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Música, audiovisual e ideias
Dossiê Aldeia do Velho Chico
#9

Gabi da Pele Preta e Alexandre Revoredo em show no Teatro Dona Amélia. Foto Fernando Pereira / Divulgação

Efraim Rocha (contrabaixo), Betinho Lima (bateria),  Jose Carlos Pereira (piano, sanfona), Gabi da Pele Preta e Aexandre Revoredo. Foto Fernando Pereira / Divulgação

José Carlos Pereira, o Zezinho da sanfona. Foto Fernando Pereira / Divulgação

Conheci a Aldeia do Velho Chico e a cidade de Petrolina, no Sertão de Pernambuco neste ano. E me surpreendo rindo sozinha quando faço uma associação da programação com os versos da música de Caetano Veloso: “Eu sempre quis muito / Mesmo que parecesse ser modesto”. Uiii. A programação é larga e profunda e logicamente que é permitido se perder nos seus labirintos.
Então, vou lembrar um pouquinho do que mirei, senti, vivenciei, soube. Isso, logicamente, com toda argamassa da minha subjetividade.

Gabriella Freitas, ou melhor Gabi da Pele Preta, mulher agrestina de Caruaru, desperta a festa no corpo com as músicas que canta. O show dela com o músico garanhuense Alexandre Revoredo (que mostrou canções de Revoredo, disco lançado em 2020), chegou repleto de poesia e transita pela trajetória e repertórios dos dois artistas, banhados de afetos. O canto militante de Gabi é lugar de reflexão e confronto.

Vestida de vermelho carmim, ela defendeu no seu canto-dança o que ostenta na sua vida. A cantora engaja arte e manifesto das pautas de gênero, classe e raça em canções femininas e feministas. Gabi faz seus próprios levantes como mulher.

Entre as peças interpretadas incluem Revolução, uma composição de Juliano Holanda, carregada de uma musicalidade rebelde contra os padrões caretas e patriarcais. Ela enche seu repertório de luta, com músicas que pregam por uma vida transformadora.

Com a dançante Gente, com letra de Uma Luiza Pessoa, artista trans de São Paulo, Gabi avisa que é preciso cuidado com o que se fala, se posiciona contra normatividade e salienta que “nós não somos iguais”; lembrando que o que existe em comum é que “somos todos mortais”.

Uma artista destemida que reivindica um amanhã mais justo e brada música para curar o ódio, o medo, todos os maus-tratos. 

Documentário Baque Opará na Mostra de Curtas. Foto Sandriele Gomes / Divulgação

Filme Medida Provisória foi exibido na programação seguido de debate. Foto André Amorim / Divulgação

A Mostra de Curtas Regionais com a exibição de produções audiovisuais de Petrolina é um dos orgulhos recentes da cidade, instigada pela pesquisa e realização no Vale do São Francisco. Entre as exibições estavam A Menina da Ilha, que foca nas belezas do Rio São Francisco, fazendo cruzamentos com a lenda da Mãe d’água e os desejos de uma garota que almeja ser cantora.

Já o documentário A Nossa Ancestralidade Pulsa, Produz Alegria, Resiste: Baque Opará, com direção de Chico Egídio, faz um passeio poético pelo percurso do grupo percussivo Baque Opará, que se nutre na produção coletiva e dos batuques de saberes de ancestrais.

O filme Medida Provisória, longa de estreia de Lázaro Ramos na direção foi exibido na Aldeia, seguido de debate. A obra sofreu ataques conservadores e preconceituosos de toda ordem quando do seu lançamento. A peça cinematográfica suscita controvérsia inclusive entre os povos pretos e a militância. A conversa foi acalorada.

Baseado na peça Namíbia, não! (2011), de Aldri Anunciação, também dirigida por Lázaro, o filme expõe um Brasil distópico, cujo governo não especificado determina o “retorno” dos cidadãos negros de melanina acentuada à África como forma de reparação, vejam a lógica, dos danos provocados pela escravatura.

André Vitor Brandão (de costas), Tiago Ferraz, Raphael Vianna, Galiana Brasil e Luiz Antônio Sena Jr. Foto Tássio Tavares / Divulgação

Flávia Santos, Raphael Vianna, Liana Gesteira e Júlia Vasconcelos no Tecendo Ideias. Foto André Amorim

Entre a programação de reflexão e formação, o projeto Tecendo Ideias busca provocar, instigar um diálogo, um debata sobre temas relacionados à programação. Com duração de cerca 45 minutos, essas reuniões abriram espaços para falas institucionais, iniciativas críticas e aula de empreendorismo.

A conversa Encontros no pós-mundo: Retomadas e Deslocamentos nas Artes Cênicas reuniu os gestores Raphael Vianna, da direção nacional do Sesc; Luiz Antônio Sena Jr, do FIAC/BA; Tiago Ferraz, do Itaú Cultural e mediação de Galiana Brasil, também do Itaú Cultural. Discorreram sobre providências, iniciativas tomadas durante a época mais dura da pandeia e as perspectivas de sobrevivências culturais para os próximos tempos.

