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Recife do teatro nacional
11 dias de festival

Peça Traidor, com Marco Nanini, abre Festival Recife do Teatro Nacional. Foto: Annelize Tozetto / Divulgação

A 23ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional começa nesta quinta-feira, 21 de novembro, prometendo uma intensa maratona cultural até o dia 1º de dezembro. Este evento, que se firmou como um dos mais significativos no panorama teatral brasileiro, reúne 31 espetáculos de companhias pernambucanas e de outros estados, em diversos teatros e espaços públicos do Recife. A programação inclui apresentações gratuitas, oficinas e rodas de diálogo, com ingressos distribuídos mediante a doação de um quilo de alimento não perecível, promovendo uma ação solidária que beneficia a comunidade local.

Este ano, o festival presta homenagem a Marco Nanini e Ivonete Melo (in memoriam).

Marco Nanini é uma figura icônica no cenário artístico brasileiro, com uma carreira que se estende por mais de seis décadas. Nascido no Recife, Nanini se mudou ainda criança para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua trajetória no teatro, televisão e cinema. Ele é amplamente reconhecido por sua versatilidade como ator, capaz de transitar entre o drama e a comédia com maestria. Nanini ganhou destaque nacional por seu papel na série de televisão A Grande Família, onde interpretou o personagem Lineu Silva, conquistando o carinho do público brasileiro.

No teatro, Nanini é conhecido por sua dedicação e paixão pela arte cênica. Ele já participou de inúmeras produções teatrais, muitas delas ao lado de outros grandes nomes do teatro brasileiro. Sua contribuição para as artes cênicas é inestimável, e sua presença no Festival Recife do Teatro Nacional é uma celebração de suas raízes pernambucanas e de sua trajetória.

Ivonete Melo. Foto: Reprodução

Ivonete Melo é lembrada como uma das grandes referências do teatro pernambucano. Com uma carreira marcada pela militância e dedicação, Ivonete presidiu o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Pernambuco (SATED-PE) por mais de 20 anos. Ela foi uma figura central no grupo Vivencial, conhecido por sua atuação inovadora e provocativa no teatro entre as décadas de 1970 e 1980, frequentemente desafiando normas sociais e artísticas da época.

A influência de Ivonete Melo no teatro pernambucano é inegável, refletindo seu compromisso inabalável com a defesa dos direitos dos artistas e a promoção da cultura local. Admirada por sua habilidade em inspirar e liderar, ela desempenhou um papel crucial no fortalecimento da comunidade artística. A homenagem a Ivonete no festival celebra sua dedicação e militância, ao mesmo tempo em que reconhece o impacto duradouro de seu legado na cena teatral pernambucana.

Foto: Matheus José Maria / Divulgação

Traidor é uma peça que marca a abertura do Festival Recife do Teatro Nacional, estrelada por Marco Nanini e dirigida por Gerald Thomas.

Marco Nanini, em uma performance tour de force, encarna um náufrago da própria mente, isolado em uma ilha que é tanto física quanto metafórica. Seu personagem, batizado com seu próprio sobrenome, “Nanini”, navega por um mar de memórias fragmentadas e delírios vívidos, confrontando sua identidade como ator e a própria essência do que significa ser humano em um mundo cada vez mais desconexo.

A frase que norteia Traidor, citada várias vezes ao longo da peça, é justamente aquela que encerrava Um Circo de Rins e Fígados, outra parceria Nanini Thomas: “A gente se emociona, a gente se emociona sim.” Esta declaração ressoa como um manifesto da arte da interpretação, ecoando através do tempo e das obras de Gerald Thomas. Em Traidor, que estreou em novembro de 2023 em São Paulo, essa afirmação ganha novas camadas de significado, transformando-se em um farol que ilumina a jornada labiríntica de um ator perdido entre realidade e ficção.

A dramaturgia fragmentada de Thomas encontra em Nanini um intérprete capaz de dar corpo e voz às angústias e contradições de um artista acusado de um crime que não cometeu, mas que talvez tenha cometido em alguma de suas múltiplas personas teatrais. A peça trata de muitos assuntos, refletindo o caos contemporâneo, a ansiedade gerada pelo excesso de informações e o uso viciante das redes sociais, enquanto simultaneamente se apresenta como uma declaração de amor ao ofício da representação. 

Programação Diversificada

Édipo Rec. Foto: Camila Macedo / Divulgação

Márcia Luz em Antígona – A Retomada. Foto: Divulgação

Othon Bastos em Não me entrego não. Foto: Beti Niemeyer/ Divulgação

Rei Lear. Foto: Mariana Chama / Divulgação

A programação diversificada do festival inclui 13 espetáculos nacionais e 18 locais na programação principal (ver programação completa abaixo), abrangendo desde peças infantis e sátiras até musicais e dramas. Entre as produções estão Édipo REC; Eu Não Me Entrego, Não; Antígona , Rei Lear.

