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Convocatória urgente!

Já são oito meses de gestão e, até agora, não sabemos qual a política pública para as artes cênicas da capital pernambucana. Nem os gerentes da área – circo e teatro – foram nomeados pela Prefeitura do Recife. Se na gestão passada houve muita lentidão até que se engatasse um trabalho, quando finalmente Roberto Lúcio assumiu a Gerência de Artes Cênicas e começou a promover discussões com a classe, a história agora caminha para a repetição.

No mês de outubro, teoricamente, deveria acontecer o Festival Internacional de Dança do Recife; e, em novembro, o Festival Recife do Teatro Nacional. Mas até agora, não há nenhuma informação concreta para a classe artística sobre a realização desses eventos – e olhe que, é consenso, política pública não pode se resumir à produção de eventos – mas eles são sim muito importantes para a cidade.

Diante de tudo isso e de mais um sem número de problemas – vide Teatro do Parque e equipamentos culturais – será realizada hoje à tarde (14), às 15h, uma reunião do Fórum de Artes Cênicas, no auditório do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), na Rua da União, 265, Boa Vista.

Na pauta, os festivais de Dança e de Teatro. Devem participar da reunião o gerente de Dança, Fred Salim (o único que foi definido), Gustavo Catalano, gerente geral de ações culturais e infraestrututra da Fundação de Cultura da Prefeitura do Recife e os representantes das Artes Cênicas do Conselho Municipal de Cultura, Marcelo Sena (titular) e Samuel Santos (suplente), mediando o debate.

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Centro Apolo-Hermilo já tem diretor

Carlos Carvalho

Carlos Carvalho aceita convite de Leda Alves para assumir Centro Apolo-Hermilo

Carlos Carvalho é o novo diretor Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas dos Teatros Apolo e Hermilo Borba Filho. Sua nomeação saiu nesta quinta-feira no Diário Oficial do Recife, assinada pelo prefeito Geraldo Julio. Ele foi convidado pela secretária de Cultura do Recife, Leda Alves. Ontem pela manhã fez suas despedidas do cargo anterior, de diretor da Diretoria de Políticas Culturais e se colocou à disposição do secretário Fernando Duarte para fazer a transição. “Fiz uma reunião com todas as coordenadorias”, contou. “Ainda não sei quem irá para o cargo que eu exercia na Fundarpe, mas já separei todos os arquivos e estou disponível para auxiliar no que for preciso”, garante.

Para ele é um desafio assumir a direção do Apolo-Hermilo. “O ponto-chave da minha decisão foi ajudar Leda (Alves) a colocar o Centro de Pesquisa na missão que ele tem desde seu nascedouro. Não estou dizendo que ele nunca esteve ou não está, mas é preciso cumprir essa função na íntegra, desde o organograma, discutir com grupos e associações e que não seja só um repassador de pauta”, argumenta.

Carvalho deixou a Diretoria de Políticas Culturais da Secretaria de Cultura do Estado

Carvalho deixou a Diretoria de Políticas Culturais da Secretaria de Cultura do Estado

Carvalho elencou para Leda uma série de ações que deseja realizar ou potencializar. Como o Centro de Documentação Osman Lins, a Semana Hermilo Borba Filho e os projetos O Solo do Outro, e Aprendiz em Cena. “Com um GT vamos discutir a formação e a pesquisa. Leda está disposta e aberta. Ela quer ações estruturadoras, quer abrir a casa para o diálogo e trabalhar tanto com a tradição como a contemporaneidade e deixar o Centro em condições técnicas para novas experiências”.

Carlos Alberto Carvalho Correia começou a fazer teatro aos 11 anos, no grupo teatral do Colégio Castro Alves. A equipe era orientada pela atriz e professora de teatro Ruth Bandeira, que era do elenco do Teatro Popular do Nordeste (TPN). De lá para cá não parou mais, como ator e depois como diretor de teatro.

Como intérprete, participou de várias montagens na cidade. Entre elas, Sobrados e Mocambos, de Hermilo Borba Filho, dirigido por Guilherme Coelho, com o Grupo de Teatro Vivencial; Viúva, porém Honesta, de Nelson Rodrigues, dirigida por Antonio Cadengue, Galileu Galilei, de Bertolt Brecht, e É…, de Millôr Fernandes, ambas encenadas por Milton Baccarelli. Também participou dos elencos da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e do Mamulengo Só-Riso.

