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Cartografia cênicas:
o teatro desses dias de setembro no Recife

-Gregório Duvivier em O céu da língua. Foto Priscila Prade / Divulgação 

Numa cidade como o Recife, que transborda manifestações culturais diariamente, nossa curadoria teatral seleciona espetáculos que merecem atenção de público implicado, apaixonado. O teatro, como linguagem que nos interessa prioritariamente, divide espaço com propostas cênicas híbridas e performances que expandem fronteiras artísticas, compondo um mosaico que vai do experimental franco-pernambucano às grandes produções nacionais que escolhem Recife como praça. Nessas sugestões também incluímos a estreia da Flup.PE (Festa Literária das Periferias) e dois shows musicais autorais – Ivyson e Pedra Letícia – que dialogam com nossos interesses.

Nosso recorte aponta a oferta de montagens na cidade que problematizam questões contemporâneas através de linguagens cênicas variadas, biografias artísticas que se transformam em dramaturgia e propostas que interrogam o próprio fazer teatral. São nossas apostas temporárias entre locais e circulação nacional, destacamos trabalhos que dialogam com urgências do presente e que buscam alguma complexidade formal.

Banquete de Amor e Falta, da (Acupe Grupo de Dança, integra programação do CumpliCidades

Operando como laboratório de questões identitárias contemporâneas, o festival Cena CumpliCidades reúne três coreografias internacionais que funcionam como tríptico sobre pertencimento cultural. Com 30 minutos de duração, Chenn com Yoghan “Hope” Tacita e Francis “Madak” Saint-Albin, articula hip-hop, break e krump como arqueologia do trauma colonial, enquanto Frida Kahlo – A Coluna Quebrada, solo de Jussandra Sobreira, investiga em 10 minutos a transcendência artística através da dor física. Completando o trio, Mes Horizons. com Shaona Legrande, propõe reflexão intimista de 15 minutos sobre identidade cultural – produção Touka Danses CDCN Guiana Francesa que dialoga diretamente com processos de descolonização cênica.

Dentro da programação local do CumpliCidades, a performance Se Eu Fosse Malcolm não se constitui como biografia, mas como diálogo crítico com o legado de Malcolm X através de teatro épico narrativo que amalgama música identitária e abordagem decolonial. I

nspirado em estudos lacanianos sobre topologia amorosa, Banquete de Amor e Falta (Acupe Grupo de Dança) traduz pesquisas do Sistema Laban em movimentação cênica que explora figuras topológicas na perspectiva do amor, mergulhando na poesia como alicerce para linguagem corporal.

A partir do romance de Rachel de Queiroz, Mouras utiliza o universo de Maria Moura como pretexto para investigação coreográfica sobre resistência feminina nordestina, transformando o palco em território vivo de luta e memória. A investigação sobre identidade prossegue em Se eu fosse eu, onde Luna Padilha convida o público a refletir sobre autopercepção através da dança, explorando a tensão entre o “eu real” e o “eu persona” num encontro com os múltiplos EUS que habitam cada corpo.

Contando Histórias é apresentado pela ONG INTEGRARTE, que favorece o desenvolvimento de pessoas com déficit de inteligência através da arte. O espetáculo nasceu do contexto da pandemia, criando trama onde artistas isolados em suas casas encontram, nos sonhos, a possibilidade de se reunir novamente. Entre abraços e reencontros imaginados, cada um compartilha sua vivência durante a Covid-19, transformando saudade, dor e resistência em poesia cênica com leveza, emoção e sensibilidade que reafirma o poder da arte como memória, encontro e cura coletiva.

Balancê Antropofágico propõe inversão simbólica onde ancestralidade nordestina “devora” modernidade europeia – projeto de YLA (19 anos de vivência francesa) com guitarrista Jeff Manuel que opera como manifesto sonoro anticolonial.

Ocupação Espaço O Poste aposta na arte continuada e formação. Na foto Helô em Busca do Baobá Sagrado

Fomentado pelo Programa FUNARTE de Apoio A Ações Continuadas 2023, a Ocupação Espaço O Poste desenvolve programação que democratiza acesso às artes cênicas através de propostas experimentais e pedagógicas. Helô em Busca do Baobá Sagrado exemplifica essa abordagem ao apresentar ensaio aberto que convida crianças e responsáveis a contribuir com olhares sobre obra em processo, transformando a menina Helô numa heroína que parte em missão para encontrar o Fruto Sagrado do Baobá e curar seu povo da tristeza ocasionada pelo racismo.

A proposta de Agrinez Melo reúne personagens encantados como Pé de Jaca, Dr. Sapão, Anahí, Corujita e Comadre Fulorzinha numa aventura que confronta Seu Quadrado e sua visão cinza do mundo, operando simultaneamente como arte e ferramenta de transformação social. O projeto Ocupação exemplifica políticas de fomento continuado que garantem pesquisa, experimentação e formação em espaços artísticos independentes, consolidando circuitos alternativos de produção na cidade.

Enquanto você voava, eu criava raízes, da Cia. Dos à Deux. Foto: Divulgação

Precedido de 60 mil espectadores e críticas que destacam sofisticação dramatúrgica, O Céu da Língua chega com Gregório Duvivier – formado em Letras, autor de três livros de poesia – utilizando stand-up como dispositivo para reflexão metalinguística sobre língua portuguesa. Sob direção de Luciana Paes (Cia. Hiato), o espetáculo opera entre comédia e ensaio, propondo “escuta afetuosa” da linguagem cotidiana.

Representando 25 anos de pesquisa franco-brasileira, Enquanto você voava, eu criava raízes (Cia. Dos à Deux) consolida linguagem de André Curti e Artur Luanda Ribeiro que prescinde da palavra para investigar corporalidades em trânsito. Premiado por APTR e Shell, o trabalho exemplifica teatro físico contemporâneo que dialoga com tradições europeias sem perder especificidade brasileira.

Memória e Biografia como Dramaturgia

Mel Lisboa como Rita Lee

Através da figura de Renato Prietto – ator consagrado da dramaturgia kardecista nacional – Chico Xavier em pessoa propõe “sabatina” com o médium que psicografou mais de 400 livros. Dirigido por Rogério Faria Jr., o formato transmídia questiona fronteiras entre encenação e documento, transformando figura histórica em personagem teatral através de dramaturgia de Rodrigo Fonseca.

Marcando retorno de Mel Lisboa ao papel que a consagrou, Rita Lee Autobiografia Musical desta vez se baseia na autobiografia da cantora (bestseller com 200 mil exemplares). Sob direção de Márcio Macena e Débora Dubois, a montagem transforma confissão editorial em partitura cênica, explorando “honestidade escancarada” como material dramatúrgico.

Produções Pernambucanas em Destaque

Aurora entre vias e vida. Foto Max Levay

Inaugurando dramaturgia autoral do Centro de Artes Grupo Vida (45 anos, Rita Vieira), Aurora entre Vias e Vidas transforma toponímia recifense – Rua do Sol, Rua da Aurora – em alegoria urbana. Com direção cênica de Analice Croccia, o espetáculo reúne 60 bailarinos em proposição multigeracional que inclui intervenção de arte urbana (Teo Armando) e trilha com artistas pernambucanos, celebrando a cidade através de dança multimídia que combina jazz, sapateado, contemporâneo e danças urbanas.

Idealizado por Babi Johari em coautoria com Caio Pinheiro, Híbridos – Enlaces explora ancestralidade das conexões através de dança fusionada de base oriental árabe. A proposta gratuita no Teatro Arraial transborda inquietações através de impressões próprias sobre liberdade, movimento e som, caracterizando-se por elementos diferentes que compõem este gênero de dança híbrida.

Vencedor de Melhor Espetáculo no festival Janeiro de Grandes Espetáculos 2023, Pedras, Flor e Espinho – O Musical mergulha na cultura nordestina através da história de uma família sertaneja em fuga após emboscada que muda seus destinos. A produção traz emoção, poesia e trilha sonora autoral, transformando jornada árida em narrativa sobre violência e esperança do sertão.

As avós, com Olga Ferrario

Investigando ancestralidade feminina através de experimentação que conecta teatro e cinema, As Avós (Olga Ferrario) propõe “espiral em movimento” como metáfora para transmissão matrilinear de saberes. A montagem dialoga com tendências contemporâneas de autobiografia familiar como material cênico, convocando sentimentos, sensações e aprendizados sobre ciclos, nascimentos e mortes.

