Arquivo mensais:julho 2012

Curadoria será de Lúcia Machado

Ainda não chegou o “momento oportuno” para a entrevista de Simone Figueiredo, mas ontem à noite mesmo já recebemos da Prefeitura do Recife outra nota sobre o Festival Recife do Teatro Nacional. De acordo com o texto, a curadoria será só de Lúcia Machado.

Publicamos a nota na íntegra:

“Nota sobre o Festival Recife do Teatro Nacional

A Secretaria de Cultura do Recife reafirma que o Festival Recife do Teatro Nacional é um evento de grande relevância para a gestão municipal. Por isso, tem buscado a cada ano valorizar e investir cada vez mais na
realização do evento já consolidado na cidade. No Festival deste ano, a curadoria será da atriz e diretora, Lúcia Machado. O evento já está em fase de pré-produção, na qual já foi realizada uma ouvidoria pública, que elegeu um grupo de trabalho formado por André Filho, Ana Medeiros, Maria Clara Camaroti, Roberto Lúcio e Lúcia Machado. Além disso, já foi lançada uma chamada pública nacional para a seleção dos espetáculos e foram definidas algumas mudanças como a realização da mostra paralela de teatro popular e maior investimento na área de formação.

Com relação à pendência com o grupo que encenou a peça Jaguar Cibernético em novembro de 2011, a Secretaria volta a informar que o pagamento será efetuado dentro de 15 dias. A Secretaria tem honrado os pagamentos aos grupos que se apresentam nos eventos desenvolvidos com apoio da gestão municipal e em 14 edições do Festival Nacional nunca houve problemas com documentação e pagamentos dos grupos participantes.”

Lúcia Machado assume curadoria. Na foto, Lúcia em 2009, quando era coordenadora do mesmo festival. Foto: Val Lima/divulgação

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Magia luso-brasileira em castelo europeu

O elenco de O desejado - Rei D. Sebastião. Fotos: Rui Pitães/Divulgação

Estreou ontem, com direito a cenário de filme: um castelo e forte nevoeiro em Lanhoso, Portugal, a peça O desejado – Rei D. Sebastião. Com direção de Moncho Rodriguez, a montagem feita a partir de um intercâmbio entre Pernambuco e Portugal deve abrir o próximo Janeiro de Grandes Espetáculos. Agora, os atores cumprem uma temporada de mais 12 apresentações em terras lusas; aqui, a ideia é que o espetáculo seja encenado na capital pernambucana e também em Olinda, Caruaru, Arcoverde, Salgueiro e Petrolina.

Entrevistamos dois atores da montagem: Júnior Aguiar, que estava um pouco afastado dos palcos – a última montagem da qual ele participou foi Quase sólidos; e Júnior Sampaio, pernambucano que mora em Portugal há muitos anos e parceiro do blog.

ENTREVISTA // Júnior Aguiar

Qual o enredo do espetáculo?
O espetáculo conta a história de um grupo de comediantes-atores que procuram pelo Rei D. Sebastião – O Desejado, que desapareceu numa batalha na África. Eles procuram pelo invisível, pelo sonho de viver a liberdade e a poesia, querem o encantamento das coisas, querem a verdade que se manifesta pelo teatro! O espetáculo é uma celebração. É a história da História. Portugal precisava de um herdeiro porque estava prestes a perder o seu poder para a Espanha, por causa da proximidade da morte de D. João III, casado com Dona Catarina (da Espanha). Era necessária e urgente a vinda de um herdeiro! Do amor de seu filho João e Joana nasce D. Sebastião.

Como esse mito é transposto para o espetáculo?
O espetáculo faz um paralelo entre os tempos. A crise que agora desespera os portugueses e as velhas crises que sempre ameaçam a soberania, a disputa pelo poder, o sofrimento do povo, as ironias, os tempos que não mudam! Para nós, pernambucanos, existem alguns elementos importantes, como, por exemplo, saber das influências portuguesas na nossa origem. A questão do Mito sebastianista que se configura até hoje no Nordeste Brasileiro (Belmonte, Lençóis Maranhenses..). A história da Pedra do Reino. De uma certa forma, todo o pensamento de Ariano Suassuna. O contexto da criação em que o espetáculo se configura é muito interessante. É o ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal. Então se estabeleceu um intercâmbio cultural entre atores dos dois paises, uma parceria entre o Centro de Criatividade de Polvoa de Lanhoso (coordenado por Moncho Rodriguez) e a Apacepe. Estamos aqui por dois meses com passagens, hospedagem e alimentação pagos e recebemos uma ajuda de custo.

