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Festival Reside Amaro
Uma experiência artística inovadora no Recife

Vizinhos no bairro de Santo Amaro participam de ações artísticas. Foto: Rogério Alves

O Festival Reside Amaro, que ocorre nestes dias 7, 8 e 9 de fevereiro de 2025, é mais que um evento no calendário cultural do Recife; é um manifesto vivo, uma declaração ousada sobre o potencial transformador da arte quando esta pulsa organicamente com o tecido social de uma comunidade.

Paula de Renor, uma produtora cultural com uma visão ousada, sempre sonhou em realizar um festival teatral inovador, diferente dos modelos tradicionais. A inspiração que faltava surgiu quando ela conheceu o trabalho do Teatro Bombón e o conceito de “teatro vecinal” (teatro de vizinhança) da artista argentina Monina Bonelli. Com essa nova perspectiva, Paula uniu forças com Bonelli e o curador Celso Curi para dar vida ao Reside Amaro, um projeto que leva o teatro para o coração do bairro de Santo Amaro, no Recife. Essa proposta única transforma a comunidade no centro pulsante da experiência teatral, promovendo uma colaboração íntima entre artistas e moradores locais para criar performances autênticas e envolventes.

A escolha de Santo Amaro como palco para esta experiência não foi aleatória. O bairro, com sua rica vivência histórica e cultural, serve como um microcosmo perfeito do Recife e, por extensão, do Brasil urbano contemporâneo.

“Santo Amaro é um paradoxo vivo,” aponta Roger de Renor, produtor e ativista cultural e vizinho inspirador. Neste território, casarões coloniais expõem a luta pelo espaço urbano com prédios altíssimos. Comunidades de pescadores, cujas tradições remontam a séculos, convivem lado a lado com startups de tecnologia de ponta.

Esta complexidade sociocultural de Santo Amaro serve como um terreno fértil para o tipo de narrativas plurais que o Reside Amaro busca explorar.

Monina Bonelli_Paula de Renor_Celso Curi._Foto Rogério Alves

O Reside Amaro destaca-se por sua natureza site-specific, onde cada apresentação é cuidadosamente elaborada para se integrar e dialogar com o ambiente específico em que ocorre. Esta técnica transforma espaços cotidianos – desde casas particulares até bares locais – em cenários teatrais singulares, criando uma experiência imersiva tanto para os artistas quanto para o público.

O aspecto comunitário do festival é igualmente central. Ao envolver ativamente os moradores de Santo Amaro no processo criativo, o Reside Amaro opera essa via de mão dupla: traz o teatro para a comunidade, mas também traz a comunidade para o teatro. Esta abordagem resulta em performances que são autênticas reflexões das histórias, culturas e experiências locais.

A maioria das performances é criação original, desenvolvida especificamente para o festival. Outra característica marcante do Reside Amaro é seu caráter processual. Muitas das ações e performances começaram a ser desenvolvidas apenas nas últimas semanas antes do festival. Este curto período de gestação confere às apresentações um frescor e uma espontaneidade raramente vistos em produções teatrais tradicionais. 

“É fascinante ver como as técnicas de teatro comunitário desenvolvidas em Buenos Aires se adaptam e ganham novos significados no contexto de Recife”, observa Monina Bonelli. “Há um diálogo intercultural acontecendo aqui que é verdadeiramente enriquecedor”.

Espetáculos internacionais Rainha, com Maiamar Abrodos e Da Melhor Maneira com Federico Liss e David Rubinstein. Foto: Divulgação

O festival apresenta duas peças argentinas em espanhol com legendas em português. Rainha (Reina en el Gondo), dirigida e escrita por Natalia Villamil e estrelada por Maiamar Abrodos, retrata a vida de uma mulher transgênero idosa no Gondolín, um hotel-refúgio em Buenos Aires, explorando suas memórias e reflexões sobre identidade. Já Da Melhor Maneira (De la mejor manera) é uma obra de Jorge Eiro, Federico Liss e David Rubinstein, dirigida por Eiro e atuada por Liss e Rubinstein. Esta peça acompanha dois irmãos que retornam ao bar da família durante o velório do pai, enfrentando o vazio deixado por sua perda e o desafio de seguir em frente diante de um “abismo silencioso”.

Além das performances, o Reside Amaro tem um forte componente educacional. Alunos do Curso de Interpretação para Teatro do Sesc Santo Amaro estão ativamente envolvidos em todas as etapas do festival, desde a concepção até a execução. Esta iniciativa aprimora o aprendizado dos estudantes, contribuindo para a formação de uma nova geração de artistas.

Com mais de 70 apresentações distribuídas ao longo de três dias, o festival oferece uma programação diversificada e acessível. Todas as apresentações são gratuitas, com ingressos distribuídos uma hora antes de cada sessão. O evento também prioriza a acessibilidade, oferecendo tradução em Libras para várias performances e garantindo que os espaços sejam acessíveis para pessoas com deficiência.

PROGRAMAÇÃO

CASA 1 (Rua Capitão Lima) CENTRAL DE INFORMAÇÕES

Casa 2 Rua (Rua Capitão Lima) LENE CONVIDA
Performance participativa onde Lene estreia um programa de entrevistas intimista. Recebe personalidades para conversas sinceras e inspiradoras sobre Pernambuco.
Dramaturgia/Direção: Giordano Castro, Mateus Condé.
Atuação: Lene Maria.
07/02: 19h30-22h, 08-09/02: 18h30-21h30. Fluxo contínuo.

Casa 3 (Rua Capitão Lima) COMUNHÃO MUSICAL
Espetáculo musical que une diferentes gerações e histórias de vida. Performances de um padre, uma cozinheira e um cantor profissional.
Direção musical: Douglas Duan.
Vozes: Padre Caetano, Alê Maria, Carlinhos Monteverde.
07/02: 19h, 08-09/02: 18h.

Casa 4 (Rua da Piedade) ÁLBUM DOS VIZINHOS
Projeção de retratos que capturam a essência dos moradores da vila. Transformação de memórias em arte, reforçando laços comunitários.
Fotos: Rogério Alves. Coordenação: Ingredy Barbosa.
07/02: 19h30-22h, 08-09/02: 18h30-21h. Fluxo contínuo.

Casa 5 (Rua Capitão Lima) SOM NA RURAL
Festa itinerante que transforma as ruas em palco de celebração. Picadeiro sonoro que constrói novas histórias e memórias.
comunicação: Roger de Renor. DJ: Dj Vibra.
07/02: 22h-23h.

Casa 6 (Travessa do Ferreira) HEY, HEY, HEY! ROBERTO É O NOSSO REI!
Karaokê em homenagem a Roberto Carlos, realizando o sonho de João Paulo. Inclui mural no Beco do Roberto, multiplicando a presença do Rei.
Artista vizinho: João Paulo Silva. Artista ativador: Douglas Duan.
07/02: 20h-22h, 08-09/02: 19h-21h30. Fluxo contínuo.