Édipo REC, produção do grupo recifense Magiluth, é uma releitura contemporânea da tragédia grega de Sófocles. Ambientada em um imaginário Recife de 2024, a peça explora temas como o excesso de produção de imagens e a manipulação da realidade nas redes sociais. A direção de Luiz Fernando Marques traz elementos do cinema, com referências a filmes como Édipo Rex de Pasolini. O espetáculo brinca com a cronologia e questiona a noção de tempo no teatro. 

Solo da atriz pernambucana Márcia Luz, Antígona – A Retomada reinterpreta a clássica tragédia grega de Sófocles sob uma perspectiva contemporânea e afro-brasileira. A montagem radicaliza o protagonismo feminino já presente na obra original, entrelaçando a voz da personagem Antígona com as vivências da própria atriz como mulher negra. Dirigida por Quiercles Santana, a peça busca fazer reflexões sobre raça, gênero e poder na sociedade atual.

Eu Não Me Entrego, Não marca a estreia solo do veterano ator Othon Bastos. Escrita e dirigida por Flávio Marinho, a peça percorre os principais momentos da carreira de Othon, incluindo seu papel icônico em Deus e o Diabo na Terra do Sol. E utiliza um formato  descrito como “monólogo híbrido”, onde a atriz Juliana Medella atua como uma “memória” em cena, interagindo com Othon. 

Adaptação ousada da Cia. Extemporânea, Rei Lear traz a tragédia de Shakespeare para o universo das drags queens. Com um elenco composto inteiramente por artistas drag, o trabalho funde a estética drag com a poesia trágica shakespeariana. Dirigida por Ines Bushatsky e adaptada por João Mostazo, o espetáculo utiliza elementos como lipsync (Sincronia Labial) e performances de boate para reinterpretar cenas clássicas. A produção celebra a arte drag, destaca sua capacidade de expressar emoções complexas e desafiar normas de gênero, oferecendo uma visão contemporânea de Rei Lear.

Jéssica Teixeira em Monga. Foto: Ligia Jardim / Divulgação

O evento também marca a estreia do OffREC, uma agenda dedicada a experimentos e espetáculos em processo, que ocorrerá no Teatro Hermilo Borba Filho, de 25 a 30 de novembro. Na programação estão a provocante peça Monga, da cearense radicada em São Paulo Jéssica Teixeira, o  espetáculo itinerante ONÁ DÚDÚ: Caminhos Negros no Bairro do Recife, com Marconi Bispo e Coletivos e a Roda de Diálogo Vedetes e Vivecas: Mulheres do Vivencial, uma homenagem a Ivonete Melo, com as atrizes Suzana Costa, Auriceia Fraga e Zélia Sales, com mediação de Hilda Torres. A curadoria do OffREC é assinada por Rodrigo Dourado.

Projeto Arquipélago de Crítica

Nesta 23ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional quatro profissionais ligados ao Projeto Arquipélago participam de uma ação de  prática da crítica. Kil Abreu, da Cena Aberta, Heloisa Sousa, da Farofa Crítica, Fredda Amorim (convidada) e Ivana Moura, do Satisfeita, Yolanda? tod_s com ampla experiência na produção de conteúdos críticos. 

O projeto arquipélago é uma iniciativa coletiva inovadora de fomento à crítica apoiado pela produtora Corpo Rastreado, de São Paulo, que surgiu em novembro de 2022 para fortalecer a crítica teatral independente no Brasil. Atualmente, seis casas virtuais participam do projeto: Guia Off, Farofa Crítica, ruína acesa, Satisfeita, Yolanda?, Tudo, Menos Uma Crítica, Cena Aberta e Horizonte da Cena.

Programação Principal

Quinta-feira (21 de novembro)

19h30 – Traidor, com Marco Nanini (direção: Gerald Thomas/RJ), no Teatro do Parque.

Sexta-feira (22 de novembro)

15h – Palhaçadas – História de um Circo sem Lona (Cia. 2 em Cena/PE), no Teatro Barreto Júnior.
18h – Cara do Pai (Coletivo Opte/PE), no Teatro Hermilo Borba Filho.
20h – Édipo REC (Magiluth/PE), no Teatro Luiz Mendonça.
20h – Traidor, com Marco Nanini (direção: Gerald Thomas/RJ), no Teatro do Parque.
20h – Eu no Controle (Cia da Baju/PE), no Teatro Apolo.

