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Contra a colonização da cultura, dos corpos e desejos
Entrevista || Jéssica Teixeira*

Jéssica Teixeira, atriz, diretora, dramaturga e produtora nascida em Fortaleza. Foto: Autoretrato

Foi no Sesc Pompeia, na zona Oeste de São Paulo, numa noite de sexta-feira fria pré-pandemia-apocalipse, que nos deparamos com o trabalho de Jéssica Teixeira. Era um espetáculo impactante por várias razões, mas principalmente pela qualidade dramatúrgica e pelo talento daquela atriz. A deficiência física de Jéssica estava imbricada às desestabilizações provocadas pelo texto do solo E.L.A, que confrontava os padrões de normalidade atribuídos aos corpos e a construção do que chamamos de beleza e senso estético por vários vieses, inclusive o histórico.

Atriz, diretora, dramaturga e produtora, a cearense de 28 anos, nascida em Fortaleza, não consegue passar despercebida. “Nunca consegui, por mais que tenha tentado. Vou na padaria, no restaurante, e sinto a dificuldade das pessoas em lidar comigo, desviando olhares, cochichando”. Desde que começou a fazer teatro, ainda na infância, a menina de muita energia acumulada – que além das lições de teatro tinha aulas de dança, violão, teclado, futebol e vôlei – notava como o público reagia ao seu corpo. “Ele”, diz ela, referindo-se ao corpo na terceira pessoa, “sempre chega primeiro”.

Em Lugar de falta, seu trabalho mais recente, apresentado no Cena Agora, edição Encruzilhada Nordeste (s): (contra)narrativas poéticas, a atriz diz sobre as ausências e os vazios que vamos tentando preencher, sem ao menos parar para compreender quais coisas estamos tentando substituir, encaixar nos buracos, soterrando os sentidos. No vídeo, Jéssica evidencia como as pessoas reagem ao corpo que destoa do que seria um padrão como um fardo a ser carregado, até um castigo por algum malfeito em vidas passadas.

Essa entrevista foi respondida entre Porto Alegre e São Paulo, nos intervalos de gravação de dois filmes: Possa Poder, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, e outro ainda sem nome definido, que tem roteiro de Jéssica, direção de Estela Lapponi e “um monte de artistas deficientes no elenco e na ficha técnica”. Na nossa conversa, Jéssica relembra a infância em Fortaleza, fala sobre o movimento teatral da cidade, a decisão de enveredar por produções solo no teatro, a descolonização de corpos e desejos, os artistas com deficiência e as lutas de futuro.

* Esta entrevista é resultado de uma parceria entre o Satisfeita, Yolanda? e o Itaú Cultural no projeto Cena Agora, edição Encruzilhada Nordeste(s): (contra)narrativas poéticas, que incluiu mediação crítica, a escrita de quatro colunas para o site do Itaú Cultural e uma série de entrevistas publicadas no Satisfeita, Yolanda?

ENTREVISTA // JÉSSICA TEIXEIRA

Você começou nas artes cênicas ainda criança. O que a arte fez por sua infância e adolescência? Como se deu a escolha pelo teatro, já mais adulta?

Durante a minha infância e adolescência diziam que eu era hiperativa, mas eu e minha família nunca ligamos muito. O fato é que chegava na escola às 7h e, algumas vezes, saía às 19h, e outras, saía às 22h. Fazia dança, teatro, violão, teclado, futebol, vôlei. Eu tinha muita energia e precisava investir essa energia em algo para ter uma noite tranquila de sono. Sempre levei mais a sério o teatro e a dança. Buscava leituras, referências. Aos 12, parei de fazer aulas de jazz, balé e dança de rua, pois tive um momento muito difícil de dores fortes em uma costela. Parei de fazer aulas de dança, mas nunca deixei de dançar. Fui percebendo que a dança poderia ser dança no meu próprio ritmo e tempo. Comecei a sentir que a dança poderia também ser muito prazerosa, porque por um tempo, atrelava a dança a algo doloroso. Já no teatro, não parei de fazer aulas e, perto de fazer 15 anos, já sabia que encararia o teatro como profissão.

Na escola, eu já conseguia perceber as aberturas profissionais que o teatro tinha para além da cena. O teatro para mim não era só o fato de eu ser atriz. Tinha muito estudo de humanidade envolvida. Além disso, eu gostava de estar em vários lugares da cadeia produtiva do teatro: assistia a montagem de luz; ficava ao lado do operador de luz e, às vezes, até operava a luz; operava o som; sentava ao lado do diretor e prestava atenção nas provocações, sugestões; corria atrás das demandas de produção; fazia contrarregragem. Fazia de tudo um pouco, mas, principalmente, assistia muito teatro. Eu era uma espectadora assídua. Quando saía da escola mais cedo, era pra ir ao teatro. Eu brincava que a minha missa/culto do domingo era no teatro. Acho que, por isso, encarei cedo como profissão. Aos 16, prestei vestibular para a primeira turma de Licenciatura em Teatro que tinha aberto na Universidade Federal do Ceará e passei! E, assim que entrei no curso, era aquela aluna que já fazia todas as cadeiras possíveis, porque queria terminar logo essa etapa universitária. Então, aos 20, estava graduada em Teatro e trabalhando com vários grupos daqui de Fortaleza.

É muito conflituoso o olhar do poder público,
da gestão e até da própria sociedade civil
para encarar o artista como uma profissão.

Essa precariedade com a profissão artista
não acontece só aqui em Fortaleza.

 A cena artística cresceu, mas os incentivos e o poder público não estão conseguindo acompanhar.

Como é o contexto de produção do teatro em Fortaleza? Há incentivos? Grupos e artistas que te inspiram?

O contexto de produção em Fortaleza é muito complexo. Acho que não teve um só ano durante esse meu percurso que eu não pensei em desistir de ser artista ou de sair daqui. É muito conflituoso o olhar do poder público, da gestão e até da própria sociedade civil para encarar o artista como uma profissão. A verdade é que esse conflito, ou melhor, essa precariedade com a profissão artista não acontece só aqui em Fortaleza. Mas aqui há uma realidade de valores de cachês, orçamentos, fomentos, tempos de execução ainda muito precária. Temos muitos equipamentos culturais em Fortaleza e no Ceará, isso não tenho do que reclamar. Mas o que falta é manutenção, política pública continuada e gente trabalhando para que as coisas aconteçam como um dia eu vi acontecerem. A cena artística cresceu a passos largos, principalmente com os cursos técnicos e com a chegada dos cursos de teatro, dança, cinema, entre outros nas universidades, mas os incentivos e o poder público não estão conseguindo acompanhar.

Aqui tenho grandes artistas e amigos que me inspiram muito. Aos 14, numa dessas saídas da escola para o teatro, assisti a Silvero Pereira em cena, e, desde então, tem sido uma chama acesa dentro de mim, tanto pela qualidade artística que ele sempre buscou e fez acontecer, como também pela firmeza de postura para fazer o que ele acredita da forma mais política e sensível possível. Yuri Yamamoto, Ricardo Guilherme, Maria Vitória, Graça Freitas também fazem parte desses artistas que eu pude conhecer quando era adolescente e carrego sempre comigo.

Como foi a sua trajetória de trabalhos em grupos e quando você percebeu que era a hora de enveredar por uma carreira solo?

