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Edital de emergência confere ânimo para artistas

Alguns selecionados do edital Arte como respiro: múltiplos editais de emergência: Herminia Mendes, PE (foto: Rogério Alves); Jéssica Teixeira, CE (Reprodução do FB); Núcleo Bartolomeu de Depoimento, SP (foto: Divulgação); Clowns de Shakespeare, RN (foto: Bruno Soares): Maikon K, PR (foto: reprodução do FB)

O número de inscritos no edital Arte como Respiro: múltiplos editais de emergência – Artes Cênicas, do Itaú Cultural, nos oferece uma dimensão da crise no setor cultural diante da paralisação das atividades relacionadas à área. Entre os dias 6 e 10 de abril, na busca por sobrevivência, mais de 7.200 propostas foram recebidas.

Dessas, o instituto escolheu 200, 80 a mais do que estava previsto. A grande maioria dos projetos – 158 – já foram ou serão produzidos neste período de quarentena; outros 42 são gravações prévias ao isolamento.

No Nordeste, 37 propostas foram selecionadas, sendo dez de Pernambuco. Uma delas é da atriz e diretora Hermínia Mendes, que escrutina os sintomas dessa época através de janelas possíveis, inclusive dos aplicativos da Internet. Poesia Performática – Pedaços questiona perspectivas de olhares e cria paralelos dos retalhos de gentes e coisas, deixando rastros, as mortalidades pelos cantos, cabelos pela casa, unhas cortadas, os lençóis amarfanhados, escritos na parede, o reflexo no espelho. 

Onde está todo mundo? é a proposta de montagem de um “espetáculo virtual” do Coletivo Angu de Teatro, do Recife, com texto inédito de Marcelino Freire. A encenação será dirigida virtualmente por Marcondes Lima, que está morando em Portugal. Os atores André Brasileiro, Gheuza Sena, Ivo Barreto, Luis Cao, Lilli Rocha e o próprio Marcondes atuam de suas casas, utilizando como cenografia, figurino e maquiagem o material de que dispõem neste momento. O trabalho dos atores vai ser gravado e depois editado por Tadeu Gondim.

A proposta é exibir uma “Live farsesca”, que não ocorre, porque ninguém chega para o programa, nem o autor Marcelino Freire, nem seus personagens. O trabalho brinda uma parceria exitosa entre autor e grupo no ano em que o livro Angu de Sangue completa 20 anos de lançamento – sendo Angu de Sangue o primeiro espetáculo do Coletivo Angu e que deu nome ao bando.

Opá, Uma Missão, é um monólogo da atriz e diretora Lívia Falcão, que convocou para essa investigação artística sua Palhaça Zanoia, uma benzedeira, descendente direta da xamã mais velha, de terras distantes, que já foi lugar de abundâncias e milagres. Para encontrar a dádiva-diamante escondida em seu corpo, Zanoia carrega por missão das antepassadas a de rir de si mesma nas ‘sete direções’: Leste, Oeste, Norte, Sul, Acima, Abaixo e Dentro. É uma criação coletiva, de Lívia, de Silvia Góes e Andrea Macera, que agora aceita o desafio de seguir virtualmente durante o isolamento.

No Ceará, um dos projetos escolhidos é da atriz, produtora e diretora cearense Jéssica Teixeira, que traz para o debate o seguinte questionamento: “Ser artista solo mulher e com deficiência no Brasil antes e durante o isolamento. E depois?”.  Sua investigação pessoal atua no seu próprio corpo estranho, numa pesquisa sobre “Corpo Impossível”, mola propulsora para a criação do seu primeiro solo “E.L.A”. Nesse trabalho, que fez temporada no Sesc Pompeia, em São Paulo, no ano passado, e agora vai estar disponível online, a artista desestabiliza e potencializa outros corpos e olhares. A peça investe em questões como beleza, saúde, política, feminilidade e acessibilidade, utilizando vídeo, artes plásticas e dramaturgia através de colagens e textos autobiográficos que refletem acerca da aceitação e do nosso lugar no mundo.

Confira a crítica do espetáculo “E.L.A”

Um dos projetos aprovados no Rio Grande do Norte é do grupo Clowns de Shakespeare. A atual circunstância de confinamento social imposta pela pandemia do COVID-19 confere à ficção fantástica Abrazo uma curiosa concretude. Imagine um lugar onde estão proibidos os abraços? Há três meses essa ideia só poderia ser encarada como ditatorial. A proposta da montagem era justamente essa: uma obra sem palavra, várias reflexões sobre repressões e cerceamento de liberdade. O espetáculo infanto-juvenil Abrazos – inspirado em O Livro dos Abraços, de Eduardo Galeano – foi censurado na temporada na Caixa Cultural em Pernambuco, em 2019.

