Arquivo da tag: Alexandre Dal Farra

A arte do dissenso sem aniquilar o outro
Crítica do espetáculo ragédia e Perspectiva I – O Prazer de Não Estar de Acordo

Tragédia e Perspectiva tem texto do brasileiro Alexandre Dal Farra e direção do argentino Lisandro Rodríguez. Foto: Guto Muniz

Tragédia e Perspectiva. Foto: Guto Muniz

O título ferveu minha cabeça

                                                                 Tragédia
                                                                                      Perspectiva
                                                                                                               Prazer

–Não estar de acordo. Contestar. Ir de encontro.

– Acordo. convénio entre duas ou mais partes ou uma resolução premeditada de uma ou mais pessoas.

– Negocie suas dívidas.

– Dívida? O que o Brasil deve? A quem? Eu devo pagar?

– Não é esse acordo.

– Que acordo?

– Concordar?

– Harmonia; conciliar.

– Sempre soube que seu desejo era de aniquilar.

– É tudo dissenso!

– Eu sabia, de um jeito ou de outro, a vontade é de destruir.

– Enlouqueceu? Estou te ouvindo. Vendo as grandes palavras sair por bocarra…

– Tá vendo? Estão vendo? Ele não me acolhe. Não diz nenhuma palavra Con-creta!

– Mas você disse que estava com expectativa.

– Eu?

– Falou que o título ferveu sua cabeça?

– É… mas depois congelou. Não consigo pens…

– Isso era expectativa.

– Abaixo a expectativa.

– Vamos dar nomes aos bois!

– Nomes aos bois?… isso é de um filme antigo.

– Antigo? O que é antigo? 30 anos é antigo? 35 anos é antigo?

– Você é antigo…

– Eu não tenho nem 40.

– Quantos anos você tem?

– O que eu já vivi, eu os perdi, não os tenho mais.

– Somos amigos?

– Somos amigos.

– E aquele abraço?

– Não quero.

– Por que não?!

– Não estou com vontade.

(É tanta solidão que… o rejeitado dobra-se sobre si. Bateu na quina aquela dor. O fantasma da psicanálise apareceu, de repente, uma convulsão)

– Gritou-se o escândalo.

– Criou-se o trágico.

– Um rio de lágrimas.

– Convulsão.

– Mas se as palavras não dão conta, para o acerto.

– Depois da solidão extremada, vamos resolver no corpo.

– No corpo-a-corpo.

– Testosterona explodindo.

– Ode à capacidade de sustentar a divergência, vivenciar o desacordo sem a necessidade de aniquilar o outro. Isso se sustenta?

– De tudo um pouco.

– Muito pouco.

– Fica um pouco.

– Do seu asco.

– Isso não tem lógica!!!

– Tem Lacan!

– Impotência do Eu.

– Eu grande Eu pequeno.

– Terreno movediço.

– Gozo… mistura de prazer e insatisfação.

A dramaturgia do espetáculo Tragédia e Perspectiva I – O Prazer de Não Estar de Acordo  me inspirou a escrever esses diálogos cruzados, pensamentos suspensos de um possível encontro. Esse texto meu vai na cola do que percebi do texto do Dal Farra e da encenação do argentino Lisandro Rodríguez.

Aldo Bueno, uma presença forte na peça. Foto; Guto Muniz / Divulgação

Rafael Sousa Silva, Pedro Guilherme (em pé), Aldo Bueno, Flow kountouriotis e Rodrigo Bianchini.  Foto: Guto Muniz

A célula da escola é bem contundente. Foto; Guto Muniz / Divulgação

O espetáculo Tragédia e Perspectiva I – O Prazer de Não Estar de Acordo junta cinco atores. É uma produção da MITsp, com texto do brasileiro Alexandre Dal Farra e direção do argentino Lisandro Rodríguez. O processo criativo ocorreu, em parte, de forma remota durante a pandemia. Dal Farra já disse que a peça está/estava sendo um work in progress. Parece que continua.

Não é evidente o propósito ou o lugar, e qual a relação entre as cinco pessoas, que surgem uma a uma enquanto o diretor toca ao violão uma canção enigmática (quero mesmo dizer enigmática? Ou ambígua?).

O primeiro que chega, Pedro Guilherme, parece que tem um delay na fala e na ação. E isso cria um efeito estranho. Um efeito. Rafael Sousa Silva, o mais magro – que adiante vai pedir um abraço – é o segundo a aparecer. Rodrigo Bianchini, o terceiro. Flow kountouriotis, artista trans masculino, é o quarto. Mas também não tenho certeza dessa ordem.

O quinto é Aldo Bueno, que carrega no corpo tantos zumbis, tantos malandros. Parece que está prestes a dizer “pode ser a gota d’agua”, mas adia. Aldo anda mais lento, tem mais histórias e fala menos. Cria um foco solar em torno de si com o seu quase zombeteiro “não sei”. E por fim canta.  

Dal Farra tenta tirar o discurso direto da polarização e suspende o teor virulento do campo da política dura nas questões das discordâncias. Mas o assunto está lá. É difícil começar, pois a conversa anda em círculos de supostas banalidades – uma garrafa d’água, se é ou não é cerveja.

Ideias são jogadas na roda enquanto os atores trabalham com a propositalmente irritante função de enrolar e desenrolar um pano que será colocado em algum momento numa posição plano infinito.

É difícil expor as engrenagens da faceta totalitária, fugindo dos clichês dos coturnos. Tudo é mais sutil nessa Tragédia e Perspectiva I. Um gesto, uma palavra e o clima muda, as portas fecham, os sentimentos viram.

O recorte é de um microcosmo, um grupo de homens supostamente amigos que fazem um exercício de linguagem. Nesse percurso a linguagem pode ser um bloco monolítico com difíceis passagens ou o voar de uma pluma. Falando sobre (*o quê?), a peça projeta quadros voláteis das variações de atitudes a partir das argumentações. Uma coreografia que se quebra, formando outros desenhos, e outros, e outros, extraindo segregação e consenso.

Ao pôr em cena os atritos, o trabalho levanta que a diferença precisa desses espaços de discórdia para existir, para não sucumbir, não aniquilar o outro, seu próximo.

A célula da escola é dinâmica, cruel, cáustica para projetar tempos de Brasis com tudo que tem de doente dos exploradores da bíblia, dos usuários da bala e do agrogenocidas. Em palavras e gestos, eles fermentam uma atmosfera risível, mas de perspectiva (ou realidade) trágica.

É possível viver em desacordo sem extinguir o outro? Parece que a peça quer sustentar essa possibilidade. Como quero apostar na ampliação dessa vontade. A montagem busca defender esse espaço no meio da guerra.

 

Postado com as tags: , , , , , , ,

Agenda de Outubro – primeira semana

AGENDA SÃO PAULO

ESPECIAL

Ocupação Arena Conta AI-5

A peça AI-5, uma Reconstituição Cênica traça paralelos com o momento atual. Fotos: Felipe Sales / Divulgação

Temporada de peça, leituras dramáticas, bate-papos e oficinas estão na agenda a Ocupação Arena Conta AI-5, que põe em discussão o período histórico da ditadura civil-militar no Brasil e suas sequelas sentidas pelos cidadãos na atual conjuntura reacionária-conservadora. A programação, organizada pelos artistas do Coletivo Ato de Resistência, ocorre desde o dia 1º de outubro nos espaços do Teatro de Arena Eugênio Kusnet e da Cia. do Feijão. São muitas atividades gratuitas ou de contribuição livre que seguem até o dia 29 de outubro. “Todas as ações criam pontes políticas de reflexão entre o passado e o que acontece em nossos dias, pois acreditamos que a arte e a discussão sobre a arte são bases para uma sociedade mais justa e democrática”, defende Paulo Maeda, um dos curadores da programação e diretor do espetáculo AI-5, uma reconstituição cênica.

Os questionamentos atuais da sociedade e censuras cada vez mais dissimuladas estão na pauta do programa que promove todas às sextas o Arena Aberta, um espaço democrático e poético de manifestações artísticas aberto com prioridade para grupos e artistas periféricxs convidadxs.

A peça AI-5, uma Reconstituição Cênica foi construída em 2016, pós-golpe da presidenta Dilma Roussef, a partir da leitura da ata original e da escuta dos áudios da reunião do dia 13 de dezembro de 1968. Nos documentos constam registro da reunião de leitura e aprovação do então presidente Costa e Silva com seus ministros do projeto do Ato Institucional número 5. A partir da ata e dos áudios dessa reunião 21 artistas reproduzem e se valem de licenças poéticas para criar uma ponte com o momento político atual.

Desde então, o espetáculo atualiza em sua dramaturgia a normatização da violência e dos discursos fascistas, preconceituosos, misóginos que surgem semanalmente na cobertura jornalística do cenário político brasileiro. “Do desgoverno Michel Temer e do atual presidente “democraticamente eleito” Jair Bolsonaro a peça ganha mais importância e uma urgência maior de que a história deve ser lembrada e de que paralelos devem ser feitos para reflexão e crítica entre artistas e espectadores”, alerta o diretor Paulo Maeda.

Espetáculo AI-5: Uma Reconstituição Cênica
Quando: 05/10 – Sábado, 20h30; 06/10 – Domingo, 19h: seguido de conversa, 20h30, com Adriano Diogo, Amelinha Teles e Rosalina Santa Cruz
Onde: Teatro de Arena – Eugênio Kusnet (Rua Teodoro Baima, 98, República)
Capacidade: 99 lugares
Entrada: Ingresso Consciente
Classificação: 14 anos
Duração: 100 minutos

Direção: Paulo Maeda
Assistência de Direção: Letícia Negretti e Rodolfo Morais
Elenco: André Castelani, Michel Galiotto, Felipe Lima, Thales Alves, Renato Mendes, Danilo Minharro, Lucas Scandura, Lui Seixas, Gero Santana, Dover Buzoni, Eluane Fagundes, Rafael Augusto, Renan Alves, Felipe Tercetto, Rafael Castro, Mario Panza, Rodolfo Morais, Thiago Marques, Paulo Gircys, Luiz Campos, Silvia Souza, Ricardo Socalschi, Fernando Pernambuco, Dover Buzoni, Renato Mendes, Mario Panza, Thales Alves, Plínio Flima, Rafael Augusto, Renan Alves, Felipe Tercetto, Ramon Gustaff, Rodolfo Morais, Thiago Marques, Roberto Mello, Grasielli Gontijo

08/10 – Terça-feira
Extensão Arena Conta AI-5 – Cia. do Feijão
Ciclo de Leituras Dramáticas – A Política em Cena
A ação se passa em 1955, numa ilha, dentro de um apartamento cujas paredes estão permanentemente quentes. A peça – que por vezes entra em clima de fantasia – mostra um contexto sócio-político premonitório aos acontecimentos que culminariam no Golpe de 1964.

20h: Um Elefante no Caos(Millôr Fernandes)
Direção: Lucas Scandura
Elenco: Ana Pereira, Gero Santana, Michele Rodrigues, Pedro Stempniewski, Ricardo Socalschi e Rodolfo Morais
Duração: 120 minutos
Classificação: 12 anos
Entrada Franca

09/10 – Quarta-feira
19h: Debate-papo: Formas de Produção, Formas de (R)Existência – Quem somos? O que produzimos?
com Rodrigo Mercadante, Vera Lamy, Caio Marinho, Luiz Carlos Moreira
Entrada Franca
Onde: Cia. do Feijão (Rua Teodoro Baima, 68, República)
Capacidade: 70 lugares

ESTREIA

Especial Koffi Kwahulé: Jazz e Big Shoot

Dois textos do dramaturgo franco-marfinense Koffi Kwahulé, Jaz e Big Shoot (imagem abaixo) Foto: Ligia Jardim

 

O projeto concebido por Janaína Suaudeau e Sofia Boito leva à cena dois textos do dramaturgo franco-marfinense Koffi Kwahulé, autor de mais de 30 obras traduzido para 15 línguas. É a primeira vez que duas peças suas, Jaz e Big Shoot, são montadas no Brasil.

