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Cordel do amor sem fim no aconchego de sua sede

Naná Sodré em Cordel do amor sem fim. Foto: Paulo Cruz

Naná Sodré em Cordel do amor sem fim. Foto: Paulo Cruz

A peça Cordel do amor sem fim, do grupo O Poste Soluções Luminosas, inicia hoje uma nova temporada, desta vez na sede do grupo, na Rua da Aurora. O espetáculo, um dos sucessos da trupe, já circulou pelo Brasil a levar essa história de desencontros amorosos. Três irmãs moram em Carinhanha, nas margens do Rio São Francisco: a misteriosa Madalena, a dissimulada Carminha e a jovem sonhadora Teresa, por quem José é apaixonado. Mas aparece um forasteiro, Antônio, que desvia a rota do desejo de Teresa.

A encenação do diretor Samuel Santos rejeita o naturalismo e explora outras teatralidades. Na composição da cena, os passos e gestuais do coco e cavalo-marinho se fundem com Tai Chi Chuan, candomblé, capoeira, nuances do Expressionismo, da arte oriental do Butoh no corpo e nas máscaras faciais, com influência também do mamulengo.

Agrinez Melo interpreta uma das irmãs, Carminha. Foto: Aryella Lira

Agrinez Melo interpreta uma das irmãs, Carminha. Foto: Aryella Lira

O elenco é composto pelos atores, Suelayne Sue (Tereza), Naná Sodré (Madalena ), Agrinez Melo (Carminha) e Madson De Paula, (José ), além do músico Diogo Lopes.

A montagem está carregada da sensualidade manifesta no corpo de Teresa, que arde por um sujeito estrangeiro, que não virá. Esse corpo se modifica com a ausência. Endurece. Teresa talvez fosse a redenção de suas irmãs. Madalena que se fechou em luto. E Carminha que sofre com o segredo de amar o homem prometido a Teresa, José. O amor desmedido de Teresa desafia o amor desmedido de José.

O Nordeste se apresenta no texto da escritora baiana Cláudia Barral, nas cores fortes, nos sons e texturas dessa montagem.

Entre batuques, marcações sincopadas de tamancos, sonoplastia ao vivo, os corpos “extracotidianos” dos intérpretes, Cordel do amor sem fim conclama a ancestralidade, tão cara na pesquisa do grupo.

SERVIÇO
Cordel do amor sem fim
Quando: De 11 de julho a 27 de setembro; sábados, às 20h e domingos, às 19h.
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, loja 1, Boa Vista)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 98484-8421.

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Despedidas teatrais e show de Siba

Atriz Naná Sodré no monólogo A receita

Atriz Naná Sodré no monólogo A receita. Foto: Fernando Azevedo/ Divulgação

Quatro espetáculos encerram temporadas neste fim de semana. Na sede do Grupo de Teatro O Poste, localizada na Rua da Aurora, a atriz pernambucana Naná Sodré apresenta o monólogo A Receita, sobre uma mulher que sofre de dependência emocional dos seus, que a exploram. Para espantar o sofrimento, ela cozinha e tenta fazer a alquimia da vida com sal, alho, coentro e cebolinha.

A direção e texto de Samuel Santos traduzem de forma poética a solidão feminina e as dificuldades de relacionamento. E indicam até que ponto pode chegar uma mulher desesperada e ignorada pelo companheiro.

O oitavo trabalho do Magiluth mergulha no processo teatral para questionar o momento político no mundo. Com Zizek, o grupo pernambucano reflete sobre a onda de movimentos contestatórios, inclusive o movimento Ocupe Estelita do Recife. A trupe convoca os pensamentos de Gilles Deleuze e o cinema de Yorgos Lanthimos para essa empreitada.

“É uma obra aberta a múltiplas interpretações, um ensaio de resistência ético-estético-político. São linhas, não formas pré-estabelecidas. Pode-se fugir, esconder, confundir, sabotar, cortar caminho”, provocam. Eles falam da crise de poder do capitalismo. O espetáculo O Ano em que sonhamos perigosamente – que foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz/2014 – faz a última apresentação desta temporada hoje e é imperdível.