O vídeo da encenação será disponibilizado online na íntegra, acompanhado de uma ação de desdobramento a partir de três pontos de vista: do grupo, do público e de convidados. Essas repercussões podem chegar no formato de textos (dramático, poético ou em prosa), vídeo ou canções, propondo uma atualização da provocação de Abrazo. O grupo também vai instigar o público a enviar material para os Clowns. Alguns parceiros, como Eduardo Moreira (Grupo Galpão/MG), Maurice Durozier (Théâtre du Soleil/França), Ana Correa (Yuyachkani/Peru), e outros, participam da ação.

No Sul, 19 projetos serão apoiados. Um deles é do artista da performance, Maikon K, que vive em Curitiba, e pesquisa formas de expansão da consciência, tendo o corpo e sua capacidade de alterar percepções como centro. O trabalho Proteja-se (Meditação) é o um registro de uma performance curta, feita com o celular, com cerca de 4’30’. Maikon K propõe uma ação de limite e resistência, ao vestir um preservativo na sua cabeça, respirando até que o látex se rompa. Com o trabalho, o artista fricciona tempo atual em meio à solidão, necessidade de proteger-se do mundo exterior e do contato com outrxs, a angústia, o sufocamento, a persistência, a busca por sobrevivência e fôlego.

Da região Sudeste, 126 projetos foram aprovados, sendo 82 de São Paulo, estado com o maior número de selecionados no país. Um deles é do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, que avança nas proposições do espetáculo Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias. Na peça, nove atores e dois DJs ensaiam confinados em um teatro. O debate deriva da dramaturgia de Bertolt Brecht para aventar a falência contemporânea. Novas questões foram colocadas com o advento da pandemia. Inspirada nas ideias do filósofo camaronês Achille Mbembe, o grupo desafia o neoliberalismo/ necroliberalismo como sistema que sempre operou com um aparato de cálculo, e agora expõe outra face ainda mais terrível: o que é mais importante a economia ou a vida? A necropolítica segue operando de maneira global para decidir quem tem direito à vida. 

Confira matéria sobre Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias.

Galiana Brasil. foto André Seiti / Divulgação

ENTREVISTA // GALIANA BRASIL, gestora de Artes Cênicas do Itaú Cultural

Primeiramente acredito que os artistas reconhecem o esforço do Arte como respiro: múltiplos editais de emergência, mas de que forma o instituto pretende avançar no apoio aos artistas durante o período de pandemia da Covid-19?
Penso que as ações de apoio começaram ainda antes do edital, com a decisão de manter pagamentos de cachês de todos os grupos e artistas que tinham agenda confirmada para apresentação neste semestre, para que pudessem contar com esse respiro financeiro com compromisso de mais adiante, a partir do segundo semestre, acomodarmos nova agenda de programação. Passado o edital – ou em paralelo à execução dos trabalhos selecionados, ainda faremos curadorias, convites e manteremos programação no site e plataformas parceiras.

Foram mais de 7,2 mil inscrições de todo o país, sendo selecionados 200 trabalhos de 25 estados. Que análise é possível fazer desses números? Sobre políticas culturais no Brasil? Sobre a atuação do Itaú Cultural? 
Olha, eu penso que já havia uma crise instaurada antes, pré-pandemia, e esse estado agora  sangrou mais vivamente um setor que já vinha sofrendo com a ausência de políticas públicas, de interrupções e falta de continuidade de projetos, orçamento incerto e precarizado e tantos ataques que maculam a noção de política pública.

Quais os critérios foram adotados para escolher esses selecionados?
O edital foi concebido em dois eixos. No primeiro, que permitia inscrição de trabalhos produzidos antes da pandemia, tínhamos um único requisito de partida que era uma solicitação para que o artista olhasse para essa obra “antiga” e propusesse algo que pudesse refletir no tempo presente, na forma que tivessem melhor condição de fazer – um texto crítico, uma reflexão, um bate-papo com os criadores que poderia ser através de live – achamos importante essa inserção porque subir um vídeo de um trabalho feito lá atrás – registro filmado de espetáculo – é algo bem menos complexo do que conceber e se desafiar a criar algo em situação de isolamento, com os recursos e possibilidades que se tenha, como foi o eixo segundo do edital. Afora esse critério mais objetivo que aplicamos no eixo 1, para ambos os eixos consideramos a relevância da proposta para o momento, a capacidade de comunicação com diferentes públicos, o histórico do grupo/artista e sua relação com aquele segmento.

O que podemos entender como “ampla representatividade” do resultado?
A diversidade de territórios, de segmentos nas linguagens. De termos contemplado trabalhos de performance, teatro de animação, dança e teatro para crianças. O fato de termos artistas com corpos desviantes, LGBTs, em especial trabalhos com protagonismo de artistas trans, artistas com deficiência, proponentes indígenas, trabalhos de cultura popular – mamulengo, maracatu -, trabalhos vindos de favelas, zona rural, agreste, circo tradicional. Os trabalhos de intérpretes e coletivos negros com força de número e conteúdo. Essa tentativa real de interferirmos nas assimetrias que ainda parece tímida nos números finais, mas que sabemos que é uma batalha frente às forças hegemônicas de séculos, basta considerar, apenas no quesito regionalidade, que mais de 64% dos inscritos foram da região Sudeste.