Jaz narra a violência que uma mulher sofreu num banheiro público. Sofia Boito divide o palco com o videomaker Flavio Barollo e a cantora Ligiana Costa, que injetam outras camadas de tensão dramática. Com um forte apelo ao ritmo jazzístico no discurso, a peça discute a violência em um modelo de sociedade que historicamente subjuga a mulher. O cenário faz alusão a um canteiro de obras, remetendo a um lugar precário, que pode ser onde Jaz mora ou um banheiro público onde ela foi estuprada. É o espaço do trauma.

Big Shoot põe o público na condição da plateia de uma sessão de tortura promovida pelo algoz autodenominado Senhor (Daniel Costa) e sua vítima Stan (Daniel Infantini). Passagens bíblicas sobre os irmãos Caim e Abel são citadas durante a peça. O cenário é formado por uma arena quadrada, com duas cadeiras metálicas do tipo utilizadas nas salas de interrogatórios dos EUA. Janaína Suaudeau que além da tradução, também assina direção da obra, destaca o perigo da espetacularização da violência: “Uma reflexão indigesta que a peça propõe é de que o carrasco só existe devido à presença de um público que aplaude matanças”.

FICHAS TÉCNICAS
ESPECIAL KOFFI KWAHULÉ
Concepção: Janaína Suaudeau e Sofia Boito
Dramaturgia: Koffi Kwahulé
Registro em vídeo e teaser: Diogo de Nazaré
Fotografia: Lígia Jardim
Design: Guto Yamamoto
Assessoria de imprensa: Márcia Marques – Canal Aberto
Produção: Mariana Novais e Larissa Maine – Ventania Cultural
Apoio: Institut Français du Brésil, Consulado Geral da França em São Paulo
Agradecimentos: Aliança Francesa de São Paulo e Cité Internationale des Arts.

Jaz
Concepção geral e atuação: Sofia Boito
Tradução: Sofia Boito e Mariana Camargo
Direção: Joana Dória
Composição e performance musical: Ligiana Costa
Vídeo / Operação de vídeo: Flavio Barollo
Coach corporal: Flávia Pinheiro
Cenografia: Flávio Barollo, Joana Dória e Sofia Boito
Figurino: Erika Grizendi
Iluminação: Lucas Pradino e Sofia Boito
Operação de luz: Lucas Pradino
Operação de som: Don Lino
Estagiárias de cenografia e contrarregragem: Ana Suzano, Clara Boucher e Fernanda Marinho.
Produção: Mariana Novais e Larissa Maine – Ventania Cultural

Big Shoot
Direção geral: Janaína Suaudeau
Tradução: Janaína Suaudeau
Colaboração na tradução: Rafael Morpanini
Elenco: Daniel Costa, Daniel Infantini
Músicos: Conrado Goys e Pedro Gongom
Direção musical: Conrado Goys
Trilha sonora: Conrado Goys e Pedro Gongom
Assistente de direção: Victor Abrahão
Cenografia: Ulisses Cohn
Iluminação: Sofia Boito
Figurino: Daniel Infantini
Operação de som: Don Lino
Operação de luz: Priscila Carla
Produção: Mariana Novais e Larissa Maine – Ventania Cultural

SERVIÇO
Jaz
Quando: De 4 a 20 de outubro de 2019. Sextas e sábados, 21h30. Domingos e feriados, 18h30
Onde: Sesc Belenzinho (Sala de Espetáculos I – 60 lugares)
Duração: 60 minutos
Não recomendado para menores de 18 anos
Ingresso: R$ 9,00 (credencial plena do Sesc – trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes) | R$ 15 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante) | R$ 30,00 (inteira).
Ingressos disponíveis pelo portal Sesc SP (www.sescsp.org.br) a partir de 24/9, às 12h, e nas bilheterias das unidades do Sesc a partir de 25/9, às 17h30.

Big Shoot
Quando: De 25 de outubro a 10 de novembro de 2019. Sextas e sábados, 21h30. Domingos e feriados, 18h30.
Onde: Sesc Belenzinho (Sala de Espetáculos I- 60 lugares) Rua Padre Adelino, 1000.
Duração: 90 minutos
Não recomendado para menores de 18 anos
Ingresso: R$ 9,00 (credencial plena do Sesc – trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes) | R$ 15 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante) | R$ 30,00 (inteira).
Ingressos disponíveis pelo portal Sesc SP (www.sescsp.org.br) a partir de 15/10, às 12h, e nas bilheterias das unidades do Sesc a partir de 16/10, às 17h30.

Há Dias Que Não Morro

No elenco estão Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi. Foto: Paulo Hemsi

A encenação visa ampliar o debate sobre os aprisionamentos contemporâneos e os corpos em paranoia. Os disparadores são as discussões sobre segurança e liberdade, projetadas na política atual. Três atrizes viram figuras-bonecas em um cubo-jardim, felizes com os dias ensolarados, com o canto dos pássaros e os desenhos das nuvens. Mas alguma coisa está fora da ordem nesse sistema inerte e cíclico, nessa rotina sem acidentes ou perigos. O que há para além desse jardim artificial?

Há Dias Que Não Morro é a segunda parte da Trilogia da Morte, que teve início em 2016 com a estreia de Adeus, Palhaços Mortos. A peça contou com uma pré-estreia em maio na Turquia, tem texto original de Paloma Franca Amorim e direção coletiva de Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi.

Serviço:
Há Dias Que Não Morro
da Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Quando: De 3 a 27 de outubro. Quinta a sábado, às 21h30, e aos domingos, às 18h30
Onde: Sesc Pompeia/Espaço Cênico (Rua Clélia, 93, Água Branca)
Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada) e R$9 (credencial plena)
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 50 lugares
Informações: (11)3871-7700

Ficha técnica:
Idealização: Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Direção e concepção: Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Texto: Paloma Franca Amorim
Dramaturgia: Aline Olmos, Laíza Dantas, José Roberto Jardim, Paula Hemsi e Paloma Franca Amorim
Encenação: José Roberto Jardim
Elenco: Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Assistente de direção: Luna Venarusso
Cenografia: Bijari
Direção musical e trilha sonora original: Rafael Thomazini e Vinicius Scorza
Iluminação: Paula Hemsi
Figurino: Carolina Hovaguimiam
Modelista: Juliano Lopes
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Cenotecnia: Leo Ceolin
Preparação corporal: Maristela Estrela
Design de sistema de operação sincronizado: Laíza Dantas
Operação de luz, vídeo e som: Murilo Gil e Vinicius Scorza
Técnico de som: Murilo Gil
Técnica de luz: Paula Hemsi
Técnica de vídeo: Laíza Dantas
Técnica de palco: Aline Olmos
Produção executiva: Tetembua Dandara
Direção de produção: ultraVioleta_s
Fotos: Paula Hemsi e Victor Iemini

INTERVENÇÃO
Concepção: ultraVioleta_s e Coletivo Bijari
Assessoria Criativa: Fernando Velázquez

Refúgio

Refúgio, com texto e direção de Alexandre Dal Farra, Foto: Otávio Dantas

Várias pessoas começam a desaparecer sem um motivo aparente e isso muda o cotidiano de uma pacata cidade. Uma mulher e seu marido veem parentes, amigos e desconhecidos sumirem do mapa, sem se saber se por vontade própria ou forçados. As pessoas passam a viver um misto de melancolia, desassossego, insegurança, com o sentimento de não pertencerem a nada. A realidade é indefinida e os acontecimentos nebulosos.

A linguagem lacunar das personagens não se deve às suas características psicológicas, mas sim a uma indefinição objetiva da própria realidade. Nada do que é dito ou executado faz sentido. Em busca de respostas para o desmoronamento de suas vidas, eles acabam voltando, sem mais nem menos, sem entender aonde e como foram parar lá. A trama da peça flerta com o ambiente do thriller, por um lado, e, por outro, com o teatro do pós-guerra europeu.

Serviço:
Refúgio
Quando: De 3 a 6 de outubro. De quinta a sábado, às 21h; e no domingo, às 20h
Onde: Itaú Cultural
Quanto: Entrada gratuita
Reserva online: A partir de 25 de setembro
Para o dia 3 de outubro (quinta-feira): www.eventbrite.com.br/e/refugio-tickets-74029872341
Para o dia 4 de outubro (sexta-feira): www.eventbrite.com.br/e/refugio-tickets-74036821125
Para o dia 5 de outubro (sábado): www.eventbrite.com.br/e/refugio-tickets-74037055827
Para o dia 6 de outubro (domingo): www.eventbrite.com.br/e/refugio-tickets-74040951479
Apresentar o comprovante da reserva (impresso ou no celular) a partir de três horas antes do início do espetáculo. Os ingressos digitais só valem até dez minutos antes do início do espetáculo. Depois disso, os lugares serão liberados
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Texto e direção: Alexandre Dal Farra
Atores: Fabiana Gugli, Marat Descartes, André Capuano, Carla Zanini e Clayton Mariano
Cenário e luz: Marisa Bentivegna
Direção musical: Miguel Caldas
Operação de som: Tomé de Souza
Produção: Alexandre Dal Farra e Maria Fernanda Coelho

EM CARTAZ

A Cobradora

A Cobradora tem dramaturgia de Claudia Barral. Foto: Christiane Forcinito

Faz 12 anos que a Trupe Zózima realiza suas investidas e pesquisas cênicas a bordo de um ônibus que circula por São Paulo. No espetáculo A Cobradora, o coletivo teatral adota o palco italiano para tratar da personagem Maria das Dores, que prefere ser chamada de Dolores. Com dramaturgia de Claudia Barral e direção de Anderson Maurício, a atriz Maria Alencar leva ao palco histórias de Marias reais, trançadas umas às outras, permeadas pela violência, por mortes, pela sobrevivência diária em busca do sustento e de dignidade.

Serviço:
A Cobradora
Trupe Zózima
Quando: Sextas, às 20h, e sábados, às 18h. Até 19 de outubro
Onde: Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, Vila Mariana)  
Quanto: R$ 6 (credencial plena), R$ 10 (meia-entrada), R$ 20 (inteira) 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Ficha técnica
Atriz criadora: Maria Alencar
Encenação: Anderson Maurício
Dramaturgia: Cláudia Barral
Vídeo mapping: Leonardo Souzza e Otávio Rodrigues
Preparação corporal e movimento: Natalia Yuki
Preparação vocal: Marilene Grama
Trilha sonora original: Rodrigo Florentino
Iluminação: Tomate Saraiva e Otávio Rodrigues
Operadora de luz: Fernanda Cordeiro
Operadora de som: Wayra Arendartchuk Castro
Cenografia: Anderson Maurício e Nathalia Campos
Adereços cenográficos: Nathalia Campos
Construtor Cênico: Alício Silva
Figurino: Tatiana Nunes
Conteúdo de vídeo: Leonardo Souzza
Orientação de vídeo mapping: Ana Beraldo e Ihon Yadoya
Produção geral: Tatiane Lustoza
Assistente de produção: Amanda Azevedo e Jonathan Araújo
Fotografia: Leonardo Souzza
Assessoria de imprensa: Canal Aberto

Brian ou Brenda?

Brian ou Brenda?, de Franz Keppler, discute identidades a partir do polêmico caso real de David Reimer. Foto: Heloisa Bortz

O caso ocorreu em meados de 1960, no Canadá. Na trama, os gêmeos Brian e Bruce são circuncidados por volta dos oito meses de idade, por orientação médica. Durante o procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. O psiquiatra John Money – que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação – aconselha a operação de redesignação sexual. E os pais educam Brian como uma menina. A criança cresce infeliz naquele corpo; só depois de uma tentativa de suicídio, os pais contam a verdade, e Brenda vai em busca de sua real identidade.

A violência sofrida por David Reimer é um dos episódios mais polêmicos da psiquiatria mundial. Os conservadores usam o caso com escudo para argumentar que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é idêntico ao que pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora.

Com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, a montagem propõe uma reflexão sobre gênero e o direito de escolhas e desejos de cada um e os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos.

