Arquivo mensais:abril 2013

Cleyde Yáconis deixa um vazio na cena

Atuação brilhante na última novela em que participou. Foto: Alex Carvalho/TV Globo/Divulgação

Atuação brilhante na última novela em que participou. Foto: Alex Carvalho/TV Globo/Divulgação

A atriz Cleyde Yáconis, de 89 anos morreu nesta segunda-feira, no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava internada há quase seis meses. Ela deixa um espaço insubstituível nas artes cênicas brasileiras.

O Hospital Sírio Libanês deu o comunicado: “A senhora Cleyde Becker Yaconis, 89 anos, faleceu na tarde desta segunda-feira, 15 de abril de 2013, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internada desde outubro de 2012. O corpo será velado nesta terça-feira, no distrito de Jordanésia, município de Cajamar, onde será sepultado.” O município fica a 38 km de São Paulo.

A intérprete brilhou em seu último trabalho na televisão, como a personagem Brígida, da novela Passione, de Sílvio de Abreu. O papel era de uma velhinha elegante, chique, preconceituosa. Sua atuação elevou o nível da novella. No folhetim, sua personagem era casada com Antero, interpretado por Leonardo Villar, e vivia um relacionamento misterioso com seu motorista, Diógenes papel de Elias Gleiser.

Cleyde Becker Yáconis nasceu em Pirassununga, São Paulo, em 14 de novembro de 1923.
Cleyde Yáconis era irmã da atriz Cacilda Becker.

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A cena de Nelson Rodrigues, repensando a obra

Seminário pernambucano discute obra e sopro criativo do escritor

Seminário pernambucano discute obra e sopro criativo do escritor

Nelson Rodrigues jamais imaginou o que viria a ser. Um nome de interesse nacional. Com projeção intergalática. Depois do período de rejeição pela intelligentzia, de ser tachado de pornográfico (quando isso dizia alguma coisa), passou a ser exaltado. E cada frase sua, e até palavra, chega como um mantra. “Os idiotas da objetividade” o respeitam. O povo do futebol o trata como um craque, ou melhor como um craque que desmantela o adversário e como um observador de fina sensibilidade e cultura que vê naquelas coreografias um balé para as massas.

Como todos sabem o centenário do dramaturgo, nascido em Pernambuco e formado no Rio de Janeiro, foi festejado com pompa durante todo o ano de 2012. Mas diante da grandeza do homenageado, os estudos sobre sua obra prosseguem e se multiplicam. Muitos outros querem decifrá-lo, chegar mais perto do sopro de criação e ressignificar sua obra.

O Seminário Pernambuco Nelson Rodrigues: Texto e Cena traz mais investigação sobre a obra do dramaturgo. Começa neste domingo (14) e vai até o dia 21, no Teatro Marco Camarotti. Idealizado por Rudimar Constâncio, o programa está dividido em três ciclos: as Conferências Nelson Rodrigues: Texto e Cena, com uma série de estudiosos abordando um aspecto da obra do autor. O segundo momento está reservado para o curso Nelson Rodrigues: Teatro, Cena e Crítica, ministrado por Fátima Saadi, de 17 a 21 de abril. E no terceiro bloco estão as peças montadas recentemente por grupos pernambucanos: Valsa nº 6, Beijo no Asfalto e Viúva, Porém Honesta. Elas serão apresentadas domingo, segunda e terça, respectivamente.

Para assistir aos espetáculos, o interessado deve retirar o convite duas horas antes da apresentação, na pela bilheteria do Teatro Marco Camarotti. É o que orienta a produção. Já não há mais vagas para o curso com Fátima Saadi. E para participar das conferências, a criatura deve preencher uma ficha de inscrição no Setor de Cultura do Sesc Santo Amaro.

O projeto foi contemplado com o Funcultura 2012, da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco, Fundarpe e Governo do Estado de Pernambuco.

Encenação de 'Senhora dos Afogados', de 1993, dirigida por Antonio Cadengue. Acervo pessoal

Encenação de ‘Senhora dos Afogados’, de 1993, dirigida por Antonio Cadengue. Acervo pessoal

Confira a programação completa:

Conferências, de 17 a 21 de abril, das 19h às 22h

17/04 – Nelson Rodrigues: a modernidade de um clássico” com a conferencista Ângela Leite Lopes

18/04 – Álbum de Família: crise dos desejos inconfessos com o conferencista Érico José

19/04 – Senhora dos Afogados: obsessões da sombra e da luz com o conferencista Antonio Cadengue

20/04 – Vestido de Noiva: expressão trágica do dizível e do indizível com o conferencista João Denys

21/04 – Nelson Rodrigues: a recepção crítica com a conferencista Fátima Saadi

Curso Nelson Rodrigues: Teatro, Cena e Crítica, ministrado por Fátima Saadi, de 17 a 21 de abril.
Não há mais vagas.

