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Projeto Totem Relicário:
A memória viva da performance pernambucana

Acervo histórico do grupo compreende cerca de 600 itens de 38 criações realizadas entre 1988 e 2009

Pesquisa continuada em quase 40 anos de trajetória. Foto: Olga Wanderley/ Divulgação

O Grupo Totem, um dos mais longevos e influentes coletivos de artes cênicas de Pernambuco, com 37 anos de trajetória, celebra sua história com o lançamento do projeto Totem Relicário. Este evento marca a disponibilização de um vasto acervo virtual que documenta as primeiras duas décadas de produção do grupo, oferecendo uma imersão na rica cena performática pernambucana e brasileira.

Fundado em 1988 por Fred Nascimento e Lau Veríssimo, o Grupo Totem tem sido um laboratório contínuo de experimentação nas artes cênicas, explorando as fronteiras entre teatro, performance, dança e rituais. Desde sua origem no casarão da Rua de São Bento, em Olinda, onde funcionava o icônico bar Abraxas, o grupo se dedicou a uma poética singular, caracterizada pela intensidade corporal, pela exploração de arquétipos e mitos, e por uma perspectiva ritualística da cena.

Suas obras, como Signosimbolosícones, Ele, Artaud!, Ita e Mulheres marcaram época e influenciaram gerações de artistas. A longevidade do grupo, mantendo-se ativo e relevante por quase quatro décadas, é um testemunho da força de sua pesquisa artística.

A filosofia do Totem aposta na capacidade de transformar o corpo do performer em um discurso político e poético, explorando a subjetividade e a cultura caosmopolitana, como visto em Caosmopolita. A composição de referências, desde a psicologia arquetípica de Carl Gustav
Jung e James Hillman até a antropofagia cultural brasileira, demonstra a riqueza intelectual e criativa que permeia suas produções.

A Preservação da Memória Performática em Formato Digital

Lançamento do projeto com reperformances em Olinda

O lançamento do projeto Totem Relicário, neste 5 de julho de 2025, representa um marco na história do Grupo Totem e na cena artística brasileira. Trata-se de uma plataforma virtual que reúne e disponibiliza o vasto acervo histórico do grupo, compreendendo cerca de 600 itens de 38 criações realizadas entre 1988 e 2009. Este “relicário” digital é uma verdadeira viagem no tempo, oferecendo acesso a fotos, vídeos, material gráfico, manuscritos, clipagens, croquis, mapas técnicos de palco e luz, fichas técnicas e roteiros.

A iniciativa é de extrema importância para a preservação da memória da performance. A arte performática, por sua natureza efêmera e de acontecimento ao vivo, enfrenta o desafio intrínseco de sua documentação e arquivamento. Muitas obras se perdem no tempo, existindo apenas na memória dos espectadores e artistas. Ao digitalizar e organizar este acervo, o Grupo Totem garante a perenidade de sua própria história como também oferece uma valiosa fonte de pesquisa e inspiração.

Jailson de Oliveira, Angélica Costa, Nara Sales, Lau Veríssimo e Zoraya Brayner, elenco de ITA

Cartaz do trabalho Ele, Artaud. Foto: Divulgação

Festivo e imersivo, o lançamento do Totem Relicário retorna ao local de origem do grupo em Olinda, no casarão da Rua de São Bento. A programação é um convite à revisitação e ressignificação das obras do Totem:

Reperformances

Integrantes, ex-integrantes e colaboradores convidados apresentarão cenas de seis performances históricas:

Duplo Faca Destino (2005),
com Juliana Nardin: Performance criada a partir da obra do artista visual Rinaldo Silva, explorando a dualidade da faca, do corte e do ferir.

Signosimbolosícones (1991),
com Lau Veríssimo, Suzi Couto e Zoraya Brayner: Um teatro de imagem, uma paisagem humana, mixando personas de trabalhos anteriores do grupo e registros fotográficos.

