Na pandemia, somos todos Caipora
Crítica do espetáculo Caipora quer dormir

Caipora quer dormir, espetáculo com atuação de Giselle Rodrigues. Foto: Diego Bresani

Casa virou local de trabalho, que depois se transforma em restaurante, que vira academia, que pode ser também cinema, sala de teatro, boate de luzes coloridas, igreja e até consultório médico. E olhe que estamos falando de “casa” sendo mais generalistas já que, em terra de pandemia, quem tem espaço, varanda, quintal, ar puro, céu, sol e estrelas é rei. Caipora quer dormir – um espetáculo infantil para adultos estreou em 2017, em Brasília, bem antes dessa loucura que modificou tanto nossas vidas, os contextos familiares, as relações de trabalho. Mas é um espetáculo que, neste momento, expande seus contornos e possibilidades semânticas.

A gravação do espetáculo foi exibida no primeiro fim de semana do 27ª Janeiro de Grandes Espetáculos, uma edição que está acontecendo tanto em formato on-line quanto presencial. Confira aqui a programação.

Um dos elementos que mais nos chama atenção e desperta a curiosidade é a cenografia da montagem. Um apartamento rosa cheio de detalhes que pode ser comparado àqueles de revistas e contas de Instagram de decoração com chamadas “convidativas” do tipo: aprenda como viver “bem” em 10 metros quadrados, com o guarda-roupa que está escondido na parede, a cama que sai de num sei onde, a cozinha que é integrada e fica escondida em algum lugar. Das mágicas que construtoras e arquitetos conseguem fazer para que você ache que o lugar é maravilhoso, mesmo que toda sua extensão termine depois de três passos largos.

A casa de Caipora é exatamente assim – um espaço mínimo, mas com muitas soluções engenhosas, como se a vida se encaixasse perfeitamente em tudo que está disponível ali, naquele quadrado. Para amplificar as identificações que possam ter surgido ao longo dessa descrição, vai aqui mais uma informação: as plantas dispostas pelo cômodo dão a sensação de aconchego e de algum contato mínimo com a natureza.

O problema é que, no nosso caso (ou de muitas pessoas), estamos isolados em lugares mais ou menos assim por quase um ano. A sensação de claustrofobia, de não aguentar mais olhar para as quatro paredes, é gigantesca – ainda que a gente saiba que tragédia mesmo é morrer dentro de um hospital por falta de oxigênio como neste momento está acontecendo no Amazonas. Tragédia é viver num país que não tem governo e deixou que perdêssemos mais de 200 mil vidas numa pandemia.

Caipora volta do trabalho carregada de livros e, nesse intervalo, até que seja obrigada a sair de novo, uma vida inteira de tarefas acontece. Dobrar lençóis, fazer ginástica, estudar.  Só que Caipora está exausta, enclausurada nas obrigações cotidianas que nos acostumamos a tratar como normais na nossa vida. E que acabam preenchendo muito do nosso tempo. Como se a vida fosse só isso. Trabalhar, pagar boleto, lavar prato, ver a série que acabou de sair na Netflix, postar o por do sol no Instagram. Vamos nos habituando, resilientes que somos, e quando vemos, perdemos o controle. Levanta a mão quem não recebe mensagens de WhatsApp falando sobre trabalho depois do horário comercial ou quem não sente os efeitos da exposição prolongada às redes sociais. Se os limites já eram difíceis de serem mantidos, com a pandemia tornaram-se frágeis, esfumaçados.

Personagem está exaurida pelas tarefas do cotidiano

A montagem é uma parceria de dois nomes significativos na cena de Brasília: Giselle Rodrigues, coreógrafa, bailarina, atriz e professora, e Jonathan Andrade, ator, dramaturgo, professor, poeta, dançarino, cenógrafo.  Criação, direção, dramaturgia, cenografia e figurino de Caipora quer dormir são assinados por Andrade e a criação e atuação são de Giselle. Glauber Coradesqui fez colaboração dramatúrgica e assistência de direção.

O espetáculo quase não possui falas da personagem Caipora. O trabalho está baseado num trabalho elaborado de corpo de Giselle. São padrões de repetição, movimentações, uma cansaço que vai se tornando desesperador que ela consegue transmitir até na gravação da peça. A personagem é acompanhada por um narrador, como aqueles de desenhos animados, que conversa com a personagem, que pode ou não ser a nossa voz interior que não se cala nunca.

Por que não dormimos? Conseguimos descansar neste país? No limite da personagem, uma ruptura. Uma busca pelo que é inerente. Neste momento, mais do que nunca, precisamos de árvores plantadas no meio da sala. Precisamos nos reconectar com o que mais importa enquanto, tomara, meu Deus tomara, tudo isso passe.

Ficha técnica:
Caipora quer dormir – um espetáculo infantil para adultos
Criação, direção, dramaturgia, cenografia e figurino: Jonathan Andrade
Criação e atuação: Giselle Rodrigues
Colaboração dramatúrgica e assistência de direção: Glauber Coradesqui
Narração: Lupe Leal
Trilha sonora original: Quizzik
Iluminação original: Dalton Camargos
Ilustração e programação visual: Lucas Gehre
Fotografia: Diego Bresani
Produção executiva e gestão administrativa/financeira: Naná Maris
Cenotécnico: Kai Christian Kundrat
Operação de som: Micheli Santini
Operação de luz: Ananda Giuliani
Contrarregra: Jeferson Alves
Cinegrafista: Fernando Soares
Intérprete de libras: Isah Messias
Arte-educador: Wellington Oliveira
Projeto Escola: Lidi Leão

 

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Ação do Teatrojornal celebra a crítica digital

Ator Luiz André Cherubini em São Manuel Bueno, Mártir, do Grupo Sobrevento. A imagem de 2004 foi escolhida para representar a ação Biocrítica, que celebra os 10 anos do site Teatrojornal. Foto Biel Machado

Valmir Santos assiste à ação formativa Corpos da Exceção, no FIT São José do Rio Preto 2019. Foto: João Cordioli

Valmir Santos, idealizador e fundador do site Teatrojornal – Leituras de Cena, alimentava um sonho lá no início dos anos 2000: formar uma rede de jornalistas e críticos de teatro em tempos digitais para conectar as artes cênicas desse imenso e tão diverso Brasil. Isso não se concretizou (ainda) em sua totalidade. Mas os diálogos são criados e renovados constantemente para reavivar nossas crenças no teatro.