O Coletivo 4 Parede, do Recife e o Podcast Deixe de Pantim, de Petrolina, sob mediação de Raphael Vianna, do Rio de Janeiro, versaram sobre as Possibilidades de produção crítica em Artes da Cena no jornalismo cultural por meio das tecnologias digitais. Esse bate-papo foi parte do Pensamento Giratório. A atriz, jornalista e pesquisadora Liana Gesteira falou das atividades desenvolvidas pelo 4Parede, as oficinas técnicas que vem desenvolvendo junto a vários festivais, a ampliação do lugar do podcast na vida dos brasileiros e como eles executam a critica dentro de suas plataformas. O 4 parede realizou na programação da Aldeia a Oficina: Possibilidades de produção crítica em Artes da Cena no jornalismo cultural por meio das tecnologias digitais.

O coletivo Deixe de Pantim, que tem esse nome ótimo, por sinal, é tocado por quatro jovens comunicadoras: Victória Resende, Júlia Vasconcelos, Flávia Santos e Maiara Borges. Flávia e Júlia participaram da conversa. O projeto delas não foca somente na crítica das artes da cena, mas trabalha com análises de assuntos cotidianos, dos mais graves aos pontos de humor, numa linguagem coloquial. Então o foco dos podcasts do Deixe de Pantim são as questões sociais, sob a mirada feminina, jovem, de quem mora no Serão de Pernambuco e que olha para as questões de gênero, raça, território e cultura pop desse lugar.

Willian Fernando Soares, Rodrigo Frazzão, Antonise Coelho, Ariane Samila Rosa, Socorro Lacerda e Victor Flores no Tecendo Ideias de Literatura. Foto: André Amorim / Divulgação

Antonise Coelho de Aquino e Socorro Lacerda. Foto André Amorim / Divulgação

A conversa sobre literatura reuniu as escritoras e os escritores Socorro Lacerda, Antonise Coelho, Rodrigo Frazzão, Victor Flores, Willian Fernando Soares. Trocas de ideias  sobre letras, livros, criação são sempre prazerosas e instigantes.

Escritora, professora e militante feminista de Petrolina, Socorro Lacerda se posiciona questionando o patriarcado na ficção e na vida, na defesa da cultura e das mulheres.  Autora dos livros O mistério do sumiço do velho Chico, em que faz um percurso fluvial pelas riquezas do rio São Francisco e Vira-vira, Violeta, infanto-juvenil que discute sobre as representações de gênero, a partir da protagonização da luta das mulheres, entre outros.

Antonise Coelho de Aquino é professora de Língua Portuguesa, revisora literária e acadêmica, e consultora em Literaturas Infanto-juvenis. É autora do livro Ilha do Massangano: uma terceira margem no Velho Chico, uma pesquisa documental e a investigativa acerca da vida da população do Massangano e sua cultura. Publicado em 2021, o livro é oriundo de sua tese de mestrado em Sociologia, defendida em 2004.

O Jovem escritor Rodrigo Frazzão contou sua história de superação para se tornar artista. Ele começou a ensaiar rimas ainda menino, no rastro de sua paixão por vaquejada e aboios. Como morava na zona rural de Petrolina e precisou trabalhar na roça desde cedo, ele andava vários quilômetros para ir a escola. Seguiu insistindo nos estudos. Em 2020,no auge da pandemia, Frazzão postou um vídeo para mostrar seu talento no cordel. Depois com uma vaquinha virtual publicou seu livro O Poeta e o Isolamento.

Victor Flores considera a educação ambiental um dos grandes desafios desses tempos. Seu trabalho foca no respeito à natureza e no desenvolvimento sustentável. O ambientalista é autor de Tita e o Mistério do Velho Chico, um livro infanto-juvenil que busca acender nesse público o desejo pela defesa do Planeta. 

Educador e contador de histórias, Willian Fernando Soares, recebeu em setembro o  troféu Baobá, considerado o “Oscar” dos Contadores de Histórias. Ele é entusiasta dessa arte narrativa, que valoriza a tradição oral. Tanto é assim que escreveu o livro A turma do contador de histórias e a passagem do Juazeiro, em formato gibi em quadrinhos.