Ele, Artaud! (1997),
com Angélica e Luan Amim: Espetáculo ritualístico que antropofagicamente absorve o teatro Artaudiano, misturando-o com referências culturais brasileiras.

Ita (1991) e Mulheres (1993),
com Jailson Oliveira: Solo que integra trechos dessas performances. Ita delineou a poética do Totem, enquanto Mulheres aborda o princípio feminino e arquétipos de deusas.

Caosmopolita (2005),
com Gabi Cabral: Situa-se na fronteira do teatro físico, performático e dança, com o corpo do ator/performer como discurso político.

Outras Atividades

Depoimentos e Documentário:
O evento inclui depoimentos em vídeo de artistas que passaram pelo grupo e a exibição do documentário Totem Retrospecto, de Taína Veríssimo.

Roda de Conversa:
Uma discussão sobre a história do grupo e o site do acervo, com a participação de Fred Nascimento, Taína Veríssimo, Zé Diniz (web designer), Alexandre Figueirôa (jornalista/cineasta), e participações em vídeo de Alexandre Nunes e Inaê Veríssimo.

Pocket Show:
Atual e ex-integrantes da banda do Totem, incluindo Fred Nascimento, Cauê Nascimento, Mário Sérgio, Mari Paiva, Patrício Rodrigues e Gustavo Vilar, apresentarão trilhas sonoras dos espetáculos.

O projeto Totem Relicário é realizado via Fundo de Incentivo à Cultura do Governo de Pernambuco – Funcultura, garantindo a gratuidade e acessibilidade do acervo. O site (grupototem.com.br) conta com ferramentas de acessibilidade comunicacional para pessoas com baixa visão, daltônicos, surdas e cegas, reforçando o compromisso do grupo com a inclusão e a democratização do acesso à cultura.

GeoPoesis, filme da videoperformance do Totem. Foto: Divulgação

A performance, por sua natureza transitória, sempre representou um desafio para a historiografia da arte. O Totem Relicário encara diretamente essa questão, transformando a efemeridade em um legado acessível. Ao digitalizar e contextualizar seu vasto material, o grupo contribui para a construção de uma memória viva da performance brasileira, permitindo que obras que aconteceram uma única vez ou em poucas ocasiões possam ser estudadas, revisitadas e compreendidas por novas gerações.

Isso se alinha a discussões contemporâneas sobre a “arquivabilidade” da performance e a importância dos acervos digitais como ferramentas de pesquisa e difusão cultural. Como aponta a teórica Diana Taylor em seu livro O Arquivo e o Repertório, existe uma tensão produtiva entre o arquivo (documentos, textos, vídeos) e o repertório (práticas corporais, conhecimentos incorporados). O Totem Relicário cria uma ponte entre essas duas dimensões.

A programação do evento, com as “reperformances”, é um exemplo prático da teoria da reencenação na arte contemporânea, que pensa numa ressignificação das obras originais no contexto atual, com novos corpos e perspectivas. Isso demonstra a vitalidade da performance como linguagem, capaz de se adaptar e gerar novos sentidos ao longo do tempo.

A reperformance celebra a continuidade e a evolução de uma linhagem artística. Este conceito dialoga com as práticas de artistas como Marina Abramović e seu projeto Seven Easy Pieces, onde ela reperformou obras icônicas suas e de outros artistas.

A longevidade do Grupo Totem e a participação de ex-integrantes e colaboradores no evento de lançamento sublinham seu papel como um polo de formação e irradiação artística. Muitos artistas que passaram pelo Totem seguiram suas próprias trajetórias, levando consigo a experiência e a filosofia do grupo.

O Totem Relicário, ao disponibilizar o histórico de criações e processos, torna-se uma “escola” aberta, um repositório de metodologias e inspirações para jovens artistas e pesquisadores que buscam compreender as raízes e as evoluções da performance no Brasil. Esta função pedagógica é fundamental em um país onde o ensino formal das artes performáticas ainda enfrenta desafios estruturais.

