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Imaginários e experiências de Nordeste(s) no Cena Agora, de hoje (6) a domingo (9)

Cia do Tijolo resgata personagens dos espetáculos do repertório. Foto: Alécio César

Se o Nordeste é uma construção, invenção, espaço de disputas de poder, como a arte pode desestabilizar preconceitos, ampliar imaginários, desconcertar? A programação do Cena Agora, que tem como tema “Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas” chega àsegunda semana nesta quinta-feira (6) e vai até domingo (9) com sete trabalhos de seis estados (Alagoas, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe e São Paulo) e conversas entre artistas, críticos e espectadores.

A ideia é que cada grupo apresente experimentos artísticos de até 15 minutos e, logo em seguida, todos conversem sobre arte, pesquisa de linguagem, experiências, Nordeste, possibilidades de construção de novas narrativas. Esta semana, nós, Pollyanna Diniz e Ivana Moura, mediamos os debates de hoje (6) e de domingo (9) e o diretor Jhoao Junnior, do Rio Grande do Norte, faz a mediação na sexta (7) e no sábado (8).

A programação será aberta com o grupo Estopô Balaio que apresenta Ex-NE – O Sumiço. Apesar de ser sediado em São Paulo, o grupo conta com vários artistas do Rio Grande do Norte, que encontraram no Jardim Romano, bairro do extremo Leste de São Paulo, muitas similaridades com a cidade de Natal. No trabalho, o Nordeste é apagado do mapa do Brasil e quatro pessoas se encontram na deep web para tentar entender o que pode ter acontecido. A direção é de Quitéria Kelly e a dramaturgia de Henrique Fontes, do grupo Carmin, que rodou o país com A invenção do Nordeste, a partir do livro do professor Durval Muniz de Albuquerque Júnior.

Amanhã, sexta-feira (7), participam do Cena Agora os grupos Clowns de Quinta, de Alagoas, e o Coletivo de Teatro Alfenim, da Paraíba. O trabalho do Clowns de Quinta é Prisioneiro do Reggae, que investiga uma história com um músico de reggae de Alagoas, que ficou ainda mais conhecido na região depois de gravar uma música dizendo que não havia matado uma mulher chamada Ester. A história é uma ficção? Foi comprada pelo público?

Já o Alfenim apresenta Pequeno Inventário das Afinidades Nordestinas, com fragmentos de memória e impressões cotidianas de seus integrantes para tecer um breve comentário poético e crítico sobre as afinidades nordestinas. A direção é de Márcio Marciano e Murilo Franco, inspirados na obra poética de Manuel Bandeira e João Cabral de Melo. Quais as subjetividades que compõem uma experiência Nordeste?

No sábado (8), o grupo Boca de Cena, de Sergipe, apresenta Remundados, a partir do texto homônimo do dramaturgo mineiro Raysner de Paula, escrito para o grupo em 2019. As pessoas que foram excluídas da história oficial, podem renascer? Quatro personagens refugiados, vindos de um lugar que não existe mais, se propõem a “remundar” a realidade, lançando novas sementes no mundo.

A Casa de Zoé, do Rio Grande do Norte, traz Encontros, NÉ?, um experimento que lida com a ideia de que seguimos tentando entender, encontrar e descobrir o Nordeste. De quais maneiras definir a localização e as fronteiras do Nordeste?

Brenna Maria assina texto, direção, música e está no elenco de Você já Sangrou Hoje?

No domingo (9), encerrando a programação, teremos os maranhenses Brenna Maria e Ywira Ka’i, com Você já Sangrou Hoje?. O trabalho tem como mote a frase de Dona João, que vive da terra na cidade de São João Batista e gerou nove filhos: “Tudo que é usado em demasia acaba”. A metáfora com a destruição que o homem está empreendendo na Terra, os nossos meios de vida, como nos relacionamos com a natureza, é imediata.

E a Cia do Tijolo, criada e sediada em São Paulo, mostra O outro nome da amizade, que evoca personagens de espetáculos anteriores do grupo, como o arcebispo Dom Helder Câmara, a freira, filósofa e teóloga feminista Ivone Gebara, o educador e filósofo Paulo Freire e o poeta Patativa do Assaré.

A programação começa sempre às 20h. Os ingressos são gratuitos, mas é preciso retirar ingressos antecipadamente pelo Sympla.

Nesta página, você encontra os links de retirada de ingressos para todos os dias.

COLUNA DAS YOLANDAS NO SITE DO ITAÚ CULTURAL – A partir da programação do Cena Agora, fomos instigadas a escrever quatro colunas para o site do Itaú Cultural. A primeira faz uma pergunta que nos inquieta: “Existe um teatro nordestino?”. Pensamos sobre como essa nomenclatura foi definida, o que significa hoje, e como alguns grupos, como o Carmin, do Rio Grande do Norte, a Dimenti Produções Culturais, da Bahia, e o coletivo No barraco da Constância tem!, do Ceará, estão desestabilizando imaginários.

Confira aqui a primeira coluna do Satisfeita, Yolanda? no Itaú Cultural.

Clowns de Quinta vão contar “reggae policial” de Alagoas. Foto: divulgação

Coletivo de Teatro Alfenim parte de memórias e impressões cotidianas. Foto: Alessandro Potter

Casa de Zoé apresenta Encontros, NÉ?. Foto: Brunno Martins

PROGRAMAÇÃO:

Cena Agora – Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas Semana 2
Quando: 6 a 9 de maio (quinta-feira a domingo)
Onde: Plataforma Zoom
Quanto: Gratuito. É preciso retirar os ingressos no Sympla

Estopô Balaio retirou o Nordeste do mapa em experimento

QUINTA-FEIRA (6/5), às 20h
EX-NE – O Sumiço, com Coletivo Estopô Balaio (SP)
Após a apresentação, bate-papo com mediação de Ivana Moura e Pollyanna Diniz
Sinopse:
EX-NE – O Sumiço traz um recorte da pesquisa e experimentação de cenas em território on-line do espetáculo EX-NORDESTINES*, que tem estreia prevista para maio de 2021. O espetáculo parte da premissa que o Nordeste sumiu do mapa do Brasil e que nessa distopia ninguém, com exceção de quatro pessoas (uma estatista, uma linguista, um geógrafo e um historiador), se dá conta do sumiço.

Ficha Técnica:
Direção: Quitéria Kelly
Dramaturgia: Henrique Fontes
Elenco: Ana Carolina Marinho, Anna Zêpa, Breno da Matta e Juão Nyn
Trilha sonora: Marco França
Montagem de vídeo e efeitos: Aristeu Araújo
Assistência de direção e preparação corporal: Rodrigo Silbat
Secretaria: Lisa Ferreira
Produção: Corpo Rastreado e Coletivo Estopô Balaio
Produtores: Wemerson Nunes, David Costa e Gabi Gonçalves
Designer gráfico: Daniel Torres
Consultoria histórica: Durval Muniz de Albuquerque Júnior
Beleza: Andrey Batista
Assistente de beleza: Sasá Ferreira
Figurino: Ben
Testagem Covid-19: VALP Soluções Inteligentes
Enfermeira: Vanessa Alves de Lima Proença
Farmacêutico: Carlos Alberto Rossatto Junior

SEXTA-FEIRA (7/5), às 20h
Prisioneiro de Guerra, com o grupo Clowns de Quinta (AL), e Pequeno Inventário das Afinidades Nordestinas, com o Coletivo de Teatro Alfenim (PB)
Após a apresentação, bate-papo com mediação de Jhoao Junnior

Sinopse Prisioneiro do Reggae:
Antes mesmo das fanfics interneteiras tomarem conta das redes sociais, um gênero de reggae, o reggae policial, surgia em Alagoas e tomava conta das discussões na capital. Hoje, quatro jovens alagoanos se colocam em debate em torno de um misterioso caso que está ao redor desse gênero musical.