Essas histórias de vida e informações profissionais confirmam a riqueza da da produção literária do Vale do São Francisco. A mediação foi tocada pela professora do Sesc Petrolina  Ariane Samila Rosa

Paulo de Melo, Cleilson Queiroz e Antonio Veronaldo conversam sobre produção das artes cênicas no interior. Foto Tassio Tavares / Divulgação

Antonio Veronaldo, da Cia Biruta de Petrolina no Tecendo Ideias. Foto Tassio Tavares / Divulgação

A Produção em Artes Cênicas no Interior do Estado e a Descentralização da Cadeia Produtiva da Cultura foi o Tecendo Ideias mais acalorado desta edição da Aldeia. O tempo ficou curto para tantas constatações, reivindicações, desejos de valorização da cena que é feita longe da capital. Antonio Veronaldo, da Cia Biruta de Petrolina, é um combativo companheiro que atua como diretor, dramaturgo, produtor e militante cultural no Vale do São Francisco. Ele falou sobre o trabalho desenvolvido, não devidamente valorizado, dos estereótipos sofridos pelos grupos do interior, o desigual investimento (quando há) das políticas públicas. Com um trabalho de forte cunho político, ele reivindica a descentralização dos recursos e do pensamento. Também destacou o crescimento na produção cênica em Petrolina e região.

Cleilson Queiroz é um artista pesquisador da Cia Ortaet, de Iguatu, no Ceará. Ele trilha os caminhos acadêmicos e artísticos. Cleilson pesquisa autobiografia, teatro documentário e questões de gênero e atualmente cursa doutorado na UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina e é ator da peça Chorume, apresentada na Aldeia. Os problemas, as demandas para as artes na cidade Iguatu são idênticas aos de Petrolina.

A mediação dessa conversa foi feita pelo ator, professor e diretor Paulo de Melo, do Núcleo de Teatro do Sesc de Petrolina. Ele cresceu e se tornou artista em Petrolina. Com uma experiência de estudos e atuação cênica no Rio de Janeiro – Paulo participou de espetáculos como Gonzagão, a Lenda e Chacrinha o musical – que permite que tenha  visão de vários pontos geográficos da situação das artes cênicas no país. O que ficou dessa discussão é que há necessidade, espaço e interesse de grupos, artistas e público para um seminário específico sobre a produção cênica no interior. São demandas urgentes.

O Tecendo Ideias fechou com a aula Café com o Empreendedor: inovação e empreendedorismo no Vale do São Francisco, com SEBRAE/PE, quando foram mostradas as possibilidade de atuação para o setor e os caminhos a serem trilhados.

 

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Força desde a nascente
Dossiê Aldeia do Velho Chico 2022
#2

André Vitor Brandão. Foto: André Amorim Divulgação

Perguntei a André Vitor Brandão, supervisor de Cultura do Sesc Petrolina e coordenador do Festival, se a Aldeia do Velho Chico era feminino ou ile, André respondeu que a referência no nascedouro do festival são as mulheres e que Galiana Brasil fez a ponte com o Palco Giratório. “Então a inclinação é para o lugar do ile. A potência está nas diferenças estéticas, nesse conceito de diferenças”. Ele conta que em 2020 a proposta ao falar da transição foi o de pensar futuros nas várias linguagens.

2021 veio com a força de reencantar a vida, olhar para o mundo pós-transformado, com outras práticas de sociabilidade e afetos. “Neste ano, a Aldeia é uma retomada dos espaços, retomada das ruas, da economia”, pontua.

Brandão, que também é dançarino e coreógrafo, entende que o Rio São Francisco é um elemento fundamental tanto na vida social da cidade como na arte e na cultura. “A conexão é com o Rio. Como o Rio interfere na realidade simbólica, no modo de pensar. Na construção desse corpo ribeirinho. O Rio como elemento integrador da cidade. Tem a ver com as metáforas, com os fluxos”. E exemplifica com a rota flutuante das artes visuais, um espaço de produção da região, barco dispositivo.

Crianças durante apresentação do Samba de Veio da Ilha do Massangano. Foto Fernando Pereira

Jailson Lima, na minha chegada, dá o tom de que o festival busca valorizar a cultura de Petrolina, principalmente. Salienta, em outro momento, que não tem interesse de levar “qualquer” artista / pessoa /profissional para o seu festival. Aqueles que só pensem em usufruir dos banhos de rio e demais riquezas da região sem a intenção de trocar com a cidade estão dispensados. Aviso dado.

A realização da Aldeia assegura a entrada de 200 a 300 mil reais em Petrolina. Para além do dinheiro, a injeção de vida, a pulsação de Eros para reconectar com a alegria; isso não tem preço, como diz a sabedoria popular. O espírito de celebração impera nesses dias, é tempo de tomar fôlego.

André e Jailson, dois artistas e pensadores da dança de Petrolina, salientam que a cena da dança na cidade ribeirinha, transborda Pernambuco. Os dois têm razão para o orgulho. Além do trabalho criativo com a arte, a unidade do Sesc que eles tocam investe nas potencialidades no campo da educação e do pensamento crítico.

O espaço de apoio na formação da cidadania é desenvolvido entre crianças e adolescentes e ganham lugar de destaque durante a realização do festival. Um exemplo disso são os debates após os espetáculos, com alunos de escolas da região, quando é possível perceber a importância de ações como essas.