A atuação contínua do Grupo Totem em Pernambuco, e a visibilidade que o Totem Relicário trará, reforça a importância das cenas artísticas regionais para o panorama cultural brasileiro. Em um cenário muitas vezes centralizado no Rio-São Paulo, o Totem demonstra a riqueza e a capacidade de produção artística de outras regiões, contribuindo para a diversidade e a pluralidade das expressões performáticas nacionais.

O projeto, financiado pelo Funcultura, também evidencia a relevância do apoio público para a sustentabilidade e o desenvolvimento da cultura local. Em tempos de escassez de recursos para a cultura, iniciativas como esta reafirmam a importância das políticas públicas para a preservação da memória artística.

Lau Veríssimo, uma das fundadoras do Grupo Totem. Foto: Divulgação

Fred Nascimento, um dos fundadores do Totem. Foto: Divulgação

Em quase quatro décadas de existência, o Grupo Totem construiu uma das mais consistentes e inovadoras trajetórias artísticas do Brasil, reinventando constantemente as fronteiras da performance, do teatro ritual e da experimentação corporal em Pernambuco. Apesar de sua metodologia singular, que mescla referências antropológicas, mitológicas e políticas, e de ter formado gerações de artistas que hoje atuam em diversas frentes da cena cultural brasileira, o Totem permanece um tesouro parcialmente oculto no panorama artístico nacional. Como tantas iniciativas culturais surgidas fora do trânsito Rio-São Paulo, o grupo carrega o paradoxo de ser simultaneamente reverenciado por quem conhece sua obra e invisibilizado nos grandes circuitos e narrativas oficiais das artes cênicas brasileiras, raramente recebendo o reconhecimento proporcional à sua contribuição estética e cultural.

O projeto Totem Relicário surge, portanto, como um arquivo digital e como um ato de justiça histórica e resistência cultural. Ao disponibilizar virtualmente seus 600 itens documentais e registros de 38 criações realizadas entre 1988 e 2009, o grupo ultrapassa as barreiras geográficas que tradicionalmente limitaram seu alcance, permitindo que pesquisadores, artistas e entusiastas de qualquer parte do mundo possam descobrir e estudar esta produção única. Esta plataforma representa a democratização da memória performática pernambucana e a possibilidade de reescrita de uma história das artes cênicas brasileiras mais plural e descentralizada. O Totem Relicário honra não apenas o passado do grupo, mas aponta para um futuro onde iniciativas artísticas de todas as regiões do Brasil possam ser devidamente reconhecidas, estudadas e celebradas, inscrevendo definitivamente o Grupo Totem no lugar que sempre mereceu: o de referência fundamental da performance contemporânea brasileira.

SERVIÇO
Lançamento do Acervo Virtual do Grupo Totem
Local: Rua de São Bento, 344 – Olinda-PE
Dia: SÁBADO, 05 de julho de 2025
Horário: 17h às 20h
Entrada: gratuita
Mais informações: @grupototemrecife
Site do acervo: grupototem.com.br

FICHA TÉCNICA
Acervo Virtual do Grupo Totem
Direção/coordenação: Fred Nascimento
Pesquisadoras: Lau Veríssimo, Juliana Nardin, Taína Veríssimo e Íris Campos
Web designer e programação: Zé Diniz
Editor gráfico: Luan Amim
Produtora: Taína Veríssimo

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Um teatro contra o machismo

Trupe Ensaia Aqui e Acolá estreia Machuca, com relatos reais sobre a violência contra a mulher. Foto: Bella Valle

Trupe Ensaia Aqui e Acolá estreia Machuca, com relatos reais sobre a violência contra a mulher. Foto: Bella Valle

Em abril, 126 mulheres foram estupradas em Pernambuco e registrados 2.485 casos de violência doméstica. No mês anterior, houve 174 estupros e 2.929 ocorrências de agressão. Esses dados alarmantes são oficiais, da Secretaria de Defesa Social – SDS, do estado. Crimes inadmissíveis que se repetem pelo Brasil afora. É dessa realidade torturante, que envergonha a humanidade, que a Trupe Ensaia Aqui e Acolá buscou inspiração para erguer o espetáculo Machuca, que estreia nesta sexta-feira (19), às 20h, no Teatro Capiba, Sesc de Casa Amarela, onde fica em curta temporada nos dias 19, 20 e 21 e também 26, 27 e 28. Contemplado pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2015, Machuca terá outras cinco apresentações em espaços públicos e uma na Colônia Penal Bom Pastor para as mulheres que cumprem medidas socieducativas.

