Arquivo da tag: Teatro Popular de Arte

Premiados Apacepe – Teatro Adulto

Montagem de Viúva porém honesta, do Magiluth

Montagem de Viúva porém honesta, do Magiluth

Melhor Espetáculo Pela Comissão Julgadora:
Indicados:
Auto do Salão do Automóvel (Página 21)
Duas Mulheres em Preto e Branco (Remo Produções Artísticas)
O Beijo no Asfalto (Produção: Renata Phaelante e Andrêzza Alves)
Um Inimigo do Povo (Grupo de Teatro Cena Aberta do SESC Caruaru)
Viúva, Porém Honesta (Grupo Magiluth)
Vencedor: Viúva, Porém Honesta (Grupo Magiluth)

O grupo  Magiluth na entrega do prêmio da Apacepe

O grupo Magiluth na entrega do prêmio da Apacepe

A Pena e A Lei, de Petrolina, foi escolhida a melhor montagem pelo júri popular

A Pena e A Lei, de Petrolina, foi escolhida a melhor montagem pelo júri popular

Melhor Espetáculo Pelo Júri Popular: A Pena e a Lei (Teatro Popular de Arte/TPA)

Melhor Diretor:
Indicados:
Claudio Lira (O Beijo no Asfalto)
Kleber Lourenço (Auto do Salão do Automóvel)
Moacir Chaves (Duas Mulheres em Preto e Branco)
Moisés Gonçalves (Um Inimigo do Povo)
Pedro Vilela (Viúva, Porém Honesta)
Vencedor: Pedro Vilela (Viúva, Porém Honesta)

Diretor Pedro Vilela fez uma montagem frenética de Viúva, Porém Honesta

Diretor Pedro Vilela fez uma montagem frenética de Viúva, Porém Honesta

Melhor Ator:
Indicados:
Carlos Lira (Vestígios)
Erivaldo Oliveira (Viúva, Porém Honesta)
Giordano Castro (Viúva, porém honesta)
José Ramos (Auto do Salão do Automóvel)
Pedro Wagner (Viúva, Porém Honesta)
Vencedor: Erivaldo Oliveira (Viúva, Porém Honesta)

Erivaldo Oliveira concorreu com Carlos Lira (Vestígios), José Ramos (Auto do salão do automóvel), além de seus colegas de elenco de Viúva, porém honesta Giordano Castro  e Pedro Wagner

Erivaldo Oliveira concorreu com Carlos Lira (Vestígios), José Ramos (Auto do salão do automóvel), além de seus colegas de elenco em Viúva, porém honesta, Giordano Castro e Pedro Wagner

Melhor Atriz:
Indicados:
Andrêzza Alves (O Beijo no Asfalto)
Bruna Castiel (A Filha do Teatro)
Paula de Renor (Duas Mulheres em Preto e Branco)
Sandra Possani (Duas Mulheres em Preto e Branco),
Stella Maris Saldanha (Auto do Salão do Automóvel)
Vencedor: Bruna Castiel (A Filha do Teatro)

Atuação de Bruna Castiel foi destacada em peça com texto de Luís Augusto Ries

Atuação de Bruna Castiel foi destacada em peça com texto de Luís Augusto Ries

Ator Revelação:
Indicados:
Adailton Mathias (A Pena e a Lei)
Godoberto Reis (A Pena e a Lei)
Paulo Henrique Reis (A Pena e a Lei)
Roberto Brandão (Vestígios)
Vencedor: Godoberto Reis (A Pena e a Lei)

Atriz Revelação:
Indicados:
Francine Monteiro (A Pena e a Lei)
Inês Simões (Auto da Compadecida)
Rosa Félix (Cinema)
Vencedor: Rosa Félix (Cinema)

William Smith ganhou ator coadjuvante por Um inimigo do povo, montagem de Caruaru

William Smith ganhou ator coadjuvante por Um inimigo do povo, montagem de Caruaru

Melhor Ator Coadjuvante:
Indicados:
Ivo Barreto (O Beijo no Asfalto)
Lucas Torres (Viúva, Porém Honesta)
Mário Sérgio Cabral (Viúva, Porém Honesta)
Pascoal Filizola (O Beijo no Asfalto)
William Smith (Um Inimigo do Povo)
Vencedor: William Smith (Um Inimigo do Povo)

Atriz Coadjuvante:
Indicados:
Daniela Travassos (O Beijo no Asfalto)
Manuela Costa (A Filha do Teatro)
Rosa Amorim (Auto da Compadecida)
Sandra Rino (O Beijo no Asfalto)
Vencedor: Daniela Travassos (O Beijo no Asfalto)

Daniela Travassos ganhou prêmio de melhor atriz coadjuvante por O beijo no asfalto

Daniela Travassos ganhou prêmio de melhor atriz coadjuvante por O beijo no asfalto

Melhor Maquiagem:
Indicados:
Marcondes Lima (Auto do Salão do Automóvel)
Tiche Vianna (Daquilo Que Move o Mundo)
Vinícius Vieira (A Filha do Teatro)
Wemerson Diaz e Sheila Costa (A Pena e a Lei),
Vencedor: Marcondes Lima (Auto do Salão do Automóvel)