Sábado (23 de novembro)

17h – As Charlatonas (Trupe-Açu Cia. de Circo/TO), no Parque da Macaxeira.
18h – Sinapse Darwin (Cia. Casa de Zoé/RN), na Rua da Aurora.
18h – Antígona – A Retomada (Luz Criativa/PE), no Teatro Hermilo Borba Filho.
19h – 2 Mundos (Lumiato Formas Animadas/DF), no Teatro Apolo.
20h – Rei Lear (Cia. Extemporânea/SP), no Teatro de Santa Isabel.
20h – Traidor (RJ), no Teatro do Parque.
20h – Édipo REC (Magiluth/PE), no Teatro Luiz Mendonça.

Domingo (24 de novembro)

16h – Hélio, o Balão que não consegue voar (Coletivo de Artistas/PE), no Teatro do Parque.
17h – As Charlatonas (Trupe-Açu Cia. de Circo/TO), no Parque da Tamarineira.
17h – Frankinh@ (Coletivo Gompa/RS), no Teatro Apolo.
18h – Mulheres de Nínive (Nínive Caldas/PE), no Teatro Hermilo Borba Filho.
18h – Sinapse Darwin (Cia. Casa de Zoé/RN), na Rua da Aurora.
20h – Rei Lear (Cia. Extemporânea/SP), no Teatro de Santa Isabel.

Segunda-feira (25 de novembro)

20h – Instinto (Coletivo Gompa/RS), no Teatro Apolo.

Terça-feira (26 de novembro)

20h30 – Não me entrego não (Othon Bastos/RJ), no Teatro do Parque.

Quarta-feira (27 de novembro)

15h – Malassombros – Contos do Além Sertão (Grupo Teatro de Retalhos/PE), no Teatro Barreto Júnior.
20h30 – Não me entrego não (Othon Bastos/RJ), no Teatro do Parque.

Quinta-feira (28 de novembro)

20h – Kalash – Ensaio sobre a Extinção do Outro (Coletivo Opte/PE), no Teatro Apolo.

Sexta-feira (29 de novembro)

20h – Inacabado (Grupo Bagaceira/CE), no Teatro Luiz Mendonça.

Sábado (30 de novembro)

17h – Paraíso (Grupo Teatro Máquina/CE), no Teatro Apolo.
19h – Pequeno Monstro (Quintal Produções Artísticas, com Silvero Pereira/RJ), no Teatro do Parque.
20h – Inacabado (Grupo Bagaceira/CE), no Teatro Luiz Mendonça.
20h30 – Brás Cubas (Armazém Cia. de Teatro/RJ), no Teatro de Santa Isabel.

Domingo (1º de dezembro)

17h – Quatro Luas (O Bando Coletivo de Teatro/PE), no Teatro Apolo.
18h – Esquecidos por Deus (Cícero Belmar/PE), no Teatro Hermilo Borba Filho.
19h – Pequeno Monstro (Quintal Produções Artísticas, com Silvero Pereira/RJ), no Teatro do Parque.
20h30 – Brás Cubas (Armazém Cia. de Teatro/RJ), no Teatro de Santa Isabel.

Programação OffREC (25 a 30 de novembro, no Teatro Hermilo Borba Filho)

25 de novembro

16h às 18h – Roda de Diálogo Corporalidades e Estranhamentos, com Johnelma Lopes (UFPE), Ana Marques (UFPE) e Alexsandro Preto (Vale PCD). Mediação: Clara Camarotti.
20h – Espetáculo Monga, de Jéssica Teixeira (CE).

26 de novembro

9h às 12h – Vivência de Teatro Hip Hop, com o coletivo À Margem (PE) e Bento Francisco (PE).
15h às 17h – Espetáculo ONÁ DÚDÚ: Caminhos Negros no Bairro do Recife, com Marconi Bispo e Coletivos (PE). Espetáculo itinerante, com concentração no Teatro Apolo.
17h30 às 19h – Roda de Diálogo Teatro Negro em Perspectiva, com Marcos Alexandre (UFMG). Mediação: Jefferson Vitorino (Cia. Máscara Negra).
20h – Espetáculo Xirê, do Coletivo À Margem.

27 de novembro

9h às 12h – Vivência Criando Autoficções, com a Cia. Teatro da UFPE (PE).
16h às 17h30 – Roda de Diálogo Processos Criativos Autoficcionais, com Marcondes Lima (UFPE) e Rodrigo Dourado (UFPE). Mediação: Fátima Pontes (Escola Pernambucana de Circo).
18h – Espetáculo Não. Tá. Fácil, do Coletivo À Margem (PE).
20h – Espetáculo Palestra Babau, Pancadaria e Morte, com Marcondes Lima e Mão Molenga (PE).