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Fluxos do Rio São Francisco
Dossiê Aldeia do Velho Chico 2022
#1

Junina Renascer do Sertão. Foto André Amorim / Divulgação

Marujada. Foto André Amorim / Divulgação

 Jailson Lima,  Thom Galiano, Galiana Brasil, André Vitor Brandão e Rita Marize na abertura da Aldeia do Velho Chico. Foto André Amorim / Divulgação

Reisado da Mata de São José. Foto André Amorim / Divulgação

Samba de Véio da Ilha do Massangano. Foto André Amorim / Divulgação

A Aldeia do Velho Chico instala /propõe / produz experiências para ficar viva na memória. Pelo espírito de celebração, por tudo que transborda do Rio São Francisco transformada em arte expandida, pela beleza captada de relance nas coisas simples, pelos momentos revigorantes, inspiradores e a convivência com os humanos com tudo que cabe nessa palavra nas múltiplas camadas. É aprendizado concentrado / na veia.

Realizado pelo Sesc de Petrolina, esse Festival de Artes do Vale do São Francisco, a Aldeia do Velho Chico alcançou a maioridade neste 2022. Em sua 18ª edição, essa jovem chegou sedenta de encontros, de confluência qualificada. A prática curatorial acionou a ideia de “retomada”. Depois da gravidade da pandemia e dos estragos do pandemônio, a vida em potência urge como ação, atuação, ato político e poético.

Assim se fez. Assim se vai fazendo.

Ser o que se é amplia o ato político e poético. A organização do festival articula o sentido de retomada de territórios e das identidades, que são coisas muito complexas, mas que podem estar refletidas até em gestos cotidianos. Projetado na programação.

A inclusão de artistas da cidade na equipe de produção, com a contratação de bailarinos e atores da cena petrolinense e de seus arredores, assegura uma renda para o pessoal. É prática constante dos gestores da unidade Sesc Petrolina, como braço de apoio aos artistas. Os exercícios utópicos estão antenados com as pautas afirmativas e levam para a roda questões dos pretos, das mulheres, das trans, contra a violência prioritária contra esses grupos.

A ação cultural ocorreu de 19 a 28 de agosto, em Petrolina, um município do estado de Pernambuco, distante da capital, Recife, cerca de 750 km, o que equivale a cerca de 12 horas de carro. A viagem de avião São Paulo-Petrolina dura 2h40, duração de voo menor do que para o Recife.

A cidade

Petrolina abriga uma população estimada em 350 mil habitantes. A cidade faz divisa com o município de Juazeiro (BA) e ambas são banhadas pelo Rio São Francisco. “Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina”, diz o refrão da música Petrolina-Juazeiro, de autoria de Jorge de Altinho, composta há mais de 40 anos e que até hoje embala os corações dos seus habitantes.

Essa foi a primeira vez que visitei Petrolina, apesar de já ter pisado em várias outras cidades do Sertão Pernambucano.

Sempre me disseram que Petrolina é uma cidade rica. São bem faladas suas vinícolas irrigadas pelas águas do São Francisco e indústrias de produção de vinho. Em um dos  dias do festival fui em comitiva percorrer uma vinícola, uma portuguesa. Quando um técnico da empesa disse que seus patrões portugueses estavam no Brasil há 18 anos, alguém de rápido raciocínio perguntou: “Só?!!!” Ai ai ai ai ai ai humor pernambucano. Certeiro, cortante.

O clima semiárido quente petrolinense cedeu espaço para os ventos e temperaturas mais frias nesses dias de agosto do festival, coisa que até os nativos estranharam.  O mundo está estranho e os efeitos do Antropoceno chegam aos quatro cantos do planeta.

A cidade orgulha-se das esculturas de Ana das Carrancas (1923 – 2008) e de outros rebentos artesãos. São comentadas suas frutas de exportação. São conhecidos os políticos antiquados (provincianos), de perfil oligárquico, com a família Coelho dando as cartas há mais de sete décadas.  

Na contracorrente da práxis do privilégio para poucos, resvala uma atmosfera libertária que contagia as corpas de artistas, gestores, fazedores e cidadãos da cultura ribeirinhes.  

Muitos flashes no decorrer dessas jornadas reforçam esse entendimento de que a Aldeia trabalha esse território em sintonia com as lutas e os avanços das chamadas pautas afirmativas, ou seja a busca por respeito, dignidade e protagonismo das pessoas que sempre estiveram alijadas desse processo: população negra, trans, LGBTQIA+, pobres e outros.

Exemplos felizes desses reconhecimentos foram vistos no desfile de abertura do festival, entre muitas cenas, a de um jovem de 16 anos que fazia malabarismos como a baliza desafiando os costumes obsoletos. Ou as funções de lideranças ocupadas por pessoas que geram representatividade, transformando o lugar que poderia ser de medo num espaço de vida.