Ficha Técnica:
Direção artística: David Oliveira
Produção: Elaine Lima
Coordenação artística: Nathaly Pereira
Coordenação financeira e administrativo: Wanderlândia Melo

Sinopse Pequeno Inventário das Afinidades Nordestinas:
O experimento audiovisual parte de fragmentos de memória e impressões cotidianas para tecer um breve comentário poético e crítico sobre as afinidades nordestinas. Partindo da indagação sobre o que nos assemelha e o que nos diferencia, o vídeo procura inventariar sentidos, ideias, contradições e afetos que compõem uma visão múltipla e diversa do Nordeste.

Ficha Técnica:
Elenco: Adriano Cabral, Edson Albuquerque, Lara Torrezan, Mayra Ferreira, Murilo Franco, Paula Coelho, Verônica Cavalcanti, Victor Dessô, Vítor Blam e Zezita Matos
Argumento: Márcio Marciano
Roteiro: Márcio Marciano e Murilo Franco
Direção: Márcio Marciano e Murilo Franco
Montagem: Edson Albuquerque e Murilo Franco
Finalização: Edson Lemos
Trilha original: Kevin Melo e Mayra Ferreira
Som e masterização: Kevin Melo
Equipe de produção: Gabriela Arruda, Edson Albuquerque, Vítor Dessô, Murilo Franco

SÁBADO, (8/5), ÀS 20h
Remundados, com o grupo Boca de Cena (SE), e Encontros, NÉ?, com Casa de Zoé
Após a apresentação, bate-papo com mediação de João Jhúnior

Cia Boca de Cena apresenta experimento com personagens refugiados. Foto: divulgação

Sinopse Remundados:
Pesquisa investigativa artística a partir do “remundar” – lançar no mundo semente dos existires de gentes varridas da história, onde povos dessa pequena multidão podem renascer. Diante disso, uma multidão de quatro refugiados, cada um vindo de um lugar que não existe mais, e que, sem rumo, decidem seguir, com destino a lugar nenhum.

Ficha Técnica:
Direção: Grupo Teatral Boca de Cena
Produção geral: Rogério Alves (SE)
Dramaturgia: Raysner de Paula (MG)
Preparadora vocal: Babaya Morais (MG)
Artista plástico (pesquisa visual): LUC (BA)
Técnica: Patrícia Brunet (SE)
Elenco: Ana Kelly, Felipe Mascarello, Leandro Handel e Rogério Alves

Sinopse Encontros, NÉ?:
O que é o Nordeste? Não sabemos. Dada a indefinição, vêm as dificuldades em traçar suas fronteiras. Por conseguinte, também a localização. Não sabemos onde fica ao certo. Mas somos capazes de jurar que existe. Ah, existe sim! Como na vida, que ao seguir vamos entendendo, encontrando… Quem sabe até lá consiga-se descobrir, como um dia deu a sorte de acontecer com o Brasil.

Ficha Ténica:
Artistas criadores: Igor Fortunato, Titina Medeiros, Caio Padilha e Nara Kelly
Direção: César Ferrario
Produção criativa: Talita Yohana e Arlindo Bezerra

DOMINGO (9/5), ÀS 20h
O Outro Nome da Amizade, com a Cia. do Tijolo (SP), e Você já Sangrou Hoje?, com Brenna Maria e Ywira Ka’i (MA)

Sinopse O Outro Nome da Amizade:
A Cia.do Tijolo evoca personagens de seus espetáculos para junto com amigas, camaradas e companheiros, pensar o tempo presente, a vida presente, os homens e mulheres presentes. Dom Helder Câmara, Ivone Gebara, Paulo Freire e Patativa do Assaré percorrem encruzilhadas da cidade de concreto condenada a nunca adormecer.

Ficha Técnica:
Ator/diretor: Dinho Lima Flor
Atriz/diretora: Karen Menatti
Ator/diretor: Rodrigo Mercadante
Técnico audiovisual: Flávio Barollo
Produção: Suelen Garcez

Sinopse Você já Sangrou Hoje?:
Você sempre pega e usa como bem entender. Não cuida e tão pouco se importa se um dia vai acabar. “Tudo que é usado em demasia acaba”, diria dona Joana, que vivendo da terra em São João Batista gerou nove filhos. ÌYÁ MESAN ÒRUN! A terra é sagrada e jorra sangue de suas entranhas. Por isso, cuidado, muito cuidado com quem você mexe, pois “Eu avanço ao som de trovões cortando gargantas”.

Ficha Técnica:
Elenco: Brenna Maria e Ywira Ka’i
Direção, texto e música: Brenna Maria
Direção de arte e edição: Ywira Ka’i

 

 

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Olhares sobre o Nordeste brasileiro em cena no Itaú

Boca, com Erivelto Viana, do Maranhão, está na programação do Cena Agora, do Itaú Cultural, que dedica a  primeira edição à temática Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas. Foto: Divulgação

Manifestações xenófobas e de ódio contra o povo nordestino vem e voltam. Já ocorreram de forma velada, em comentários comparativos de sotaque ou de postura, de posses ou de feições; ou em enxurrada de xingamentos na Internet. O atual presidente já utilizou o termo “paraíba” de forma depreciativa São atitudes fincadas na ideia de uma suposta superioridade de pessoas do Sudeste e do Sul. 

O Nordeste é uma invenção, asseverou o historiador Durval Muniz de Albuquerque Jr., em sua tese de doutorado, publicada em livro A Invenção do Nordeste e Outras Artes, que se tornou uma das principais referências para desconstruir esse painel repleto de clichês preconceituosos.

Não se iluda. Não nos iludamos. Essa representação reducionista foi forjada pelas classes dominantes e é uma arma de manutenção de poder das elites.

O Nordeste – formado por 9 estados, uma extensão de 1.558.000 km², com 1.793 municípios –
não poderia ser chapado, com identidade única ligada à seca, à pobreza, um lugar atrasado e anacrônico.

Há riqueza e diversidade nessa região produtora de economia, de ciência, de tecnologia, de saberes e de cultura brasileira potente em variadas linguagens, literatura, cinema, música, pintura, teatro etc.

A região Nordeste, que surge na paisagem imaginária do país […], foi fundada na saudade e na tradição. […] Antes que a unidade significativa chamada Nordeste se constituísse perante nossos olhos, foi necessário que inúmeras práticas e discursos “nordestinizadores” aforassem de forma dispersa e fossem agrupados posteriormente.
Durval Muniz de Albuquerque Jr., A Invenção do Nordeste e Outras Artes,

 

O projeto Cena Agora, que o Itaú Cultural promove desta quinta-feira a domingo (de 15 a 18 de abril), às 20h, dedica sua primeira edição à temática Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas com o propósito de tramar/elaborar uma pluralidade de perspectivas sobre o enunciado, tensionando as construções estereotipadas ou colonizadas das identidades nordestinas frente à heterogeneidade polifônica dessa constelação.

A programação virtual é orientada na criação de cenas teatrais curtas, de cerca de 15 minutos, acionando questões contemporâneas como alavancas poéticas. Fazem parte dessa primeira edição seis trabalhos inéditos, criados por artistas da Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco e Rio Grande do Norte, seguidas por conversas dos elencos com críticos e artistas convidados. As atividades serão transmitidas pela plataforma Zoom. Os ingressos gratuitos podem ser reservados via Sympla. Mais informações no site www.itaucultural.org.br.

Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, exibe o trabalho Sem título. Foto: Rafael Telles 

Cena Agora – Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas começa nesta quinta-feira, com a mesa de abertura, uma conversa do historiador Durval Muniz de Albuquerque Jr., autor do já citado livro A invenção do Nordeste e outras artes com Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural. O livro inspirou o espetáculo teatral A invenção do Nordeste, do grupo Carmin, do Rio Grande do Norte, que questiona o papel estereotipado do nordestino.

As repetições do senso comum em relação ao fluxo dos nordestinos para o sudeste, tanto em um recorte histórico, quanto em um contexto mais atual, são investigadas na cena do grupo de teatro Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, com elenco dirigido por Fernando Yamamoto, na sexta-feira, 16.

Ainda na sexta-feira será mostrado, cênica e poeticamente, um pequeno recorte da caminhada de vida da yalorixá Mãe Rosa de Oyá, sacerdotisa do Ilê Axé Oyá L´adê Inan, na cidade baiana de Alagoinhas, intitulado Onan Yá – A caminhada da sacerdotisa. A criação é da diretora teatral e dramaturga baiana Onisajé, que assina a direção, o roteiro e a concepção e conta no elenco com a atriz e dançarina Fabíola Nansure e o ator Nando Zâmbia. Neste dia, eu, Ivana Moura, e Pollyanna Diniz,  as “Yolandas”, vamos conduzir a conversa pós-cenas. 

Figuras em situações ou dilemas heroicos reverberam na cena do sábado. O coletivo No barraco da Constância tem! do Ceará, exibe O Desaparecimento do Jangadeiro Jacaré em Alcácer-Quibir. O jangadeiro cearense Manuel Olímpio Meira (1903-1942), conhecido como Jacaré, viajou até o Rio de Janeiro, em 1941, para reivindicar ao presidente Getúlio Vargas os direitos trabalhistas de sua classe pesqueira. A empreitada foi bem-sucedida e ele foi convidado, no ano seguinte, pelo cineasta Orson Welles, a participar de um filme sobre os pescadores e a reproduzir com sua tripulação a cena da chegada dos jangadeiros à baía de Guanabara. Mas, durante as gravações, a embarcação virou e Jacaré desapareceu e nunca foi encontrado. A cena explora inúmeras hipóteses sobre sumiço de Jacaré.

Coletivo Agridoce, de Pernambuco, apresenta cena inspirada no romance Homens e Caranguejos, de Josué de Castro.  Foto: Anny Stone / Divulgação

O Coletivo de dança-teatro Agridoce, de Pernambuco, é o outro convidado da noite e apresenta a cena Rhizophora – Estudo nº 01, baseado no livro Homens e Caranguejos, de Josué de Castro. A fome é apontada por Josué de Castro como a grande tragédia existencial, política e estética brasileira. Escrito em 1966, Homens e Caranguejos é o único romance do cientista, que narra a história de vida de um menino pobre que descobre o mundo a partir da miséria e da lama do mangue.

O ator, diretor e dramaturgo amazonense Henrique Fontes é quem faz a mediação da conversa com os elencos e o público nessa noite. Autor da dramaturgia da premiada peça A Invenção do Nordeste, ao lado de Pablo Capistrano, Fontes é sócio fundador e atual presidente do Espaço Cultural Casa da Ribeira, no Rio Grande do Norte.

O artista Erivelto Viana, do Maranhão, sob direção de Urias de Oliveira, analisa no experimento Boca a energia evocação no encontro (entre) eu/Exu. O dentro, o fora, o centro, o tudo e o nada são pensados poeticamente .

O grupo Dimenti, da Bahia, fecha essa primeira etapa da programação com Web-Strips: Volume Encruzilhadas, que tem como ponto de partida o projeto de 2018 Strip Tempo – stripteases contemporâneos, motivado pela pergunta: como despir a poética de uma carreira? Com direção de Jorge Alencar e codireção de Larissa Lacerda e Neto Machado, a cena revela zonas relativamente ocultas do corpo e da carreira de cada artista. Na configuração de vídeo-performances reúne os artistas Fábio Osório Monteiro, Jaqueline Elesbão e João Rafael Neto, que desnudam corpos, casas, carreiras, a memória e o digital.

No domingo, nós, as Yolandas, seremos as responsáveis pela condução da conversa.

O recorte Encruzilhada Nordeste(s):(contra)narrativas poéticas terá continuidade em maio, durante três finais de semana, de quinta-feira a domingo, contando, ao todo, com a participação de todos os estados do Nordeste no projeto e de grupos/artistas que estão sediados também noutras regiões.

Serviço:
Cena Agora – Encruzilhada Nordeste
De 15 a 18 de abril (quinta-feira a domingo), sempre às 20h

No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br
Todos as apresentações são seguidas de bate-papo com o elenco.
Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla.
Mais informações em: www.itaucultural.org.br

PROGRAMAÇÃO

15 de abril, quinta-feira, 20h

Mesa Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas
Com Maria Thais e Durval Muniz
Duração: 90 minutos
Capacidade: 270 lugares
Classificação Indicativa: 10 anos (para melhor fruição com o tema)
Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla.

16 de abril, sexta-feira, 20h

Onan Yá – A caminhada da sacerdotisa
De Onisajé (BA)
Após a apresentação, acontece um bate-papo com mediação de Pollyana Diniz e Ivana Moura
Duração: 15 minutos
Capacidade: 270 lugares
Classificação Indicativa: Livre
Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. 

Sinopse:
Um breve recorte da caminhada de vida da yalorixá Mãe Rosa de Oyá, sacerdotisa do Ilê Axé Oyá L´adê Inan, na cidade baiana de Alagoinhas. sua ação sacerdotal, e o encruzilhamento de suas identidades de mulher negra, nordestina, periférica, sacerdotisa de axé.

Ficha Técnica:
Direção, roteiro e concepção: Onisajé (Fernanda Júlia)
Atuantes: Mãe Rosa de Oyá, Fabíola Nansure e Nando Zâmbia
Direção de imagem, edição e iluminação: Nando Zâmbia
Figurino e maquiagem: Fabíola Nansure
Direção musical e trilha: Jarbas Bittencourt
Locação: Ilê Axé Oyá L´adê Inan

Sem título
Com Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare (RN)
Após a apresentação, acontece um bate-papo com mediação de  Ivana Moura e Pollyanna Diniz Duração: 15 minutos
Capacidade: 270 lugares
Classificação Indicativa: Livre
Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. Mais informações em: www.itaucultural.org.br

Sinopse:
O trabalho propõe uma relação de jogo com o público, questionando recorrências do senso comum em relação ao fluxo dos nordestinos para o sudeste, tanto num recorte histórico, quanto num contexto mais atual, em especial sobre São Paulo ser a nova capital do Nordeste.

Ficha Técnica:
Direção: Fernando Yamamoto
Assistência de direção: Diogo Spinelli
Elenco: Camille Carvalho, Diogo Spinelli, Nicoli Dichoff, Paula Queiroz e Renata Kaiser
Produção: Rafael Telles

17 de abril, sábado, 20h

O Desaparecimento do Jangadeiro Jacaré em Alcácer-Quibir
Com o coletivo No barraco da Constância tem! (CE)
Após a apresentação, acontece um bate-papo com mediação de Henrique Fontes
Duração: 15 minutos
Capacidade: 270 lugares
Classificação Indicativa: 10 anos (para melhor fruição com o tema)
Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. 

Sinopse:
O jangadeiro Jacaré desaparece em 1942, forjando um enorme buraco. Na história, na rede ou no tecido do espaço e do tempo, essa fenda apresenta inúmeras hipóteses a respeito do seu sumiço e da sua saga. A fábula do nordestino em direção ao epicentro do Brasil toma outros rumos, inaugurando novas possibilidades empreendedoras com a profecia do seu reaparecimento.