Da soberania da crítica feita para o papel-jornal ao território reiteradamente provocante do digital muitas mudanças ocorreram. Outras formas de encarar, de observar, de acalentar os teatros e seus artistas são experimentados por blogs individuais ou sites coletivos de críticos que se formaram ao longo da última década. Acompanhando as mudanças de paradigma no coração das artes cênicas, com o rasgar e costurar das práticas da cena e suas subversões, a crítica teatral experimenta novas miradas.

Aquele olhar agregador do Valmir do começo do século ressoa neste janeiro de 2021. A vontade de fazer junto inspirou o Teatrojornal a construir, de forma generosa, uma ação comemorativa que junta 10 grupos de pesquisadores de várias partes do país. Para celebrar seus dez anos, o site Teatrojornal propôs essa prática coletiva: o dossiê Biocrítica. Trata-se de um conjunto de artigos que iluminam as histórias de dez espaços “empenhados na crítica de teatro na internet, mais a trajetória do próprio Teatrojornal”. “Os textos foram escritos pelas pessoas que idealizaram essas iniciativas em oito estados, num movimento oposto ao declínio da crítica jornalística na mídia impressa” explica Valmir. Os artigos são publicados a partir deste 8 de janeiro, sempre às sextas e terças-feiras.

Nós, do blog Satisfeita, Yolanda?, estamos presentes e orgulhosas de participar dessa atividade. Nosso texto, que também serve à celebração dos nossos 10 anos, comemorados agora em 2021, será publicado no dia 15 de janeiro.

O primeiro artigo no ar é o da Questão de Crítica – Revista Eletrônica de Crítica e Estudos Teatrais, do Rio de Janeiro (RJ), criada em março de 2008.

A sequência de publicação adota a ordem de fundação das casas eletrônicas. Então, depois da QC vem o Teatrojornal – Leituras de Cena, que foi erguido em março de 2010, em São Paulo, SP; o Satisfeita, Yolanda?, criado em janeiro de 2011, no Recife; Macksen Luiz, também lançado em janeiro de 2011, no Rio de Janeiro; o Antro Positivo, concebido em outubro de 2011, em São Paulo. A série prossegue com Horizonte da Cena, criado em setembro de 2012, em Belo Horizonte(MG); o Tribuna do Cretino, que surgiu em julho de 2013, em Belém (PA), Quarta Parede, lançado em abril de 2015, no Recife (PE), Agora Crítica Teatral, criado em julho de 2015, em Porto Alegre (RS); Revista Barril, concebida em março de 2016, em Salvador (BA); e Parágrafo Cerrado, registrada em novembro de 2016, em Cuiabá (MT).

O Teatrojornal sugeriu que os convocados falassem “das motivações e ambições de início, as mutações de percurso, o pensamento editorial, o modo como o espaço é estruturado, a equipe envolvida e a percepção para o futuro da prática da crítica a partir do contexto de sua cidade”.

Com a proposta do Teatrojornal, nos reconhecemos, nos confraternizamos – apesar das diferenças e das divergências – com as grandezas estéticas, éticas, políticas, existenciais das artes cênicas, que sempre queremos vivas.  Essas vozes trazem um panorama relevante da cena e de sua recepção crítica a partir do seu lugar de fala.

Além dos autorretratos, o dossiê também conta com uma análise conjuntural, elaborada por três pensadores da cena: a pesquisadora e tradutora Fátima Saadi (RJ), editora da revista Folhetim da coleção Folhetim/Ensaios no âmbito da companhia Teatro do Pequeno Gesto; o jornalista e crítico Kil Abreu (SP), curador de teatro do Centro Cultural São Paulo e editor do site Cena Aberta – Teatro, Crítica e Política das Artes; e a bailarina Rosa Primo (CE), professora da Universidade Federal do Ceará, criadora de trabalhos solos em colaboração com outros artistas e ex-crítica de dança do jornal O Povo.

No epílogo da ação em fevereiro, a Biocrítica publicará uma avaliação da passagem da crítica em jornal para o território digital, assinada pela jornalista e crítica Maria Eugênia de Menezes, da equipe do Tetrojornal e também colaboradora do jornal O Estado de S.Paulo.

O site Teatrojornal – Leituras de Cena, anfitrião da ação Biocrítica, foi lançado em 20 de março de 2010 pelo jornalista e crítico Valmir Santos. Há alguns anos fazem parte da equipe editorial as jornalistas e críticas Beth Néspoli e Maria Eugênia de Menezes. E mais recentemente também a jornalista e agitadora cultural Neomisia Silvestre responsável pelas Mídias Sociais.

É um site que trafega por reportagens, críticas, entrevistas, crônica de vários colaboradores, Acervo com textos dos autores do site desde 2010 e as ações, como Encontro com Espectadores e Crítica Militante

Participam da ação Biocrítica :

Questão de Crítica – Revista Eletrônica de Crítica e Estudos Teatrais (desde março de 2008, Rio de Janeiro, RJ)
www.questaodecritica.com.br

Teatrojornal – Leituras de Cena (março de 2010, São Paulo, SP)
www.teatrojornal.com.br

Satisfeita, Yolanda? (janeiro de 2011, Recife, PE)
www.satisfeitayolanda.com.br/blog

Macksen Luiz (janeiro de 2011, Rio de Janeiro, RJ)
www.macksenluiz.blogspot.com

Antro Positivo (outubro de 2011, São Paulo, SP)
www.antropositivo.com.br

Horizonte da Cena (setembro de 2012, Belo Horizonte, MG)
www.horizontedacena.com

Tribuna do Cretino (julho de 2013, Belém, PA)
www.tribunadocretino.com.br

Quarta Parede (abril de 2015, Recife, PE)
www.daquartaparede.com

Agora Crítica Teatral (julho de 2015, Porto Alegre, RS)
www.agoracriticateatral.com.br

