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Que Genet nos salve da caretice. Crítica de Sto. Genet

Santo Genet. Foto: Lígia Buarque / Divulgação

Santo Genet. Foto: Lígia Buarque / Divulgação

Santo Genet e as Flores da Argélia estreou há quase um ano e o recebi como um arroubo quase juvenil, uma peça de falsa transgressão, escrita e encenada por Breno Fittipaldi. De lá para cá, muitos episódios que ocorreram no Brasil e no mundo sinalizam o avanço do retrocesso (que imagem medonha!) e parece-me que coisas fora de ordem ganham outras potências e até mesmo supostos equívocos podem ser lidos de forma diferente e conferidos outros sentidos. 

A montagem se anuncia inspirada na vida do dramaturgo francês Jean Genet (1910 – 1986), narrados no romance autobiográfico Diário de Um Ladrão. Dos elementos do universo genetiano, a encenação enfoca relações homoafetivas, furto, traição, religiosidade, santificação, violência, miséria, relação de poder.

O diretor Breno Fittipaldi é um leitor atento da obra do autor de Nossa Senhora das Flores (1944), The Miracle of the rose (1946), Querelle de Brest (1947) e Funeral Rites (1949), mas as manobras / procedimentos utilizados para levar ao palco os elementos principais da obra inspiradora chegam romantizadas ao palco, sem a força bruta da poesia que fez intelectuais ficarem de joelho diante da literatura de Genet.

Com elenco do grupo Calabouço Cênico, composto por 18 jovens atores, uma encenação em quadros, as memórias emocionais e físicas dos intérpretes são levados à cena. E no início todos falam de alguma contraversão cometida na infância. Narram aquelas brincadeiras longe dos olhos dos pais e carregam no gosto do proibido.

Mas como traduzir a potência transgressora de Genet e ressaltar a poesia desse artista que desequilibrou a inteligência com sua obra de alto teor marginal, mas depois foi processada nas bordas do mainstream?

Em O ateliê de Giacometti (Ed. Cosac & Naify, São Paulo, 2000), Genet dá chaves de sua visão de mundo e da arte no processo de desmascaramento: “A beleza tem apenas uma origem: a ferida, singular, diferente para cada um, oculta ou visível, que o indivíduo preserva e para onde se retira quando quer deixar o mundo para uma solidão temporária, porém profunda. Há, portanto, uma diferença imensa entre essa arte e o que chamamos o miserabilismo. A arte de Giacometti parece querer descobrir essa ferida secreta de todo ser e mesmo de todas as coisas, para que ela os ilumine.”

Difícil tarefa!

O elenco executa determinados conceitos de forma tosca ou precária, como as relações sórdidas e o prazer da prostituição. As aventuras perigosas no submundo são bem oscilantes como o  cerimonial erótico projetado na atualidade.

Faltam aos corpos a experiência, não digo a radicalidade de Genet do submundo dos ladrões, mendigos, homossexuais, prostitutos e presidiários, mas uma vivência que dê um peso a essa estetização.

Há frestas de glamour (avesso a Genet) e festa, ao tratar dos horrores da existência. O lirismo é aquebrantado na construção desses santos e mártires esculpidos por Breno Fittipaldi. Também do ponto de vista dramatúrgico, muito do valor lírico da palavra genetiana se perde nessa adaptação.

Elenco do Grupo Calabouço

Elenco do Grupo Calabouço

Mas em paralelo a tudo isso, de desvios nas conjunções das cenas, dos corpos que precisam de uma presença energizada, há uma busca empenhada em rasgar os clichês, em ir além da afetação, para encontrar a poesia do sórdido. O elenco mergulha sem pudor contra uma caretice que se instaura no mundo.

Encenar Genet se torna por si só um ato político. Desmascarar o corpo, ir para a beira do abismo, esquadrinhar a violência como um processamento de poder contra a moralidade é um exercício artístico de devir. De aposta no futuro e nas escolhas e possibilidades mais radicais que podem estar no horizonte.

É preciso dizer que o elenco é corajoso. E se oferece ao banquete preparado pelo diretor. É de uma extrema entrega e alegria de estar no palco. Isso vai para a conta do processo de cada um deles, o autoconhecimento. Os jogos, as trocas, as cumplicidades. E o público? Mais de duas horas a acompanhar um emaranhado de cenas em idas e vinda sob o pretexto de Genet. Os mais jovens talvez fiquem empolgados com a composição dos quadros, a nudez e a permissividade. Que os outros façam suas próprias reflexões para apreender os riscos dessa aventura no território do grupo. 

Santo Genet faz uma apresentação nesta segunda-feira, às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho, dentro da programação do 24º Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas e Música de Pernambuco.

Ficha Técnica
Elenco: Alcides Córdova, André Xavier, Binha Lemos, Dara Duarte, Diogo Gomes, Diôgo Sant’ana, Giovanni Ferreira, Fábio Alves, Hypólito Patzdorf, Lucas Ferr, João Arthur, Marcos Pergentino, Pedro Arruda, Robério Lucado, Shica Farias e Willian Oliveira.
Dramaturgia, encenação e sonoplastia: Breno Fittipaldi.
Assistentes de encenação:
Alcides Córdova, Hypólito Patzdorf e Nelson Lafayette.
Preparação corporal:
Hálison Santana e Hypolito Patzdorf.
Preparação vocal e execução de sonoplastia:
Nelson Lafayette.
Preparação vocal e direção musical:
Lucas Ferr.
Assistentes de direção musical:
Giovanni Ferreira e Natália Oliveira.
Figurino:
Paulo Pinheiro.
Assistente de figurino:
Binha Lemos.
Calçado:
Jailson Marcos.
Maquiagem:
Vinícius Vieira.
Assistente de maquiagem:
Pétala Felix.
Iluminação:
Dara Duarte.
Execução de luz:
Aline Rodrigues / Tomaz Manzzi.
Identidade visual / Plano de mídia artística:
Alberto Saulo, Alcides Córdova e William Oliveira.
Fotografias:
Li Buarque e Maria Laura Catão.
Ações formativas:
Alberon Lemos.
Equipe de Apoio:
Helen Calucsi, Lorenna Rocha, Paulo César Pereira, Pétala Felix, Rafael Motta. Produção executiva: Alcides Córdova e Binha Lemos.
Produção geral:
Grupo Cênico Calabouço.