A minha trajetória em grupos e coletivos foi intensa e de muito aprendizado. Mas chegou um momento em que eu não me sentia segura quanto aos posicionamentos, pois muita coisa era decidida coletivamente e eu era só uma no meio de tantos. Até que precisei abrir mão desses grupos e coletivos, pois o que acredito precisava ser dito e mostrado com urgência, de uma forma estética e política, e eu percebia que não cabiam essas minhas urgências quando o assunto era “coletivo” ou quando o assunto era “a maioria vota e decide”. As pessoas estranhas como eu são solitárias até nessas horas democráticas de votações e consensos, por incrível que pareça. Então, para me sentir mais segura com os meus posicionamentos e para que eles escapassem do meu próprio corpo, sendo esse meu corpo a minha principal matéria prima de trabalho, decidi, em 2018, quando tinha acabado de finalizar o meu mestrado em Artes na UFC, que iniciaria o processo criativo do meu primeiro solo, E.L.A., que estreou em fevereiro de 2019, no Cineteatro São Luiz, em Fortaleza.

Você diz que seu corpo é um elemento que sempre chega primeiro na relação com as outras pessoas. Como lidar com isso no palco?

Já tracei várias dramaturgias para isso. Depende do que a obra pede. No caso do espetáculo E.L.A. escolhi me apresentar, no início, com o teatro todo escuro, aparecendo apenas a minha voz rouca e o meu sotaque cearense. Antes, eu sentia que quando entrava em cena, eu precisava de um tempo em silêncio antes de falar qualquer coisa, pois o meu corpo já falava demais com os espectadores. Então esperava e sentia com calma o tempo de falar para que em algum momento ele, o meu corpo, e a minha fala, dialogassem mais “harmonicamente”. Para isso, percebi também que precisava trabalhar muito a voz, então estudei e treinei as técnicas vocais mais diversas possíveis, porque é muito curioso como o meu corpo fala. É muito forte. E eu digo isso porque dá pra ver nas expressões faciais e corporais de quem assiste. E a minha voz não poderia ficar aquém do meu corpo, né? Então trabalhei muito esse corpo/voz de forma “unida” e “harmônica”, mas também “isolada” e “deslocada”.

CONFIRA A CRÍTICA DE IVANA MOURA A PARTIR DO ESPETÁCULO E.L.A

 Desejo é um dos pontos cruciais, tanto para uma boa relação consigo mesmo, como para que um dia a gente consiga derrubar várias construções sociais capacitistas, racistas, transfóbicas, homofóbicas, gordofóbicas, misóginas.

Como descolonizar os nossos corpos e desejos?

Sendo curioso, curiosa, parando de consumir o óbvio, o formatado, o mesmo de sempre. Olhando para si, cuidando de si. A cada dia que passa o nosso corpo muda, se transforma, envelhece. A gente possui um infinito dentro da gente e eu me pergunto o motivo pelo qual muitas pessoas ainda insistem nas mesmas coisas, se nós estamos em constante mudança. Precisamos acompanhar nossas mudanças para que os nossos corpos sejam uma ótima companhia para a gente. E possam desejar muito além de uma forma, possam ser desejados, se permitam ser desejados. Acho que o desejo é um dos pontos cruciais, tanto para uma boa relação consigo mesmo, como também para que um dia a gente consiga derrubar várias construções sociais capacitistas, racistas, transfóbicas, homofóbicas, gordofóbicas, misóginas.

As dramaturgias têm um lugar essencial, porque são as construções de sentidos ou provocações que o artista quer fazer, o lugar aonde ele quer chegar, ampliar ou expandir.

Qual a importância da escrita dramatúrgica no seu trabalho? Que lugar isso ocupa?

Falar de dramaturgia é falar de tudo. Corpo, movimento, elementos de cena, objetos, luz, cores, texto. Acho um dos lugares mais interessantes hoje para criar em teatro, cinema, dança, artes visuais. Não consigo pensar em uma criação sem falar de dramaturgia, porque ela é uma teia que vai conectando tudo. Pode ser um universo inteiro num corpo pintado num pequeno quadro emoldurado ou um mundo dentro de uma caixa preta com vários corpos amontoados – ou com ninguém. As dramaturgias têm um lugar essencial, porque são as construções de sentidos ou provocações que o artista quer fazer, o lugar aonde ele quer chegar, ampliar ou expandir, e isso ganha uma infinidade de possibilidades de criação a partir das nossas escolhas artísticas. Então, prezo muito pelas diversas dramaturgias e pela escrita dramatúrgica. Tenho gostado, cada vez mais, de escrever meus próprios textos, pois sei que muitos dos textos que eu atuei durante a minha vida, consegui compreender a região/território em que o texto se passava e que o artista habitava, seus lugares de fala, dos personagens e do artista, todo o contexto que envolvia a obra. Mas, hoje, sinto que preciso, de vez em quando, escrever a partir do meu contexto e do meu ponto de vista, que ainda passa por certos apagamentos e invisibilidades, infelizmente.

Acho que ser um corpo com deficiência neste país
ainda é pesado, infelizmente…
porque não dá para passar despercebida nunca.

Quais lutas fazem Jéssica se engajar e desejar futuros melhores?

A primeira luta é a de poder ter uma vida simples, banal e corriqueira, como qualquer outra, sem ser tratada de forma especial, com cuidados extremos. Viver uma vida sem tanto carregamento dos outros sobre mim. Acho que ser um corpo com deficiência neste país ainda é pesado, infelizmente. Hoje mesmo estava conversando com uma amiga e falei pra ela sobre um meme que vi que dizia assim: “é tanta luta, que eu já tô ficando agressiva”. Falei rindo, num tom de brincadeira, mas acaba sendo sério, porque não dá para passar despercebida. Pelo menos nunca consegui, por mais que tenha tentado. Vou na padaria, no restaurante e sinto a dificuldade das pessoas em lidar comigo, desviando olhares, cochichando. Desaprendem a falar e encontram problema onde não tem.

Outra luta que acredito é tirar os mistérios, os tabus, o eufemismo, quando a gente for falar sobre essas pautas afirmativas, porque eu gostaria profundamente que essas palavras fossem normalizadas nos vocabulários das pessoas: capacitismo, luta anticapacitista, pessoa com deficiência, pessoa de pele preta, negro, pessoa gorda, pessoa cega, surda, travesti, trans, indígena. Às vezes, as pessoas ainda sentem receio de falar sobre ou de errar. Mas como a gente avança com medo ou criando mistérios e tabus sobre esses corpos? Acredito que existem muitas coisas que a gente só aprende errando, infelizmente, mas se a gente não falar e discutir sobre tudo isso, não caminhamos para esse futuro melhor, mais digno e menos cansativo para todes.

 

A cultura brasileira é muito vasta e rica, mas parte dela ainda é patriarcal, elitista, clientelista, heteronormativa, bípede, simétrica e supostamente branca. A nossa cultura também é def, indígena, LGBTQIAP+.

Falamos muito em acessibilidade nas artes, mas nos parece que ainda temos pouquíssimos artistas com deficiência nos palcos. O que você acha e como podemos mudar as coisas?