Teatro Imersivo e Novas Tecnologias
Representando adaptação brasileira de formato internacional, The Jury Experience (direção Talita Lima) transforma espectadores em jurados de caso criminal fictício. A proposta utiliza códigos QR e interatividade digital para questionar limites entre ficção e realidade, colocando decisões éticas nas mãos do público através de dramaturgia participativa de 75 minutos.

Sharlene Esse, primeira dama trans do Teatro Pernambucano participa de O Shá da Meia Noite

Destacando-se pela participação de Sharlene Esse, primeira dama trans do Teatro Pernambucano, O Shá da Meia Noite apresenta comédia vaudeville que problematiza disputas por estrelato. A presença de Sharlene representa avanço na representatividade trans nos palcos locais, consolidando carreira de mais de 40 anos que a transformou em referência LGBTQIA+ na cena pernambucana em trama de intrigas artísticas entre cantora veterana e coristas invejosos.

Música Autoral e Celebrações
Expandindo seu discurso amoroso em “Afinco“, seu novo disco, o cantor e compositor pernambucano Ivyson traz lirismo e sensibilidade raros no panorama nacional. Reconhecido pelo hit Girassol e pelo álbum O Outro Lado do Rio, o artista mistura raízes regionais com sonoridades contemporâneas numa proposta que vai do maracatu ao indie rock com letras profundamente sentimentais.

Comemorando 20 anos de trajetória no rock cômico brasileiro, Pedra Letícia chega sob comando de Fabiano Cambota para celebrar uma jornada que levou a banda goiana de bares regionais para programas de TV de grande audiência. A turnê comemorativa promete viagem pela trajetória do grupo, relembrando sucessos que incluem participação no Programa do Porchat como banda oficial e o viral Como que Ocê Pôde Abandoná Eu?.

Flup.PE, Literatura Periférica em Movimento

Estreando em Pernambuco com curadoria de Jaqueline Fraga (finalista Jabuti 2020) e coordenação de Tarciana Portella, a Festa Literária das Periferias reúne Itamar Vieira Junior, Marilene Felinto, Jesse de Souza, Carla Akotirene e muitas personalidades da literatura, das artes em geral e dos movimentos sociais, em homenagem a Solano Trindade. O evento opera como plataforma de democratização literária, expandindo circuitos tradicionais através de programação gratuita no Compaz Eduardo Campos.

 

PROGRAMAÇÃO SELECIONADA

📅 10-14 DE SETEMBRO

FLUP – Festa Literária das Periferias
📍 Compaz Governador Eduardo Campos, Alto de Santa Terezinha
🕐 Horários variados durante os 5 dias
🎫 GRATUITO | ♿ Com tradução em libras
Democratização literária através de saberes periféricos
📲 @flup.pe2025 | vempraflup.com.br/flup-pernambuco

📅 10 DE SETEMBRO 

Se Eu Fosse Malcolm
📍 Teatro Apolo | 🕐 19h
🎫 GRATUITO | 🎭 14 anos | ⏱️ 60min
Diálogo crítico com legado de Malcolm X via performance épica

Pedras, Flor e Espinho – O Musical
📍 Teatro Barreto Júnior | 🕐 19h30
🎫 R$ 40 ∣R$ 20  | 🎭 14 anos | ⏱️ 2h
Drama sertanejo premiado sobre família em fuga através do Nordeste

📅 10-21 DE SETEMBRO

Enquanto você voava, eu criava raízes – Cia. Dos à Deux (Temporada de 2 semanas)
📍 CAIXA Cultural Recife | 🕐 20h
🎫 R30(inteira)∣R 15 (meia) | 🎭 18 anos | ⏱️ 55min
25 anos de pesquisa franco-brasileira em teatro físico

📅 11 DE SETEMBRO 

Mouras
📍 Teatro Apolo | 🕐 18h
🎫 R20(inteira)∣R 10 (meia)
Resistência feminina sertaneja inspirada em Rachel de Queiroz

Chico Xavier em pessoa – Renato Prietto
📍 Teatro de Santa Isabel | 🕐 20h
🎫 R80(inteira)∣R 40 (meia/social)
Sabatina transmídia com médium que psicografou 400 livros

Três Coreografias Internacionais (Chenn/Frida Kahlo/Mes Horizons)
📍 Teatro Hermilo Borba Filho | 🕐 20h
🎫 GRATUITO | ⏱️ 55min total
Tríptico franco-guianense sobre trauma colonial e pertencimento

📅 12 DE SETEMBRO 

Se eu fosse eu – Luna Padilha
📍 Teatro Apolo | 🕐 19h
🎫 R$ 20 | 🎭 14 anos
Investigação coreográfica sobre múltiplos EUS que habitam cada corpo

O Céu da Língua – Gregório Duvivier
📍 Teatro do Parque | 🕐 20h
🎫 Plateia: R140(inteira)∣R 70 (meia) | Camarote: R120(inteira)∣R 60 (meia) | 🎭 12 anos | ⏱️ 85min
Metalinguagem cômica sobre língua portuguesa por poeta-comediante

Pedra Letícia – 20 Anos
📍 Teatro Luiz Mendonça | 🕐 21h
🎫 A partir de R$ 70
Duas décadas do rock cômico que conquistou o Brasil

📅 13 DE SETEMBRO 

Helô em Busca do Baobá Sagrado (Ensaio aberto – Ocupação Poste)
📍 Local a confirmar | 🕐 16h
🎫 GRATUITO (Sympla – sujeito à lotação)
Ensaio aberto infantil sobre aventura antirracista

O Céu da Língua – Gregório Duvivier (Sessão extra)
📍 Teatro do Parque | 🕐 17h
🎫 Plateia: R140(inteira)∣R 70 (meia) | ⏱️ 85min
Humor inteligente que transforma palavras em poesia

Contando Histórias – Grupo INTEGRARTE
📍 Teatro Apolo | 🕐 18h
🎫 R20(inteira)∣R 10 (meia) | 🎭 LIVRE
Teatro inclusivo sobre reencontros imaginados durante a pandemia

Banquete de Amor e Falta – Acupe Grupo de Dança
📍 Teatro Hermilo Borba Filho | 🕐 19h
🎫 R$ 20 | 🎭 16 anos
Figuras topológicas do amor em linguagem corporal poética

Aurora entre Vias e Vidas
📍 Teatro de Santa Isabel | 🕐 19h
🎫 A partir de R$ 60 | ⏱️ 1h30
Toponímia recifense transformada em alegoria urbana multigeracional

As Avós – Olga Ferrario
📍 Espaço Rede Moinho, Travessa Tiradentes, 148 | 🕐 19h
🎫 R$ 30 + taxa
Experimentação teatro-cinema sobre ancestralidade matrilinear

IVYSON
📍 Teatro Luiz Mendonça | 🕐 20h
🎫 R50aR 100
Lirismo pernambucano que conquistou o país com “Girassol”

📅 14 DE SETEMBRO 

Balancê Antropofágico – YLA e Jeff Manuel
Museu de Arte Sacra de Pernambuco, Olinda | 🕐 16h30
🎫 GRATUITO (50 vagas por ordem de chegada)
Manifesto sonoro anticolonial franco-pernambucano

Aurora entre Vias e Vidas
Teatro de Santa Isabel | 🕐 17h
🎫 A partir de R$ 60 | ⏱️ 1h30
Travessia sensível entre concreto e imaginário recifense

📅 18 DE SETEMBRO 

O Shá da Meia Noite
Teatro Fernando Santa Cruz | 🕐 19h30
🎫 GRATUITO (retirar pelo Sympla)
Vaudeville com Sharlene Esse, primeira dama trans do teatro pernambucano

Rita Lee Autobiografia Musical – Mel Lisboa
📍 Teatro Luiz Mendonça | 🕐 20h
🎫 A partir de R$ 110 + taxas
Bestseller editorial transformado em confissão cênica

📅 19 DE SETEMBRO 

Híbridos – Enlaces
📍 Teatro Arraial Ariano Suassuna, Rua da Aurora | 🕐 19h
🎫 GRATUITO
Dança fusionada que explora ancestralidade das conexões orientais