Casa 7 (Rua da Piedade) ALTA VIGILÂNCIA
Instalação dramatúrgica que explora a cultura da fofoca em Pernambuco. Narradoras compartilham histórias bisbilhotadas na rua Piedade.
Dramaturgia: Newton Moreno. Narradoras: Amanda Menelau, Márcia Luz.
07/02: 20h-22h, 08-09/02: 19h-21h30.

Casa 8 (Rua da Piedade) CASINHA DE ROGÊ
Instalação/performance que convida à intimidade da casa de Roger de Renor. Reflexões sobre cidades horizontais, utopias e memória. Performance: Roger de Renor.
Duração: 30min.
Capacidade: 20 pessoas/sessão.
07/02: 20h e 21h, 08-09/02: 19h e 20h.

Casa 9 (Rua da Piedade) INDO PARA LÁ
Performance documental sobre uma travessia imaginária de barco. Explora conversas, histórias e imagens que permanecem na memória. Direção: Quiercles Santana. Atuação: Clau Barros, Dorgival Fraga. Duração: 30min. Capacidade: 20 pessoas/sessão. 07/02: 20h e 21h, 08-09/02: 19h e 20h.

Casa 10 (Rua da Piedade) PRONTA PRA GUERRA; PULANDO FOGUEIRAS E DECORANDO O TEXTO COM FUXICOS
Performance inspirada na vida de Joana d’Arc e Ivete Alves de Mesquita. Explora a luta pela existência através de costura, fuxicos e memórias.
Dramaturgia/Encenação: Anderson Leite.
Atuação: Augusta Ferraz.
Duração: 30min.
Capacidade: 20 pessoas/sessão. 07/02: 20h30 e 21h30, 08-09/02: 19h30 e 20h30.

Casa 11 (Rua da Piedade) NO FRIGIR DOS OVOS TUDO TEM SOM
Performance documental que explora os sons e aromas da cozinha. Inspirada na vida de Geraldo Maximiano de Lima, o Rei do Omelete.
Direção: Quiercles Santana. Atuação: Djalma Albuquerque, Anne Andrade, Lua Alves.
Duração: 30min.
Capacidade: 20 pessoas/sessão.
07/02: 20h30 e 21h30, 08-09/02: 19h30 e 20h30.

Casa 12 (Rua Capitão Lima) SABOR DO DESTINO
Audioguia e experiência sensorial baseada na vida de Detinha. Percurso sonoro guiado pelos sabores, com participantes de olhos vendados.
Dramaturgia/Direção: Júnior Sampaio.
Narração: Fabiana Pirro.
Duração: 30min.
Capacidade: 20 pessoas/sessão.
07/02: 20h e 21h, 08-09/02: 19h e 20h.

Casa 13 ((Rua Capitão Lima) RITO DE PASSAGEM
Performance em movimento conduzida por HBlynda até a casa de Reina. Compartilha desafios enfrentados na jornada de reafirmação de identidade.
Criação/Performance: HBlynda Morais.
Duração: 30min.
Capacidade: 30 pessoas/sessão.
08-09/02: 19h.

Casa 14 (Rua Capitão Lima) AMARO
Exibição do curta-metragem desenvolvido durante a residência do festival. Retrata um dia na vida de Amaro, homem emocionalmente contido.
Roteiro/Direção: Diogo Cabral.
09/02: 19h-21h. Fluxo contínuo.

Casa 15 (Rua Capitão Lima) RECEITA PARA CONTAR HISTÓRIAS
Performance documental sobre histórias familiares e receitas. Mistura memórias do Maranhão a Pernambuco através do doce de banana.
Dramaturgia/Direção: João Pedro Pinheiro, Larissa Pinheiro. Com: Lannje Falcão, Aurian Falcão.
Duração: 30min.
Capacidade: 20 pessoas/sessão.
07/02: 20h30 e 21h30, 08-09/02: 19h30 e 20h30.

Casa 16 (Rua Capitão Lima, 410) UMA DOR MENOR
Teatro documental sobre impasses de um enterro familiar. Explora o conflito entre luto pessoal e cerimônia pública de um político.
Dramaturgia/Atuação: Ivana Moura.
Direção: Luiz Felipe Botelho.
Duração: 30min.
Capacidade: 20 pessoas/sessão.
07/02: 20h30 e 21h30, 08-09/02: 19h e 20h30.

Casa 17 (Rua Capitão Lima, 408) RAINHA
Peça argentina sobre a vida de uma mulher transgênero idosa. Explora memórias e reflexões sobre identidade no hotel Gondolín.
Dramaturgia/Direção: Natalia Villamil. Atuação: Maiamar Abrodos.
Duração: 60min.
Capacidade: 30 pessoas/sessão.
08-09/02: 19h30.

Casa 18 (Rua Capitão Lima – auditório da TV Jornal) NOS BASTIDORES DOS PROGRAMAS DE AUDITÓRIO: CONHEÇA A HISTÓRIA DA TV JORNAL
Vídeo que relembra 65 anos da TV Jornal pernambucana. Destaca programas de auditório e participações importantes.
Criação/Produção: TV Jornal.
Duração: 5min. Capacidade: 20 pessoas/sessão.
07/02: 19h, 19h15, 19h30 e 19h45.

Casa 19 (Rua Capitão Lima) CASAR, PARA QUE?
Quadrilha que desafia superstições sobre casamento. Celebra o casamento de dona Neta e Luiz com pompa e circunstância.
Direção/Coreografia: Mônica Lira. Casal: Erivonete Barbosa, Luiz Elias.
08/02: 21h30-23h.

Casa 20 (Rua Capitão Lima – na rua) BOI MARINHO
Cortejo que mistura tradições populares, com destaque para o Cavalo Marinho. Ativação com alunos da Escola Sylvio Rabello e vizinhos.
Mestre/Direção: Helder Vasconcelos. Contra mestra: Laura Tamiana.
09/02: 18h-18h40.

Casa 21 (Rua Capitão Lima – Restaurante Casa Capitão) DA MELHOR MANEIRA
Peça argentina sobre dois irmãos lidando com a perda do pai. Explora o luto e o desafio de seguir em frente após uma perda.
Dramaturgia: Jorge Eiro, Federico Liss, David Rubinstein. Direção: Jorge Eiro.
Duração: 60min.
Capacidade: 30 pessoas/sessão.
08-09/02: 20h.

FICHA TÉCNICA

Idealização
Monina Bonelli

Criação
Monina Bonelli e Celso Curi

Artista criador convidado
Quiercles Santana

Curadores
Paula de Renor e Celso Curi

Vizinho inspirador
Roger de Renor

Vizinha embaixadora
Ingredy Barbosa

Assistente de criação
Márcio Allan

Artistas convidados
Álefe Passarin, Amanda Menelau, Anderson Leite, Augusta Ferraz, Bailarinos da Quadrilha Evolução (Damas – Giovanna Seabra Paiva Carneiro, ⁠Hellen Cavalcante, Perollah Hair, Rayssa Gomes de Vasconcelos, Thadgya Dos Santos Silva e Thais Maely Sidronio. Cavalheiros – Adones Vasconcelos, Aleson Willam Souza, Anthony Matheus de Aquino, Lourival Rodrigues, Rodrigo de Oliveira e ⁠Wladiel Queiroz), Boris Trindade Júnior (palhaço Tapioca), Carlinhos Lua, Carlinhos Monteverde, Carlos Santos, Clau Barros, David Rubinstein, Dj Vibra, Douglas Duan, Fabiana Pirro, Federico Liss, Giordano Castro, HBlynda Morais, Helder Vasconcelos e o Boi Marinho, Ivana Moura, Jeison Wallace, Jerlane Silva (palhaça Bilack), João Pedro Pinheiro, Jorge Eiro, Júlio Brito, Júnior Sampaio, Jurema Fox, Kleber Santana, Larissa Pinheiro, Luiz Felipe Botelho, Maiamar Abrodos, Mônica Lira, Natalia Villamil, Newton Moreno, Pinho Fidelis, Rafael Chamié e Roger de Renor.