Acredito que não é que temos poucos artistas com deficiência nos palcos deste país, acho até que temos muitos. O problema está em nós mesmos, que não nos damos conta desses artistas, que estão espalhados por aí, construindo seus próprios espaços de atuação. O nosso olhar ainda está muito voltado para uma produção artístico-cultural quase intocável pelo seu “selo de qualidade”: padrão, clean, normativo, linear, fino, classe A, cheio de clarezas e esclarecimentos. A cultura brasileira é muito vasta e rica, mas parte dela ainda é patriarcal, elitista, clientelista, heteronormativa, bípede, simétrica e supostamente branca. A nossa cultura também é def, indígena, LGBTQIAP+, mas por que insistimos em reforçar e acompanhar essa cultura brasileira segregacionista e seletiva?

Neste último ano, pude me aproximar de 40 artistas com deficiência que estão atuando há muitos anos no setor cultural. Com alguns desses artistas, criei profundas afinidades e, inclusive, conseguimos trabalhar juntos, ainda que virtualmente. E foi a partir desses encontros que percebi o quanto os nossos corpos produzem linguagem, discursos, estéticas, que, por muito tempo, não eram reconhecidas pelas pessoas sem deficiência como pesquisa e produção artístico cultural. A nossa pesquisa, criação e produção era vista apenas como cota ou como critério de pontuação em editais.

A mudança da minha compreensão aconteceu quando conversávamos sobre os signos que escolhíamos para colocar nas nossas obras e sobre as nossas construções de discursos, e percebemos como esses signos e esses discursos se encontravam e se repetiam, ainda que de formas diferentes. Afinal, somos corpos estranhos, mas muito singulares entre o nosso “meio em comum”. Digo meio em comum, porque ainda não consigo dizer se somos uma comunidade exatamente, por tantas especificidades e singularidades.

Daí acredito que a mudança só vai acontecer quando houver uma virada na compreensão dos fazedores, críticos, curadores e consumidores das artes. Nós somos cultura viva também. Uma latente e estranha forma de sobreviver, de se comunicar, de se manifestar, de se vestir, de escrever e de performar neste mundo.

Em Lugar de falta, você fala muito sobre as coisas que nos faltam e que nós não paramos para percebê-las. O que nos falta como artistas de teatro no Nordeste do Brasil?

A falta é território presente em nossos corpos e nas nossas regiões. O que falta num, não falta noutro, porque o que falta neste outro, já é outra coisa. Lugar de falta é lugar de contradição também, porque é demais. Falta muito e, às vezes, sinto que a gente tenta esconder ou desviar atenção dessas faltas. Parece que é preciso que estejamos sempre muito preenchidos, cheios de respostas, muito completos, inteiros e preparados. Mas a gente sabe que não é assim. Então, acho que a maior falta nossa é a consciência dessas faltas.

No Lugar de Falta, quando vou falar sobre as pessoas “inteiras”, falo exatamente das pessoas que acham que são inteiras, que acham que têm tudo. Porque pessoas que têm tudo simplesmente nem existem. A hegemonia do belo, do padrão, do saudável é uma grande utopia, porque nunca será alcançada tal e qual idealizamos. Mas, infelizmente, ainda existem bilhões de pessoas buscando fazer parte dessa hegemonia do sucesso e precisando de corpos notoriamente não hegemônicos para depositar as suas próprias faltas, que se esforçam para esconder todos os dias. 

O que realmente nos falta é olhar para nós mesmos. Acho que essa é a principal falta. Conseguirmos nos escutar e nos percebermos de diversas formas. Conseguir acolher, cuidar e alimentar este corpo cheio de sensações que carregamos todos os dias. Com certeza, isso vai fazer toda a diferença na nossa relação conosco, com o outro, com o mundo e também vai refletir diretamente na nossa criação e produção artístico cultural.

 

CONFIRA AS COLUNAS DO SATISFEITA, YOLANDA? NO SITE DO ITAÚ CULTURAL:
Existe um teatro nordestino?
Teatro de grupo no Nordeste: motivações para criar
Todo mundo tem sotaque!
Memórias de futuro, desejos de vida

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Corpo estranho, lírico e político
Crítica do espetáculo E.L.A

E.L.A Foto: Guilherme Silva

E.L.A é primeiro solo da atriz cearense Jéssica Teixeira. Tem pouco a ver com o Ela (Her)¸ do diretor e roteirista Spike Jonze, que explora a relação de um homem que se apaixona pelo sistema operacional de uma máquina. O filme expõe a solidão contemporânea e novas configurações de relacionamento amoroso. Se pensarmos em esgotamento de modelos há sempre fios de conexão nas investigações artísticas atuais. Cito a obra cinematográfica por conta do nome da peça. O título do espetáculo remete à abreviatura de uma doença: Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA.

Segundo informações em sites de saúde, trata-se da degeneração progressiva dos neurônios motores no cérebro e na medula espinhal. Isso quer dizer que esses neurônios não conseguem transmitir os impulsos nervosos de forma adequada. Essa degeneração provoca atrofia muscular, seguida de fraqueza muscular crescente. Também designada de Lou Gehrig, calcula-se que, no Brasil, 10 mil pessoas têm a doença.

Num mundo tão preconceituoso com os que não estão dentro de uma bolha hegemônica, vale destacar que Ela não atinge o raciocínio intelectual, a visão, a audição, o paladar, o olfato e o tato. E que, em grande parte dos casos, a esclerose lateral amiotrófica não afeta as funções sexual, intestinal e vesical.

O astrofísico britânico Stephen Hawking foi diagnosticado com a doença quando tinha 21 anos de idade. Mesmo sem poder movimentar o corpo ou falar durante a maior parte de sua vida, o cientista avançou em pesquisas na Física, com destaque para os trabalhos sobre as origens e estrutura do Universo, fundamentais para entender o papel dos buracos negros.

Atriz Jessica Teixeira. Foto: Carol Veras

Eu me tornei um ser indiscernível. Não pertenço a mim mesma”, registra uma fala do espetáculo. “Não queremos ver coisa alguma. Não queremos que as coisas nos vejam. Como Narciso, que recusa o espelho. Como Salomé, que decepa a própria cabeça”.

Ao tratar de assuntos relacionados diretamente ao corpo – beleza, saúde, política, feminilidade -, a artista envereda pela dinâmica da exclusão capitalista. É perversa e calculada essa eliminação de corpos que tem algumas miras prioritárias .

“Pudesse ser apenas um enigma. Mas não. O corpo faz problema. O corpo dá trabalho. Pode ser muitos. Pode ser, inclusive, o que não queremos. O corpo será sempre o que ele quiser? É social. É político. É tecnológico. É inconsciente. Pensamento. Desejo. Invisível. Invasor. O corpo se despedaça. É estrutura. É movimento. Mas, sobretudo, é estranho. Eu sou o outro e a outra. Teimo e re-existo. Ele se degenera e E.L.A se faz impossível”.

Texto de apresentação do espetáculo

Ao carregar episódios biográficos, a atriz traça em paralelo uma linha histórica desde o corpo da Grécia, encontrando as guerras mundiais e as ações mais recentes.

Jéssica fala sobre beleza, outras formas de beleza, jeitos de estar no mundo. Faz do seu corpo um ato político. Subverte lógicas. Convoca o protagonismo para si. Esquadrinha a ditadura do corpo bonito e funcional, aquele que não se encaixasse nessa régua seria exterminado.

