Manifesto contra a repressão, de ontem e de hoje

Hilda Torres no espetáculo Soledad. Foto: Flávia Gomes

Hilda Torres no espetáculo Soledad – A terra é fogo sob nossos pés. Foto: Flávia Gomes

A personagem Soledad, criada pela atriz Hilda Torres, assume o amálgama de militância política e paixão amorosa. Firme e doce. Sedutora na prática do bem comum. A ditadura brasileira (1964-1985) confiscou a vida da jovem guerrilheira paraguaia Soledad Barrett Viedma (1945-1973) de forma covarde. Um relevante trabalho de resgate foi feito pela intérprete em parceria com a diretora argentina Malú Bazán e a própria filha da militante, Ñasaindy Barrett, para erguer o espetáculo Soledad – A terra é fogo sob nossos pés. A montagem estrou ano passado e agora faz uma curta temporada às 20h dos sábados e às 19h dos domingos, no Teatro Hermilo Borba Filho, até o dia 10 de abril.

As veias dilaceradas da ativista respingam em toda América Latina, mas foi nos arredores do Recife que ela sofreu o golpe final e fatal. O agente duplo da ditadura José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, seu “companheiro amoroso” de quem estava grávida, a delatou ao delegado Sérgio Paranhos Fleury, o terrível carrasco de presos políticos. Sol foi torturada e assassinada numa ação policial que exterminou mais cinco militantes da VPR: Pauline Philipe Reichstul, Eudaldo Gomes da Silva, Evaldo Luis Ferreira, Jarbas Pereira Marques e José Manoel da Silva. O episódio brutal ocorreu na Chácara São Bento, em 8 de janeiro de 1973, em Abreu e Lima, e ficou conhecido como Massacre de São Bento.

Soledad Barret fez parte da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). A justiça social estava no seu sangue. Era neta do escritor, jornalista, intelectual e líder anarquista Rafael Barrett. Uma ação de neonazistas em Montevidéu selou sua escolha pela guerrilha. Ao se recusar a reproduzir a frase “viva Hitler!”, ela foi submetida à violência de ter a suástica nazista gravada em suas coxas pelos extremistas.

Para seu aprendizado e atuação na guerrilha, e/ou fugindo das perseguições, Soledad morou na Argentina, no Uruguai, em Cuba e no Brasil, sob a ditadura militar. Em Cuba se enamorou de Zé Maria, pai de sua filha Ñasaindy.

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Excelente atuação de Hilda Torres

Essa cena do real faz um resgate dessa mulher guerreira que era injustamente mencionada como a mulher do Cabo Anselmo. A atriz Hilda Torres e a diretora Malú Bazán construíram a dramaturgia a partir de poemas e textos de pessoas envolvidas na história de Soledad e do livro do jornalista Urariano Mota, Soledad em Recife, relato que resgata a passagem da paraguaia por Pernambucano.

O monólogo poético utiliza poemas, músicas, elementos sonoros, cadeira, livro e outros objetos, como uma boneca confeccionada por Maria de Lourdes Albuquerque, 94, uma das mulheres de fibra que encetou o movimento das mães em busca de seus filhos no período da ditadura. Nas laterais do palco estão esparramados papéis usados durante o processo de produção da peça.

A história de Soledad é contada da forma digna, com entrega total da atriz Hilda Torres. O tom da encenação é totalmente feminista, de empoderamento da mulher, e com caráter libertário, contra as repressões. Mas o peso dessa história de luta, que expõe muitas barbaridades cometidas contra essa mulher aguerrida, não cai no panfletário. As posições da encenação são claras em defesa da vida, pelo respeito à pessoa humana e pela liberdade em todos os níveis.

Empoderamento feminino

Empoderamento feminino

Com os seios desnudos, Hilda entra no palco traçando conexões com a feminilidade, maternidade, com o Planeta Terra. Há muitas camadas de metáforas. E segue outras composições. Nas dobras da saia, levava os recados de libertação como herança de família.

Seus movimentos se alteram entre a narração da intimidade amorosa com a família e amigos e a luta armada, que aprende em pé de igualdade com os homens.