Vizinhos artistas
Alê Maria, Alice Barbosa, Aurian Falcão, Dorgival Fraga (Paizinho), Erivonete Barbosa (dona Neta), Everton de Holanda Júnior, Geraldo Maximiano de Lima (Rei do Omelete), Ivete Alves de Mesquita, Joana d’Arc Dantas Mesquita, João Paulo Silva, Lannje Falcão, Lene Maria, Ligia Vieira, Luiz Elias, Maria José (dona Detinha), Maria Laura (Laurinha), Padre Caetano e Thiago Santos.

Artistas Residentes
Alunos do CIT / Sesc Santo Amaro – Anne Andrade, Bibi Santos, Caví Baso, Diogo Cabral, Djalma Albuquerque, Fanny França, Lua Alves, Márcio Allan e Mateus Condé.

Beco do Roberto
Produção: Arte da Imagem Produções
Apoio: Gabinete de Inovação Urbana

Fotos álbum dos vizinhos
Rogério Alves

Fotos registro
Gianny Melo

Fotos e vídeos making of
Ivo Barreto e Wesley Kawaai

Comunicação comunitária
Djalma Albuquerque

Designer
Clara Negreiros

Assessoria de imprensa
Márcio Bastos

Gestão de redes sociais
Cognos Comunicação – Luiza Maia e Tiago Barbosa

WebDesigner / Front-End
Sandro Araújo (SandroWeb)

Acessibilidade comunicacional
CENTRAE

Coordenador de produção
Ivo Barreto

Produção
Remo Produções Artísticas
Paula de Renor e Wesley Kawaai

Assistente de produção
Elias Vilar

Coordenador técnico
Eron Villar

Assistente técnico
Caví Baso

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Os artistas precisam de dignidade
clama a produtora e atriz Paula de Renor,
homenageada do Janeiro de Grandes Espetáculos

A atriz Paula de Renor emocionada, ao lado do produtor do JGE Paulo de Castro, também segurando as lágrimas. Foto: TMF / Divulgação

Paulo de Castro ao centro e Paulo de Pontes. Foto: TMF / Divulgação

Com o quadro pintado pelo artista Cleusson Vieira. Foto: TMF / Divulgação

As aberturas de festivais têm aquela parte cerimonial incontornável, com discursos de colaboradores e patrocinadores, que são essenciais para a sobrevivência do evento, mas um pouco maçante para a plateia. É da natureza dessas cerimônias. Contudo, para ser justa, a abertura desta 31ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos, ocorrida na noite de ontem (09/01), no Teatro de Santa Isabel, está inserida numa informalidade quase doméstica. O ator Paulo de Pontes, mestre de cerimônias do JGE, imprimiu esse tom descontraído e bem-humorado, quase jocoso. Pontes mencionou que tem 56 anos, 20 dos quais dedicado ao festival, que ele destaca como parte essencial da vida cultural pernambucana. Segundo Paulo, “querendo ou não, esse é um dos maiores festivais de artes cênicas e música do Brasil”.

O produtor geral do festival, Paulo de Castro, ressaltou que não é possível realizar um evento dessa envergadura sem patrocínio e apoio. Ele expressou gratidão à vice-governadora Priscila Krause, mesmo ausente, por seu suporte nos últimos anos, assim como ao apoio da prefeitura e do governo do estado. Entretanto, Paulo destacou a necessidade de um maior envolvimento do governo federal, cuja proximidade e contribuição são essenciais para garantir a continuidade e o fortalecimento das atividades culturais.

Durante quase 20 anos, Paula de Renor dividiu a tarefa de tocar o Janeiro, junto com Paulo de Castro e Carla Valença. Foto: TMF / Divulgação

A verdade, que sabemos, é que os recursos são escassos e o evento acontece graças principalmente à colaboração dos artistas, que recebem um cachê irrisório e, de fato, dão sustentação ao festival. Melhorar essas condições para os trabalhadores da cultura é imprescindível.

E esse foi o tom do discurso de uma das homenageadas do festival, a atriz e produtora Paula de Renor, em um dos momentos mais marcantes da noite. Emocionada, Paula compartilhou sua alegria com a homengem, mas também expressou a falta que sentiu de Carla Valença, sua amiga e colega de palco, que estava na plateia e não foi homenageada este ano.

Durante seu breve discurso, Paula refletiu sobre as realidades enfrentadas pelos artistas. Ela destacou a necessidade urgente de mais apoio financeiro, dignidade e pagamentos justos para os profissionais das artes cênicas. Enfatizou que, apesar das melhorias da cadeia produtiva ao longo dos anos, ainda há muito a ser conquistado. Paula mencionou que a luta por políticas culturais contínuas é incessante e lembrou a todos que, apesar de ser um dia de festa, os desafios persistem como uma espada sobre as cabeças daqueles que fazem arte.

Paula de Renor, em sua fala, lembrou que os avanços alcançados por produtores e artistas de Pernambuco não vieram facilmente e o JGE sempre foi um espaço de resistência e reivindicação.

Poeta, ativista e vereadora Cida Pedrosa, uma das homenageadas do festival. Foto: TMF / Divulgação

O JGE também prestou homenagens a outras figuras que têm feito contribuições significativas para a cultura pernambucana. Entre os homenageados estavam Márcia Souto, pela condução da política cultural; Bernardo Peixoto, representante do Sistema Fecomércio Sesc/Senac Pernambuco, que não compareceu mas enviou uma representante; a vereadora, poeta e militante cultural Cida Pedrosa; e Queiroz Filho, parceiro de longa data da Apacepe. As demais pessoas homenageadas receberão seus troféus no dia da premiação.

A proposta conceitual desta edição do Janeiro é a liberdade de expressão na cena pernambucana, valorizando a diversidade cultural e a arte como ferramenta revolucionária e transgressora. O festival é dedicado ao grupo Vivencial, fundado na década de 1970 em Olinda e que celebra os 50 anos de sua fundação. Guilherme Coelho, ator e diretor, mentor intelectual e diretor do Vivencial, é um dos homenageados dessa edição.