SERVIÇO
EspetáculoSanto Genet e as Flores da Argélia
Quando: Nesta segunda-feira, 15/01, às 19h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Quanto: R$ 30,00 inteira R$ 15,00 meia

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Potências e fragilidades do humano. Crítica de Ícaro

Foto: Pedro Portugal

Luciano Mallmann faz a segunda sessão neste sábado, no Janeiro de Grandes Espetáculos. Foto: Pedro Portugal

Há muito de ficção, com pitadas de realidade no monólogo Ícaro, peça com o ator gaúcho Luciano Mallmann, com direção da atriz Liane Venturella, que está na programação do Janeiro de Grandes Espetáculos. A realidade impulsiona para o voo e a ficção funciona como fio terra. Pode até parecer uma inversão essa leitura, porque o corpo de cada um já impõe limites, mas não pode barrar desejos. Uma queda durante uma acrobacia aérea em tecido no Rio de Janeiro provocou uma lesão na medula de Mallmann, em 2004. Ele se tornou paraplégico. Essas experiência e as novas condições de deslocamento, as mudanças na relação com às pessoas e objetos, inspiraram a montagem, que tem dramaturgia de Mallmann. O título faz alusão à figura da mitologia grega, o filho de Dédalo, que ficou famoso por sua tentativa de deixar Creta voando.

Esse teatro documental junta seis histórias narradas / interpretadas que tem em comum os conflitos internos e externos de cadeirantes. Os desafios cotidianos, fatos que ganham um teor excepcional pelo suspense no desenrolar do monólogo. A estrutura dramática é simples com uma espécie de prólogo, em que o ator conta a vivência de uma queda da cadeira de rodas e a via crucis para chegar até a cama. Lembrei-me do personagem de Kafka: “Numa manhã, ao despertar de sonhos intranquilos, Gregor Samsa deu por si na cama metamorfoseado num gigantesco inseto.” Dos movimentos de Gregor, das tentativas de sair do lugar.

O ator se expõe e descortina o jogo de forças. Há algo de melodramático – no recorte das histórias, no tom narrativo, nas pausas bem marcadas, – reforçado pela trilha sonora de Monica Tomasi e iluminação de Fabrício Simões. E isso não é nenhum problema. É uma pontuação. Mallmann contou da sua preocupação em não ser piegas. Não é. É humano, que fala das vulnerabilidades, desafios adaptações pra criar novas fortalezas nas condições que a vida se apresenta. Dizer “hoje a palavra cadeirante me dá sorte” ou “está tudo certo” não são apenas frases de efeito.  É que estar vivo é desafio, dádiva e alegria. Resiliência na prática.

Ícaro é um espetáculo sobre potências e fragilidades do humano. Da gravidade dos relacionamentos, negociações amorosas, preconceito, gravidez e maternidade, medos, sobre o imponderável e forças misteriosas no universo. Sobre a existência, que é um jogo e a qualquer hora pode virar.

Foto: Pedro Portugal

Elegância nos papeis femininos. Foto: Pedro Portugal

O espetáculo é principalmente um trabalho de presença cênica. E o intérprete explora com maestria as facetas de suas personagens, salientando as diferenças entre elas. É uma montagem que provoca a emoção do espectador, sem dúvida, ao expor a complexidade de estar no mundo com seus movimentos limitados.

Cada episódio tem a sua própria tensão dramática. Desde o conflito da garota que a mãe queria transformar em princesa, sofreu uma lesão na coluna, levou um chute do namorado, que  e a vida encarregou de dar o troco; passando pelas histórias de maternidade e do suicídio programado na Suíça. Ao paciente machista, que não consegue tomar um copo d’água sozinho, mas ainda não introjetou sua atual situação, entre demonstrações de agressividade e os delírios do desamparo de outros tempos.

Ícaro é uma peça delicada e com força para deslocar visões de mundo. Isso é muito.

Serviço

Espetáculo Ícaro 
Quando: Sábado (13/01), às 18h
Onde: Teatro Arraial Ariano Suassuna (Rua da Aurora, 457, Boa Vista)
Quanto: R$ 20 (preço único)
Informações: (81) 3184-3057

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Abertura do JGE: Política no segundo ato

Foto: fotos de wellington dantas

Leda Alves, Marcelino Granja, Márcia Souto, Paulo de Castro e Astrogildo Santos . Foto: Wellington Dantas

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O coordenador-geral do festival e a secretária de Cultura do Recife. Foto: Wellington Dantas

A noite de 14 de março de 2017 ficou na minha memória como uma experiência poética e política incrível e inesquecível. Com o Theatro Municipal de São Paulo lotado, os gestores representantes dos secretários municipal e estadual de cultura de São Paulo, e do então ministro da cultura foram silenciados por ensurdecedoras vaias, um festival de apupos, na abertura da 4ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp). Um momento histórico no teatro brasileiro. O produtor da MITsp já havia demarcado a posição do evento contra a precarização da cultura, o congelamento do orçamento e a ameaça de destruição das políticas culturais significativas.

No Recife dos casarões coloniais e estruturas de pensamento conservadoras da elite e classe média que ocupavam as cadeiras do Teatro de Santa Isabel, na quarta-feira, na abertura do Janeiro de Grandes Espetáculos, as reações foram amenas e acanhadas. O coordenador-geral do JGE, Paulo de Castro, falou rapidamente dos desafios desta edição e da alegria em sua realização. Depois foram convidados ao palco o secretário de cultura de Pernambuco, Marcelino Granja; a presidenta da Fundarpe, Márcia Souto; a secretária de Cultura do Recife, Leda Alves e o diretor de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco, Astrogildo Santos.