Ficha Técnica:
Direção, roteiro e interpretação: Felipe Damasceno, Honório Félix, Renan Capivara, Sarah Nastroyanni e William Pereira Monte
Edição e montagem: Breno de Lacerda
Realização: No barraco da Constância tem!

RHIZOPHORA – Estudo nº 01
Com o Coletivo de dança-teatro Agridoce (PE)
Após a apresentação, acontece um bate-papo com mediação de Henrique Fontes
Duração: 15 minutos
Capacidade: 270 lugares
Classificação Indicativa: 10 anos (para melhor fruição com o tema)
Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. 

Sinopse:
Baseado no romance Homens e Caranguejos, de Josué de Castro, Rhizophora conta a história do anti-herói João Paulo, que se vê em um dilema quando a construtora onde ele trabalha resolve construir um condomínio de luxo no lugar onde fica a comunidade onde ele morou. Entre lembranças da infância ribeirinha nos manguezais e planejamentos megalomaníacos, começa uma grande viagem ao passado e um retorno a sua ancestralidade.

Ficha Técnica:
Dramaturgia e Adaptação: Coletivo de Dança-Teatro Agridoce
Direção: Aurora Jamelo e Nilo Pedrosa
Elenco: Aurora Jamelo, Flávio Moraes, Igor Cavalcanti, Nilo Pedrosa e Sophia William
Coreografia: Sophia William
Preparação de elenco: Sophia William
Direção artística: Aurora Jamelo
Cenografia: Aurora Jamelo e Nilo Pedrosa
Figurinos: Aurora Jamelo
Iluminação: Aurora Jamelo
Produção: Coletivo de Dança-teatro Agridoce
Produção executiva: Flávio Moraes e Sophia William
Foto: Anny Stone, Jessica Maia, Erick Sgobe, Zito Junior
Assessoria de imprensa: Igor Cavalcanti Moura
Vídeo: Tuca Colleto
Captação de som: Anderson Barros
Realização Agridoce

18 de abril, domingo, 20h

Boca
Com Erivelto Viana e Urias Oliveira (MA)
Após a apresentação, acontece um bate-papo com mediação de Pollyanna Diniz e Ivana Moura
Duração: 15 minutos
Capacidade: 270 lugares
Classificação Indicativa: 18 anos (nudez frontal)
Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. Mais informações em: www.itaucultural.org.br

Sinopse:
O dentro, o fora. O tudo e o nada. O centro. Boca que tudo come, buraco da criação. Corpo lugar de passagem, atravessamento, encruzilhadas. Energia evocação no encontro (entre) Exu/Eu.
Ficha técnica:
Concepção: Erivelto Viana e Urias de Oliveira
Criação e performance: Erivelto Viana
Direção: Urias de Oliveira

Web-Strips: Volume Encruzilhadas
Com o grupo Dimenti (BA)
Após a apresentação, acontece um bate-papo com mediação de Ivana Moura e Pollyanna Diniz
Duração: 15 minutos
Capacidade: 270 lugares
Classificação Indicativa: 18 anos (nudez frontal)
Pela plataforma Zoom. Ingressos via Sympla. 

Sinopse:
Desnudar corpos, casas, carreiras, a memória e o digital. Web-Strips buscam despir o trajeto estético e erótico de criadores contemporâneos da Bahia, enquanto também revela a intimidade de seus ambientes domésticos. Utilizando cenas, figurinos, trilhas sonoras e coreografias do repertório dos/as artistas em cena, propõe outras percepções ao famoso striptease (do inglês strip, desnudar; e tease, provocar), gênero tão popular quanto marginal, presente desde as casas noturnas até os clássicos do cinema.

Ficha Técnica:
Direção: Jorge Alencar
Codireção: Larissa Lacerda e Neto Machado
Com: Fábio Osório Monteiro, Jaqueline Elesbão, João Rafael Neto
Direção de fotografia, câmera e som direto: Larissa Lacerda
Edição: Lane Costa e Larissa Lacerda
Trilha sonora: Ricardo Caian
Direção de Produção: Ellen Mello
Equipe de Produção: Fábio Osório Monteiro, Marina Martinelli, Francisco Sena e Trini Opelt
Financeiro: Marília Pereira
Comunicação: Marcatexto
Realização: Dimenti Produções Culturais

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4º Crítica em movimento traz espetáculos, debates, podcasts e publicações

Épico, da Tercer Abstracto. Foto: Brendo Trolesi

Tempos de Errância – lado B [vídeo teatro], espetáculo do Núcleo 2 Coletivo de Teatro. Foto: Polly Rosa

A 4ª edição do Crítica em Movimento, realizado pelo Itaú Cultural, vai acontecer a partir desta quinta-feira (1) até domingo (4) com espetáculos, debates, lançamentos de podcasts e cadernos digitais, com textos sobre crítica e teatro, que serão publicados paulatinamente, de 1 a 22 de abril.

A abertura da programação será com a mesa “Considerações sobre a recepção crítica na vida contemporânea” nesta sexta-feira, às 20h. Valmir Santos, co-curador do Crítica em Movimento, jornalista e crítico do site Teatrojornal, conversa com a pernambucana Clarissa Diniz, curadora, pesquisadora e crítica de artes visuais, atualmente professora e curadora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e com Alcir Pécora, professor e crítico literário da Universidade Estadual de Campinas.

Na sexta-feira (2), às 20h, começam as apresentações de espetáculos com Épico, peça do grupo Tercer Abstracto, que trabalha com artistas do Chile e do Brasil desde 2012. No espetáculo, o grupo coloca em paralelo uma peste mortífera que assolou a Europa em 1348 e a situação da Covid-19 no mundo desde o ano passado. O espetáculo faz parte do Projeto Manifestos, que investiga na cena as propostas e manifestações teatrais do início do século XX. Neste caso, o ponto de partida é Bertolt Brecht. Depois da apresentação, haverá uma conversa com o professor-adjunto do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará, Héctor Briones.

A programação continua no sábado (3), às 20h, com Tempos de Errância – lado B [vídeo teatro], espetáculo do Núcleo 2 Coletivo de Teatro, de Minas Gerais. O espetáculo parte de três fotogramas recentes e contemporâneos da paisagem latino-americana, buscando rastros de devastação pela violência armada. Pós-apresentação, o público acompanha o bate-papo do diretor artístico Narciso Telles com a atuadora gaúcha Tânia Farias.

No domingo (4), a companhia Enxame Circo, de São Paulo, apresenta o espetáculo Enxame. A sinopse diz que quatro indivíduos à espera de que algo aconteça acabam subvertendo a ordem das coisas dentro de um fluxo de acontecimentos não-rotineiros. A encenação traz técnicas circenses tradicionais, como corda lisa, malabarismo, palhaçaria e paradas-de-mão, elementos do teatro e da dança, e ainda projeção de vídeo. Logo depois, a conversa será conduzida por Fátima Pontes, atriz, produtora cultural e professora de teatro, que há 20 anos coordena as áreas executiva e artística da Escola Pernambucana de Circo.

O podcast Crítica em Movimento possui cinco episódios, que serão liberados todos ao mesmo tempo a partir desta sexta (1), no site do Itaú Cultural e nos aplicativos de podcast. O primeiro episódio tem como tema “Quais os enfrentamentos da prática da crítica de teatro hoje?”, com participação do crítico e jornalista Macksen Luiz e da crítica e pesquisadora Daniele Avila Small, da revista Questão de Crítica, com a mediação de Valmir Santos. No segundo programa, participam Lourdes Macena, pesquisadora e artista cearense, e o ator e diretor Rogério Tarifa, com mediação do professor paraibano Diógenes Maciel, a partir do tema “Como a crítica se relaciona com a noção do popular nas artes cênicas?”.