A artista desafia a regra e assume sua diferença. A beleza da sua diferença exposta em cena para deslocar olhares contaminados. Jéssica convoca um olhar lírico para um lugar ético, onde os corpos importam em suas singularidades, sem hierarquizações de lutas contra as opressões.

O espetáculo não apresenta propriamente uma história. São fragmentos trançados por uma lógica de luta, em várias angulações e miragens. Com a utilização de vídeos e imagens em foto, a atriz cita, por exemplo, Josef Mengele – oficial alemão da Schutzstaffel (SS) e médico no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial – que liderou os procedimentos científicos em pessoas que aparentassem algum caractere de deficiência física ou psíquica, adotando o método da eutanásia.

Em seguida, projeta robôs com camisas da seleção canarinha a defender nas ruas o indefensável. Triste Brasil.

Sabemos que as técnicas de extermínio foram sofisticadas e até mesmo legalizadas com manobras do Judiciário, Legislativo e Executivo. Os golpes na economia – previdência, direitos trabalhistas, direitos à saúde; redução de acesso a educação,cultura, futuro, comprometimento das reservas naturais e atentados contra o meio ambiente são mecanismos de aniquilamento de corpos indesejados.

 

E.L.A . Foto: Carol Veras

No escuro, uma voz com ligeiro sotaque cearense mergulha na subjetividade de autoimagem e autocrítica para construir uma narrativa. A voz quer que entendamos o corpo, suas dores, limites e prazeres. Que haja um diálogo honesto com outros corpos.

São alguns minutos. De repente, o espetáculo dirigido por Diego Landin, explode num clarão, um branco chocante que de imediato irrita e machuca os olhos de quem vê. Esse choque gera uma sensação de desconforto. Jéssica também sente desconforto quando seu corpo singular, estranho, com o tronco reduzido – esse registro diferente do convencional – chega antes dela para dizer um oi.

Entremeando dados sobre uma possível história dos impositores da beleza, a atriz assume pose de diva pop, desafiando as convenções do olhar atua como ciborgue e vai desconstruindo uma estética. A protagonista acende que é o mesmo patamar de opressão de que são vítimas mulheres, nordestinos, pretos, indígenas, quilombolas, indivíduos com algum tipo de deficiência, periféricos e LGBTs.

O teatro é uma máquina muito poderosa. E.L.A tem um figurino-síntese da peça, criativo, delicado e agressivo, de Yuri Yamamoto, do Grupo Bagaceira de Teatro, que também assina a direção de arte. A iluminação, de Fábio Oliveira, com videomapping, contracena com a atriz. E os músicos Fernando Catatau e Artur Guidugli estão na composição da música Dancing Barefoot.

A montagem mescla momentos de ataque combativos e outros mais líricos, de uma história geral do corpo, às especificidades da trajetória de Jéssica. A artista é muito generosa ao desenhar como os poderosos elegem seus alvos de destruição, das ameaças de manda-chuvas e políticos à saúde do povo.

Com arte, energia, vigor Jéssica celebra a vida. É testemunha de que a vida é extraordinária em muitos aspectos. E comenta quão valioso é estar presente, com a possibilidade de se reinventar e, com muita criatividade, ativar os sentidos.

Ficha Técnica
Elenco: Jéssica Teixeira
Direção: Diego Landin
Diretor de arte: Yuri Yamamoto
Diretor de videomapping: Pedro Henrique
Consultora dramatúrgica: Maria Vitória
Figurinista: Yuri Yamamoto e Isac Bento
Coreógrafa: Andréia Pires
Vocal coach: Priscila Ribeiro
Escultor: Kazane
Trilha Sonora: Diego Landin (Dancing Barefoot por Fernando Catatau e Artur Guidugli)
Cenotécnico: Marsuelo Sales
Iluminador: Fábio Oliveira
Videoclipe: Gustavo Portela
Música do videoclipe: Saúde Mecânica de Edgar
Textos: Jéssica Teixeira, Vera Carvalho e fragmentos de Eliane Robert Moraes e Paul Beatriz Preciado
Produção: Jéssica Teixeira
Realização: Catástrofe Produções

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Vamos ao teatro?
Agendo-me em São Paulo

Terror e Miséria no Terceiro Milênio, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, (em cima, à esquerda) segue no Sesc Bom Retiro. Stabat Mater, da Janaina Leite (foto maior) , está no porão do CCSP. Yolanda já viu os dois espetáculos e ficou bem empolgada com as provocações. Oroboro, do Grupo XPTO (foto de objetos animados) em cartaz com entrada gratuita, no Sesc Interlagos, está na lista de desejos. Fotos: Divulgação

As temporadas teatrais em São Paulo estão cada vez mais aceleradas; então, a pessoa (né, Silvia Sabadell?) tem que correr. Ofertas à mancheia (como registrou Castro Alves!), para tudo que é estilo. Bem, tenho minhas prioridades e preferências. Os mais experimentais, os posicionados politicamente pela liberdade e pela luta contra a barbárie desses tempos bicudos (posso dizer isso, que tem outras camadas), os que valorizam o humor e a ironia, que move toda a estrutura da sociedade (salve, salve Angela Davis).

Então correndo para ver essa cena ofertada com tanta garra. E.L.A, da cearense Jéssica Teixeira, no Sesc Pompéia; As Mil e Uma Noites da Cia carioca Teatro Voador Não Identificado; Buraquinhos ou o Vento É Inimigo do Picumã, com direção da Naruna Costa, no Itaú Cultural (consegui!!); As Comadres, com supervisão artística de Ariane Mnouchkine, Théâtre du Soleil; O Caso Severina, com a Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes no Espaço do Folias; Espaço Arcabouço, espetáculo de circo de Porto Alegre, no Centro Cultural Tendal da Lapa. E Oroboro, do Grupo XPTO, uma encenação sem palavras para seguir viagem na contundência das imagens. 

Das peças já assistidas, recomendo-me seis: Stabat Mater, da Janaína Leite, com participação da sua mãe, no porão do Centro Cultural São Paulo; Terror e Miséria no Terceiro Milênio do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, no Sesc Bom Retiro; a temporada popular do musical Elza, no Teatro Sérgio Cardoso; Mãe Coragem, com Bete Coelho no papel título e direção de Daniela Thomas, no Sesc Pompeia; Terrenal, no Teatro Raul Cortez. E As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão, com texto do Newton Moreno e um elenco de atrizes arretadas. Temporadas curtas. E potentes. E todas as montagens falam de hoje, de nossas desditas. Pode pegar numa quina aquela dor do que ainda resta de humano em nós.

Do espetáculo Stabat Mater, só sei que ninguém vai sair imune. É o espetáculo mais pedreira desta temporada paulista que eu assisti e ainda está em cartaz. Quer dizer outros foram, outros virão (espero), mas neste julho friorento de São Paulo, a cena mais soco na moleira e na alma do diacho é a da Janaina Leite. É bom avisar que é preciso ânimo para encarar uma atriz repleta de coragem que questiona as próprias certezas. É dança sensual pole dance de cérebros grávidos diante da aridez do real expandido. Um exercício potente sobre traumas e ainda no século 21 tabus sobre o feminino. A peça abriu a edição de número 5 da Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro Cultural São Paulo e viva.

