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Cênicas festeja 15 anos

Um gesto por outro foi a primeira montagem da companhia. Foto: Divulgação

Um gesto por outro foi a primeira montagem da companhia. Foto: Divulgação

Para alguns, fazer teatro é uma opção de vida. A Cênicas Cia. de Repertório segue essa pulsão há 15 anos.  Na sede que mantém no bairro do Recife atua em atividades contínuas de criação, formação e difusão das artes. O núcleo duro do grupo formado por Antônio Rodrigues, Monique Nascimento, Raul Elvis, Rogério Wanderley, Sônia Carvalho, Manu Costa e os estagiários Alcio Lins, Gustavo Patriota organizam uma festa para convidados neste sábado no espaço da trupe. E com isso abrem a temporada comemorativa, que consta de apresentações de esquetes, temporadas de espetáculos do repertório e estreia do novo trabalho, prevista para o ano que vem.

Um Gesto Por Outro; Que Muito Amou; Pinóquio e suas Desventuras; Pluft o Fantasminha, Era Uma Vez Um Rio, A Filha do Teatro e Salmo 91 fazem parte do acervo do grupo.

A maior parte da trupe fundadora da Cênicas veio de Garanhuns, agreste de Pernambuco. O desejo de pesquisar a linguagem da cena com ênfase no trabalho do ator ligava essa turma.  A primeira montagem foi Um Gesto por Outro do dramaturgo francês Jean Tardieu., Teatro do Absurdo. A jovem companhia identificada com a crítica às convenções, regras de etiquetas, enfim às hipocrisias da sociedade estreou em Garanhuns em 2001. Na VIII Mostra de Artes Cênicas de Garanhuns ficou em segundo lugar e conquistou os prêmios de melhor atriz (Duvennie Pessoa), figurino, maquiagem, cenário, coreografia. E fez uma temporada no Recife, no Teatro Joaquim Cardozo em 2002.

A ousadia da juventude motivou o grupo a se aventurar no Festival de Curitiba, onde apresentou Um gesto por outro no Fringe.

Os prêmios da IX Mostra de Artes Cênicas para a montagem Transe (2002) de Ronald Radde, serviram de incentivo.  O grupo arrebatou os troféus de Melhor espetáculo, atriz (Duvennie Pessoa), ator revelação (Edjalma Freitas), figurino, maquiagem iluminação e coreografia. No ano seguinte fez uma temporada no Recife, desta vez no Teatro Arraial em 2003.

Depois de Apaga a Luz (2003), do autor gaúcho Ronald Radde, o grupo investiu em Caio Fernando Abreu na montagem Que Muito Amou (2004). Foram selecionados três contos do livro Os Dragões Não Conhecem o Paraíso: Sapatinhos Vermelhos, Praiazinha e Dama da Noite.

A linguagem dos quadrinhos e dos desenhos animados – dos HQ em preto e branco até os mangás japoneses – foi a base do espetáculo NEUROSES a comédia (2006), que marcou os cinco anos da companhia.

Com o prêmio do Concurso Especial de Montagem Jean Genet – FUNDARPE, o grupo montou As Criadas (2006) de Jean Genet, que teve como diretores convidados  a dupla Marcondes Lima e Kleber Lourenço.

Pinóquio e suas Desventuras (2008) foi o primeiro infantil da companhia. O segundo espetáculo para infância foi Pluft o Fantasminha (2011)  de Maria Clara Machado.

O Prêmio Myrian Muniz de Teatro possibilitou a encenação de Senhora dos Afogados (2010), do dramaturgo pernambucano Nelson Rodrigues, com direção de Érico José. Por sua atuação na peça, Bruna Castiel recebeu o prêmio de atriz revelação do Janeiro de Grandes Espetáculos 2011.

Bruna Castiel em A Filha do Teatro. Foto: Marcelo Soares/ Secult/ Fundarpe.

Bruna Castiel em A Filha do Teatro. Foto: Marcelo Soares/ Secult/ Fundarpe.

Os espetáculos mais recentes são A Filha do Teatro (2013) de Luís Reis; o infantil Era uma vez um rio (2014), texto de Lavínia Pannunzio baseado em obra de Martha Pannunzio, e  Salmo 91 (2015), texto de Dib Carneiro Neto baseado na obra Carandiru de Dráuzio Varela.

