Arquivo mensais:maio 2015

Algumas opções teatrais do fim de semana

O-Lançador de Foguetes faz sessão gratuita domingo às 16h30, no Marco Zero, no Bairro do Recife. Foto: Raquel Durigon/ Divulgação

Espetáculo gaúcho faz sessão gratuita domingo às 16h30, no Marco Zero. Foto: Raquel Durigon

O Lançador de Foguetes integra o repertório do Grupo de Teatro De Pernas pro Ar – da cidade gaúcha de Canoas – desde 2006. A montagem com o ator Luciano Wieser (que também assina a direção e cenografia) está na programação do 18º Circuito Palco Giratório Sesc.

A trupe faz várias apresentações gratuitas em Pernambuco e a primeira delas é no domingo às 16h30, no Marco Zero, no Bairro do Recife.

O bando borra as fronteiras de técnicas circenses, formas animadas e música para realizar seus experimentos de linguagens. Em O lançador de foguetes a cenografia, figurinos excêntricos e bonecos com mecanismos de manipulação únicos colaboram para a comunicação com o espaço urbano. O protagonista procura um lugar ideal para sua experiência cientifica. Ele anda no seu triciclo abarrotado de elementos cênicos, calcula os fenômenos físicos e busca encontrar a energia da plateia.

SERVIÇO
Espetáculo gaúcho O Lançador de Foguetes
Quando: domingo às 16h30
Onde: Marco Zero, no Bairro do Recife
Quanto: Grátis

Outras apresentações do espetáculo O Lançador de Foguetes em PERNAMBUCO – Palco giratório 2015
02/06 – BELO JARDIM (PE)
03/06 – BUIQUE (PE)
05/06 – BODOCÓ (PE)
06/06 – OURICURI (PE)
07/06 – ARARIPINA (PE)
11/06 – PETROLINA (PE)

Algodão doce faz apresentação dentro do projeto Palco Giratório. Foto: Ivana Moura

Algodão doce faz apresentação no Teatro Marco Camarotti. Foto: Ivana Moura

O grupo Mão Molenga (PE), também está no Palco Giratório com a encenação em teatro de bonecos Algodão doce. A apresentação está marcada para às 16h do sábado, no Teatro Marco Camarotti (Rua do Pombal, s/n, Santo Amaro).

A montagem foi erguida a partir da chamada Civilização de Açúcar e da textura de algodão dos bonecos, em variados tamanhos e técnicas de manipulação. Além da dança inspirada na tradição cultural pernambucana, principalmente o cavalo-marinho São narradas três histórias de assombração, Comadre Fulozinha, As desventuras de Ioiozinho e O Negrinho do Pastoreio.

A direção cênica e direção de arte são de Marcondes Lima. O argumento e roteiro são assinados por Marcondes Lima e Carla Denise. O elenco é formado por Elis Costa, Íris Campos, Fábio Caio, Fátima Caio e Marcondes Lima. O espetáculo é indicado para crianças a partir de 8 anos. O ingresso custa R$ 20 e R$ 10 (meia).

SERVIÇO
Espetáculo Algodão doce
Quando: Sábado (30/05) às 16h
Onde: Teatro Marco Camarotti (Rua do Pombal, s/n, Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia)

Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver inicia nova temporada

Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver inicia nova temporada

ACONTECE ENQUANTO VOCÊ NÃO QUER VER
A nova temporada do espetáculo Acontece enquanto você não quer ver, começa amanhã, no Espaço Caramiolas (Avenida Dantas Barreto, 324, 7º andar, Santo Antônio). A encenação foi criada para um espaço de teatro domiciliar, e está dividida em dois atos: Bem guardado e Rua Garopaba, 410. A produção avisa que a peça faz um desafio à moralidade vigente e mostra situações que podem ser consideradas desagradáveis. No elenco estão Daniel Barros e Fábio Calamy
SERVIÇO
Espetáculo Acontece enquanto você não quer ver
Onde: Espaço Caramiolas (Avenida Dantas Barreto, 324, 7º andar, Santo Antônio)
Quando: 30 de maio, 06, 13 e 20 de junho, sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 9790-8251.

NA BEIRA
Amanhã, sábado, às 19h30, é a última sessão desta temporada do monólogo Na beira. A peça é inspirada em histórias risíveis e comoventes da vida do ator Plínio Maciel. As reservas devem ser feitas pelo email teatrodefronteirape@gmail.com. O endereço completo do espetáculo, na Boa Vista, será fornecido na confirmação da reserva. A capacidade da casa é de 20 espectadores.Ingresso: R$ 20 (inteira).