Como vocês estão trabalhando no Itaú Cultural durante esse período de quarentena?
Estamos trabalhando remotamente tanto quanto intensamente, desde uns dias antes do anúncio oficial de isolamento aqui em São Paulo. Estamos também em articulação com grupos, artistas, veiculando e programando diversos projetos no nosso site, que tem sido palco virtual de todas as linguagens artísticas. Apenas alguns exemplos das Artes Cênicas, encerramos recentemente as inscrições para a EAD Dramaturgia Negra – A Palavra Viva, com a professora Dione Carlos e, a partir de sábado (dia 9), estrearemos a série virtual “Camarim em Cena”, sendo este primeiro programa com a atriz Maria Alice Vergueiro.

Já existe uma agenda para a exibição dos projetos selecionados? Serão divididos por blocos? Quais serão as categorizações?
Estamos trabalhando justamente nessa acomodação, nesse momento pós anúncio dos selecionados. Em breve teremos essas informações.

Você consegue vislumbrar ações (articulações, pensamentos), dentro ou fora do instituto, do que fazer para que os artistas, nesta realidade de capitalismo, não fiquem tão vulneráveis economicamente, como a maioria vive agora?
Essa é a pergunta mais difícil de ser respondida, Yolandas. A pessoa que vos fala também nunca viveu algo assim e, porque humana, também se sente vulnerável e sente medo. Desde que começou o isolamento trabalhamos intensamente na busca de formas de apoio e rede de proteção para o setor, que não se encerrará na criação de um edital, até porque a situação parece longe de suavizar. Vamos combinar que, se a ideia é despertar a espécie, vemos que ainda tem muita gente dormindo ou num estado de nem uma coisa nem outra, o que é um tanto pior. Penso que precisaremos rever pensamentos de base (que tem a ver com tua próxima pergunta), e isso vale para toda a cadeia – do artista ao gestor. É nesse ponto que estamos agora, e isso é mais difícil porque não há distanciamento, então a tendência é encarar o momento com os instrumentos do “antes”. Porém, certamente, eles parecerão insuficientes, então precisaremos de novos significados para apoio, aporte, parceria… eu não tenho essas respostas, mas outras tantas dúvidas, eu tenho problemas e eles são motor para quem pesquisa, então vamos juntes criar formas para nos conectarmos com esse devir.

A discussão do momento é se o material que circula online por artista da cena, performance, pode ser considerado teatro. Se realmente existe teatro sem presença, sem o compartilhamento do tempo que arde no calor da hora entre artistas e público. O que você pensa sobre isso?
Acho a discussão pertinente, e não apenas pelo momento, mas, considerando a origem e natureza do teatro que é sim arte do encontro, da presença. Tal tensionamento, inclusive, não tem nada de novo, porém, a chegada desse vírus, forma de contágio e suas consequências trazem um caráter de imposição, de urgência que sim, nos atravessa como algo inaugural. E penso que vai ser interessante – ou condicionante -, deslocar esse desconforto e tentar “encarná-lo” em formas de fazer, porque o horizonte próximo sugere a criação de novos protocolos para convivência. Particularmente não estou pronta para imaginar uma existência sem encontro, mas preciso estar preparada – e mesmo motivada – a ampliar essa noção de encontro, o que talvez seja chave importante para acessar essa nova dimensão de nossa existência.

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Revirando o Angu de Teatro

Fábio Caio e Hermila Guedes em Angu de Sangue, peça que movimenta a maratona do coletivo

Fábio Caio e Hermila Guedes em Angu de Sangue, peça que integra a maratona do coletivo

O Coletivo Angu de Teatro é admirável pela concentração de talentos e por sua força de realização. A trupe junta no mesmo caldeirão artístico Marcondes Lima, Fábio Faio, Arilson Lopes, Hermila Guedes, Gheuza Sena, Ivo Barreto e André Brasileiro, só para ficar nos componentes que atuam desde o início. Sabemos que não é fácil concretizar ideias e desejos neste estado de Pernambuco que, os fatos provam, dá pouca importância à cultura. Há outros grupos admiráveis na terrinha, graças aos deuses do teatro, à fórmula indestrutível de paixão pela arte e uma tenacidade que mobiliza os artistas.

Em 14 anos o Angu ergueu cinco espetáculos. Três deles – Angu de Sangue, Ossos e Ópera – estão na Maratona Angu de Teatro, que o coletivo apresenta de 29 de junho a 15 de julho na CAIXA Cultural Recife.

Os processos criativos do Angu também são abertos com as oficinas gratuitas sobre técnica e pensamento teatrais: Mexendo com O Pós-Dramático, O Pensamento dos Elementos Visuais na Cena “Operando” sobre a Arte da Trucagem no Teatro. O encenador e cenógrafo do grupo, Marcondes Lima e o ator Ivo Barreto são os responsáveis pelas atividades do Mexendo com o  Pós-Dramático, que ocorre no dia 1º de julho, das 9h às 13h.