O grupo investiga histórias reais para estimular o debate sobre o machismo, a cultura do estupro e o patriarcalismo. São casos que enxovalham, arranham, mortificam, subjugam, esmagam física e psicologicamente corpos femininos.

Seja na espetacularização da morte de Eliza Samudio, o apedrejamento de Dandara dos Santos no meio da rua ou o apagamento da dor de Severina, estuprada pelo pai.

Não está fácil ser mulher e se exercer neste século 21, em que o assédio é contabilizado em oito vezes num trajeto de quinze minutos e a repetição de padrões machistas tenta coisificar a mulher. É uma guerra diária contra a misoginia, o racismo e o machismo entranhados na sociedade.

A montagem junta notícias baseadas em histórias verídicas vivenciadas por mulheres de classes sociais e experiências diversas. De casos com grande repercussão midiática e também relatos anônimos. Todos que deixaram marcas profundas de violências dessa sociedade patriarcal carcomida.

Com direção de Ceronha Pontes, Machuca tem elenco formado pelas atrizes Andrea Rosa, Iara Campos e Juliana Montenegro. Elas selecionaram fatos reais, deram um tratamento dramatúrgico e amplificaram a crueldade do machismo. A narrativa é reforçada com discursos de referências feministas como Karol Conka, Nísia Floresta Brasileira, Elizabeth Mia, Djamila Ribeiro, Ângela Davis e Maria Clara Araújo.

É uma peça política e toma partido das mulheres. Machuca é um espetáculo de denúncia, assumidamente feminista e pautado numa palavra que está muito em uso, a sororidade. Durante muito tempo, e ainda hoje, a sociedade machista e patriarcal incitou e propagou a rivalidade entre as mulheres, propalando julgamentos e afirmando estereótipos. A sororidade prega justamente o contrário. A sororidade carrega a ideia de “irmandade” entre as mulheres; uma cumplicidade, companheirismo, aliança do feminino – em dimensão ética, política e prática – na busca de transformar o mundo num lugar mais justo.

Machuca é o terceiro espetáculo da Trupe Ensaia Aqui e Acolá, que já montou Rififi no Picadeiro (2007), para a infância e juventude, e o melodrama O Amor de Clotilde Por Um Certo Leandro Dantas (2010).

Peça tem direção de Ceronha Pontes e Andrea Rosa, Julliana Montenegro e Iara Campos no elenco. Foto: Bella Valle

Peça tem direção de Ceronha Pontes e Andrea Rosa, Julliana Montenegro e Iara Campos no elenco. Foto: Bella Valle

Ficha Técnica

Direção: Ceronha Pontes
Elenco: Andrea Rosa, Iara Campos e Julliana Montenegro
Dramaturgia: Ceronha Pontes e Trupe Ensaia Aqui e Acolá
Direção de movimento: Íris Campos
Preparação vocal: Carlos Ferrera
Figurino e Cenário: Marcondes Lima
Cenotécnicas: Bee Freitas e Luciana Montenegro
Execução de figurino: Maria Lima
Iluminação: Dado Sodi
Trilha sonora original: Júlio Morais
Voz em Dandara: Kalina Adelina, sob orientação de Lucíola dos Santos
Voz em Severina: Ceronha Pontes
Voz em Não nasci para ter senhor: Carlos Ferrera
Todas as músicas criadas por Júlio Morais, exceto Guerreiras, letra e música de Ceronha Pontes e Não nasci para ter senhor letra de Ceronha Pontes e música de Júlio Morais.
Locução futebol: Tatto Medinni
Locução carro de som: Marcelo Oliveira
Programação visual e design: Aurora Yett
Fotos: Bella Valle
Assessoria de imprensa: Lenne Ferreira/Afoitas, Priscila Buhr/Afoitas e Guilherme Gatis
Produção executiva: Igor Travassos
Direção de Produção: Andrea Rosa, Iara Campos e Julliana Montenegro
Produção: Trupe Ensaia Aqui e Acolá