OBSESSÃO
A rivalidade entre duas ex-amigas chega às raias da desrazão. A vingança é o tema da comédia Obsessão, com texto de Carla Faour e direção de Henrique Tavares, em cartaz no Teatro Boa Vista. Com Simone Figueiredo, Nilza Lisboa, Silvio Pinto, Diógenes Lima e Tarcísio Vieira.
SERVIÇO
Espetáculo Obsessão
Onde: Teatro Boa Vista (Colégio Salesiano)
Quando: sábado (30), às 21h.
Ingressos: R$ 60, R$ 30 (meia) e R$ 20 (promocional, à venda na bilheteria do teatro até às 17h).
Informações: 2129-5961.

H(EU)STÓRIA – O TEMPO EM TRANSE
A partir das cartas escritas para o poeta Jomard Muniz de Britto e o ex-governador Miguel Arraes foi erguido o espetáculo, que projeta as relações do cineasta baiano Glauber Rocha com o estado de Pernambuco.
SERVIÇO
Espetáculo H(Eu)stória – O Tempo em Transe
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista).
Quando: Sextas e sábados, às 20h (até o dia 20 de junho).
Ingresso: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia).
Informações: 3184-3057

A RECEITA
A receita apresenta uma mulher que tempera sua vida de abandono e violência com comida. O solo é com a atriz Naná Sodré, do grupo O Poste Soluções Luminosas. O texto e a encenação são de Samuel Santos.
SERVIÇO
Espetáculo A receita
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, loja 1, Boa Vista).
Quando: De 29 de maio a 26 de junho, todas as sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 8484-8421.

VIVA RAUL – O TRIBUTO
A carreira de Raul Seixas é revisitada pelo ator e músico Renato Ignácio, junto com uma banda no espetáculo Viva Raul – o Tributo.
SERVIÇO
Espetáculo Viva Raul – O tributo
Quando: 30 de maio, às 21h.
Onde: Teatro Guararapes (Avenida Professor Andrade Bezerra, S/N, Salgadinho, Olinda).
Ingresso: Plateia R$ 120 e R$ 60 (meia). Balcão: R$ 100 e R$ 50 (meia).
Informações: 3182-8020

Última semana desta temporada de Em Nome do pai. Foto: Zé Barbosa

Última semana desta temporada de Em Nome do pai. Foto: Zé Barbosa

EM NOME DO PAI
Os caminhos tortuosos para estabelecer uma relação amorosa entre pai e filho é exibida no drama Em nome do pai, escrito pelo mineiro Alcione Araújo. O espetáculo marca a estreia na direção de Cira Ramos. Última semana.
SERVIÇO
Espetáculo Em nome do pai
Onde: Teatro Eva Herz (Livraria Cultura do RioMar Shopping. Avenida República do Líbano, 251, Pina).
Quando: De 25 de abril a 31 de maio. Sextas e sábados, às 20 horas.
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3256-7500 ou 9157-5555

DANÇA

Percussionista Lucas dos Prazeres e Anne Costa em Abô

Percussionista Lucas dos Prazeres e Anne Costa em Abô

ABÔAbô é o nome do banho de ervas que purifica o corpo e afugenta os maus espíritos na prática do candomblé e umbanda. O espetáculo Abô tem direção e coreografia de Maria Paula Costa Rêgo e conta com o percussionista Lucas dos Prazeres, estreando como bailarino profissional e a bailarina Anne Costa no elenco.

O Grupo Grial leva para a cena um olhar bem peculiar sobre os movimentos das celebrações religiosas afro-brasileiras, mas tendo como base a estética e a linguagem da dança contemporânea. Fala sobre a poética dos orixás. O trabalho recebeu patrocínio do Prêmio Afro 2014, da Petrobras.
SERVIÇO
Espetáculo Abô
Onde: Sítio Trindade (Estrada do Arraial, s/nº, Casa Amarela).
Quando: de 28 a 31 de maio, às 19h30.
Ingresso: Entrada gratuita

ELÉGÙN – UM CORPO EM TRÂNSITO
A corporeidade e a performatividade são os dois elementos de pesquisa do espetáculo Elégùn. O título remete àquele que incorpora um arquétipo em sete cenas.
SERVIÇO
Espetáculo Elégùn
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista).
Quando: Sextas e sábados (até o dia 18 de julho), sempre às 19h.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3184-3057