Revista Barril (março de 2016, Salvador, BA)
www.revistabarril.com/

Parágrafo Cerrado (novembro de 2016, Cuiabá, MT)
www.paragrafocerrado.com.br

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27º Janeiro de Grandes Espetáculos tem programação enxuta, presencial e digital

Janelas para Navegar Mundos, do Coletivo Trippé, de Petrolina. Foto: Wiharlley Rubson

Tudo é uma questão de referencial. A 27ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos – JGE Conecta começa nesta quinta-feira (7) com uma programação enxuta: 35 espetáculos exibidos on-line e 13 presenciais, no Teatro de Santa Isabel, Teatro do Parque e Teatro Luiz Mendonça. No ano passado, uma edição construída depois do revés de 2019 –  que cancelou a apresentação da atriz Renata Carvalho, ocasionando desistências de apresentações de vários grupos em solidariedade à artista – , o festival contou com 90 atrações e programação na capital e em mais seis cidades: Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, Goiana, Caruaru, Garanhuns e Serra Talhada.

As circunstâncias relativas à pandemia do coronavírus e as restrições econômicas brecaram o ímpeto megalomaníaco costumeiro do festival, mas marcaram uma posição importante de existência/resistência. Além disso, é possível dizer que a programação 2021 tem coerência e a marca de José Manoel Sobrinho, gerente de programação do festival, recém empossado presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

A programação inclui, por exemplo, três espetáculos da região Norte: Mestiçagem / Megesitsem, da Contém Dança Cia; Jogo do Bicho, do grupo Garagem (ambos grupos do projeto de residência de Artes Cênicas do Sesc Amazonas, de Manaus); e Lugar da Chuva, do coletivo Frêmito Teatro, do Macapá, em parceria com o Agrupamento Cynétiko, de São Paulo. “O Nordeste precisa dialogar com a produção de todas as regiões do Brasil. Procurei aproximar um pouco mais o Norte, apesar da dificuldade que se tem”, diz José Manoel.

Outra marca dessa programação é a participação massiva de grupos do interior do estado – uma queixa antiga que foi resolvida este ano, em parte, pelas “facilidades” do digital. Só de Petrolina, no Sertão pernambucano, temos os espetáculos Cavalo, da Qualquer um dos 2 Companhia de Dança, que será presencial, no Teatro do Parque; Janelas para navegar mundos (on-line) e Debaixo d’Água, presencial, no Teatro de Santa Isabel, ambos do Coletivo Trippé; Rua dos Encantados, da Cia de Teatro Sarau das Seis; Sentimentos Gis, de Cleybson Lima; Desalinho, do Núcleo 27 de Dança; e Processo Medusa, do Núcleo Biruta de Teatro.

Cavalo, espetáculo da Qualquer um dos 2 Companhia de Dança. Foto: Thierri Oliveira

Grupos consolidados da capital pernambucana, que participam com frequência do Janeiro de Grandes Espetáculos, desta vez não estão na programação. “Os grupos de referência não estão presentes porque não se inscreveram”, explica José Manoel. “O interior inscreveu muito mais do que a Região Metropolitana do Recife. Nenhum espetáculo de dança da Região Metropolitana se inscreveu para a programação presencial. Nós não tínhamos nem a oportunidade da escolha, porque não houve inscrição”, complementa.

Outra perspectiva para a ampliação das inscrições do interior pode estar na participação da Ripa – Rede Interiorana de Produtores, Técnicos e Artistas de Pernambuco na comissão de seleção, que pensou a programação 2021, e fez uma divulgação massiva do edital. Além de Djaelton Quirino, representante da Ripa, participaram da comissão Gheuza Sena (atriz do Recife), Genivaldo Francisco (representante da Amotrans – Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de PE) e Clara Isis Gondim (bailarina de Petrolina).

O Botequim da Elizeth Cardoso, espetáculo assinado pela Amotrans. Foto: Divulgação

Outra questão que talvez deva ser levada em conta é que o edital pedia que os espetáculos inscritos nunca tivessem se apresentado no festival, o que pode ter inviabilizado a participação de grupos da capital que não estrearam trabalhos no 2020 pandêmico.

A programação não inclui também nomes mais consagrados no cenário nacional e internacional. “Não há e não houve nenhuma intenção do Janeiro de Grandes Espetáculos de manter uma distância dos ícones, das referências do teatro brasileiro ou internacional. O que houve foi uma limitação real do atual contexto que a gente vive”, confessou o gerente de programação.

Até a primeira semana de dezembro de 2020, as equipes de trabalho envolvidas no festival não tinham certeza do orçamento do JGE. A programação foi pensada com grupos que aceitaram receber percentuais de bilheteria, ao invés de cachês fixos, ou toparam se apresentar gratuitamente – principalmente aqueles que possuem ligações com grupos de pesquisas de universidades ou com o Sesc do Amazonas, por exemplo. De acordo com Paulo de Castro, diretor geral do festival, o orçamento total do JGE Conecta é de R$ 630 mil.

Novidades – Uma parte substancial da programação do Janeiro este ano integra a Mostra de Escolas Independentes de Teatro, Dança e Circo, com apresentações sem cobrança de ingressos. O público será chamado a colaborar com os valores que desejar e o total será dividido entre os grupos.

Segundo José Manoel, “a mostra tem um caráter pedagógico, de discutir sustentabilidade, como sobrevivem as escolas independentes de teatro, dança e circo que, de fato, são grandes formadores hoje de artistas em Pernambuco. O conceito de qualidade passa pela possibilidade da vivência”.

Outra novidade é a inclusão da linguagem do circo como uma categoria do Janeiro, ao lado de Teatro adulto, Teatro para infância e juventude, Dança, Música e Mostra de Escolas Independentes de Teatro, Dança e Circo.