Confira abaixo:

A RECEITA
A atriz Naná Sodré, do grupo O Poste Soluções Luminosas, faz um solo, A receita, sobre uma mulher que tempera sua vida de abandono e violência com comida. O texto e a encenação são de Samuel Santos.
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, loja 1, Boa Vista).
Quando: Nesta sexta, às 20h, última apresentação desta temporada.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 8484-8421.

Erivaldo Oliveira é um dos cinco atores do Magiluth. Renata Pires

Erivaldo Oliveira é um dos cinco atores do Magiluth. Foto: Renata Pires / Divulgação

O ANO EM QUE SONHAMOS PERIGOSAMENTE
Novo espetáculo do Grupo Magiluth pega emprestado o título de um livro do filósofo esloveno Slavoj Zizek. Cinco atores – Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mário Sergio Cabral, Pedro Wagner e Thiago Liberdade exercitam um jogo teatral, com inserções de trechos de peças de Anton Pavlovitch Tchekhov. E se atiram sem rede de segurança para falar da condição humana na contemporaneidade. Leia crítica: http://www.satisfeitayolanda.com.br/blog/2015/06/12/arte-em-tempos-sombrios-critica/
http://www.satisfeitayolanda.com.br/blog/2015/06/12/arte-em-tempos-sombrios-critica/
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife).
Quando: Nesta sexta, às 20h, última apresentação desta temporada.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 3355-3320.

Musical ambientado nos anos 1990 narra o percurso de oito amigos unidos por uma paixão: a música. Foto:  Fernanda Acioly

Peça situada nos anos 1990 narra o percurso de oito amigos unidos pela música. Foto: Fernanda Acioly

ABRAÇO – NUNCA ESTAREMOS SÓS
O musical Abraço – nunca estaremos sós, da Dispersos Companhia de Teatro, leva para o centro do palco o valor da amizade. Traz músicas de Milton Nascimento e Liz Valente e outros.
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo, s/n, Bairro do Recife).
Quando: Sábado, às 19h e domingo, às 18h; últimas apresentações desta temporada.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia), à venda antecipadamente pelo telefone 9.9574-7657 ou 2h antes, na bilheteria do teatro.
Informações: 3355-3320.

ator José Neto Barbosa interpreta Rutras. Foto: Diego Marcel/ Divulgação

ator José Neto Barbosa interpreta Rutras. Foto: Diego Marcel/ Divulgação

BORDERLINE
Inspirado no conto Borderline – O Cangaço e o Carcará Sanguinolento, o espetáculo traz questões sobre normalidade e loucura.
Onde: Teatro Apolo (Rua do Apólo, 121, Recife).
Quando: Sábado, às 20h e domingo, às 19h; últimas apresentações desta temporada.
Ingresso: R$ 20. (vendas antecipadas e promocionais, com 50% de desconto no site http://www.eventick.com.br/borderline).
Informações: 3355-3320.

Siba lança CD no Teatro de Santa Isabel. Foto: José de Holanda

Siba lança CD no Teatro de Santa Isabel. Foto: José de Holanda

Siba potencializou as tradições do maracatu e da ciranda na sua música pop. Desde a banda Mestre Ambrósio e depois com a Fuloresta do Samba. O disco De Baile Solto tem uma pegada mais política e o músico pernambucano põe o dedo na ferida, ao criticar o preconceito camuflado ou escancarado e questionar o lugar dessas manifestações na sociedade contemporânea. Suas canções críticas são vestidas com guitarras, bateria, percussão e tuba e uma voz deliciosa.

O show de lançamento do disco – totalmente disponível para streaming e download (http://www.mundosiba.com.br/discos) ocorre hoje e amanhã, no Teatro de Santa Isabel (Santo Antônio), no Recife, a partir das 21h. Ele divide o palco com Antônio Loureiro (bateria), Leandro Gervázio (tuba), Mestre Nico (percussão e voz) e Lello Bezerra (guitarra).

Siba em DE BAILE SOLTO
Quando: Sexta (26) e Sábado (27), às 21h
Onde: Teatro de Santa Isabel (Praça da República, Santo Antônio)
Ingresso: R$ 40
Informações: 3355-3323.