O empenho da intérprete em catapultar a imagem de Soledad para um lugar mais alto passou pelo aprendizado de algumas palavras e expressões em guarani, já que a militante falava o idioma; chegou aos passos rápidos e fortes do cavalo-marinho, que traçam com beleza coreográfica as cenas de batalha.

Os fatos narrados ostentam um ‘status de verdade’, pelo compromisso dos criadores com a realidade de Soledad e dos revolucionários que comprometeram seu tempo e até perderam a vida nessas lutas. Esse teatro documentário, político (e não há outro sentido no teatro político que não seja libertador) clama pelos povos oprimidos do continente. Os elementos ficcionais na montagem completam sua sustentação poética.

É uma atuação de fôlego de Hilda Torres. A maior de sua carreira. Uma entrega total. Potente e bela. Por seus poros, por seus olhos, nos seus gestos, na gradação de sua voz, nas explosões emotivas da personagem pulsam o essencial de vida. Coragem para tornar a existência grande. É comovente quando ela clama pelos desaparecidos políticos e a plateia responde “presente”. A potencialidade dessa anexação do real faz o teatro vibrar. E mesmo o espectador mais anestesiado com o excesso de informação sai da passividade para pertencer e se revoltar contra as barbaridades.

O projeto conta com uma equipe técnica afinada, como a iluminação cúmplice de Eron Villar e direção musical de Lucas Notaro. Soledad – A terra é fogo sob nossos pés fala de um período terrível de perseguições, mas aponta também para os tempos que correm da política brasileira.

Mas não é um espetáculo para qualquer espectador. Para quem tem certeza que há hierarquização de humanos enquanto valor de pessoa, que os pobres não têm direitos a melhorar de vida, que não deve haver empoderamento das mulheres, talvez seja melhor não aparecer. Para os que tem incertezas sobre essas questões ainda há alguma chance. E para quem defende a liberdade, os direitos humanos, o respeito às diferenças é uma encenação para se recarregar.

Ficha Técnica

Direção, cenário e figurino: Malú Bazán
Dramaturgia e pesquisa cênica: Hilda Torres e Malú Bazán
Pesquisa histórica: Hilda Torres, Márcio Santos e Malú Bazán
Execução de cenário e figurino: Felipe Lopes e Maria José Lopes
Iluminação: Eron Villar
Operação de luz: Eron Villar e Gabriel Félix (Villa Lux)
Direção musical: Lucas Notaro
Operação de som e produção executiva: Márcio Santos
Consultoria do idioma guarani: Adrián Morínigo Villalba
Atriz, idealizadora e coordenadora do projeto: Hilda Torres

SERVIÇO

Soledad – A Terra é Fogo Sob Nossos Pés (Cria do Palco – Recife/PE)
Quando: Sábados, às 20h; e domingos, às 19h. Até o dia 10 de abril.
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife
Quanto: R$ 30 e R$ 15

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Contra as garras do autoritarismo

Foto: Victor Haim

Nem mesmo todo o oceano, da Cia OmondÉ. Foto: Victor Haim

O espetáculo Nem mesmo todo o oceano transborda de vida, contraditória e humana na ambição pelo poder (mesmo os pequenos e podres poderes). Exubera de lucidez, com doses generosas de ironia sobre a História e seus patéticos e cruéis personagens. E extravasa de amor pelo Brasil, desejoso de um país mais justo.

Adaptada do romance homônimo do escritor mineiro Alcione Araújo e com uma direção provocadora, potente e precisa de Inez Vianna a montagem utiliza uma lente de aumento. Metonímia. Da parte – o personagem Ele -, para o todo – os descaminhos, os atentados contra os direitos humanos, a inversão de valores, a tirania. E com isso revela minúcias sórdidas.

A encenação reflete e nos faz pensar (nós espectadores neste momento de turbulência no Brasil) sobre o período da ditadura militar – o país do futuro enlameado nos porões do autoritarismo.

Nem mesmo todo o oceano, da Cia OmondÉ, cumpre temporada na Caixa Cultural Recife, até 9 de abril, com sessões de quinta-feira a sábado, às 20h. E é imperdível.