A fala de Marcelino Granja surpreendeu e provocou uma tensão cognitiva. Ele se posicionou a favor de Luís Inácio Lula da Silva e contra o golpe. Fez um discurso em defesa da democracia, do estado de direito e do ex-presidente Lula. E foi enfático de que a ameaça de condenação de Lula é uma infâmia, que pode se alastrar por todos setores.

A preleção parece boa, para quem se posiciona contra o golpe midiático, parlamentar e jurídico que afastou a presidenta Dilma Rousseff. A não ser por alguns pequenos “detalhes”, que motivaram discretos protestos de “Fora Temer” e ensaios de vaias, que sobraram para outro representante.

Granja é filiado ao PC do B (partido que é contra o golpe), mas é secretário de Cultura do Governo Paulo Câmara, declaradamente a favor do golpe. Então existe aí , pelo menos, uma esquizofrenia política.

Estamos em tempos em que as narrativas são construídas e desconstruídas ao bel-prazer de hábeis oradores. Granja portanto, lembrou dos editais do Funcultura (principal fonte de financiamento da produção cultural pernambucana – audiovisual, música e geral) para enaltecer o governo e e dizer que está do lado dos artistas. Numa estranha passividade, a plateia baixou a cabeça e alguns até aplaudiram o discurso.

Depois dele, a presidenta a Fundarpe, Márcia Souto também do PC do B falou pouco e destacou que a atriz e produtora Paula de Renor (que ficou por 15 anos na coordenação do JGE, junto com Paulo de Castro e Paula Valença), e que estava sentada na plateia, é a nova presidenta do Conselho de Cultura. Uma função merecida para Paula de Renor que luta há anos por políticas públicas mais justas em Pernambuco. Mas o anúncio pareceu uma cortina de fumaça em meio ao fogo cruzado.

A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, reafirmou que é um soldado na política do PSB e que luta pela cultura pernambucana. Ela tem um histórico, inclusive como artista e gestora que impõe respeito, e é muito querida no setor. Mas a realidade da política cultural recifense não é um palco iluminado e todos nós sabemos disso.

Dessa etapa protocolar, o produtor Astrogildo Santos, que atua como diretor na Fundaj, iniciou sua fala dizendo que estreou como ator no Teatro de Santa Isabel e outros feitos, para depois defender que o Ministro da Educação, Mendonça Filho, está fazendo grandes ações pela educação e cultura. Vaia na certa. Fora Temer! e Golpistas! foram as palavras de ordem gritadas por uma parte da plateia.

Coube a Paulo de Castro arrematar com as palavras de que este ano tem eleição e teremos condições de eleger os nossos representantes. Será? Há muitos meses da campanha política já há apostas de quem será o próximo deputado federal mais votado. Então, será que já saímos da era das capitanias hereditárias?

HOMENAGEADOS

Nesse clima tenso foram convidados os homenageados desta edição Vanda e Renato Phalante, dois queridos atores pernambucanos, com uma trajetória ligada ao Teatro de Amadores de Pernambuco e que ostentam 40 anos de profissão. Eles receberam os aplausos e carinho do público, muitos de seus pares de palco. Palavras de afetos foram transmitidas em vídeo, inclusive as de Geninha da Rosa Borges. E também foram presenteados com um quadro pintado por Cleusson Vieira .

Vanda Phaelante. Foto: Wellington Dantas

Vanda Phaelante. Fotos: Wellington Dantas

Homenageados desta edição ganham quadro pintado por Cleusson Viana

Homenageados desta edição ganham quadro pintado por Cleusson Vieira

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Abertura do JGE: Livro no primeiro ato

Cleodon Coelho e o biografado José Pimentel. Foto Pedro Portugal

Cleodon Coelho e o biografado José Pimentel. Foto Pedro Portugal / Divulgação

Hermila Guedes e José Pimentel. Foto Pedro Portugal

José Pimentel e a atriz Hermila Guedes. Foto Pedro Portugal

Escritora e jornalista Crla Denise, encenador Marcondes Lima e Cleodon Coelho. Foto Pedro Portugal

Escritora e jornalista Carla Denise, encenador Marcondes Lima e Cleodon Coelho. Foto Pedro Portugal 

A abertura do 24º Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas e Música de Pernambuco, na noite da quarta-feira (10/01), pode ser dividida em atos. O primeiro, o lançamento do livro no foyer do Teatro de Santa Isabel. O segundo composto por discursos e homenagens. E o terceiro, a exibição do musical Dorinha Meu Amor. No conjunto, sucesso de público, com a casa lotada.

Em clima festivo, o jornalista Cleodon Coelho lançou José Pimentel – Para Além das Paixões, em que desenha a trajetória do ator, diretor e jornalista pernambucano de Garanhuns, muito conhecido por suas atuações na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e na Paixão de Cristo do Recife. Autor e biografado passaram mais de duas horas dando autógrafos e entrevistas, tirando fotografias com os fãs.

De cabelos longos, mesmo depois de ter passado o bastão do papel de Cristo para Hemerson Moura, Pimentel parecia abatido, com uma alegria contida, mas cansado. Cleodon Coelho se mostrava jubiloso com a missão cumprida.

Essa é a terceira publicação assinada por Cleodon Coelho. A primeira foi Nossa Senhora das Oito (Mauad editora, 2003), sobre a novelista Janete Clair, em parceria com o crítico carioca Mauro Ferreira. A segunda foi Lilian Lemmertz – Sem Rede de Proteção (imprensa oficial, 2010).

 Para Além das Paixões está dividida em capítulos curtos e envolventes, que são flashes da vida do filho de Virgínio Albino Pimentel e dona Florentina nascido em 11 de agosto de 1934.