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Algumas opções teatrais do fim de semana

O-Lançador de Foguetes faz sessão gratuita domingo às 16h30, no Marco Zero, no Bairro do Recife. Foto: Raquel Durigon/ Divulgação

Espetáculo gaúcho faz sessão gratuita domingo às 16h30, no Marco Zero. Foto: Raquel Durigon

O Lançador de Foguetes integra o repertório do Grupo de Teatro De Pernas pro Ar – da cidade gaúcha de Canoas – desde 2006. A montagem com o ator Luciano Wieser (que também assina a direção e cenografia) está na programação do 18º Circuito Palco Giratório Sesc.

A trupe faz várias apresentações gratuitas em Pernambuco e a primeira delas é no domingo às 16h30, no Marco Zero, no Bairro do Recife.

O bando borra as fronteiras de técnicas circenses, formas animadas e música para realizar seus experimentos de linguagens. Em O lançador de foguetes a cenografia, figurinos excêntricos e bonecos com mecanismos de manipulação únicos colaboram para a comunicação com o espaço urbano. O protagonista procura um lugar ideal para sua experiência cientifica. Ele anda no seu triciclo abarrotado de elementos cênicos, calcula os fenômenos físicos e busca encontrar a energia da plateia.

SERVIÇO
Espetáculo gaúcho O Lançador de Foguetes
Quando: domingo às 16h30
Onde: Marco Zero, no Bairro do Recife
Quanto: Grátis

Outras apresentações do espetáculo O Lançador de Foguetes em PERNAMBUCO – Palco giratório 2015
02/06 – BELO JARDIM (PE)
03/06 – BUIQUE (PE)
05/06 – BODOCÓ (PE)
06/06 – OURICURI (PE)
07/06 – ARARIPINA (PE)
11/06 – PETROLINA (PE)

Algodão doce faz apresentação dentro do projeto Palco Giratório. Foto: Ivana Moura

Algodão doce faz apresentação no Teatro Marco Camarotti. Foto: Ivana Moura

O grupo Mão Molenga (PE), também está no Palco Giratório com a encenação em teatro de bonecos Algodão doce. A apresentação está marcada para às 16h do sábado, no Teatro Marco Camarotti (Rua do Pombal, s/n, Santo Amaro).

A montagem foi erguida a partir da chamada Civilização de Açúcar e da textura de algodão dos bonecos, em variados tamanhos e técnicas de manipulação. Além da dança inspirada na tradição cultural pernambucana, principalmente o cavalo-marinho São narradas três histórias de assombração, Comadre Fulozinha, As desventuras de Ioiozinho e O Negrinho do Pastoreio.

A direção cênica e direção de arte são de Marcondes Lima. O argumento e roteiro são assinados por Marcondes Lima e Carla Denise. O elenco é formado por Elis Costa, Íris Campos, Fábio Caio, Fátima Caio e Marcondes Lima. O espetáculo é indicado para crianças a partir de 8 anos. O ingresso custa R$ 20 e R$ 10 (meia).

SERVIÇO
Espetáculo Algodão doce
Quando: Sábado (30/05) às 16h
Onde: Teatro Marco Camarotti (Rua do Pombal, s/n, Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia)

Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver inicia nova temporada

Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver inicia nova temporada

ACONTECE ENQUANTO VOCÊ NÃO QUER VER
A nova temporada do espetáculo Acontece enquanto você não quer ver, começa amanhã, no Espaço Caramiolas (Avenida Dantas Barreto, 324, 7º andar, Santo Antônio). A encenação foi criada para um espaço de teatro domiciliar, e está dividida em dois atos: Bem guardado e Rua Garopaba, 410. A produção avisa que a peça faz um desafio à moralidade vigente e mostra situações que podem ser consideradas desagradáveis. No elenco estão Daniel Barros e Fábio Calamy
SERVIÇO
Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver
Onde: Espaço Caramiolas (Avenida Dantas Barreto, 324, 7º andar, Santo Antônio)
Quando: 30 de maio, 06, 13 e 20 de junho, sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 9790-8251.