28 de novembro

9h às 12h – Vivência Contornos do Tempo: Ensaio na Terceira Idade, com o grupo Memória em Chamas (PE).
16h às 18h – Roda de Diálogo Teatro, Memória e Envelhecimento, com Rodrigo Cunha (IFPB) e equipe do espetáculo Senhora. Mediação: Manu de Jesus, da Creative’se Cultural.
18h – Espetáculo Baba Yaga, da Cênicas Cia. de Repertório (PE).
20h – Espetáculo Senhora, de João Pedro Pinheiro (UFPE).

29 de novembro

9h às 12h – Vivência Dramaturgias Urgentes: Escritas e Cenas Negras, com Kléber Lourenço (PE).
18h – Espetáculo Poema – Desmontagem, da Cia do Ator Nu (PE).
20h – Espetáculo Negro de Estimação – Desmontagem, com Kléber Lourenço (PE).

30 de novembro

10h às 12h – Abertura de Processo Senhora dos Sonhos, com Ceronha Pontes e Gonzaga Leal (PE).
14h às 17h – Roda de Diálogo Teatro e Comunicação na Era Digital: por e para onde caminhamos, com Aline (Vendo Teatro), Fernanda (Teatralizei), Ricardo Maciel (Palco Pernambuco). Mediação: Márcio Bastos.
18h – Performance O Problema é a Cerca, com Renna Costa (PE).
20h – Roda de Diálogo Vedetes e Vivecas: Mulheres do Vivencial, uma homenagem a Ivonete Melo, com Suzana Costa, Auriceia Fraga e Zélia Sales. Mediação: Hilda Torres.

O Satisfeita, Yolanda? faz parte do projeto arquipélago de fomento à crítica,  apoiado pela produtora Corpo Rastreado, junto às seguintes casas : CENA ABERTA, Guia OFF, Farofa Crítica, Horizonte da Cena, Ruína Acesa e Tudo menos uma crítica

 

 

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Semana Hermilo apresenta sete espetáculos

Espetáculo O Estopim Dourado, Foto: Ivana Moura.

O espetáculo O Estopim Dourado, encenado pelas atrizes pernambucanas Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo, propõe uma releitura crítica e feminina do texto João Sem Terra de Hermilo Borba Filho. Baseando-se no conceito de Corpo-território, inspirado nos estudos de Sandra Benites (Guarani Nhandeva), a peça transpõe a narrativa masculina da obra original para uma perspectiva feminina, explorando a relação íntima entre as mulheres e a terra. O

A peça combina diferentes linguagens teatrais, como o uso de máscaras, mamulengo, corporeidade e música ao vivo, dialogando com a cultura indígena e a cosmologia Guarani, associada à Terra e à natureza. Esta produção faz parte da programação da Semana Hermilo, um evento que celebra a vida e obra de um dos maiores expoentes da dramaturgia nordestina.

A Semana Hermilo, que acontece de 6 a 14 de julho no Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife Antigo, é uma homenagem ao legado de Hermilo Borba Filho. Dramaturgo, encenador, professor, crítico e ensaísta, Hermilo foi fundamental para a cultura nordestina. Sua obra, marcada pelo realismo fantástico, bebe na fonte das tradições populares e do imaginário coletivo do Nordeste brasileiro.

Através de suas peças, Hermilo buscava retratar a vida e os dilemas do homem nordestino, utilizando elementos como o cordel, o bumba-meu-boi e o mamulengo para criar uma linguagem teatral singular.

História de um Pano de Roda, com Bóris Trindade Júnior (Borica) e André Ramos. Foto: Divulgação

A programação da Semana Hermilo inclui outros espetáculos. No domingo, 7 de julho, a Cia. Brincantes de Circo apresenta História de um Pano de Roda, um espetáculo documental que narra a relação entre um velho palhaço e seu jovem aprendiz em um circo de lona furada nos rincões de Pernambuco. A peça destaca a transmissão de conhecimentos e a paixão pela arte circense, enquanto denuncia as condições precárias e a marginalização enfrentadas pelos artistas de circo. A peça é costurada com depoimentos de artistas circenses, expondo os bastidores de sua luta contra o preconceito, o descaso e a exploração. No elenco estão André Ramos e Bóris Trindade Júnior (Borica). E a direção é assinada por Ceronha Pontes.

Na segunda-feira, Marcondes Lima, do Mão Molenga Teatro de Bonecos, traz Babau, Pancadaria e Morte ou Com Quantos Paus se Faz uma Canoa para o Além. Na quarta-feira, João Lira apresenta Terreiro Trajetória, enquanto na sexta-feira, Claudio Lira e a Luz Criativa encenam Noite. No sábado, a Subitus Company da UFPE apresenta Matilda, dirigida por Neves da Senna.