Maria Fernanda Vomero, jornalista, crítica, curadora e pesquisadora, faz a mediação do terceiro episódio que tem como pergunta disparadora “Qual a percepção de quem cria a respeito do travalho da crítica?”. Participam a atuadora Tânia Farias, da gaúcha Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, e o dramaturgo e diretor Edyr Augusto Proença, do paraense Grupo Cuíra. No quarto programa, o tema é “Como exercer olhares e escutas a partir da cena remota?”, com mediação da jornalista e crítica Luciana Romagnolli, do site Horizonte da Cena. O último episódio, com mediação da professora, crítica e jornalista Julia Guimarães tem como tema “Qual o lugar da resistência na formação da crítica?”, com Dodi Leal, professora do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da Universidade Federal do Sul da Bahia, e Henrique Saidel, diretor, performer, curador e professor gaúcho.

O Crítica em Movimento traz ainda a publicação de oito caderno com 24 textos. Ivana Moura, jornalista e crítica aqui do Satisfeita, Yolanda? escreveu para o primeiro caderno, que sai nesta quinta-feira (1), com o tema “O papel da crítica de teatro no Brasil: do jornal impresso à plataforma digital”. Também escrevem neste caderno Edson Fernando (PA) e Macksen Luiz (RJ) a partir do tema O papel da crítica de teatro no Brasil: do jornal impresso à plataforma digital.

No caderno 2 “O vão entre a crítica e o circo” escrevem Alice Viveiros de Castro (RJ), Daniel Lopes (SP), Ermínia Silva (SP) e Fátima Pontes (PE). O caderno 3 traz textos de Carlos Alberto Pereira dos Santos (RS), Daniel Kairoz (SP) e Rosa Primo (CE) com o tema “Estados da crítica de dança”.

Pollyanna Diniz, jornalista e crítica aqui do Yolanda escreveu para o caderno 4 a partir do tema “Espaços digitais empenhados em artes cênicas”, que tem ainda como autores Diogo Spinelli (RN) e Walmeri Ribeiro (RJ). No caderno 5 “A dificuldade da crítica em contracenar com o teatro de rua” os autores são Altemar DiMonteiro (CE), Lindolfo Amaral (SE) e Marta Haas (RS). Fernando Cruz (MS), Nena Inoue (PR) e Onisajé (Fernanda Júlia|BA) escrevem no caderno 6 “A cena engajada no contexto contemporâneo”. O caderno 7 propõe o tema “Teatros peculiares na mão dupla com Cuba e Brasil”, com os autores Camila Scudeler (Colômbia), Luis Alonso-Aude (BA) e Luvel Garcia (Cuba). E, por fim, o caderno 8 “Panorama do teatro latino-americano visto da ponte” reúne textos de Alice Guimarães (Bolívia), Andrea Hanna (Argentina) e Héctor Briones (Chile/CE).

PROGRAMAÇÃO CRÍTICA EM MOVIMENTO

Mesa Considerações sobre a recepção crítica na vida contemporânea
Com Alcir Pécora (SP), Clarissa Diniz (RJ) e Valmir Santos (co-curador desta edição do Crítica em Movimento – SP)
Quando: Quinta-feira (1), às 20h
Onde: Pela plataforma Zoom, com ingressos via Sympla
Quanto: Gratuito
* Com tradução simultânea em espanhol

Clarissa Diniz (foto: Portrite) e Valmir Santos (foto: Agência Ophélia) participam de mesa de abertura

Épico, da Cia Teatral Tercer Abstracto (Chile/Brasil)
Após a apresentação, acontece um bate-papo com mediação de Héctor Briones (CE)
Quando: Sexta-feira (2), às 20h
Onde: Pela plataforma Zoom, com ingressos via Sympla
Quanto: Gratuito
* Com legenda em espanhol

Tempos de Errância – lado B [vídeo teatro], do Núcleo 2 Coletivo de Teatro (MG)
Após a apresentação, acontece bate-papo com o ator Narciso Teles, mediado por Tânia Farias (RS)
Quando: sábado (3), às 20h
Onde: Pela plataforma Zoom, com ingressos via Sympla
Quanto: Gratuito
* Com legenda em espanhol

Enxame, da companhia Enxame Circo. Foto: Daniel Carvalho

Enxame, do Enxame Circo (SP)
Após a apresentação, acontece um bate-papo com mediação de Fátima Pontes (PE)
Quando: domingo (4), às 20h
Onde: Pela plataforma Zoom, com ingressos via Sympla
Quanto: Gratuito

PROGRAMAÇÃO DE PUBLICAÇÕES, no site do Itaú Cultural

1 de abril, quinta-feira:
Caderno 1: O papel da crítica de teatro no Brasil: do jornal impresso à plataforma digital
Autores: Edson Fernando (PA), Ivana Moura (PE) e Macksen Luiz (RJ)

Caderno 2: O vão entre a crítica e o circo
Autoras: Alice Viveiros de Castro (RJ), Daniel Lopes (SP), Ermínia Silva (SP) e Fátima Pontes (PE)

8 de abril, quinta-feira:
Caderno 3: Estados da crítica de dança
Autores: Carlos Alberto Pereira dos Santos (RS), Daniel Kairoz (SP) e Rosa Primo (CE)

Caderno 4: Espaços digitais empenhados em artes cênicas
Autores: Diogo Spinelli (RN), Pollyanna Diniz (PE) e Walmeri Ribeiro (RJ)

15 de abril, quinta-feira:
Caderno 5: A dificuldade da crítica em contracenar com o teatro de rua
Autores: Altemar DiMonteiro (CE), Lindolfo Amaral (SE) e Marta Haas (RS)

Caderno 6: A cena engajada no contexto contemporâneo
Autores: Fernando Cruz (MS), Nena Inoue (PR) e Onisajé (Fernanda Júlia | BA)

22 de abril, quinta-feira:
Caderno 7: Teatros peculiares na mão dupla com Cuba e Brasil
Autores: Camila Scudeler (Colômbia), Luis Alonso-Aude (BA) e Luvel Garcia (Cuba)

Caderno 8: Panorama do teatro latino-americano visto da ponte
Autores: Alice Guimarães (Bolívia), Andrea Hanna (Argentina) e Héctor Briones (Chile/CE)

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Grupo 3 de Teatro comemora 15 anos com reedição de repertório online

Peça Contrações inicia celebrações de aniversário. Foto: Guto Muniz / Divulgação

A Serpente, de Nelson Rodrigues, marcou o debut do Grupo 3 de Teatro, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, no  dia 7 de setembro de 2005. De lá para cá, a trinca Débora Falabella, Gabriel Fontes Paiva e Yara de Novaes ergueu seis montagens teatrais, com mais de mil apresentações pelo Brasil e exterior. E não menos importante na trajetória do trio renovam-se o envolvimento, a troca de afeto, a escolha de repertório que traduz os anseios desses artistas na luta e resistência por condições melhores para a arte e para a vida.

Contrações, de 2013, inicia as celebrações virtuais do Grupo 3 de Teatro, com transmissões ao vivo gratuitas pelo aplicativo Zoom através do site do Itaú Cultural. Para hoje, os ingressos estão esgotados. As outras sessões ocorrem nos dias 13 e 20 de outubro, sempre às 20h.