Desobediência, da Escola O Poste. Foto: divulgação

Abertura – Mesmo que a cerimônia de abertura vá acontecer de forma online, não vai ser desta vez que os espectadores se livraram dos tradicionais e tediosos – com raríssimas exceções – discursos da noite inaugural. A conta do Instagram do festival marcou a participação do secretário de Cultura de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto, do prefeito do Recife, João Campos, do secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, e de José Manoel Sobrinho, gerente de programação da edição 2021 e agora presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

Os homenageados desta edição foram divididos por categoria. Na música, o maestro Ademir Araújo e a pianista Ellyana Caldas. No teatro, o escritor e dramaturgo Ronaldo Correia de Brito e a atriz Arari Marrocos, de Caruaru. No circo social, a artista-educadora Fátima Pontes; e, no circo popular, o mágico Alakazam. Na dança, o artista e pesquisador Jailson Lima, de Petrolina, e a bailarina Cláudia São Bento.

A programação de abertura, que será gratuita, contará com apresentações de Laís de Assis, violeira e violonista, e de Gabi da Pele Preta, que se autodenomina “cantriz”. A mestre de cerimônias será a atriz Fernanda Spíndola.

Bilheteria – Tanto para os espetáculos presenciais quanto para os que vão acontecer on-line, os ingressos custam R$ 20 (com cobrança de taxa adicional de R$ 2,50 pela Sympla). As transmissões dos espetáculos online vão acontecer pelo YouTube do festival e algumas conversas chamadas de “Palavração”, pelo Instagram.

PROGRAMAÇÃO GERAL
27º JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS – JGE CONECTA

07/01 – quinta-feira

19h30 – Abertura do 27º JGE  (on-line)
Apresentações de Laís de Assis (Recife) e Gabi da Pele Preta (Caruaru)
Gratuito

08/01 – sexta-feira

19h30 – JGE CONECTA AO VIVO – Música (presencial) – Teatro Luiz Mendonça
Augusto Silva & Frevo Novo (Recife) 

21h – JGE CONECTA TEATRO (on-line) – Caipora Quer Dormir  – um espetáculo infantil para adultos (Giselle Rodrigues Britto e Jonathan Andrade, Grupo de Pesquisa MOVER, do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília – UnB     

Caipora Quer Dormir – um espetáculo infantil para adultos. Foto: Diego Bresani

09/01 – sábado

16h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
Desobediência (Escola O Poste de Antropologia Teatral, Recife)
Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

19h30h – JGE CONECTA AO VIVO – DANÇA (presencial) – Teatro do Parque
Cavalo (Qualquer um dos 2 Companhia de Dança, Petrolina) 

21h – JGE CONECTA MÚSICA – (on-line)
Chris Nolasco – Sou Negra (Recife) 

10/01 – domingo

19h30 – JGE CONECTA AO VIVO – CIRCO (presencial) – Teatro Luiz Mendonça
Enquanto Godot não Vem (Cia. 2 em Cena, Recife) 

21h – JGE CONECTA DANÇA (on-line) – À um Endroit du Début (A um lugar do Início, com Germaine Acogny, École des Sables,, Dakar – Senegal)

11/01 – segunda-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

16h – JGE CONECTA TEATRO PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE (on-line)
Re te Tei (Tropa do Balacobaco, Arcoverde) 

21h – JGE CONECTA TEATRO ADULTO (on-line)
A Paixão de Brutus – Um Teatro – Canção sobre o Julio Cesar de Shakespeare (Pedro Sá Moraes, Rio de Janeiro) 

12/01 – terça-feira

21h – JGE CONECTA DANÇA (on-line)
Janelas para navegar mundos (Coletivo Trippé, Petrolina) 

13/01 – quarta-feira

19h – JGE CONECTA TEATRO ADULTO (on-line)
Cachorros não Sabem Blefar (Grupo? Que absurdo!, Caruaru) 

21h – JGE CONECTA MÚSICA. (On-line)
Trajetória Instrumental (Recife) 

14/01– quinta-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

16h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
E nós que nos Queríamos tão Bem (Curso de Interpretação para o Teatro, CIT, Sesc Piedade – Jaboatão dos Guararapes)                                                                                                                              Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

20h – JGE CONECTA AO VIVO – TEATRO (presencial) – Teatro de Santa Isabel
Depois do Fim do Mundo (Cia Experimental de Teatro, Vitória de Santo Antão)

21h – JGE CONECTA DANÇA (on-line)
DNA do Passo (Grupo Destramelar, Recife) 

15/01 – sexta-feira

18h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
Experimento Multimídia: um Jogo Dialético (Curso de Interpretação para o Teatro, CIT, Santo Amaro, Recife                                                                                                                                     Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

19h30 – JGE CONECTA AO VIVO – MÚSICA (presencial) – Teatro do Parque
Viva Pernambuco Ano 20 – André Rio e Convidados: Maestro Fábio Valois e Luciano Magno (Recife) 

21h – JGE CONECTA TEATRO ADULTO (on-line)
Rua dos Encantados (Cia de Teatro Sarau das Seis, Petrolina)

16/01 – sábado

16h – JGE CONECTA AO VIVO – DANÇA PARA CRIANÇAS (presencial) – Teatro de Santa Isabel
Debaixo d`Agua (Coletivo Trippé, Petrolina) 

18h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
O Despertar (Curso de Teatro Cênicas Cia de Repertório, Recife)                                                          Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

21h – JGE CONECTA MÚSICA (on-line)
Revoredo (Garanhuns) 

17/01 – domingo

16h – JGE CONECTA AO VIVO – Teatro para Crianças e Jovens (presencial) – Teatro do Parque
O Espelho da Lua (Tropa do Balacobaco, Arcoverde) 

18h – JGE CONECTA CIRCO (on-line)
O Matuto (Rapha Santacruz, Recife) 

21h – JGE CONECTA DANÇA (on-line)
Sentimentos Gis (Cleybson Lima, Petrolina) 

18/01 – segunda-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

16h – JGE CONECTA TEATRO PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE (on-line)
Salve o Marmulengo (Mamulengo Jurubeba, Recife) 

21h – JGE CONECTA Dança (on-line)                                                                                                 Trastos (Juliana Atuesta, Bogotá, Colômbia) 

19/01 – terça-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

16h – JGE CONECTA TEATRO PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE (on-line)
Memórias da Emilia (Grupo de Teatro Ená Iomerê, do Colégio Diocesano de Caruaru) 