Encerrando a semana, no domingo, 14 de julho, a Cênicas Cia de Repertório apresenta Baba Yaga, primeiro solo da atriz Sônia Carvalho. Com texto de Álcio Lins e direção de Antônio Rodrigues, o trabalho traz à cena a trajetória da terrível bruxa eslava homônima. Ambientado em sua cabana, o monólogo coloca o público como confidente da bruxa enquanto ela busca por seu filho, Olaf, explorando a dualidade entre amor e ódio, culpa e desejo de posse.

A Semana Hermilo é promovida pela Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife. Todos os eventos acontecem no Teatro Hermilo Borba Filho, no Recife Antigo, com entrada gratuita.

Sônia Carvalho em Baba Yaga. Foto Divulgação

Programação da Semana Hermilo:

  • Dia 6 (sábado): 19h15: Abertura da exposição Luiz Marinho, um resgate do autor que veio da mata. 20h: Espetáculo O Estopim Dourado
  • Dia 7 (domingo): 19h: História de um Pano de Roda
  • Dia 8 (segunda-feira): 19h: Babau, Pancadaria e Morte ou Com Quantos Paus se Faz uma Canoa para o Além
  • Dia 10 (quarta-feira): 16h e 19h: Terreiro Trajetória
  • Dia 12 (sexta-feira): 20h: Noite
  • Dia 13 (sábado): 19h: Matilda
  • Dia 14 (domingo): 19h: Baba Yaga

 

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Pintando o 7 nas férias do Recife

Bichos do Brasil, da Cia Pia Fraus, de São Paulo. Foto: Beto Andreeta / Divulgação

O segredo da arca de Trancoso. Foto: Divulgação

Para a produtora Iris Macedo, a arte é essencial na formação criativa e crítica das crianças. Estimular vínculos de afeição nos pequenos cidadãos pela arte pode contribuir na transformação do mundo. Como idealizadora e realizadora do Festival Pintando o 7 ela investe na força das atividades culturais como diferenciais na construção de outras realidades possíveis. Em sua sétima edição, o Festival Pintando o 7 ocorre no Recife, de 9 a 15 de julho de 2022, no Teatro do Parque, no centro do Recife, e no Teatro Barreto Júnior, na zona sul da cidade.

Interimaginários é o tema dessa edição. Segundo o ator e diretor Luciano Pontes, que faz a curadoria do festival pelo segundo ano consecutivo, é uma maneira de pensar e de interatuar com as crianças, de como vemos e como experimentamos brincar com a nossa imaginação.

Os espetáculos dessa edição buscam despertar sensações diferentes no teatro. Entre eles estão Bichos do Brasil, da Cia Pia Fraus, de São Paulo, que provoca a reflexão de como a sociedade está atentando para a natureza; e O Segredo da Arca de Trancoso, da Cênicas Cia de Repertório, de Pernambuco, que recupera o símbolo da arca como lugar onde se guardam objetos e memórias e oferece ao público as histórias antigas que vibram até hoje.

Já as oficinas culturais promovem treinamento de música, movimento, escrita, criação e montagem com arte em estêncil.

Um dos destaques da ocupação de cinco dias no Compaz Miguel Arraes (localizado na Avenida Caxangá, zona oeste do Recife) fica por conta de Lulu Araújo, que apresenta oficina sobre música, e para o espetáculo Timtim por TimTim, que acontece na área externa do Compaz. Além, disso, o evento engloba intervenções culturais, através de performances de músicos e dançarinos do Recife.  

O Projeto Pintando o 7 conta com o incentivo do Sistema de Incentivo à Cultura, Fundação de Cultura Cidade do Recife, Secretaria de Cultura – Prefeitura do Recife, com parcerias do Sesc e Compaz, sob a curadoria da Cia Meias Palavras e realização da Fervo Projetos Culturais.

Os ingressos estão à venda no site https://fervoprojetos.com/pintandoo7/recife-2022/

Projeto Pintando o 7

PROGRAMAÇÃO:

Espetáculos:

Bichos Do Brasil (Pia Fraus – Sp)
Teatro Do Parque
Dia 09/07/22 (Sábado)
Horário: 16h
 
Dia 10/07/22 (Domingo)
Horário: 10h
Ingressos: R$40 E R$20

O Segredo Da Arca De Trancoso (Cênicas Cia De Repertório – Pe)
Teatro Barreto Júnior
Dia 15/07/22 (Sexta-Feira)
Horário: 16h (Sessão Única)
Ingressos: R$40 E R$20

Oficinas e Atrações Artísticas:

Dia 11/07/22
Horário: 16h Às 18h
Oficina De Estêncil “Meio De Um, Meio Do Outro”, Com Emerson Pontes, Na Área Externa Do Compaz Governador Miguel Arraes – Gratuito

Dia 11/07/22
Horário: 16h Às 16h40
Orquestra Bichos Soltos, Na Área Externa Do Compaz Governador Miguel Arraes – Gratuito