Débora Falabella e Yara de Novaes interpretam uma funcionária e uma gerente de uma corporação. O assédio emocional é violento. Ai que ódio que dá da amada Yara por essa personagem. Ela trabalha minúcias de crueldade para sabotar de todas as formas sua empregada. A situação é terrível, mas a peça é incrível num trabalho magnífico das duas atrizes e da direção de Grace Passô em alta voltagem. O mundo capitalista é absolutamente cruel, não nos esqueçamos.

Com um humor nonsense, o texto do inglês Mike Bartlet apresenta esse universo coorporativo que estrangula os direitos individuais da funcionária. A trabalhadora cede, para manter o próprio emprego, e é invadida cada vez mais na sua vida privada. Faz ainda mais sentido nestes tempos de pandemia e home office. A direção de Grace modula com primor as temperaturas dessa conexão abusiva e materializa o terror da situação. Nesse formato virtual, as atrizes atuam cada uma de sua casa, filmadas por diferentes ângulos. Elas estão num “escritório on-line” e se encontram em reuniões remotas. 

Love, love, love (2016) e Neste mundo louco, nesta noite brilhante (2019), também compõem a programação comemorativa. No dia 27, às 20h, uma gravação da peça Love, love, love ganha transmissão via Zoom. Neste mundo louco, nesta noite brilhante rendeu a websérie homônima, com direção de João Wainer, a partir do espetáculo escrito por Silvia Gomez. Será lançada pela plataforma do Itaú Cultural, com episódios semanais com cerca de 30 minutos, liberados de 16 de outubro a 13 de novembro (sextas-feiras, às 18h)

Publicação online

Ainda nesta terça (6), para marcar o início da “temporada”, será lançado o catálogo digital 15 anos do Grupo 3 de Teatro da trajetória do grupo, com texto do jornalista e crítico teatral Valmir Santos. O design é da artista visual Patrícia Cividanes.

O acervo da companhia (registros fotográficos, vídeos, entrevistas, programas, catálogos e apontamentos de processos) foram a base do catálogo, que traça uma linha do tempo atravessada por histórias e ilustrações.

A trupe encenou os espetáculos A Serpente (2005) e O Amor e Outros Estranhos Rumores (2011), ambos com direção de Yara de Novaes, além de O Continente Negro (2007), dirigida por Aderbal Freire Filho, Contrações (2013), por Grace Passô, Love Love Love (2017), por Eric Lenate, e Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante (2019), de Silvia Gomez, com direção de Gabriel Fontes Paiva.

Conflitos geracionais são explorados na peça Love Love Love 

Elenco é formado por Débora Falabella, Augusto Madeira, Alexandre Ciolleti, Mateus Monteiro e Yara de Novaes

Love, love, love

Libertárias na juventude, elas são seduzidas pelo capitalista quando chegam ao período produtivo ou alcançam postos de comando. Love, love, love, também de Mike Bartlet, mete o dedo nessa ferida. De novo as corporações a interferir e sufocar nossa vida. No projeto comemorativo, será exibida a versão gravada da encenação no teatro.

Com direção de Eric Lenate, Débora e Yara dividem o palco com Augusto Madeira, Alexandre Ciolleti e Mateus Monteiro. A peça acompanha as mudanças no núcleo familiar. A história começa na noite da primeira transmissão ao vivo de TV via satélite, em 1967. Sandra, caloura na universidade, tem um encontro com Henry, mas flerta com o irmão mais novo, Kenneth. Avanço temporal. Nos anos 1990, a família de classe média é descuidada com os filhos e nem sabe porque ainda insiste num casamento falido.

A geração de paz e amor foi uma derrota para os descendentes. E é isso que a filha do casal joga na cara dos pais em 2011. Com uma estrutura familiar frágil, a violonista, antes promissora, agora frustrada, avança na acusação: “Você não alterou o mundo, você o comprou”. É… para o capitalismo tudo é mercadoria.

Neste mundo louco, nesta noite brilhante fala de violência e solidariedade. Fotos:  Joao Caldas Fº

Yara de Novaes interpreta vigia do KM 23. Foto:  Joao Caldas Fº

Yara de Novaes e Débora Falabella, Foto: Joao Caldas Fº

Vítima de estupro coletivo, uma garota delira. Naquela noite estrelada, ela recebe a ajuda de uma anja, porque elas existem. É a vigia do KM 23 de uma rodovia abandonada, que acompanha o movimento dos aviões. Se lembrarmos, a terra também vem sendo violentada. O texto de Silvia Gomez se expande para outras preocupações urgentes, do feminicídio, no trato predador do homem com o Natureza, dos abusos de poder.

Neste mundo louco, nesta noite brilhante, a websérie, foi gravada em quatro dias, na mesma sala de ensaio em que o grupo montou o espetáculo. 

Dirigida pelo fotógrafo, cineasta e documentarista João Wainer em parceria com a companhia e com apoio do Itaú Cultural, Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante, conta com episódios de aproximadamente 30 minutos, compostos da apresentação da dramaturga Silvia Gomez, cenas de ensaio, discussões do processo de mesa, além do espetáculo filmado.

Ao final de cada episódio, ocorre Conversas com Heroínas do Mundo Real: uma mulher que faz a diferencia no contemporâneo dá seu testemunho das ações para melhorar o mundo, o seu entorno. A artista paraense Berna Reale, que realiza performances para refletir sobre a violência, é a primeira convidada.

RETROSPECTIVA 15 ANOS – Sessões virtuais do Grupo 3 de Teatro

CONTRAÇÕES
Texto de Mike Bartlett, direção de Grace Passô. O assédio moral no ambiente de trabalho é explorado na peça, a partir da relação entre a gerente de uma corporação e uma funcionária. Transmissões via Zoom. Bate-papo com o grupo após a sessão. Dias 6 (esgotado), 13 e 20 de outubro, às 20h. Gratuito. Capacidade: 270 pessoas.

LOVE, LOVE, LOVE
Texto de Mike Bartlett, direção de Eric Lenate. Peça segue quase 50 anos de uma família, focalizando o contexto político-social de cada momento e revelando o impacto de cada época na vida das pessoas. Exibição via Zoom. Após a sessão, haverá bate-papo com o grupo. Dia 27 de outubro, às 20h. Gratuito. Capacidade: 270 pessoas.

NESTE MUNDO LOUCO, NESTA NOITE BRILHANTE
Texto de Silvia Gomez, direção de Gabriel Fontes Paiva e João Wainer. Enquanto aviões decolam e aterrissam em várias partes do mundo, uma garota delira, em uma rodovia abandonada, após ser violentada. Websérie em cinco episódios. Após a exibição, haverá o encontro Conversas com heroínas do mundo real. Dias 16, 23 e 30 de outubro e 6 e 13 de novembro, às 18h, no Itaú Cultural. Os episódios ficarão disponíveis até 4 de dezembro.

15 anos Grupo 3 de Teatro

FICHA TÉCNICA
Idealização: Grupo 3 de Teatro
Diretor técnico: André Prado
Assistente Administrativo: Rogerio Prudêncio
Direção de Produção: Heloisa Andersen
Gestão de Projeto: Luana Gorayeb
Coordenação Geral: Gabriel Fontes Paiva
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Artes gráficas: Patrícia Cividanes
Grupo 3 de Teatro: Débora Falabella, Gabriel Fontes Paiva e Yara de Novaes

Informações e reservas de ingressos no site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br

 

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Arte como Respiro prossegue nesta semana

Luta Live, com Teuda Bara. Foto Luiza Palhares

Esta quarentena mexeu com os movimentos, deslocamentos possíveis, perspectivas de vida e imprimiu novas buscas de energia para enfrentar o período. O isolamento social e suas circunstâncias estão na essência de alguns trabalhos produzidos para a programação do Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas, do Itaú Cultural. Entre eles estão os espetáculos Luta, da atriz mineira Teuda Bara, e Gente de Classe –Transparente, do Grupo Carmin, do Rio Grande do Norte. Ao todo, nesta edição, são 18 projetos de 10 diferentes estados, exibidos de 7 a 11 de outubro (quarta-feira a domingo), sempre às 20h.