Como diretor assinou montagens como Duelo, adaptado do conto O Duelo, de Guimarães Rosa, Zumba, a Gloriosa Vida e o Triste Fim de Zumba-sem-Dente, primeira peça da trilogia baseada em contos de Hermilo Borba Filho. As outras duas foram Mucurana, o Peixe, a partir do conto O Peixe e O Palhaço Jurema e os Peixinhos Dourados, elaborado com base em O Palhaço.

Novo diretor está envolvido com as artes cênicas há quase 50 anos

Novo diretor está envolvido com as artes cênicas há quase 50 anos

Dança ou retorno às cadeiras – No Diário Oficial da Prefeitura do Recife de ontem foram publicados outras nomeações. Essas portarias começam a mapear os cargos ligados à Cultura, já que todos os servidores comissionados foram exonerados pela nova gestão de Geraldo Julio. Alguns voltam nas mesmas ou em outras funções. Os nomeados da Secretaria de Cultura são:

LEONOR MESEL, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico I, símbolo “CAA-1”

MARIA DO CARMO CONCEIÇÃO LÉLIS, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico I, símbolo “CAA-1”

SEBASTIÃO ALBEMAR GONÇALVES DE ARAÚJO, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico I, símbolo “CAA-1”

SOLANGE MARIA PIMENTA, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico, do Gabinete, símbolo “CAA-3”

MARIA JOSÉ DE OLIVEIRA, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços do Gabinete, símbolo “CAA 4”

RITA DE KÁSSIA CANDEAS NERY, cargo de provimento em comissão de Assistente do Conselho Municipal de Política Cultural, símbolo “CAA-1”

OSMAM GIUSEPPE GIÓIA, cargo de provimento em comissão de Regente Titular da Orquestra Sinfônica do Recife, símbolo “CDA-1”

MARIA DA CONCEIÇÃO FARIAS TABOSA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Preservação de Equipamentos Culturais da Diretoria de Administração Setorial, símbolo “CAA-2”

MARIA DA CONCEIÇÃO SOARES MARQUES DA CUNHA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Administração e Serviços da Diretoria de Administração Setorial, símbolo “CAA -2”

EVANDRO DA SILVA SOUZA, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços da Diretoria de Administração Setorial, símbolo “CAA-4”

ZÉLIA RAMOS SALES, cargo de provimento em comissão de Gerente de Controle de Preservação do Patrimônio Cultural Imaterial, símbolo “CAA-2”

MÁRIO RIBEIRO DOS SANTOS, cargo de provimento em comissão de Gerente Operacional do Centro de Formação, Pesquisa e Memória Cultural, símbolo “CAA-3”

PERÁCIO GONDIM GUIMARÃES JÚNIOR, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços de Preservação do Patrimônio Cultural, símbolo “CAA-4”

MARIA DE BETÂNIA CORRÊA DE ARAÚJO, cargo de provimento em comissão de Diretor do Museu da Cidade do Recife, símbolo “CAA-1”

SANDRO VASCONCELOS DA SILVA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Iconografia e Museologia do Museu da Cidade do Recife, símbolo “CAA-4”

CARLOS TORRES DA SILVA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Montagem do Museu da Cidade do Recife, símbolo “CAA-4”

JUDITH ELIZABETH MATTA RIBEIRO, cargo de provimento em comissão de Diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-1”

CRISTIANE MABEL MEDEIROS VERÍSSIMO DO NASCIMENTO, cargo de provimento em comissão de Gerente de Conservação e Acervo do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-2”

WILTON ANDRADE DE SOUZA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Manutenção do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-4”

GUSTAVO NEVES DE SÁ ALBUQUERQUE, cargo de provimento em comissão de Gerente de Montagem do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-4”

TEREZA JANAÍNA FREITAS, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços do Centro de Documentação e Biblioteca Lígia Celeste, símbolo “CAA-4”

JULIANA LINS DE SIQUEIRA TELES, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Arte Educação do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, símbolo “CAA-4”

MARIA DA PAZ DOS SANTOS BRANDÃO, cargo de provimento em comissão de Diretor do Espaço Cultural Pátio de São Pedro, símbolo “CAA-1”

BRUNO PADILHA CASTANHA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Operação e Manutenção do Espaço Cultural Pátio de São Pedro, símbolo “CAA-3”

PATRÍCIA REIS DE FREITAS, cargo de provimento em comissão de Diretor do Sítio da Trindade, símbolo “CAA-1”

LAUDINIZ GABRIEL DE OLIVEIRA JÚNIOR, de provimento em comissão de Gerente de Operação e Manutenção do Sítio da Trindade, símbolo “CAA-3”