Marcondes Lima também ministra o minicurso O Pensamento dos Elementos Visuais na Cena, sobre concepção de cenário, caracterização visual de personagens e iluminação nos espetáculos do Coletivo. O programa ocorre no dia 8 de julho, das 9h às 13h.

Exercícios práticos e estudos reflexivos sobre técnicas da arte transformista são focos de “Operando” sobre a Arte da Trucagem no Teatro, marcado para o dia 15 de julho, das 9h às 13h, oficina facilitada por Marcondes Lima e pelo ator Arilson Lopes.

As inscrições para Mexendo com O Pós-Dramático estão abertas até o dia 27 de junho. Para O Pensamento Dos Elementos Visuais Na Cena vão até 4 de julho e “Operando” Sobre A Arte Da Trucagem No Teatro seguem até 11 de julho. Interessados devem enviar breve currículo e carta de intenção para o e-mail infos.angu@gmail.com

Gheuza Sena no papel da manicure. Foto: Alex Ribeiro

Gheuza Sena no papel da manicure, na peça Angu de Sangue. Foto: Alex Ribeiro

Angu de Sangue marca a estreia do coletivo. A peça leva ao palco textos curtos do escritor pernambucano Marcelino Freire. São dez histórias que problematizam temas da solidão, desigualdade social, descaso e preconceito, da miséria material e existencial, violência, exclusão, dor no cotidiano das grandes cidades. Angu de Sangue é baseada em contos do livro homônimo e de Balé Ralé, ambos de  Freire. A direção é de Marcondes Lima.

A montagem está dividida em quadros. Que inclui histórias como a de Socorrinho, uma menina sequestrada e violentada por um pedófilo, numa narrativa cantado por Hermila Guedes e com uma boneca manipulada por Fábio Caio. Tem a manicure expansiva, interpretada por Gheuza Sena, que faz sua crítica ao Brasil a partir de fatos cotidiano. A catadora de lixo, que defende o lixão que vai ser desativado, no quadro Muribeca, com Fábio Caio. E a homenagem ao artista Pernalonga, símbolo do grupo Vivencial, que sangrou na rua até morrer sem socorro. As cenas estão carregadas de crítica e humor.

O espetáculo faz sobreposição de imagens da cena com outras projetadas em telão e a música traça muitas conexões entre os episódios.

O diretor Marcondes Lima interpreta Estrela no espetáculo. Foto: Divulgação

O diretor Marcondes Lima interpreta Estrela no espetáculo. Foto: Divulgação

André Brasileiro e Daniel Barros numa cena de Ossos. Foto: Divulgação

André Brasileiro e Daniel Barros numa cena de Ossos. Foto: Divulgação

Ossos é o quinto espetáculo do Coletivo pernambucano, o terceiro com texto de Marcelino Freire. É uma história de amor, autoexílio, morte e dignidades possíveis. O espetáculo traça um arco, não-linear, da trajetória do dramaturgo Heleno de Gusmão das brincadeiras de teatro no sertão de Pernambuco à consagração como escritor em São Paulo. No meio disso tudo a solidão, o abandono, a sobrevivência emocional entre garotos de programa.

Heleno de Gusmão sob o pretexto de entregar os restos mortais de seu amante aos familiares, percorre um caminho tortuoso de lembranças e reencontro com suas origens.

Um coro de Urubus comenta os acontecimentos da peça, que se esenvolve em vários cenários; nos guetos paulistanos, nas esquinas dos michês, nos bastidores de um teatro amador, no interior de Pernambuco onde os ossinhos de bois são material para nutrir a imaginação do futuro escritor, na estrada de volta para à terra natal.

São fragmentos de memória do escritor aparecem como sonho ou um estado hiper-real. A iluminação de Jathyles Miranda instaura um clima de traços expressionistas, com sombras e deformidades visuais. E tem ainda a trilha sonora incrível do músico pernambucano Juliano Holanda.

Ópera é a segunda montagem do Coletivo Angu de Teatro, que faz apresentações no Santa Isabel

Tatto Medini, ao centro, em Ópera é a segunda montagem do Coletivo Angu de Teatro

Ópera é o espetáculo mais querido do Coletivo Angu de Teatro. A temática LGBT vai ao palco nem como herói nem como vilã. Sem ser nem vilanizada nem vitimizada, Ópera expõe quatro histórias divertidas, com criticidade aguda e até com doses de crueldade que vem do texto ácido de Newton Moreno e da direção criativa de Marcondes Lima. As cenas são apresentadas como radionovela dos anos 1950, fotonovela, telenovela e, por último, uma ópera.