PROGRAMAÇÃO 15 ANOS CÊNICAS CIA DE REPERTORIO / 2016

Festa de 15 anos
Dia: 09/07, às 20h, no Espaço Cênicas
* Entrada exclusiva para convidados

Pequenos Grandes Trabalhos – Mostra de esquetes com ex-alunos do curso Dramaturgia do ator
Dia: 09/07, às 20h, no Espaço Cênicas

3° temporada do espetáculo Salmo 91
Estreia: 27/08 até 25/09/2016, aos sábados, às 20h; e aos domingos, às 18h, no Espaço Cênicas

Temporada de Pinóquio e suas desventuras
Estreia: 08 até 29/10/2016, aos domingos, às 16h, no Teatro Eva Herz – Shopping RioMar

Projeto Cênicas em Cena – Série de solos com integrantes do grupo

Pedaços de Iracema – Com a atriz Sônia Carvalho
Estreia: 08 até 29 de outubro de 2016, aos sábados, às 20h, no Espaço Cênicas

Baba Yaga – Com o ator Álcio Lins
Estreia: 05 a 26 de novembro de 2016, aos sábados, às 29h, no Espaço Cênicas

Pequenos Grandes Trabalhos – Mostra de esquetes com alunos da turma 2016 do curso Dramaturgia do ator
Dia: 17 e 18/12/2016, às 20h, no Espaço Cênicas

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As encrencas de um mentiroso

A atriz Isabela Leão em cena no espetáculo Pinóquio e suas desventuras. Foto: Sayonara Freire

Conhecemos a trajetória de Pinóquio, o insolente boneco de madeira, da fábula de Carlo Collodi, escrita e publicada no final do século 19. Toda vez que mentia via crescer, de forma incontrolável, o próprio nariz. Há muitas possibilidades de leitura para o conto. E isso demonstra a riqueza dessa narrativa. O grupo de teatro Cênicas Companhia de Repertório, dá pistas de suas opções a partir do título da versão Pinóquio e suas Desventuras, em que elenca os percalços enfrentados pelo protagonista. O espetáculo faz curta temporada, com novo elenco, neste domingo (17) e no próximo, 24 de abril, às 17h, no Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu. A música é executada ao vivo pelos atores e por três músicos, utilizando instrumentos musicais e brinquedos.

A trupe quer destacar dicotomias pontuadas do texto para propor uma reflexão. Inocência versus crueldade inconsciente, juras e descumprimentos, deslizes, chantagens e manipulações. A montagem de Antônio Rodrigues sublinhar alguns episódios – que vez por são omitidos  nas cenas -, como a morte da menina Azul, que sempre aparecia para socorrer Pinóquio nos momentos complicados; a prisão de Gepetto, o carpinteiro que criou a marionete e a fome do personagem principal.

Os prazeres e diversões de Pinóquio o afastavam do caminho da escola. O que essas figuras “pré-digitais” tem a nos dizer sobre a educação das crianças ou a relação de autoridade? Para encenar esse conto de fadas e preservar o caráter onírico do original, a trupe vai buscar nas HQs (histórias em quadrinhos) e desenhos animados, na metateatralidade e no teatro de bonecos os elementos para criar esse universo mágico. O resultado também depende do calibre moralista entalhado na encenação.

Ficha Técnica
Texto: Pinóquio e Suas Desventuras
Autor: Antônio Rodrigues – Livremente inspirado na obra de Carlo Collodi.
Direção: Antônio Rodrigues
Elenco: Raul Elvis, Sônia Carvalho, Rogério Wanderley, Antônio Rodrigues, Ana Souza, Gysele Brasiliano, Pablo Souza e Isabela Leão.
Direção musical: Demétrio Rangel
Músicos: Luciano Brito, Ivanise Santana e Monique Nascimento
Cenografia e Figurinos: Luciano Pontes
Iluminação: Luciana Raposo
Operação de Luz: Nardônio Almeida
Adereços: Altino Francisco
Bordados: Sônia Carvalho
Maquiagem: Marcondes Lima
Execução de figurino: Maria Lima e Madalena do Vale
Projeto Gráfico: Alexandre Siqueira
Cenotécnico: Mário Almeida
Produção Executiva: Antônio Rodrigues e Sônia Carvalho
Contrarregra: Manu Costa e Álcio Lins
Realização: Cênicas Cia de Repertório

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O teatro tem seus filhos

Espetáculo A filha do teatro está em cartaz no Teatro Arraial. Foto: André Barreto

Espetáculo A filha do teatro está em cartaz no Teatro Arraial. Foto: André Barreto

Estruturada em nove monólogos e três movimentos, o espetáculo A Filha do Teatro esquadrinha uma complexa relação familiar, a partir do olhar de três personagens: o da diretora teatral, mãe adotiva; o de uma ex-atriz pornô, a mãe biológica; e o da própria filha.