Isso não é pouco. As ações para valorizar as manifestações tradicionais. Ou a valorização dos artistas da região, que permite criar uma sustentação de carreiras artísticas. Movimenta as bases do contexto social.

Rapaz da baliza, no desfile da Banda M Poeta C Drummond – Foto Andre Amorim / Divulgação

Ciel no Gogo. Foto Fernando Pereira / Divulgação

Ciel Foto Fernando Pereira / Divulgação

Fazendo um arco desse espírito de liberdade do início com o fechamento da programação destaco a atuação compositor, ator, bailarino e cantor de timbre raro Ciel dos Santos. Contratenor, ele solta a voz na tessitura feminina e seu canto vai do contralto ao mezzo soprano, o que alguns chamam de uma voz andrógina.

Ciel mistura um som nordestino com ritmos latinos, coco, afoxé, música de matriz africana, umas pitadas de jazz, outras sonoridades e com uma saia minúscula, músculos à mostra, batom e purpurina “joga fora no lixo” qualquer espécie de caretice. E performa uma liberdade que atravessa suas vivências rurais e contagia em grau avançado xs espectadores que se afinam com suas experiências. Ele tem atitude, representatividade.  

São contraditórios os cenários das cidades brasileiras. A partir dos paradoxos, percebo que a Aldeia do Velho Chico funciona como microcosmo experimental onde a cultura é regada como prioridade tanto na perspectiva do desenvolvimento econômico quanto da valorização humana.

Aldeia do Velho Chico

Produzida pelo Sesc de Petrolina, a Aldeia do Velho Chico foi concebida em 2005 pela então professora de artes visuais do Sesc Edneide Torres, pelo atual diretor do Sesc Petrolina Jailson Lima, pela gestora Galiana Brasil (agora no Itaú Cultural, mas à época no Sesc PE) e pelo artista Thom Galiano. Inspirado no fluxo do rio e suas reverberações, navegam no festival múltiplas linguagens. Seus criadores mantêm forte ligação com o festival e algum grau de ingerência na programação.

Com perspectiva multicultural, a Aldeia é um desdobramento do Palco Giratório, um projeto de circulação das artes cênicas, que foi reduzido nos últimos anos, mas tem muita importância para a área.

Na rota do festival está valorização da cultura de Petrolina, principalmente. E a ativação do senso de pertencimento na ocupação de territórios. Na execução isso se reflete num programa que considere os trabalhadores da cultura da região e revigore os intercâmbios entre criadores que atuam nos interiores do Nordeste. Sentir-se inserido e aceito faz parte do processo.

Cortejo Abre Alas Pro Velho Chico. Foto Fernando Pereira / Divulgação

Maracatu Beira Rio. Foto Fernando Pereira / Divulgação

Banda Marcial Osa Santana. Foto Fernando Pereira Divulgação

Junina Renascer do Sertão. Foto Fernando Pereira / Divulgação

Marujada. Foto André Amorim / Divulgação

Galiana Brasil, Jailson Lima, Ana Dias, Oswaldo e Rudimar no Cortejo Abre Alas Pro Velho Chico. Foto Fernando Pereira / Divulgação

Desfile e Apresentações Palco Porta do Rio

Desde o primeiro dia da Aldeia do Velho Chico, um fim de tarde da sexta-feira 19 de agosto de 2022, a pisada seguia coesa à reconquista de identidades negro-indígenas. Sejam nas coreografias das quadrilhas juninas Buscapé, de Juazeiro e Renascer do Sertão, de Petrolina, que fizeram o esquente em frente ao Sesc Petrolina.

Ou nas apresentações no palco Porta do Rio do Reisado da Mata de São José (Orocó/PE), Reisado do Lambedor (Lagoa Grande/PE), Os Kongos (Sento Sé/BA), Marujada (Curaçá/BA) e Samba de Véio da Ilha do Massangano (Petrolina/PE).

Em cada passo, em cada gesto, nos cantos, palmas, partituras coreográficas, jogos de corpo eram reveladas constelação de lutas, orações e celebrações; a ancestralidade atravessada e manifesta, suas memórias de resistência, suas rotas de vivências negras e indígenas no Sertão do São Francisco.

Reisado do Lambedor na apresentação de abertura, no Palco Porta do Rio. Foto Fernando Pereira / Divulgação

O Reisado do Lambedor, da Comunidade Quilombola do Lambedor, localizada na zona rural de Lagoa Grande, por exemplo, tem quase 300 anos de tradição. Seus integrantes contam que Isaac Borges, um negro escravizado que fugiu das terras em que era explorado, no interior baiano, foi um dos fundadores da comunidade. O filho de Isaac, o líder quilombola José Borges formou a brincadeira do Reisado do Lambedor. Tornou-se uma das manifestações culturais mais tradicionais do Vale do São Francisco.  