VIVIANE BARBOSA DA CRUZ, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços do Sítio da Trindade, símbolo “CAA-4”

ARNALDO JOSÉ DE SIQUEIRA JUNIOR, cargo de provimento em comissão de Gerente de Atividade Pedagógica do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo, símbolo “CAA-2”

ELIANE CÂNDIDA DO NASCIMENTO, cargo de provimento em comissão de Assistente de Serviços do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas dos Teatros Apolo/Hermilo, símbolo “CAA 4”

ALFREDO SÉRGIO FREIRE BORBA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Patrimônio e Documentação do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo, símbolo “CAA-4”

JOSÉ JORGE CORDEIRO DA COSTA, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Operação e Manutenção do Teatro Apolo, símbolo “CAA-4”

GENILDO MARTINS MONTEIRO, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Operação e Manutenção do Teatro Hermilo Borba Filho, símbolo “CAA-4”

ÉRIKA KARLA GOMES LEITE, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviço de Contrato e Locação do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo, símbolo “CAA-4”

IZOLDA SOARES BARRETO cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Finanças do Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo, símbolo “CAA-4”

JOÃO DO CARMO B. CAVALCANTI, cargo de Assistente de Serviço do Teatro de Santa Isabel, símbolo “CAA-4”

ADRIANA MÁRCIA PAZ DE LIMA, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico do Centro de Artes Cênicas dos Teatros Apolo e Hermilo Borba Filho, símbolo “CAA-1”

EUCLIDES VIEIRA DA SILVA, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico II do Teatro Luiz Mendonça no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-2”

RODRIGO DE MORAES SOBRAL, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico da Área Externa no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-4”

JOANA D’ARC DE SOUZA LIMA, cargo de provimento em comissão de Diretor da Galeria Janete Costa no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-1”

MARIA ELIZABETE RAPOSO SOARES BITTENCOURT, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico I da Janete Costa no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-1”

SIMONE FERREIRA LUIZINES, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico II da Galeria Janete Costa no Parque Dona Lindu ,símbolo “CAA-2”

ROBERTO CARLOS AVELINO DE PONTES, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico II do Teatro Luiz Mendonça no Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-2”

TIAGO DE ARAÚJO SANTOS, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico do Teatro Luiz Mendonça do Parque Dona Lindu, símbolo ” CAA-3

SEBASTIÃO FELICIANO DO VALE FILHO, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico do Teatro Luiz Mendonça do Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-3

EDUARDO DE ALBUQUERQUE AUTRAN, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico do Teatro Luiz Mendonça do Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-3”

FERNANDO FÉLIX ALCÂNTARA, cargo de provimento em comissão de Assistente Técnico do Teatro Luiz Mendonça do Parque Dona Lindu, símbolo “CAA-3”

E alguns cargos da Fundação de Cultura Cidade do Recife:

IVISON DE CASTRO SILVA NOGUEIRA, cargo de provimento em comissão de Gerente Operacional de Gestão de Pessoas, símbolo “CAA-3”, da Diretoria de Administração e Finanças da Fundação de Cultura Cidade do Recife

ANA BEATRIZ DE ALCÂNTARA FARIAS, cargo de provimento em comissão de Assessor Técnico

VALDETE MARIA SILVA RODRIGUES, cargo de provimento em comissão de Gerente de Serviços de Controle Orçamentário, símbolo “CAA-4”, da Diretoria de Administração e Finanças da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

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Geraldo Julio – Visitas e promessas

Geraldo Julio e Marcos Frota. Foto: Andrea Rêgo Barros

Geraldo Julio e Marcos Frota. Foto: Andrea Rêgo Barros

Uma visita do ator Marcos Frota ao prefeito do Recife rendeu a promessa da implantação do que seria o Núcleo Nordeste da Universidade Livre do Circo – Unicirco. “Ficamos muito felizes porque é um projeto que abre uma janela pra o jovem recifense viver sua realização profissional e pessoal através da arte e da cultura. Vamos nos mobilizar imediatamente para identificar uma área onde possa ser instalada a unidade do Unicirco no Recife e vamos apoiar institucionalmente também, ajudando a encontrar parceiros”, disse Geraldo Julio na notícia que foi divulgada pelo site da Prefeitura.

Os meios de comunicação simplesmente replicaram: “O prefeito do Recife, Geraldo Julio, se reuniu com o ator Marcos Frota nesta segunda-feira (11) e colocou em pauta um tema importante para o desenvolvimento da cultura no Estado: a implantação de um centro de formação circense na capital pernambucana. A proposta tem como principal objetivo tirar da violência e das drogas jovens em situação de risco”, diz a matéria do portal NE10.