O Shá da Meia Noite
Teatro Fernando Santa Cruz | 🕐 19h30
🎫 GRATUITO (retirar pelo Sympla)
Vaudeville com Sharlene Esse, primeira dama trans do teatro pernambucano

Rita Lee Autobiografia Musical – Mel Lisboa
📍 Teatro Luiz Mendonça | 🕐 20h
🎫 A partir de R$ 110 + taxas
Bestseller editorial transformado em confissão cênica

📅 20 DE SETEMBRO 

Rita Lee Autobiografia Musical – Mel Lisboa
📍 Teatro Luiz Mendonça | 🕐 16h
🎫 A partir de R$ 110 + taxas
Bestseller editorial transformado em confissão cênica

Híbridos – Enlaces
📍 Teatro Arraial Ariano Suassuna, Rua da Aurora | 🕐 19h
🎫 GRATUITO
Dança fusionada que explora ancestralidade das conexões orientais

Rita Lee Autobiografia Musical – Mel Lisboa
📍 Teatro Luiz Mendonça | 🕐 20h
🎫 A partir de R$ 110 + taxas
Bestseller editorial transformado em confissão cênica

The Jury Experience: Um Julgamento Imersivo
📍 Teatro RioMar | 🕐 20h30
Com 20% OFF (válido 9-10/09) | 🎭 12 anos | ⏱️ 75min
Formato internacional que transforma espectadores em jurados

📅 21 DE SETEMBRO 

Rita Lee Autobiografia Musical – Mel Lisboa
📍 Teatro Luiz Mendonça | 🕐 18h
🎫 A partir de R$ 110 + taxas
Bestseller editorial transformado em confissão cênica

📅 26-27 DE SETEMBRO 

Híbridos – Enlaces
📍 Teatro Arraial Ariano Suassuna, Rua da Aurora | 🕐 19h
🎫 GRATUITO
Dança fusionada que explora ancestralidade das conexões orientais

📅 02 DE NOVEMBRO 

The Jury Experience: Um Julgamento Imersivo
📍 Teatro RioMar | 🕐 20h30
🎭 12 anos | ⏱️ 75min
Formato internacional que transforma espectadores em jurados

 

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CENA EXPANDIDA em Pernambuco
Iluminando os festivais de artes cênicas

Dançando Villa, da Curitiba Cia de Dança participou do Cena Cumplicidades. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

Stabat Mater, um dos destaques da programação do FETEAG. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

Leitura dramatizada do texto Planeta Tudo, (planeet Alles), no RESIDE FIT-PE. Em cena Iara Campos, Romualdo Freitas, Edjalma Freitas e Naruna Freitas e o viodeomaker Gabriel de Godoy, Foto: Pedro Portugal / Divulgação

Cordel Estradeiro, Uma Viagem Impressionante ao Sertão, da Escola Municipal Maria De Lourdes Dubeux Dourado do Recife, em apresentação no FETED. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

ITAÊOTÁ, do Grupo Totem na programação do Transborda. Foto: Divulgação

Cinco festivais de artes cênicas de Pernambuco participaram de uma experiência inédita e promissora no estado chamada CENA EXPANDIDA. O Cena Cumplicidades – Festival Internacional de Artes da Cena, de Arnaldo Siqueira; o FETEAG – Festival de Teatro do Agreste, de Fábio Pascoal; o FETED  – Festival Estudantil de Teatro e Dança, de Pedro Portugal; o Transborda – As Linguagens da Cena, com curadoria de Ariele Mendes e equipe do Sesc-PE, e o RESIDE FIT-PE – Festival Internacional de Teatro de Pernambuco, de Paula de Renor, se juntaram numa ação conjunta no mês de setembro no intuito de produzir um bom impacto cultural nas cidades envolvidas (Recife e Caruaru)  e seus entornos, testar a força da união de seus realizadores e articular novas possibilidades de futuros a partir das atividades formativas e espetaculares propostas.  

A atriz, curadora e produtora Paula de Renor salienta que a CENA EXPANDIDA deste ano foi uma experiência, um teste, uma espécie de projeto-piloto, já provado em pequenas doses em 2018 e 2019. “Em 2022 fomos bem além! Unimos cinco festivais, ordenamos as programações, distribuindo-as nos teatros (o que acho foi o mais complicado, pelos poucos teatros que dispomos) e tentamos que programações dirigidas a um mesmo público não se chocassem em seus horários”. 

A CENA EXPANDIDA viabilizou uma aproximação e um diálogo mais ampliado entre os produtores dos festivais envolvidos, ressalta Ariele Mendes, do Transborda. O produtor, curador e professor Arnaldo Siqueira considera que foi um passo bem importante, “oxalá tenha continuidade e ampliação do apoio dos poderes públicos”. Fábio Pascoal, produtor e curador do FETEAG,  lembra que projetos como esse são importantes para o fortalecimento da rede produtiva e para ampliar público e o acesso.

“Essa prática tem sido uma constante com o FETEAG”, situa Pascoal, pois assegura que seu festival busca a cada edição construir novas parcerias e fortalecer as existentes. “Em 2013 fizemos uma edição partilhada com o TREMA!, em 2014 com a Mostra Capiba/SESC Casa Amarela e em 2017 com o TEMPO Festival/RJ, FIAC/BA e com a Bienal de Dança do Ceará. Acreditamos em parcerias”.

Ariele reforça o papel desse entrecruzamento. “Nesta rede que se estabeleceu, conseguimos vivenciar uma integração de maneira muito mais efetiva, o que possibilitou, por exemplo, a busca por soluções para imprevistos (eles sempre acontecem) que, normalmente, acarretariam um desgaste muito grande para a equipe de cada festival específico, mas que neste movimento, foi possível compartilhar e buscar apoio junto às lideranças de cada projeto, facilitando os processos”.

Já o Arnaldo Siqueira entende que a relação profissional e solidária dos/entre produtores foi incrível na CENA EXPANDIDA. “Apenas a título de exemplo, o próprio Cena Cumplicidades abriu mão de pautas/dias e horários para oportunizar que colegas de outros festivais pudessem pautar certos trabalhos”. Mas salienta que “de outra parte, o Cena Cumplicidades foi beneficiado com a força comunitária da articulação junto aos teatros e à FCCR (Fundação de Cultura Cidade do Recife).

Outro exemplo de cooperação citado por Siqueira foi a disponibilidade de Pedro Portugal, produtor do FETED e fotógrafo, que substituiu de pronto uma fotógrafa do Cumplicidades, que adoeceu de repente. “Tal comportamento demonstra o nível de entrosamento e colaboração, algo que põe por terra o mito do caranguejo na lata que puxa para baixo o que está subindo”, situa Arnaldo.

Pedro Portugal, mencionado por Siqueira, considera que a CENA EXPANDIDA trouxe benefício para o seu festival estudantil. “Por ser um festival mais ligado às escolas, uma coisa amadora, não é menor (*faz questão de frisar!), mas posso até dizer mais caseira, possibilitou mais visibilidade. Então nós ganhamos uma dimensão maior. Quanto mais estivermos juntos melhor”.

Paula de Renor. Foto Pedro Portugal

Paula de Renor, do RESIDE FIT-PE – Festival Internacional de Teatro de Pernambuco. Foto Pedro Portugal

Arnaldo Siqueira. Foto: Christina Rufatto

Arnaldo Siqueira, do Cena Cumplicidades – Festival Internacional de Artes da Cena Foto: Christina Rufatto

Fábio Pascoal, do FETEAG – Festival de Teatro do Agreste. Foto: Reprodução do Facebook

Pedro Portugal, do FETED  – Festival Estudantil de Teatro e Dança. Foto: Divulgação

Breno Fittipaldi, curador e produtor do Transborda Casa Amarela; Luiza Cordeiro, diretora-presidente do Centro Social Dom João Costa e Ariele Mendes, curadora e analista de artes cênicas do Sesc Pernambuco. Foto: Divulgação

Essa edição da CENA EXPANDIDA é só uma parte do que foi idealizado, conta Paula de Renor. “Essa ação de colaboração é mais ampliada, com a participação de mais festivais e uma divulgação potente e eficaz, com grupos de mediação em comunidades, nos teatros, mapeando públicos diversos e oferecendo um cardápio grande de atrações durante um mês em teatros e na rua”, arquiteta.