Serviço:
Brian ou Brenda
Quando: sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h. Até 20 de outubro
Onde: Centro Cultural São Paulo (CCSP) / Sala Jardel Filho (Rua Vergueiro, 1000, Paraíso)
Quanto: ingressos gratuitos, distribuídos uma hora antes de cada sessão
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 100 min

Ficha técnica:
Texto: Franz Keppler
Direção: Yara de Novaes e Carlos Gradim
Assistência de direção: Ronaldo Jannotti
Elenco: Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Marcella Maia e Paulo Campos
Cenário: André Cortez
Figurino: Cassio Brasil
Iluminação: Aline Santini
Trilha sonora original: Dr. Morris
Preparação corporal: Ana Paula Lopez
Visagismo: Louise Helène
Direção de produção: Ronaldo Diaféria e Kiko Rieser
Produção executiva: Marcos Rinaldi
Assistente administrativa: Juliana Rampinelli
Fotografia: Heloísa Bortz
Design gráfico: Angela Ribeiro
Assessoria de imprensa: Pombo Correio (Douglas Picchetti e Helô Cintra)
Realização: Rieser Produções Artísticas, Diaferia Produções e Da Latta Cultura

Chão de Pequenos

Concepção e atuação de Felipe Soares e Ramon Brant. Foto Lucas Brito

O espetáculo Chão de Pequenos, da Companhia Negra de Teatro, é, antes de tudo, sobre amizade. A camaradagem entre dois jovens negros abandonados pela família e o grito da necessidade de ser visto num mundo de visão anestesiada.

Lucas Silva e Pedro Henrique, entre a infância e a adolescência, são marcados pela orfandade. Dos orfanatos às ruas das grandes cidades, a fábula dos garotos mostra a importância da empatia, do diálogo e do afeto nos dias de hoje, numa sociedade marcada pela intolerância e pelo preconceito.

A dramaturgia é baseada em histórias reais colhidas em pesquisas e entrevistas da equipe com várias famílias e pessoas relacionadas com o tema da adoção. Em Chão de Pequenos destaca-se a colaboração da escritora Ana Maria Gonçalves – autora do premiado romance Um Defeito de Cor – que tem textos utilizados na peça.

Serviço:
Chão de Pequenos
da Companhia Negra de Teatro (Belo Horizonte, MG)
Quando: Quinta a sábado, às 20h30. Até 12 de outubro. Nos dias 21 de setembro e 12 de outubro, sábados, as sessões serão às 18h
Onde: Sesc Pinheiros / Auditório 3º andar (Rua Paes Leme, 195, Pinheiros)
Quanto: R$ 25 (inteira), R$ 12,50 (meia-entrada) e R$ 7,50 (credencial plena)
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Informações: (11) 3095-9400

Ficha técnica:
Concepção e atuação: Felipe Soares e Ramon Brant
Direção: Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati
Dramaturgia: Coletiva
Textos: Ana Maria Gonçalves, Felipe Soares e Ramon Brant
Provocação dramatúrgica: Grace Passô
Direção de movimento e preparação corporal: Tiago Gambogi
Iluminação: Cristiano Diniz
Operação de luz: Cristiano Diniz / Thiago Rosado
Trilha sonora original: GA Barulhista
Operação de som: Sammer Iêgo Lemos
Figurino: Bárbara Toffanetto
Cenografia: José Soares da Cunha e Zé Walter Albinati
Cenotecnia: José Soares da Cunha
Direção de produção: Gabrielle Araújo
Projeto gráfico: Estúdio Lampejo e Ramon Brant
Fotografia: Lucas Brito
Escrita poética do processo: Bremmer Guimarães
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques
Realização: Companhia Negra de Teatro
Produção: Caboclas Produções

Chernobyl

Chernobyl está em cartaz às segundas e terças-feiras. Foto: Guy Pichard

O espetáculo leva ao palco as lembranças de 30 anos do maior acidente nuclear da história, quando a usina número quatro explodiu em Chernobyl. A notícia correu o mundo daquele fatídico 26 de abril de 1986, de uma explosão que havia destruído o reator nuclear da usina de Chernobyl, próxima à cidade de Pripyat, na Ucrânia. Após o desastre, a região foi esvaziada e a população nunca mais voltou, abandonando seus bens materiais e suas histórias. O texto foi escrito em 2017 pela dramaturga francesa Florence Valéro, nascida no mesmo ano do acidente nuclear. A boneca Antonia, protagonista-narradora conta o que vê com seus olhos de vidro cor esmeralda. Com direção de Bruno Perillo, Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery revezam-se entre nove personagens, que têm suas rotinas brutalmente alteradas.

Serviço:
Chernobyl
Quando: segundas e terças, às 20h. Até 22 de outubro
Onde: Sesc Consolação – Espaço Beta/3º andar ( Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque)
Quanto: R$ 6 (credencial plena), R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 (inteira)
Duração: 95 minutos
Classificação: 14 anos

Ficha técnica:
Dramaturgia: Florence Valéro (com excertos do livro Vozes de Chernobyl, de Svetlana Aleksiévitch inseridos por elenco e direção)
Tradução: Carolina Haddad
Direção: Bruno Perillo
Elenco: Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery
Trilha sonora e operação de som: Pedro Semeghini
Iluminação e vídeo: Grissel Pinguillem
Cenário e figurinos: Chris Aizner
Preparação corporal: Marina Caron
Visagismo: Cristina Cavalcanti
Operação de luz: Michelle Bezerra
Contrarregra: Júlia Temer
Assistente de produção: Marcelo Leão
Estagiária de direção: Madu Arakaki
Fotos de Chernobyl: Duca Mendes e Carol Thomé
Fotos do espetáculo: Guy Pichard e Felipe Cohen
Produção: Anayan Moretto

Dona Ivone Lara – Um sorriso negro

Aspectos da vida pessoal da sambista, como a formação em Serviço Social, o casamento, a maternidade e o racismo que enfrentou ao longo da vida se sobressaem na trama. Foto: Divulgação

A força da mulher negra no Brasil é ressaltada no musical, carregado de críticas sociais e políticas. Dona Ivone Lara (1922-2018) foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores de uma escola de samba e abriu muito caminhos. A autora de Acreditar e Sonho Meu é retratada em três momentos da vida, aos 12, 26 e 80 anos.

Serviço:
Dona Ivone Lara – Um sorriso negro
Quando: Quinta a sábado, às 20h, domingo, às 17h. Até 20 de outubro
Onde: Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista)
Quanto: R$ 40 a R$ 150 (ingressos pelo site http://ingressorapido.com.br)

Ficha técnica:
Idealização e direção geral: Jô Santana
Dramaturgia e direção artística: Elisio Lopes Jr.
Direção musical: Rildo Hora
Codireção musical: Jarbas Bittencourt
Direção coreográfica: José Carlos Arandiba Zebrinha
Direção assistente/residente: Ricardo Gamba
Assistente de coreografia: Arismar Santos
Elenco: André Muato, Belize Pombal, Beto Mettig, Bruno Quixote, Di Ribeiro, Diogo Lopes Filho, Felipe Adetokumbo, Felipe Gomes Moreira, Fernanda Cascardo, Fernanda Jacob, Fernanda Ventura, Heloisa Jorge , Flavia Souza, Francisco Salgado, Guilherme Silva, Jeff Pereira, Larissa Noel, Larissa Carneiro, Nara Couto, Pedro Caetano, Rafa Leal, Sylvia Nazareth, Udilê Procópio
Cenografia: Paula de Paoli
Figurino: Carol Lobato
Desenho de Luz: Valmyr Ferreira
Pesquisa: Nilcemar Nogueira

Enquanto Ela Dormia

O espetáculo Enquanto Ela Dormia, do Teatro da Vertigem, volta em temporada gratuita. Foto Mayra Azzi

A primeira versão de A Bela Adormecida, de 1648, é o disparador da peça, que investiga a violência contra a mulher e as relações de poder entre os gêneros. Enquanto Ela Dormia convoca a personagem Dora, uma professora de literatura, que presencia uma cena de abuso em um ônibus e sofre ao relembrar os traumas de infância.

O monólogo explora uma linha cronológica das dores do feminino, como, por exemplo, os pés de lótus das mulheres chinesas e a expulsão da deusa Lilith do Paraíso. A diretora Eliana Monteiro entende que “o espetáculo é um mergulho na geografia da dor das mulheres e uma provocação ao que está acontecendo na nossa sociedade”.

A montagem questiona os mecanismos usados para minimizar, esconder, disfarçar, apagar essas violências. Enquanto Ela Dormia percorre três eixos temáticos: o dos contos de fadas, que integram o imaginário universal do feminino; as histórias de amputações, para que a mulher coubesse na sociedade patriarcal; e as memórias de uma história de amor.

Contemplada na 9ª edição do Prêmio Zé Renato, a peça faz parte da programação do projeto Teatros em Movimento, que prevê a circulação de companhias teatrais, seus trabalhos e processos criativos pelas sedes de outros grupos, em diferentes bairros da capital paulista.

Serviço:
Enquanto Ela Dormia
do Teatro da Vertigem
Quando: De 27 de setembro a 24 de novembro (Obs: o final de semana entre 18 e 20 de outubro não haverá apresentações). Sextas e sábados, às 21h e domingos, às 19h
Onde: Sede do Teatro da Vertigem (Rua Treze de Maio, 240, 1º andar – Bela Vista)
Quanto: Ingressos gratuitos, distribuídos 1h antes das sessões
Duração: 70 min
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 50 lugares

Ficha técnica:
Diretora artística: Eliana Monteiro
Diretor técnico e light designer: Guilherme Bonfanti
Atriz: Lucienne Guedes
Dramaturgismo: Antonio Duran
Texto: Carol Pitzer
Operador de som: José Mario Tomé e Nayara Konno
Diretor de cena/contrarregra: Evaristo Moura
Operadora de vídeo: Aline Sayuri
Operador de luz: Patricia Amorim
Montador de luz: Diego Soares
Montador de vídeo: Rodrigo Silbat
Trilha sonora: Erico Theobaldo
Figurinista: Marichilene Artisevskis
Cenografia: Marisa Bentivegna
Produção geral: Marcelo Leão
Fotos: Mayra Azzi
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques – Canal Aberto

Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada

Treze atores contam a trajetória de Erêndira, do deserto habitado pelo ‘vento da sua desgraça’ até os ‘entardeceres de nunca acabar’. Foto: Leekyung Kim

A obra do Nobel colombiano Gabriel García Márquez, que foi publicada em 1972, narra a trajetória de uma menina de 14 anos, que após um incêndio que destrói a casa da família, passa a ser prostituída pela avó. A adaptação para o teatro é de Augusto Boal. Irene Papas defendeu o papel da desalmada e Claudia Ohana fez Erêndira no cinema, no filme de 1983, com direção de Ruy Guerra. A montagem teatral tem direção de Marco Antonio Rodrigues, dramaturgia de Claudia Barral e canções originais compostas por Chico César. Giovana Cordeiro faz seu début no teatro como Erêndira. Com Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Gustavo Haddad, Dagoberto Feliz, Dani Theller, Demian Pinto, Eric Nowinski, Jane Fernandes, Marco França, Maurício Destri e Rafael Faustino. O espetáculo abraça a estética e os recursos do realismo fantástico, seguindo os passos de Gabo.

Serviço:
Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada
Quando: Quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Até 08 de dezembro 
Onde: Centro Cultural Fiesp – Teatro do SESI (Avenida Paulista 1313, Bela Vista)
Quanto: Grátis / Reserva de ingressos: Centroculturalfiesp.Com.Br
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Baseado no conto de Gabriel Garcia Márquez  
Adaptação: Augusto Boal 
Dramaturgia: Claudia Barral 
Tradução: Cecília Boal 
Direção: Marco Antonio Rodrigues 
Elenco: Giovana Cordeiro, Maurício Destri, Chico Carvalho, Dagoberto Feliz, Gustavo Haddad, Marco França, Eric Nowinski, Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Dani Theller, Demian Pinto, Jane Fernandes e Rafael Faustino 
Cenografia: Marcio Medina  
Figurino: Cássio Brasil 
Iluminação: Tulio Pezzoni 
Músicas originais compostas: Chico Cesár 
Preparadora corporal: Marcella Vincentini 
Design gráfico: Zeca Rodrigues 
Fotografia: Leekyung Kim 
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro 
Idealização: Instituto Boal 
Assistentes de produção: Diogo Pasquim e Carol Vidotti  
Produção executiva: Camila Bevilacqua 
Direção de produção: Luís Henrique Luque Daltrozo 
Produção: Daltrozo Produções 
Realização: SESI São Paulo

Eu de Você

Denise Fraga narra histórias reais no seu novo espetáculo. Fotos: Leo Martins / Divulgação

Sartre pregava, ironicamente, que o inferno são outros. Sim, mas também espelho. A atriz Denise Fraga aposta nesse reflexo, nessa reverberação. A intérprete defende a urgência de ver o outro, olhar pelo olhar do outro.  Ela recebe sempre o público na porta do teatro para reforçar a cumplicidade, o laço de afeto. Denise Fraga gosta de gente e de contar suas histórias. Durante nove anos protagonizou um programa de televisão contando histórias reais: o Retrato Falado, na TV Globo.