Um adendo: lembro que, no começo do ano, quando o maestro Israel de França chegou ao Recife para participar do Janeiro de Grandes Espetáculos, depois da violência que sofreu na Espanha, ele também foi recebido por Geraldo Julio. E saiu de lá com a promessa de que, junto com a PCR, desenvolveriam um projeto para inclusão social de crianças carentes por meio da música. A nota do site da prefeitura ainda diz: “O formato será definido futuramente”. E o prefeito destacava: “O Maestro Israel já é o símbolo do potencial da cultura recifense que se espalha pelo Brasil e pelo mundo. Vamos difundir a vida, o exemplo, o símbolo que ele representa para todas as crianças da nossa cidade. Vamos exaltar a força da cultura; uma pessoa que tem a história de luta, de aprendizado”.

Precisa dizer mais algo? Precisa sim. Precisa de uma resposta. Foi o que fez Fátima Pontes, coordenadora executiva da Escola Pernambucana de Circo (EPC), que usou o Facebook para se manifestar. Embora não seja um posicionamento institucional da Escola, mas da coordenadora e de seus integrantes; e que eles reafirmem que não são contra o projeto capitaneado por Marcos Frota, o texto é um questionamento não só importante, mas necessário.

“Realmente, ser prefeito de uma cidade requer muito mais do que ser gestor. Requer conhecer o que a cidade produz em todos os âmbitos e principalmente no âmbito da Cultura, numa cidade como Recife e toda a sua riqueza cultural. O que mais nos impressiona na forma como são tratadas algumas questões de parcerias para implantação de projetos, sejam eles em que esfera forem, é a questão “amigos do rei”. Pois bem, respeito o trabalho realizado por Marcos Frota como ator, produtor, ou mesmo gestor de projeto social… Só que como é que um Prefeito diz que vai apoiar um projeto de circo numa cidade onde existem 02 projetos de circo social com mais de 15 anos cada e que lutam através de editais públicos para se manterem, sem nenhum apoio direto de nenhuma instância governamental? Há, na cidade de Recife, a Escola Pernambucana de Circo e o Arricirco, dois projetos com reconhecimento nacional e que atendem cada um em média 500 crianças, adolescentes e jovens por ano gratuitamente. Por que não apoiar esses projetos? Como é que se vai dar um terreno a Marcos Frota de graça, sem ele passar por nenhum edital público? Por que ele é amigo do rei? Que diferença tem o projeto do Marcos Frota dos dois citados acima? Como é que o Prefeito vai dar um terreno para Marcos Frota, quando até hoje a Escola Pernambucana de Circo luta para ter pelo menos condições de manter sua sede, toda equipada como é e que serve de exemplo nacional para os que de fora aqui chegam? O Arricirco está até hoje provisoriamente num prédio antigo da Sudene/UFPE, que o cedeu porque não consegue reformá-lo. A Escola Pernambucana de Circo está atrás de apoio para reformar e ampliar sua sede, mas nunca procuramos nenhum político para apoio a essa reforma. Estamos fazendo projetos para editais públicos e é assim que sempre procuramos recursos para nossa ações e também através dos serviços que prestamos com apresentações e oficinas e que, por sinal, quando somos contratados pela Prefeitura, aguardamos meses para receber o cachê. Isso é conosco, mas também com diversos grupos e trupes de artistas circenses na cidade. Isso sem falar nos circos tradicionais que não tem apoio da Prefeitura para se regularizarem, tirarem alvará, etc… Como nos sentimos quando fazemos projetos a todo tempo para nos manter e manter as atividades todas gratuitas e da melhor qualidade, quando nem o resultado do SIC saiu ainda, quando não se tem nenhuma resposta do Fundo de Incentivo às Artes Cênicas da cidade desde a gestão passada? Bom, isso só aumenta nossa indignação pela falta de respeito e compromisso desse Prefeito, que diz estar montando “uma nova prefeitura” quando na verdade está desmontando tudo que poderia ser aproveitado, que o diga a decisão sobre a Escola Municipal de Artes João Pernambuco, que o diga os teatros sem administração e tantas outras mancadas desse Prefeito na área da Cultura na cidade de Recife. Senhor Prefeito, cadê a igualdade de direitos? Para que são criados editais públicos se uma pessoa de fora da cidade tem acesso a coisas que ninguém da cidade nunca teve? Pergunte quantos grupos de teatro, dança, música precisam de espaços para pelo menos ensaiar e não encontram? Quantos grupos de teatro e dança nessa cidade não tem espaço para trabalhar? A prioridade é Marcos Frota, por que? Ressalto e deixo bem claro: NÃO queremos esse tratamento de “amigo do rei”. Queremos igualdade no tratamento a todo e qualquer produtor cultural, de toda e qualquer área da Arte e da Cultura que faz a história dessa cidade. Afinal, os editais públicos são uma conquista da classe artística no país, justamente para acabar com as políticas de balcão. Mas parece que elas estão de volta e com toda força!” (Fátima Pontes)