21h – JGE CONECTA TEATRO (on-line)                                                                                                  Lugar da Chuva (Frêmito Teatro, Macapá, e Agrupamento Cynétiko, São Paulo )

20/01 – quarta-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

19h – JGE CONECTA TEATRO ADULTO (on-line)
Congresso do Kaos (Teatro do Amanhã, Jaboatão dos Guararapes) 

20h – JGE CONECTA AO VIVO – MÚSICA (presencial) – Teatro de Santa Isabel
Pajeú de Cantoria e Contações: Paulo Matricó (Tabira) 

21/01 – quinta-feira

19h – JGE CONECTA AO VIVO – TEATRO (presencial) – Teatro do Parque/jardim
Ópera D’Água (Reduto CenaLAB, Surubim) 

19h – JGE CONECTA DANÇA (on-line)                                                                                      Mestiçagem / Megesitsem (Contém Dança Cia, Projeto de Residência de Artes Cênicas do Sesc Amazonas, Manaus)
Gratuito

21h – JGE CONECTA TEATRO (on-line)                                                                                                      Sonhares (Teatro do Instante, vinculado ao Grupo de Pesquisa Poéticas do Corpo, da Universidade de Brasilia – UnB)
Gratuito

22/01 – sexta-feira

16h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
Processo Medusa (Núcleo Biruta de Teatro, Petrolina)
Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

19h30 – JGE CONECTA AO VIVO – MÚSICA (presencial)
Lua Costa Canta Vanessa da Mata (Jaboatão dos Guararapes) – Teatro Luiz Mendonça

21h – JGE CONECTA TEATRO (on-line)                                                                                                       Jogo do Bicho (Grupo Garagem, Projeto de Residência de Artes Cênicas do Sesc Amazonas, Manaus                                                                                                                                              

23/01 – sábado

16h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
Contos em Dor Maior (Escola de Teatro Fiandeiros, Recife
Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

20h – JGE CONECTA AO VIVO – TEATRO (presencial) – Teatro de Santa Isabel
Desatinos (Cia Capela Alquímica, Recife) 

21h – JGE CONECTA MÚSICA (on-line)
Istmo Digital (Sargaço Nightclub, Recife)

24/01 – domingo

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

18h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
DiverCircus (Escola Pernambucana de Circo, Recife)
Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

19h30 – JGE CONECTA AO VIVO – TEATRO (presencial) – Teatro do Parque
O Botequim de Elizeth Cardoso (Amotrans – Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco, Recife) 
Ingresso: 1 quilo de alimento

21h – JGE CONECTA TEATRO (on-line)                                                                                                   Pele Negra, Máscaras Brancas (Cia de Teatro da UFBA, Salvador)

Pele Negra, Máscaras Brancas. Foto: Adeloyá Magnoni

25/01 – segunda-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

18h – JGE CONECTA ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
Desalinho (Núcleo 27 de Dança, Petrolina)
Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

21h – JGE CONECTA MÚSICA (on-line)
Violão Solo Nordestino (Renan Melo, Pesqueira) 

26/01 – terça-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

16h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
O Desagradável Nelson Rodrigues (Teatralizar Curso de Teatro, Paulista)
Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

21h – JGE CONECTA TEATRO (on-line)                                                                                              Opereta Popular Canto de Reis (Coletivo Terra, Crato)

27/01 – quarta-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

16h – MOSTRA JGE ESCOLAS INDEPENDENTES DE TEATRO, DANÇA E CIRCO (on-line)
Ubu, O Rei do Gado (Escola Municipal de Arte João Pernambuco, Recife)
Gratuito com campanha de arrecadação no Picpay e QR Code

20h – JGE CONECTA AO VIVO – Música Instrumental (presencial) – Teatro de Santa Isabel 
Festa Eslovaco Pernambucana  (Coletivo Brasil-Eslováquia, Conselho de Artes Eslováquia)

28/01 – quinta-feira

10h – JGE CONECTA PALAVRAÇÃO – (on-line)
Conversas virtuais

19h30 – JGE CONECTA ENCERRAMENTO
PRÊMIO JGE COPERGÁS – Teatro do Parque

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Batendo Texto na Coxia entrega abaixo-assinado ao prefeito do Recife

Ato contra extinção do DRT de artista, foto na porta do Teatro de Santa Isabel

Ato contra extinção do DRT de artista, foto na porta do Teatro de Santa Isabel

uma das reuniões do BTC. Foto Roberto Ramos

Fazer teatro no Recife é uma luta permanente. Ora, direis, em qualquer lugar do Brasil. Pode ser. Mas no Recife tem algumas peculiaridades. Depois de duas gestões do PT (João Paulo Lima e Silva, 2001-2008) com conquistas relevantes para a área cultural, outra do PT (João da Costa, 2009-2012) bastante criticada, o PSB assumiu a prefeitura com Geraldo Júlio (2013-2020) implantando uma política cultural cada vez mais restritiva.

Começamos 2021 com mais uma administração do PSB, desta vez sob o comando do jovem João Campos, filho e herdeiro político de Eduardo Campos e que pertence ao mesmo partido do governador de Pernambuco, Paulo Câmara.

Há três anos foi criado no Recife o Movimento de Teatro Batendo Texto Na Coxia (em 6 de dezembro de 2017), que reúne atores, técnicos e produtores independentes com o intuito de fortalecer esse segmento cultural de Pernambuco. Esse grupo de atuação aberto já promoveu 30 encontros presenciais (suspensos em 2020 devido à pandemia do Coronavírus) para refletir sobre a potência artística na cidade e deliberar operações. O primeiro encontro presencial foi realizado na sede da Métron Produções por iniciativa do ator e produtor Paulo de Pontes e da atriz, diretora e produtora, Augusta Ferraz.

O trabalho do Batendo Texto na Coxia discute estratégias para ampliar o raio de atuação e ações que colaborem para melhorar a política cultural do Recife e de Pernambuco. O grupo reforçou o movimento da sociedade civil pela reabertura do Teatro do Parque, atuou contra a extinção da exigência do registro profissional dos artistas, se posicionou com uma Carta Aberta de repúdio contra a censura ao espetáculo O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, de Renata Carvalho, no Festival de Inverno de Garanhuns, em julho de 2018.