Espetáculo retrata vida e obra de Dorival Caymmi. Foto: Paula Alencastro/ Divulgação

Espetáculo retrata vida e obra de Dorival Caymmi. Foto: Paula Alencastro/ Divulgação

DORIVAL OBÁ
O compositor baiano Dorival Caymmi cresceu dentro de um terreiro de candomblé, onde era preparado para ser o obá (um tipo de coordenador do terreiro). Abandonado pela mãe quando tinha 3 anos, foi no candomblé que ele praticou sua religiosidade, e se descobriu filho de Xangô.

O grupo Vias da Dança homenageia o baiano no espetáculo Dorival Obá, que tem coreografia do ator e bailarino Juan Guimarães. No elenco estão Thomas de Aquino Leal, Júlia Franca, Natália Brito, Rayssa Carvalho e Simone Carvalho.

O Vias da Dança, da diretora Heloísa Duque, utiliza depoimentos de Dorival em áudio, a partir de entrevistas, além de músicas e trechos de percussão do repertório do cantor como É doce morrer no mar, Samba da minha terra, O que é que a baiana tem e Canto de Nanã.
SERVIÇO
Espetáculo Dorival Obá
Onde: Espaço Experimental (Rua Tomazina, 199, 1º andar, Bairro do Recife).
Quando: 30 de maio, às 20h.
Ingresso: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Informações: 3224-1482.

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A receita faz temporada na sede d’O Poste

Naná Sodré iniciou cena em curso de Eugenio Barba e Julia Varley. Fotos: Fernando Azevedo/ Divulgação

Naná Sodré iniciou cena em curso de Eugenio Barba e Julia Varley. Fotos: Fernando Azevedo/ Divulgação

Uma mulher comum transforma em alimentos suas ilusões. Negra e forte, ela usa um avental e desfia seu cotidiano de submissão e maus-tratos utilizando metáforas. A receita espetáculo que estreia hoje na sede d’O Poste: Soluções Luminosas, sintetiza naquela figura várias mulheres do mundo que sofrem com a violência. A dramaturgia e direção de Samuel Santos concentram na cozinha o contexto da história para reforçar o caráter sociológico e antropológico do discurso.

A atriz Naná Sodré interpreta essa criatura, que faz e refaz suas rezas, entoa suas falas como os cânticos das carpideiras, que tempera seus ambientes imaginários com sal, alho, coentro e cebolinha.

A receita foi gestada na VI Masters-in-Residence com Eugenio Barba e Julia Varley -Edição Comemorativa – O Diálogo das Técnicas 2013, em Brasília, da qual Naná Sodré participou e lá foi apresentada em formato reduzido de cinco minutos. A montagem prosseguiu no Recife com o Apoio do Edital de Ocupação do Teatro Joaquim Cardozo/UFPE, entre maio e julho de 2014. A peça integrou a versão do Trema – Festival de Teatro de Grupo do Recife deste ano.

A peça é desenvolvida com o público bem próxima à atriz. A plateia acompanha as mudanças de emoções da personagem e as reflexões sobre as agressões sofrida por mulheres, vitimadas física e psicologicamente, num ritmo que ora acelera ora diminui, mas traz um traço repetitivo para atingir o espectador.

Naná Sodré inicia temporada de A receita. Foto: Fernando Azevedo/ Divulgação

A peça fala sobre a violência doméstica sofrida por uma mulher anônima.

A receita
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, loja 1, Boa Vista, esquina da Aurora com Princesa Isabel)
Quando: De 29 de maio a 26 de junho, todas as sextas, às 20h.
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 8484-8421.

Entrevista: Samuel Santos

Para o diretor Samuel Santos o essencial é o trabalho do ator

Para o diretor Samuel Santos o essencial é o trabalho do ator

A receita dá continuidade à pesquisa d’ O Poste em que sentido?
No sentido das equivalências, onde você coloca uma mulher numa situação de violência. Onde na realidade representam todas as mulheres do mundo. Salientando que a atriz que está em cena é negra e isso, só por si, já representa uma continuidade da pesquisa. O negro na situação de representação. Outra coisa também é que a ancestralidade que perseguimos não é só do campo ritualístico, mas há outras formas de colocarmos nossa pesquisa que não só seja utilizando os elementos espetaculares no campo das referências africanas tribal. Enxergamos também o lado mais urbano. Na Receita mesmo isso é percebido claramente. Não há a coisa tribal, mas tem elementos que comungam com as nossas pesquisas.