Lia de Itamaracá ladeada por Elízio de Búzios e Áurea Martins. Foto: TMF / Divulgação 

Ela diz “Eu sou Lia” e o público se derrete. Puro magnetismo. Foto: TMF / Divulgação 

Áurea Martins. Foto: TMF / Divulgação

Orquestra Lunar. Foto: TMF / Divulgação

Elízio de Búzios. Foto: TMF / Divulgação

ABERTURA MUSICAL

O Janeiro de Grandes Espetáculos inaugurou sua programação com o show intitulado Orquestra Lunar e a Música Negra de Áurea Martins e Elízio de Búzios, proporcionando uma deliciosa experiência musical. A aclamada orquestra feminina do Rio de Janeiro, inspirada nas tradições das gafieiras cariocas, impressionou a plateia com uma ótima execução que combinava uma “cozinha” instrumental potente com um naipe de sopros envolvente. A versatilidade do grupo foi evidente na sua capacidade de navegar por diversas sonoridades, como Corta-jaca de Chiquinha Gonzaga e Te queria, de Elízio de Búzios, que ficou conhecida na voz de seu Jorge.

Entre os protagonistas desta noite mágica, os irmãos Áurea Martins, de 84 anos e Elízio de Búzios, de 82 trouxeram ao palco suas incomparáveis trajetórias artísticas. Áurea, com sua voz potente e interpretação forte, honrou o legado da música negra brasileira com e paixão. Junto a ela, Elízio de Búzios infundiu suas composições com um suingue único e contagiante, mostrando criatividade e emoção.

Apesar dos desafios técnicos enfrentados durante o espetáculo, como microfones baixos e problemas no sistema de som, a performance dos músicos manteve o espírito da noite elevado.

Lia de Itamaracá, em sua participação especial, chegou como  a grande estrela da noite. A cirandeira pernambucana, conhecida por seu intenso carisma e presença impressionante em cena, encantou o público. Com dificuldade de locomoção, cantou sentada em uma cadeira, mas exibindo sua magnificência de rainha musical. A dupla de irmãos e as instrumentistas da orquestra acolheram Lia com palavras carinhosas, criando uma aura de reverência e admiração. Mesmo nos momentos de suave descompasso entre a orquestra e a interpretação de Lia, um toque de magia permeava a apresentação, e suas canções clássicas, familiares de muitos anos, reavivaram a paixão da plateia.

No foyer do teatro, antes da apresentação, houve uma sessão de autógrafos do livro Pernalonga: uma Sinfonia Inacabada, onde o jornalista e escritor Márcio Bastos contou a história de um dos integrantes do grupo teatral Vivencial.

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CENA EXPANDIDA em Pernambuco
Iluminando os festivais de artes cênicas

Dançando Villa, da Curitiba Cia de Dança participou do Cena Cumplicidades. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

Stabat Mater, um dos destaques da programação do FETEAG. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

Leitura dramatizada do texto Planeta Tudo, (planeet Alles), no RESIDE FIT-PE. Em cena Iara Campos, Romualdo Freitas, Edjalma Freitas e Naruna Freitas e o viodeomaker Gabriel de Godoy, Foto: Pedro Portugal / Divulgação

Cordel Estradeiro, Uma Viagem Impressionante ao Sertão, da Escola Municipal Maria De Lourdes Dubeux Dourado do Recife, em apresentação no FETED. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

ITAÊOTÁ, do Grupo Totem na programação do Transborda. Foto: Divulgação

Cinco festivais de artes cênicas de Pernambuco participaram de uma experiência inédita e promissora no estado chamada CENA EXPANDIDA. O Cena Cumplicidades – Festival Internacional de Artes da Cena, de Arnaldo Siqueira; o FETEAG – Festival de Teatro do Agreste, de Fábio Pascoal; o FETED  – Festival Estudantil de Teatro e Dança, de Pedro Portugal; o Transborda – As Linguagens da Cena, com curadoria de Ariele Mendes e equipe do Sesc-PE, e o RESIDE FIT-PE – Festival Internacional de Teatro de Pernambuco, de Paula de Renor, se juntaram numa ação conjunta no mês de setembro no intuito de produzir um bom impacto cultural nas cidades envolvidas (Recife e Caruaru)  e seus entornos, testar a força da união de seus realizadores e articular novas possibilidades de futuros a partir das atividades formativas e espetaculares propostas.  

A atriz, curadora e produtora Paula de Renor salienta que a CENA EXPANDIDA deste ano foi uma experiência, um teste, uma espécie de projeto-piloto, já provado em pequenas doses em 2018 e 2019. “Em 2022 fomos bem além! Unimos cinco festivais, ordenamos as programações, distribuindo-as nos teatros (o que acho foi o mais complicado, pelos poucos teatros que dispomos) e tentamos que programações dirigidas a um mesmo público não se chocassem em seus horários”. 

A CENA EXPANDIDA viabilizou uma aproximação e um diálogo mais ampliado entre os produtores dos festivais envolvidos, ressalta Ariele Mendes, do Transborda. O produtor, curador e professor Arnaldo Siqueira considera que foi um passo bem importante, “oxalá tenha continuidade e ampliação do apoio dos poderes públicos”. Fábio Pascoal, produtor e curador do FETEAG,  lembra que projetos como esse são importantes para o fortalecimento da rede produtiva e para ampliar público e o acesso.

“Essa prática tem sido uma constante com o FETEAG”, situa Pascoal, pois assegura que seu festival busca a cada edição construir novas parcerias e fortalecer as existentes. “Em 2013 fizemos uma edição partilhada com o TREMA!, em 2014 com a Mostra Capiba/SESC Casa Amarela e em 2017 com o TEMPO Festival/RJ, FIAC/BA e com a Bienal de Dança do Ceará. Acreditamos em parcerias”.

Ariele reforça o papel desse entrecruzamento. “Nesta rede que se estabeleceu, conseguimos vivenciar uma integração de maneira muito mais efetiva, o que possibilitou, por exemplo, a busca por soluções para imprevistos (eles sempre acontecem) que, normalmente, acarretariam um desgaste muito grande para a equipe de cada festival específico, mas que neste movimento, foi possível compartilhar e buscar apoio junto às lideranças de cada projeto, facilitando os processos”.

Já o Arnaldo Siqueira entende que a relação profissional e solidária dos/entre produtores foi incrível na CENA EXPANDIDA. “Apenas a título de exemplo, o próprio Cena Cumplicidades abriu mão de pautas/dias e horários para oportunizar que colegas de outros festivais pudessem pautar certos trabalhos”. Mas salienta que “de outra parte, o Cena Cumplicidades foi beneficiado com a força comunitária da articulação junto aos teatros e à FCCR (Fundação de Cultura Cidade do Recife).

Outro exemplo de cooperação citado por Siqueira foi a disponibilidade de Pedro Portugal, produtor do FETED e fotógrafo, que substituiu de pronto uma fotógrafa do Cumplicidades, que adoeceu de repente. “Tal comportamento demonstra o nível de entrosamento e colaboração, algo que põe por terra o mito do caranguejo na lata que puxa para baixo o que está subindo”, situa Arnaldo.