Olha lá o que pretendo ver

Com o espetáculo E.L.A, a atriz cearense Jéssica Teixeira instiga a aceitação das diferenças, busca driblar os clichês e padrões de beleza impostos pela mídia e encoraja um olhar mais sensível para a diversidade na construção do ser político contemporâneo. Foto: Carol Veras / Divulgação

E.L.A

A cearense Jéssica Teixeira é portadora de uma síndrome que encurtou seu tronco. O primeiro solo da atriz apresenta uma investigação cênica do seu corpo inquieto, estranho e disforme, numa tentativa de desestabilizar e potencializar outros corpos e olhares. A artista traça um histórico das representações do corpo, composição química e das noções de beleza. O espetáculo perpassa por ramos de saúde, política, feminilidade, acessibilidade e estética. Dirigida por Diego Landim, E.L.A envolve colagens e textos autobiográficos de Jéssica. A montagem de Fortaleza (Ceará) mescla dramaturgia, artes plásticas e vídeo.éssica Teixeira também investiu na leitura do livro “O Corpo Impossível”, de Eliane Robert Moraes, como disparador de dispositivos dramatúrgicos para a expansão da cena.
Ficha Técnica
Direção: Diego Landin.
Elenco: Jéssica Teixeira.
Serviço
Quando: Quinta a sábado, 21h30; domingo às 18h30. Até 14/07
Onde: Sesc Pompeia – espaço cênico
Quanto: R$ 6 até R$ 20
Classificação etária: 14 anos
Telefone: 3871-7700

Cena de As Mil e Uma Noites, adaptação do clássico da literatura encenada pelos cariocas da Cia Teatro Voador Não Identificado. Com três horas de duração, a montagem tem cinco atrizes como Sherazade: Adassa Martins, Clarisse Zarvos, Elsa Romero, Julia Bernat e Larissa Siqueira. Foto:  Renato Mangolin / Divulgação

As Mil e Uma Noites

Foi como ser fabulante que a princesa Sherazade escapou da morte. A cada noite, uma história, que deixava o rei encantado e curioso e adiava o final trágico da mocinha. O clássico da literatura As Mil e Uma Noites tem encenação carioca da Cia Teatro Voador Não Identificado, que mistura episódios inspirados nos contos de Sherazade com relatos reais de refugiados árabes colhidos em entrevistas e interpretados pelos atores. Nas narrativas há referências à Primavera Árabe, onda de manifestações ocorridas no Oriente Médio a partir do começo desta década e que levou, entre outras coisas, à queda do ditador Hosni Mubarak no Egito. E lógico que a política brasileira é lembrada.Uma especificidade da peça é que cada apresentação é única, nenhuma delas é repetida nas encenações seguintes, com exceção do prólogo. 
Ficha Técnica
Concepção e Direção: Leandro Romano
Dramaturgia: Gabriela Giffoni e Luiz Antonio Ribeiro
Elenco: Adassa Martins, Bernardo Marinho, Clarisse Zarvos, Elsa Romero, Gabriel Vaz, João Rodrigo Ostrower, Julia Bernat, Larissa Siqueira, Pedro Henrique Müller e Romulo Galvão
Duração aproximada: 180 minutos
Serviço
Quando: Quinta a sábado, 20h; domingo às 17h. Até 14/07
Onde: Sesc Avenida Paulista; Arte II (13º andar)
Quanto: R$ 6 até R$ 20
Classificação etária: 14 anos
Telefone: 3871-7700

Um jovem negro de 12 anos da periferia de São Paulo sai de casa para comprar pão. Encarado como suspeito, ele corre o mundo para não ser baleado pela polícia. Foto: Alexandra Nohvais / Divulgação. Com direção de Naruna Costa e Ailton Barros, Clayton Nascimento e Jhonny Salaberg, no elenco

Buraquinhos ou o Vento É Inimigo do Picumã

A peça ostenta com uma poética trilhada em cima do genocídio e etnocentrismo da população negra. Foi contemplada com prêmio de montagem na Mostra CCSP de Pequenos Formatos Cênicos do ano passado. Com uma narrativa em primeira pessoa, abraçado ao universo do realismo fantástico, o espetáculo apresenta um garoto negro de periferia – personagem nascido e criado em Guaianases, zona leste de São Paulo – que, no primeiro dia do ano, recebe um bascolejo de um policial quando chega à padaria. Ciente do que acontece com gente preta e pobre diante dessas autoridades, o miúdo começa a correr e sai numa viagem sem rumo certo, passando por países da América Latina e da África, buscando sempre dispositivos de sobrevivência para continuar existindo.
Ficha Técnica
Idealização, coordenação e dramaturgia: Jhonny Salaberg
Direção: Naruna Costa
Elenco: Ailton Barros, Clayton Nascimento e Jhonny Salaberg
Serviço
Quando: Quinta e sexta, 19h. Até 12/07
Onde: Itaú Cultural – sala multiuso (Avenida Paulista, 149 – Bela Vista – São Paulo)
Quanto: Grátis
Classificação etária: 14 anos
Telefone: 2168-1777

20 atrizes brasileiras revezando-se em 15 papéis — o espetáculo é uma adaptação musical de René Richard Cyr de uma peça canadense.

As Comadres
Com supervisão artística de Ariane Mnouchkine, Théâtre du Soleil, companhia francesa fundada em 1964, o musical As Comadres é uma versão Versão de uma comédia que chocou o Québec nos anos 1960. A protagonista Germana Louzan é uma dona de casa suburbana. Ao ganhar um milhão de selos promocionais, trocáveis por uma variedade de produtos, ela decide chamar 14 “comadres” para ajudá-la a colar os adesivos para mobiliar sua casa. Linda, Mariângela, Branca, Romilda, Lisa, Rosa, Ivete, Lisete, Angelina, Teresa, Pietra, Gabriela, Olivina e Ginete são as amigas, mulheres trabalhadoras, eu cuidam de maridos e filhos, e eu juntas colando selos vão desfiando um rosário de desejos, anseios, frustrações, medos, inveja. O encontro vira um angu e as mulheres passam a cobiçar a sorte da protagonista.
Ficha Técnica
Supervisão artística: Ariane Mnouchkine.
Texto original: Michel Tremblay.
Versão musical original: René Richard Cyr.
Músicas originais: Daniel Bélanger.
Direção musical: Wladimir Pinheiro.
Serviço
Quando: Quinta a sábado, 21h. Domingo: 18h. Até 28/7
Onde: Sesc Consolação – R. Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque
Quanto: R$ 12 a R$ 40.
Telefone: 3234-3000

Inspirada em faros reais, ocorridos no Agreste pernambucano, em 2005, a peça O Caso Severina narra a incrível história de uma agricultora, de 44 anos, que mandou matar o próprio pai. Foto: 

O caso Severina

Uma mulher, de 44 anos manda matar o próprio pai. “Por que uma agricultora, mãe de cinco filhos, contrata dois matadores de aluguel para matar o genitor, com seu próprio facão?” Essa é a pergunta que a Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes se fez ao iniciar o processo de construção da peça O Caso Severina. Inspirada em história real, ocorrida na Região do Agreste de Pernambuco, em 2005, a Fraternal realizou um extenso trabalho de pesquisa, que durou oito meses e utilizou tanto o material publicado pela mídia quanto os autos do processo, dentro de um projeto da Companhia intitulado Do Fato ao Ato. A direção é assinada por Ednaldo Freire e texto de Alex Moletta, e no elenco estão Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovana Arruda, Carlos Mira.
FICHA TÉCNICA
O Caso Severina