Também apresentou uma carta aos candidatos ao cargo de governador de Pernambuco (2018), traçou ações de diálogo junto a Secult e Prefeitura. se insurgiu contra a censura velada, assinou juntamente com as entidades representativas uma nota de repúdio contra o cancelamento de apresentações do espetáculo Abrazo, do grupo Clowns de Shakespeare, pela Caixa Cultural Recife.

Nesta semana, o Batendo Texto na Coxia entrega ao prefeito João Campos um abaixo-assinado em que estão destacadas as principais preocupações e reivindicações do setor das artes cênicas do Recife. 

Abaixo o documento, na íntegra:

Link DIÁLOGO PELO RESGATE E INCREMENTO DO TEATRO RECIFENSE – PROPOSTAS AO PREFEITO DO RECIFE – MOVIMENTO DE TEATRO BATENDO TEXTO NA COXIA

https://peticaopublica.com.br/psign.aspx?pi=BR118006

Ofício nº 004/2020
Recife, 26 de dezembro de 2020.

Exmo. Sr.
João Henrique de Andrade Lima Campos
Prefeito da Cidade do Recife
NESTA

Excelentíssimo Senhor Prefeito,

O Movimento de Teatro Batendo Texto na Coxia é um coletivo de artistas, técnicos e produtores independentes, que vem trabalhando pelo resgate da credibilidade e incremento da cadeia produtiva do Teatro em Pernambuco. Considerado por décadas como o terceiro polo de produção teatral do Brasil, seus realizadores, testemunharam, ao longo dos anos, o setor teatral sendo desconstruído, e que se agravou durante a Pandemia da Covid 19. Agora, com a nova gestão, é inadiável a necessidade de resgatar o diálogo para garantir a intensidade e efervescência da cena recifense. Na oportunidade, registramos a urgência na construção de uma Política Cultural direcionada ao TEATRO. Propomos um protagonismo da Prefeitura da Cidade do Recife nessa ação.
A Pandemia da Covid 19, mostrou como os nossos artistas criadores vivem em situação vulnerável. É preciso mudar essa realidade! Somos muitos e não podemos deixar morrer uma arte milenar, uma das mais importantes formas de expressão que toca as pessoas, pois é ao VIVO! Temos que ter alternativas ao mundo tecnológico. O Teatro não pode ser esquecido e a sociedade precisa ter ofertas que possam estimular as pessoas a voltarem ou aprenderem a vivenciar as sensações e reflexões que a arte teatral propicia.

A partir do exposto e esperando que vossa excelência esteja comprometido com os artistas que trabalham no árido solo nordestino, apresentamos abaixo, propostas que poderão fazer um novo começo na cena da nossa Veneza Brasileira.

Propostas para a retomada do crescimento do Teatro Recifense

– Instituir por Lei Municipal, o Sistema Municipal de Cultura da Cidade do Recife, conforme determina o § 4° do Art. 216-A da Constituição Federal e assegurar o pleno funcionamento de todos os seus componentes;

– Promover uma política de fomento ao Teatro, por meio de editais específicos para o setor, e a consolidação do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), com a destinação de um percentual das receitas correntes do município para o Fundo de Incentivo à Cultura e o Mecenato de Incentivo à Cultura;

– Garantir um percentual das receitas correntes do município, por meio do Plano Plurianual (PPA) e da Lei Orçamentária Anual (LOA), para a pasta da cultura e suas políticas públicas, onde o fomento, formação e divulgação do Teatro estejam garantidos, onde o uso do recurso público seja acompanhado diretamente por representantes de entidades de classe e do Movimento de Teatro Batendo Texto Na Coxia;

– Desenvolver políticas de financiamento por meio da criação de edital específico para o Teatro, haja vista a grande demanda de realizadores do segmento que têm deixado de trabalhar devido à falta de incentivos e/ou patrocínio;

– Criar uma ouvidoria para acolher e encaminhar as necessidades dos fazedores de Teatro, estabelecendo uma ponte com a pasta da cultura para os devidos procedimentos cabíveis. Isto, deve-se ao fato da extinção do Departamento de Artes Cênicas na gestão do Prefeito Geraldo Júlio, impossibilitando um canal de diálogo com a categoria (artistas, produtores e técnicos);

– Garantir espaço de diálogo e escuta entre o poder público municipal e o Movimento de Teatro Batendo Texto Na Coxia, seja através do Conselho Municipal de Cultura da Cidade do Recife, que assegura na Lei Municipal número 18.659/2019 a presença de um representante de teatro eleito democraticamente, bem como asseverar diálogo e escuta em reuniões sistemáticas diretamente com o secretário da Cultura e o Prefeito;

– Promover a gestão compartilhada por meio de um modelo contemporâneo de governança dos equipamentos públicos de Teatro, com a participação da sociedade civil organizada, a exemplo do Movimento de Teatro Batendo Texto na Coxia e representantes de entidades de classe na administração, na gestão de recursos e na promoção artística;

– Fortalecer a integração do Teatro, por meio da Secretaria de Cultura, com diversas secretarias municipais como: turismo, educação, desenvolvimento econômico, tecnologia, considerando a transversalidade da Arte e da Cultura no desenvolvimento da cidade do Recife;

– Garantir a manutenção dos Teatros e espaços culturais pertencentes ao município, visando a recuperação, restauração, e revitalização dos equipamentos e seus entornos;

– Manter, valorizar e ampliar o calendário cultural da cidade, considerando o fortalecimento dos Festivais criados pelo município, bem como por produtores de Teatro da cidade, consolidando o Recife no circuito nacional e internacional da Arte Teatral;

– Promover a cultura do Teatro, assim como todas as outras linguagens das Artes Cênicas, como expressão e afirmação da identidade do cidadão recifense;

– Inserir e garantir o Teatro, assim como todas as outras linguagens das Artes Cênicas no processo econômico da cidade como fonte de geração de trabalho e distribuição de renda;

– Dar visibilidade, estimular, descentralizar e viabilizar a produção de Teatro local e sua rede criativa;

– Estimular por meio do Teatro, assim como todas as outras linguagens das Artes Cênicas, o exercício da cidadania, a autoestima, bem como a formação crítica dos cidadãos recifenses;