Dia 11/07/22
Horário: 18h Às 18h40
Orquestra Dos Palhaços, Na Área Externa Do Compaz Governador Miguel Arraes – Gratuito

Dia 12/07/22
Horário: 9h Às 11h
Oficina Caixa De Ritmos, Com Lulu AraújoNo Compaz Governador Miguel Arraes, Dentro Do Cineteatro Joana Batista

Dia 12/07/22
Horário: 14h Às 16h
Oficina Frevarte, Frevo Para Crianças, Com O Balé DeverasNo Compaz Governador Miguel Arraes, Dentro Do Cineteatro Joana Batista

Dia 12/07/22
Horário: 16h Às 16h40 E 18h Às 18h40 
Balé DeverasNo Compaz Governador Miguel Arraes, Na Área Externa Do Compaz Governador Miguel Arraes – Gratuito

Dia 13/07/22
Horário: 9h Às 11h           
Oficina Caixa De Ritmos, Com Lulu AraújoNo Compaz Governador Miguel Arraes, Dentro Do Cineteatro Joana Batista

Dia 13/07/22
Horário: 16h Às 18h         
 Oficina De Estêncil “Meio De Um, Meio Do Outro”, Com Emerson Pontes, Na Área Externa Do Compaz Governador Miguel Arraes – Gratuito

Dia 13/07/22
Horário: 16h Às 16h40 E 18h Às 18h40 
Maracatu Nação ErêNo Compaz Governador Miguel Arraes, Na Área Externa Do Compaz Governador Miguel Arraes – Gratuito

Dia 14/07/22
Horário: 9h Às 11h           
Oficina Caixa De Ritmos, Com Lulu AraújoNo Compaz Governador Miguel Arraes, Dentro Do Cineteatro Joana Batista

 Dia 14/07/22
Horário: 14h Às 16h         
 Oficina Brincart, Com Alcione AquinoNo Compaz Governador Miguel Arraes, Dentro Do Cineteatro Joana Batista

 Dia 14/07/22
Horário: 16h Às 16h50     
Timtim Por Timtim, No Compaz Governador Miguel Arraes, Na Área Externa Do Compaz – Gratuito

Dia 15/07/22
Horário: 9h Às 11h           
Oficina Caixa De Ritmos, Com Lulu AraújoNo Compaz Governador Miguel Arraes, Dentro Do Cineteatro Joana Batista

Dia 15/07/22
Horário: 14h Às 16h         
 Oficina Brincart, Com Alcione AquinoNo Compaz Governador Miguel Arraes, Dentro Do Cineteatro Joana Batista
 

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Grupos que mantêm sedes e atividades de formação sem perspectiva de apoio

Fiandeiros possui Escola há dez anos

Enquanto os trabalhadores da cultura de todo o país aguardam a votação da Lei de Emergência Cultural, os dias vão passando. Para os grupos e coletivos de artes cênicas pernambucanos, as incertezas e inseguranças são potencializadas pela falta de ação também nos âmbitos estadual e municipal. O cenário é de preocupação – com a subsistência desses trabalhadores e com a manutenção dos espaços físicos.

O Poste Soluções Luminosas, grupo de teatro negro, possui um espaço cultural desde 2014, no térreo do prédio na Rua da Aurora, esquina com a rua Princesa Isabel, no bairro da Boa Vista. Neste primeiro semestre, finalizaríamos a segunda fase do projeto Música no Espaço O Poste e começaríamos a terceira edição do projeto Escola O Poste de Antropologia Teatral.  Tivemos que suspender toda a agenda de shows, assim como a continuidade dos processos que envolvem a produção da Escola”, explica Naná Sodré, atriz, diretora e produtora do grupo. “Sim, há risco de fechamento, pois quando ocorre a interrupção dessas atividades que são fundamentais para a manutenção, não temos como prosseguir”, avalia.

A Cênicas Companhia de Repertório inaugurou o Espaço Cênicas em 2010, no segundo andar de um prédio na Rua Vigário Tenório, no Recife Antigo. “Quem possui um espaço cultural sem patrocínio público ou privado neste país convive permanentemente com o risco de fechamento. Agora, com o agravamento desta pandemia, esse risco se torna ainda mais iminente. A nossa receita caiu praticamente mais de 80%. Só temos uma turma de alunos ativa e as despesas mensais continuam. Nossa receita vem dos cursos e atividades artísticas do espaço e a nossa reserva financeira já está no limite”, explica Antônio Rodrigues, diretor do grupo.