Concepção, Criação e Produção: Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes
Apoio: Prêmio Cleyde Yáconisda Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo
Direção: Ednaldo Freire
Dramaturgia: Alex Moletta
Elenco: Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud , Maria Siqueira, Giovana Arruda, Carlos Mira.
Cenografia, figurinos e Adereços: Luiz Augusto dos Santos
Música: Luiz Carlos Bahia
Trilha e Direção Musical: Luiã Borges e Luiz Carlos Bahia
Iluminação e Operação de Luz: Marco Vasconcellos
Operação de Som: Ian Noppeney
Cenotécnico: Edson Freire
Design Gráfico e Audiovisual: Alex Moletta
Costureira: Célia Márcia Makarovsky
Duração:70 minutos
Recomendação etária:16 anos

Serviço
Temporada:05/07/2019 a 18/08/2019, de sexta a domingo
Horário:Sextas e sábados, 21h; domingos, 19h
Espaço do Folias: Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília,
telefone: (11) 3361-2223.
Capacidade:99 lugares
Ingressos:R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00
Ingressos antecipados:http://galpaodofolias.eventbrite.com
Estacionamento conveniado
Wi-Fi Público
Acesso para pessoas com mobilidade reduzida
Aceita cartões de débito e crédito
Café do Folias
, no piso superior

Gabriel Martins propõe um diálogo entre o malabarismo, a dança e a performance, buscando instaurar um espaço no qual corpos e objetos se relacionam. O espetáculo trabalha com o conceito de Corpo Desvelado, no qual se coloca em vulnerabilidade e com toda a exposição dos procedimentos em cena. Foto: Rafael da Silva / Divulgação

ESPAÇO ARCABOUÇO (Circo adulto)

Espaço Arcabouço é um espetáculo de circo contemporâneo fincado principalmente no malabarismo. O trabalho é construído em diálogo com a dança e a performance, buscando instaurar, assim, um “espaço” no qual as relações entre corpo(s) e objeto(s) são mais que possibilidades. O público, disposto ao redor da cena, em arena, compartilha de perto a exposição deste “arcabouço”: o corpo exposto em estado de vulnerabilidade. A proposta é se entregar ao risco e as oposições presentes no malabarismo, oscilando entre a virtuose do malabarismo tradicional, até a mais simples tarefa de manipulação. As luzes, o som, a estrutura de malabarismo de rebote, os objetos cênicos e todas as necessidades que surgem ao longo do espetáculo, são manipulados e resolvidos pelo artista de maneira desvelada, tornando o espectador testemunha dos acontecimentos. Espaço Arcabouço foi contemplado com prêmio Açorianos de Dança de Porto Alegre – 2015 – na categoria de melhor iluminação. O projeto também foi vencedor em 2014 do Prêmio Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo da Funarte. O espetáculo foi contemplado com o Prêmio FUNARTE para circulação de espetáculos circenses (2018).
FICHA TÉCNICA
Concepção, direção e atuação: Gabriel Martins
Orientação cênica: Paola Vasconcelos
Iluminação: Mirco Zanini
Cenário: Luís Cocolichio
Figurino: Ana Carolina Klacewicz e Thayse Martns
Produção: Consoante Cultural
Distribuição: Michele Rolim
Classificação: LIVRE

Serviço
Quando: Sexta e sábado, 20h. Até 12 e 13/7 Após a sessão de sábado haverá bate papo com o artista.
Onde: Centro Cultural Tendal da Lapa (R. Constança, 72 – Lapa, São Paulo).
Quanto: R$ 20/ R$ 10 .
Telefone: 3862-1837 / (51) 98145-8419
Duração: 50 minutos

a atriz trans cubana Phedra D. Córdoba (1938-2016), que viveu no Brasil por mais de 40 anos. Márcia Dailyn é a protagonista, que faz confissões e relembra sua trajetória pessoal e profissional para o repórter, representado por Raphael Garcia. Foto: Aannelize Tozetto/ Divulgação

Entrevista com Phedra

O escritor João Silvério Trevisan definiu a atriz trans cubana Phedra D. Córdoba (1938-2016), como “uma muralha de resistência ao preconceito”. A diva da praça Roosevelt, de sotaque carregado e artista multifacetada viveu no Brasil por mais de 40 anos. Atuou na companhia de teatro Os Satyros, em muitas criações do diretor Rodolfo García Vázquez. Integrou o elenco de peças como  A Filosofia na Alcova, A Vida na Praça Roosevelt, Transex, Divinas Palavras, Liz, Hipóteses para o Amor e a Verdade e Cabaret Stravaganza. Foi personagem do documentário Cuba Libre”, primeira produção cinematográfica da companhia Os Satyros. A atriz Márcia Dailyn, primeira bailarina trans do Theatro Municipal de São Paulo, interpreta Phedra, na peça que o jornalista Miguel Arcanjo escreveu. Entrevista com Phedra é a primeira incursão de Arcanjo na dramaturgia. Na peça a atriz relembra seu percurso pelos palcos do teatro de revista da América Latina. O cenário que reproduz a sala de seu apartamento na praça Roosevelt, em que é entrevistada por Raphael Garcia, que faz o papel do jornalista.

Texto: Miguel Arcanjo Prado.
Direção: Juan Manuel Tellategui e Robson Catalunha.
Elenco: Márcia Dailyn e Raphael Garcia.
Direção de produção: Gustavo Ferreira.
Realização: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez – Os Satyros.
Figurino e visagismo: Walério Araújo.
Cenografia: Robson Catalunha.
Iluminação: Diego Ribeiro e Rodolfo García Vázquez.
Sonoplastia: Juan Manuel Tellategui.
Arte visual: Henrique Mello.
Cenotécnico: Carlos Orelha.
Acessórios: Lavish by Tricia Milaneze.
Perucas: Divina Núbia.
Castanholas: Sissy Girl e Bene Reis.
Palco dos Bonecos: Luís Maurício.
Fotografia: Annelize Tozetto, Bob Sousa, Bruno Poletti, Edson Lopes Jr. e Felipe Margarido.
Vídeo: Laysa Alencar.
Operadores: Dennys Leite e Laysa Alencar.
Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes.
Apoio: A Casa do Porco, Bar da Dona Onça e Hot Pork – Janaina Rueda e Jeerson Rueda; Frango com Tudo – Rede Biroska – Lilian Gonçalves, Consulado General de Cuba em São Paulo e Consulado General de Argentina em São Paulo e Translúdica.
Agradecimentos: Livia La Gatto, Ferdinando Martins, Guttervil Guttervil, Lauanda Varone, Neiva Varone e Irlane Galvão.

Serviço
Onde: Espaço dos Satyros I Praça Franklin Roosevelt, 214 – Consolação – São Paulo
Quanto: R$ 40 (meiaentrada, R$ 20).
Quando: Segunda – 21h. Até 02/09
Telefone: 3255-0994
Capacidade: 50 assentos
Duração: 50 minutos.
Classificação: 14 anos.