Compõem o quadro desse bloco criações em dança, teatro, performance e circo, de artistas da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os trabalhos ficam disponíveis no site da instituição (www.itaucultural.org.br) por 24 horas para serem assistidos virtualmente.

Entre o fechar e o abrir dos olhos. Foto Drica Rocha / Divulgação

Mulher do Fim do Mundo, da Nau de Ícaros. Foto Ale Catan / Divulgação

Rede de Pulgas, das artistas cearenses Gabriela Jardim e Lívia Soares, atravessa o circo tradicional para mostrar como as artistas autônomas estão revivendo e recriando composições cênicas em casa. A moradia também está no centro da partitura da dança Menina em Casa, da carioca Amanda Gouveia, que encontra no autocuidado uma forma de reinventar o cotidiano. A performance Entre o Fechar e o Abrir dos Olhos, de Drica Rocha, da Bahia, vai buscar sustentação na poesia, no olhar e na janela. Mulher do Fim do Mundo: Manutenção e Criação em Cena, da Cia Nau de Ícaros, de São Paulo, é Inspirada pela música homônima de Elza Soares.

Cruz Credo. Foto Esteban Bisio / Divulgação

Filho Homem. Divulgação

As questões de gênero dominam a quinta-feira, dia 8. Esmea, dos paulistas Leonardo Cuspamos e Lucas Andrade, se agarra aos vestígios depois do fim de um romance. Filho Homem, do carioca Bernardo de Assis, situa as possíveis diferenças entre dois Irmãos, um criado para ser homem e outro criado para ser mulher. As fases do luto amoroso são exploradas em #ressignifiCASA – Cozinha, do multiartista Murilo Toledo, de São Paulo, que utiliza dança, acrobacia e interpretação para expor emoções do término de um casamento homoafetivo. Cruz Credo, do Coletivo Emaranhado, do Espírito Santo, expõe as marcas das retaliações sofridas pelo corpo-vivência de um humano negro, cisgênero e gay em espaços sociais. No monólogo O Hétero, do Rio de Janeiro, a figura Fulano de Tal, criado por Zé Wendell, é um nordestino, artista, homem comum, que sai em uma jornada de autoconhecimento e aceitação de si.

O Melhor Trapezista do Mundo. Foto Allan Lira / Divulgação

Ponto De Vista De Um Palhaço.Foto Wilian Aguiar / Divulgação

A linguagem circense norteia as produções de sexta-feira, dia 9. Chàrlá Táon – O Contorcionista, do palhaço, ator e bailarino paulista André Doriana, ensina um antídoto milenar contra a dor: o riso. O Melhor Trapezista de Todo o Mundo, da gaúcha Cia Fundo Mundo, faz uma sátira aos números clássicos de acrobacia aérea. O solo Pontos de Vista de Um Palhaço do ator Daniel Warren, de São Paulo, situa a busca da personagem por ajuda em uma sessão de terapia online.

Gente de Classe do Grupo Carmin. Divulgação

Projetos pensados e criados na quarentena, que refletem sobre o digital e os novos formatos seguem na pauta de sábado (10). Um Passinho de Cada Vez, de Marzia Zambianchi e Olivia Orthof, do Distrito Federal, realizada por alunos circenses, mostra uma videodança baseada na dança carioca do passinho. Gente de Classe: Transparentes, do Grupo Carmin, do Rio Grande do Norte, investe na comicidade para expor o quadro de mãe solteira e seus dois filhos que se falam apenas por videoconferência. Uma das fundadoras do grupo Galpão, a atriz mineira Teuda Bara, ficcionaliza sua trajetória, cria imagens, conta casos e elege a luta como alegoria para o teatro e a própria vida em Luta Live.

Maré. Foto Marcondes Filho / Divulgação

As relações criadas pelo indivíduo consigo, com o mundo e com os outros fazem os elos de reflexões dos projetos exibidos domingo, dia 11. Toque de Quarentena registra em vídeo uma cena performática do casal Livia Vilela e Cezar Siqueira, que expressa a experiência do isolamento e seus efeitos nos corpos. Já O Mundo Está ao Contrário e Ninguém Reparou, de Camila Cequinel, do Paraná, chama a atenção para a ideia de que mudar de ponto de vista pode ser a solução para os problemas. Maré, do Coletivo CIDA, do Rio Grande do Norte, é uma peça coreográfica sobre o amor.

O segundo bloco da edição Cênicas de outubro acontece entre os dias  21 e  25.

SERVIÇO:
Festival Arte como Respiro – Edição Cênicas
Quando: De 7 a 11 de outubro (quarta-feira a domingo), sempre a partir das 20h
Onde: No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br
Quanto: Gratuito

*Cada espetáculo fica disponível para visualização por 24h

PROGRAMAÇÃO, SINOPSES E SERVIÇO
SEMANA 5

7 de outubro, quarta-feira

Rede de Pulgas (CE), de Gabriela Jardim
Duração: 7 minutos
Composições cênicas carregadas de ações, lembranças, inquietude provocadas pelo isolamento.
Ficha técnica:
Direção: Gabriela Jardim e Lívia Soares
Intérprete criadora: Gabriela Jardim

Menina em Casa (RJ), de Amanda Gouveia
Duração: 5 minutos
Uma mulher aproveita a quarentena para eleger o autocuidado no seu cotidiano.
Ficha técnica:
Direção, roteiro, interpretação: Amanda Gouveia
Direção de fotografia: Klaus Schmaelter
Trilha sonora: Victor Ribeiro
Montagem: Rená Tardin

Entre o Fechar e o Abrir dos Olhos (BA), de Drica Rocha
Duração: 9 minutos
Alicerçado na poesia Não Basta Abrir a Janela, de Alberto Caeiro; no olhar e na janela.
Ficha técnica:
Intérprete-criadora: Drica Rocha
Orientação: Agatha Oliveira, Clara Trigo e Marta Bezerra
Filmagem: Alexandra Martins Costa, Eduardo Senna e Jota Júnior
Filmagem da investigação em casa: Eduardo Sena
Escultora sonora: Marion Monnot
Edição de vídeo: Alexandra Martins Costa
Gravado em dezembro de 2019 no Prédio Inacabado do IHAC
Universidade Federal da Bahia – Campus Ondina

Mulher do Fim do Mundo: Manutenção e Criação em Cena (SP), da Cia Nau de Ícaros
Duração: 65 minutos
Inspirado pela música de Elza Soares, espetáculo aponta para a criação de novos modos de existência.
Ficha técnica:
Criação e concepção: Erica Rodrigues e Letícia Olomidará Doretto
Cocriadoras: todas as mulheres visíveis e invisíveis que encontramos nesse processo
Direção colaborativa: Roberto Alencar, Dani Lima e Marco Vettore
Figurino: Chris Aizner
Trilha sonora: Simone Sou e Gustavo Souza
Cenografia: André Cortez
Iluminação: Wagner Freire
Fotos: Alexandre Catan
Design gráfico: Naná Mendes da Rocha e Maria Cau Levy
Vídeo: Bruta Flor Filmes
Preparação corporal (workshops): Vera Passos, Miriam Druwe, Henrique Lima, Roberto Alencar
Produção artística: Junior Guimarães
Operação de som: Celso Reeks
Operação de luz e direção geral: Marco Vettore
Administração: Álvaro Barcellos