Seis intérpretes se multiplicam entre os diversos papeis, inclusive o protagonista Ele. Os atores Leonardo Brício, Iano Salomão, Jefferson Schroeder, Junior Dantas, Luis Antonio Fortes e Zé Wendell se revezam num jogo frenético. A dinâmica proposta pela encenadora e executada pelo elenco esfumaça as fronteiras entre personagens, como a apontar a essência daquelas qualidades e defeitos em todos nós. Cabendo a cada um eleger o que deve estar no comando.

O palco vazio de cenários valoriza a presença do ator. A diretora põe o ator em primeiro plano, o jogo e as interpretações. A ditadura brasileira é narrada a partir da trajetória de um médico ambicioso e alienado. Ele vem de uma infância humilde no Interior de Minas Gerais e vai estudar no Rio de Janeiro. Seus colegas de faculdade são perseguidos e presos e o mineiro prefere não entender o que está acontecendo, porque acredita que o problema não é com ele. Sua única preocupação é com o seu próprio umbigo, ascensão profissional, inserção social, em satisfazer seu ego.

Ele pouco se importa com sua família que ficou no interior de Minas. Quando passa a ganhar dinheiro, utiliza apenas para seus gastos. Acha suficiente o orgulho que deu aos seus ao galgar uma carreira de médico. Sua estrutura moral é frágil. Deslumbrado com as aparências e alimentando um recalque, ele não vai deixar passar a oportunidade de se vingar. Do mundo que o exclui e ao qual ele tenta se agarrar.

Quando ocupa o cargo de médico legista do DOI-Codi (órgão de repressão do Exército) Ele passa a testemunhar as torturas e abalizar se o supliciado tem ou não condições de ser submetido a mais violência. Os personagens são fictícios,  mas tão baseados na História que chocam até a Comissão da Verdade.

Nem mesmo todo o oceano

Encenação exibe portões da ditadura militar. Foto: Carlos Cabera

Há algo de Mephisto, longa-metragem do realizador húngaro István Szabó, nessa criatura de Alcione Araújo.  O filme é inspirado no romance Doktor Faustus do escritor Klaus Mann, filho do consagrado Thomas Mann.

O protagonista Hendrik Höfgen (papel defendido por Klaus Maria Brandauer) é um ator alemão ambicioso, que abandona antigos valores e amigos para se tornar – sem escrúpulos – o maior ator do Terceiro Reich. Sua atuação como Mefistófeles na peça Fausto, de Goethe, o tornou um símbolo cultural do regime nazista. Para isso ele trava um pacto com o “diabo”.

O filme de 1981 foi premiado com o Oscar de Filme em Língua Estrangeira, Roteiro e Prêmio da Crítica em Cannes. É baseado na vida real do ator Gustav Gruendgens, mas ganha escala maior por interrogar sobre o papel de um artista na sociedade.

Na Alemanha dos anos 1930, Hendrik Höfgen não se preocupa com política; o que importava era sua carreira, seu entendimento sobre o bolchevismo. Mas quando os nazistas ocupam o poder, ele não titubeia em fazer peças de propaganda do regime.

Hoefgen se entrega à ideologia do mal. E no final do filme expõe o seu dilema: “O que querem de mim? Eu sou só um ator”.

Ritmo frenético na troca de papeis

Ritmo frenético na troca de papeis

Até que ponto é possível um cidadão comum não se envolver com as questões de seu tempo? palpita a montagem. O protagonista de Nem mesmo todo o oceano também não tem afeição por política. Sob a capa da alienação, Ele diz que só se interessa por sua própria vida. Por seu umbigo. Por suas conquistas.

Mas nos regimes totalitários qualquer um pode ser triturado. Inclusive aqueles que sacrificaram crenças políticas, religiosas e outras em nome de uma suposta sobrevivência físicia e social. O protagonista irá descobrir, tarde demais, que é apenas uma pecinha numa grande engrenagem e sua eliminação não fará a mínima diferença.

Há cenas que fazem referências a fatos reais, como a invasão ao prédio da União Nacional dos Estudantes, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade e o show Opinião. E a encenadora dosa bem o tom crítico da montagem, ao fazer um contraponto com o farsesco de algumas cenas, que exibem o ridículo das ações e do pensamento da plutocracia.