O cão, a radionovela, expõe o ocorre com uma família quando descobre que seu cachorrinho Surpresa é gay. O drama de de Pedro (ou Petra), que não se sente adequado em seu corpo masculino é explorado como uma fotonovela dos anos 1960, no episódio O troféu. Com muito humor e inspirado nas telenovelas da década de 1980, o quadro Culpa, mostra um personagem soropositivo que tenta encontrar um novo parceiro para o namorado. O último quadro explora os ridículos atos de uma criatura apaixonada, no caso um barítono que se submete a situações bem estranhas por um michê. A peça tem a participação de  Andréa Valois.

FICHA TÉCNICA
Autores: Marcelino Freire (Angu de Sangue e Ossos) e Newton Moreno (Ópera)
Encenador: Marcondes Lima
Elenco Angu de Sangue: André Brasileiro, Fábio Caio, Gheuza Sena, Hermila Guedes e Ivo Barreto
Elenco Ossos: André Brasileiro, Arilson Lopes, Daniel Barros, Ivo Barreto, Marcondes Lima e Robério Lucado
Elenco Ópera: André Brasileiro, Arilson Lopes, Fábio Caio, Ivo Barreto, Robério Lucado e Tatto Medini
Participação especial em Ópera: Andréa Valois
Trilha sonora original – Angu de Sangue: Henrique Macedo e Carla Denise
Trilha sonora original – Ópera: Henrique Macedo
Trilha sonora original – Ossos: Juliano Holanda
Light designer: Jathyles Miranda
Direção de arte: Marcondes Lima
Direção de produção: Tadeu Gondim
Produção executiva: André Brasileiro, Arquimedes Amaro e Nínive Caldas
Assessoria de imprensa: Moinho Conteúdos Criativos (André Brasileiro e Tiago Montenegro)
Designer gráfico: Thiago Liberdade
Operação de luz: Sávio Uchôa e Jathyles Miranda
Operação de som: Tadeu Gondim/Fausto Paiva
Fotógrafo: Diego Melo / Flávio Ferreira (Moinho Conteúdos Criativos)
Captação de imagens em vídeo/edição: Diego Melo / Flávio Ferreira (Moinho Conteúdos Criativos)
Realização: Atos Produções Artísticas e Coletivo Angu de Teatro

SERVIÇO
MARATONA ANGU – MOSTRA DE REPERTÓRIO DO COLETIVO ANGU DE TEATRO
Onde: CAIXA Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife, Recife/PE)
Fone: (8)1 3425-1915
Quando: 29 de junho a 15 de julho de 2017
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia para estudantes, professores, funcionários e clientes CAIXA e pessoas acima de 60 anos)
Classificação Indicativa: Angu de Sangue – 14 anos / Ossos e Ópera – 16 anos

ANGU DE SANGUE
Dias 29 e 30 de junho, às 20h – 1º de julho, às 17h (com tradução em LIBRAS) e às 20h
OSSOS
Dias 06 e 07 de julho, às 20h – 8 de julho, às 17h (com tradução em LIBRAS) e às 20h
ÓPERA
Dias 13 e 14 de julho, às 20h – 15 de julho, às 17h (com tradução em LIBRAS) e às 20h

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Angu chama para dia festivo com Copi

Coletivo Angu de Teatro promove o Bazar Copi Pop da Madame Garbo. Arte de Bruno Parmer

Grupo cênico realiza o Bazar Copi Pop da Madame Garbo. Arte de Bruno Parmer

O Coletivo Angu de Teatro promove a primeira ação para arrecadar recursos para a nova montagem do grupo, O Homossexual ou a dificuldade de expressar-se, do dramaturgo, performer e artista gráfico franco-argentino Raul Damonte Botana, mais conhecido como Copi (1939-1987). Trata-se do Bazar Copi Pop da Madame Garbo, na Casa da Encruzilhada, no próximo sábado, das 10 às 20h. Vai ser um encontro festivo do povo de teatro do Recife e admiradores do trabalho da trupe, com a comercialização de roupas, sapatos, acessórios, livros, CDs e DVDs. A feira cênica será regada a comidinhas, bebidinhas, música e performances.

Copi  (pronuncia-se Copí),  é da mesma turma de Fernando Arrabal Terán – escritor, dramaturgo e cineasta espanhol, que vive na França desde 1955, e autor dentro outras, das peças Fando et Lis , O cemitério de automóveis e O Arquiteto e o Imperador da Assíria – e do dramaturgo e cineasta chileno Alejandro Jodorowsky -, que escreveu As três velhas, montada no Brasil por Maria Alice Vergueiro. Eles são legatários do Teatro do Absurdo e nos anos 1960 fundaram em Paris o Grupo Pânico.

Copi por Léon Herschtritt / Reprodução da internet

Copi por Léon Herschtritt / Reprodução da internet

O multicriador transgride em sua obra os limites de rotulações de identidades e seus textos escancaram o preconceito contra transexuais. Copi esquadrinha a figura do travesti, que nesse caso abarca as complexas relações de gênero. Seus personagens exploram o não-lugar dos transexuais. Expulsos em ditaduras políticas e políticas comportamentais que vigiam e punem seus corpos insatisfeitos, esses personagens provocam e abalam qualquer posição fundamentalista.