Diante da fragilidade das políticas públicas – o que nunca foi novidade para a classe artística, mas se acentuou com a pandemia -, os enredos são bem parecidos. O grupo Fiandeiros se preparava para comemorar os 10 anos da Escola Fiandeiros, que funciona no prédio na Rua da Matriz, na Boa Vista, e serve também como sede e espaço cultural. “Os impactos já são enormes. O Espaço é nossa principal fonte de arrecadação e, ao mesmo tempo, a nossa principal fonte de despesas. Interrompemos abruptamente a arrecadação, mas as despesas continuaram as mesmas mesmo com ele fechado. Nosso sustento enquanto grupo e, principalmente, enquanto Espaço, depende da renda que vem dos cursos, dos espetáculos e das atividades que geramos nele. A outra fonte de receitas, que viria da venda de espetáculos, temporadas, e tudo mais, está completamente parada. Estamos, ao final desses dois meses, tentando administrar um cronograma financeiro com muito esforço, vindo das ações remotas, que possa ao menos permitir a subsistência do Espaço pelo tempo que der”, avalia Daniela Travassos, atriz e diretora do grupo Fiandeiros.

Os Espaços O Poste Soluções Luminosas, Cênicas e Fiandeiros possuem uma característica significativa em comum: os três também são locais para formação e atividades pedagógicas. No caso da Cênicas e da Fiandeiros, algumas turmas prosseguiram no formato online. “A Turma do Curso de Teatro Cênicas Cia 2020 estava praticamente fechada, deveria ter iniciado no final de março, porém com a quarentena instalada, as aulas foram adiadas por tempo indeterminado, juntamente com o Curso Dramaturgia do Ator. Atualmente, estamos com uma única turma de teatro ativa, que já tinha iniciado as aulas em 2019. O Curso de Iniciação Musical para o Teatro está acontecendo com aulas online, duas vezes por semana, com duração de três horas diárias”, conta Rodrigues.

Aula virtual da Cênicas Cia de Repertório

Na Escola Fiandeiros, quatro turmas estão com aulas pela internet. “Adaptamos todos os planejamentos, revimos conteúdos para serem repassados remotamente e estamos, aos poucos, inserindo a corporalidade, o treinamento vocal e o exercício da interpretação experimentado à distância. Estamos nos surpreendendo com o resultado e com o envolvimento dos alunos, embora saibamos que falta o essencial, que é a presença. Mas, talvez, a realidade imposta e a necessidade da troca estejam aquecendo essa relação que acreditamos que fosse ser fria a princípio. Perdas existem. Teatro é coletividade, é troca, é presença. Mas também é reinvenção. É adaptação aos momentos e às tecnologias existentes”, avalia Daniela Travassos.

No Poste, ainda estão abertas as inscrições para a Escola de Antropologia Teatral. As aulas desta terceira turma do programa, que tem como incentivadores Eugenio Barba e Julia Varley, deveriam ter começado no dia 2 de abril. O grupo aderiu às lives para a divulgação da campanha “Apoie o Espaço O Poste, não deixe fechar!”, que está com link no Catarse.

Eugenio Barba e Julia Varley, em visita ao Espaço O Poste

Cênicas e Fiandeiros ainda não fizeram campanhas de arrecadação, mas não excluem a ideia. Afinal, não há nenhuma expectativa para um suporte governamental, seja para artistas, grupos ou espaços. Para Daniela Travassos, “quando não há uma política estruturada para uma classe, fica difícil até atuar em cenários de urgência. Agora, o que tem são alguns artistas aguerridos lutando e falando por uma classe inteira, tentando achar uma maneira de dividir migalhas entre todos, porque o governo até agora acha que manter os editais já é o suficiente. Nós seguimos fazendo o que podemos: contribuindo para as discussões, inscrevendo em todos os editais possíveis, investindo grana pessoal, trabalhando em prol do nosso Espaço, que é da cidade e das pessoas, investindo na formação e tentando manter as ações que podemos”.

Para saber mais sobre as ações dos grupos, siga os espaços e companhias na rede:

@oposteoficial

@fiandeirosdeteatro

@espacocenicas | @cenicascia

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Cênicas festeja 15 anos

Um gesto por outro foi a primeira montagem da companhia. Foto: Divulgação

Um gesto por outro foi a primeira montagem da companhia. Foto: Divulgação

Para alguns, fazer teatro é uma opção de vida. A Cênicas Cia. de Repertório segue essa pulsão há 15 anos.  Na sede que mantém no bairro do Recife atua em atividades contínuas de criação, formação e difusão das artes. O núcleo duro do grupo formado por Antônio Rodrigues, Monique Nascimento, Raul Elvis, Rogério Wanderley, Sônia Carvalho, Manu Costa e os estagiários Alcio Lins, Gustavo Patriota organizam uma festa para convidados neste sábado no espaço da trupe. E com isso abrem a temporada comemorativa, que consta de apresentações de esquetes, temporadas de espetáculos do repertório e estreia do novo trabalho, prevista para o ano que vem.