Pedro Portugal, mencionado por Siqueira, considera que a CENA EXPANDIDA trouxe benefício para o seu festival estudantil. “Por ser um festival mais ligado às escolas, uma coisa amadora, não é menor (*faz questão de frisar!), mas posso até dizer mais caseira, possibilitou mais visibilidade. Então nós ganhamos uma dimensão maior. Quanto mais estivermos juntos melhor”.

Paula de Renor. Foto Pedro Portugal

Paula de Renor, do RESIDE FIT-PE – Festival Internacional de Teatro de Pernambuco. Foto Pedro Portugal

Arnaldo Siqueira. Foto: Christina Rufatto

Arnaldo Siqueira, do Cena Cumplicidades – Festival Internacional de Artes da Cena Foto: Christina Rufatto

Fábio Pascoal, do FETEAG – Festival de Teatro do Agreste. Foto: Reprodução do Facebook

Pedro Portugal, do FETED  – Festival Estudantil de Teatro e Dança. Foto: Divulgação

Breno Fittipaldi, curador e produtor do Transborda Casa Amarela; Luiza Cordeiro, diretora-presidente do Centro Social Dom João Costa e Ariele Mendes, curadora e analista de artes cênicas do Sesc Pernambuco. Foto: Divulgação

Essa edição da CENA EXPANDIDA é só uma parte do que foi idealizado, conta Paula de Renor. “Essa ação de colaboração é mais ampliada, com a participação de mais festivais e uma divulgação potente e eficaz, com grupos de mediação em comunidades, nos teatros, mapeando públicos diversos e oferecendo um cardápio grande de atrações durante um mês em teatros e na rua”, arquiteta.

Mas como todos nós sabemos, as verbas são fundamentais para o bom andamento dos projetos. “Infelizmente sem dinheiro é muito difícil fazer qualquer festival, por menor que seja”, frisa Pedro Portugal. “Também tivemos muito pouco tempo para fazer uma coisa maior, uma cena expandida maior, com mais abrangência e divulgação”, diz ele. 

Paula de Renor fornece outros dados: “Trabalhamos dividindo recursos para pagamento de despesas de divulgação e algumas vezes potencializando ações com o compartilhamento de atrações, sem tirar a autonomia de cada festival”.

Ao ser perguntado o que pode ser melhorado na CENA EXPANDIDA, Arnaldo Siqueira foi bem suscinto: “Proatividade na relação com os entes públicos. E seletividade”. Paula de Renor reconhece que precisava de mais divulgação. A falta de patrocínio dificultou o que foi idealizado. “Conseguimos apoio da Prefeitura do Recife via Secult e FCCR, o que foi decisivo para darmos o ponta pé inicial e apresentar ao público nosso intensão, mas não chega perto dos valores de patrocínio que precisamos para que tenhamos investimento em uma coordenação de produção geral do projeto e divulgação em mídias espontâneas e pagas”, posiciona.

Fábio Pascoal diz que é necessário fazer uma “avaliação precisa do papel de cada festival dentro da rede, respeitando suas individualidades e programações”. Outro ponto que ele visualiza para as próximas edições é o compromisso das instituições parceiras, “que acreditam no potencial da iniciativa e possam apoiar financeiramente a proposta, tendo em vista que é uma iniciativa de produtores independentes, que deve ser reconhecida como tal”. Paula de Renor acrescenta: “Não buscamos captar verbas para cada festival que participe da CENA, esse não é nosso objetivo. Para isso cada festival luta individualmente na procura de recursos para sua realização. E justamente pela falta de verbas de patrocínio vários festivais deixaram de acontecer este ano”.

A experiência suscita diversas reflexões e inquietações que miram o futuro, na opinião de Ariele Mendes. “Entendo a CENA EXPANDIDA como um movimento, e desta forma, não a vejo iniciando ou se encerrando no mês de setembro. Ela precisa permanecer por todo ano, de maneira contínua e articulada, em diálogo com a classe, com as instituições, coletivizando junto a outros produtores, se colocando em atuação nas diversas esferas… A realização dos festivais é o momento de festa, da celebração… Mas para que eles possam acontecer, é necessário uma série de processos e conquistas, que só é possível quando se ocupa certos espaços nos debates contínuos da cultura, construindo pontes estruturadas, no dia a dia…” Ariele entende que “todos os produtores envolvidos já são muito atuantes nestes diálogos. Juntos, conseguiremos ainda mais força”.

“O que propomos”, evidencia Paula de Renor, “é que a CENA EXPANDIDA seja entendida como uma ação que, potencializada, pode entrar no calendário da cidade, movimentando o turismo cultural, atraindo público das cidades vizinhas”. Ela cita como exemplo a cidade de Edimburgo na Escócia. “Durante um mês, Edimburgo envolve uma quantidade enorme de festivais que acontecem simultaneamente e sua população de 500 mil habitantes chega a 1 milhão nesse período. A cidade vive deste turismo cultural. Essa é uma construção de muitos anos, mas se a gente não acreditar e não começar agora, nunca saberemos se em Recife poderá dar certo.
Estamos provocando e motivando Prefeitura e Governo do Estado para que percebam o que estamos oferecendo à cidade!”, alerta.

Se liga Recife!!!  Parodiando Carlos Pena Filho, é do sonho de mulheres como Paula de Renor que uma cidade se inventa.

Poeta Preto, da Trupe Veja Bem Meu Bem no FETEAG. Foto: Pedro Portugal Divulgação

Um Mero Deleite, da Nalini Cia de Dança (Go) , integrou a programação do Cumplicidades. Foto: Ivana Moura

Arnaldo Siqueira – Entrevista

Arnaldo Siqueira. Reprodução de tela do Youtube

Encaminhei perguntas para os representes dos cinco festivais no início da programação. Ariele Mendes respondeu pelo Transborda; Fábio Pascoal pelo seu FETEAG, Pedro Portugal pelo seu FETED, Paula de Renor deu um truque e Arnaldo Siqueira respondeu, agora já como balanço. 

Os números do Cena Cumplicidades chegaram a 23 trabalhos artísticos, em 40 apresentações de 3 Países (Portugal/Moçambique/Brasil), 6 estados da federação (PE/ RN /PB/ GO/ PR/ RJ), sendo de Pernambuco obras de Recife e Jaboatão dos Guararapes. Além disso o Cumplicidades teve como atividades complementares 5 workshops, uma residência artística de videodança (on line e presencial) e uma mostra de videodança. “Certamente não teria sido assim sem a articulação da CENA EXPANDIDA”, destaca.

Arnaldo, o Cumplicidades já levou espetáculos incríveis para os palcos de Pernambuco,
montagens internacionais ousadas, que contribuíram para a ampliação do olhar sobre a cena contemporânea. Pergunta: o que te motiva, o que te move a tocar o Cumplicidades? O que você busca com isso?
O que me motiva é fomentar as artes da cena, sobretudo a dança que, sendo uma arte da juventude, como tal, necessita de doses regulares de informações artísticas. Num mundo de acessos fáceis e reprodutibilidade, onde a cópia deu lugar à reprodução do original, sendo ela
mesma um (outro) original. Acredito que as artes do corpo, e a dança em especial, é a joia rara que só se capta na presencialidade (por isso joia, e também rara). Não há meio termo possível (a tela não dá conta disso), é preciso que súbito se tenha a impressão de ver e sentir algo que só naquele momento de presencialidade foi possível. E que um rosto adquira de vez em quando uma expressão só encontrável no orgasmo. É preciso que tudo isso que está na cena seja sem ser, mas que desabroche no olhar do espectador. E se plasme no encontro com o inesperado.