Serviço

Machuca no Teatro Capiba
Dias 19, 20 e 21 e 26, 27 e 28
Sextas e sábados às 20h
Domingos às 19h

Apresentações com Libras: Dias 20 e 21 (sábado e domingo) e 26 (sexta)
Apresentação com audiodescrição: Dia 27 (sábado)

Apresentações na rua
Sempre às 16h
23/05 – Praça do Diário
24/05 – Praça da Encruzilhada
25/05 – Morro da Conceição
30/05 – Ilha de Deus
01/06 – Jardim São Paulo

Apresentação na Colônia Penal Bom Pastor
31/05, às 14h

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Dança espalha beleza da maternidade

As bailarinas Ana Luiza Bione (ao centro), Janaína Gomes (à esq.) e Íris Campos. Foto: Camila Sérgio/ Divulgação

As bailarinas Ana Luiza Bione (ao centro), Janaína Gomes (à esq.) e Íris Campos. Foto: Camila Sérgio/ Divulgação

Desejos e fantasias pulsam com a palavra maternidade. Gestação, esse estado interessante, seguida de um compromisso para sempre. Doação amorosa, mesmo permeada de sacrifícios. Essas posições subjetivas de não-toda são exploradas com delicadeza e harmonia no espetáculo de dança contemporânea Cara da Mãe. Inspirado nas jornadas do feminino, nas forças criadora e mantenedora, a encenação explora o universo da maternidade, com suas inquietudes e impasses nas escolhas do mundo atual.

Com elenco formado pelas bailarinas Ana Luiza Bione, Íris Campos e Janaína Gomes a montagem faz temporada de 12 apresentações em agosto, setembro e outubro, no Espaço Experimental, no Recife Antigo e espaços alternativos.

As primeiras ocorrem nestes 26 e 27 de agosto às 19h no Espaço Experimental (Rua Tomazina, 199) e prosseguem nos dias 10, 11, 17 e 18 de setembro e 1º e 2 de outubro. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e começarão a ser vendidos 1h antes.

A segunda etapa, em espaços alternativos, terá ingressos gratuitos e é destinada às comunidades do entorno dos locais de apresentação. Nos dias 8 e 9 de outubro no Centro de Capoeira São Salomão, na Várzea, e nos dias 12 e 14 de outubro no Daruê Malungo, em Chão de Estrelas, integrando a Semana Afro da instituição.

Cara da Mãe. Foto: Diogo Condé

Cara da Mãe tem direção de Luciana Lyra. Foto: Diogo Condé / Divulgação

As bailarinas do Coletivo Cênico Tenda Vermelha transbordaram das indagações de mães e convidaram a diretora Luciana Lyra para articular essas inquietações numa experiência poética em dança.

Cara da mãe estreou em 2015, no Janeiro de Grandes Espetáculos. Recebeu para a montagem o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna e conta com incentivo do FUNCULTURA – Fundo de Incentivo à Cultura do Estado de Pernambuco.

Das 12 apresentações, quatro serão direcionadas ao público com deficiência visual, onde haverá audiodescrição e os espectadores poderão conversar com as bailarinas, além de fazer um tour tátil pelo cenário e figurino. As apresentações com audiodescrição serão nos dias 10 e 11 de setembro e 1º e 2 de outubro.