Mas como todos nós sabemos, as verbas são fundamentais para o bom andamento dos projetos. “Infelizmente sem dinheiro é muito difícil fazer qualquer festival, por menor que seja”, frisa Pedro Portugal. “Também tivemos muito pouco tempo para fazer uma coisa maior, uma cena expandida maior, com mais abrangência e divulgação”, diz ele. 

Paula de Renor fornece outros dados: “Trabalhamos dividindo recursos para pagamento de despesas de divulgação e algumas vezes potencializando ações com o compartilhamento de atrações, sem tirar a autonomia de cada festival”.

Ao ser perguntado o que pode ser melhorado na CENA EXPANDIDA, Arnaldo Siqueira foi bem suscinto: “Proatividade na relação com os entes públicos. E seletividade”. Paula de Renor reconhece que precisava de mais divulgação. A falta de patrocínio dificultou o que foi idealizado. “Conseguimos apoio da Prefeitura do Recife via Secult e FCCR, o que foi decisivo para darmos o ponta pé inicial e apresentar ao público nosso intensão, mas não chega perto dos valores de patrocínio que precisamos para que tenhamos investimento em uma coordenação de produção geral do projeto e divulgação em mídias espontâneas e pagas”, posiciona.

Fábio Pascoal diz que é necessário fazer uma “avaliação precisa do papel de cada festival dentro da rede, respeitando suas individualidades e programações”. Outro ponto que ele visualiza para as próximas edições é o compromisso das instituições parceiras, “que acreditam no potencial da iniciativa e possam apoiar financeiramente a proposta, tendo em vista que é uma iniciativa de produtores independentes, que deve ser reconhecida como tal”. Paula de Renor acrescenta: “Não buscamos captar verbas para cada festival que participe da CENA, esse não é nosso objetivo. Para isso cada festival luta individualmente na procura de recursos para sua realização. E justamente pela falta de verbas de patrocínio vários festivais deixaram de acontecer este ano”.

A experiência suscita diversas reflexões e inquietações que miram o futuro, na opinião de Ariele Mendes. “Entendo a CENA EXPANDIDA como um movimento, e desta forma, não a vejo iniciando ou se encerrando no mês de setembro. Ela precisa permanecer por todo ano, de maneira contínua e articulada, em diálogo com a classe, com as instituições, coletivizando junto a outros produtores, se colocando em atuação nas diversas esferas… A realização dos festivais é o momento de festa, da celebração… Mas para que eles possam acontecer, é necessário uma série de processos e conquistas, que só é possível quando se ocupa certos espaços nos debates contínuos da cultura, construindo pontes estruturadas, no dia a dia…” Ariele entende que “todos os produtores envolvidos já são muito atuantes nestes diálogos. Juntos, conseguiremos ainda mais força”.

“O que propomos”, evidencia Paula de Renor, “é que a CENA EXPANDIDA seja entendida como uma ação que, potencializada, pode entrar no calendário da cidade, movimentando o turismo cultural, atraindo público das cidades vizinhas”. Ela cita como exemplo a cidade de Edimburgo na Escócia. “Durante um mês, Edimburgo envolve uma quantidade enorme de festivais que acontecem simultaneamente e sua população de 500 mil habitantes chega a 1 milhão nesse período. A cidade vive deste turismo cultural. Essa é uma construção de muitos anos, mas se a gente não acreditar e não começar agora, nunca saberemos se em Recife poderá dar certo.
Estamos provocando e motivando Prefeitura e Governo do Estado para que percebam o que estamos oferecendo à cidade!”, alerta.

Se liga Recife!!!  Parodiando Carlos Pena Filho, é do sonho de mulheres como Paula de Renor que uma cidade se inventa.

Poeta Preto, da Trupe Veja Bem Meu Bem no FETEAG. Foto: Pedro Portugal Divulgação

Um Mero Deleite, da Nalini Cia de Dança (Go) , integrou a programação do Cumplicidades. Foto: Ivana Moura

Arnaldo Siqueira – Entrevista

Arnaldo Siqueira. Reprodução de tela do Youtube

Encaminhei perguntas para os representes dos cinco festivais no início da programação. Ariele Mendes respondeu pelo Transborda; Fábio Pascoal pelo seu FETEAG, Pedro Portugal pelo seu FETED, Paula de Renor deu um truque e Arnaldo Siqueira respondeu, agora já como balanço. 

Os números do Cena Cumplicidades chegaram a 23 trabalhos artísticos, em 40 apresentações de 3 Países (Portugal/Moçambique/Brasil), 6 estados da federação (PE/ RN /PB/ GO/ PR/ RJ), sendo de Pernambuco obras de Recife e Jaboatão dos Guararapes. Além disso o Cumplicidades teve como atividades complementares 5 workshops, uma residência artística de videodança (on line e presencial) e uma mostra de videodança. “Certamente não teria sido assim sem a articulação da CENA EXPANDIDA”, destaca.

Arnaldo, o Cumplicidades já levou espetáculos incríveis para os palcos de Pernambuco,
montagens internacionais ousadas, que contribuíram para a ampliação do olhar sobre a cena contemporânea. Pergunta: o que te motiva, o que te move a tocar o Cumplicidades? O que você busca com isso?
O que me motiva é fomentar as artes da cena, sobretudo a dança que, sendo uma arte da juventude, como tal, necessita de doses regulares de informações artísticas. Num mundo de acessos fáceis e reprodutibilidade, onde a cópia deu lugar à reprodução do original, sendo ela
mesma um (outro) original. Acredito que as artes do corpo, e a dança em especial, é a joia rara que só se capta na presencialidade (por isso joia, e também rara). Não há meio termo possível (a tela não dá conta disso), é preciso que súbito se tenha a impressão de ver e sentir algo que só naquele momento de presencialidade foi possível. E que um rosto adquira de vez em quando uma expressão só encontrável no orgasmo. É preciso que tudo isso que está na cena seja sem ser, mas que desabroche no olhar do espectador. E se plasme no encontro com o inesperado.

Qual a posição do seu festival no mapa da cidade (e do país) no que se refere à formação de público, a balançar as estruturas, a honrar a tradição nas artes cênicas ou traçar pontes com o contemporâneo?
O festival enfoca as artes da cena com atenção à singularidade da dança, do corpo e da performance. Desde 2008 o festival cultiva a experimentação de linguagem, a formação de plateias no Recife (que já foi um dos centros das artes cênicas), mas também se dedica ao
fomento de novos talentos na cidade, e à cooperação dos artistas locais e regionais com estrangeiros, dando ênfase ao intercâmbio com a produção ibero-americana. Enfim, busca a atualização estética tanto do público quanto dos artistas de cena, principalmente os da dança.

Como você interpreta as políticas públicas para as artes da cena do Recife e de Pernambuco? O que é prioritário e urgente?
Indiferente e sem compreensão NENHUMA do papel dos festivais.

Fale brevemente do cardápio dessa edição, os trabalhos. E como foi viabilizada a produção?
A edição de 2022 enfocou à produção artística considerada de superação e enfrentamento tanto dos impactos da pandemia do Covid 19, como das agruras do atual cenário de descaso e precariedade do país no âmbito da cultura. O Festival deu visibilidade a uma produção local que investiu em criação artística presencial, oportunizou a contratação de coreógrafos, técnicos e bailarinos locais, e, assim, contribuiu com a cadeia produtiva da dança do Recife. No âmbito internacional (e seguindo o mesmo raciocínio de consideração de investimento na produção local) o Festival programou os trabalhos desenvolvidos na Região NE (PB e PE) por artistas estrangeiros com artistas brasileiros (Oráculo do Corpo e Orivayá – o vento pediu para a folha dançar), ou trabalhos desenvolvidos fora do país por artistas nordestinos (Pin Dor Ama primeira lição e Santa Barba, ambos de Portugal, são alguns exemplos).
A formação da equipe atendeu aos mesmos requisitos de quem, a despeito das necessidades, manteve-se na produção cultural, resistindo. Diferentemente de anos melhores, nas últimas edições venho, eu mesmo, fazendo a produção executiva. “Bato o escanteio e corro para
cabecear para o gol”.