Qual a posição do seu festival no mapa da cidade (e do país) no que se refere à formação de público, a balançar as estruturas, a honrar a tradição nas artes cênicas ou traçar pontes com o contemporâneo?
O festival enfoca as artes da cena com atenção à singularidade da dança, do corpo e da performance. Desde 2008 o festival cultiva a experimentação de linguagem, a formação de plateias no Recife (que já foi um dos centros das artes cênicas), mas também se dedica ao
fomento de novos talentos na cidade, e à cooperação dos artistas locais e regionais com estrangeiros, dando ênfase ao intercâmbio com a produção ibero-americana. Enfim, busca a atualização estética tanto do público quanto dos artistas de cena, principalmente os da dança.

Como você interpreta as políticas públicas para as artes da cena do Recife e de Pernambuco? O que é prioritário e urgente?
Indiferente e sem compreensão NENHUMA do papel dos festivais.

Fale brevemente do cardápio dessa edição, os trabalhos. E como foi viabilizada a produção?
A edição de 2022 enfocou à produção artística considerada de superação e enfrentamento tanto dos impactos da pandemia do Covid 19, como das agruras do atual cenário de descaso e precariedade do país no âmbito da cultura. O Festival deu visibilidade a uma produção local que investiu em criação artística presencial, oportunizou a contratação de coreógrafos, técnicos e bailarinos locais, e, assim, contribuiu com a cadeia produtiva da dança do Recife. No âmbito internacional (e seguindo o mesmo raciocínio de consideração de investimento na produção local) o Festival programou os trabalhos desenvolvidos na Região NE (PB e PE) por artistas estrangeiros com artistas brasileiros (Oráculo do Corpo e Orivayá – o vento pediu para a folha dançar), ou trabalhos desenvolvidos fora do país por artistas nordestinos (Pin Dor Ama primeira lição e Santa Barba, ambos de Portugal, são alguns exemplos).
A formação da equipe atendeu aos mesmos requisitos de quem, a despeito das necessidades, manteve-se na produção cultural, resistindo. Diferentemente de anos melhores, nas últimas edições venho, eu mesmo, fazendo a produção executiva. “Bato o escanteio e corro para
cabecear para o gol”.

A praxe dos festivais em Pernambuco é tocar essas iniciativas “na raça”. Isso é motivo de orgulho ou preocupação? E como você vem realizando nos últimos anos?
É motivo de preocupação sobretudo para os festivais consolidados como o Cena
Cumplicidades. Nos últimos anos estamos realizando “na raça” como vc disse.

Neste ano, com previsão para os seguintes, o seu festival integra o CENA EXPANDIDA com mais quatro festivais. O que as artes da cena (e seu público) da cidade do Recife e de Pernambuco ganham com essa ação?
Uma pluralidade incrível de opções e a oportunidade de perceber a força das artes da cena da cidade.

Qual a pergunta que não quer calar?
Quando o poder público vai atentar para o valor de festivais consagrados? Tem resposta? Está no tempo…

 

Deslenhar, do Teatro Miçanga, se apresentou no Transborda

José Neto Barbosa, na leitura Os Titãs, de Paola Trazuk, com direção de Monina Bonelli, na programação do RESIDE FIT-PE. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

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Festival RESIDE avança na internacionalização
com dramaturgia holandesa e proposta argentina
*Ação Cena Expandida*

As argentinas Monina Bonelli e Sol Salinas. Foto: Divulgação

A dramaturga holandesa Esther Gerritsen. Foto Paul Rapp / Divulgação

O RESIDE FESTIVAL na sua quarta edição aposta suas fichas na difusão, formação e reflexão da cena teatral através de residências artísticas, oficinas e encontros. Com isso, o público pernambucano tem oportunidade de compartilhar experiências, ideias e processos criativos. O programa ocorre de 20 a 28 de setembro de 2022, no Teatro Apolo Hermilo, no centro do Recife.

No foco estão o resultado de dois projetos de colaboração internacional que o RESIDE realizou entre 2021 e 2022, com a Holanda e com a Argentina. Um é o Projeto de Internacionalização de Dramaturgias/Coleção Holandesa e o outro é Projeto Bombón Gesell- Violência e Justiça na Ibero-América.

Os frutos são quatro leituras dramatizadas; um workshop intitulado “Arte e Comunidade”; uma residência artística; e o lançamento de uma coleção de livros de dramaturgia holandesa. São ações “para estreitar os laços de convivência e estimular a quebra de eventuais barreiras territoriais e linguísticas”, diz a diretora do festival, Paula de Renor.

O RESIDE integra a CENA EXPANDIDA, uma ação de articulação e colaboração entre os festivais CenaCumplicidades, Festival de Teatro do Agreste, Festival Estudantil de Teatro e Dança e Transborda—as linguagens da cena, do Sesc/PE. A CENA EXPANDIDA acontece durante todo mês de setembro de 2022.

O RESIDE tem apoio da Copergás, Sesc/PE e Prefeitura do Recife através da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura da Cidade do Recife.

Edjalma Freitas, Iara Campos, Mozart Oliveira e Naruna Freitas participam da leitura. Foto: Divulgação

Rodolfo Garcia Vazquez tradutor de Planeta Tudo. Foto: Andre Stefano (@fotosdeteatro) / Divulgação

Ivam Cabral, tradutor de Planeta Tudo –  Alles (planeet Alles). Foto: Andre Stefano @fotosdeteatro / Divulgação

Dramaturgia Holandesa

Disfarçados de humanos, três alienígenas, do Planeta Tudo, chegam à Terra para conseguir uma mola para o botão de volume, pois a deles quebrou.  E no planeta Tudo, há apenas um de tudo. Quando pifa, eles têm que batalhar em outro planeta uma peça de substituição.

Sylpia, Jan e Bavo vão parar em um escritório com uma pessoa super organizada. Eles se esforçam para parecer o mais humano possível. Não é fácil. Jan se apaixona, Sylpia experimenta o ciúme e Bavo é apenas ele mesmo: um quadrado azul perfeito disfarçado, que ninguém leva muito a sério.

A leitura dramatizada do texto Planeta Tudo –  Alles (planeet Alles) ocorre no dia 28 de setembro às 19h, no Teatro Hermilo. A peça é de autoria de Esther Gerritsen, dramaturga, romancista e roteirista do filme Instinct, que concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2019 e foi premiado em festivais como Locarno, Toronto e Londres. A direção é assinada por Rodolfo García Vázquez, da Cia Os Satyros, de São Paulo e o elenco é formado pelo Coletivo Caverna de Olinda. A peça tem tradução de Ivam Cabral e Rodolfo García Vásquez.