No solo Eu de Você, Fraga leva ao palco histórias do cotidiano de gente comum e a criatividade para encontrar solução para diversos problemas. O humor é uma ferramenta poderosa nessa montagem. Denise convocou o público a enviar suas histórias para esse projeto, anunciou nos jornais, nas redes sociais. De mais de 400 histórias foram selecionadas 33, costuradas dramaturgicamente com literatura, música, imagens e poesia. Estão em cena em ficção Paulo Leminski, Zezé di Camargo, Tchekhov, Beatles, Chico Buarque, Dostoiévski e Fernando Pessoa.

Serviço:
Eu de Você
Quando: sexta, às 20h, sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Até 15 de dezembro
Onde: Teatro Vivo (Av. Dr. Chucri Zaidan, 2.460, Morumbi)
Quanto: De R$ 25 a R$ 70
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

Ficha técnica:
Idealização e criação: Denise Fraga, José Maria e Luiz Villaça
Com Denise Fraga
Direção: Luiz Villaça
Produção: José Maria
Obra inspirada livremente nas narrativas de Akio Alex Missaka, Anas Obaid, Barbara Heckler, Bruno Favaro Martins, Clarice F. Vasconcelos, Cristiane Aparecida dos Santos Ferreira, Deise de Assis, Denise Miranda , Eliana Cristina dos Santos, Enzo Rodrigues, Érico Medeiros Jacobina Aires, Fátima Jinnyat, Felipe Aquino, Fernanda Pittelkow, Francisco Thiago Cavalcanti, Gláucia Faria, José Luiz Tavares, Julio Hernandes, Karina Cárdenas, Liliana Patrícia Pataquiva Barriga, Luis Gustavo Rocha, Maira Paola de Salvo, Marcia Angela Faga, Marcia Yukie Ikemoto, Marlene Simões de Paula, Nanci Bonani, Nathália da Silva de Oliveira, Raquel Nogueira Paulino, Ruth Maria Ferreiro Botelho, Sonia Manski, Sylvie Mutiene Ngkang, Thereza Brown, Vinicius Gabriel Araújo Portela, Wagner Júnior
Dramaturgia: Cassia Conti, André Dib, Denise Fraga, Kênia Dias, Fernanda Maia, Geraldo Carneiro, Luiz Villaça e Rafael Gomes
Texto final: Rafael Gomes, Denise Fraga e Luiz Villaça
Direção de imagens em vídeo: André Dib
Direção de arte: Simone Mina
Direção musical: Fernanda Maia
Direção de movimento: Kenia Dias
Iluminação: Wagner Antônio
Assessoria de Imprensa SP: Morente Forte Comunicações
Projeto realizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura
Coprodução: Café Royal
Produção: NIA Teatro
Patrocínio: BB Seguros
Realização: Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal

Lela & Cia

Inspirado em fatos reais, Lela & Cia, da dramaturga britânica Cordelia Lynn tem montagem brasileira dirigida por Alvise Camozzi, 

Uma personagem que quer desesperadamente contar sua história. Mas Lela é constantemente interrompida por vozes masculinas. Lela & Cia é um grito, em primeiro plano, sobre o que é ser mulher; mas também é a comprovação de que, mais do que falar, é preciso ser ouvida. Segundo o diretor diretor Alvise Camozzi, a verdadeira história da Lela acontece num país que não tem nome, numa época de conflitos. “No mundo da Lela os conflitos são a alma dos negócios, e os negócios, no mundo da Lela definem tudo, até a livre circulação dos homens. Já as mulheres, no mundo da Lela, não podem escolher, decidir livremente por si só, decidir o que fazer quando adultas, crescer, se tornar independentes, aliás essa palavra: independente, no mundo da Lela não existe. Tudo depende de alguma coisa, que depende dos negócios, que dependem dos conflitos, que dependem dos homens que escolhem as mulheres”.

Há um trecho na peça de Cordelia Lynn que diz: “A vida tem uma maneira engraçada de te dar sorte. Agora eu sei o bastante para pensar em termos de boa sorte ou má sorte, ou fazer exatamente o oposto e não pensar em termos de sorte mas sim, das coisas que te acontecem”.

Serviço:
Lela & Cia
Quando: Sextas, sábados e segundas, às 21h; domingos, às 18h. Até 14 de outubro
Onde: SP Escola de Teatro, unidade Roosevelt (Praça Roosevelt, 210, Consolação)
Quanto: R$40 (inteira), R$20 (meia-entrada) e R$10 (classe artística e aprendizes)
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Capacidade: 60 lugares
Informações: (11) 3775-8600

Ficha técnica
Texto: Cordelia Lynn
Direção: Alvise Camozzi
Tradução: Malu Bierrenbach
Elenco: Malu Bierrenbach e Conrado Caputo
Direção de produção: ;Alexandre Brazil
Iluminação: Mirella Brandi
Trilha sonora: Dan Maia
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Assistência de produção e administração temporada: Vanda Dantas
Produção cultural: Joana Pegorari
Idealização:Malu Bierrenbach

Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante

Yara de Novaes e Deborah Falabela. Foto: Sérgio Silva

Quando o público adentra o teatro Anchieta já se depara com Yara de Novaes, Debora Falabella e mais quatro musicistas em coreografias de aquecimento com varas de bambu, exercícios de luta oriental, movimentos criados por Ana Paula Lopez. Sinal de que é preciso coragem para seguir, para viver e lutar. Em Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante, dirigido pelo encenador Gabriel Fontes Paiva, o Km 23, de uma estrada qualquer, é o local de embate e de empatia. Lá, uma garota delira após ter sido violentada por um grupo de homens. O lugar abandonado fica perto de um aeroporto e outras meninas também já foram violentadas

O texto de Silvia Gomez, autora de O Céu Cinco Minutos Antes da TempestadeO Amor e Outros Estranhos RumoresMarte, Você Está Aí? e Mantenha Fora do Alcance do Bebê, é inspirado numa tragédia sucedida no Piauí, em 2015, quando quatro garotas foram estupradas e arremessadas em um abismo.

As personagens encontram-se em situações-limite: L, personagem de Falabella, estuprada nas cenas iniciais, e a Vigia do pedaço, interpretada por Novaes, enveredam por uma linguagem não realista para tratar desse tema duro e delicado. A Vigia também dá pitacos na direção, iluminação, pede canções para a banda  boliviana Las Majas, que toca a trilha composta por Lucas Santtana dialogando com as personagens. 

Serviço:
Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante
Com Grupo 3 de Teatro
Quando: Sexta e sábado, às 21h, e domingos, às 18h. Até 6 de outubro
Onde: Teatro Anchieta, Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245)
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$10 (credencial plena e meia-entrada) 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Ficha Técnica:
Elenco: Débora Falabella e Yara de Novaes
Texto: Silvia Gomez
Direção: Gabriel Fontes Paiva
Banda Las Majas: Mayarí Romero, Lucia Dalence, Lucia Camacho e Isis Alvarado, além do diretor Marvin Montes
Cenografia: André Cortez
Vídeo cenário: Luiz Duva
Figurino: Fabio Namatame
Iluminação: Gabriel Fontes Paiva e André Prado
Trilha sonora original: Lucas Santtana e Fábio Pinczowisk
Assistência de direção: André Prado e Ana Paula Lopez
Assistente de cenário e produção de objetos: Carol Bucek
Assistente de figurinos: Juliano Lopez
Preparadora vocal: Ana Luiza
Preparadora e direção de movimento: Ana Paula Lopez
Oficinas: Dione Carlos
Workshops: Maria Thais
Direção de palco: Diego Dac
Operação de luz e vídeo: André Prado
Operação de som: Thiago Rocha
Design de som: André Omote
Cenotécnicos: Alexandre da Luz Alves e Murilo Alves
Assistência de produção: Cadu Cardoso e Letícia Gonzalez
Assistente administrativo: Rogério Prudêncio
Assessoria de imprensa: Pombo Correio e Sesc
Identidade gráfica: Patrícia Cividanes
Fotos de material gráfico e divulgação: Fábio Audi
Gestão de projeto: Luana Gorayeb
Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Produção: Contorno Produções e Fontes Realizações
Grupo 3 de Teatro:Débora Falabella, Gabriel Fontes Paiva e Yara de Novaes
Realização: Sesc SP, 9º Prêmio Zé Renato e Secretaria da Cultura

Quarto 19

Com atuação de Amanda Lyra, Quarto 19 conta a história de uma mulher que se vê despersonalizada pelo casamento, pela maternidade e pela fragmentação de sua identidade feminina. Foto: Cris Lyra

Inspirado no conto No Quarto Dezenove (To Room Nineteen), da escritora britânica Doris Lessing (1919-2013), a trama aborda com simplicidade e força alguns dos temas mais persistentes de Lessing, como o cabo de força entre o desejo humano e os imperativos do amor, da traição e da ideologia, as tensões entre o doméstico e a liberdade, a responsabilidade e a independência.

“É doloroso perceber a universalidade e atemporalidade desse texto. Perceber que estamos nos debatendo com as mesmas questões tantos anos depois, com o movimento feminista já em sua quarta onda”, contata a atriz Amanda Lyra.

A personagem do conto está consciente de que é prisioneira de alguma coisa maior e, em seu discernimento embotado, passa a acreditar que está doente. O quarto 19, aqui, é mais do que um espaço físico. Ele é uma metáfora de libertação. A direção é de Leonardo Moreira, dramaturgo e diretor da Companhia Hiato, de São Paulo.

Serviço:
Quarto 19
Quando: Sextas-feiras, às 21h. Até 18 de outubro
Onde: Teatro Eva Herz – Av. Paulista, 2073 – Cerqueira César, São Paulo – SP, 01311-940
Quanto: R$50 (inteira) e R$25 (meia-entrada)
Duração: 75 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade do teatro: 168 lugares
Informações: (11) 3170-4059

Ficha técnica:
Idealização, tradução e atuação: Amanda Lyra
Direção: Leonardo Moreira
Cenário e iluminação: Marisa Bentivegna
Figurino: Amanda Lyra
Criação de som: Miguel Caldas
Preparação corporal: Tarina Quelho
Assistente de cenário: Amanda Vieira
Cenotécnico: César Rezende
Fotos: Cris Lyra
Direção de produção: Aura Cunha

Villa

A memória coletiva da Ditadura Militar no Chile é tema de Villa, de Guillermo Calderón. Fotos: Leekyung Kim

Em torno de uma mesa, três mulheres (interpretadas por Flávia Strongolli, Rita Pisano e Angela Ribeiro) avaliam diferentes propostas sobre o que fazer com a Villa Grimaldi, um dos mais famosos centros de tortura e extermínio na ditadura do chileno Augusto Pinochet (1915-2006). O dramaturgo Guillermo Calderón, baseado em fatos históricos,
elabora ficcionalmente o embate das três arquitetas escaladas para decidir sobre o destino de uma área semidestruída em Santiago (Chile), que ficou conhecida como Villa Grimaldi.

Reconstruir? Erguer um museu ultramoderno? Ou deixar como está, nivelando o terreno e plantando grama de ponta a ponta? Como explicar o horror do passado sem cair em uma produção de parque temático ou na fria reprodução de um museu de arte contemporânea? Entre debates objetivos, o diálogo traz à tona o trauma coletivo enfrentado pelo povo chileno e suas sequelas.