Na página de Geraldo Julio no Facebook, o post sobre a visita de Marcos Frota teve até esta manhã 165 compartilhamentos.

Ilusão - Um ensaio melodramático circense, espetáculo da Escola Pernambucana de Circo. Foto: Paulo Estevan

Ilusão-Um ensaio melodramático circense, espetáculo da Escola Pernambucana de Circo. Foto: Paulo Estevan

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Em busca do tempo perdido

Montagem fruto do Aprendiz Em Cena finalmente será exibida ao público

“Quase todo mundo vive de lembranças…Quando não vive disso, vive de esperanças”
(Terra queimada, Aristóteles Soares)

Depois de muito quiprocó, o grupo que deveria ter apresentado Terra queimada, do dramaturgo Aristóteles Soares (1910-1989), no último Janeiro de Grandes Espetáculos (na realidade, na matéria de lançamento do edital, o que saiu é que o espetáculo iria estrear em dezembro de 2011), finalmente sobe ao palco neste fim de semana. A montagem é fruto do projeto Aprendiz Em Cena, promovido pelo Centro Apolo-Hermilo.

Serão três sessões: sexta, sábado e domingo, às 20h, no Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife. A direção é de Ivan Ferreira e no elenco estão Ana Dulce Pacheco, Aryella Lira, Daniel Barros, Durval Cristóvão, Marinho Falcão e Rodrigo Félix. A direção musical é de Diogo Lopes.

Só depois desta curtíssima temporada – um projeto que era de formação, que também deveria servir ao público, inclusive no resgate da obra de Aristóteles, que foi publicada pela própria Prefeitura do Recife no Festival Recife do Teatro Nacional de 2010 – é que o grupo teoricamente vai receber o restante do pagamento do projeto.

Note:
Ah…a apresentação servirá de despedida para Ana Dulce Pacheco, que decidiu estudar em São Paulo. As Yolandas te desejam sorte, Ana!

Entenda aqui toda a confusão que rolou com o projeto Aprendiz Em Cena.

Serviço:
Terra queimada, resultado do projeto Aprendiz Em Cena 2011
Quando: sexta (9), sábado (10) e domingo (11), às 20h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife)
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada)

Segue um vídeo feito na época em que o grupo fez um ensaio aberto, em fevereiro, ainda sem figurino e cenário:

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Paguem Mary Vaz!

Chico César foi só uma das 400 atrações da Virada Multicultural 2011. Foto: Lú Streithorst/Prefeitura do Recife

Alguns questionam se o blog deveria se envolver nas questões de política cultural da cidade. E principalmente quando o caso é de falta de pagamento aos artistas. Ouvimos críticas por exemplo quando publicamos a carta do diretor amazonense Francisco Carlos, que apresentou seus espetáculos no Festival Recife do Teatro Nacional e não conseguia receber o pagamento de jeito nenhum. O que acho é que o blog é um espaço para isso sim. É um espaço de construção de reflexão, de cobrança, de divulgação de espetáculos, de encontros.

E aí esse post segue com mais uma história de descaso…de falta de compromisso com o artista. Quem não lembra que, ano passado, no mês de outubro, a Prefeitura do Recife inventou uma Virada Multicultural? Foram 48 horas de programação cultural – música, artes cênicas e visuais, cinema, moda, gastronomia. Mesmo que a cidade já tivesse (e tenha) milhões de festivais. E todos eles tenham problemas de divulgação, de formato, de atingir o público. Mas, afinal, naquela época João da Costa precisava melhorar a sua imagem pública.