O rumo desse leonino que carregou a cruz de Jesus, na Paixão, por 40 anos, é curioso e marcado por ousadias e insistências

Algumas figuras foram fundamentais na escolha de caminhos desse artista. Entre elas, seu amigo de toda a vida que o encaminhou às artes, o diretor Octávio Catanho, o Tibi e o escritor Ariano Suassuna (1927-2014). “Sempre estive ao lado dele em todos os momentos de sua vida. Já fiz de tudo nos projetos que ele inventa. Trabalhei como ator, cenógrafo, produtor…”, conta Catanho no livro.  Foi com Tibi, no Grupo Dramático Paroquial de Água Fria, que Pimentel assumiu o primeiro personagem, o de Pôncio Pilatos, na montagem O Drama do Calvário.

Já seu début num palco italiano ocorreu com a peça Lampeão, em cinco atos de Raquel de Queiroz, sob a direção de Octávio Catanho, no papel de Ezequiel, cangaceiro conhecido como Ponto  Fino.

Cleodon registra que de uma maneira nada cordial, o crítico Isaac Gondim filho anunciou a novidade no Diário de Pernambuco “o Grupo Paroquial de Amadores (conjunto que não conhecemos e do qual nunca ouvimos falar) vai apresentar no Teatro de Santa Isabel representando a peça Lampeão, de Rachel de Queiroz…” Depois da estreia, apesar de apontar as falhas, Gondim Filho foi mais generoso: “Por isso, quando o GTA se apresenta pela primeira vez no teatro de Santa Isabel, só lhe podemos ter palavras de estímulo e de incentivo, sobretudo pelos valores positivos de sua realização …”

Já na crítica assinada por Ariano Suassuna, publicada no Diario de Pernambuco, em 16 de setembro 1956, sobre a peça A compadecida, depois chamada o Auto da Compadecida o escritor é só elogios a Pimentel: “José Pimentel viveu, no espetáculo do Teatro Adolescente, a figura do rico fazendeiro Antônio Moraes, e, posteriormente, o Encourado (o diabo). Saiu-se muito bem em ambas, tendo sido mesmo uma revelação de ator, com muito senso de ritmo nos gestos e nas falas, comedido e presunçoso como fazendeiro, odiento e perigoso como o diabo”.

Essa foi a primeira encenação do texto do escritor paraibano, montado por Clênio Wanderley com Teatro Adolescente do Recife. O livro revela detalhes deliciosos sobre a estreia na capital pernambucana, após alguns adiamentos, até a consagração no primeiro Festival de Amadores Nacionais no Rio de Janeiro. “Deu uma vontade danada de esfregar a medalha de ouro na cara de quem nos criticou na nossa própria terra”, comenta Pimentel na obra.  

As polêmicas da sua saída da montagem de Nova Jerusalém são bem conhecidas e estão retratadas. Mas uma outra faceta de Pimentel como colunista do jJornal da cidade dá uma apimentada na publicação.

O jornalista Cleodon Coelho selecionou algumas edições da Coluna Sinal Fechado, dentre elas estão alfinetadas em outros encenadores e grupos do Recife:

“Uma clara alusão aos espetáculos O Calvário de Frei Caneca e Batalha dos Guararapes, o pretensioso e pedante Toninho Candonga (nunca sei direito o nome desse cara) disse que ia resgatar, através de Shakespeare, a alegria e o barroquismo da Cidade Maurícia, no que ela tem de mais vivo e menos a arqueológico. Num ato falho, fala da Maurícia do século XVII”.

“A companhia teatral Fundação de Cultura Cidade do Recife Ltda. enviou-me dois convites para a estreia de Sonho de uma noite de verão, by (sic) Shakespeare. Na fila U, lateral, do Teatro do Parque. Levei luneta e amplificador. Na entrada, uma surpresa: a bolsa da minha mulher foi revistada.  Que será que os caras pensavam encontrar? Bombas, ovos podres, revólver? Máquina fotográfica? Pois é, os espiões teatrais, como os industriais, estão à cata de novidades e bem que poderiam documentar cenários, figurinos, peitos etc. Para utilizar em futuras montagens. … Sentei-me estiquei o pescoço e juro que vi. Gostei. Como sou leigo em teatro e não sou crítico de, deixo os comentários para Valdir Coutinho e Enéas Alvarez. Apenas, como espectador, devo dizer que gostei mais da revista Tal e qual – nada igual. Bom, pelo menos fui ver. Pior fazem eles que picham meus espetáculos sem vê-los.”

O encenador Antonio Cadengue comenta no livro que “Relendo o texto depois de muitos anos, eu dei boas risadas. Mas me chamar de Candonga não era um erro. Era provocação mesmo”.

Histórias do teatro pernambucano.

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Janeiro de música, teatro e dança

Algumas atrações do JGE

Egberto Gismonti; Dorinha, Meu Amor; Pro(Fé)Ta – O Bispo do Povo; Dinamarca; A Ópera do Sol; Um Minuto Para Dizer Que Te Amo; Kalashnikova – Ak 47 e Tibério Azul são algumas atrações do JGE

Em 2018, o Janeiro de Grandes Espetáculos assumiu de vez o perfil de mosaico de peças de significados, qualidade e estilos diversos, mas que no seu conjunto produzem um efeito impactante no Recife e região. Em sua 24ª edição, o agora Festival Internacional de Artes Cênicas e Música de Pernambuco, que ocorre de 10 a 28 deste primeiro mês do ano, aglutina quase 70 atrações na mostra oficial, além de montagens da mostra paralela que possibilitam um repertório de amplo espectro e um envolvimento de públicos variados.

A música ganha mais protagonismo no programa, com algumas incursões por trabalhos sonoros mais contemporâneos como o show de Tibério Azul e Igor de Carvalho. Ou a encenação A Dita Curva, uma idealização de Flaira Ferro que junta vozes femininas, – as cantoras e compositoras Aninha Martins, Aishá Lourenço, Isaar, Isadora Melo, Sofia Freire, Luna Vitrolira, Laís de Assis, Paula Bujes e Ylana Queiroga e a própria Flaira Ferro, – para um passeio poético que promete ser deslumbrante, entre cantos em grupo, solos, duos e quartetos. Ou a estreia nacional que junta Egberto Gismonti, João do Pife, com participação da Banda de Pífano Dois Irmãos.