Serviço:
Villa
Quando:Sextas e sábados, às 21h; e domingos, às 19h. Até 6 de outubro
Onde:Teatro Arthur Azevedo / Sala Multiuso (Av. Paes de Barros, 955 – Mooca)
Quanto:R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)
Duração:60 minutos
Classificação indicativa:livre
Capacidade:40 lugares
Informações:(11) 2604-5558

Ficha técnica:
Texto: Guillermo Calderón
Tradução: Maria Soledad Más Gandini
Historiadora: Sonia Brandão
Direção: Diego Moschkovich
Assistente de direção: Diego Chillio
Elenco: Flávia Strongolli, Rita Pisano e Angela Ribeiro
Iluminação e vídeo: Amanda Amaral
Trilha sonora: LP Daniel
Figurino: Diogo Costa
Cenografia: Flora Belotti
Maquete: Guilherme Tanaka – goma oficina plataforma criativa?
Animação 3D: Caio Mamede
Designer gráfico: Angela Ribeiro
Fotos: Leekyung Kim
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção: Bia Fonseca e Iza Marie Micele

Vozes

Cia Coexistir de Teatro apresenta Vozes em sua sede, no Paraíso. Foto: Reprodução do Facebook

Desde 2009 o grupo investe no estudo de mitos gregos. Em Vozes, sete atores enveredam por histórias s trágicas traçando um diálogo entre a representação arquetípica desses mitos, a dramaturgia pessoal do ator, e reflexões de temas contemporâneos. O elenco aponta para desejos reprimidos que compromete a vida. Na peça, Cassandra pleiteia seu lugar de fala e Fedra quer amar e ser amada.

Vozes
Cia Coexistir de Teatro
Dramaturgia e Direção: Patrícia Teixeira
Classificação 14 anos
Duração: 70 minutos.
Onde: Casa das Artes Coexistir – Rua Alcino Braga, 178 – Paraíso.
Quando: Sábado 20h e Domingo 19h (De 28 de Setembro a 10 de Novembro)
Ingressos: 50,00 / 25,00 (meia entrada para estudantes, idosos, professores da Rede Pública de ensino e atores (apresentar comprovante na entrada.)
Venda online pelo site Sympla ou no local da peça com abertura da bilheteria 1h antes do espetáculo (pagto em cartão ou dinheiro).
Limitação de 20 pessoas por sessão.

Postado com as tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

Agenda de Setembro – quarta semana

AGENDA SÃO PAULO

ESTREIA

Brian ou Brenda?

Brian ou Brenda?, de Franz Keppler, discute identidades a partir do polêmico caso real de David Reimer. Foto: Heloisa Bortz

O caso ocorreu em meados de 1960, no Canadá. Na trama, os gêmeos Brian e Bruce são circuncidados por volta dos oito meses de idade, por orientação médica. Durante o procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. O psiquiatra John Money – que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação – aconselha a operação de redesignação sexual. E os pais educam Brian como uma menina. A criança cresce infeliz naquele corpo; só depois de uma tentativa de suicídio, os pais contam a verdade, e Brenda vai em busca de sua real identidade.

A violência sofrida por David Reimer é um dos episódios mais polêmicos da psiquiatria mundial. Os conservadores usam o caso com escudo para argumentar que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é idêntico ao que pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora.

Com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, a montagem propõe uma reflexão sobre gênero e o direito de escolhas e desejos de cada um e os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos.

Serviço:
Brian ou Brenda
Quando: sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h. Até 20 de outubro
Onde: Centro Cultural São Paulo (CCSP) / Sala Jardel Filho (Rua Vergueiro, 1000, Paraíso)
Quanto: ingressos gratuitos, distribuídos uma hora antes de cada sessão
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 100 min

Ficha técnica:
Texto: Franz Keppler
Direção: Yara de Novaes e Carlos Gradim
Assistência de direção: Ronaldo Jannotti
Elenco: Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Marcella Maia e Paulo Campos
Cenário: André Cortez
Figurino: Cassio Brasil
Iluminação: Aline Santini
Trilha sonora original: Dr. Morris
Preparação corporal: Ana Paula Lopez
Visagismo: Louise Helène
Direção de produção: Ronaldo Diaféria e Kiko Rieser
Produção executiva: Marcos Rinaldi
Assistente administrativa: Juliana Rampinelli
Fotografia: Heloísa Bortz
Design gráfico: Angela Ribeiro
Assessoria de imprensa: Pombo Correio (Douglas Picchetti e Helô Cintra)
Realização: Rieser Produções Artísticas, Diaferia Produções e Da Latta Cultura

Enquanto Ela Dormia

O espetáculo Enquanto Ela Dormia, do Teatro da Vertigem, volta em temporada gratuita. Foto Mayra Azzi

A primeira versão de A Bela Adormecida, de 1648, é o disparador da peça, que investiga a violência contra a mulher e as relações de poder entre os gêneros. Enquanto Ela Dormia convoca a personagem Dora, uma professora de literatura, que presencia uma cena de abuso em um ônibus e sofre ao relembrar os traumas de infância.

O monólogo explora uma linha cronológica das dores do feminino, como, por exemplo, os pés de lótus das mulheres chinesas e a expulsão da deusa Lilith do Paraíso. A diretora Eliana Monteiro entende que “o espetáculo é um mergulho na geografia da dor das mulheres e uma provocação ao que está acontecendo na nossa sociedade”.

A montagem questiona os mecanismos usados para minimizar, esconder, disfarçar, apagar essas violências. Enquanto Ela Dormia percorre três eixos temáticos: o dos contos de fadas, que integram o imaginário universal do feminino; as histórias de amputações, para que a mulher coubesse na sociedade patriarcal; e as memórias de uma história de amor.

Contemplada na 9ª edição do Prêmio Zé Renato, a peça faz parte da programação do projeto Teatros em Movimento, que prevê a circulação de companhias teatrais, seus trabalhos e processos criativos pelas sedes de outros grupos, em diferentes bairros da capital paulista.

Serviço:
Enquanto Ela Dormia
do Teatro da Vertigem
Quando: De 27 de setembro a 24 de novembro (Obs: o final de semana entre 18 e 20 de outubro não haverá apresentações). Sextas e sábados, às 21h e domingos, às 19h
Onde: Sede do Teatro da Vertigem (Rua Treze de Maio, 240, 1º andar – Bela Vista)
Quanto: Ingressos gratuitos, distribuídos 1h antes das sessões
Duração: 70 min
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 50 lugares

Ficha técnica:
Diretora artística: Eliana Monteiro
Diretor técnico e light designer: Guilherme Bonfanti
Atriz: Lucienne Guedes
Dramaturgismo: Antonio Duran
Texto: Carol Pitzer
Operador de som: José Mario Tomé e Nayara Konno
Diretor de cena/contrarregra: Evaristo Moura
Operadora de vídeo: Aline Sayuri
Operador de luz: Patricia Amorim
Montador de luz: Diego Soares
Montador de vídeo: Rodrigo Silbat
Trilha sonora: Erico Theobaldo
Figurinista: Marichilene Artisevskis
Cenografia: Marisa Bentivegna
Produção geral: Marcelo Leão
Fotos: Mayra Azzi
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques – Canal Aberto

Há Dias Que Não Morro

No elenco estão Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi. Foto: Paulo Hemsi

A encenação visa ampliar o debate sobre os aprisionamentos contemporâneos e os corpos em paranoia. Os disparadores são as discussões sobre segurança e liberdade, projetadas na política atual. Três atrizes viram figuras-bonecas em um cubo-jardim, felizes com os dias ensolarados, com o canto dos pássaros e os desenhos das nuvens. Mas alguma coisa está fora da ordem nesse sistema inerte e cíclico, nessa rotina sem acidentes ou perigos. O que há para além desse jardim artificial?

Há Dias Que Não Morro é a segunda parte da Trilogia da Morte, que teve início em 2016 com a estreia de Adeus, Palhaços Mortos. A peça contou com uma pré-estreia em maio na Turquia, tem texto original de Paloma Franca Amorim e direção coletiva de Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi.

Serviço:
Há Dias Que Não Morro
da Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Quando: De 3 a 27 de outubro. Quinta a sábado, às 21h30, e aos domingos, às 18h30
Onde: Sesc Pompeia/Espaço Cênico (Rua Clélia, 93, Água Branca)
Ingressos: R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada) e R$9 (credencial plena)
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 50 lugares
Informações: (11)3871-7700

Ficha técnica:
Idealização: Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Direção e concepção: Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Texto: Paloma Franca Amorim
Dramaturgia: Aline Olmos, Laíza Dantas, José Roberto Jardim, Paula Hemsi e Paloma Franca Amorim
Encenação: José Roberto Jardim
Elenco: Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Assistente de direção: Luna Venarusso
Cenografia: Bijari
Direção musical e trilha sonora original: Rafael Thomazini e Vinicius Scorza
Iluminação: Paula Hemsi
Figurino: Carolina Hovaguimiam
Modelista: Juliano Lopes
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Cenotecnia: Leo Ceolin
Preparação corporal: Maristela Estrela
Design de sistema de operação sincronizado: Laíza Dantas
Operação de luz, vídeo e som: Murilo Gil e Vinicius Scorza
Técnico de som: Murilo Gil
Técnica de luz: Paula Hemsi
Técnica de vídeo: Laíza Dantas
Técnica de palco: Aline Olmos
Produção executiva: Tetembua Dandara
Direção de produção: ultraVioleta_s
Fotos: Paula Hemsi e Victor Iemini

INTERVENÇÃO
Concepção: ultraVioleta_s e Coletivo Bijari
Assessoria Criativa: Fernando Velázquez

Refúgio

Refúgio, com texto e direção de Alexandre Dal Farra, Foto: Otávio Dantas

Várias pessoas começam a desaparecer sem um motivo aparente e isso muda o cotidiano de uma pacata cidade. Uma mulher e seu marido veem parentes, amigos e desconhecidos sumirem do mapa, sem se saber se por vontade própria ou forçados. As pessoas passam a viver um misto de melancolia, desassossego, insegurança, com o sentimento de não pertencerem a nada. A realidade é indefinida e os acontecimentos nebulosos.

A linguagem lacunar das personagens não se deve às suas características psicológicas, mas sim a uma indefinição objetiva da própria realidade. Nada do que é dito ou executado faz sentido. Em busca de respostas para o desmoronamento de suas vidas, eles acabam voltando, sem mais nem menos, sem entender aonde e como foram parar lá. A trama da peça flerta com o ambiente do thriller, por um lado, e, por outro, com o teatro do pós-guerra europeu.

Serviço:
Refúgio
Quando: De 3 a 6 de outubro. De quinta a sábado, às 21h; e no domingo, às 20h
Onde: Itaú Cultural
Quanto: Entrada gratuita
Reserva online: A partir de 25 de setembro
Para o dia 3 de outubro (quinta-feira): www.eventbrite.com.br/e/refugio-tickets-74029872341
Para o dia 4 de outubro (sexta-feira): www.eventbrite.com.br/e/refugio-tickets-74036821125
Para o dia 5 de outubro (sábado): www.eventbrite.com.br/e/refugio-tickets-74037055827
Para o dia 6 de outubro (domingo): www.eventbrite.com.br/e/refugio-tickets-74040951479
Apresentar o comprovante da reserva (impresso ou no celular) a partir de três horas antes do início do espetáculo. Os ingressos digitais só valem até dez minutos antes do início do espetáculo. Depois disso, os lugares serão liberados
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Texto e direção: Alexandre Dal Farra
Atores: Fabiana Gugli, Marat Descartes, André Capuano, Carla Zanini e Clayton Mariano
Cenário e luz: Marisa Bentivegna
Direção musical: Miguel Caldas
Operação de som: Tomé de Souza
Produção: Alexandre Dal Farra e Maria Fernanda Coelho

EM CARTAZ

A Cobradora

A Cobradora tem dramaturgia de Claudia Barral. Foto: Christiane Forcinito

Faz 12 anos que a Trupe Zózima realiza suas investidas e pesquisas cênicas a bordo de um ônibus que circula por São Paulo. No espetáculo A Cobradora, o coletivo teatral adota o palco italiano para tratar da personagem Maria das Dores, que prefere ser chamada de Dolores. Com dramaturgia de Claudia Barral e direção de Anderson Maurício, a atriz Maria Alencar leva ao palco histórias de Marias reais, trançadas umas às outras, permeadas pela violência, por mortes, pela sobrevivência diária em busca do sustento e de dignidade.