Espetáculos, às 19h30:

14/04 – Valsa nº6, direção de Carlos Sales.

15/04 – Beijo no Asfalto, direção de Claudio Lira.

16/04 – Viúva Porém Honesta, direção de Pedro Vilela.

SERVIÇO
Seminário Pernambuco Nelson Rodrigues: Texto e Cena
Quando: De 14 a 21 de abril, das 19h às 22h.
Onde: Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), Praça do Campo Santo, s/n, Santo Amaro, Recife
Informações: (81) 3216.1728

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O teatro tem seus filhos

Espetáculo A filha do teatro está em cartaz no Teatro Arraial. Foto: André Barreto

Espetáculo A filha do teatro está em cartaz no Teatro Arraial. Foto: André Barreto

Estruturada em nove monólogos e três movimentos, o espetáculo A Filha do Teatro esquadrinha uma complexa relação familiar, a partir do olhar de três personagens: o da diretora teatral, mãe adotiva; o de uma ex-atriz pornô, a mãe biológica; e o da própria filha.

A peça está em temporada desde o dia 22 de março, no Teatro Arraial, onde fica em cartaz até 27 de abril. Ao tratar dos desejos e frustrações dessas mulheres, a encenação, que tem texto Luís Augusto Reis, busca refletir sobre essa arte tão efêmera, que é o teatro. O texto recebeu o 1° Lugar no Prêmio Funarte de Dramaturgia em 2003.

As atrizes Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Manuela Costa se revezam nas personagens e revelam ao público um pouco desse quebra-cabeça. A direção é de Antônio Rodrigues.

Essa é a 10° montagem da Cênicas Cia de Repertório, que fez sua pré-estreia nacional no 19° Janeiro de Grandes Espetáculos 2013. No festival, Bruna Castiel recebeu o prêmio de Melhor Atriz.

Serviço:

A Filha do Teatro
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista)
Quando: Sextas e sábados, às 19h – até 27 de abril
Ingresso: R$ 20 e R$ 10
Duração: 1:30h
Indicação: a partir dos 16 anos

FICHA TÉCNICA

Texto: Luís Augusto Reis
Direção e Concepção Geral: Antônio Rodrigues
Assistência de Direção: Alexandre Guimarães
Elenco: Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Manuela Costa
Figurinos: Antônio Rodrigues e Sônia Carvalho
Cenografia: Antônio Rodrigues
Cenotécnico: Marcos Antônio
Maquiagem: Vinícius Vieira
Iluminação: Luciana Raposo e Sergio Costa
Sonoplastia: Antônio Rodrigues
Preparação Corporal: Alexandre Guimarães
Preparação Vocal: Grupo
Programação Visual: Alexandre Siqueira
Operação de Luz: Sergio Costa
Operação de Som: Raul Elvis
Contra-regra: Rogério Wanderley e Monique Nascimento
Bilheteria: Ana Souza
Fotos do Processo: Wilson Lima
Produção Geral: Sônia Carvalho
Produção Executiva: Antônio Rodrigues
Assistência de Produção: Carolina Lira
Assistência de Marketing: Alexandre Siqueira
Administração Financeira: Antônio Rodrigues e Sônia Carvalho
Realização: Cênicas Cia de Repertório

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Esse pequeno príncipe nos inquieta há 70 anos

Foto: Leandro Lima

“O pequeno príncipe atravessou o deserto e encontrou apenas uma flor. Uma flor de três pétalas, uma florzinha insignificante….
– Bom dia – disse o príncipe.
– Bom dia – disse a flor.
– Onde estão os homens? – Perguntou ele educadamente.
A flor, um dia, vira passar uma caravana:
– Os homens? Eu creio que existem seis ou sete. Vi-os faz muito tempo. Mas não se pode nunca saber onde se encontram. O vento os leva…

Le Petit – Grandezas do Ser é inspirado no personagem de Saint-Exupéry

Le Petit – Grandezas do Ser é inspirado no personagem de Saint-Exupéry

O Pequeno Príncipe, do francês Antoine de Saint-Exupéry, foi considerada pelo filósofo alemão Martin Heidegger como uma das maiores obras existencialistas do século 20. Ué! Mas não é um livro para crianças? Sim, mas também para adultos. Há mais mistérios por trás de sua aparente simplicidade…

Depois da Bíblia, é o livro mais vendido em todo o mundo. E este mês completou 70 anos. A sucessão que administra o legado do autor promete grandes comemorações ao longo de 2013 e 2014.