Ayrton Montarroyos, 22, contracena com Claudette Soares, 60 anos de carreira, para saudarem juntos a boa MPB. Já Arthur Philipe e Cláudia Beija celebram Frank Sinatra e Ella Fitzgerald, com canções da trajetória desses ícones da música mundial, no show Frank & Ella

Renata e Vanda recebem as homenagens do Janeiro de Grandes Espetáculos. Foto: Renata Phaelante

Renato e Vanda recebem as homenagens do Janeiro de Grandes Espetáculos. Foto: Renata Phaelante

O casal de atores Renato e Vanda Phaelante, com mais de 40 anos de carreira, são os homenageados desta edição do Festival Internacional de Artes Cênicas e Música de Pernambuco.

DORINHA, TEMPO DE AMORES E ESTREIAS

Isadora Melo em Dorinha, Meu Amor. Foto: Flora Negri

Isadora Melo em Dorinha, Meu Amor. Foto: Flora Negri

O traçado teatral passeia por produções pernambucanas recentes. A abertura é com Dorinha, meu amor, um musical com a cara de férias no Nordeste, leve e com pitadas de humor. Protagonizado por Isadora Melo com a participação dos músicos Juliano Holanda e Rafael Marques, além dos convidados especiais Flaira Ferro (dia 10) e Almério (dia 11), Dorinha é uma personagem encantadora principalmente pela voz da cantora, que entoa canções românticas de compositores brasileiros dos últimos cem anos.  Com direção de João Falcão, a peça sobrevoa sobre relacionamentos e suas rupturas de forma vaporosa e sem medo dos clichês.

O Grupo Magiluth convida o público a viver um momento Hygge em Dinamarca, uma encenação com altas doses de ironia que fala muito sobre esses tempos que  correm. Tem também na programação o espetáculo Retomada, inspirado na resistência do povos Pankararu, Xukuru e Kapinawá, em que o Grupo Totem corporifica a sacralidade das terras indígenas, reverencia a ancestralidade e dá seu grito de poesia transbordante.

Daqui Não Saio, Daqui Ninguém Me Tira, com o Balé Deveras mostra a história de luta das ocupações urbanas no Recife, a partir da experiência de Brasília Teimosa, nos passos do frevo, coco, capoeira, ciranda e maracatu.

Marconi Bispo em Luzir é Negro! Foto: Bernardo Teshima

Marconi Bispo em Luzir é Negro! Foto: Bernardo Teshima

O ator e cantor Marconi Bispo investiga o racismo e suas manifestações na vida de um homem negro, nordestino, gay, candomblecista e periférico na montagem autobiográfica Luzir é negro! Também baseado em fatos reais, Machuca encara de frente o tema da violência de gênero contra a mulher, num espetáculo de denúncia, declaradamente feminista, mas com esperança no futuro.

Carlos Lira e Célia Regina em atuações comoventes

Carlos Lira e Célia Regina em atuações comoventes. Foto: Divulgação

As memórias e seus fios que se confundem pelo Alzheimer dão folego à peça Um Minuto para Dizer que Te Amo, que conta com interpretações preciosas de Célia Regina Rodrigues Siqueira e Carlos Lira.

O Grupo Teatro de Retalhos, de Arcoverde, chega uma montagem de A Máquina, (texto de João Falcão) a história de uma jovem que quer ganhar o mundo como artista mas não quer sair de sua terra Nordestina.

ESTREIAS E CONVIDADOS NACIONAIS E INTERNACIONAIS

Pro(Fé)Ta, sobre Dom Helder Camara encerra a trilogia do Coletivo Grão Comum/Gota Serena, que investiu na arte de Glauber Rocha e na educação de Paulo Freire. Espera o Outono, Alice (Amaré Grupo de Teatro), com direção de Quiercles Santana e Analice Croccia, trata das perdas na trajetória de cada um. O Diário das Frutas marca a estreia da Cais Cia. de Dança, dirigida por Dielson Pessoa, baseado no catálogo da exposição homônima, da pintora Tereza Costa Rêgo. Também estreiam A Ceia dos Cardeais (Paulo de Castro Produções), Aluga-se (Grupo Acaso), Ebulição (Valéria Vicente) e Meia-Noite (Orun Santana).

Ícaro. Foto: Fernanda Chemale / Divulgação

Ícaro. Foto: Fernanda Chemale / Divulgação

Quinze montagens nacionais estarão na programação. Em Ícaro, da LM Produções, de Porto Alegre/RS, o dramaturgo, o ator e bailarino Luciano Mallmann reflete sobre a fragilidade do homem a partir de seis histórias fictícias de cadeirantes.

A Cia Teatral Milongas e Pagu Produções Culturais, do Rio de Janeiro, apresenta sem o uso de palavras, a relação das figuras do palhaço Branco (manipulador) com o palhaço Augusto (manipulado) na peça Espelunca.

Três montagens internacionais também fazem parte do repertório. Kalashnikova – AK 47, um espetáculo de dança da Companhia el contrabando, da Suíça. (…) E a Vida Afinal é como as Orquídeas, da Gambuzinos com 1 Pé de Fora, de Portugal, e Dialogus Ibéricos, produção Portugal/Espanha da Favelacult Gestión Cultural.

LIVRO SOBRE PIMENTEL

Capa do livro de Cleodon Coelho

Capa do livro de Cleodon Coelho

Pimentel é uma figura intrigante e cheia de histórias para contar. Foi professor universitário, é ator e diretor de teatro mais conhecido por ter “encarnado” o papel de Jesus nas Paixões de Cristo de Nova Jerusalém (1978-1996) e do Recife (1997-2017) por 40 anos.  Deixou o personagem a contragosto, por problemas de saúde que acrescentaram mais emoção às sessões de 2017. Hemerson Moura foi escolhido para assumir o posto no final do ano passado, em uma seleção de atores.