Como está sendo o trabalho com Moncho Rodriguez?
Moncho Rodrigues é o autor e o diretor da encenação. É o coordenador do centro de criatividade de Polvoa de Lanhoso. É fantástico viver essa experiência e desfrutar com dignidade de todo a estrutura oferecida. Temos salas de dramatuturgia, de figurinos, de adereços, de ensaios, teatros…. Trabalhamos das 14h até meia-noite, com intervalos para as refeições. Durante a manhã, descansamos ou estudamos os textos. Moncho é um homem de teatro que não se esquece. Sua voz atinge nosso coração e pode nos encantar ou pode provocar sentimentos os mais contraditórios. De repente um grito de alerta, uma indicação preciosa, uma pergunta esclarecedora, um abraço. Moncho é claro no que deseja: quer a verdade dos atores. Somente a verdade. Mas a verdade não é fácil, faz doer o corpo inteiro, faz a gente se arriscar até perdermos o controle. É preciso ir além do que se sabe, do que se pode, do que se imagina pretender. Moncho tem o olhar que parece fora do mundo, não quer perder tempo, nem energia em vão. Exige profunda dedicação e disponibilidade. Nenhum ator permanece o mesmo se aceitar as regras do jogo.

Júnior Aguiar e Rafael Amancio

Qual a importância desse intercâmbio?
É preciso viajar pelo mundo. Se o olhar não alcançar longe, se não for surpreendido pelas diferenças culturais, pelas maneiras distintas de ser, pelas possibilidades das histórias, ficamos limitados e corremos o risco de não transcender como seres humanos sensíveis, como atores profissionais com visão ampla e cosmopolita. Trocar é crescer. O grupo de atores portugueses é fantástico. Observamos sua disponibilidade, sua maneira de nos receber, de nos apresentar suas formas de trabalho e de procurar pelas personagens. Eles tambem irão ao Brasil sentir como somos no nosso ambiente, de como incorporamos nossas manifestações culturais. No fim, toda essa experiência se configura em amplo e sólido aprendizado.

Pode nos adiantar algo da montagem?
Abel e Caim abrem o espetáculo. São como João Grilo e Chicó. Espertos, oportunistas, sobreviventes. Abel é feito pelo reconhecido ator português Pedro Portugal. Caim pelo inspirado Márcio Fecher tocando pandeiro, gaita, zabumba. Depois é a vez do casal Cordeiro e Frívola, interpretados perfeitamente por Mário Miranda e Marta. É um casal de espectadores que representam a realidade e que interferem na apresentação do espetáculo. E o grupo de comediantes-atores comandados por Noé (Júnior Sampaio) e Aldonça. Eu interpreto Josué – O ministro Castanheira e Dom Henrique, o cardeal. Rafael Amâncio interpreta Jesus e Gilberto Brito os persoangens Rutílio e Tibia.

ENTREVISTA // JÚNIOR SAMPAIO

Júnior Sampaio e a portuguesa Eunice Correia em cena

Do que trata o espetáculo e qual a importância desse texto para o contexto pernambucano
Trata-se de uma releitura poética do Mito de D. SebastiãO. Uma companhia de cômicos/atores acredita que um dia, para salvar o seu povo, representaria com verdade o sonho do desejado, e com tanta verdade brincaria, que El – Rei, na cena, em pessoa, apareceria para ser a própria personagem. Eles sonham… por ser grande o desejo de num novo tempo de viver. Sendo o que são (atores), porém mais respeitados. A importância do texto para o contexto pernambucano se encontra na constante pesquisa que Moncho Rodriguez atua com o seu teatro: a fusão da cultura do nordeste brasileiro e a cultura ibérica. Os pontos em comum entre as duas culturas estão presentes no texto de forma clara e inequívoca. Uma viagem poética pelas influências ibéricas na cultura nordestina. O texto está recheado de referências culturais nordestinas: o bumba-meu-boi, a pedra do reino, o repente, o martelo… Cidades e regiões são citadas ao longo da peça.