Um Gesto Por Outro; Que Muito Amou; Pinóquio e suas Desventuras; Pluft o Fantasminha, Era Uma Vez Um Rio, A Filha do Teatro e Salmo 91 fazem parte do acervo do grupo.

A maior parte da trupe fundadora da Cênicas veio de Garanhuns, agreste de Pernambuco. O desejo de pesquisar a linguagem da cena com ênfase no trabalho do ator ligava essa turma.  A primeira montagem foi Um Gesto por Outro do dramaturgo francês Jean Tardieu., Teatro do Absurdo. A jovem companhia identificada com a crítica às convenções, regras de etiquetas, enfim às hipocrisias da sociedade estreou em Garanhuns em 2001. Na VIII Mostra de Artes Cênicas de Garanhuns ficou em segundo lugar e conquistou os prêmios de melhor atriz (Duvennie Pessoa), figurino, maquiagem, cenário, coreografia. E fez uma temporada no Recife, no Teatro Joaquim Cardozo em 2002.

A ousadia da juventude motivou o grupo a se aventurar no Festival de Curitiba, onde apresentou Um gesto por outro no Fringe.

Os prêmios da IX Mostra de Artes Cênicas para a montagem Transe (2002) de Ronald Radde, serviram de incentivo.  O grupo arrebatou os troféus de Melhor espetáculo, atriz (Duvennie Pessoa), ator revelação (Edjalma Freitas), figurino, maquiagem iluminação e coreografia. No ano seguinte fez uma temporada no Recife, desta vez no Teatro Arraial em 2003.

Depois de Apaga a Luz (2003), do autor gaúcho Ronald Radde, o grupo investiu em Caio Fernando Abreu na montagem Que Muito Amou (2004). Foram selecionados três contos do livro Os Dragões Não Conhecem o Paraíso: Sapatinhos Vermelhos, Praiazinha e Dama da Noite.

A linguagem dos quadrinhos e dos desenhos animados – dos HQ em preto e branco até os mangás japoneses – foi a base do espetáculo NEUROSES a comédia (2006), que marcou os cinco anos da companhia.

Com o prêmio do Concurso Especial de Montagem Jean Genet – FUNDARPE, o grupo montou As Criadas (2006) de Jean Genet, que teve como diretores convidados  a dupla Marcondes Lima e Kleber Lourenço.

Pinóquio e suas Desventuras (2008) foi o primeiro infantil da companhia. O segundo espetáculo para infância foi Pluft o Fantasminha (2011)  de Maria Clara Machado.

O Prêmio Myrian Muniz de Teatro possibilitou a encenação de Senhora dos Afogados (2010), do dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues, com direção de Érico José. Por sua atuação na peça, Bruna Castiel recebeu o prêmio de atriz revelação do Janeiro de Grandes Espetáculos 2011.

Bruna Castiel em A Filha do Teatro. Foto: Marcelo Soares/ Secult/ Fundarpe.

Bruna Castiel em A Filha do Teatro. Foto: Marcelo Soares/ Secult/ Fundarpe.

Os espetáculos mais recentes são A Filha do Teatro (2013) de Luís Reis; o infantil Era uma vez um rio (2014), texto de Lavínia Pannunzio baseado em obra de Martha Pannunzio, e  Salmo 91 (2015), texto de Dib Carneiro Neto baseado na obra Carandiru de Dráuzio Varela.

PROGRAMAÇÃO 15 ANOS CÊNICAS CIA DE REPERTORIO / 2016

Festa de 15 anos
Dia: 09/07, às 20h, no Espaço Cênicas
* Entrada exclusiva para convidados

Pequenos Grandes Trabalhos – Mostra de esquetes com ex-alunos do curso Dramaturgia do ator
Dia: 09/07, às 20h, no Espaço Cênicas

3° temporada do espetáculo Salmo 91
Estreia: 27/08 até 25/09/2016, aos sábados, às 20h; e aos domingos, às 18h, no Espaço Cênicas

Temporada de Pinóquio e suas desventuras
Estreia: 08 até 29/10/2016, aos domingos, às 16h, no Teatro Eva Herz – Shopping RioMar

Projeto Cênicas em Cena – Série de solos com integrantes do grupo

Pedaços de Iracema – Com a atriz Sônia Carvalho
Estreia: 08 até 29 de outubro de 2016, aos sábados, às 20h, no Espaço Cênicas

Baba Yaga – Com o ator Álcio Lins
Estreia: 05 a 26 de novembro de 2016, aos sábados, às 29h, no Espaço Cênicas

Pequenos Grandes Trabalhos – Mostra de esquetes com alunos da turma 2016 do curso Dramaturgia do ator
Dia: 17 e 18/12/2016, às 20h, no Espaço Cênicas

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