Serviço:
A Cobradora
Trupe Zózima
Quando: Sextas, às 20h, e sábados, às 18h. Até 19 de outubro
Onde: Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, Vila Mariana)  
Quanto: R$ 6 (credencial plena), R$ 10 (meia-entrada), R$ 20 (inteira) 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Ficha técnica
Atriz criadora: Maria Alencar
Encenação: Anderson Maurício
Dramaturgia: Cláudia Barral
Vídeo mapping: Leonardo Souzza e Otávio Rodrigues
Preparação corporal e movimento: Natalia Yuki
Preparação vocal: Marilene Grama
Trilha sonora original: Rodrigo Florentino
Iluminação: Tomate Saraiva e Otávio Rodrigues
Operadora de luz: Fernanda Cordeiro
Operadora de som: Wayra Arendartchuk Castro
Cenografia: Anderson Maurício e Nathalia Campos
Adereços cenográficos: Nathalia Campos
Construtor Cênico: Alício Silva
Figurino: Tatiana Nunes
Conteúdo de vídeo: Leonardo Souzza
Orientação de vídeo mapping: Ana Beraldo e Ihon Yadoya
Produção geral: Tatiane Lustoza
Assistente de produção: Amanda Azevedo e Jonathan Araújo
Fotografia: Leonardo Souzza
Assessoria de imprensa: Canal Aberto

Aquele Momento Em Que…

Doutores da Alegria fazem apresentações gratuitas no Folias d’Artes. Foto: Lana Pinho

Os palhaços do Doutores da Alegria enfrentam desafios diários em hospitais públicos de São Paulo e do Recife. O riso, a palavra de motivação nos encontros, chegadas e despedidas. Mas humanos que são às vezes bate Aquele Momento Em Que… Nessa montagem, o elenco de São Paulo buscar levantar algumas reflexões que movem a existência da organização, fundada em 1991.

“O novo espetáculo quer abrir diálogos que sejam potentes para a construção de uma sociedade mais igualitária”, aposta o diretor artístico da Doutores da Alegria, Ronaldo Aguiar. O grupo fala sobre a existência em um lugar em que a própria vida está sempre em momento de tensão, que precisa ser defendida gota a gota. Na peça, a trupe revela anseios, desejos e preocupações enquanto cidadãos, sem a máscara.

Serviço:
Aquele Momento Em Que…
do Doutores Da Alegria
Quando: sexta, sábado e segunda, às 21h; domingo, às 20h. Até 30 de setembro
Onde: Galpão do Folias (Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília)
Quanto: Ingressos gratuitos
Capacidade: 99 lugares
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

Ficha técnica:
Direção: Val Pires
Dramaturgia: Nereu Ramos
Direção de movimento: Ronaldo Aguiar
Elenco
Cenário: Bira Nogueira
Figurino: Cleuber Gonçalves
Assistentes de figurino: Glória Amaral, Leninha Castilho
Desenho de luz: Giuliana Cerchiari
Assistente de Iluminação: Emerson Fernandes
Trilha sonora: Leandro Simões
Coordenação de produção: Marcela Castilho
Assistente de produção: Suenne Sotero
Realização: Doutores da Alegria

Chão de Pequenos

Concepção e atuação de Felipe Soares e Ramon Brant. Foto Lucas Brito

O espetáculo Chão de Pequenos, da Companhia Negra de Teatro, é, antes de tudo, sobre amizade. A camaradagem entre dois jovens negros abandonados pela família e o grito da necessidade de ser visto num mundo de visão anestesiada.

Lucas Silva e Pedro Henrique, entre a infância e a adolescência, são marcados pela orfandade. Dos orfanatos às ruas das grandes cidades, a fábula dos garotos mostra a importância da empatia, do diálogo e do afeto nos dias de hoje, numa sociedade marcada pela intolerância e pelo preconceito.

A dramaturgia é baseada em histórias reais colhidas em pesquisas e entrevistas da equipe com várias famílias e pessoas relacionadas com o tema da adoção. Em Chão de Pequenos destaca-se a colaboração da escritora Ana Maria Gonçalves – autora do premiado romance Um Defeito de Cor – que tem textos utilizados na peça.

Serviço:
Chão de Pequenos
da Companhia Negra de Teatro (Belo Horizonte, MG)
Quando: Quinta a sábado, às 20h30. Até 12 de outubro. Nos dias 21 de setembro e 12 de outubro, sábados, as sessões serão às 18h
Onde: Sesc Pinheiros / Auditório 3º andar (Rua Paes Leme, 195, Pinheiros)
Quanto: R$ 25 (inteira), R$ 12,50 (meia-entrada) e R$ 7,50 (credencial plena)
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Informações: (11) 3095-9400

Ficha técnica:
Concepção e atuação: Felipe Soares e Ramon Brant
Direção: Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati
Dramaturgia: Coletiva
Textos: Ana Maria Gonçalves, Felipe Soares e Ramon Brant
Provocação dramatúrgica: Grace Passô
Direção de movimento e preparação corporal: Tiago Gambogi
Iluminação: Cristiano Diniz
Operação de luz: Cristiano Diniz / Thiago Rosado
Trilha sonora original: GA Barulhista
Operação de som: Sammer Iêgo Lemos
Figurino: Bárbara Toffanetto
Cenografia: José Soares da Cunha e Zé Walter Albinati
Cenotecnia: José Soares da Cunha
Direção de produção: Gabrielle Araújo
Projeto gráfico: Estúdio Lampejo e Ramon Brant
Fotografia: Lucas Brito
Escrita poética do processo: Bremmer Guimarães
Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques
Realização: Companhia Negra de Teatro
Produção: Caboclas Produções

Chernobyl

Chernobyl está em cartaz às segundas e terças-feiras. Foto: Guy Pichard

O espetáculo leva ao palco as lembranças de 30 anos do maior acidente nuclear da história, quando a usina número quatro explodiu em Chernobyl. A notícia correu o mundo daquele fatídico 26 de abril de 1986, de uma explosão que havia destruído o reator nuclear da usina de Chernobyl, próxima à cidade de Pripyat, na Ucrânia. Após o desastre, a região foi esvaziada e a população nunca mais voltou, abandonando seus bens materiais e suas histórias. O texto foi escrito em 2017 pela dramaturga francesa Florence Valéro, nascida no mesmo ano do acidente nuclear. A boneca Antonia, protagonista-narradora conta o que vê com seus olhos de vidro cor esmeralda. Com direção de Bruno Perillo, Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery revezam-se entre nove personagens, que têm suas rotinas brutalmente alteradas.

Serviço:
Chernobyl
Quando: segundas e terças, às 20h. Até 22 de outubro
Onde: Sesc Consolação – Espaço Beta/3º andar ( Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque)
Quanto: R$ 6 (credencial plena), R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 (inteira)
Duração: 95 minutos
Classificação: 14 anos

Ficha técnica:
Dramaturgia: Florence Valéro (com excertos do livro Vozes de Chernobyl, de Svetlana Aleksiévitch inseridos por elenco e direção)
Tradução: Carolina Haddad
Direção: Bruno Perillo
Elenco: Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery
Trilha sonora e operação de som: Pedro Semeghini
Iluminação e vídeo: Grissel Pinguillem
Cenário e figurinos: Chris Aizner
Preparação corporal: Marina Caron
Visagismo: Cristina Cavalcanti
Operação de luz: Michelle Bezerra
Contrarregra: Júlia Temer
Assistente de produção: Marcelo Leão
Estagiária de direção: Madu Arakaki
Fotos de Chernobyl: Duca Mendes e Carol Thomé
Fotos do espetáculo: Guy Pichard e Felipe Cohen
Produção: Anayan Moretto

Dona Ivone Lara – Um sorriso negro

Aspectos da vida pessoal da sambista, como a formação em Serviço Social, o casamento, a maternidade e o racismo que enfrentou ao longo da vida se sobressaem na trama. Foto: Divulgação

A força da mulher negra no Brasil é ressaltada no musical, carregado de críticas sociais e políticas. Dona Ivone Lara (1922-2018) foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores de uma escola de samba e abriu muito caminhos. A autora de Acreditar e Sonho Meu é retratada em três momentos da vida, aos 12, 26 e 80 anos.

Serviço:
Dona Ivone Lara – Um sorriso negro
Quando: Quinta a sábado, às 20h, domingo, às 17h. Até 20 de outubro
Onde: Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista)
Quanto: R$ 40 a R$ 150 (ingressos pelo site http://ingressorapido.com.br)

Ficha técnica:
Idealização e direção geral: Jô Santana
Dramaturgia e direção artística: Elisio Lopes Jr.
Direção musical: Rildo Hora
Codireção musical: Jarbas Bittencourt
Direção coreográfica: José Carlos Arandiba Zebrinha
Direção assistente/residente: Ricardo Gamba
Assistente de coreografia: Arismar Santos
Elenco: André Muato, Belize Pombal, Beto Mettig, Bruno Quixote, Di Ribeiro, Diogo Lopes Filho, Felipe Adetokumbo, Felipe Gomes Moreira, Fernanda Cascardo, Fernanda Jacob, Fernanda Ventura, Heloisa Jorge , Flavia Souza, Francisco Salgado, Guilherme Silva, Jeff Pereira, Larissa Noel, Larissa Carneiro, Nara Couto, Pedro Caetano, Rafa Leal, Sylvia Nazareth, Udilê Procópio
Cenografia: Paula de Paoli
Figurino: Carol Lobato
Desenho de Luz: Valmyr Ferreira
Pesquisa: Nilcemar Nogueira

Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada

Treze atores contam a trajetória de Erêndira, do deserto habitado pelo ‘vento da sua desgraça’ até os ‘entardeceres de nunca acabar’. Foto: Leekyung Kim

A obra do Nobel colombiano Gabriel García Márquez, que foi publicada em 1972, narra a trajetória de uma menina de 14 anos, que após um incêndio que destrói a casa da família, passa a ser prostituída pela avó. A adaptação para o teatro é de Augusto Boal. Irene Papas defendeu o papel da desalmada e Claudia Ohana fez Erêndira no cinema, no filme de 1983, com direção de Ruy Guerra. A montagem teatral tem direção de Marco Antonio Rodrigues, dramaturgia de Claudia Barral e canções originais compostas por Chico César. Celso Frateschi interpreta a cruel avó e Giovana Cordeiro faz seu début no teatro como Erêndira. Com Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Gustavo Haddad, Dagoberto Feliz, Dani Theller, Demian Pinto, Eric Nowinski, Jane Fernandes, Marco França, Maurício Destri e Rafael Faustino. O espetáculo abraça a estética e os recursos do realismo fantástico, seguindo os passos de Gabo.

Serviço:
Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada
Quando: Quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Até 08 de dezembro 
Onde: Centro Cultural Fiesp – Teatro do SESI (Avenida Paulista 1313, Bela Vista)
Quanto: Grátis / Reserva de ingressos: Centroculturalfiesp.Com.Br
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Baseado no conto de Gabriel Garcia Márquez  
Adaptação: Augusto Boal 
Dramaturgia: Claudia Barral 
Tradução: Cecília Boal 
Direção: Marco Antonio Rodrigues 
Elenco: Giovana Cordeiro, Maurício Destri, Chico Carvalho, Dagoberto Feliz, Gustavo Haddad, Marco França, Eric Nowinski, Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Dani Theller, Demian Pinto, Jane Fernandes e Rafael Faustino 
Cenografia: Marcio Medina  
Figurino: Cássio Brasil 
Iluminação: Tulio Pezzoni 
Músicas originais compostas: Chico Cesár 
Preparadora corporal: Marcella Vincentini 
Design gráfico: Zeca Rodrigues 
Fotografia: Leekyung Kim 
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro 
Idealização: Instituto Boal 
Assistentes de produção: Diogo Pasquim e Carol Vidotti  
Produção executiva: Camila Bevilacqua 
Direção de produção: Luís Henrique Luque Daltrozo 
Produção: Daltrozo Produções 
Realização: SESI São Paulo

Eu de Você

Denise Fraga estreia espetáculo Eu de Você. Foto: Bruna Paulin 

Sartre pregava, ironicamente, que o inferno são outros. Sim, mas também espelho. A atriz Denise Fraga aposta nesse reflexo, nessa reverberação. A intérprete defende a urgência de ver o outro, olhar pelo olhar do outro.  Ela recebe sempre o público na porta do teatro para reforçar a cumplicidade, o laço de afeto. Denise Fraga gosta de gente e de contar suas histórias. Durante nove anos protagonizou um programa de televisão contando histórias reais: o Retrato Falado, na TV Globo.