Na coletiva de imprensa, números grandiosos – 400 atrações gratuitas, sendo, por exemplo, 62 de música e 83 de artes cênicas. Depois a gente foi olhar direitinho e percebia que a Virada tinha sim muita programação exclusiva – teve show da orquestra Buena Vista Social Club, de Alceu Valença, Fagner, Chico César, Nação Zumbi, Naná Vasconcelos – mas que também tinha incorporado todos os eventos que já iam acontecer na cidade – o Festival de Circo, o Coquetel Molotov, todas as peças que já estavam em cartaz.

Bom, fato é que na época o prefeito João da Costa chamou toda a imprensa para anunciar o evento. Disse que a Virada custaria R$ 3 milhões, que não sairíam dos cofres públicos. “A meta é que 50% ou 60% desse valor venha de patrocínios”, afirmava. E, para os artistas, João da Costa deu a sua palavra – que, pelo jeito, não vale de nada: “todos serão pagos até dezembro, inclusive aqueles que, por exemplo, participaram de outros ciclos e festivais e ainda não foram pagos”.

E aí abrimos o Facebook e ficamos sabendo de mais um caso de calote. O diretor Rodrigo Dourado iniciou uma campanha virtual: “Paguem Mary Vaz”. Ele disse que vai postar todo dia uma mesma mensagem de cobrança e repúdio. Dourado foi o curador da Virada da Performance, dentro da tal Virada Multicultural. E uma das artistas escolhidas por ele foi a performer alagoana Mary Vaz – que, até agora, quase um ano depois, ainda não recebeu o seu cachê. Sabe de quanto? R$ 1 mil. O evento custou R$ 3 milhões.

Será que as bandas grandes que se apresentaram no palco principal ainda estão sem receber? Quantos artistas ainda têm dinheiro para receber da Prefeitura? Será que são só os artistas que estão levando calote? Será que técnicos, produtores, assessores de imprensa estão sendo pagos? Quantas campanhas como esta ainda vamos fazer?

Rodrigo Dourado foi curador da Virada da Performace. Quase um ano lança a campanha: Paguem Mary Vaz! Foto: Reprodução Facebook

Seguem as publicações de Rodrigo Dourado e Mary Vaz:

Rodrigo Dourado:
“Convidada por mim (como curador) para compor a Virada da Performance, dentro da Virada Cultural de 2011, promovida pela Prefeitura do Recife, na gestão João da Costa (Secretário de Cultura: Renato L), a performer alagoana Mary Vaz continua sem receber seu mísero cachê de R$ 1.000.

Depois de várias tentativas de recebimento junto à prefeitura, a artista decidiu recorrer a mim para que a ajudasse. Após várias mensagens e conversas com membros da prefeitura, sem uma resposta definitiva, decidimos tornar público o (des)caso.

A Prefeitura do Recife não trata os artistas como profissionais. Profissional é quem trabalha e recebe por isso, para pagar suas contas. Quando deixa um artista sem cachê por um ano, a prefeitura prova que considera a atividade artística um hobby, uma brincadeira de criança, pois pressupõe que os artistas desempenham outras atividades para sobreviver.

Por essas e outras, eu começo campanha: PAGUEM MARY VAZ! (Dia 01)

Todos os dias, esta mesma mensagem será postada para que casos como este não caiam no esquecimento, contabilizando quanto tempo mais será necessário à Prefeitura do Recife para que honre seu compromisso, tenha responsabilidade, hombridade e ética.”

Mary Vaz:

“É com grande pesar que inicio minhas palavras a essa postagem!
Caros amigos da vida e consequentemente, do Facebook. Ano passado no mês de outubro, no mais exato dia 14 fui convidada para participar do Festival Multicultural de Recife com a performance Anônimo (A). Trabalho este que hoje fazem 11 meses que a Prefeitura de Recife NÃO me pagou! Através de e-mails tenho tentado me comunicar e obter …alguma resposta mas NADA me é informado sobre isso. Por isso, venho através da rede social Facebook, fazer esse apelo por esse pagamento justo do meu trabalho.
Porque sou artista, não preciso de dinheiro? Quanta falta de respeito e consideração pela a arte e artista!!?? Espero que agora com esse manifesto, alguém apareça pra me dar alguma resposta e finalmente me pagar. Por enquanto está nas palavras…Muito triste com tamanho descaso com a obra e com o material HUMANO!
NÃO ESTOU MENDIGANDO! SÓ IMPLORANDO QUE MEU TRABALHO SEJA PAGO JUSTAMENTE! PUTA QUE O PARIU! SERÁ POSSÍVEL QUE EM PLENO ANO 2012 TENHAMOS QUE PASSAR POR TAMANHA HUMILHAÇÃO ? MUITO TRISTE COM TUDO ISSO!”

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