NA BEIRA
Amanhã, sábado, às 19h30, é a última sessão desta temporada do monólogo Na beira. A peça é inspirada em histórias risíveis e comoventes da vida do ator Plínio Maciel. As reservas devem ser feitas pelo email teatrodefronteirape@gmail.com. O endereço completo do espetáculo, na Boa Vista, será fornecido na confirmação da reserva. A capacidade da casa é de 20 espectadores.Ingresso: R$ 20 (inteira).

OBSESSÃO
A rivalidade entre duas ex-amigas chega às raias da desrazão. A vingança é o tema da comédia Obsessão, com texto de Carla Faour e direção de Henrique Tavares, em cartaz no Teatro Boa Vista. Com Simone Figueiredo, Nilza Lisboa, Silvio Pinto, Diógenes Lima e Tarcísio Vieira.
SERVIÇO
Espetáculo Obsessão
Onde: Teatro Boa Vista (Colégio Salesiano)
Quando: sábado (30), às 21h.
Ingressos: R$ 60, R$ 30 (meia) e R$ 20 (promocional, à venda na bilheteria do teatro até às 17h).
Informações: 2129-5961.

H(EU)STÓRIA – O TEMPO EM TRANSE
A partir das cartas escritas para o poeta Jomard Muniz de Britto e o ex-governador Miguel Arraes foi erguido o espetáculo, que projeta as relações do cineasta baiano Glauber Rocha com o estado de Pernambuco.
SERVIÇO
Espetáculo H(Eu)stória – O Tempo em Transe
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista).
Quando: Sextas e sábados, às 20h (até o dia 20 de junho).
Ingresso: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia).
Informações: 3184-3057

A RECEITA
A receita apresenta uma mulher que tempera sua vida de abandono e violência com comida. O solo é com a atriz Naná Sodré, do grupo O Poste Soluções Luminosas. O texto e a encenação são de Samuel Santos.
SERVIÇO
Espetáculo A receita
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, loja 1, Boa Vista).
Quando: De 29 de maio a 26 de junho, todas as sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 8484-8421.

VIVA RAUL – O TRIBUTO
A carreira de Raul Seixas é revisitada pelo ator e músico Renato Ignácio, junto com uma banda no espetáculo Viva Raul – o Tributo.
SERVIÇO
Espetáculo Viva Raul – O tributo
Quando: 30 de maio, às 21h.
Onde: Teatro Guararapes (Avenida Professor Andrade Bezerra, S/N, Salgadinho, Olinda).
Ingresso: Plateia R$ 120 e R$ 60 (meia). Balcão: R$ 100 e R$ 50 (meia).
Informações: 3182-8020

Última semana desta temporada de Em Nome do pai. Foto: Zé Barbosa

Última semana desta temporada de Em Nome do pai. Foto: Zé Barbosa

EM NOME DO PAI
Os caminhos tortuosos para estabelecer uma relação amorosa entre pai e filho é exibida no drama Em nome do pai, escrito pelo mineiro Alcione Araújo. O espetáculo marca a estreia na direção de Cira Ramos. Última semana.
SERVIÇO
Espetáculo Em nome do pai
Onde: Teatro Eva Herz (Livraria Cultura do RioMar Shopping. Avenida República do Líbano, 251, Pina).
Quando: De 25 de abril a 31 de maio. Sextas e sábados, às 20 horas.
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3256-7500 ou 9157-5555

DANÇA

Percussionista Lucas dos Prazeres e Anne Costa em Abô

Percussionista Lucas dos Prazeres e Anne Costa em Abô

ABÔAbô é o nome do banho de ervas que purifica o corpo e afugenta os maus espíritos na prática do candomblé e umbanda. O espetáculo Abô tem direção e coreografia de Maria Paula Costa Rêgo e conta com o percussionista Lucas dos Prazeres, estreando como bailarino profissional e a bailarina Anne Costa no elenco.