Em O homossexual ou a dificuldade de se expressar, a mudança de sexo é crime punido com o exílio. Duas mulheres foram enviadas para a Sibéria, e estão sob a ameaça do regime ditatorial, rodeadas por lobos e ameaçadas por um vírus não identificado e pelo frio que chega a 40ºC negativos.

A bizarra história da jovem Irina (numa alusão à peça As três irmãs, de Tchekhov) e da Senhora Simpson se passa num fim de mundo, onde homens se transformam em mulheres e procriam. A garota faz o curso de piano com a Madame Garbo.  Mas ela não frequenta as aulas há seis meses. Irina confessa para a Senhora Simpsom que tem passado as tardes fora de casa envolvida em aventuras sexuais com estranhos. Está grávida e não sabe quem é o pai.

A peça também evoca as situações desumanas dos campos de concentração, os Gulags, onde mais de 50 mil homossexuais (considerados criminosos pela lei soviética), presos políticos do regime comunista russo, foram mortos entre 1934 a 1980.

O dramaturgo explorou temáticas difíceis como solidão, violência, sexo e morte de forma visionária, e seus textos se assemelham a um granada contra o discurso conservador.  As questões polêmicas foram enfrentados com humor e originalidade por Copi, que teve sua obra proibida durante muitos anos na Argentina e que ganha fôlego com recentes montagens no Brasil.

Até semana passada, o Espaço Sesc Copacabana abrigava a Ocupação Copi, com dois espetáculos além debates e oficinas. A montagem O Homossexual ou a Dificuldade de se Expressar foi apresentada pelo Teatro de Extremos, dirigido diretor e ator Fabiano de Freitas. E A Geladeira, encenada pelo francês Thomas Quillardet, mostra o conflito do protagonista que decide se suicidar dentro do eletrodoméstico, por não suportar sucessivos ataques e espoliações de figuras que atravessaram seu caminho.

Escritora Renata Pimentel

Escritora Renata Pimentel

A montagem de O Homossexual ou a Dificuldade de se Expressar, do Coletivo Angu de Teatro vai contar com a tradução da poeta e professora Renata Pimentel. Ela é autora do livro Copi – Transgressão e Escrita Transformista (2011) e também traduziu para o português três peças do dramaturgo: As Quatro GêmeasUma Visita Inoportuna e O Homossexual ou A Dificuldade de se Expressar. Renata desenvolve consultoria dramatúrgica do espetáculo.

Bazar Copi Pop da Madame Garbo
Quando: 11 de julho (sábado), das 10h às 20h
Onde: Casa da Encruzilhada (Rua Dr. José de Sá Carneiro, 60, Encruzilhada. Rua da concessionária Renaut Regence)
Entrada gratuita

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Coletivo Angu de Teatro reestreia Essa febre no Rio

Hermila Guedes em Essa febre que não passa. Foto: Ivana Moura

“(…) Hoje fico pensando se não foi um atraso de vida, essa minha vocação para gostar do longe. Tudo, quanto mais distante daquela nossa realidade pobrezinha, mais eu gostava. Imagina, numa ponta de rua do mundo, uma criatura crescendo completamente em desacordo! Tânia, Fátima, Goreti, todas elas sonhavam com altares, maridos, filhos, um emprego no Banco do Brasil, talvez. Você lembra? E eu não tinha com quem falar sobre como foi bonito o começo, o meio e o fim de Dolores Duran.”

Cinco contos embebidos em sensibilidade, amor, perda, força, ternura. Essa febre que não passa, montagem do Coletivo Angu de Teatro a partir do livro homônimo da jornalista Luce Pereira, transpira tudo isso. Com algumas especificidades e primeiras vezes: o elenco é todo feminino e André Brasileiro estreia na direção, sob o olhar sempre atento de Marcondes Lima, diretor das três montagens anteriores do grupo: Angu de sangue, Ópera e Rasif – Mar que arrebenta.

No palco, Ceronha Pontes, Hilda Torres, Márcia Cruz, Mayra Waquim, Nínive Caldas e também Hermila Guedes ou Lili Rocha. Desde o ano passado, quando Hermila precisou gravar novela que Lili divide o papel com ela; e agora como o filme Era ma vez eu, Verônica terá pré-estreia em alguns lugares, Lili entra em cena novamente.

Ceronha Pontes e Nínive Caldas

A peça é formada por vários quadros; esses personagens são ligados de forma muito sutil; existem de forma independente. Uma mulher que perdeu o grande amor e ouve My way no último dia do ano; outra que fez concessões e achou que um gato poderia restaurar laços rompidos; uma tia que nunca viu o mar. É uma peça entrecortada por sensibilidade, em que o voal do cenário mostra e esconde; vai sendo aberto aos pouquinhos; as memórias vão aparecendo, seja em fotos, palavras, gestos. A música é feita ao vivo, com direito até a tango.

Essa febre que não passa reestreia hoje no Rio de Janeiro dentro do projeto Visões Coletivas, no Teatro Glauce Rocha.