Eleito como as “Melhores Pernas”, numa competição na juventude, quando praticava halterolismo, Pimentel foi galã na década 1960, com os trabalhos em novelas da TV-Rádio Clube e da TV Jornal do Commercio, e no cinema. Também participou do elenco da primeira montagem do Auto da Compadecida, em 1956, encenada por Clênio Wanderley, que projetou Ariano Suassuna (1927-2014) nacionalmente. Integrou o Teatro Popular do Nordeste, liderado por Hermilo Borba Filho. E dirigiu vários espetáculos. Essa trajetória é contada pelo jornalista Cleodon Coelho no livro José Pimentel – Para Além das Paixões (Cepe Editora, 185 páginas, R$ 80) que será lançado nesta quarta-feira, às 18h, no Teatro de Santa Isabel.

NOVOS DESAFIOS 

Produtor Paulo de Castro. Foto: Pedro Portugal

Produtor Paulo de Castro. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

Sozinho na coordenação-geral, o produtor Paulo de Castro reafirma a ideia de juntar montagens independentemente de qualquer eixo curatorial. Então, melhor não procurar sentidos na combinação e conferir o evento com uma programação de férias, com ingredientes variados. “Somos um festival que representa a classe, que enaltece os artistas pernambucanos e dá ao grande público oportunidade de conferir o que de melhor está se fazendo no Estado”, repete Paulo de Castro, presidente da Apacepe e coordenador-geral do evento.

Com a saída das duas outras produtoras – Paula de Renor e Carla Valença (que seguem tocando outros projetos), Castro se articulou com grupos pernambucanos para fortalecer o festival. Arregimentou a Cênicas Cia. de Teatro, a Cia. Fiandeiros de Teatro e O Poste Soluções Luminosas para atuar mais diretamente nesta edição e convocou a atriz Lucia Machado para coordenar a Mostra Paralela E Atividades Formativas.

Com orçamento de R$ 600 mil, o evento tem incentivo do Funcultura e patrocínios da Prefeitura do Recife e Fundação Joaquim Nabuco, além de importantes apoios do Sesc, Cepe, Virtual, Sated-PE e Vouver Acessibilidade.

E a festa do Janeiro ocorre no dia 30, para convidados na Torre Malakoff, com a entrega do Troféu Apacepe de Teatro e Música.

Voilà!

PROGRAMAÇÃO PRINCIPAL

10 – Quarta-feira,

  • 20h30 – Teatro de Santa Isabel – DORINHA, MEU AMOR

11 – Quinta-feira

  • 19h30 – Teatro Barreto Júnior – DAQUI NÃO SAIO, DAQUI NINGUÉM ME TIRA
  • 19h30 –  Teatro Apolo – DIALOGUS IBÉRICOS
  • 20H – Teatro Marco Camarotti – DINAMARCA
  • 20h –  Teatro Luiz Mendonça – TIBÉRIO AZUL E IGOR DE CARVALHO
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – DORINHA, MEU AMOR

12 – Sexta-feira

  • 19h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – ÍCARO
  • 20h30 – Teatro Hermilo Borba Filho – RETOMADA
  • 20h30 – Teatro Barreto Júnior – ESPELUNCA
  • 21h – Teatro de Santa Isabel – AYRTON MONTARROYOS E CLAUDETTE SOARES
  • 19h – Teatro Apolo – DIALOGUS IBÉRICOS

13, Sábado

  • 17h – Teatro Hermilo Borba Filho – A MÁQUINA
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – FRANK & ELLA
  • 20h – Teatro Luiz Mendonça – A DITA CURVA
  • 20h – Teatro Marco Camarotti – MEIA-NOITE
  • 20h – Teatro Hermilo Borba Filho – A MÁQUINA
  • 18h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – ÍCARO
  • 20h –  Teatro Barreto Júnior – ESPELUNCA

14, Domingo

  • 10h – Teatro Boa Vista – A BELA & A FERA 
  • 16h –  Teatro de Santa Isabel – ENCONTRO DA VELHA E NOVA GERAÇÃO DA VIOLA
  • 16h30 – Teatro Hermilo Borba Filho – DO VESTIDO AO NARIZ
  • 16h30 – Teatro Barreto Júnior – VENTO FORTE PARA ÁGUA E SABÃO
  • 18h – Teatro Luiz Mendonça – CHICO VIVE
  • 19h –  Teatro Marco Camarotti – MEIA-NOITE

15, Segunda-feira

  • 19h – Teatro Hermilo Borba Filho – SANTO GENET E AS FLORES DA ARGÉLIA

16, Terça-feira

  • 19h – Teatro Marco Camarotti – LUZIR É NEGRO!
  • 20h – Teatro Hermilo Borba Filho – EBULIÇÃO

17, Quarta-feira

  • 19h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – PRO(FÉ)TA – O BISPO DO POVO
  • 19h30 – Espaço Cênicas – FIU FIU – UM ENCONTRO ENTRE PÁSSAROS
  • 20h – Teatro Luiz Mendonça – O DIÁRIO DAS FRUTAS
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – ELAS CANTAM REGINALDO ROSSI
  • 21h – Teatro Hermilo Borba Filho – MACHUCA

18, Quinta-feira

  • 19h30 – Teatro Apolo – TRANSITERRIFLUXÓRIO
  • 19h30 – Espaço Cênicas – INHAMOR
  • 19h30 – Teatro Marco Camarotti – UM MINUTO PARA DIZER QUE TE AMO
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – TRIBUTO A EXPEDITO BARACHO 
  • 20h – Teatro Luiz Mendonça – CANTORIA AGRESTE
  • 19h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – PRO(FÉ)TA – O BISPO DO POVO