Grupo XPTO em ação. Oroboro, uma alegoria sobre o caráter cíclico da existência. Foto: Divulgação

Oroboro

Personagens do mundo real estão sujeitos à ação de entidades mitológicas em Oroboro. um náufrago à deriva que, na iminência de sua morte, se vê diante do dilema de se deixar devorar por urubus ou atirar-se ao mar. Ele prefere arriscar a sorte no caminho do desconhecido e mergulha nas águas profundas do oceano. Numa ilha próxima, uma enorme serpente deixa um estranho ovo que provoca a curiosidade e a ambição dos habitantes do lugar. Humor, mistério, trapaças, lutas pelo poder, revolta, aniquilação são alguns dos temas abordados de forma simbólica em Oroboro, uma alegoria sobre o caráter cíclico da existência. A montagem emprega a linguagem de teatro de bonecos e formas animadas. A narrativa é desenvolvida sem a utilização da palavra, sendo conduzida tanto pela música executada ao vivo, como pela ação dos atores que manipulam os bonecos e objetos, emitindo ruídos guturais que funcionam como vozes dos personagens. Recentemente o grupo de teatro XPTO participou do festival The Ishara Puppet Theatre Trust, na Índia, sendo o único representante latino-americano no programa.
Ficha Técnica
Direção, cenografia, bonecos e iluminação: Osvaldo Gabrieli
Direção musical e músico: Beto Firmino
Elenco: Bruno Caetano, João Bernardes, Ozamir Araújo e Tay Lopes
Serviço
Quando: Domingo, 15h. Até 28/07
Onde: SESC Interlagos (Avenida Manuel Alves Soares, 1100 – Parque Colonial – São Paulo)
Quanto: Grátis. Distribuição gratuita 1 hora antes do início da sessão.
Classificação indicativa: 8 anos
Capacidade 362 assentos
Telefone: 5662-9500

Eu já vi… Se eu fosse você… também iria assistir

Musical expõe os altos e baixos da trajetória de cantora Elza Soares. Aos 12 anos, casou-se praticamente obrigada pelo pai. Aos 13 teve o primeiro filho. Aos 21 anos, já com cinco rebentos, ficou viúva. Consagrou-se como cantora. Com o jogador Mané Garrincha (1933-1983) conheceu uma vida de amor e sofrimento. Hoje ela é referência absoluta de determinação, talento, perseverança, luta. Foto: Divulgação

Elza

Elza Soares foi ficando cada vez mais múltipla com o passar do tempo. Para dar conta desse mosaico de força, o musical  Elza explora os principais episódios da vida da artista, que como poucos soube levantar a cabeça e dar a volta por cima nos momentos difíceis. Com texto de Vinícius Calderoni e direção de Duda Maia, conta como elenco formado por Larissa Luz, Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacorte e Verônica Bonm. Todas fazem o papel da cantora na peça. As atrizes também incorporam / narram / comentam os homens importantes da trajetória de Elza, como o compositor e apresentador Ary Barroso (1903-1964), e o jogador de futebol Mané Garrincha (1933-1983), com quem ela foi casada. É uma história densa, mas carrega o DNA da guerreira.

Serviço
Quando: Quinta a sábado, 21h. Domingo: 18h. Até 28/7
Onde: Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista – São Paulo
Quanto: R$ 30 até R$ 150.
Telefone: 3288-0136 Capacidade 835 assentos

Bete Coelho em cena de Mãe Coragem, adaptação de Brecht, dirigida por Daniela Thomas – Jennifer Glass/Divulgação

Mãe Coragem

A comerciante Anna Fierling vende mercadorias aos soldados da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). Portanto, ela também lucra com os sofrimentos, as mortes, a barbárie. Traduzido diretamente do alemão, a adaptação de Daniela Thomas para Mãe Coragem e Seus Filhos, o texto de Bertolt Brecht propõe uma reflexão pungente sobre o lugar da moral em tempos de guerras do guerras do passado e de outras guerras do presente.  A Mãe Coragem do título chega à conclusão que não é ela quem lucra com a guerra quando perde os três filhos, Eilif, Queijinho e Kattrin, em batalhas como as mães dos jovens negros ue tem seus filhos subtraídos em A tragédia se desenrola no ginásio e o público assiste das arquibancadas o elenco charfurdar na lama que traça ligações com Mariana e Brumadinho.

FICHA TÉCNICA
Texto – Bertolt Brecht
Música original – Paul Dessau
Tradução – Marcos Renaux
Direção – Daniela Thomas
Assistência de direção – Gabriel Fernandes
Direção musical e arranjos – Felipe Antunes
Cenário – Daniela Thomas e Felipe Tassara
Figurino – Cassio Brasil
Iluminador – Beto Bruel
Desenho de som – Gustavo Breier
Elenco: Bete Coelho, Luiza Curvo, Amanda Lyra, Carlota Joaquina, Luisa Renaux, Ricardo Bittencourt,
Murilo Grossi, Roberto Audio, Rodrigo Penna, Wilson Feitosa, Cacá Toledo, Murillo Carraro
Músicos: Juliana Perdigão/ Gui Augusto , Felipe Antunes, Allan Abbadia/Ednaldo Santos, Wilson Feitosa
Murilo Grossi, Cacá Toledo
Produtora de figurino – Patricia Sayuri Sato
Assistentes cenografia – Iara Ito e Tania Menecucci
Assistente figurino – Daniela Tocci
Assistente e operadora de luz – Sarah Salgado
Engenheiro de Som, Gravações e Mixagem – Gustavo Breier
Direção de palco – Murillo Carraro
Contrarregras – Theo Moraes e Davi Puga
Camareira – Lili Santa Rosa
Aderecistas – Jesus (Walkir Pedroso) e Bosco Bedeschi
Costureiras – Yrondi Moço Rillo, Salete Paiva e Lili Santa Rosa
Harmonização das partituras originais – Kezo Nogueira e Felipe Antunes
Estagiários – Alice Tassara, Annick Matalon, Maria Pini Piva e Thomas Carvalho
Diretor técnico – Nietzsche
Arquitetura – Alvaro Razuk
Equipe de Arquitetura – Daniel Winnik, Ligia Zilbersztejn, Tabata Sung e Anselmo Turazzi
Assessoria Jurídica: Olivieri Advogados (pro bono) / NBPF Advogados
Assessoria de imprensa – Pombo Correio
Arte gráfica – Celso Longo e Daniel Trench
Fotógrafa – Jennifer Glass
Assistentes de produção – Diogo Pasquim, Theo Moraes e Davi Puga
Produtor executivo – Arlindo Hartz
Direção de produção – Luís Henrique Luque Daltrozo
SERVIÇO
Serviço
Quando: Terça a sábado, 20h30. Domingo: 18h30. Até 21/7
Onde: Sesc Pompeia – ginásio primavera Rua Clélia, 93 – Água Branca – São Paulo
Quanto: R$ 12 até R$ 40.
Telefone: 3871-7700
Classificação: 12 anos
Duração: 150 minutos