Serviço:
Essa febre que não passa
Quando: De quinta a domingo, até 16 de dezembro, às 19h
Onde: Teatro Glauce Rocha (Avenida Rio Branco, 179, Centro, Rio de Janeiro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: (21) 2220-0259

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Vou aproveitar para postar um texto que escrevi para a revista Continente de novembro sobre o projeto Visões Coletivas, que está levando Essa febre ao Rio:

Seis meses em cena carioca
Grupos nordestinos mostrarão produção recente dentro do projeto Visões coletivas

Texto // Pollyanna Diniz

Há três anos, o Teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio de Janeiro, reabria as portas. A programação que dava as boas vindas ao público tinha sotaque pernambucano: eram montagens do Recife, do Cabo de Santo Agostinho, de Caruaru e de Arcoverde. O Coletivo Angu de Teatro estava nessa seara apresentando Angu de sangue, texto de Marcelino Freire.

A companhia pernambucana que completa dez anos em 2013 voltou ao Glauce Rocha no último mês de março para uma curta temporada que provocou muita fila na porta do teatro – a apresentação de Essa febre que não passa, texto da jornalista Luce Pereira. Depois dessas duas experiências, o Angu agora ocupa a casa de espetáculos carioca por um tempo mais prolongado. Serão seis meses de peças de grupos nordestinos dentro de um projeto proposto pela companhia, intitulado Visões coletivas – Nordeste contemporâneo.

“Já pensávamos em fazer um projeto semelhante desde 2008. Mas não tinha ainda um formato ideal. Isso só veio com o edital de ocupação do teatro, lançado pela Funarte”, explica Tadeu Gondim, idealizador do projeto e produtor do Coletivo Angu de Teatro. Na grade de espetáculos, montagens do Recife, de Fortaleza, de Natal, de João Pessoa e ainda de Salvador. “Assim como no resto do país, o teatro de grupo também está fervilhando no Nordeste. E claro que existe a curiosidade do público do Sudeste sobre o que é feito no Nordeste. Ainda há uma visão, para quem não conhece, de que teatro nordestino é cordel e fala de seca”, avalia Gondim.

Do Recife, a programação inclui três montagens do Angu – Angu de sangue (novembro), Essa febre que não passa (dezembro) e Ópera (janeiro) – e o espetáculo O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas (novembro), da Trupe Ensaia Aqui e Acolá. Já se apresentaram, na abertura do projeto mês passado, os grupos Mão Molenga Teatro de Bonecos, com O fio mágico, e a Cia. Enlassos, com Assim me contaram, assim vou contando…

Grupo Bagaceira de Teatro apresenta repertório em fevereiro. Na foto, A mão na face, que estreou no Recife. Foto: Pollyanna Diniz

No caso de algumas companhias, o público poderá ter uma visão mais ampla da produção, com a apresentação de mais de um espetáculo do repertório. O grupo Bagaceira de Teatro, por exemplo, do Ceará, participa do projeto com quatro montagens: Tá namorando! Tá namorando!, Meire Love, A mão na face e Lesados. Da Paraíba, está na programação Deus da fortuna, do Coletivo Alfenin de teatro; do Rio Grande do Norte, A mar aberto, do Coletivo Atores a Deriva. E ainda Ricardo Guilherme (CE), com Bravíssimo e A comédia de Dante e Moacir; Fábio Vidal (BA) com o espetáculo Sebastião; Felícia de Castro (BA) com Rosário; e Ceronha Pontes (CE) com Camille Claudel. A única exceção na programação é o francês Maurice Durozier, ator do Théâtre du Soleil que mantém uma relação próxima com o Nordeste brasileiro.

“O nosso mote é discutir o teatro contemporâneo feito no Nordeste. E talvez a gente perceba que as questões contemporâneas são muito parecidas, sejam elas tratadas por espetáculos do Nordeste ou do Sudeste. Nos nossos espetáculos, por exemplo, as referências nordestinas estão sempre muito presentes. Mas se dão de outra forma – não necessariamente no tema, na estética. O discurso é contemporâneo”, finaliza Tadeu Gondim.

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Interesse coletivo

No último final de semana, foi realizado o Congresso Brasileiro de Teatro, em Osasco. A ministra da Cultura Ana de Hollanda, envolvida em várias polêmicas desde que assumiu o cargo, participou. Quem esteve por lá também foi o querido Tadeu Gondim (um dos nossos fotógrafos preferidos!) do Coletivo Angu de Teatro. Nós pedimos e ele aceitou contar aqui como foi o encontro (Obrigada, Tadeu!):

“Não é segredo que a luta das pessoas que trabalham com teatro é árdua… Em comparação com outras profissões, nós, artistas, desde sempre tivemos que, literalmente, brigar para conseguir espaço, respeito e, claro, subsídios financeiros para possibilitar a execução do nosso trabalho e conseqüentemente para o nosso sustento (sem desmerecer as lutas de outras categorias). A realização do Congresso Brasileiro de Teatro, nos dias 26 e 27 de março últimos, em Osasco, São Paulo, foi por esses e outros motivos um marco positivo na história do teatro de nosso país.