O Grupo Grial leva para a cena um olhar bem peculiar sobre os movimentos das celebrações religiosas afro-brasileiras, mas tendo como base a estética e a linguagem da dança contemporânea. Fala sobre a poética dos orixás. O trabalho recebeu patrocínio do Prêmio Afro 2014, da Petrobras.
SERVIÇO
Espetáculo Abô
Onde: Sítio Trindade (Estrada do Arraial, s/nº, Casa Amarela).
Quando: de 28 a 31 de maio, às 19h30.
Ingresso: Entrada gratuita

ELÉGÙN – UM CORPO EM TRÂNSITO
A corporeidade e a performatividade são os dois elementos de pesquisa do espetáculo Elégùn. O título remete àquele que incorpora um arquétipo em sete cenas.
SERVIÇO
Espetáculo Elégùn
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista).
Quando: Sextas e sábados (até o dia 18 de julho), sempre às 19h.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3184-3057

Espetáculo retrata vida e obra de Dorival Caymmi. Foto: Paula Alencastro/ Divulgação

Espetáculo retrata vida e obra de Dorival Caymmi. Foto: Paula Alencastro/ Divulgação

DORIVAL OBÁ
O compositor baiano Dorival Caymmi cresceu dentro de um terreiro de candomblé, onde era preparado para ser o obá (um tipo de coordenador do terreiro). Abandonado pela mãe quando tinha 3 anos, foi no candomblé que ele praticou sua religiosidade, e se descobriu filho de Xangô.

O grupo Vias da Dança homenageia o baiano no espetáculo Dorival Obá, que tem coreografia do ator e bailarino Juan Guimarães. No elenco estão Thomas de Aquino Leal, Júlia Franca, Natália Brito, Rayssa Carvalho e Simone Carvalho.

O Vias da Dança, da diretora Heloísa Duque, utiliza depoimentos de Dorival em áudio, a partir de entrevistas, além de músicas e trechos de percussão do repertório do cantor como É doce morrer no mar, Samba da minha terra, O que é que a baiana tem e Canto de Nanã.
SERVIÇO
Espetáculo Dorival Obá
Onde: Espaço Experimental (Rua Tomazina, 199, 1º andar, Bairro do Recife).
Quando: 30 de maio, às 20h.
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3224-1482.

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A receita faz temporada na sede d’O Poste

Naná Sodré iniciou cena em curso de Eugenio Barba e Julia Varley. Fotos: Fernando Azevedo/ Divulgação

Naná Sodré iniciou cena em curso de Eugenio Barba e Julia Varley. Fotos: Fernando Azevedo/ Divulgação

Uma mulher comum transforma em alimentos suas ilusões. Negra e forte, ela usa um avental e desfia seu cotidiano de submissão e maus-tratos utilizando metáforas. A receita espetáculo que estreia hoje na sede d’O Poste: Soluções Luminosas, sintetiza naquela figura várias mulheres do mundo que sofrem com a violência. A dramaturgia e direção de Samuel Santos concentram na cozinha o contexto da história para reforçar o caráter sociológico e antropológico do discurso.

A atriz Naná Sodré interpreta essa criatura, que faz e refaz suas rezas, entoa suas falas como os cânticos das carpideiras, que tempera seus ambientes imaginários com sal, alho, coentro e cebolinha.

A receita foi gestada na VI Masters-in-Residence com Eugenio Barba e Julia Varley -Edição Comemorativa – O Diálogo das Técnicas 2013, em Brasília, da qual Naná Sodré participou e lá foi apresentada em formato reduzido de cinco minutos. A montagem prosseguiu no Recife com o Apoio do Edital de Ocupação do Teatro Joaquim Cardozo/UFPE, entre maio e julho de 2014. A peça integrou a versão do Trema – Festival de Teatro de Grupo do Recife deste ano.

A peça é desenvolvida com o público bem próxima à atriz. A plateia acompanha as mudanças de emoções da personagem e as reflexões sobre as agressões sofrida por mulheres, vitimadas física e psicologicamente, num ritmo que ora acelera ora diminui, mas traz um traço repetitivo para atingir o espectador.

Naná Sodré inicia temporada de A receita. Foto: Fernando Azevedo/ Divulgação

A peça fala sobre a violência doméstica sofrida por uma mulher anônima.

A receita
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, loja 1, Boa Vista, esquina da Aurora com Princesa Isabel)
Quando: De 29 de maio a 26 de junho, todas as sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 8484-8421.