Como tem sido a experiência com Moncho?
A minha experiência com Moncho, mais uma vez, é enriquecedora. Há 20 anos que não trabalhava com ele e é como se tivesse sido ontem. Moncho sabe o que quer para o seu teatro e isto provoca uma segurança compensadora para o ator. O seu rigor e a sua poética comprovam-me que o teatro é uma celebração, que o teatro é magia sagrada.

Qual a marca da direção dele nesse trabalho?
A marca e assinatura de Moncho estão presentes em todo o espetáculo. É um espetáculo de Moncho Rodriguez. Moncho dirigiu-me duas vezes em 1990 em Romance do Conquistador, de Lurdes Ramalho, e em 1992 em A Grande Serpente, de Racine Santos. O Desejado tem toda a poética teatral do Moncho. Costumo dizer, se é que isto interessa, que esta é a sua tese de doutoramento!Dois povos, nordestinos do Brasil e portugueses, em um único universo, e sem distinções. Um trabalho onde a magia de unir é o que importa.

Como é a sua personagem?
A minha personagem é Noé, um ator/comediante, dono da companhia, que acredita no teatro como uma arte de transformação. Apaixonado pela sua função, alucinado pelo palco. Noé é um sonhador… e o seu maior sonho é ver o Desejado através da sua arte. Pode-se dizer que é um D. Quixote, um Merlim. Acredita na arte, na palavra, na fé cênica, no teatro. Sonha com o teatro. Noé pode ser qualquer pessoa que sonha que através da arte podemos chegar ao Desejado…desejo de um mundo melhor. Será que Noé sou eu ou eu é que sou Noé? Já não sei! É esperar e viver o sonho do Desejado.

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Programe-se para o fim de semana

A noite dos palhaços mudos, da Cia La Mínima. Foto: Carlos Gueller

A noite dos palhaços mudos – Da Cia La Mínima. A história é uma adaptação retirada do álbum Os piratas do Tietê e outras barbaridades, de 1994. A montagem é regida pela lógica do absurdo e o humor sem palavras, transportando para o palco tanto o universo das histórias em quadrinhos quanto os problemas do cotidiano dos grandes centros urbanos, cercados de intolerância e opressão. Sexta, sábado e domingo, às 20h, no Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).

Cuia – Do Grupo Oficarte (CE). Direção: Frank Lourenço. Espetáculo ritual que narra a origem do mundo, a criação e saga do homem, contada pela ótica da cultura afro-brasileira; a relação do homem-ancestral com os deuses ou orixás, tendo a cuia como elo de ligação. Sexta-feira, às 19h, no Espaço Coletivo (Rua Tomazina, Bairro do Recife). Entrada gratuita.

Texto de Arrabal em cartaz no Teatro Joaquim Cardozo

Piquenique no front – Com a Cia de Teatro Eu, tu, nós e bando. Texto: Fernando Arrabal. Direção: Charles Firmino. O espetáculo conta, de forma bem humorada, original e absurda a história do soldado incompetente Zapo. Em combate, ele recebe num domingo a inesperada visita dos seus pais para um piquenique em sua trincheira. Sem entender a situação de seus pais, Zapo acompanha essa atividade familiar com acontecimentos insólitos, um piquenique no meio de uma guerra, entre bombas, tiros e rajadas, como a prisão do soldado inimigo Zepo e a visita de farejadores à procura de feridos. Sábados e domingos, às 20h, no Teatro Joaquim Cardozo (Centro Cultural Benfica). Ingressos: R$ 10 (preço único).

Dança

Buquê, com o grupo Margaridas Dança. Foto: Patrick Grosner

Buquê – Do grupo Margaridas Dança (DF). Coreografia e direção: Laura Virgínia. A obra – que estreou em outubro de 2011 na capital federal – é baseada no livro homônimo da coreógrafa, diretora, bailarina e escritora, Laura Virgínia, e, além de possibilitar emoções mescladas com a palavra propriamente dita, promove uma divertida mistura de estilos, do balé clássico, moderno, contemporâneo e jazz – influências de sua trajetória –, que resulta numa estética bem própria intitulada “dança kitsch”, tendo como ponto de partida estados energéticos diversos como fúria, prazer, leveza, amor e paixão. Sexta-feira, às 20h, no Teatro Arraial (Rua da Aurora, 457, Boa Vista). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada). No sábado, o grupo apresenta Mostra de Videodança Dança Para Tela, dividida em duas sessões de uma hora cada. Na primeira parte, exibição dos videodanças dirigidos pela coreógrafa do Margaridas Dança, Laura Virgínia: De água nem tão doce; Retina; Abs8 -S3-x0, eixo monumental dos prazeres, saída sorte e a série Pequenas Criaturas, quatro videodanças realizados pela coreógrafa em várias residências artísticas em Portugal e no Brasil. E, na segunda parte, exibição dos videodanças dos criadores: Entre Passos – Gustavo Fataki (São José dos Campos/SP); Súbito – Cia. Etc. (Recife/PE); Só no Sapatinho, de Luna Dias (Salvador/BA); e Borboleta, de Camila Oliveira e Olívia Aprigliano Orthof (Brasília/DF).

Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco

Algodão doce – Do Mão Molenga. Direção: Marcondes Lima. Espetáculo de teatro de animação e dança, onde atores-manipuladores, bailarinos, bonecos e objetos ilustram o processo de construção da chamada civilização do açúcar. As situações dramáticas e as criações coreográficas estão inspiradas nesse rico imaginário. São três histórias narradas: Comadre Fulozinha, As desventuras de Ioiozinho e O Negrinho do Pastoreio. Sábado e domingo, às 16h30, no Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n). Ingressos: R$ 24 e R$ 12 (meia-entrada).

Nem sempre Lila – Do grupo Quadro de Cena. Era uma vez Lila, uma menininha (não tão menininha), que caiu num buraco depois de viver uma história sem “o feliz pra sempre” dos contos de fadas: a separação dos pais. Num dia de domingo, guiada por pensamentos e questionamentos, Lila embarca na brincadeira de ser a história: ela mergulha no universo das princesas, da Moura Torta e do Amor entre Recife e Olinda, entrelaçando e costurando esses contos com a sua própria vida. Sábado e domingo, às 16h30, no Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro). Ingressos: R$ 24 e R$ 12 (meia-entrada). A sessão do sábado contará com audiodescrição e tradução em libras.

Nem sempre Lila, do grupo Quadro de Cena. Foto: Rodolfo Araújo

Minha cidade – Do Grupo Teatro Marco Zero. A plateia é convidada pelos personagens Luana e Gabriel para participar da criativa e divertida construção de uma cidade imaginária. Na trama, cada aspecto da vida da cidade é posto em questão como peça dessa construção: paisagem natural, paisagem transformada, moradia, transporte, trabalho, governo, escola, lazer. O espetáculo utiliza formas animadas. Sábado e domingo, às 16h30, no Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n, Pina). Ingressos: R$ 24 e R$ 12 (meia-entrada).

Protocolo Lunar – Uma história contada por atores, bonecos e objetos. Do Grupo Os Imaginários (BA). Encenação e direção: Sonia Rangel. A história se desenvolve a partir do encontro entre uma menina e uma velha. A velha traz em suas malas uma biblioteca inusitada, com livros que nem parecem livros. Dentre os que a velha mostra, encontra-se o pergaminho Protocolo Lunar, no qual se lê sobre a origem da Lua e histórias de amor – com a própria Lua em papel de destaque. A velha narra histórias de quando a Lua ficava tão perto da Terra, mas tão perto, que se podia chegar até ela por uma escada portátil que se desenrolava no céu. O fio condutor é uma história de amor que vai evoluindo e se transformando em novas e intrigantes situações, todas elas representadas cenicamente por objetos, bonecos, cenas filmadas, efeitos de computação gráfica e outros materiais. Sábado e domingo, às 16h30, no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu). Ingressos: R$ 24 e R$ 12 (meia-entrada).

Espetáculo Protocolo lunar será encenado no Luiz Mendonça

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Prefeitura promete pagamento

Fizemos uma lista de perguntas para a secretária de Cultura do Recife, Simone Figueiredo. Desde questionamentos sobre as dívidas da Prefeitura, até a organização do Festival Recife do Teatro Nacional. E estamos cientes de que algumas questões são reflexos de toda uma gestão – já que Simone assumiu praticamente agora a pasta. Uma pena que a resposta da assessoria da secretaria tenha sido: “Com relação às perguntas, a secretária dará entrevista em algum momento oportuno”.

Ainda assim, a assessoria – diante da repercussão da carta do diretor Francisco Carlos – resolveu divulgar uma nota afirmando que, em 15 dias, o pagamento será realizado; e que, em 14 anos de festival, nunca houve problemas com pagamentos de grupos.