No dia seguinte conhecemos um pouco mais da Comunidade Quilombola do Lambedor. Lá na comunidade, entre mugidos de bezerros, bodejar de bodes, os integrantes do Lambedor expõem suas lutas e desafios. Da sobrevivência do grupo à valorização do brinquedo para as novas gerações. Generosamente compartilham seus cânticos e danças, e oferecem uma mesa farta de alimentos que produzem no local.

Da abertura ao fechamento, muitas águas correram por baixo da ponte. O início estava carregado de uma ansiedade indisfarçável, a volta do evento à presencialidade. O Cortejo Abre-Alas para o Velho Chico com Bonecos Gigantes Zé Pereira e Vitalina, de Belém de São Francisco, e os petrolinenses Frevuca, Maracatu Beira Rio e Banda Marcial Osa Santana tomaram as ruas.

Esse ocupar as ruas tem também um sentido de resguardar corpas em festas pela vida, pela alegria e pela esperança.

Antes de chegar à beira do rio para as saudações, inalamos o cheiro do acarajé, atravessamos as bandeiras tremulando dos candidatos políticos locais a cargos elegíveis e flagrei olhares desatentos de uns, curiosos de outros e desejosos daqueles ainda “presos” às rotinas de trabalho.

O gerente do Sesc Petrolina, Jailson Lima enfatiza que o cortejo anuncia, vibrando, ao comércio que o Sesc produz cultura. “Chegue junto. Estamos há 18 anos celebrando a produção da cidade, independente do gosto”, assinala. “A tradição tem uma influência muito grande na produção cênica”, diz ele para mencionar ou assinalar que “aposta na produção daqui que não é visibilizada. Buscamos trazer o Rio em diálogo com a cidade. Olhar o contexto”, indica.

 

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a_ponte: cena do teatro universitário, do Itaú Cultural, prorroga o prazo até 5 de outubro

 

Sandra Vargas vai ministrar oficina Quem tem medo de teatro para criança? O artista, o Teatro e as Infâncias, junto com Brenda Campos; uma das cinco salas virtuais oferecidas. Foto: Marco Aurélio Olimpio 

Atenção estudantes de artes cênicas de todo o país! O Itaú Cultural prorrogou mais uma vez o prazo para as inscrições da convocatória a_ponte: cena do teatro universitário. Agora vai até o dia 5 de outubro, às 23h59, o prazo final, que devem ser feitas pelo site da instituição (www.itaucultural.org.br ).

A proposta busca manter o caráter pulsante das edições presenciais anteriores – da diluição de fronteiras e aproximando estudantes – desta vez em formato digital, como requer os protocolos de isolamento social devido a Covid-19.

São dois eixos oferecidos pelo programa: o primeiro, conta com aulas virtuais abordando pluralidade de dramaturgias, cena queer, figurino e maquiagem, problematização do corpo e teatro para criança. Já o segundo é direcionado a teses de conclusão de cursos práticos ou teóricos, que terão publicação posterior.

A Jornada de Aprendizagem Expandida oferece cinco opções de salas de aulas online temáticas, conduzidas por especialistas nas áreas, a serem escolhidas pelo candidato. São elas:

Sala 1Dramaturgias, palavra plural?, com a dramaturga Dione Carlos, orientadora artística do Núcleo de Dramaturgia da Escola Livre de Santo André, e Marcos Barbosa, dramaturgo formado pelo Instituto Dragão do Mar, do Ceará, e professor da Escola Superior de Artes Célia Helena, em São Paulo. A proposta é praticar a escrita dramatúrgica e analisar textos de vozes significativas do teatro contemporâneo brasileiro, para ir além dos cânones tradicionais de referência e chegar à narrativa pluriversal.

 Sala 2Discurso e práxis para uma cena Queer – É possível falar de cena Queer? Além da contextualização da presença e da memória LGBTQI+ nas artes performativas do Brasil, os encontros debatem sobre as subjetividades e identidades queer, a partir de referências artísticas e teóricas que observem os procedimentos dissidentes de criação estética. As aulas têm como orientadores a dramaturga, poeta, diretora, atriz e professora Ave Terrena e Rodrigo Dourado, professor do Curso de Teatro do Departamento de Artes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador das áreas de Performatividade e Teatro Contemporâneo, Identidades de Gênero, Sexualidade e Teatro e Estudos Queer.

Sala 3, PoÉticas das materialidades da cena – O figurino e a maquiagem são marginais na criação? com Marcondes Lima, professor do Departamento de Artes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutorando em Artes Performativas e da Imagem em Movimento pela Universidade de Lisboa, além da participação do pernambucano Fábio Soares, figurinista, bailarino e brincante de cavalo-marinho, e de Cyntia Carla, professora da Universidade de Brasília (UnB), além de figurinista, diretora, professora, circense, atriz, cenógrafa e maquiadora. Esta classe apresenta um panorama sobre princípios e práticas da caracterização visual, enquanto linguagem nas artes da cena, especificamente no que diz respeito ao figurino e à maquiagem.