Entrevista: Samuel Santos

Para o diretor Samuel Santos o essencial é o trabalho do ator

Para o diretor Samuel Santos o essencial é o trabalho do ator

A receita dá continuidade à pesquisa d’ O Poste em que sentido?
No sentido das equivalências, onde você coloca uma mulher numa situação de violência. Onde na realidade representam todas as mulheres do mundo. Salientando que a atriz que está em cena é negra e isso, só por si, já representa uma continuidade da pesquisa. O negro na situação de representação. Outra coisa também é que a ancestralidade que perseguimos não é só do campo ritualístico, mas há outras formas de colocarmos nossa pesquisa que não só seja utilizando os elementos espetaculares no campo das referências africanas tribal. Enxergamos também o lado mais urbano. Na Receita mesmo isso é percebido claramente. Não há a coisa tribal, mas tem elementos que comungam com as nossas pesquisas.

Como você opera as diretrizes de Eugenio Barba no seu trabalho de autor e diretor da peça?
Como Eugenio trabalha o teatro antropológico, que é o homem no estado de representação, eu tenho na minha dramaturgia um personagem mulher /negra localizada no Brasil que faz paralelos com comunidades distantes do mundo. Na peça a plateia vai ver desde a mulher brasileira/ nordestina, a mulher portuguesa, a mulher síria, africana do Gongo e também a mulher oriental. Então, na peça, vai se identificando desde a vendedoura negra de tabuleiro da época da escravidão até uma gueixa. Então os pontos que a antropologia faz nesse sentido é não se fechar em um conceito. Tipo: O conceito é matriz africana e aí eu como diretor tenho que focar só na matriz africana. Na antropologia teatral isso não é um valor conceitual. Você pode ver numa peça dirigida por Barba referência do tango com a capoeira. Sempre será hibrido. Outra questão é que não trabalhamos dentro do naturalismo. Há pré-expressividade, o método do teatro físico, onde não temos “ compromisso com o tempo real cotidiano”. Corpo, voz e a presença sempre ativa do ator na cena.

O tema da violência está no centro do espetáculo.
O centro do espetáculo é o abandono dela com ela mesma e a violência. A violência provocada pelo abandono.

Como interpretar essa violência contra o feminino no discurso sociológico e antropológico que você como autor e diretor aponta?
Mostrando comportamentos vigentes adotados dentro de uma memória e de um imaginário sexista, onde muitas mulheres deixam de ser mulheres para ser uma coisa utilitária. Crescemos ouvindo que “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. No ponto de vista dramatúrgico peguei todas minhas reminiscências de violência contra as mulheres e escrevi o texto pensando no passado, agindo no presente e buscando o futuro. Um futuro de igualdade, com menos violência e mais poesia.

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Estreia // Anjo negro

Montagem do diretor Samuel Santos do texto Anjo negro estreia hoje

Montagem do diretor Samuel Santos do texto Anjo negro estreia hoje

Ismael não se aceita como negro e isso gera uma série de conflitos externos e internos para o protagonista de Anjo negro. Ele provoca a cegueira de um irmão, é amaldiçoado pela mãe e se casa com um moça branca, Virgínia, que mata os filhos do casal.

A pesquisa sobre a gestualidade africana levou o grupo de Samuel Santos ao texto Anjo negro, de Nelson Rodrigues. O espetáculo faz duas apresentações, hoje e amanhã às 19h, no Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), dentro da programação do 20º Janeiro de Grandes Espetáculos.

Com essa encenação o diretor prossegue com a busca de linguagem em que entram em cena, de alguma forma, o universo ancestral africano, os ritos católicos, numa linha expressionista extraída do teatro físico.

No elenco estáo Agrinez Melo, Ângelo Fábio, André Caciano, Maria Luísa Sá, Nana Sodré e Smirna Maciel.

Serviço
Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, direção geral de Samuel Santos e direção de arte de Fernando Kehrle
Quando: Hoje, às 19h
Onde: Teatro Marco Camarotti (Rua Treze de Maio, 455, Santo Amaro. Fone: 3216 1616)
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

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