Capas da coleção Dramaturgia Holandesa, da Editora Cobogó

Depois da França em 2019, o RESIDE trabalha neste ano com projeto de internacionalização da Dramaturgia Holandesa. Cinco textos de autores holandeses contemporâneos, que foram traduzidos por artistas brasileiros, fazem parte do programa.

A partir de residência, os diretores brasileiros, os autores holandeses e companhias de teatro convidadas, compartilham o processo criativo e apresentam as leituras de texto em cinco programas que integram o Núcleo dos Festivais Internacionais de Artes Cênicas do Brasil.

Alguns critérios foram eleitos para a seleção de textos e de autores: peças escritas no século 21, de autores vivos com pelo menos um prêmio importante de dramaturgia, textos que despertem interesse e tenham viabilidade econômica, e, que essa escritura gerasse um movimento de aproximação com o público não especializado em dramaturgia contemporânea holandesa.

Os tradutores convidados para o projeto são Cris Larin – Spraakwater (Ressaca de palavras), de Frank Siera; Giovana Soar – Bij het kanaal naar links (No canal à esquerda), de Alex van Warmerdam; Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez –  Alles (planeet Alles)  (Planeta tudo), de Esther Gerritsen; Jonathan Andrade – I won’t play Medea (Eu não vou fazer Medeia), de Magne van den Berg; e Newton Moreno e Almir Martines – The Nation (A Nação – Uma peça em seis episódios), de Eric de Vroedt/Het Nationale Theater.

O Projeto de Internacionalização de Dramaturgias foi idealizado por Márcia Dias, diretora e curadora do TEMPO_FESTIVAL, que envolveu o Núcleo dos Festivais no projeto. Para Márcia Dias, a atuação do Núcleo ampliou a abrangência e agregou mais artistas e públicos. Como resultados diretos da cooperação estão o estímulo ao intercâmbio, os processos colaborativos de criação e a internacionalização de artistas e obras de artes cênicas.

 O Núcleo produziu as duas primeiras edições que traduziram as obras de autores espanhóis e franceses contemporâneos seguidas de encenação.

A Coleção da Dramaturgia Espanhola gerou desdobramentos em 2015. Foram quatro montagens teatrais, uma indicação a prêmio e a produção de um filme de longa-metragem exibido por diversos festivais.

Já em 2019 foi efetivada a Nova Dramaturgia Francesa e Brasileira. A segunda experiência do projeto ergueu uma via de mão dupla, traduziu e difundiu a dramaturgia francesa para o português (Coleção Dramaturgia Francesa, Editora Cobogó), e textos brasileiros para o francês.

A diretora editorial da Cobogó, Isabel Diegues, encara a Coleção Dramaturgia Holandesa como um desafio saboroso e instigante. “Traduzir é parte da prática teatral. Traduzem-se os textos para a cena. Gestos, falas, cenários, figurinos, luz, movimentos são todos, de certo modo, traduzidos a partir de ideias da dramaturgia, além de tantas outras que se constroem na prática teatral”.

O Projeto de Internacionalização de Dramaturgias/Dramaturgia Holandesa tem o apoio do Performing Arts Fund NL  e Dutch Foundation for Literature.

 

Projeto Teatro Bombón Gesell-Violência e Justiça na Ibero-América

Giordano Castro, Janaína Leite, Paola Trazuk terão leituras de suas dramaturgias

A pandemia da Covid-19 instigou muitos artistas a se reinventarem. A curadora, produtora, diretora e atriz argentina Monina Bonelli pensou um novo projeto para o Teatro Bombón, que pudesse acontecer durante a época mais severa do distanciamento social, mas que tivesse fôlego de existir na presencialidade.

Monina foi construindo essa nova caixa de bombons teatrais em conexões da Argentina com Chile, Brasil, Peru, México, Portugal e Espanha. Um mosaico de vozes ibero-americanas foi traçado para discutir violência e Justiça com procedimentos dramáticos e pós-dramáticos, ativadas pelo  “site-specific” câmera Gesell.

Essas dramaturgias a Ibero-América se erguem a partir de um ato fundacional de violência: a colonização.

No Processo foram convocados 12 artistas de sete países para participarem de uma residência virtual de dramaturgia, sendo quatro da Argentina, dois do México, um do Chile, um da Espanha, um de Portugal, um do Peru e dois do Brasil.

A colaboração se deu entre o Festival de Teatro Bombón (Argentina), Centro Cultural Gabriela Mistral (Chile), Teatro La Plaza (Peru), Organização teatral da Universidade Veracruzana (México), Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Portugal) e Antic Teatre (Espanha).

Do Brasil, foram escolhidos para participar do projeto Giordano Castro, de Pernambuco e  Janaína Leite, de São Paulo. 

Foram realizados encontros virtuais com pensadores das ciências sociais e da filosofia, militantes dos direitos humanos e artista no Fórum Ibero-Americano sobre Violência e Justiça. Dessa experiência brotaram 12 textos de e 13 vídeos que estão disponíveis. https://www.teatrobombon.com/copia-de-bomb%C3%B3n-gessel

Três leituras dramatizadas dos textos criados por autores da Argentina, São Paulo e Pernambuco estão na 4ª edição do RESIDE, articuladas com grupos locais e no workshop Arte e Comunidade ministrado por Monina Bonelli. São elas: O Aquário, de Janaína Leite, com direção de Juliana Piesco; Colors Bars, de Giordano Castro com direção Juliana Piesco e Os Titãs, da argentina Paola Trazuk com direção de Monina Bonelli.

Para conhecer Teatro Bombón siga o link https://www.teatrobombon.com/

 

PROGRAMAÇÃO

Entrada gratuita. Os ingressos estão disponíveis no local, uma hora antes do início de cada apresentação. 

Dias 20 e 21

Workshop Arte e Comunidade
Com Monina Bonelli / Sol Salinas ( Teatro Bombón/ Argentina)
Das 14h às 18h
Local: Dia 20 no SESC Casa Amarela e dia 21 no SESC Santo Amaro
* Direcionada a Gestores culturais, produtores, agentes comunitários, arte educadores
* Haverá uma parte prática entregue como trabalho pelo aluno, virtualmente, após os encontros presenciais.
GRATUITO
Selecionades por inscrição (20 vagas)
*Foca nas alternativas às estratégias centralizadoras e top-down que se baseiam em ações como levar cultura aos bairros ou que a apresentam como objeto estático e luxuoso . Uma reflexão sobre território, para compreender e promover seus espaços de expressão, sua própria cultura e sua memória coletiva.

Dia 22/09

Teatro Apolo, às 19h

Apresentação do Projeto  Bombón Gesell,  por Monina Bonelli (AR)
Leitura do texto O Aquário, de Janaína Leite/Brasil/SP. Direção Juliana Piesco/PE 
Elenco: Clara Lucena, Erique Nascimento, José Eudes, Ton de Souza, Joaquim Ângelo/PE (atores ligados ao Núcleo de Pesquisa Pindorama / Graduação em Teatro CAC-UFPE). Participação especial: Ivo Barreto/PE

Janaína Leite apresenta dentro da programação do  FETEAG (Festival de Teatro do Agreste)  seu espetáculo Stabat Mater, no Teatro Hermilo. A apresentação ocorre logo após a leitura.  Com essa obra, Janaína ganhou o Shell de Melhor Dramaturgia / 2019.   