Sala 4Existe corpo na virtualidade? Dimensões pessoais e políticas do corpo: a cena como plataforma, comandada pelas atrizes e encenadoras Luciana Lyra e Tânia Farias, Aqui, a problematização do corpo, em tempos pandêmicos de inevitável virtualidade, é o ponto de partida para o desdobramento de estudos sobre a história do corpo, seus padrões e suas práticas, resultantes de múltiplas relações biológicas, biopolíticas, estéticas, culturais e ambientais.

Sala 5 aborda o tema Quem tem medo de teatro para criança? O artista, o Teatro e as Infâncias. Orientadas pela artista de teatro, pedagoga e pesquisadora Brenda Campos, e Sandra Vargas, atriz, diretora, dramaturga e uma das fundadoras do grupo SOBREVENTO, as aulas são realizadas por meio de exercícios práticos e reflexivos sobre o fazer teatral para as infâncias, provocando os participantes a perceberem caminhos possíveis para a criação de um espetáculo teatral voltado para crianças. 

Serão selecionados até 40 estudantes para cada sala virtual, para cumprirem uma carga horária de 20 horas em 10 encontros realizados de 9 de novembro a 15 de dezembro. Os selecionados serão divulgados no dia 26 de outubro pelo site do Itaú Cultural.

O outro eixo é a Seleção de Trabalhos de Conclusão de Cursos (práticos ou teóricos), que destaca a produção acadêmica de teses sobre as artes cênicas realizadas no período 2019-2020.

Podem concorrer trabalhos de iniciação científica ou iniciação à docência. Serão selecionados até 20 trabalhos, com divulgação dos resultados a partir do dia 14 de janeiro de 2021, no site do Itaú Cultural. Posteriormente integrarão uma publicação digital.

SERVIÇO:
Convocatória a_ponte: cena do teatro universitário
Inscrições até 5 de outubro (segunda-feira), às 23h59
Pelo site do Itaú Cultural ( www.itaucultural.org.br )

Eixo 1: Jornada de Aprendizagem Expandida:
Divulgação dos selecionados: 26 de outubro de 2020 (segunda-feira)
Eixo 2: Seleção de trabalhos de conclusão de cursos de 2019/2020
Pelo site do Itaú Cultural ( www.itaucultural.org.br )
Divulgação dos selecionados: 14 de janeiro de 2021 (quinta-feira)

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Ciclo “a_ponte : cena do teatro universitário”, do Itaú Cultural, investe na expansão de intercâmbios
PRAZO PRORROGADO

Ave Terrena (foto Luciana Bati), Brenda Campos (foto Natália Campos), Dione Carlos (foto Malcolm Lima),  Marcondes Lima (foto Rogério Alves), no meio, Luciana Lyra (foto Fábio Gark/Estúdio Mudrah); Cyntia Carla (foto Luana Proença), Sandra Vargas (foto Marco Aurélio Olímpo), Tânia Farias (foto Mariana Rotilli) e Rodrigo Dourado (foto Ricardo Maciel) são alguns dos condutores da Jornada de Aprendizagem Expandida

A terceira convocatória de a_ponte: cena do teatro universitário, do Itaú Cultural, está com inscrições abertas nos dois eixos desta edição: Jornada de Aprendizagem Expandida (aulas virtuais sobre conteúdos pouco explorados nos currículos oficiais) e Seleção de Trabalhos de Conclusão de Cursos (teses de conclusão de cursos práticos ou teóricos, que terão publicação posterior). O programa – que ocorre em formato reformulado, digital e ampliado -, reforça o compromisso de renovação da cena teatral, dissolvendo fronteiras e congraçando estudantes.

Os interessados devem acessar o site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br) para fazer a inscrição. Para o primeiro eixo, até às 23h59 desta sexta-feira, dia 25 de setembro de segunda-feira, dia 28 de setembro (prazo prorrogado, anunciou o Itaú, na manhã desta sexta-feira). Para o segundo núcleo, a data de acesso vai até 2 de outubro (a outra sexta-feira), no mesmo horário. 

a_ponte é norteada a estudantes maiores de 18 anos, vinculados a uma instituição de ensino de cursos técnicos e universitários de artes cênicas de todo o país.

A gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural, Galiana Brasil, ressalta que (a mostra) a_ponte propõe um mergulho em saberes, dissidências e na recuperação de ausências curriculares há muito reclamadas, “com o intuito de agregar vozes, ligar interesses, e contribuir com o processo de formação que deve reverberar nos processos cênicos Brasil adentro”.

As duas primeiras edições de a_ponte: cena do teatro universitário foram realizadas presencialmente. Neste ano, o programa conecta-se ao virtual.