A praxe dos festivais em Pernambuco é tocar essas iniciativas “na raça”. Isso é motivo de orgulho ou preocupação? E como você vem realizando nos últimos anos?
É motivo de preocupação sobretudo para os festivais consolidados como o Cena
Cumplicidades. Nos últimos anos estamos realizando “na raça” como vc disse.

Neste ano, com previsão para os seguintes, o seu festival integra o CENA EXPANDIDA com mais quatro festivais. O que as artes da cena (e seu público) da cidade do Recife e de Pernambuco ganham com essa ação?
Uma pluralidade incrível de opções e a oportunidade de perceber a força das artes da cena da cidade.

Qual a pergunta que não quer calar?
Quando o poder público vai atentar para o valor de festivais consagrados? Tem resposta? Está no tempo…

 

Deslenhar, do Teatro Miçanga, se apresentou no Transborda

José Neto Barbosa, na leitura Os Titãs, de Paola Trazuk, com direção de Monina Bonelli, na programação do RESIDE FIT-PE. Foto: Pedro Portugal / Divulgação

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Cena Expandida na reta final

Um Mero Deleite, com a Nalini Cia de Dança, está no Cena CumpliCidades. Foto Daniel Calvet / Divulgação

Gabriela Holanda é atração do Feteag – Festival de Teatro do Agreste com Sopro D’Água. 

Leitura dramatizada do Festival Reside, com direção de Rodolfo García Vázquez

Com leituras de peças, lançamento de livros da dramaturgia holandesa, shows, espetáculos de teatro e dança, três dos festivais que integram o Cena Expandida finalizam a edição de 2022 nesta semana. São eles: CenaCumplicidades, Feteag – Festival de Teatro do Agreste e Reside Festival. Também integram o Cena Expandida, ação de articulação e colaboração entre os festivais, o Transborda -as linguagens da cena, do Sesc/PE e o Festival Estudantil de Teatro e Dança, todos eles realizados neste mês de setembro.

O Cena CumpliCidades, que privilegia a dança e a performance, oferece no seu quadro de programação Um Mero Deleite, da Nalini Cia de Dança, na quinta-feira (29/09) e na sexta-feira (30/09) no Teatro Hermilo Borba Filho, O espetáculo que resgata o Mito do Andrógino, do livro  O Banquete de Platão, para discutir a busca inquietante pelo amor conjugal.

O Mito do Andrógino fala de seres completos e quase perfeitos, que foram partidos ao meio pelos deuses e, se sentindo mutilados, vagam por toda a vida em busca da sua outra metade. O trabalho cutuca essa característica humana de buscar no outro uma completude. Um Mero Deleite pergunta em movimentos coreográficos se a solução para a inquietude humana é o amor romântico.

Na sexta-feira (30/09) tem uma obra inspirada em Heitor Villa-Lobos (1887-1959), o mais importante e reconhecido maestro brasileiro, chamado Dançando Villa, do Curitiba Cia de Dança, no Teatro de Santa Isabel. Villa-Lobos alargou o imaginário do Brasil para os brasileiros, valorizando a diversidade cultural, identitária e sonora. No espetáculo de dança contemporânea, as coreógrafos Nicole Vanoni e Rosa Antuña levam ao palco partituras que destacam um corpo coletivo desejoso, que comungam alegria e fé de suas origens, das expressões das danças brasileiras.

Ainda na sexta ((30/09), tem Santa Barba, com Paulo Emílio, de Portugal, no Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro. Culmina com uma festa, no próprio museu, o MUAFRO, com as participações de Santa Barba, Dinian Calazans e Samba no Canavial.

Desde março de 2017, que Santa Barba (Paulo Emílio) circula por cafés e espaços culturais do Porto e Coimbra, em Portugal, semeando seu universo poético performativo de canções e muitas memórias. Essa curadoria artística carrega uma mistura de alegria e dor, reminiscências da descoberta da sexualidade e a consciência de abusos sexuais e morais sofridos na infância e adolescência. Acompanhada por dois amigos, músico e DJ, a artista projeta as referências impregnadas na corpa, como Santa Paula Barbada, de Ávila, Espanha; Carmen Miranda; Clovis Bornay; Elke Maravilha; Ney Matogrosso; Dzi Croquetes; Frenéticas…, e suas vivências religiosas, amorosas, etc. etc. etc.

Ivam Cabral, tradutor; Esther Gerritsen, dramaturga e Rodolfo García Vázquez, tradutor e diretor da leitura

Os atores Romualdo Freitas, Iara Campos e Edjalma Freitas. Foto: Divulgação

Já o trunfo da 4ª edição do Reside Festival é o Projeto de Internacionalização de Dramaturgias, que ganha duas ações nesta quarta-feira (28/09) no Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h. A leitura dramatizada de Planeta Tudo, de Esther Gerritsen, com tradução de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez. E o lançamento da coleção de cinco textos de autores holandeses contemporâneos, traduzidos por artistas brasileiros e editados pela editora Cobogó.

A leitura, com o Coletivo Caverna, é resultado de uma residência artística com o diretor Rodolfo García Vázquez, da Cia Os Satyros, de São Paulo.

Planeta Tudo –  Alles (planeet Alles) é uma comédia absurda, crítica do comportamento  dos  humanos. A lupa de aumento sobre os procedimentos dos terráqueos ocorre quando três alienígenas, do Planeta Tudo, chegam à Terra para arranjar uma pecinha para um botão de volume deles. Como no território desses ETs tem de tudo, mas apenas uma unidade, quando quebra eles correm o universo para consertar. No caso, a Terra, que tem uma abundância de trecos diferentes.

A autora de Planeta Tudo –  Alles (planeet Alles), a holandesa Esther Gerritsen, além de dramaturga é romancista e roteirista. Em 2014 recebeu o prêmio Frans Kellendonk pelo conjunto de sua obra. Ela assina o roteiro do filme Instinct (Instinto), de 2019.

Semana passada, o Reside apresentou dois textos criados dentro do contexto do Bombón Gesell-Violência e Justiça na Ibero-América, outro projeto curatorial colaborativo internacional esse realizado em parceria com o Festival de Teatro Bombón, da Argentina. Foram lidos os textos O Aquário, de Janaína Leite e Colors Bars, de Giordano Castro, ambos com direção Juliana Piesco e elenco formado por alunos de Artes Cênicas da UFPE. Além de Os Titãs, da dramaturga argentina Paola Trazuk, com o ator potiguar José Neto Barbosa e direção de Monina Bonelli.

Idealizado por Márcia Dias, diretora e curadora do TEMPO_FESTIVAL, o Projeto de Internacionalização de Dramaturgias foi fortalecido com o envolvimento do Núcleo dos Festivais. O Núcleo produziu as duas primeiras edições, que traduziram as obras de autores espanhóis e franceses contemporâneos seguidas de encenação.

A diretora do Reside, Paula de Renor, insiste que seu festival oferece um contato estreito do público e dos artistas pernambucanos com expressões dramáticas contemporâneas. Com a residência do coletivo A Caverna com o diretor Rodolfo Garcia Vazquez e o workshop Arte e Comunidade com Monina Bonelli  e Sol Salinas, do Teatro Bombón, na Argentina, o Reside planta outras sementes e faz articulações para verticalizar sua vocação de difusão, formação e  reflexão da cena teatral.

A´s situações hídricas estão no centro da pesquisa de Gabriela Holanda. Foto Divulgação

Estudo N°1 Morte e Vida, do Grupo Magiluth. Foto: Vitor Pessoa / Divulgação

Rubi. Foto Victor Soldano / Divulgação

Em Caruaru, a preocupação com as mudanças climáticas ganha potência de arte. Sopro D’Água, com Gabriela Holanda (Olinda/PE) é exibido no Teatro Rui Limeira Rosal, nesta quarta-feira (28/09) às 20h. Essa peça reivindica a reconexão com o mundo aquático e pergunta:  qual o lugar da água numa sociedade à beira de um colapso ambiental? A dança de Gabi Holanda parte da tríade água-corpo-ambiente, e se sustenta na compreensão de que somos e viemos da água,

A questão da migração motivada por condições “melhores”, a  relação do ser com a a terra, com o trabalho, com a morte e com o poder político estão na base do espetáculo Estudo Nº1: Morte e Vida, do Grupo Magiluth, do Recife. As urgências alarmantes dos últimos tempos atravessam essa peça-palestra, que dialoga com João Cabral de Melo Neto, e segue tecendo sua própria linguagem teatral. Com posicionamento político, com alegrias estéticas.  “Olé, Olé, Olé, Olá, Severino, Severino”. Está na programação do Feteag desta quinta-feira (29/09), às 20h, no Teatro Rui Limeira Rosal em Caruaru

Nem toda pausa é espera, do cantor Rubi faz o show de despedida da Feteag deste ano, na sexta (30/09), às 20h, no  Teatro Rui Limeira Rosal, em Caruaru. Dono de voz afinadíssima e forte presença de palco, Rubi ganha relevo no cenário nacional por saber editar a vida, isso inclui a escolha de repertório, que revisita a tradição da música brasileira e adota compositores contemporâneos. Impressionou positivamente por sua força cênica e vocal quando participou de shows de Elza Soares, A Mulher do Fim do Mundo e Deus é mulher.