Como você opera as diretrizes de Eugenio Barba no seu trabalho de autor e diretor da peça?
Como Eugenio trabalha o teatro antropológico, que é o homem no estado de representação, eu tenho na minha dramaturgia um personagem mulher /negra localizada no Brasil que faz paralelos com comunidades distantes do mundo. Na peça a plateia vai ver desde a mulher brasileira/ nordestina, a mulher portuguesa, a mulher síria, africana do Gongo e também a mulher oriental. Então, na peça, vai se identificando desde a vendedoura negra de tabuleiro da época da escravidão até uma gueixa. Então os pontos que a antropologia faz nesse sentido é não se fechar em um conceito. Tipo: O conceito é matriz africana e aí eu como diretor tenho que focar só na matriz africana. Na antropologia teatral isso não é um valor conceitual. Você pode ver numa peça dirigida por Barba referência do tango com a capoeira. Sempre será hibrido. Outra questão é que não trabalhamos dentro do naturalismo. Há pré-expressividade, o método do teatro físico, onde não temos “ compromisso com o tempo real cotidiano”. Corpo, voz e a presença sempre ativa do ator na cena.

O tema da violência está no centro do espetáculo.
O centro do espetáculo é o abandono dela com ela mesma e a violência. A violência provocada pelo abandono.

Como interpretar essa violência contra o feminino no discurso sociológico e antropológico que você como autor e diretor aponta?
Mostrando comportamentos vigentes adotados dentro de uma memória e de um imaginário sexista, onde muitas mulheres deixam de ser mulheres para ser uma coisa utilitária. Crescemos ouvindo que “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. No ponto de vista dramatúrgico peguei todas minhas reminiscências de violência contra as mulheres e escrevi o texto pensando no passado, agindo no presente e buscando o futuro. Um futuro de igualdade, com menos violência e mais poesia.

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Tributo ao Maluco Beleza

Musical passeia por repertório de clássicos de Raul Seixas. Foto: Anderson Xexa

Musical passeia por repertório de clássicos de Raul Seixas. Fotos: Anderson Xexa

Da estreia solo com Let Me Sing, defendida no Festival Internacional da Canção de 1972, até sua morte no fim da década de 1980, Raul Seixas eletrizou a cena do rock nacional. Ele levou as pulsões rebeldes da Contracultura para suas músicas e defendeu em suas letras a construção de uma Sociedade Alternativa. Ironizou o establishment, inseriu um leque de lutas libertárias da geração jovem do mundo contra o mundo capitalista, o autoritarismo e a opressão. De forma singular, Raulzito levou as tensões sociais das décadas de 1970/1980 para o campo da música.

A consagração de Raul Seixas (1945-1989) veio com segundo disco-solo, o antológico Gita, de 1974. Estava lá, na sétima faixa, a música que pregava a convivência anárquica e que passou pela Censura da ditadura militar brasileira (1964-1985). Mas segundo o próprio roqueiro baiano rendeu ameaças de tortura, e um autoexílio “sob pressão” em Nova York.

A poética de Raul Seixas prossegue inquietante mais de 25 anos depois de sua morte. Com repertório de clássicos do artista o espetáculo Viva Raul – O Tributo está em turnê pelo Brasil e faz única sessão neste sábado, no Teatro Guararapes. O musical estreou em fevereiro, em São Paulo.

Renato Inácio interpreta o roqueiro baiano

Renato Inácio interpreta o roqueiro baiano

Renato Ignácio é um dos milhares de fãs da obra de Raul. Mas é também ator e cantor e ostenta uma semelhança física impressionante. Para encarnar o ídolo, ele estudou à exaustão os gestos, trejeitos e a maneira de cantar e tocar o violão.

O repertório dá conta de quase três dezenas de canções e expõe distintas facetas do artista. Do fã do lado mais rebelde do rock’n’roll dos anos 1950 ao o filósofo, que embaralhava Schopenhauer e Baghavad-Gita, tudo com a influência de ídolos, como John Lennon, Frank Zappa e Luiz Gonzaga.

Viva Raul traz clássicos como Gita, Metamorfose ambulante, Maluco Beleza, Cowboy Fora-da-lei, Aluga-se, Medo da chuva, Eu nasci há dez mil anos atrás, Sociedade alternativa, entre outras.