19, Sexta-feira

  • 19h30 – Teatro Hermilo Borba Filho – HAMLET?FRAGMENTADO
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – O NAÇÃO CANTA E DANÇA PERNAMBUCO
  • 20h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – CASSIO SETTE
  • 20h – Teatro Barreto Júnior – KALASHNIKOVA – AK 47
  • 20h – Teatro Marco Camarotti – UM MINUTO PARA DIZER QUE TE AMO

20, Sábado

  • 17h – Teatro Barreto Júnior – KALASHNIKOVA – AK 47 
  • 18h – Teatro Marco Camarotti – EU GOSTO MESMO DO PEZINHO DE GALINHA PORQUE EU COMO A CARNINHA E LIMPO O DENTE COM A UNHINHA
  • 20h – Teatro Apolo – A ÓPERA DO SOL
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – REVERBO
  • 20h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – SHEYLA COSTA
  • 21h | Teatro Barreto Júnior – KALASHNIKOVA – AK 47

21, Domingo

  • 10h – Teatro Boa Vista – O MÁGICO DE OZ
  • 17h – Teatro de Santa Isabel – CAROL LEVY
  • 18h – Teatro Apolo – CIEL SANTOS
  • 18h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – GERALDO MAIA
  • 19h – Teatro Hermilo Borba Filho – CAMINHOS
  • 19h – Teatro Luiz Mendonça – AFOXÉ OXUM PANDÁ
  • 19h – Teatro Barreto Júnior – ADRIANO SALHAB

22, Segunda

23, Terça-feira

  • 19h – Teatro Barreto Júnior – A CEIA DOS CARDEAIS
  • 20h30 – Teatro Luiz Mendonça – RITMO KENTE! – UM BREGA DE MUSICAL

24, Quarta

  • 19h – Teatro Marco Camarotti – ALUGA-SE
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – POVO BRASILEIRO: CANTOS DO NORDESTE
  • 19h – Teatro Barreto Júnior – A CEIA DOS CARDEAIS

25, Quinta

  • 18h30 – Teatro Hermilo Borba Filho – A ÚLTIMA CÓLERA NO CORPO DE MEU NEGRO
  • 19h30 – Teatro Apolo – ZOE
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – HELDER VASCONCELOS
  • 20h30 – Teatro Barreto Júnior – MEU NOME É ENÉAS – O ÚLTIMO PRONUNCIAMENTO

26, Sexta-feira

  • 20h – Teatro Luiz Mendonça – O NOSSO VILLA – UM MUSICAL VILLA-LOBOS
  • 21h – Teatro do Sesc Caruaru – EGBERTO GISMONTI E JOÃO DO PIFE

27, Sábado

  • 11h – Teatro Hermilo Borba Filho – HISTÓRIAS POR UM FIO
  • 18h – Teatro Marco Camarotti – … E A VIDA, AFINAL, É COMO AS ORQUÍDEAS
  • 19h – Teatro Apolo – ALEGRIA DE NÁUFRAGOS
  • 20h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – O ÚLTIMO ÉDIPO
  • 20h – Teatro Barreto Júnior – ONDE ELE ANDA É OUTRO CÉU
  • 20h – Teatro de Santa Isabel – EGBERTO GISMONTI E JOÃO DO PIFE
  • 20h – Teatro Marco Camarotti – … E A VIDA, AFINAL, É COMO AS ORQUÍDEAS
  • 20h – Espaço Cênicas – TERRORISMO
  • 16h30 – Teatro Hermilo Borba Filho – HISTÓRIAS POR UM FIO

28, Domingo

  • 16h30 – Teatro Luiz Mendonça – ERA UMA VEZ NA TERRA
  • 17h – Teatro Hermilo Borba Filho – ESPERA O OUTONO, ALICE
  • 18h30 – Teatro de Santa Isabel – COM BUARQUE, COM AFETO
  • 10h – Teatro Boa Vista – A BELA & A FERA
  • 20h –  Teatro Hermilo Borba Filho – ESPERA O OUTONO, ALICE
  • 18h – Teatro Marco Camarotti – … E A VIDA, AFINAL, É COMO AS ORQUÍDEAS
  • 18h – Espaço Cênicas – TERRORISMO

PROGRAMAÇÃO PARALELA

10, Quarta

  • 19h – Teatro de Santa Isabel – JOSÉ PIMENTEL – PARA ALÉM DAS PAIXÕES

11, Quinta

  • 15h – Teatro Apolo – INTERCÂMBIO COM CARLOS BLANCO
  • 15h – Espaço O Poste – O ATOR TOTAL – CORPO, VOZ EM ENERGIA
  • 20h – Espaço Mamulengo – CONFISSÕES URBANAS

12, Sexta

  • 15h – Teatro Apolo – INTERCÂMBIO COM VANESSA MUELA
  • 16h – Teatro Apolo – INTERCÂMBIO COM ALEXANDRA FONSECA
  • 20h – Teatro Paulo Freire MÃEZONA | PAULISTA

13, Sábado

  • 16h – Teatro Paulo Freire – SEU REI MANDOU | PAULISTA
  • 17h40 – Torre Malakoff – SARAU DAS ARTES
  • 20h – Teatro Paulo Freire – DIÁRIO DE UM LOUCO | PAULISTA
  • 9h30 – Recife Praia Hotel – SEMINÁRIO INTERNACIONALIZAÇÃO: DIÁLOGOS DE INTERCÂMBIO IBERO-AMERICANO

14, Domingo

  • 16h – Teatro Paulo Freire – OS MÚSICOS DE BREMEN – OS SALTIMBANCOS | PAULISTA

15, Segunda-feira

  • 19h – Espaço Fiandeiros – SE VIVÊSSEMOS EM UM LUGAR NORMAL
  • 19h – Espaço Cênicas – FLORES D’AMÉRICA

16, Terça

17, Quarta

  • 19h – Teatro Barreto Júnior, O DESPERTAR

18, Quinta

  • 20h – Espaço Mamulengo – ELAS CONTAM TUDO!