No solo Eu de Você, Fraga leva ao palco histórias do cotidiano de gente comum e a criatividade para encontrar solução para diversos problemas. O humor é uma ferramenta poderosa nessa montagem. Denise convocou o público a enviar suas histórias para esse projeto, anunciou nos jornais, nas redes sociais. De mais de 400 histórias foram selecionadas 33, costuradas dramaturgicamente com literatura, música, imagens e poesia. Estão em cena em ficção Paulo Leminski, Zezé di Camargo, Tchekhov, Beatles, Chico Buarque, Dostoiévski e Fernando Pessoa.

Serviço:
Eu de Você
Quando: sexta, às 20h, sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Até 15 de dezembro
Onde: Teatro Vivo (Av. Dr. Chucri Zaidan, 2.460, Morumbi)
Quanto: De R$ 25 a R$ 70
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

Ficha técnica:
Idealização e criação: Denise Fraga, José Maria e Luiz Villaça
Com Denise Fraga
Direção: Luiz Villaça
Produção: José Maria
Obra inspirada livremente nas narrativas de Akio Alex Missaka, Anas Obaid, Barbara Heckler, Bruno Favaro Martins, Clarice F. Vasconcelos, Cristiane Aparecida dos Santos Ferreira, Deise de Assis, Denise Miranda , Eliana Cristina dos Santos, Enzo Rodrigues, Érico Medeiros Jacobina Aires, Fátima Jinnyat, Felipe Aquino, Fernanda Pittelkow, Francisco Thiago Cavalcanti, Gláucia Faria, José Luiz Tavares, Julio Hernandes, Karina Cárdenas, Liliana Patrícia Pataquiva Barriga, Luis Gustavo Rocha, Maira Paola de Salvo, Marcia Angela Faga, Marcia Yukie Ikemoto, Marlene Simões de Paula, Nanci Bonani, Nathália da Silva de Oliveira, Raquel Nogueira Paulino, Ruth Maria Ferreiro Botelho, Sonia Manski, Sylvie Mutiene Ngkang, Thereza Brown, Vinicius Gabriel Araújo Portela, Wagner Júnior
Dramaturgia: Cassia Conti, André Dib, Denise Fraga, Kênia Dias, Fernanda Maia, Geraldo Carneiro, Luiz Villaça e Rafael Gomes
Texto final: Rafael Gomes, Denise Fraga e Luiz Villaça
Direção de imagens em vídeo: André Dib
Direção de arte: Simone Mina
Direção musical: Fernanda Maia
Direção de movimento: Kenia Dias
Iluminação: Wagner Antônio
Assessoria de Imprensa SP: Morente Forte Comunicações
Projeto realizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura
Coprodução: Café Royal
Produção: NIA Teatro
Patrocínio: BB Seguros
Realização: Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal

Gomorra – Crime, Revolta e Dor (Tragédia Urbana em único ato)

Espetáculo se baseia na tragédia de Eurípedes para retratar personagens marginalizados pela sociedade. Foto: Leekyung Kim

Em um ambiente insalubre, personagens sem escrúpulos, imorais, amorais e marginalizados tentam sobreviver. Mas em meio a tudo isso, um amor adolescente emerge, em sua carga bruta, sem sutilezas. Escrita e dirigida por Jean Dandrah, Gomorra – Crime, Revolta e Dor (Tragédia Urbana em Único Ato) retrata a trajetória de um grupo morando em uma ocupação em meados da década de 1970, buscando sobreviver e lidar com a convivência entre si. O espetáculo se inspira na tragédia Hécuba (424 a.C.), do escritor e poeta grego Eurípedes, que trata da destruição e desencanto deixados no rastro da Guerra de Tróia.

Serviço:
Gomorra – Crime, Revolta e Dor (Tragédia Urbana em Único Ato)
Quando: segunda, terça e quarta, às 20h. Até 2 de outubro
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo
Quanto: Gratuito Retirar ingressos com uma hora de antecedência.
Duração: 1h35minutos
Classificação indicativa: 18 anos

Ficha técnica:
Texto e direção geral: Jean Dandrah
Assistente de direção: Milene Haddad
Iluminação: Alexandre Zullu
Trilha Sonora: Lucas Guerreiro
Figurino: Andrea Pera
Cenografia: Lisandro Leite
Visagismo e make up: Alex Arimatéia
Designer gráfico: Tobias Luz
Operador de Luz: Roberto Herrera
Preparação psicológica dos atores: Psicóloga Clínica Fernanda Gregório
Foto: Leekyung Kim
Produção Geral: Sem abacaxi
Agência e tecnologia: Ton Andrade
Elenco: Alessandra Catarina, Elizeu Costa, Giovanna Colacicco, Jean Dandrah, Lisandro Leite, Litta Mogoff, Luciano Rocha, Maria Luiza Castelar, Mauricio Fiori Junior, Milene Haddad, Pedro Bonilha, Renata Bittencourt e Wilton Walban
Realização: Núcleo Palco Meu de Artes de São Paulo

Lela & Cia

Inspirado em fatos reais, Lela & Cia, da dramaturga britânica Cordelia Lynn tem montagem dirigida por Alvise Camozzi. Foto: Leekyung Kim / Divulgação

Uma personagem que quer desesperadamente contar sua história. Mas Lela é constantemente interrompida por vozes masculinas. Lela & Cia é um grito, em primeiro plano, sobre o que é ser mulher; mas também é a comprovação de que, mais do que falar, é preciso ser ouvida. Segundo o diretor diretor Alvise Camozzi, a verdadeira história da Lela acontece num país que não tem nome, numa época de conflitos. “No mundo da Lela os conflitos são a alma dos negócios, e os negócios, no mundo da Lela definem tudo, até a livre circulação dos homens. Já as mulheres, no mundo da Lela, não podem escolher, decidir livremente por si só, decidir o que fazer quando adultas, crescer, se tornar independentes, aliás essa palavra: independente, no mundo da Lela não existe. Tudo depende de alguma coisa, que depende dos negócios, que dependem dos conflitos, que dependem dos homens que escolhem as mulheres”.

Há um trecho na peça de Cordelia Lynn que diz: “A vida tem uma maneira engraçada de te dar sorte. Agora eu sei o bastante para pensar em termos de boa sorte ou má sorte, ou fazer exatamente o oposto e não pensar em termos de sorte mas sim, das coisas que te acontecem”.

Serviço:
Lela & Cia
Quando: Sextas, sábados e segundas, às 21h; domingos, às 18h. Até 14 de outubro
Onde: SP Escola de Teatro, unidade Roosevelt (Praça Roosevelt, 210, Consolação)
Quanto: R$40 (inteira), R$20 (meia-entrada) e R$10 (classe artística e aprendizes)
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Capacidade: 60 lugares
Informações: (11) 3775-8600

Ficha técnica
Texto: Cordelia Lynn
Direção: Alvise Camozzi
Tradução: Malu Bierrenbach
Elenco: Malu Bierrenbach e Conrado Caputo
Direção de produção: ;Alexandre Brazil
Iluminação: Mirella Brandi
Trilha sonora: Dan Maia
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Assistência de produção e administração temporada: Vanda Dantas
Produção cultural: Joana Pegorari
Idealização:Malu Bierrenbach

Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante

Yara de Novaes e Deborah Falabela. Foto: Sérgio Silva

Quando o público adentra o teatro Anchieta já se depara com Yara de Novaes, Debora Falabella e mais quatro musicistas em coreografias de aquecimento com varas de bambu, exercícios de luta oriental, movimentos criados por Ana Paula Lopez. Sinal de que é preciso coragem para seguir, para viver e lutar. Em Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante, dirigido pelo encenador Gabriel Fontes Paiva, o Km 23, de uma estrada qualquer, é o local de embate e de empatia. Lá, uma garota delira após ter sido violentada por um grupo de homens. O lugar abandonado fica perto de um aeroporto e outras meninas também já foram violentadas

O texto de Silvia Gomez, autora de O Céu Cinco Minutos Antes da TempestadeO Amor e Outros Estranhos RumoresMarte, Você Está Aí? e Mantenha Fora do Alcance do Bebê, é inspirado numa tragédia sucedida no Piauí, em 2015, quando quatro garotas foram estupradas e arremessadas em um abismo.

As personagens encontram-se em situações-limite: L, personagem de Falabella, estuprada nas cenas iniciais, e a Vigia do pedaço, interpretada por Novaes, enveredam por uma linguagem não realista para tratar desse tema duro e delicado. A Vigia também dá pitacos na direção, iluminação, pede canções para a banda  boliviana Las Majas, que toca a trilha composta por Lucas Santtana dialogando com as personagens. 

Serviço:
Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante
Com Grupo 3 de Teatro
Quando: Sexta e sábado, às 21h, e domingos, às 18h. Até 6 de outubro
Onde: Teatro Anchieta, Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245)
Quanto: R$ 20 (inteira) e R$10 (credencial plena e meia-entrada) 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Ficha Técnica:
Elenco: Débora Falabella e Yara de Novaes
Texto: Silvia Gomez
Direção: Gabriel Fontes Paiva
Banda Las Majas: Mayarí Romero, Lucia Dalence, Lucia Camacho e Isis Alvarado, além do diretor Marvin Montes
Cenografia: André Cortez
Vídeo cenário: Luiz Duva
Figurino: Fabio Namatame
Iluminação: Gabriel Fontes Paiva e André Prado
Trilha sonora original: Lucas Santtana e Fábio Pinczowisk
Assistência de direção: André Prado e Ana Paula Lopez
Assistente de cenário e produção de objetos: Carol Bucek
Assistente de figurinos: Juliano Lopez
Preparadora vocal: Ana Luiza
Preparadora e direção de movimento: Ana Paula Lopez
Oficinas: Dione Carlos
Workshops: Maria Thais
Direção de palco: Diego Dac
Operação de luz e vídeo: André Prado
Operação de som: Thiago Rocha
Design de som: André Omote
Cenotécnicos: Alexandre da Luz Alves e Murilo Alves
Assistência de produção: Cadu Cardoso e Letícia Gonzalez
Assistente administrativo: Rogério Prudêncio
Assessoria de imprensa: Pombo Correio e Sesc
Identidade gráfica: Patrícia Cividanes
Fotos de material gráfico e divulgação: Fábio Audi
Gestão de projeto: Luana Gorayeb
Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Produção: Contorno Produções e Fontes Realizações
Grupo 3 de Teatro: Débora Falabella, Gabriel Fontes Paiva e Yara de Novaes
Realização: Sesc SP, 9º Prêmio Zé Renato e Secretaria da Cultura

Ovelha Negra

O universo de Rita Lee é a inspiração do espetáculo teatral da Cia PeQuod . Foto: Luiz Alves / Divulgação

O diferente, o que não se adapta, o que está fora da curva, já foi chamado de ovelha negra. A peça da Cia PeQuod (Rio de Janeiro/RJ), Ovelha Negra, fala sobre um tema relevante que é o de aceitarmos as diferenças.

Com direção de Miguel Vellinho, o espetáculo reúne oito bonecos de manipulação direta, apresentados em forma de ovelhas para contar a história dos personagens ficcionais Rita e Beto. Os dois não se enquadram muito bem nas estruturas sociais. O encontro dá um novo alento para os dois, que passam a criar outras possibilidades de viver.

As canções de Rita Lee são entoadas ao vivo pelos músicos-atores-manipuladores da PeQuod em clima de Rock and Roll, como Agora Só Falta Você, Ando Meio Desligado e a própria Ovelha Negra.