Personagens debocham de comportamentos da elite da época

Personagens debocham de comportamentos da elite da época. Foto: Carlos Cabera

Quando o público entra no teatro o elenco já está no palco, jogando com uma bola. A bola sai, mas o jogo continua nos deslocamentos dos atores em blocos, em parte ou isolados. A iluminação revela essas conduções, seus círculos e os claro/escuro de uma história sem final feliz.

Cada um do elenco tem algum momento de destaque. E nesse caso acima dos relevos, o mais importante é o conjunto da atuação, que também funciona com uma corrida de revezamento, ninguém pode deixar o bastão cair, sob o risco de comprometer toda a operação.

Nem mesmo todo o oceano estreou em 2013, quando começou uma onda de protestos nas ruas. Falar de 1964 em 2016 é de importância vital, nesse diálogo entre arte e vida, arte e politica. O espetáculo pulsa nervoso, frenético, urgente como o Brasil desses tempos.

FICHA TÉCNICA
Autor: Alcione Araújo
Adaptação e Direção: Inez Viana
Consultoria Dramatúrgica: Pedro Kosovski
Elenco: Cia OmondÉ – Leonardo Bricio, Iano Salomão, Jefferson Schroeder, Junior Dantas, Luis Antonio Fortes e Zé Wendell
Figurino: Flávio Souza
Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Iluminação: Renato Machado
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Dulce Lobo
Assistentes de Direção: Carolina Pismel, Debora Lamm e Juliane Bodini
Produção Executiva: Jéssica Santiago e Rafael Faustini
Direção de Produção: Claudia Marques
Projeto da Cia OmondÉ
Patrocínio CAIXA

SERVIÇO:
Nem mesmo todo o oceano
Onde: CAIXA Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife, Recife/PE)
Quando: 31/03 a 02/04 e de 07 a 09/04/2016, de Quinta a sábado, às 20h.
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)
Vendas: a partir das 10h do dia 30 (para as apresentações de 31/03 a 2/04) e do dia 06 (para as apresentações de 07 a 09/04)

Informações: (81) 3425-1915 / 3425-1900
Classificação Indicativa: 16 anos
Duração: 80 minutos

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O amor de Clotilde volta aos palcos

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas. Foto: Júlio Morais

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas. Foto: Júlio Morais

Comemorando seis anos em temporada, o espetáculo O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas volta aos palcos pernambucanos neste fim de semana. Serão poucas apresentações: a peça fica em cartaz de 2 a 24 de abril, aos sábados e domingos, sempre às 19h, no Teatro Apolo, no Bairro do Recife.

A montagem da Trupe Ensaia Aqui e Acolá, que já teve várias temporadas no Recife, rodou o Brasil pelo Palco Giratório e também fez circulação internacional, é baseada no romance A emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela, publicada em folhetins entre agosto de 1909 e janeiro de 1912, no Jornal Pequeno. Misto de suspense, policial, crítica de costumes e estudo sociológico de uma época, o texto de Vilela se transformou num delicioso melodrama no palco.

Confira a crítica de Ivana Moura sobre o espetáculo.

No elenco, Andréa Veruska, que interpreta a mãe da mocinha; Andréa Rosa, a empregada; Iara Campos, Clotilde; Jorge de Paula, o comerciante Jaime Favais, pai de Clotide; Tatto Medinni é o vilão interesseiro João Favais; e Marcelo Oliveira, o sedutor galante Leandro Dantas.

Muitos dos ingredientes dessa montagem são os clichês, o gesto exagerado, a dublagem das músicas bregas, a estética kitsch. Jorge de Paula, que também está no elenco, se mostra um encenador potente, criativo e muito hábil na direção de atores. De fato, a proposta do mergulho no melodrama se torna bem-sucedida principalmente pela qualidade do trabalho dos atores, todos no mesmo diapasão.