Juliana Piesco, mora atualmente no Recife. Coordena as atividade de extensão do CAC-UFPE.  Trabalhou com Janaína em alguns projetos, inclusive Stabat Mater. Foi assistente de direção e desenvolveu o conteúdo audiovisual dos experimentos sensoriais Tudo que coube numa VHS, Todas as histórias e Virá, do Grupo Magiluth. 

Dia 23/09 

Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h

Leituras Dramatizadas dos textos do Projeto Bombón Gesell: 
Colors Bars, de Giordano Castro/Brasil/PE. Direção Juliana Piesco/PE
Elenco: Alice Portela, Ariane Fernandes e Lucas Carvalho/PE (atores ligados ao Núcleo de Pesquisa Pindorama / Graduação em Teatro CAC-UFPE).
Os Titãs, de Paola Trazuk/AR. Direção: Monina Bonelli/AR
Ator: José Neto Barbosa/PE

De 24 a 28/09 

Centro Apolo-Hermilo/Coletivo Caverna
Residência de Rodolfo García Vázquez (Os Satyros/SP) com o Coletivo Caverna/PE

Dia 28/09 

Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h

Leitura dramatizada do texto Planeta Tudo, (planeet Alles), de Esther Gerritsen/Holanda, com tradução de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez – Satyros (Brasil-São Paulo). Direção de Rodolfo García Vázquez com Coletivo Caverna/PE.
Elenco: Edjalma Freitas, Iara Campos, Mozart Oliveira e Naruna Freitas. Iluminação: João Guilherme de Paula, Vídeo: Gabriel de Godoy, Adereços: Romualdo  Freitas, Produção: Luiz  Manuel.
Transmissão da leitura ao vivo, pelo canal no YouTube do RESIDE, com a participação da dramaturga holandesa Esther Gerritsen, direto da Holanda, e com Ivam Cabral (um dos tradutores), que estará em Estocolmo.

Lançamento da Coleção Holandesa: após a leitura, haverá o lançamento da coleção de livros com cinco volumes, editada pela editora Cobogó.

* Além de dramaturga e romancista, Esther Gerritsen é roteirista.  É co-autora da série Red Light [Luz vermelha] (2020) e roteirista do filme Instinct [Instinto] (2019), premiado em festivais como Locarno, Toronto e Londres, e concorrente holandês ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2019.

FICHA TÉCNICA- RESIDE FESTIVAL

Realização: Remo Produções Artísticas

Produção: Paula de Renor
Curadoria: Celso Curi e Paula de Renor
Consultoria: Fervo Projetos Culturais
Produção Residência/Leitura Dramaturgia Holandesa: Luiz Manuel/Coletivo Caverna

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Cena Expandida em Pernambuco
Uma ação articulada com cinco festivais

Participam os festivais Transborda, do Sesc-PE; FETEAG de Fábio Pascoal, Reside de Paula de Renor, Feted de Pedro Portugal e Cena Cumplicidades, de Arnaldo Siqueira, que juntam projetos com perfis diferentes para potencializar os cinco programas. Foto: Divulgação

A força de cinco festivais de artes cênicas de Pernambuco forma uma constelação. Cena Expandida é articulação inédita que junta o Cena Cumplicidades – Festival Internacional de Artes da Cena, o Festival de Teatro do Agreste (Feteag), o Festival Estudantil de Teatro e Dança (Feted), o Reside – Festival Internacional de Teatro de PE e o Transborda – As linguagens da cena para movimentar os palcos do Recife e Caruaru no mês de setembro. A programação ocorre entre os dias 8 e 30 de setembro, com mais de 60 atividades, como exibições artísticas e de formação.

O objetivo é vivo e urgente: fortalecer o circuito das artes cênicas, chamar a atenção do público e contribuir para a formação de novas plateias e pressionar o poder publico para os reajustes de políticas públicas para a área.

Essa primeira edição da Cena Expandida chega como um projeto piloto, mas que mantém as características individuais dos participantes, suas programações e recortes curatoriais independentes. Os cinco firmaram uma cooperação em torno de um calendário para o mês de setembro.

O projeto é ambicioso e pretende nos próximos anos oferecer um cardápio de atrações que reforce o Recife e outras cidades participantes como destinos para a fruição cultural. “O movimento para criar um circuito que trace um diálogo entre as programações desses festivais começou em 2018”, conta a atriz e produtora Paula de Renor, do Reside.

Os impactos da pandemia e os desinvestimentos por parte do governo federal para a cultura, para ser mais exata, todos os cortes para a área criaram dificuldades que esses produtores buscam encarar coletivamente. Arnaldo Siqueira, do Cena Cumplicidades avalia que o “cenário de crise se instaurou em 2019 e que piorou a partir de 2020”. Foi um destampar de mazelas com a demonização da produção cultural.

Muito trabalho para reverter esse quadro e o compartilhamento de expertises, a reconstrução das redes são trunfos dessa turma para fortalecer a cena e atrair novos públicos nesse retorno à presencialidade.  

O negócio é unir forças desses festivais pernambucanos já consolidados e reconhecidos nacionalmente, destacou o produtor Fabio Pascoal, do Feteag na coletiva de imprensa virtual realizada nesta quarta-feira (31/08). Pedro Portugal, do Feted, aposta que o diálogo é enriquecedor e que esse corredor de festivais em fluxo deve contribuir para o desenvolvimento da cadeia cultural. Ele mesmo transferiu seu festival de agosto para setembro por reconhecer a importância da iniciativa.

Os integrantes da ação reforçam que a Cena Expandida não é um festival, mas sim um calendário que ocupa o mês de setembro e une cinco iniciativas já consolidadas. A programação tem início no dia 8 de setembro, com atividades do Feted – Festival Estudantil de Teatro e Dança e do Transborda – as linguagens da cena. As peças artísticas do Cena Cumplicidades iniciam no dia 10. O Feteag exibe os trabalhos a partir do dia 20, e o Reside, a partir de 22.

As atrações vão ocupara vários espaços da cidade do Recife, como a unidade do Sesc em Santo Amaro, os teatros do Parque, de Santa Isabel, Hermilo Borba Filho, Apolo, Luiz Mendonça, Barreto Júnior, Muafro, Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, praças e parques.

Além do investimento e articulação do Cena Cumplicidades, Feteag, Feted, Reside e do Transborda, a Cena Expandida conta com apoio da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura da Cidade do Recife.

SERVIÇO

Cena Expandida – de 8 a 30 de setembro (@cenaexpandidarec)

Feted – 8 a 18 de setembro (@feted.pe)

Transborda – 8 a 18 de setembro (@sescpe e sescpe.org.br)

Cena Cumplicidades – 10 a 30 de setembro (@ccumplicidades e cenacumplicidades.com.br)

Feteag – 20 a 30 de setembro (@feteag e feteag.com.br)

Reside – 22 a 28 de setembro (@residefestivalbr e residefestival.com.br)

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