SERVIÇO
CARA DA MÃE
Onde: Espaço Experimental (Rua Tomazina ,199 – Recife Antigo)
Quando: 26 e 27 de agosto, 10 e 11, 17 e 18 de setembro, 1º e 2 de outubro
às 19h
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Mais informações: (81)3224.1482

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Algumas opções teatrais do fim de semana

O-Lançador de Foguetes faz sessão gratuita domingo às 16h30, no Marco Zero, no Bairro do Recife. Foto: Raquel Durigon/ Divulgação

Espetáculo gaúcho faz sessão gratuita domingo às 16h30, no Marco Zero. Foto: Raquel Durigon

O Lançador de Foguetes integra o repertório do Grupo de Teatro De Pernas pro Ar – da cidade gaúcha de Canoas – desde 2006. A montagem com o ator Luciano Wieser (que também assina a direção e cenografia) está na programação do 18º Circuito Palco Giratório Sesc.

A trupe faz várias apresentações gratuitas em Pernambuco e a primeira delas é no domingo às 16h30, no Marco Zero, no Bairro do Recife.

O bando borra as fronteiras de técnicas circenses, formas animadas e música para realizar seus experimentos de linguagens. Em O lançador de foguetes a cenografia, figurinos excêntricos e bonecos com mecanismos de manipulação únicos colaboram para a comunicação com o espaço urbano. O protagonista procura um lugar ideal para sua experiência cientifica. Ele anda no seu triciclo abarrotado de elementos cênicos, calcula os fenômenos físicos e busca encontrar a energia da plateia.

SERVIÇO
Espetáculo gaúcho O Lançador de Foguetes
Quando: domingo às 16h30
Onde: Marco Zero, no Bairro do Recife
Quanto: Grátis

Outras apresentações do espetáculo O Lançador de Foguetes em PERNAMBUCO – Palco giratório 2015
02/06 – BELO JARDIM (PE)
03/06 – BUIQUE (PE)
05/06 – BODOCÓ (PE)
06/06 – OURICURI (PE)
07/06 – ARARIPINA (PE)
11/06 – PETROLINA (PE)

Algodão doce faz apresentação dentro do projeto Palco Giratório. Foto: Ivana Moura

Algodão doce faz apresentação no Teatro Marco Camarotti. Foto: Ivana Moura

O grupo Mão Molenga (PE), também está no Palco Giratório com a encenação em teatro de bonecos Algodão doce. A apresentação está marcada para às 16h do sábado, no Teatro Marco Camarotti (Rua do Pombal, s/n, Santo Amaro).

A montagem foi erguida a partir da chamada Civilização de Açúcar e da textura de algodão dos bonecos, em variados tamanhos e técnicas de manipulação. Além da dança inspirada na tradição cultural pernambucana, principalmente o cavalo-marinho São narradas três histórias de assombração, Comadre Fulozinha, As desventuras de Ioiozinho e O Negrinho do Pastoreio.

A direção cênica e direção de arte são de Marcondes Lima. O argumento e roteiro são assinados por Marcondes Lima e Carla Denise. O elenco é formado por Elis Costa, Íris Campos, Fábio Caio, Fátima Caio e Marcondes Lima. O espetáculo é indicado para crianças a partir de 8 anos. O ingresso custa R$ 20 e R$ 10 (meia).

SERVIÇO
Espetáculo Algodão doce
Quando: Sábado (30/05) às 16h
Onde: Teatro Marco Camarotti (Rua do Pombal, s/n, Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia)

Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver inicia nova temporada

Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver inicia nova temporada

ACONTECE ENQUANTO VOCÊ NÃO QUER VER
A nova temporada do espetáculo Acontece enquanto você não quer ver, começa amanhã, no Espaço Caramiolas (Avenida Dantas Barreto, 324, 7º andar, Santo Antônio). A encenação foi criada para um espaço de teatro domiciliar, e está dividida em dois atos: Bem guardado e Rua Garopaba, 410. A produção avisa que a peça faz um desafio à moralidade vigente e mostra situações que podem ser consideradas desagradáveis. No elenco estão Daniel Barros e Fábio Calamy
SERVIÇO
Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver
Onde: Espaço Caramiolas (Avenida Dantas Barreto, 324, 7º andar, Santo Antônio)
Quando: 30 de maio, 06, 13 e 20 de junho, sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 9790-8251.