Ficha técnica:

Texto: Trupe Ensaia Aqui e Acolá
Encenação: Jorge de Paula
Atores: Andréa Veruska, Andréa Rosa, Iara Campos, Jorge de Paula, Marcelo Oliveira e Tatto Medinni.
Figurino: Marcondes Lima
Cenário: Jorge de Paula
Iluminação: Sávio Uchoa
Operação de luz: Dado Sodi
Maquiagem: Trupe Ensaia Aqui e Acolá
Pesquisa de trilha sonora: Trupe Ensaia Aqui e Acolá
Operação de som: Juliana Montenegro
Produção: Trupe Ensaia Aqui e Acolá

Serviço:
O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas
Quando: sábados e domingos, às 19h, de 2 a 24 de abril
Onde: Teatro Apolo
Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada), disponíveis na bilheteria do teatro duas horas antes da peça, a partir das 17h

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Mostra do Sesc em vários teatros

Amar é Crime é o primeiro trabalho do grupo Amaré. Foto: Maíra Arrais

Amar é Crime é o primeiro trabalho do grupo Amaré. Foto: Maíra Arrais

O espetáculo Amar é crime, inspirada no livro homônimo de Marcelino Freire, integra a programação da Mostra Sesc Teatro e Circo, que começou na quarta-feira e segue até o dia 7 de abril. A primeira montagem do coletivo AMARÉ Grupo de Teatro é dirigida por Isabelle Barros e traz no elenco os atores Natali Assunção, Marcos Medeiros e Micheli Arantes.

Foram garimpados quatro contos do livro para o palco: Acompanhante, Crime, Mariângela e Vestido longo. As narrativas têm em comum alguma situação de opressão, social, econômica ou psicológica. O amor do título beira a perversidade e está ligado à violência.

Amar é Crime foi apresentado quinta-feira (31/03) no Sesc Santa Rita e volta a ser exibido na terça-feira (05/04),  no Teatro Marco Camarotti.

Hilda Torres no espetáculo Soledad. Foto: Divulgação

Hilda Torres no espetáculo Soledad. Foto: Divulgação

Soledad – A Terra é Fogo sob Nossos Pés, solo com Hilda Torres, é exibido no Teatro Capiba nesta sexta-feira às 20h. O monólogo narra o percurso da militante de esquerda Soledad Barrett Viedma, sua vida e luta política até ser assassinada em Pernambuco. O espetáculo tem direção da paulista Malú Bazan

Gritos de Guerra, Gritos de Amor é uma viagem poética de vida e morte, de encontros e desencontros, com texto e direção de Moncho Rodriguez. Com Fabiana Pirro, Gilberto Brito e Asaías Rodrigues, a montagem utiliza tradição da narrativa ibérica, e elementos da cultura do Nordeste brasileiro, como o mamulengo e a poesia popular. A peça tem sessão marcada para sábado (02/04), Teatro Capiba, 20h.

Na próxima quarta-feira (06/04), mais uma oportunidade para assistir ao espetáculo Camille Claudel, no Teatro Marco Camarotti, às 20h. A atriz Ceronha Pontes inverte a ordem cronológica para mostrar os desassossegos da artista francesa, que foi atormentada por um amor mal correspondido por Rodin, pelo preconceito da sociedade do século 19. Depois de mais de 30 anos internada num hospício, sem o amparo da família, Camille Claudel morreu em 1943, aos 79 anos de idade, pobre e sozinha.

Romance de dois soldados de Herodes encerra a programação na quinta-feira (07/04), no Teatro Marco Camarotti, 20h

Já foram apresentados Na Beira, com direção e atuação de Plínio Maciel; o ensaio aberto Retratos de Uma Lembrança Interrompida, do Grupo Bela Idade e O Açougueiro, monólogo com Alexandre Guimarães.

Programação Completa:

30/03 (quarta-feira)
Na Beira
Teatro Arraial – 19h

31/03 (quinta-feira)
Retratos de uma Lembrança Interrompida
Teatro Arraial – 15h

 31/03 (quinta-feira)
Amar é Crime
Sesc Santa Rita – 20h

31/03 (quinta-feira)
Açougueiro
Teatro Capiba – 20h

01/04 (sexta-feira)
Soledad – A terra é fogo sob nossos pés
Teatro Capiba – 20h

02/03 (sábado)
Grito de Guerra, Grito de Amor
Teatro Capiba – 20h

 05/04 (terça-feira)
Amar é Crime
Teatro Marco Camarotti – 20h

06/04 (quarta-feira)
Camille Claudel
Teatro Marco Camarotti – 20h

07/04 (quinta-feira)
Romance de dois soldados de Herodes
Teatro Marco Camarotti – 20h