– Resgatar e garantir o prêmio “Auxílio Montagem” e o apoio aos grupos, companhias ou produtoras teatrais por meio de subsídio financeiro que permita a participação de espetáculos em festivais e mostras nacionais e internacionais;

– Garantir por meio de processo de convocação pública a ocupação de todos os teatros municipais, com taxas ou percentuais menores para a ocupação das produções locais, onde a participação das entidades representativas e a participação de um representante do Movimento de Teatro Batendo Texto Na coxia, estejam garantidos;

– Fortalecer e garantir recursos para o Centro de Formação e Pesquisa das Artes Cênicas Apolo/Hermilo como espaço de formação e pesquisa do Teatro, através de intercâmbio e troca de experiência entre artistas; por meio do incentivo à produção local. Desse modo, o espaço poderá concretizar sua meta maior que foi definida desde sua inauguração que é torna-se um centro de referência das Artes Cênicas, regional, nacional e internacional;

– Garantir e valorizar a participação dos artistas profissionais que tenham DRT nos processos de seleções públicas e projetos direcionadas ao Teatro;

– Otimizar o funcionamento e ocupação dos Teatros municipais nos períodos e turnos que não estejam ocupados pela seleção pública para apresentação dos espetáculos, bem como das atividades inerentes aos equipamentos;

– Realizar Concurso Público para os técnicos que sejam fundamentais para o funcionamento dos teatros municipais (iluminador, sonoplasta, maquinista, camareira, bilheteiro, porteiro, indicador de plateia, entre outros) uma vez que hoje, a grande maioria são contratados por empresas terceirizadas e estão em desvio de função. Levar em consideração a necessidade dos teatros terem no mínimo duas equipes técnicas para garantir o funcionamento dos espaços nos três expedientes.

Na certeza de contarmos com vosso empenho, elevamos votos de estimas e distintas considerações.

Atenciosamente,

Movimento de Teatro Batendo Texto na Coxia
(Coletivo de artistas, técnicos e produtores independentes)

Com os apoios:

Associação de Realizadores de Teatro e Dança de Pernambuco (ARTEPE)

Associação dos Produtores de Teatro de Pernambuco (APACEPE)

Federação de Teatro de Pernambuco (FETEAPE)

Grupo de Gestores de Espaços Culturais de Pernambuco

Movimento Virada Cultural Teatro do Parque

Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Estado de
Pernambuco (SATED – PE)

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Teatro Viradalata, de São Paulo, celebra 15 anos com mostra infantil gratuita, com sessões presenciais e online

História do Brasil é uma das peças da programação, que é realizada graças a 1ª Edição do Prêmio Aldir Blanc de Apoio à Cultura da Cidade de São Paulo

Coquetel de fadas, às segundas; Os 3 Mosqueteiros, às terças; Viralatas – o Musical, às quartas; História do Brasil, às quintas; Medinho Medão, às sextas. Com sessões híbridas (presencial e online), o Teatro Viradalata celebra 15 anos de trajetória com essa mostra de repertório infantil neste janeiro de 2021. Os cinco espetáculos infantis da companhia entram em cartaz no Teatro Viradalata a partir de 4 de janeiro e ficam em temporada até dia 29 de janeiro. A programação ocorre de segunda a sexta-feira, às 16h, com acesso gratuito e é executada por meio da 1ª Edição do Prêmio Aldir Blanc de Apoio à Cultura da Cidade de São Paulo.

Fundada em 2005 por Alexandra Golik, a Cia Viradalata tem como uma das suas principais características a utilização dos fundamentos do teatro físico, além de estar intimamente ligada ao cômico e a técnica do palhaço.

Alexandra Golik se autoquestiona por que fazer teatro infantil. A resposta não é simples. Mas ela lembra que o teatro infantil permite que as crianças, através do jogo lúdico, possam compreender “algumas das questões mais profundas da vida como o respeito, a amizade, a compaixão, a tolerância, a justiça, o amor, a dignidade, a honestidade, a força de vontade, o senso de humor, assim como a raiva, o egoísmo, a intolerância, a injustiça, a discriminação, a desonestidade, a falta de respeito, a inimizade, e tantas outras “.

Com formação em Interpretação Teatral pela Escola de Comunicação e Artes de São Paulo – ECA-USP e estudos na École Internationale de Théâtre de Jacques Lecoq e na École Philippe Gaulier, ambas em Paris, Alexandra Golik pondera sobre o lugar ocupado pelas artes cênicas feitas para os pequenos. “Embora com uma grande produção na cidade de São Paulo, o teatro para crianças ainda é considerado como uma arte de menor importância, tanto pelos órgãos públicos da cultura e da educação como pelos patrocinadores e até mesmo pelos artistas, na sua grande maioria, encarando-o muitas vezes como arte para o início de carreira”.

Ela pensa que isso é resultado de uma visão estreita que ainda prevalece em relação ao tema e à sua importância no conjunto das artes, da educação e da cultura. Alexandra entende que o grande desafio é ampliar o campo de compreensão e de reconhecimento do valor do teatro para crianças.

Coquetel de Fadas, com Rennata Airoldi e Bebel Ribeiro. Foto: Natalia Angelieri

Coquetel de fadas
Segundas-feiras, às 16h

Chapeuzinho Vermelho, Cinderela e Branca de Neve estão na floresta, apressadas, correndo de volta para casa. Chapeuzinho se perdeu ao procurar a casa da avó, Cinderela se perdeu porque se atrasou ao sair do baile e Branca de Neve se perdeu ao fugir da bruxa malvada. Na corrida, as três personagens perdem um de seus sapatos. Agora, além de precisarem chegar ao lugar desejado, elas precisam recuperar o pisante perdido.