A peça está em temporada desde o dia 22 de março, no Teatro Arraial, onde fica em cartaz até 27 de abril. Ao tratar dos desejos e frustrações dessas mulheres, a encenação, que tem texto Luís Augusto Reis, busca refletir sobre essa arte tão efêmera, que é o teatro. O texto recebeu o 1° Lugar no Prêmio Funarte de Dramaturgia em 2003.

As atrizes Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Manuela Costa se revezam nas personagens e revelam ao público um pouco desse quebra-cabeça. A direção é de Antônio Rodrigues.

Essa é a 10° montagem da Cênicas Cia de Repertório, que fez sua pré-estreia nacional no 19° Janeiro de Grandes Espetáculos 2013. No festival, Bruna Castiel recebeu o prêmio de Melhor Atriz.

Serviço:

A Filha do Teatro
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista)
Quando: Sextas e sábados, às 19h – até 27 de abril
Ingresso: R$ 20 e R$ 10
Duração: 1:30h
Indicação: a partir dos 16 anos

FICHA TÉCNICA

Texto: Luís Augusto Reis
Direção e Concepção Geral: Antônio Rodrigues
Assistência de Direção: Alexandre Guimarães
Elenco: Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Manuela Costa
Figurinos: Antônio Rodrigues e Sônia Carvalho
Cenografia: Antônio Rodrigues
Cenotécnico: Marcos Antônio
Maquiagem: Vinícius Vieira
Iluminação: Luciana Raposo e Sergio Costa
Sonoplastia: Antônio Rodrigues
Preparação Corporal: Alexandre Guimarães
Preparação Vocal: Grupo
Programação Visual: Alexandre Siqueira
Operação de Luz: Sergio Costa
Operação de Som: Raul Elvis
Contra-regra: Rogério Wanderley e Monique Nascimento
Bilheteria: Ana Souza
Fotos do Processo: Wilson Lima
Produção Geral: Sônia Carvalho
Produção Executiva: Antônio Rodrigues
Assistência de Produção: Carolina Lira
Assistência de Marketing: Alexandre Siqueira
Administração Financeira: Antônio Rodrigues e Sônia Carvalho
Realização: Cênicas Cia de Repertório

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O que os atores querem – e podem

A Filha do Teatro. Foto: Ivana Moura

A Filha do Teatro. Foto: Ivana Moura

Trazer o próprio ofício ao palco não é uma tarefa fácil. Porque há o risco, gigantesco por sinal, de ficarmos rodando em círculos, falando do próprio umbigo. E muitas vezes os autores esquecem que não estão escrevendo para os seus pares. Não conhecia o texto A Filha do Teatro, de Luís Augusto Reis, até ver a montagem da Cênicas Cia de Repertório, que estreou no Janeiro de Grandes Espetáculos, no Teatro Arraial. E em meio a tantas montagens do Janeiro – algumas nem tão boas assim -, A Filha do Teatro foi um achado. Um respiro. Bom texto e boas atrizes, ufa! Que combinação difícil de encontrar!

O texto é intrigante, interessante, nos envolve logo de cara e faz com que a gente permaneça assim até o fim. E olhe que (nada mais óbvio de dizer), neste caso, é importante ressaltar sim: é um texto que depende em muito das atrizes que vão encená-lo. A primeira personagem mesmo diz: “Como diretora de teatro, eu já devia ter aprendido isto: não adianta querer consertar tudo. Por mais que você mostre os melhores caminhos, os atores terminam fazendo o que eles querem – ou podem.”

A Cênicas Companhia de Repertório fez uma escolha muito consciente e feliz. Mostra o amadurecimento do grupo, a vontade de continuar crescendo e apostando no trabalho continuado. É o décimo espetáculo do grupo em onze anos de atividade; e, para esta montagem, eles não tiveram nenhum apoio financeiro.