No Recife está em cartaz a peça 
Le Petit – Grandezas do Ser, da Cia Circo Godot de Teatro e Circo, inspirada no protagonista da fábula de Saint-Exupéry. A temporada no Teatro Hermilo Borba Filho vai até o dia 28 de abril.

Com direção de Quiercles Santana, a encenação não utiliza palavras. Já a trilha sonora minimalista e o gestual acentuado lembram os filmes do cinema mudo. Na peça, o nosso herói vai numa corrida contra o relógio, dá provas de fidelidade a um amigo doente e apresenta os sintomas do medo da solidão.

Estão em cena o ator italiano Damiano Massaccesi e mais três manipuladores. A companhia é formada por artistas brasileiros e italianos. Depois dessa temporada no Teatro Hermilo Borba Filho a peça seguirá em turnê pela Itália.

Ator italiano Damiano Massaccesi e mais três manipuladores participam da montagem

Ator italiano Damiano Massaccesi e mais três manipuladores participam da montagem

SERVIÇO
Le Petit: Grandezas do ser
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Rua do Apolo, 121 – Recife) fone: (81) 3424.5429
Quando: De 6 a 28 de abril, sábados e domingos, às 16h
Ingressos: R$ 20 (inteira) // R$ 10 (meia) //
Faixa Etária Indicativa: 8 anos
Duração: 60 minutos

FICHA TÉCNICA

Direção: Quiercles Santana
Dramaturgista: Ana Paula Sá
Ator: Damiano Massaccesi
Manipuladores: Andrezza Alves, Flávia Fernanda, Rafaela Fagundes
Audiodescrição: Andreza Nóbrega e Liliana Tavares
Atirador Crítico de Sandálias: André Casaca e Dante Leonel
Direção Musical: Kleber Santana
Direção de Arte: Ana Paula Sá, Andrezza Alves, Quiercles Santana
Iluminação: Luciana Raposo
Preparação de Clown: Andre Casaca
Preparação de Capoeira: Mestre Dendê
Preparação de Yoga: Swami Munindra Mohan
Programação Visual: Claudio Lira
Residência Artística e Pedagógica: Espaço Fiandeiros e SESC /PE
Assessoria de Imprensa: Moretti Cultura e Comunicação
Produção: Andrezza Alves
Realização: Companhia Circo Godot de Teatro

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Dom Quixote vai às ruas do Recife e de Olinda

Espetáculo Quixote, da Companhia Circo Mínimo, de São Paulo. Foto: Mauro Xavier

Espetáculo Quixote, da Companhia Circo Mínimo, de São Paulo. Foto: Mauro Xavier

Todo mundo conhece um pouco da história do Cavaleiro da Triste Figura… De ouvir falar é verdade. As quase 1.500 páginas do livro de Miguel de Cervantes ainda assustam a maioria dos leitores brasileiros. Mas o personagem é encantador e vez por outra volta à cena.

Quixote, da Companhia Circo Mínimo, de São Paulo, faz duas apresentações em Pernambuco, neste sábado (dia 13), no Recife, e no domingo (14 de abril), em Olinda.

O texto de Cervantes foi adaptado para a rua por Alexandre Roit, que também está na montagem, ao lado de Rodrigo Matheus. O cavaleiro andante Dom Quixote e seu fiel escudeiro Sancho Pança são transformados em homem que vive na rua e gari. Um anda com a cabeça nas nuvens e o outro com os pés cravados no chão. Em três movimentos, esses dois atores vivem a fâbula renascentista trazida para os dias atuais.

O espetáculo utiliza técnicas circenses como malabares, acrobacia e palhaço, além de jogos lúdicos com a plateia, que deve embarcar nas aventuras desses dois heróis. Um delirante e o outro limitado ao real e que precisa do onírico para tornar a vida mais colorida.

A circulação nacional foi contemplada pelo prêmio Artes na Rua da Funarte.

SERVIÇO
Quixote, da Circo Mínimo
Recife: Parque Dona Lindu, sábado (13/04), às 17h
Olinda: Praça da Sé, domingo (14/04), às 16h.
Quanto: Gratuito

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