AS cangaceiras

As Cangaceiras,Guerreiras do Sertão

Newton Moreno conta que um grupo de mulheres se rebelam contra mecanismos de opressão que encontravam dentro do próprio Cangaço. As Cangaceiras, Guerreiras do Sertão é uma fábula inspirada nas mulheres que seguiam os bandos nordestinos. O musical busca refletir sobre as forças do feminino nesse espaço de libertação e sobre a ideia de cidadania e heroísmo.
Ficha técnica
Elenco: Amanda Acosta, Marco França, Vera Zimmermann, Carol Badra, Luciana Lyra, Rebeca Jamir, Jessé Scarpellini, Marcelo Boffat, Milton Filho, Pedro Arrais, Carol Costa, Badu Morais, Eduardo Leão e mais 5 músicos
Dramaturgia: Newton Moreno
Direção: Sergio Módena
Produção: Rodrigo Velloni
Direção Musical: Fernanda Maia
Canções Originais de Fernanda Maia e Newton Moreno
Coreografia: Erica Rodrigues
Figurino: Fabio Namatame
Cenário: Marcio Medina
Iluminação: Domingos Quintiliano
Assistente de Dramaturgia: Almir Martines
Diretora Assistente: Lorena Morais
Designer Gráfico: Ricardo Cammarota
Fotografia: Priscila Prade
Produção Executiva: Swan Prado e Luana Fioli
Assistente de Produção: Adriana Souza e Bruno Gonçalves
Administração Financeira: Vanessa Velloni
Realização: Velloni
Produções Artísticas e Sesi-SP.

Serviço
Quando: Quinta a sábado, 20h. Domingo: 19h. Até 04/8
Onde: Centro Cultural Fiesp – teatro Sesi São Paulo (Avenida Paulista, 1313 – Bela Vista – São Paulo
Quanto: Grátis.
Telefone: 3322-0050
Capacidade 456

terrenal leekyung kim

Terrenal

Uma das histórias mais famosas de todos os tempos: o conflito bíblico entre os irmãos Caim e Abel. Esse mito é vertido para um paraíso às avessas. Em um loteamento, Caim (Dagoberto Feliz) produz pimentões e vive apegado à terra e ao acúmulo de bens, enquanto Abel (Sergio Siviero) trabalha apenas aos domingos, o “dia santo”, vendendo iscas aos pescadores da região. Sem se entenderem, os irmãos não conseguem decidir sobre o que fazer com o terreno, até que Tata (Celso Frateschi), o pai que os abandonou ainda crianças, reaparece justamente na data que marca 20 anos de seu desaparecimento. A montagem levanta questões contemporâneas sobre justiça, divisão de riquezas e aceitação de visões de mundo distintas. Com recursos circenses e trilha sonora ao vivo, executada por Demian Pinto, o episódio do livro do Gênesis narra o fratricídio considerado o primeiro assassinato do mundo.

Texto: Mauricio Kartun
Direção de Marco Antonio Rodrigues
Duração 90 minutos.
Classificação é 16 anos.
Serviço
Quando: Quinta 21h. Até Até 25/07

Onde: Teatro Raul Cortez (Rua Doutor Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – São Paulo)
Quanto: R$ 50 e R$ 25.
Telefone: 3254-1631
Capacidade :513 assentos

Janaína Leite e Amália Fontes Leite

Stabat Mater

A maternidade e a imagens construídas da Virgem Maria são um pretexto para um mergulho profundo, desafiador, inquietante e original da artista Janaina Leite. Na companhia da sua mãe em cena, Janaina verticaliza sua investigação sobre o real no teatro, investe na categoria do obsceno e explode pornografia… Com um pedido de desculpas do apagamento da mãe no solo anterior, Conversas Com Meu Pai, Stabat Mater é daqueles raros espetáculos em criatividade, rigor de pesquisa, ousadia, coragem, autoria, comungam na mesma cena para dizer porque o teatro é uma arte tão potente. Mas tudo o que se disser sobre essa encenação será pouco. Aviso aos puritanos: a peça contém cenas de nudez e sexo.
Ficha técnica
Concepção, direção, dramaturgia: Janaina Leite
Performance: Janaina Leite, Amália Fontes Leite e Priapo
Dramaturgismo e assistência de direção: Lara Duarte e Ramilla Souza
Direção de arte, cenário e figurino: Melina Schleder.
SERVIÇO
Quando: Sexta e sábado 21h domingo 20h. Sessão extra: quinta-feira 18/07. Até Até 21/07
Onde: CCSP – espaço cênico Ademar Guerra (Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade – São Paulo)
Quanto: R$ 20 e R$ 10.
Telefone: 3397-4002
Capacidade 100 assentos
Indicação: 18 anos

Nilcéia Vicente, Roberta Estrela D’Alva. Foto: Sérgio Silva

Terror e Miséria no Terceiro Milênio

Nove atores e dois DJs ensaiam. Sentados em dois bancos, refletem e criam. O disparador é o texto Terror e Miséria no Terceiro Reich, de Bertolt Brecht; e a matéria bruta, a realidade brasileira. Desses dois tempos de barbárie – ascensão do fascismo no mundo, os artistas improvisam recortes e samples com os embates de visões de mundo. Para erguer a peça Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias foi realizado o encontro entre integrante do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e artistas parceiros. A diretora Claudia Schapira diz que a os choques desses tempos e o conflito da diversidade foram levados para dentro da cena. E aí o grupo evidencia que essas segregações também são construções perversas do capitalismo e seus mecanismos de privilégios. A montagem acompanha a estrutura episódica do texto original e arquitetada uma dramaturgia fragmentada, entremeada de comentários, em que os atores constroem e desconstroem imagens e narrativas, que se desmantelam diariamente. Mas lançam utopias para o futuro.
Ficha técnica
Direção: Claudia Schapira
Atores mcs: Fernanda D’Umbra, Georgette Fadel, Jairo Pereira, Luaa Gabanini, Lucienne Guedes, Nilcéia Vicente, Roberta Estrela D’Alva, Sérgio Siviero e Vinícius Meloni.
Atores DJs: Dani Nega e Eugênio Lima
Inserções de poemas: Jairo pereira e Roberta Estrela D’Alva
Direção Musical: Eugênio Lima, Roberta Estrela D’Alva e Dani Nega
Direção de Movimento e Coreografias: Luaa Gabanini
Assistência de Direção: Maria Eugenia Portolano
Vídeo-intervenção: Bianca Turner
Cenário: Bianca Turner e Claudia Schapira
Figurino: Claudia Schapira
Figurinista assistente: Isabela Lourenço
Kempô e Treinamento de Luta: Ciro Godói
Danças Urbanas: Flip Couto
Preparação Vocal: Andrea Drigo
Técnicas de spoken word: Roberta Estrela D’Alva
Iluminação: Carol Autran
Engenharia de Som: Eugênio Lima e Viviane Barbosa
Costureira: Cleusa Amaro da Silva Barbosa
Cenotécnico: Wanderley Wagner da Silva
Design gráfico: Murilo Thaveira
Estagiárias: Isa Coser, Junaída Mendes, Maitê Arouca
Direção de Produção: Mariza Dantas
Produção Executiva: Victória Martinez, Jessica Rodrigues
e Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
Serviço
Quando: Sexta e sábado 21h, domingo 18h. Até Até 28/07
Onde: Sesc Bom Retiro Alameda Nothmann, 185 – Campos Elíseos – São Paulo
Quanto: R$ 6 a R$ 20.
Telefone: 3332-3600
Capacidade 250 assentos
Capacidade: 250 lugares.
Duração: 90 minutos.
Recomendação: 14 anos

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