLANGE MARIA PIMENTA, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico, do Gabinete, símbolo “CAA-3”

MARIA JOSÉ DE OLIVEIRA, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços do Gabinete, símbolo “CAA 4”

RITA DE KÁSSIA CANDEAS NERY, cargo de provimento em comissão de Assistente do Conselho Municipal de Política Cultural, símbolo “CAA-1”

OSMAM GIUSEPPE GIÓIA, cargo de provimento em comissão de Regente Titular da Orquestra Sinfônica do Recife, símbolo “CDA-1”

MARIA DA CONCEIÇÃO FARIAS TABOSA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Preservação de Equipamentos Culturais da Diretoria de Administração Setorial, símbolo “CAA-2”

MARIA DA CONCEIÇÃO SOARES MARQUES DA CUNHA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Administração e Serviços da Diretoria de Administração Setorial, símbolo “CAA -2”

EVANDRO DA SILVA SOUZA, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços da Diretoria de Administração Setorial, símbolo “CAA-4”

ZÉLIA RAMOS SALES, cargo de provimento em comissão de Gerente de Controle de Preservação do Patrimônio Cultural Imaterial, símbolo “CAA-2”

MÁRIO RIBEIRO DOS SANTOS, cargo de provimento em comissão de Gerente Operacional do Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural, símbolo “CAA-3”

PERÁCIO GONDIM GUIMARÃES JÚNIOR, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços de Preservação do Patrimônio Cultural, símbolo “CAA-4”

MARIA DE BETÂNIA CORRÊA DE ARAÚJO, cargo de provimento em comissão de Diretor do Museu da Cidade do Recife, símbolo “CAA-1”

SANDRO VASCONCELOS DA SILVA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Iconografia e Museologia do Museu da Cidade do Recife, símbolo “CAA-4”

CARLOS TORRES DA SILVA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Montagem do Museu da Cidade do Recife, símbolo “CAA-4”

JUDITH ELIZABETH MATTA RIBEIRO, cargo de provimento em comissão de Diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-1”

CRISTIANE MABEL MEDEIROS VERÍSSIMO DO NASCIMENTO, cargo de provimento em comissão de Gerente de Conservação e Acervo do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-2”

WILTON ANDRADE DE SOUZA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Manutenção do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-4”

GUSTAVO NEVES DE SÁ ALBUQUERQUE, cargo de provimento em comissão de Gerente de Montagem do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-4”

TEREZA JANAÍNA FREITAS, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços do Centro de Documentação e Biblioteca Lígia Celeste, símbolo “CAA-4”

JULIANA LINS DE SIQUEIRA TELES, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Arte Educação do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-4”

MARIA DA PAZ DOS SANTOS BRANDÃO, cargo de provimento em comissão de Diretor do Espaço Cultural Pátio de São Pedro, símbolo “CAA-1”

BRUNO PADILHA CASTANHA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Operação e Manutenção do Espaço Cultural Pátio de São Pedro, símbolo “CAA-3”

PATRÍCIA REIS DE FREITAS, cargo de provimento em comissão de Diretor do Sítio da Trindade, símbolo “CAA-1”

LAUDINIZ GABRIEL DE OLIVEIRA JÚNIOR, de provimento em comissão de Gerente de Operação e Manutenção do Sítio da Trindade, símbolo “CAA-3”

VIVIANE BARBOSA DA CRUZ, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços do Sítio da Trindade, símbolo “CAA-4”

ARNALDO JOSÉ DE SIQUEIRA JUNIOR, cargo de provimento em comissão de Gerente de Atividade Pedagógica do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo, símbolo “CAA-2”

ELIANE CÂNDIDA DO NASCIMENTO, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas dos Teatros Apolo/Hermilo, símbolo “CAA 4”

ALFREDO SÉRGIO FREIRE BORBA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Patrimônio e Documentação do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo, símbolo “CAA-4”

JOSÉ JORGE CORDEIRO DA COSTA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Operação e Manutenção do Teatro Apolo, símbolo “CAA-4”

GENILDO MARTINS MONTEIRO, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Operação e Manutenção do Teatro Hermilo Borba Filho, símbolo “CAA-4”