NA BEIRA
Amanhã, sábado, às 19h30, é a última sessão desta temporada do monólogo Na beira. A peça é inspirada em histórias risíveis e comoventes da vida do ator Plínio Maciel. As reservas devem ser feitas pelo email teatrodefronteirape@gmail.com. O endereço completo do espetáculo, na Boa Vista, será fornecido na confirmação da reserva. A capacidade da casa é de 20 espectadores.Ingresso: R$ 20 (inteira).

OBSESSÃO
A rivalidade entre duas ex-amigas chega às raias da desrazão. A vingança é o tema da comédia Obsessão, com texto de Carla Faour e direção de Henrique Tavares, em cartaz no Teatro Boa Vista. Com Simone Figueiredo, Nilza Lisboa, Silvio Pinto, Diógenes Lima e Tarcísio Vieira.
SERVIÇO
Espetáculo Obsessão
Onde: Teatro Boa Vista (Colégio Salesiano)
Quando: sábado (30), às 21h.
Ingressos: R$ 60, R$ 30 (meia) e R$ 20 (promocional, à venda na bilheteria do teatro até às 17h).
Informações: 2129-5961.

H(EU)STÓRIA – O TEMPO EM TRANSE
A partir das cartas escritas para o poeta Jomard Muniz de Britto e o ex-governador Miguel Arraes foi erguido o espetáculo, que projeta as relações do cineasta baiano Glauber Rocha com o estado de Pernambuco.
SERVIÇO
Espetáculo H(Eu)stória – O Tempo em Transe
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista).
Quando: Sextas e sábados, às 20h (até o dia 20 de junho).
Ingresso: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia).
Informações: 3184-3057

A RECEITA
A receita apresenta uma mulher que tempera sua vida de abandono e violência com comida. O solo é com a atriz Naná Sodré, do grupo O Poste Soluções Luminosas. O texto e a encenação são de Samuel Santos.
SERVIÇO
Espetáculo A receita
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, loja 1, Boa Vista).
Quando: De 29 de maio a 26 de junho, todas as sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 8484-8421.

VIVA RAUL – O TRIBUTO
A carreira de Raul Seixas é revisitada pelo ator e músico Renato Ignácio, junto com uma banda no espetáculo Viva Raul – o Tributo.
SERVIÇO
Espetáculo Viva Raul – O tributo
Quando: 30 de maio, às 21h.
Onde: Teatro Guararapes (Avenida Professor Andrade Bezerra, S/N, Salgadinho, Olinda).
Ingresso: Plateia R$ 120 e R$ 60 (meia). Balcão: R$ 100 e R$ 50 (meia).
Informações: 3182-8020

Última semana desta temporada de Em Nome do pai. Foto: Zé Barbosa

Última semana desta temporada de Em Nome do pai. Foto: Zé Barbosa

EM NOME DO PAI
Os caminhos tortuosos para estabelecer uma relação amorosa entre pai e filho é exibida no drama Em nome do pai, escrito pelo mineiro Alcione Araújo. O espetáculo marca a estreia na direção de Cira Ramos. Última semana.
SERVIÇO
Espetáculo Em nome do pai
Onde: Teatro Eva Herz (Livraria Cultura do RioMar Shopping. Avenida República do Líbano, 251, Pina).
Quando: De 25 de abril a 31 de maio. Sextas e sábados, às 20 horas.
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3256-7500 ou 9157-5555

DANÇA

Percussionista Lucas dos Prazeres e Anne Costa em Abô

Percussionista Lucas dos Prazeres e Anne Costa em Abô

ABÔAbô é o nome do banho de ervas que purifica o corpo e afugenta os maus espíritos na prática do candomblé e umbanda. O espetáculo Abô tem direção e coreografia de Maria Paula Costa Rêgo e conta com o percussionista Lucas dos Prazeres, estreando como bailarino profissional e a bailarina Anne Costa no elenco.