Ficha técnica
Texto e Direção: Alexandra Golik
Elenco: Rennata Airoldi e Bebel Ribeiro
Cenário: Paula de Paoli e Alexandra Golik
Trilha Original Composta: Gus Bernardo
Supervisão Musical: Marco Boaventura
Letra das Músicas: Alexandra Golik
Figurino: Luciano Ferrari
Sapatos: Alexandra Golik
Adereços: Beto Silveira
Programação Visual e Ilustrações: Paula de Paoli
Iluminação: André Lemes
Fotos: Natalia Angelieri
Contra-regra: Fernando Sagas
Produção e Realização: Cia. Viradalata

Os 3 Mosqueteiros, baseada no livro de Alexandre Dumas. Foto: Natalia Angelieri

Os 3 Mosqueteiros
Terças-feiras, às 16h

Adaptação livre do livro Os 3 mosqueteiros de Alexandre Dumas. A França de 1625 vive uma grande convulsão política e religiosa. O Rei Luís XIII e seu conselheiro, O Cardeal Richellieu, querem manter a qualquer custo o controle de seus compatriotas protestantes na defesa dos interesses franceses. D’Artagnan, um jovem provinciano, sai de sua terra natal no Sul da França em direção a Paris com a intenção de se tornar um fiel mosqueteiro do rei. No entanto, antes de atingir seu objetivo, muitas peripécias acontecem, entre intrigas, romances e segredos. O perigo é constante neste universo de espiões e delatores, mas ao juntar-se aos mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, D’Artagnan faz com que até o impossível se torne possível, tamanha é a força desta união. “Um por todos e todos por um” resume alguns dos grandes significados desta história: a luta pelo poder e a importância capital da amizade.

Ficha técnica:
Texto e direção: Alexandra Golik
Assistente de direção: Bebel Ribeiro
Elenco: Bebel Ribeiro, Marco Barretto e Renatta Airoldi
Figurinos: Luciano Ferrari
Produção de figurinos: Elen Zamith
Cenário: Alexandra Golik, Michele Rolandi e Tide Nascimento
Trilha sonora original: Gus Bernard e Alexandra Golik
Letras das músicas: Alexandra Golik
Adereços e desenho gráfico: Victor Poeta
Iluminação: André Lemes
Fotos: Lenon Bastos e Natalia Angelieri
Administração: André Oliveira
Direção de produção e produção executiva: Cia Viradalata
Realização: Cia Viradalata

Viralatas discute a situação dos animais abandonados. Foto: Natalia Angelieri

Viralatas, o Musical
Quartas-feiras, às 16h

O musical discute a questão da adoção de animais abandonados. Na peça, Fifi é uma lady paparicada por sua dona e passeia com frequência na badalada Rua Oscar Freire. Mesmo cercada de todo “luxo” se sente muito sozinha. Ela faz amizade com alguns vira-latas que dão um choque de realidade para Fifi e a colocam em uma grande enrascada, que desencadeia sua devolução ao Pet Shop. Muito arrependidos, os colegas criam um plano para resgatar a cachorrinha.

Ficha técnica
Texto e Direção: Alexandra Golik
Assistente de direção: Bebel Ribeiro
Elenco: Bebel Ribeiro, Diego Rodda, Marco Baretho
Cenário e Figurino: Paula de Paoli
Trilha Sonora Original: Gus Bernard
Iluminação: André Lemes
Fotos: Natalia Angelieri
Direção de Produção e Produção Executiva: Cia Viradalata

 

História do Brasil. Foto: Natalia Angelieri

História do Brasil
Quintas-feiras, às 16h

De forma lúdica e musical, a peça expõe alguns acontecimentos históricos do Brasil, desde a chegada de Pedro Álvares Cabral até os dias atuais. Com leveza e humor o espetáculo passeia pelos períodos da Colônia, Reino Unido, Império e República, por cada uma das sete Constituições que já vigoraram e pelas algumas das principais mobilizações populares que existiram ao longo de nossa história.

Ficha técnica
Texto e direção: Alexandra Golik
Assistente de direção: Bebel Ribeiro
Elenco: Diego Rodda, Humberto Morais, Joice Jane Teixeira, Marco Barretho e Rennata Airoldi
Cenário e design gráfico: Paula de Paoli
Figurinos: Luciano Ferrari
Produção de Figurino: Lord Lu Entreterimento
Iluminação: André Lemes
Vídeos: Dani Taks
Projeção Mapeada: Eduardo Artoud
Música e Letras: Alexandra Golik
Arranjos das Músicas: Gus Bernard
Trilha Incidental: Diego Rodda
Operador de Som e Vídeo: Fernando Sagas
Adereços: Michelle Rolandi
Fotos: Natalia Angelieri

 

Medinho Medão

Medinho Medão ressalta como enfrentar os medos. 

Medinho, Medão
Sextas-feiras, às 16h

Rafa sofre com a ausência de seus pais, que vivem na correria do trabalho. O menino desenvolve medo de muitas coisas: de elevador, de formiga, de cair da cama, de barata, de barulho, de ficar sozinho, do escuro, do fundo, do fogo, do frio, da professora de matemática, de monstro e de minhoca. Esquecido na escola, certa vez, Rafa dorme e sonha com um espaço diferente, onde ter medo não é uma vergonha, mas um desafio e enfrentá-lo pode ser até divertido.

Ficha técnica
Texto, direção e cenário: Alexandra Golik
Elenco: Diego Rodda e Marco Barretho
Programação visual e ilustração: Paula di Paolli
Trilha sonora – trilha original, composição e arranjos: Guga Bernardo
Supervisão musical: Marco Boaventura
Letras de músicas: Alexandra Golik
Figurino: Kleber Montanheiro
Iluminação: André Lemes
Adereços: Beto Silveira
Fotos: Natalia Angelieri

Ficha Técnica da Mostra de Repertório

Direção Artística: Alexandra Golik
Direção de Produção: André Oliveira
Produção: Natalia Angelieri
Designer: Giulia Vilaverde
Operador de Som: Bianca Livorno e Fernando Freitas
Operador de Luz: André Lemes
Coordenação e Prestação de Contas: Michelle Gabriel
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio

Serviço:

De 4 a 29 de janeiro de 2021 – de segunda a sexta-feira, às 16h
Gratuito – retirar ingresso na bilheteria ou acessar o canal do youtube do Teatro Viradalata
** A bilheteria abre duas horas antes das apresentações.
Rua Apinajés 1387 – Perdizes
11 3868-2535

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