A opção pela narração na dramaturgia se sustenta pela qualidade das atrizes e pelo jogo que se estabelece entre elas – Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Manuela Costa. Quatro mulheres são citadas no texto e apenas três delas são representadas, com as atrizes trocando os mesmos papeis com o desenrolar da história.

A atuação de Manuela logo na abertura da montagem já nos captura de pronto. Bruna Castiel causa impacto com corpo e, principalmente, voz. É uma jovem atriz que ainda pode nos surpreender muito. Pelo papel em A Filha do Teatro, aliás, ela levou o prêmio Apacepe de melhor atriz no Janeiro de Grandes Espetáculos 2013.

Claro que foi uma estreia – e aí há sempre os percalços. Sônia Carvalho, por exemplo, tropeçou no texto. Aqueles instantes de angústia para ator e público.

A direção de Antônio Rodrigues é correta, mas o ritmo da montagem ainda soava um pouco arrastado, lento. E talvez esse texto, essas atrizes, mereçam uma experimentação mais ousada; seja nos cenários, na movimentação em cena, na iluminação. A cena pode trazer mais tensão, pode capitalizar o texto.

O espetáculo, que deve entrar em temporada no fim de março, merece tempo em cartaz para amadurecer, para ter o ritmo ajustado e para que o público tenha a oportunidade de ajudar a construir essa obra.

Volto ao texto de Luís. “Todo mundo de teatro tem essa pretensão de querer mostrar “as verdades” para o público. Mas é o público que nos mostra a verdade! Ficamos meses, às vezes anos, concebendo um espetáculo, e aí vem a plateia, paga o ingresso, e só quer uma boa diversãozinha. Quer esquecer as verdades, por uma ou duas horas, de preferência dando muitas gargalhadas. Nos meus espetáculos, eu odiava quando a plateia ria por qualquer coisa”.

Bruna Castiel (centro) ganhou prêmio de melhor atriz por sua atuação na montagem

Bruna Castiel (centro) ganhou prêmio de melhor atriz por sua atuação na montagem

Manuela Costa

Manuela Costa

Sônia Carvalho

Sônia Carvalho

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Uma década de companhia

Cênicas realiza nova leitura de Mamãe não pode saber

A Cênicas Cia. de Repertório faz dez anos no dia 12 de junho. Para comemorar (até porque não é todo dia que um coletivo teatral completa uma década!), o grupo montou uma programação especial que começa hoje, no Espaço Muda. A companhia decidiu repetir a leitura de Mamãe não pode saber, realizada no dia 26 de abril. O texto é de João Falcão, foi montado na capital pernambucana na década de 1990, e tinha no elenco nomes como Aramis Trindade, Lívia Falcão e Magdale Alves.

Na leitura da Cênicas, o elenco é formado por Alexandre Guimarães, Ana Souza, Antônio Rodrigues, Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Vinícius Vieira, com direção de Antônio Rodrigues. É um jogo divertido que consiste basicamente na interpretação de mais de um personagem por ator. Além disso, a história é cheia de personagem querendo se dar bem! Bruna Castiel se destaca. A jovem atriz tem uma voz forte e talento de sobra para ser lapidado. Uma grande aposta do nosso teatro nos próximos anos! A leitura será às 20h, com contribuição espontânea.

A programação continua no dia 11, também no Muda, às 21h, com ingressos a R$ 10. O grupo apresenta Que muito amou, uma adaptação do livro Os dragões não conhecem o paraíso, de Caio Fernando Abreu. A peça estreou em 2004. Nesse mesmo dia, a partir das 23h, será realizada a festa de dez anos e o lançamento Jornal Virtual – Cênicas Acontece, um informativo sobre as atividades do grupo. A festa é gratuita e outros artistas podem participar com performances.

No dia 18, o grupo reapresenta Que muito amou, às 21h. E no dia 22, às 20h, com contribuição espontânea, Bruna Castiel apresenta Natureza morta, com direção de Antônio Rodrigues. É o lançamento do projeto Cênicas Em Cena, solos construídos a partir das improvisações dos atores do grupo. Esse é ainda um experimento do que será um espetáculo com estréia prevista para agosto.

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