ÉRIKA KARLA GOMES LEITE, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviço de Contrato e Locação do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo, símbolo “CAA-4”

IZOLDA SOARES BARRETO cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Finanças do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo, símbolo “CAA-4”

JOÃO DO CARMO B. CAVALCANTI, cargo de Assistente de Serviço do Teatro de Santa Isabel, símbolo “CAA-4”

ADRIANA MÁRCIA PAZ DE LIMA, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico do Centro de Artes Cênicas dos Teatros Apolo e Hermilo Borba Filho, símbolo “CAA-1”

EUCLIDES VIEIRA DA SILVA, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico II do Teatro Luiz Mendonça no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-2”

RODRIGO DE MORAES SOBRAL, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico da Área Externa no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-4”

JOANA D’ARC DE SOUZA LIMA, cargo de provimento em comissão de Diretor da Galeria Janete Costa no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-1”

MARIA ELIZABETE RAPOSO SOARES BITTENCOURT, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico I da Janete Costa no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-1”

SIMONE FERREIRA LUIZINES, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico II da Galeria Janete Costa no Parque Dona Lindu ,símbolo “CAA-2”

ROBERTO CARLOS AVELINO DE PONTES, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico II do Teatro Luiz Mendonça no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-2”

TIAGO DE ARAÚJO SANTOS, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico do Teatro Luiz Mendonça do Parque Dona Lindu, símbolo ” CAA-3

SEBASTIÃO FELICIANO DO VALE FILHO, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico do Teatro Luiz Mendonça do Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-3

EDUARDO DE ALBUQUERQUE AUTRAN, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico do Teatro Luiz Mendonça do Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-3”

FERNANDO FÉLIX ALCÂNTARA, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico do Teatro Luiz Mendonça do Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-3”

E alguns cargos da Fundação de Cultura Cidade do Recife:

IVISON DE CASTRO SILVA NOGUEIRA, cargo de provimento em comissão de Gerente Operacional de Gestão de Pessoas, símbolo “CAA-3”, da Diretoria de Administração e Finanças da Fundação de Cultura Cidade do Recife

ANA BEATRIZ DE ALCÂNTARA FARIAS, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico

VALDETE MARIA SILVA RODRIGUES, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Controle Orçamentário, símbolo “CAA-4”, da Diretoria de Administração e Finanças da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

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Em busca do tempo perdido

Montagem fruto do Aprendiz Em Cena finalmente será exibida ao público

“Quase todo mundo vive de lembranças…Quando não vive disso, vive de esperanças”
(Terra queimada, Aristóteles Soares)

Depois de muito quiprocó, o grupo que deveria ter apresentado Terra queimada, do dramaturgo Aristóteles Soares (1910-1989), no último Janeiro de Grandes Espetáculos (na realidade, na matéria de lançamento do edital, o que saiu é que o espetáculo iria estrear em dezembro de 2011), finalmente sobe ao palco neste fim de semana. A montagem é fruto do projeto Aprendiz Em Cena, promovido pelo Centro Apolo-Hermilo.

Serão três sessões: sexta, sábado e domingo, às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife. A direção é de Ivan Ferreira e no elenco estão Ana Dulce Pacheco, Aryella Lira, Daniel Barros, Durval Cristóvão, Marinho Falcão e Rodrigo Félix. A direção musical é de Diogo Lopes.

Só depois desta curtíssima temporada – um projeto que era de formação, que também deveria servir ao público, inclusive no resgate da obra de Aristóteles, que foi publicada pela própria Prefeitura do Recife no Festival Recife do Teatro Nacional de 2010 – é que o grupo teoricamente vai receber o restante do pagamento do projeto.

Note:
Ah…a apresentação servirá de despedida para Ana Dulce Pacheco, que decidiu estudar em São Paulo. As Yolandas te desejam sorte, Ana!

Entenda aqui toda a confusão que rolou com o projeto Aprendiz Em Cena.

Serviço:
Terra queimada, resultado do projeto Aprendiz Em Cena 2011
Quando: sexta (9), sábado (10) e domingo (11), às 20h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife)
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada)

Segue um vídeo feito na época em que o grupo fez um ensaio aberto, em fevereiro, ainda sem figurino e cenário:

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Um por todos, todos por um?