O Grupo Grial leva para a cena um olhar bem peculiar sobre os movimentos das celebrações religiosas afro-brasileiras, mas tendo como base a estética e a linguagem da dança contemporânea. Fala sobre a poética dos orixás. O trabalho recebeu patrocínio do Prêmio Afro 2014, da Petrobras.
SERVIÇO
Espetáculo Abô
Onde: Sítio Trindade (Estrada do Arraial, s/nº, Casa Amarela).
Quando: de 28 a 31 de maio, às 19h30.
Ingresso: Entrada gratuita

ELÉGÙN – UM CORPO EM TRÂNSITO
A corporeidade e a performatividade são os dois elementos de pesquisa do espetáculo Elégùn. O título remete àquele que incorpora um arquétipo em sete cenas.
SERVIÇO
Espetáculo Elégùn
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista).
Quando: Sextas e sábados (até o dia 18 de julho), sempre às 19h.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3184-3057

Espetáculo retrata vida e obra de Dorival Caymmi. Foto: Paula Alencastro/ Divulgação

Espetáculo retrata vida e obra de Dorival Caymmi. Foto: Paula Alencastro/ Divulgação

DORIVAL OBÁ
O compositor baiano Dorival Caymmi cresceu dentro de um terreiro de candomblé, onde era preparado para ser o obá (um tipo de coordenador do terreiro). Abandonado pela mãe quando tinha 3 anos, foi no candomblé que ele praticou sua religiosidade, e se descobriu filho de Xangô.

O grupo Vias da Dança homenageia o baiano no espetáculo Dorival Obá, que tem coreografia do ator e bailarino Juan Guimarães. No elenco estão Thomas de Aquino Leal, Júlia Franca, Natália Brito, Rayssa Carvalho e Simone Carvalho.

O Vias da Dança, da diretora Heloísa Duque, utiliza depoimentos de Dorival em áudio, a partir de entrevistas, além de músicas e trechos de percussão do repertório do cantor como É doce morrer no mar, Samba da minha terra, O que é que a baiana tem e Canto de Nanã.
SERVIÇO
Espetáculo Dorival Obá
Onde: Espaço Experimental (Rua Tomazina, 199, 1º andar, Bairro do Recife).
Quando: 30 de maio, às 20h.
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3224-1482.

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Os sentidos da maternidade

Cara da mãe explora o mundo dos afetos. Foto: Camila Sérgio /Divulgação

Cara da mãe explora o mundo dos afetos. Foto: Camila Sérgio /Divulgação

A maternidade é o tema central do espetáculo Cara da mãe, que faz duas sessões justamente neste fim de semana do Dia das Mães, às 17h, no Teatro Marco Camarotti, do Sesc Santo Amaro. É um apelo carinhoso. O Coletivo Cênico Tenda Vermelha convida o espectador a participar de uma experiência sensorial em um ambiente que lembra o útero, lugar de proteção, onde todos nós fomos alimentados e amados durante meses.

A encenação, que traça diálogo entre dança e teatro, estreou no Janeiro de Grandes Espetáculos deste ano. No palco estão as bailarinas Ana Luiza Bione, Íris Campos e Janaína Gomes, sob direção de Luciana Lyra. A montagem propõe reflexões pautadas pelos sentidos. A maternidade na contemporaneidade não descarta ancestralidade feminina.

O trio incorpora movimentos do início da vida: a posição fetal, o parto, as dores, os afetos. Mas amplia de este estado de graça – que é ser mãe – pela vida afora em gestuais da memória, sensibilidades, conflitos, inquietudes, mas sempre carregados de muita generosidade. A relação mães e filhos, a infância são convocados para o palco com delicadeza, num ritmo cênico de tempo ampliado.

SERVIÇO
Espetáculo de dança teatro Cara da mãe
Quando: amanhã e domingo, às 17h
Onde: Teatro Marco Camarotti, Sesc Santo Amaro.
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 3216-1728

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