Com a presença de profissionais de quase todos os estados do Brasil (20 estados e mais o Distrito Federal), foram discutidas na plenária do congresso questões fundamentais para o futuro das artes cênicas. O Prêmio Teatro Brasileiro, o Projeto de Lei Procultura (Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura – PL nº6.722/2010) a ser instituído em substituição à atual Lei Rouanet, a necessidade de execução, por parte da Funarte, dos editais relacionados ao Fundo Setorial de Artes Cênicas e o teatro de rua no país que, em alguns estados, vem sendo reprimido seja por violência física e/ou pela burocracia que “privatiza” espaços públicos ferindo direitos garantidos pela constituição; foram temas centrais do congresso, que contou em seu encerramento com a presença da Ministra da Cultura Ana de Hollanda, do Presidente da Funarte Antônio Grassi, do Secretário de Políticas Culturais do Minc Sérgio Mambertti, do Senador Eduardo Suplicy, entre outros.

Como resultado final, uma carta foi entregue à Ministra, com todas as questões importantes discutidas pela plenária durante o encontro. “Vamos apoiar o Prêmio Teatro Brasileiro, que consta no projeto do ProCultura”, disse Ana de Hollanda, que recebeu o documento.

Ana de Hollanda participa de Congresso de Teatro. Foto: Marcos Fioravanti

Fica deste congresso, além dos pontos positivos citados acima, a necessidade de uma maior articulação por parte dos profissionais de teatro do Nordeste em participar conjuntamente de eventos como esse. As condições propostas por profissionais de teatro das regiões Sul e Sudeste muitas vezes não condizem com a realidade de outras regiões. A proposta do Prêmio Teatro Brasileiro, por exemplo, ainda a ser definido em regulamento, possui disparidades entre os valores propostos para as regiões Sul/Sudeste e para a Norte/Nordeste.

A união de forças será fundamental para a garantia de direitos realmente iguais para todos. O valor da nossa
criação artística não pode ser mensurado por colegas de outro estado (mesmo que queridos), que desconhecem a nossa realidade. A união será importante para garantir os interesses realmente coletivos”.

Confira aqui a carta elaborada durante o Congresso:
O Congresso Brasileiro de Teatro, realizado em Osasco, São Paulo, nos dias 26 e 27 de março de 2011, que reuniu profissionais do teatro nacional de vinte estados e do Distrito Federal, com os objetivos de:
discutir e refletir sobre as atuais políticas públicas culturais executadas pelas instâncias públicas e privadas;
e assegurar o debate e a implantação das propostas do setor teatral elaboradas e apresentadas à sociedade e ao Estado, ao longo dos últimos oito anos, decidiu:
considerando os relatos dos congressistas que comprovam que os espaços públicos no Brasil tem sido privatizados, por meio de cobrança de taxas, proibição aos artistas de exercer seu ofício, com o uso de violência física e moral, apesar do artigo 5º da Constituição Federal Brasileira garantir o direito de ir e vir e a liberdade de expressão, entendemos que a mesma está sendo desrespeitada nas instâncias municipal, estadual e federal;

– elaborar instrumentos jurídicos que regulem a ocupação dos prédios públicos ociosos, bem como imóveis que tenham possibilidade de agregar os artistas;

– criar uma comissão para impetrar uma carta-denúncia que deverá ser entregue em audiência com a Ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos;

– apoiar o projeto de lei federal apresentado pelo Dep. Fed. Vicente Cândido, lido em plenária, que regulamenta a garantia deste direito.

E, também,

considerando os esforços realizados no Congresso Brasileiro de Teatro (1979, em Arcozelo) Movimento Brasileiro de Teatro de Grupo (anos 80), o Movimento Arte Contra à Barbárie (1998), Redemoinho (2004-2009), Rede Brasileira de Teatro de Rua (2007), que culminaram na elaboração da Lei Prêmio do Teatro Brasileiro,

– exigir, em caráter de urgência, a sua votação pelo Congresso Nacional e, posteriormente, a sua implementação pelo Ministério da Cultura;

– fazer mobilização nacional pela votação imediata do Prêmio Teatro Brasileiro;

A plenária do Congresso Brasileiro de Teatro exige, ainda:

– aprovação imediata do Projeto de Lei PROCULTURA, no qual está inserido o Premio Teatro Brasileiro, com dotação orçamentária própria em Lei especifica;

– a execução, pela FUNARTE, dos editais relacionados ao Fundo Setorial de Artes Cênicas;

– a definição do dia 27 de março como o Dia Nacional de Mobilização do Teatro;

Ficou decidido que a data do 2º. Congresso Brasileiro de Teatro será dias 06,07 e 08 de abril de 2012 em Brasília, Distrito Federal.

Osasco, 27 de março de 2011, Dia Mundial do Teatro.

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