Reproduzimos aqui a nota na íntegra:

“Resposta à carta aberta do diretor de teatro Francisco Carlos

Em atenção à carta escrita e enviada pelo diretor de teatro Francisco Carlos aos meios de comunicação, a Secretaria de Cultura do Recife informa que reconhece que a peça Jaguar Cibernético fez parte da programação do XIV Festival Recife do Teatro Nacional, realizado de 16 a 28 de novembro de 2011. Reconhece também que até o presente momento não foi efetuado o pagamento aos atores congregados para esse espetáculo.

Foi constatado no início da nova administração da Secretaria de Cultura, em meados de abril de 2012, que a referida despesa não possuía o prévio empenho, necessário para a liquidação da dívida. Esta secretaria já iniciou o processo de indenização e dentro de 15 dias estará sendo concluído.

Vale ressaltar que em 14 edições do FRTN nunca houveram problemas com documentação e pagamentos dos grupos participantes. Desde a realização do FRTN até o momento, foram estabelecidos vários contatos com a Sra. Rosário Conde, representante legal da Cine a Vapor, a fim de instruir o processo de indenização. Ao contrário do que foi dito, nunca foi negado o diálogo ou reconhecimento da dívida.

Além disso, se faz importante dizer que os funcionários desta secretaria são profissionais idôneos e comprometidos com a legal aplicação do erário público e com serviços prestados à sociedade e classe artística comprovados.”

Atores de Jaguar Cibernético serão, finalmente, pagos. Foto: Val Lima/Divulgação

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Na boca de Matilde

Todos os anos, os erros do festival são apontados na avaliação pública. Foto: Val Lima/Divulgação

Uma figura da prefeitura me provocou dizendo. “Você deu uma barrigudinha”. Respondi: “ué, a confirmação veio da equipe de artes cênicas”. Mas não importa como as informações foram obtidas. Na verdade, o diretor e ator Francisco Medeiros não aceitou o convite de ser o curador, ou cocurador do Festival Recife do Teatro Nacional, que chega ao 15º ano abalado por denúncias de não pagamentos de cachês de edições anteriores e perda de importância para o público.

Sendo ou não sendo Medeiros, a questão levantada por mim no outro post permance. Existia um curador apalavrado, o crítico, pesquisador, jornalista, escritor Valmir Santos (que por boa-fé não fez um contrato com a Prefeitura do Recife antes de inciar sua curadoria do ano passado). E se outro ou outros convidados não aceitaram, INSISTO, a equipe da prefeitura não teve um posicionamento ético, elegante, de dispensar os serviços do anterior, antes de partir à cata de um novo.

Fiquei muitos dias esperando que alguém da Secretaria de Cultura/ Fundação de Cultura Cidade do Recife se pronunciasse, explicando o que aconteceu, reconhecendo que errou. Só os grilos cri-cri-cri…

Agora, o diretor Francisco Carlos distribuiu via internet uma carta de cobrança e denuncia do Festival Recife do Teatro Nacional.

Se as pessoas utilizaram o silêncio para calar algumas vozes, dessa vez ficou difícil. Francisco Carlos apresentou Jaguar Cibernético e diz que não recebeu o cachê. O festival foi em novembro do ano passado. Bom, o diretor enviou o e-mail para centenas de pessoas, que por sua vez reenviam para outras e isso virou uma bola de neve. O nosso querido festival de teatro, que tem um reputação a zelar corre em boca de Matilde pela falta de planejamento, gestão política ou algo pior. Não sei. Só sei que isso não pode continuar. Nem o silêncio que o órgão público dá como resposta a qualquer crítica e o não pagamento do que se deve.

Outro questionamento importante: mais uma vez o festival será realizado com um cronograma apertadíssimo? Sim, porque se até agora nem o curador foi escolhido, o que diremos da programação? Ou quem pensa que os grupos do país estão com milhões de datas livres ansiando pelo convite do nosso festival? Vai ser feito as pressas e, mais uma vez, isso repercute em público. Porque não há divulgação, o programa não sai..enfim…

Porque o Festival de São José do Rio Preto, por exemplo, tem uma média de público de 90 mil pessoas? Nós sabemos quais são as nossas debilidades. Temos as soluções – ou quem acompanha todos os anos as avaliações do festival sabe quais são – o que falta é colocar em prática.

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