A banda do espetáculo é composta por Marcos Correia (baixo), Izac Satim (percussão), Charlô (bateria), Junior Ribeiro (guitarra), Helinho Duka (guitarra), Paulo Ungaro (teclados), Fernanda Souza e Letícia Lima (backing vocals). Renato Ignácio assume violão, guitarra e voz.

De acordo com a produção, o grande desafio foi formar unidade ao repertório de várias fases diferentes, garantindo vitalidade no palco. A iluminação e grafismos auxiliam na criação das atmosferas. A direção artística é assinada por Carlos ‘Branco’ Gualberto, o criador de All You Need is Love – O Maior Espetáculo Beatle do Mundo, e a consultoria é da Tudo Certo Conteúdo Editorial, do jornalista Ricardo Alexandre.


SERVIÇO
Espetáculo Viva Raul – O Tributo
Quando: Dia 30 de maio (sábado), às 21h
Onde: Teatro Guararapes, Centro de Convenções de Pernambuco (Av. Prof. Andrade Bezerra, s/nº, Salgadinho)
Ingressos: R$ 140 (plateia) e R$ 70 (plateia/meia); R$ 100 (balcão) e R$ 50 (balcão/meia). Meia-entrada válida para maiores de 60 anos, professores, estudantes e assinantes do Diario de Pernambuco e Jornal do Commercio. Sócios do Náutico têm 20% de desconto sobre o valor da inteira na bilheteria do teatro.
À venda na bilheteria do teatro, loja Maria Filó do Shopping Recife, loja Reserva do Shopping Plaza e site Ingresso Rápido.
Informações: (81) 3182-8020
Classificação: 16 anos
Duração: 120 minutos
Produção local: Art Rec Produções

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Dança questiona padrões de beleza

cena do espetáculo Que corpo é esse? Foto:  Rubens Henrique

Cena do espetáculo Que corpo é esse? Foto: Rubens Henrique

O corpo é também capital. E na sociedade de imagens, uma poderosa moeda de troca. Os apelos estão em toda parte. Na mídia, nas vitrines, no mundo virtual, nas conversas. Os olhares são de cobrança. “É preciso ser belo”! E para isso ter um corpo magro, esbelto e sarado. Isso parece uma ditadura? O Coletivo Incomum de Dança avaliou que sim. E preferiu uma posição de discordância, a seu modo.

O grupo de artistas do Sertão pernambucano questiona os padrões de beleza e ergueu como resistência o espetáculo de dança Que Corpo É Esse?. O solo da bailarina Carol Andrade fará sua primeira temporada, em Petrolina-PE, nos dias 30 e 31 de maio, às 20h.

O psicanalista Jurandir Freire Costa reflete em Violência e Psicanálise que “O corpo tornou-se um dos mais ‘belos objetos’ de consumo, no Capitalismo atual”. Então é preciso ter criticidade em meio a tanto bombardeio. Uma pergunta martelava a cabeça da bailarina: “existe um corpo ideal para a dança?”. E ela começou a pesquisar sobre o assunto.

cena de que corpo é esse?

É o primeiro solo da bailarina Carol Andrade

Além de estar em cena, Carol Andrade também é responsável pela criação coreográfica e direção do espetáculo. A iluminação é assinada por Carlos Tiago e o cenário por André Vitor Brandão. O figurino ficou a cargo de Diego Ravelli e a concepção de trilha sonora é de Ítalo Miranda. Paulo Junior, que criou as máscaras e Gracy Marcus, na função de preparadora corporal completam a equipe.

Espetáculo de dança Que Corpo É Esse?
Quando: 30 e 31 de Maio de 2015, às 20h.
Onde: Teatro Dona Amélia, no Sesc Petrolina. Rua Pacífico da Luz, 618 – Centro, Petrolina-PE.
Quanto: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada)

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Todo dia morre um Sam

Os médicos (Otto Jr.) e Arthur, (Ricardo Martins) e ao fundo o enfermeiro Samuel (Jopa Moraes).  Fotos: João Gabriel Monteiro/ Divulgação

Os médicos (Otto Jr.) e Arthur, (Ricardo Martins) e ao fundo o enfermeiro Samuel (Jopa Moraes). Fotos: João Gabriel Monteiro/ Divulgação

Um trecho da música de Zé Ramalho ficou martelando minha cabeça durante a apresentação do espetáculo O dia em que Sam morreu. “Oh, eu não sei se eram os antigos que diziam / Em seus papiros Papillon já me dizia / Que nas torturas toda carne se trai”, canta o menestrel em Vila do Sossego. Na peça da Armazém Companhia de Teatro é a partir da juíza Samantha (papel de Patrícia Selonk), à espera de um transplante de coração, que “fatalmente … o nervo se contrai”.