SERVIÇO
Mostra Sesc Teatro e Circo
Quando: Até 7 de abril
Onde: Teatros Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista); Capiba (Avenida Professor José dos Anjos, 1190, Casa Amarela) e Marco Camarotti (Rua do Pombal, s/nº, Santo Amaro).
Ingressos: R$ 20 (público em geral) e R$ 10 (comerciários e dependentes)

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Encontro de Artes Cênicas será neste fim de semana

 

Escola Pernambucana de Circo abre programação com circus-círculos-que-não-se-fecham-Foto-Karina-Morais

Escola Pernambucana de Circo abre evento com Faça parte dessa história. Na foto de Karina Morais, a montagem Círculos que não se fecham

A reclamação de inexistência, ausência de pertinência, de falta de continuidade ou prioridade das políticas públicas para as artes cênicas na cidade do Recife é geral. E não sem motivos. Com três anos da atual gestão fica difícil contabilizar avanços. A ideia de transformar o Centro Apolo-Hermilo numa usina cultural de referência de pesquisa contemporânea não chegou nem a virar proposta no papel.

A situação dos equipamentos municipais é preocupante. O Teatro do Parque, por exemplo, está fechado desde 2010; as obras de restauração estão suspensas desde julho de 2015; agora, o Ministério Público cobra na justiça a retomada das obras. O SIC municipal sumiu do mapa dos incentivos da cidade. O recorrente atraso nos pagamentos de editais ou trabalhos de artistas é considerado pelos contratados ou premiados como algo altamente desrespeitoso. O festival de teatro deu um recuo em importância e discussão de ideias para o começo dos anos 1990; quer dizer, ficou obsoleto e desorientado enquanto identidade, com suas particularidades, e perdeu força.

Bem, a Fundação de Cultura Cidade do Recife promove neste sábado (2) e domingo (3) o 3º Encontro de Artes Cênicas do Recife no Museu da Cidade do Recife (Forte das Cinco Pontas), no bairro de São José. Pretende reunir atores, artistas circenses, profissionais da dança e  produtores, para – segundo o release da prefeitura-, discutir propostas para melhorias para o teatro, dança e circo.

O programa começa no sábado a partir das 9h, com a apresentação do espetáculo Faça Parte Dessa História, da Escola Pernambucana de Circo. Em seguida, serão realizados os debates de cada segmento: teatro, dança e circo. Às 14h, está marcada uma Sessão Plenária até às 16h30.

A Sessão Plenária do domingo vai das 9h até o meio-dia. E, a partir das 14h, o debate tem como tema os Festivais de Artes Cênicas no Recife. Apresentações artísticas, ainda em comemoração ao Dia Mundial do Teatro e Dia Nacional do Circo (comemorado no dia 27 de março), terão vez a partir das 16h.

O aviso da Prefeitura do Recife atesta que o “encontro é um convite para tomada de decisões em conjunto, em benefício das artes cênicas da capital pernambucana”.

As inscrições terminaram nesta quinta-feira (31). De acordo com Romildo Moreira, gerente de Artes Cênicas da Prefeitura do Recife, idealizador do encontro, ainda há algumas vagas disponíveis. Os interessados podem enviar e-mail para gerenciaartescenicas@gmail.com ou ligar para o número (81) 3355-3137, até às 17h, para garantir a inscrição. Por e-mail, é preciso aguardar confirmação.

Sábado 02/04:

9h – Solenidade de abertura e Apresentação do espetáculo Faça Parte Dessa História (no Pátio Térreo)

10h às 12h – Trabalho dos grupos de teatro, dança e circo (Sala de Reunião e Pátio Térreo)

12h às 13h30 – Almoço (Área externa)

14h às 16h30 – Sessão Plenária (Pátio Térreo, Lona de Circo)

Domingo, 03/04

9h às 12h – Sessão Plenária

12h às 13h30 – Almoço (Área externa)

14h às 16h –  Debate: Festivais de Artes Cênicas em Recife (Auditório)

16h – Encerramento com apresentações artísticas (Pátio Térreo)

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