 

Reside Festival

Dia 28/09 

Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h
Leitura dramatizada do texto Planeta Tudo(planeet Alles), 
de Esther Gerritsen/Holanda,
com tradução de Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez – Satyros (Brasil-São Paulo).
Direção de Rodolfo García Vázquez com Coletivo Caverna/PE.
Elenco: Edjalma Freitas, Iara Campos, Mozart Oliveira e Naruna Freitas. 
Iluminação: João Guilherme de Paula, 
Vídeo: Gabriel de Godoy, 
Adereços: Romualdo  Freitas, 
Produção: Luiz  Manuel.
Transmissão da leitura ao vivo, pelo canal no YouTube do RESIDE, com a participação da dramaturga holandesa Esther Gerritsen, direto da Holanda, e com Ivam Cabral (um dos tradutores), que estará em Estocolmo.

Lançamento da Coleção Holandesa: após a leitura, haverá o lançamento da coleção de livros com cinco volumes, editada pela editora Cobogó:
– Ressaca de palavras, (Spraakwater) de Frank Siera, tradução: Cris Larin
– No canal à esquerda (Bij het kanaal naar links), de Alex van Warmerdam, tradução: Giovana Soar
– Planeta tudo (Alles – planeet Alles),  de Esther Gerritsen; tradução: Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez
– Eu não vou fazer Medeia (I won’t play Medea), de Magne van den Berg, tradução Jonathan Andrade
– A Nação – Uma peça em seis episódios ( The Nation), de Eric de Vroedt / Het Nationale Theater, tradução: Newton Moreno e Almir Martines

Cena CumpliCidades

29/09, quinta-feira, às 19h
30/09, sexta-feira, às 19h

UM MERO DELEITE
com Nalini Cia de Dança
Teatro Hermilo Borba Filho
55 minutos
Classificação: 10 anos
FICHA TÉCNICA
Direção Geral e Coreografia: Valeska Vaishnavi (Valeska Gonçalves)
Assistente de Direção e Produção: Gandha Leite
Intérpretes Criadores: Isabel Mamede, Inaê Silva, Roh Witcth, Gandha Leite, Gabriela Neri
Trilha Sonora Original: Erick Galdino
Desenho de Luz e Figurino: Gandha Leite e Valeska Vaishnavi
Produção Executiva: Marcilene Dornelas
Apoio: World Group Company e Centro Cultural UFG

 

30/09, sexta-feira, às 20h

Dançando Villa. Foto: Divulgação

DANÇANDO VILLA
Curitiba Cia de Dança

Teatro de Santa Isabel
50 minutos
Classificação: Livre
FICHA TÉCNICA
Direção Artística e Geral: Nicole Vanoni
Coreografia: Rosa Antuña
Produção: Flávia Sabino
Direção de Produção: Augusto Ribeiro
Assistente de Direção: Hamilton Felix
Iluminação: Fábia Regina
Integrantes da Companhia: Patrich Freire, Nicole Vanoni, Rubens, Jackson, Giulia Santos, Julia Melo, Davi Nascimento, Nathalia Tedeschi, Fábia Regina, Lucília Maria, Leonardo Kabitschke, Isabela Venâncio, Isaías Estevam, Hamilton Felix, Vanessa Santos, Tatiana Araújo

30/09, sexta-feira, 22h

Santa Barba. Foto: Dori Nigro

SANTA BARBA
Paulo Emílio (Portugal)
Museu de Artes Afro-Brasil Rolando Toro
90 minutos
FICHA TÉCNICA
Criação e performance: Paulo Pinto
Músico: Maurício Alfaya
Dj: Coby
Produção: Dori Nigro e Patrícia Alfaya

FESTA
Santa Barba / Dinian Calazans / Samba no Canavial
Local: MUAFRO

Feteag – Festival de Teatro do Agreste 

28/09, quarta-feira, 20h

Gabriela Holanda. Foto: Divulgação

Sopro D’Água
Gabriela Holanda( PE)
Teatro Rui Limeira Rosal (Rua Rui Limeira Rosal, s/n, Petrópolis – Caruaru)

29/09, quinta-feira, 20h

A bandeira de Kiribati e as mãos levantadas como pedido de socorro, no espetáculo do Magiluth

Estudo Nº1: Morte e Vida
Grupo Magiluth (Recife/PE)
Teatro Rui Limeira Rosal (Rua Rui Limeira Rosal, s/n, Petrópolis – Caruaru)

30/09, sexta-feira, 20h 

Show – Nem toda pausa é espera
Rubi (Brasília/DF)
Teatro Rui Limeira Rosal (Rua Rui Limeira Rosal, s/n, Petrópolis – Caruaru)

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Cena Expandida em Pernambuco
Uma ação articulada com cinco festivais

Participam os festivais Transborda, do Sesc-PE; FETEAG de Fábio Pascoal, Reside de Paula de Renor, Feted de Pedro Portugal e Cena Cumplicidades, de Arnaldo Siqueira, que juntam projetos com perfis diferentes para potencializar os cinco programas. Foto: Divulgação

A força de cinco festivais de artes cênicas de Pernambuco forma uma constelação. Cena Expandida é articulação inédita que junta o Cena Cumplicidades – Festival Internacional de Artes da Cena, o Festival de Teatro do Agreste (Feteag), o Festival Estudantil de Teatro e Dança (Feted), o Reside – Festival Internacional de Teatro de PE e o Transborda – As linguagens da cena para movimentar os palcos do Recife e Caruaru no mês de setembro. A programação ocorre entre os dias 8 e 30 de setembro, com mais de 60 atividades, como exibições artísticas e de formação.

O objetivo é vivo e urgente: fortalecer o circuito das artes cênicas, chamar a atenção do público e contribuir para a formação de novas plateias e pressionar o poder publico para os reajustes de políticas públicas para a área.

Essa primeira edição da Cena Expandida chega como um projeto piloto, mas que mantém as características individuais dos participantes, suas programações e recortes curatoriais independentes. Os cinco firmaram uma cooperação em torno de um calendário para o mês de setembro.

O projeto é ambicioso e pretende nos próximos anos oferecer um cardápio de atrações que reforce o Recife e outras cidades participantes como destinos para a fruição cultural. “O movimento para criar um circuito que trace um diálogo entre as programações desses festivais começou em 2018”, conta a atriz e produtora Paula de Renor, do Reside.

Os impactos da pandemia e os desinvestimentos por parte do governo federal para a cultura, para ser mais exata, todos os cortes para a área criaram dificuldades que esses produtores buscam encarar coletivamente. Arnaldo Siqueira, do Cena Cumplicidades avalia que o “cenário de crise se instaurou em 2019 e que piorou a partir de 2020”. Foi um destampar de mazelas com a demonização da produção cultural.

Muito trabalho para reverter esse quadro e o compartilhamento de expertises, a reconstrução das redes são trunfos dessa turma para fortalecer a cena e atrair novos públicos nesse retorno à presencialidade.  

O negócio é unir forças desses festivais pernambucanos já consolidados e reconhecidos nacionalmente, destacou o produtor Fabio Pascoal, do Feteag na coletiva de imprensa virtual realizada nesta quarta-feira (31/08). Pedro Portugal, do Feted, aposta que o diálogo é enriquecedor e que esse corredor de festivais em fluxo deve contribuir para o desenvolvimento da cadeia cultural. Ele mesmo transferiu seu festival de agosto para setembro por reconhecer a importância da iniciativa.