Fábio Soares participa da Sala que enfoca figurino e a maquiagem. Foto Panamérica Filmes

No eixo 1, Jornada de Aprendizagem Expandida, são oferecidas para inscrição cinco diferentes salas de aulas virtuais temáticas, conduzidas por especialistas nas áreas. A instituição oferece interpretação em Libras para os selecionados que o indiquem no ato da inscrição

Sala 1, Dramaturgias, palavra plural?, com a dramaturga Dione Carlos, orientadora artística do Núcleo de Dramaturgia da Escola Livre de Santo André, e Marcos Barbosa, dramaturgo formado pelo Instituto Dragão do Mar, do Ceará, e professor da Escola Superior de Artes Célia Helena, em São Paulo. A proposta é praticar a escrita dramatúrgica e analisar textos de vozes significativas do teatro contemporâneo brasileiro, para ir além dos cânones tradicionais de referência e chegar à narrativa pluriversal.

 Sala 2, Discurso e práxis para uma cena Queer – É possível falar de cena Queer? Além da contextualização da presença e da memória LGBTQI+ nas artes performativas do Brasil, os encontros debatem sobre as subjetividades e identidades queer, a partir de referências artísticas e teóricas que observem os procedimentos dissidentes de criação estética. As aulas têm como orientadores a dramaturga, poeta, diretora, atriz e professora Ave Terrena e Rodrigo Dourado, professor do Curso de Teatro do Departamento de Artes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisador das áreas de Performatividade e Teatro Contemporâneo, Identidades de Gênero, Sexualidade e Teatro e Estudos Queer.

Sala 3, PoÉticas das materialidades da cena – O figurino e a maquiagem são marginais na criação? com Marcondes Lima, professor do Departamento de Artes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutorando em Artes Performativas e da Imagem em Movimento pela Universidade de Lisboa, além da participação do pernambucano Fábio Soares, figurinista, bailarino e brincante de cavalo-marinho, e de Cyntia Carla, professora da Universidade de Brasília (UnB), além de figurinista, diretora, professora, circense, atriz, cenógrafa e maquiadora. Esta classe apresenta um panorama sobre princípios e práticas da caracterização visual, enquanto linguagem nas artes da cena, especificamente no que diz respeito ao figurino e à maquiagem.

Sala 4, Existe corpo na virtualidade? Dimensões pessoais e políticas do corpo: a cena como plataforma, comandada pelas atrizes e encenadoras Luciana Lyra e Tânia Farias, Aqui, a problematização do corpo, em tempos pandêmicos de inevitável virtualidade, é o ponto de partida para o desdobramento de estudos sobre a história do corpo, seus padrões e suas práticas, resultantes de múltiplas relações biológicas, biopolíticas, estéticas, culturais e ambientais.

Sala 5 aborda o tema Quem tem medo de teatro para criança? O artista, o Teatro e as Infâncias. Orientadas pela artista de teatro, pedagoga e pesquisadora Brenda Campos, e Sandra Vargas, atriz, diretora, dramaturga e uma das fundadoras do grupo SOBREVENTO, as aulas são realizadas por meio de exercícios práticos e reflexivos sobre o fazer teatral para as infâncias, provocando os participantes a perceberem caminhos possíveis para a criação de um espetáculo teatral voltado para crianças.

Serão selecionados até 40 estudantes para cada uma das cinco salas virtuais, para cumprirem uma carga horária prevista de 20 horas. As aulas acontecerão por meio da plataforma crossknowledge em 10 encontros realizados de 9 de novembro a 15 de dezembro. Os selecionados serão divulgados no dia 26 de outubro pelo site do Itaú Cultural.

No Eixo 2 a_ponte: cena do teatro universitário busca valorizar a pesquisa com uma Seleção de Trabalhos de Conclusão de Curso (práticos ou teóricos), resultados de estudos concluídas nos anos de 2019 e/ou 2020. Podem se candidatar autores de trabalhos de iniciação científica ou iniciação à docência. A iniciativa visa atestar a necessidade dos programas de financiamento à pesquisa continuada nos bacharelados, nas licenciaturas e nos cursos técnicos nas áreas de artes e humanidades. Até 20 trabalhos inscritos serão selecionados, divulgados a partir do dia 14 de janeiro de 2021, no site do Itaú Cultural. Esse material fará arte, posteriormente, de uma publicação digital.

 

SERVIÇO:
Convocatória a_ponte: cena do teatro universitário
Inscrições:
Eixo 1: Jornada de Aprendizagem Expandida:
Até 25 de setembro (sexta-feira), NOVO PRAZO dia 28 de setembro (segunda-feira),  às 23h59
Pelo site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br)
Divulgação dos selecionados: 28 de outubro de 2020 (segunda-feira)

Eixo 2: Seleção de trabalhos de conclusão de cursos de 2019/2020
Até 2 de outubro (sexta-feira), às 23h59
Pelo site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br)
Divulgação dos selecionados: 14 de janeiro de 2021 (quinta-feira)

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