19, Sexta

  • 13h – Espaço Fiandeiros, A CONSTRUÇÃO DA CENA A PARTIR DA DRAMATURGIA – A PALAVRA COMO PLATAFORMA DE CRIAÇÃO DO ATOR 
  • 20h –  Espaço O Poste – CORDEL DO AMOR SEM FIM
  • 20h – Teatro Paulo Freire – SOLEDAD – A TERRA É FOGO SOB NOSSOS PÉS | PAULISTA
  • 9h – Espaço Fiandeiros – INTERPRETAÇÃO TEATRAL PARA CRIANÇAS

20, Sábado

  • 16h – Teatro Paulo Freire – DO VESTIDO AO NARIZ | PAULISTA
  • 17h40 – Centro Cultural Correios – SARAU DAS ARTES 2
  • 18h – Espaço Fiandeiros – SENHORA NA BOCA DO LIXO
  • 20H – Espaço O Poste – A RECEITA
  • 20h – Teatro Paulo Freire – MUCURANA, O PEIXE | PAULISTA
  • 20h – Espaço Cênicas – PEQUENOS GRANDES TRABALHOS

21, Domingo

  • 16h – Teatro Paulo Freire – DORALICE | PAULISTA
  • 18h – Espaço O Poste – OMBELA
  • 18h – Espaço Fiandeiros – SENHORA NA BOCA DO LIXO
  • 18h – Espaço Cênicas – PEQUENOS GRANDES TRABALHOS

22, Segunda

  • 13h – Espaço Cênicas – DESPERTAR TEATRAL
  • 19h – Espaço Fiandeiros – AULA DE REFORÇO

23, Terça

  • 19h – Teatro Hermilo Borba Filho – MUCURANA, O PEIXE

24, Quarta

  • 19h – Teatro Arraial Ariano Suassuna TEATRO DE JOAQUIM CARDOZO – OBRA COMPLETA
  • 19h – Espaço O Poste – REPRESENTATIVIDADE DO NEGRO NAS ARTES CÊNICAS, NA LITERATURA E AFINS
  • 19H30 – Teatro Apolo – ISADORA: UM ESPETÁCULO DE PLAGIOCOMBINAÇÃO
  • 20h – Teatro Hermilo Borba Filho – ZUMBA. A GLORIOSA VIDA E O TRISTE FIM DE ZUMBA-SEM-DENTE
  • 20H – Teatro Arraial Ariano Suassuna – DIZERES E FALARES POÉTICOS DAS PERSONAGEM DO TEATRO DE JOAQUIM CARDOZO

25, Quinta

  • 19h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – BEATRIZ E O PEIXE PALHAÇO

26, Sexta

  • 19h – Espaço O Poste – O SONHO DE ENT
  • 20h – Teatro Paulo Freire – LUZIR É NEGRO! | PAULISTA

27, Sábado

  • 16h – Teatro Paulo Freire – CHAPEUZINHO VERMELHO | PAULISTA
  • 17h40 – Centro Cultural Correios – SARAU DAS ARTES 3
  • 19h – Teatro de Santa Isabel – A ARTE DE VICTOR MOREIRA
  • 19h – Espaço O Poste – O JUAZEIRO, A PEDRA E O SOL
  • 9h – Teatro de Santa Isabel – IMPROVISAR É PRECISO – CONSTRUINDO A CENA COM O SER TÃO
  • 20h – Teatro Paulo Freire – O MASCATE, A PÉ RAPADA E OS FORASTEIROS | PAULISTA

28, Domingo

  • 16h – Teatro Paulo Freire – O PEQUENO PRÍNCIPE | PAULISTA
  • 17h – Teatro Arraial Ariano Suassuna – LANÇAMENTO DO PROJETO RICARDO III

Ingressos: De R$ 5 a R$ 60. Na Mostra Paralela, há espetáculos com entrada gratuita; e na oficial, o show de Egberto Gismonti e João do Pife custa R$ 100 e R$ 50 (meia).

ENDEREÇOS

Teatro de Santa Isabel

Praça da República, s/n, Santo Antônio
(81) 3355.3322

Teatro Apolo

Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife
(81) 3355.3320

Teatro Arraial Ariano Suassuna

Rua da Aurora, 457, Boa Vista
(81) 3184.3057

Teatro Barreto Júnior

Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n, Pina
(81) 3302-5914

Teatro Boa Vista

Colégio Salesiano: Rua Dom Bosco, 555, Boa Vista
(81) 2129.5961

Teatro Hermilo Borba Filho

Av. Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife
(81) 3355.3321

Teatro Luiz Mendonça

Parque Dona Lindu: Av. Boa Viagem, s/n, Boa Viagem
(81) 3355.9821

Teatro Marco Camarotti

Sesc Santo Amaro: Rua Treze de Maio, 455, Santo Amaro
(81) 3216.1728

Espaço Cênicas

Av. Marquês de Olinda, 199, sala 201, Bairro do Recife
(81) 99609.3838

Espaço Fiandeiros

Rua da Matriz, 46, 1º andar, Boa VIsta
(81) 4141.2431

Espaço O Poste

Rua da Aurora, 529, Boa Vista
(81) 98649.6713

Espaço Mamulengo

Rua da Guia, 211, Bairro do Recife
(81) 99121.2173

Centro Cultural Correios

Av. Marquês de Olinda, 262, Bairro do Recife
(81) 3224.5739

Teatro Paulo Freire

Av. Floriano Peixoto, Centro, Paulista
 

Torre Malakoff

Praça do Arsenal, s/n, Bairro do Recife
(81) 3184.3180

Recife Praia Hotel

Av. Boa Viagem, 9, Boa Viagem
(81) 2122.1100

Teatro do Sesc Caruaru

R. Rui Limeira Rosal, s/n – Petrópolis
(81) 3721.3967
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