8 de outubro, quinta-feira

Esmea (SP), de Lucas Andrade
Duração: 6 minutos
Em completo estado de solidão, personagem relembra momentos de amor ao reler cartas antigas.
Ficha técnica:
Com Leonardo Cuspamos e Lucas Andrade

Filho Homem (RJ), de Bernardo de Assis
Duração: 10 minutos
Sinopse:
Documentário ficcional investiga as repercussões entre dois irmãos: um criado para ser homem e outro para ser mulher.
Ficha técnica:
Concepção e atuação: Bernardo de Assis

#ressignifiCASA – Cozinha (SP), de Murilo Toledo
Duração: 11 minutos
Fim de um casamento homoafetivo, marcado por padrões heterocisnormativos e processo de cura.
Ficha técnica:
Com Murilo Toledo

Cruz Credo (ES), de Coletivo Emaranhado
Duração: 15 minutos
Sinopse:
O corpo-vivência de um humano negro, cisgênero, gay, que sofre retaliações dos espaços sociais.
Ficha técnica:
Direção de produção e Coreográfica: Maicom Souza
Intérprete-criador/Bailarino: Ricardo Reis
Arte gráfica: Wendel Alexandre
Iluminação: Léia Rodrigues
Organização: Coletivo Emaranhado e Bule

O Hétero (RJ), de Zé Wendell
Duração: 40 minutos
Monólogo que conta com humor a história de Fulano de Tal, nordestino, artista e sonhador.
Ficha técnica:
Da Filmagem:
Autoria, atuação, direção de produção e edição vídeo no celular: Zé Wendell
Filmagem e operação de trilha sonora: Andrea Menezes
Do Espetáculo:
Texto e atuação: Zé Wendell
Direção: Alice Steinbruck
Direção de produção: Zé Wendell
Produção executiva: Andrea Menezes
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Figurino: Ticiana Passos
Cenário: Mina Quental
Visagismo: Márcio Mello
Direção musical: Marcelo Alonso Neves
Programação visual: André Senna
Assessoria de imprensa: Marrom Glacê Assessoria – Gisele Machado & Bruno Morais

9 de outubro, sexta-feira

Chàrlá Táon – O Contorcionista (SP), de André Doriana
Duração: 6 minutos
O palhaço faquir Chàrlá procura a partir de seu corpo não-engenhoso, compreender as leis da natureza e o que são a pele, o medo, a carne, a alegria, as articulações, o encantamento e a respiração.
Ficha técnica:
Roteiro, direção e atuação: André Doriana
Fotografia e edição: Ana Tardivo Alves
Provocações: Fernando Borges

O Melhor Trapezista de Todo o Mundo (RS), de Cia Fundo Mundo
Duração: 7 minutos
As coisas não saem como planejado no show do autointitulado o melhor trapezista de todos os tempos.
Ficha técnica:
Elenco: Noam Scapin
Criação: Noam Scapin
Produção e assistência: Lui Castanho

Pontos de Vista de Um Palhaço (SP), de Daniel Warren
Duração: 45minutos
Um palhaço busca ajuda numa sessão de terapia online. Adaptação teatral do romance homônimo do alemão Heinrich Boll (1917-1985).
Ficha técnica:
Concepção artística: Maristela Chelala e Daniel Warren
Texto original: Ansichten Eines Clown, de Heinrich Boll
Dramaturgia e direção: Maristela Chelala
Elenco: Daniel Warren
Preparação e técnicas de Palhaço: Esio Magalhães
Iluminação e cenografia: Marisa Bentivegna
Figurino: Carol Badra
Trilha sonora: Frederico Vasconcelos
Operador som e luz: Andrea Dupré
Cenotécnico: Cesar Resende Santana
Assistente de cenografia: Amanda Vieira
Fotos: Ligia Jardim/Willian Aguiar
Assessoria de imprensa: Juliana Araújo e Ivan Marsiglia
Programação visual: Phillipe Marks
Produção: Fenetre Produções

10 de outubro, sábado

Um Passinho de Cada Vez (DF), de Marzia Zambianchi e Olivia Orthof
Duração: 2 minutos
Videodança realizada por alunos circenses a partir da dança carioca do passinho durante a pandemia.
Ficha técnica:
Produção e edição: Olivia Orthof
Dança: Marzia Zambianchi e Olivia Orthof
Participação especial: Davide Milani
Câmera: Fillipe Rufino
Trilha: Dj Seduty -Violão Dançante

Gente de Classe: Transparentes (RN), do Grupo Carmin
Duração: 19 minutos
Num condomínio de classe média, moram uma mãe solteira e seus dois filhos, que se falam apenas por videoconferência, ainda que estejam na mesma casa. A cena é um trecho cômico do futuro espetáculo do Grupo Carmin.
Ficha técnica:
Diretor: Pedro Fiuza
Texto: Henrique Fontes e Pablo Capistrano
Atores: Quitéria Kelly, Mateus Cardoso, Robson Medeiros
Editor de vídeo: Juliano Barreto
Produção: Mariana Hardi
Assistente de direção: Tereza Duarte

Luta Live (MG), de Teuda Bara
Duração: 57 minutos
Desenvolvido a partir do espetáculo Luta, criado com e para Teuda Bara e baseado em suas memórias e particularidades como atriz.
Ficha técnica:
Solo de Teuda Bara
Concepção e edição: João Santos
Comentários em vídeo: Teuda Bara, Cléo Magalhães, João Santos e Marina Viana
Direção e intervenções cênicas: Cléo Magalhães, João Santos e Marina Viana
Dramaturgia: Cléo Magalhães, João Santos e Marina Viana a partir de relatos de Teuda Bara
Colaboração Artística: Marta Aurélia
Iluminação: Marina Arthuzzi e Rodrigo Marçal
Cenografia: Taísa Campos
Figurino: Cléo Magalhães
Filmagem: Byron O’Neill
Vídeos: Pedro Estrada e Lucas Calixto
Vídeo mapping: Fabiano Lana
Trilha original: Barulhista
Fotos: Luiza Palhares
Produção executiva: Beatriz Radicchi

11 de outubro, domingo

Toque de Quarentena (SP), de Livia Vilela
Duração: 4 minutos
O casal Livia Vilela e Cezar Siqueira realizou e registrou em vídeo uma cena performática que expressa, através do movimento, a experiência do isolamento e seus efeitos sobre os corpos.
Ficha técnica:
Idealização, intérpretes, edição e trilha sonora: Livia Vilela e Cezar Siqueira

O Mundo Está ao Contrário e Ninguém Reparou (PR), de Camila Cequinel
Duração: 4 minutos
Criado e gravado em sua residência em um único dia, o trabalho é um possível embrião do seu novo espetáculo.
Ficha técnica:
Criação e elenco: Camila Cequinel
Filmagem e direção: João Ricardo Rocha
Contra-regra: Ravilson Cequinel

Maré (RN), de Coletivo CIDA
Duração: 40 minutos
Uma metáfora sobre a modificação, os vários níveis, as intensidades e profundidades do amor, esse sentimento tão complexo.
Ficha técnica:
Coreografia e direção: René Loui e Rozeane Oliveira
Artistas convidados: Álvaro Dantas, André Rosa, Gabriela Gorges
Produção geral: René Loui
Produção executiva: Arthur Moura
Assistente de produção: Raquel Lucena
Registro de vídeo: Eduardo Pinheiro / Estúdios Megafone
Sonorização: Paulo de Oliveira / Studio Pró Mídia
Imagens de divulgação: Marcondes Filho
Designer de iluminação: Priscila Araújo
Operação de iluminação: Anderson Galdino
Realização: CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas.

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