Centro Apolo-Hermilo

A Prefeitura do Recife abraçou a convocatória sobre os destinos do Centro Apolo-Hermilo, articulada pelos rapazes do espetáculo Ilusionistas e por outros artistas. O encontro foi realizado ontem, no Teatro Hermilo Borba Filho, e contou com as presenças da secretária de Cultura, Simone Figueiredo; do presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, André Brasileiro; de coordenadores do setor de teatro (Clara Camarotti e Roberto Lúcio), Jorge Clésio, Júnior Afro. Tinha até um funcionário das finanças para explicar que a PCR só pode agir dentro da lei. Of course.

Tinha muita gente. E quem quis se pronunciar o fez. Ao final da reunião, foi criada uma comissão, formada por Claudio Malaquias, Carlos Ferrera, José W. Junior, Duda Freyre, Nara Menezes, João Lima, Maíra Bruce, Mica (Conselho de Cultura), André Brasileiro, Jorge Clésio e Clara Camarotti. Esse grupo vai entregar um documento na próxima quarta-feira, 22 de agosto, às 18h30, na Sala de Dança do Teatro de Santa Isabel, com as propostas e sugestões retiradas das ideias surgidas durante a audiência pública.

Existia uma tensão no ar, mas tudo transcorreu com civilidade. Liana Gesteira deu as boas-vindas e apresentou o formato do ato público. A ordem dos trabalhos estava calcada em cinco pontos: 1. Leitura de partes do Regimento do Centro de Formação e Pesquisa das artes Cênicas Apolo-Hermilo; 2. Ponto de situação (identificação das dificuldades, problemas e virtudes do Centro Apolo-Hermilo); 3. Espaço de fala para Gestão e/ou representantes da Prefeitura do Recife; 4. Sugestões para o melhor funcionamento do Centro Apolo-Hermilo; 5. Formas de atuação; 6. Redação de carta, a apresentar na prefeitura.

Duda Freyre leu um documento de 2000, que resume o projeto do Centro Apolo Hermilo. Criação, fomento, formação, programação de espetáculos de qualidade, lugar de referência, biblioteca e videoteca especializada, espaço de exposição, formador de plateias adulta e juvenil e de redes de programação.

“Falta de equipamentos técnicos para execução dos espetáculos tais como refletores e sistema de som. Decadência aponta para a falta de manutenção. A equipe técnica é insuficiente e deficiente. Administração do centro não cumpre os acordos com os seus usuários (artistas). Mal funcionamento do centro de documentação (…). Contrato não deveria ser de sessão de pauta e sim uma parceria”. Esses pontos foram apresentados por Carlos Ferrera, a partir da leitura de um documento.

A questão do orçamento específico e da transparência no uso dos recursos foi lembrada pelo bailarino José W Junior. “Já tive o privilégio de trabalhar no Apolo-Hermilo e trouxe documentos da época em que atuei aqui”. Os documentos que ele apresentou mostram que existia um previsão para o Centro dentro do planejamento anual da Prefeitura, para ser executada no ano seguinte. Ele perguntou onde foram parar esses recursos. E disse que está ocorrendo uma ingerência dos espaços.

O ator e bialarino João Lima, um dos articuladores do movimento, disse que o Hermilo é uma joia rara. “Em termos de qualidade, de acústica, de chão, é uma joia rara que precisa ser cuidada”. E apresentou os problemas enfrentados por seu grupo durante a temporada de Ilusionistas. Três ensaios foram cancelados por indisponibilidade da equipe administrativa. Ele também garantiu que gastou R$4.000 para montar refletores. “Um teatro dessa dimensão tem três refletores e 45 carcaças jogadas lá atrás”. Ele também reclamou do sistema de limpeza do teatro: “Acho uma pena voltar para o Recife e ver esses dois espaços muito piores do que há oito anos, sobretudo em relação à falta de compromisso. A falta de trabalho e vontade política é inadmissível. A gente não está exigindo nada demais”.

Representantes da Prefeitura e artistas discutiram o Centro Apolo-Hermilo

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