O espetáculo disseca em vários aspectos a ética nas relações profissionais e sociais, o fio da navalha e os limites flexíveis quando a ideia é cortar a própria pele. A montagem faz a última sessão desta curta temporada no Recife, hoje, às 19h, no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. É uma encenação instigante.

Mas vamos situar melhor essa trama. O dia em que Sam morreu se passa, na maior parte do tempo, num hospital em que os pacientes endinheirados estão alojados nos quartos e os doentes mais pobres ocupam os corredores. Além do hospital, a cenografia de Paulo de Moraes e Carla Berri também se transforma em quarto do casal, motel e outros espaços tem bom apelo visual.

Nesse microcosmo são reveladas as falcatruas, o jogo sujo para alcançar o poder, as traições, as drogas conferindo potências.

O personagem do título pode ser qualquer uma das três figuras da peça de apelido Sam. O enfermeiro Samuel (Jopa Moraes) que depois de testemunhar os métodos questionáveis e até criminosos do cirurgião Benjamin (Otto Jr.) invade o hospital armado de um discurso inflado e anarquista, duas pistola e vontade de fazer justiça com as próprias mãos.

A juíza Samantha se recusa em princípio a receber privilégio proposto pelo marido, médico do hospital, de furar a fila do transplante do coração. O terceiro é um velho palhaço, sem graça, Samir (Marcos Martins), que sofre de Alzheimer.

Os autores Paulo de Moraes e Maurício Arruda Mendonça inventam cenas que se entrecruzam e personagens que se relacionam em rede para expor a complexidade dessas questões éticas. É muito interessante que a Armazém venha desenvolvendo há anos uma dramaturgia própria, em que pulsam preocupações contemporâneas.

Dessa vez estão lá um sistema corruptor e as injustiças, um Brasil sintonizado com um mundo de protestos, recoberto por uma carga de pessimismo dos destinos. São questionamentos importantes, urgentes, para cada um da plateia refletir sobre o papel que quer desempenhar.

O dia em que Sam morreu coloca o capitalismo cínico em confronto com o idealismo juvenil

O dia em que Sam morreu coloca o capitalismo cínico em confronto com o idealismo juvenil


A peça tem uma estrutura complexa. Mas os núcleos duros dos dramas são mais envolventes do que as explicações por onde a dramaturgia e a encenação escorrem. Parecem bordas excedentes. E o tempo é esticado em exposições desnecessárias. Perde o impacto.

Lembro da cena com a prostituta Sofia (Lisa Eiras), que busca um tratamento digno para o pai, e seu amante, o médico Arthur, (Ricardo Martins; marido da juíza), quando ele salta com um papo sobre o que é o amor e o que eles significam. E ela devolve dizendo que ele deixe essa conversa de amor para a mulher e que eles transem.

O elenco defende bem seus papeis. Otto Jr explora o cinismo e mau-caratismo do médico. Ricardo Martins é aquele ser dúbio entre a subserviência e o oportunismo. Marcos Martins faz o papel mais difícil, do palhaço sem humor. Patrícia Selonk expõe as dúvidas da justiça. Lisa Eiras compõe a filha e a amante. Jopa Moraes encanta com seu idealismo juvenil, sua postura rebelde, mesmo que parte do seu discurso soe bastante deslocado.

A música de Ricco Viana dá o tom, ressalta os conflitos. Os manequins sublinham a poética dos cadáveres, fruto de um sistema em que a crueldade predomina. A iluminação de Maneco Quinderé marca as mudanças, alinha e desalinha as tensões.

Serviço
Espetáculo O dia em que Sam morreu, com Armazém Cia de Teatro (RJ)
Onde: Teatro Luiz Mendonça/Parque Dona Lindu
Quando: Sexta(22/05) e sábado(23/05) às 20h; Domingo(24/05) às 19h
Ingressos: R$ 40 inteira e R$ 20 meia-entrada
Ponto de venda: quiosque ingresso Prime no Shopping RioMar(térreo)
Informações: 3039.4042/3355.9821

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