O espetáculo integra a primeira edição da MiriM – Mostra Nacional de Teatro para Crianças Grandes e Pequenas na área externa do CCBB São Paulo, região central da cidade, que segue até 15 de dezembro. Participam companhias de quatro estados brasileiros Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Bahia: Cia PeQuod (RJ), Teatro Faces (MT), Rococó Produções (RS) e Ateliê Voador (BA). A curadoria é do jornalista e crítico de teatro infantil Dib Carneiro Neto.

Serviço:
Ovelha Negra
da Cia PeQuod – Teatro de Animação (Rio de Janeiro/RJ)
Quando: sábado e domingo, às 15h30. Até 29 de setembro
Onde: CCBB São Paulo (Rua Álvares Penteado, 112, Centro), na área externa
Quanto: Gratuito
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: Livre

Ficha técnica:
Direção e texto: Miguel Vellinho
Elenco: Liliane Xavier, Gustavo Barros, Miguel Araújo, Julia Ludolf e Laura Becker
Direção musical: José Roberto Crivano
Cenário e figurinos: Carla Ferraz e Kika de Medina
Iluminação: Renato Machado
Bonecos: Carla Ferraz, Marcio Newlands, Liliane Xavier e Miguel Vellinho
Adereços: Celestino Sobral
Operador de som: Leonardo Magalhães
Operador de luz: Pablo Cardoso
Produção: Lilian Bertin e Liliane Xavier
Realização: Cia PeQuod – Teatro de Animação

Quarto 19

Com atuação de Amanda Lyra, Quarto 19 conta a história de uma mulher que se vê despersonalizada pelo casamento, pela maternidade e pela fragmentação de sua identidade feminina. Foto: Cris Lyra

Inspirado no conto No Quarto Dezenove (To Room Nineteen), da escritora britânica Doris Lessing (1919-2013), a trama aborda com simplicidade e força alguns dos temas mais persistentes de Lessing, como o cabo de força entre o desejo humano e os imperativos do amor, da traição e da ideologia, as tensões entre o doméstico e a liberdade, a responsabilidade e a independência.

“É doloroso perceber a universalidade e atemporalidade desse texto. Perceber que estamos nos debatendo com as mesmas questões tantos anos depois, com o movimento feminista já em sua quarta onda”, contata a atriz Amanda Lyra.

A personagem do conto está consciente de que é prisioneira de alguma coisa maior e, em seu discernimento embotado, passa a acreditar que está doente. O quarto 19, aqui, é mais do que um espaço físico. Ele é uma metáfora de libertação. A direção é de Leonardo Moreira, dramaturgo e diretor da Companhia Hiato, de São Paulo.

Serviço:
Quarto 19
Quando: Sextas-feiras, às 21h. Até 18 de outubro
Onde: Teatro Eva Herz – Av. Paulista, 2073 – Cerqueira César, São Paulo – SP, 01311-940
Quanto: R$50 (inteira) e R$25 (meia-entrada)
Duração: 75 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade do teatro: 168 lugares
Informações: (11) 3170-4059

Ficha técnica:
Idealização, tradução e atuação: Amanda Lyra
Direção: Leonardo Moreira
Cenário e iluminação: Marisa Bentivegna
Figurino: Amanda Lyra
Criação de som: Miguel Caldas
Preparação corporal: Tarina Quelho
Assistente de cenário: Amanda Vieira
Cenotécnico: César Rezende
Fotos: Cris Lyra
Direção de produção: Aura Cunha

Villa

A memória coletiva da Ditadura Militar no Chile é tema de Villa, de Guillermo Calderón. Foto: Leekyung Kim

Em torno de uma mesa,  três mulheres (interpretadas por Flávia Strongolli, Rita Pisano e Angela Ribeiro) avaliam diferentes propostas sobre o que fazer com a Villa Grimaldi, um dos mais famosos centros de tortura e extermínio na ditadura do chileno Augusto Pinochet (1915-2006). O dramaturgo Guillermo Calderón, baseado em fatos históricos,  elabora ficcionalmente o embate das três arquitetas escaladas para decidir sobre o destino de uma área semidestruída em Santiago (Chile), que ficou conhecida como Villa Grimaldi.

Reconstruir? Erguer um museu ultramoderno? Ou deixar como está, nivelando o terreno e plantando grama de ponta a ponta? Como explicar o horror do passado sem cair em uma produção de parque temático ou na fria reprodução de um museu de arte contemporânea? Entre debates objetivos, o diálogo traz à tona o trauma coletivo enfrentado pelo povo chileno e suas sequelas.

Serviço:
Villa
Quando: Sextas e sábados, às 21h; e domingos, às 19h. Até 6 de outubro
Onde: Teatro Arthur Azevedo / Sala Multiuso (Av. Paes de Barros, 955 – Mooca)
Quanto: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: livre
Capacidade: 40 lugares
Informações: (11) 2604-5558

Ficha técnica:
Texto: Guillermo Calderón
Tradução: Maria Soledad Más Gandini
Historiadora: Sonia Brandão
Direção: Diego Moschkovich
Assistente de direção: Diego Chillio
Elenco: Flávia Strongolli, Rita Pisano e Angela Ribeiro
Iluminação e vídeo: Amanda Amaral
Trilha sonora: LP Daniel
Figurino: Diogo Costa
Cenografia: Flora Belotti
Maquete: Guilherme Tanaka – goma oficina plataforma criativa?
Animação 3D: Caio Mamede
Designer gráfico: Angela Ribeiro
Fotos: Leekyung Kim
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção: Bia Fonseca e Iza Marie Micele

 

Postado com as tags: , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

Grandezas negativas da política

Tablado de Arruar traça trajetória do PT para expor barbárie na política. Foto:

Tablado de Arruar traça trajetória de partido de esquerda para expor barbárie na política. Foto: Cacá Bernardes 

Qual o preço ético para se chegar ao poder? O que está em jogo? E que tipos de mudanças um partido político de esquerda precisa fazer para atingir esses objetivos? A montagem do grupo Tablado de Arruar, de São Paulo, trata desse percurso, da realidade política e da crise vivenciada pelo PT nos últimos anos. A Trilogia Abnegação está dividida nas peças Abnegação I, que trata sobre poder e política no Brasil de forma mais difusa. Abnegação II é sobre os trâmites da política e o PT a partir do caso da morte do Celso Daniel. Em Abnegação III são expostos fragmentos, narrativas entrecruzadas, trechos de histórias e personagens envolvidos com a política. E o que sobrou depois das fissuras.

A Trilogia Abnegação focaliza o declínio dos setores progressistas da sociedade e o avançar da direita, no Brasil e no mundo.  Há discursos cínicos de várias figuras da malha social e não só   políticos, truculência nas ações e um clima de insegurança na vida real. Isso fricciona com os assuntos das peças, que traçam suspeição de pactos, traições e suspeitas de crimes.

Apesentada de hoje a quarta-feira, dentro da programação do Trema! Festival de Teatro.  As peças tratam de política e políticos brasileiros (e seus pares de outras profissões), alguns que já foram militantes comprometidos com a utopia de justiça para o coletivo.

Vivemos em tempos de muitas guerras. De nervos, de narrativas. Confrontos físicos nos espaços públicos e uma defesa de interesses privados como sendo público. A realidade é um caleidoscópio em que cada vertente tenta impor sua versão, apagar imprecisões , convencer com o interpretações esdrúxulas das leis ou pela constante repetição de algumas notas pela mídia, que aceitou esse papelão.

O dramaturgo Alexandre Dal Farra e o grupo Tablado de Arruar eletrizam temas polêmicos. Em Mateus, 10, de 2012, eles se lançaram nas questões da fé e sua relação com a sociedade. Abnegação leva à cena as contradições do circuito de poder nos bastidores da política.

Com texto de Dal Farra, que divide a direção com Clayton Mariano, a Abnegação I aborda as relações de poder. Mas não se sabe exatamente sobre o que eles falam, mas dá uma sensação que é em relação à política brasileira.

A encenação minimalista joga a carga no trabalho dos atores para criar de uma atmosfera abarrotada de armadilhas, intrigas e infidelidades. No fim de uma festa, numa reunião madrugada a dentro, cinco personagens ligadas à estrutura de poder debatem sobre o o que deverá ser feito, pois um ocorrência do passado veio à tona. E as decisões podem ter consequências trágicas. Regados a muita bebida, as discussões são permeadas por danças ao som de hits sertanejos e brigas, até a decisão final.

SERVIÇO

Abnegação I
8 de maio, 20h – Teatro Hermilo Borba Filho
Abnegação II – o começo do fim
9 de maio, 20h – Teatro Hermilo Borba Filho
Abnegação 3 – restos
9 de maio, 20h – Teatro Hermilo Borba Filho

Ficha técnica:
Texto: Alexandre Dal Farra
Direção: Clayton Mariano e Alexandre Dal Farra
Com: Alexandra Tavares, André Capuano, Carlos Morelli, Vinícius Meloni e Vitor Vieira.
Direção de arte: Eduardo Climachauska
Assistente de direção: Ligia Oliveira
Preparação corporal: Lu Favoreto
Provocadora: Cibele Forjaz
Figurino: Melina Schleder
Trilha sonora: Alexandre Dal Farra
Iluminação: Francisco Turbiani
Assistente de iluminação: Marcela Katzin
Direção de produção: Carla Estefan
Assistente de produção: Ariane Cuminale
Assessoria de imprensa: Arteplural Comunicação. Fernanda Teixeira e Adriana Balsanelli
Foto divulgação: Cacá Bernardes
Desenho gráfico: Vitor Vieira

Postado com as tags: , , , , , , , , ,

A dor transformada em material estético

Janaína Leite em Conversas com meu pai. Foto: Milton Doria / Divulgação

Janaina Leite em Conversas com meu pai. Foto: Milton Doria / Divulgação

O luto pela morte do pai foi transformado em material estético pela atriz Janaina Leite, do Grupo XIX do Teatro (dos espetáculos Hysteria, Hygiene e Arrufos), na montagem Conversas com Meu Pai. A peça é a atração deste sábado (8), no Teatro Hermilo Borba Filho, e em Caruaru, na segunda-feira (10). A memória da intimidade, desse processo de dor e cura, ganha a cena com dramaturgia escrita pela atriz em parceria com seu marido, Alexandre Dal Farra.

O documentário cênico mescla fatos verídicos e ficcionais para erguer essa história de pai e filha – Janaina e seu genitor, Alair Pereira Leite (1950-2011), que passou por uma traqueostomia e perdeu a capacidade de comunicação verbal. Ele parou de falar em 2005; em 2008, a atriz teve a primeira ideia de fazer algo artístico com base nesses fragmentos; e, em 2011, o pai morreu.

Foram necessários quase sete anos – pesquisa e produção de materiais – para que a atriz conseguisse levar ao palco o espetáculo Conversas com Meu Pai. A obra toca na questão da incomunicabilidade, de como a linguagem assume a função de elaborar experiências, e nos limites que envolvem o humano e a arte.

Os escritos cifrados e fragmentários foram o disparador. Durante três anos, o cineasta Bruno Jorge filmou a rotina no meio do mato do seu Alair em Cubatão, usados depois nas obras dramatúrgicas e literárias. Num telão ao fundo, as projeções captadas entre 2004 e 2011 embalam as idas e vindas entre realidade e ficção.

A montagem está dividida em três partes: a revelação de um segredo numa roda, o monólogo em que a atriz faz uma autocrítica e transita entre teorias de narrativas autobiográficas, e o resgate das memórias.

FICHA TÉCNICA:
Concepção e Interpretação:
Janaina Leite
Texto: Alexandre Dal Farra
Direção e cenografia: Janaina Leite e Alexandre Dal Farra
Vídeos: Bruno Jorge
Iluminação: Wagner Antônio
Figurino: Melina Schleder
Direção de Palco: Michel Fogaça
Design Gráfico: Rodrigo Pereira

Serviço:
Conversas com Meu Pai, de Janaína Leite e Alexandre Dal Farra
Quando: sábado (8), às 20h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife)
Quanto: Gratuito
Informações: 3355-3320

Quando: Segunda-feira (10), às 20h
Onde: Teatro Rui Limeira Rosal (Sesc Caruaru)
Gratuito

Classificação etária: 14 anos

Postado com as tags: , ,