Os integrantes da ação reforçam que a Cena Expandida não é um festival, mas sim um calendário que ocupa o mês de setembro e une cinco iniciativas já consolidadas. A programação tem início no dia 8 de setembro, com atividades do Feted – Festival Estudantil de Teatro e Dança e do Transborda – as linguagens da cena. As peças artísticas do Cena Cumplicidades iniciam no dia 10. O Feteag exibe os trabalhos a partir do dia 20, e o Reside, a partir de 22.

As atrações vão ocupara vários espaços da cidade do Recife, como a unidade do Sesc em Santo Amaro, os teatros do Parque, de Santa Isabel, Hermilo Borba Filho, Apolo, Luiz Mendonça, Barreto Júnior, Muafro, Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, praças e parques.

Além do investimento e articulação do Cena Cumplicidades, Feteag, Feted, Reside e do Transborda, a Cena Expandida conta com apoio da Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura da Cidade do Recife.

SERVIÇO

Cena Expandida – de 8 a 30 de setembro (@cenaexpandidarec)

Feted – 8 a 18 de setembro (@feted.pe)

Transborda – 8 a 18 de setembro (@sescpe e sescpe.org.br)

Cena Cumplicidades – 10 a 30 de setembro (@ccumplicidades e cenacumplicidades.com.br)

Feteag – 20 a 30 de setembro (@feteag e feteag.com.br)

Reside – 22 a 28 de setembro (@residefestivalbr e residefestival.com.br)

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Motivos para ir ao teatro neste fim de outubro

Salina foto Divulgação

Em Caruaru tem a nova montagem do Grupo Amok, Salina foto Divulgação

Recife esbanja festivais, que se espalham por cidades vizinhas. No segundo semestre é um emendando no outro. Estão acontecendo ao mesmo tempo o Festival Cena Cumplicidades, o Festival de Teatro do Agreste – Feteag, a Mostra Luz Negra – O Negro em Estado de Representação, o Festival de Dança do Recife. Fora visitantes e curtas temporadas. Bom dessa oferta é que temos opções. Boas opções. A passionalidade do Balé Carmen, a irreverência de Isso não é uma mulata, uma peça no Teatro de Santa Isabel e a outro no Espaço O Poste, cada uma de um dos lados do rio Capibaribe.  Em Caruaru, o Grupo Amok propõe um mergulho numa África ancestral com Salina (a última vértebra). Em Camaragibe Cartas para Alemanha, sobre o fim de relacionamento de uma mulher negra com um estrangeiro. Para quem gosta de uma comédia mais digestiva tem Cada Um Com Seus Pobrema, no Teatro Guararapes. Neste domingo, de graça em Olinda, uma programação na Igreja da Sé, com várias atrações do Cena Cumplicidades.

 SÁBADO – 28 DE OUTUBRO

 ISTO NÃO É UMA MULATA- MOSTRA LUZ NEGRA – O NEGRO EM ESTADO DE REPRESENTAÇÃO

Monica Santana. Foto: Divulgação

Mônica Santana. Foto: Divulgação

Solo com direção, dramaturgia e atuação de Mônica Santana reflete sobre a representação da mulher negra e traz provocações sobre o mito da democracia racial brasileira, com ironia e humor. Isto Não É Uma Mulata transita entre o teatro e a performance, e problematiza a invisibilidade, a visibilidade reduzida, os estereótipos, o silenciamento, a exotização e a hipersexualização da mulher negra. Com humor, ironia, referências de cultura pop e de massa, o espetáculo dialoga com divas da música internacional como Beyoncé e Nina Simone, além de evocar o universo do samba e do carnaval.
Isto Não É Uma Mulata
Quando: 28 de outubro, às 20h
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, Boa Vista)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: 98649-6713

CARMEN – FESTIVAL CENA CUMPLICIDADES

Balé Teatro Guaíra com Carmen. Foto: Kraw Penas/ Divulgação

Balé Teatro Guaíra com Carmen. Foto: Kraw Penas/ Divulgação

Carmen é uma das tragédias mais famosas da história da arte. Os ingredientes são explosivos: amor, passionalidade, ciúme e morte. Exibe a experiência de um mundo que não atende aos caprichos do personagem tomado pelo desejo, que comete o feminicídio. Inicialmente, escrita em forma de ópera, 90 anos depois foi criada a versão para balé. É ambientado na Sevilha do século 19. A partir  da dramaturgia da ópera e da trilha composta por Rodion Shchedrin e Georges Bizet. Com direção e coreografia de Luiz Fernando Bongiovanni.
Carmen, com o Balé Teatro Guaíra. 
Quando: 28 de outubro, às 20h. 
Onde: Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n, Santo Antônio). 
Quanto: R$ 20, R$ 10 (meia). À venda na bilheteria do Teatro. 

QUE MUITO AMOU

Montagem da Cênicas. Foto: Divulgação

Montagem da Cia Cênicas. Foto: Divulgação

Três contos do livro Os Dragões Não Conhecem o Paraíso, de Caio Fernando Abreu, são adaptados para a cena: Sapatinhos Vermelhos, Praiazinha e Dama da Noite. As histórias tratam dos amores exponenciais espalmados com a morte, saudade e ódio.
Quando: 28 de outubro, às 20h 
Onde: Espaço Cênicas (Avenida Marquês de Olinda, 199, Sala 201, 2° Andar – Entrada pela Vigário Tenório-, Recife Antigo) 
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: 3355-3323, 3355-3324.

RE/IN-FLEXÃO – 22º FESTIVAL DE DANÇA DO RECIFE

A bailarina pernambucana Valéria Vicente revive e discute diferentes maneiras de dançar o frevo.
Re/In-flexão
Quando: 28 de outubro, às 19h.
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Rua do Apolo, s/n, Cais do Apolo).
Quanto: R$ 10, R$ 5 (meia).
Informações: 3224-3257.

A BATALHA DE HIP HOP – 22º FESTIVAL DE DANÇA DO RECIFE

Ginga B.boy Foto: Divulgação

Ginga B.boy Foto: Divulgação

Maratona de apresentações de hip hop com Grupo Ginga Bboys e Bgirls, da Associação Metropolitana de Hip Hop. O evento contará com a participação de 20 Crews de Breaking, além do DJ Stanley e do Mestre de cerimônia BBoy Chitos.
Quando: 28 de outubro, das 14h às 21h.
Onde: Compaz Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha).
Quanto: R$ 10, R$ 5 (meia).
Informações: 3224-3257.

TRILOGIA DO FEMININO – A MULHER QUE CUSPIU A MAÇÃ

foto: Duda Las Casas

Peça questiona as expectativas dos relacionamentos românticos da mulher nos dias de hoje. Foto: Duda Las Casas

A proposta é analisar o comportamento da mulher contemporânea e criticar as desilusões românticas – que ainda condicionam a vida de muitas delas. Inspirada no livro A Cama na Varanda, de Regina Navarro Lins, a obra da Cia de dança Mário Nascimento. Criada pela atriz durante uma residência artística na Dinamarca, a montagem encerra a Trilogia do Feminino, composta também por Mulher Selvagem (2010) e O Vestido (2013).
Quando: 28 de outubro e 4 de novembro, às 20h. 
Onde: Teatro da Caixa Cultural (Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife). 
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (meia). Ingressos à venda a partir do dia 25 de outubro, para a primeira sessão, e 1º de novembro, para a segunda sessão, na bilheteria da Caixa Cultural. 
Informações: 3425-1915.

SALINA (A ÚLTIMA VÉRTEBRA)

salina foto daniela magalhães divulgação

Salina. Foto Daniela Magalhães / divulgação

Salina (a última vértebra) mostra a saga da protagonista. Casada à força e violada pelo marido, ela gera Mumuyê Djimba, um filho que ela detesta tanto quanto o pai. O espetáculo do grupo Amok Teatro, tem direção de Ana Teixeira e Stephane Brodt. A montagem tem texto do francês Laurent Gaudé e propõe um mergulho numa África ancestral ao abordar o exílio, o ódio e o perdão.
Salina – A Última Vértebra (Amok Teatro – Rio de Janeiro/RJ)
Quando: Dia 28 de outubro de 2017 (sábado), às 18h, no Teatro Rui Limeira Rosal (SESC Caruaru)
Grátis

CADA UM COM SEUS POBREMA

Marcelo Medici. Foto: Divulgacao

Marcelo Médici. Foto: Divulgação

Marcelo Médici traz o espetáculo Cada Um Com Seus Pobrema , que ficou em cartaz por sete anos ininterruptos em São Paulo (2004 a 2011). O ator interpreta oito personagens hilários e surpreende por sua agilidade para mudar radicalmente de expressão e voz. Tem figuras já conhecidas do público como o corintiano Sanderson, a vidente Mãe Jatira e a apresentadora infantil Tia Penha. A direção de Ricardo Rathsam.
Cada Um Com Seus Pobrema, com Marcelo Médici
Quando: Dia 28 de outubro (sábado), às 21h
Quando: Dia 29 de outubro (domingo), às 19h
Onde: Teatro RioMar: Av. República do Líbano, 251, 4º piso – RioMar Shopping
www.teatroriomarrecife.com.br
Classificação: livre
Ingressos:
Plateia Baixa: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)
Plateia Alta: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)
Balcão: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia)
*Canais de vendas oficiais: bilheteria do Teatro RioMar Recife (terça a sábado, das 12h às 21h, e domingos e feriados, das 14h às 20h)
Vendas online: www.ingressorapido.com.br
Televendas: 4003-1212

EL REGRESO DE FÁTIMA

Declaradamente baseada nas novelas mexicanas. Comédia mostra a virada na vida de Maria de Fátima. Ao tentar chegar aos EUA, ela fica detida no México e lá encontra Antony Julio de Alcântara Velásquez, que a acolhe. A partir daí, a moça vai descobrir segredos de sua origem. 
Quando: 28 e 29 de outubro, às 19h. 
Onde: Teatro Valdemar de Oliveira (Rua Oswaldo Cruz, 412A, Boa Vista). 
Quanto: R$ 20 (antecipado). 
Informações: 98827-3109.

UM PASSO PARA O RISO

Junta dança, música e comédia. Sátira a fatos do cotidiano com elementos da cultura pernambucana. 
Quando: 28 de outubro, às 20h. 
Onde: Teatro Paulo Freire (Avenida Marechal Floriano Peixoto, Centro, Paulista). 
Quanto: R$ 20, R$ 10 (meia). 
Informações: 98467-9901, 98697-4683.

 DOMINGO – 29 DE OUTUBRO

OMBELA – MOSTRA LUZ NEGRA – O NEGRO EM ESTADO DE REPRESENTAÇÃO

Naná Sodré e Agri Melo. Foto: Lucas Emanuel

Naná Sodré e Agri Melo. Foto: Lucas Emanuel

Duas gotas de chuva que se transformam em entidades. Na peça inspirada no poema épico Ombela  (chuva em português ), do escritor africano Manuel Rui, Agrinez Melo e Naná Sodré inventam rios e desdobram-se ao som do vento e, a cada gota, fazem nascer ou morrer coisas, gente e sentimentos. Imerso numa atmosfera mágica, o espetáculo busca refletir sobre a cultura africana no Brasil. A direção é de Samuel Santos.
Ombela  

Quando: 29 de outubro, às 17h
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, Boa Vista)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: 98649-6713

MEMÓRIA DE BRINQUEDO – 22º FESTIVAL DE DANÇA DO RECIFE

Curitiba Cia de Dança resgata o lúdico em espetáculo. Foto: Divulgação

Curitiba Cia de Dança resgata o lúdico em espetáculo. Foto: Divulgação

Curitiba Companhia de Dança faz um resgate poético para mostrar que brincar é o pensamento da criança, e é preciso inteligência e sensibilidade para promover esse espaço/tempo. Da representação simbólica até estudos recentes da neurociência apontam a brincadeira como uma atividade fundamental para o desenvolvimento físico e psicológico das crianças.
Memória de Brinquedo – Curitiba Cia de Dança (PR). 
Quando: 29 de outubro, às 20h. 
Onde: Teatro Luiz Mendonça (Avenida Boa Viagem, s/n, Boa Viagem). 
Quanto: R$ 10, R$ 5 (meia). 
Informações: 3224-3257.

CARTA PARA A ALEMANHA – Elze Maria Barroso

Montagem do Rio Grande do Norte discute a negritude. Foto: Divulgação

Montagem do Rio Grande do Norte discute a negritude. Foto: Divulgação

A atriz/performer ao relembrar passagens do término de um relacionamento amoroso com um alemão, convida o espectador a compartilhar espaços íntimos dos pensamentos. A experiência de uma mulher negra ao se relacionar com um estrangeiro também são refletidas na peça. Carta para a Alemanha busca através de uma narrativa  com propostas relacionais de sensorealidade despertar os cinco sentidos do corpo. Com Elze Maria Barroso.

Carta para a Alemanha
Quando: 29/10 Domingo, às 19h
Onde:  Cine Teatro Bianor Mendonça, Av. Dr. Pierre Collier, 167 – Vila da Fabrica – Camaragibe 
Entrada Gratuita
Faixa etária: 12 anos

PALCO PETROBRÁS – IGREJA DA SÉ – CENA CUMPLICIDADES

História Conteiner. foto Divulgação

História Contêiner. foto Divulgação

Reencontro Angola-Brasil: Um encontro do presente com o passado
Balé Tradicional Kilandukilu (Brasil- Angola)
História Contêiner
Diogo Ricardo, Manuel Castomo e René Loui (Brasil/Moçambique)
Sing the positions
Cia Ioannis Mandafounis (Suíça)
Transiterrifluxório
Cláudio Lacerda/ Dança Amorfa (Brasil)
Quando: 29/10 – 15h
Onde: (Igreja da Sé, Alto da Sé, s/n, Olinda)

GANGA MEU GANGA, O REI

A influência africana em Pernambuco é mote do espetáculo do Grupo Teatral Ariano Suassuna, de Igarassu, que tem como meta desmistificar o preconceito religioso. Ao final de cada apresentação, haverá um debate com a plateia sobre o assunto. 
Ganga meu Ganga, o Rei
Quando e onde: 22 de outubro, às 19h, no Ilê Axé Omô Ogundê (Travessa Joaquim Távora, 794, Paulista). 29 de outubro, 05, 12 e 26 de novembro, locais e horários a definir.
Quanto: Gratuito
Informações: 99592-2288, 98765-6633

SALINA (A ÚLTIMA VÉRTEBRA)

Salina. Foto Daniela Magalhães / divulgação

Salina. Foto Daniela Magalhães / divulgação

Salina (a última vértebra) mostra a saga da protagonista. Casada à força e violada pelo marido, ela gera Mumuyê Djimba, um filho que ela detesta tanto quanto o pai. O espetáculo do grupo Amok Teatro, tem direção de Ana Teixeira e Stephane Brodt. A montagem tem texto do francês Laurent Gaudé e propõe um mergulho numa África ancestral ao abordar o exílio, o ódio e o perdão.
Salina – A Última Vértebra (Amok Teatro – Rio de Janeiro/RJ)
Quando: Dia 29 de outubro de 2017 (domingo), às 18h,
Onde: Teatro Rui Limeira Rosal (SESC Caruaru)

CADA UM COM SEUS POBREMA

Marcelo Médici

Marcelo Médici. Foto: Divulgação

Marcelo Médici traz o espetáculo Cada Um Com Seus Pobrema , que ficou em cartaz por sete anos ininterruptos em São Paulo (2004 a 2011). O ator interpreta oito personagens hilários e surpreende por sua agilidade para mudar radicalmente de expressão e voz. Tem figuras já conhecidas do público como o corintiano Sanderson, a vidente Mãe Jatira e a apresentadora infantil Tia Penha. A direção de Ricardo Rathsam.
Cada Um Com Seus Pobrema, com Marcelo Médici
Quando: Dia 29 de outubro (domingo), às 19h
Onde: Teatro RioMar: Av. República do Líbano, 251, 4º piso – RioMar Shopping
www.teatroriomarrecife.com.br
Classificação: livre
Ingressos:
Plateia Baixa: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia)
Plateia Alta: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia)
Balcão: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia)
*Canais de vendas oficiais: bilheteria do Teatro RioMar Recife (terça a sábado, das 12h às 21h, e domingos e feriados, das 14h às 20h)
Vendas online: www.ingressorapido.com.br
Televendas: 4003-1212

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