Melhor Figurino:
Indicados:
Andrêzza Alves e Claudio Lira (O Beijo no Asfalto)
Júlia Fontes (Olivier e Lili: Uma História de Amor em 900 Frases)
Marcondes Lima (Auto do Salão do Automóvel)
Walter Holmes (Duas Mulheres em Preto e Branco)
Vencedor: Andrêzza Alves e Claudio Lira (O Beijo no Asfalto)

Alegria de  Claudio Lira e Andrêzza Alves, de O Beijo no Asfalto, ao ganhar prêmio de melhor figurino

Alegria de Claudio Lira e Andrêzza Alves, de O Beijo no Asfalto, com o prêmio de melhor figurino

Melhor Cenografia:
Indicados:
Claudio Lira (O Beijo no Asfalto)
Doris Rollemberg (Vestígios)
Fernando Mello da Costa (Duas Mulheres em Preto e Branco)
Marcondes Lima (Auto do Salão do Automóvel)
Moisés Gonçalves e Alex Deplex (Um Inimigo do Povo)
Vencedor: Fernando Mello da Costa (Duas Mulheres em Preto e Branco)

Melhor Iluminação:
Indicados:
Aurélio di Simoni (Duas Mulheres em Preto e Branco)
Cleison Ramos (MARéMUNDO)
Játhyles Miranda (Auto do Salão do Automóvel)
Luciana Raposo (O beijo no Asfalto)
Pedro Vilela (Viúva, Porém Honesta)
Vencedor: Aurélio di Simoni (Duas Mulheres em Preto e Branco)

Melhor Sonoplastia:
Indicados:

Adriana Milet (O Beijo no Asfalto)
Missionário José (Auto do Salão do Automóvel)
Moisés Gonçalves e Wayllson Ricardo (Um Inimigo do Povo),
Pedro Vilela (Viúva, Porém Honesta),
Tomás Brandão e Miguel Mendes (Duas Mulheres em Preto e Branco)
Vencedor: Tomás Brandão e Miguel Mendes (Duas Mulheres em Preto e Branco)

Tomás Brandão e Miguel Mendes criaram a trilha sonora de Duas Mulheres em Preto e Branco

Tomás Brandão e Miguel Mendes criaram a trilha sonora de Duas Mulheres em Preto e Branco

Comissão Julgadora Teatro Adulto: Anamaria Sobral, Elias Mouret, Maria Rita Costa, Magdale Alves e Quiercles Santana

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Fraca montagem de O santo e a porca

Foto: Ivana Moura

O Santo e a Porca é uma das mais deliciosas comédias brasileiras, que ataca um dos pecados capitais, a avareza. Todo mundo é um pouquinho avarento, mas Euricão – “Engole Cobra” ou Eurico Árabe, o protagonista, passou de todos os limites e suas atitudes provocam o riso da plateia. A peça escrita por Ariano Suassuna em 1957 tem todas as qualidades de uma boa comédia, com uma trama com reviravoltas, tipos engraçados e questão de fundo filosófico da rivalidade do mundo material e espiritual. E apesar da quantidade de personagens e dos seus três atos, encontramos de vez em quando uma montagem num festival pelo país afora. No Janeiro de Grandes Espetáculos o Teatro Popular de Arte – TPA, de Petrolina, apresentou sua versão no Teatro Barreto Júnior, no último sábado (22).

A comédia de Ariano Suassuna é um clássico da dramaturgia brasileira e põe em confronto elementos do sagrado e do profano. O texto é inspirado na obra do escritor latino Plauto, composta antes do nascimento de Cristo, chamada Aululária. O nosso Suassuna traz o conflito para solo nordestino, e usa referências da literatura de cordel. Na peça, o velho sovina e ranzinza guarda, mas não desfruta de sua riqueza. E todos ao seu redor têm que amargar do mau-humor, das esquisitices e da economia que Euricão faz em casa, chegando ao cúmulo de só bancar uma refeição por dia para a família e agregados. Enquanto ele reza para Santo Antônio, sem acender uma vela para não gastar um tostão, pede proteção para sua porca, onde guarda o dinheiro.

Coroba, a empregada com cara de tonta, tem certo parentesco com Chicó, o amarelinho do Auto da Compadecida. Ela também usa da esperteza para tentar resgatar o dinheiro não pago durante anos pela exploração do patrão. O avarento tem uma filha Margarida. Ela será disputada por pai e filho (sem que um saiba da intenção do outro). Benona é a irmã solteirona de Euricão, que foi noiva de Eudoro, que por sua vez quer casar com Margarida. Dodó é filho de Eudoro e o “dono” do coração de Margarida. Pinhão é noivo de Coroba e tão esperto quanto ela, mas o povo só vai saber disso no final da peça.

 A montagem de Petrolina, apesar de não atropelar o texto, carrega nas tintas. A iluminação é chapada, com predominância do amarelão no primeiro ato, o que dá um efeito muito estranho às figuras. As perucas dos atores que interpretam Euricão e Benona são simplesmente ridículas. O figurino é pobre. O cenário interage pouco com as cenas. Mas o maior problema é o elenco e inadequação de alguns atores aos personagens. Eudoro e Dodó, interpretados respectivamente por Godoberto Reis e Severo Filho não têm peso para as personagens. O menino Dodó, com a boca troncha e sua corcunda não convence nem um pouco. Já o pai desse também faz uma performance ruim. No conjunto, o elenco é fraco. A atriz que interpreta Coroba, Francine Monteiro, soube tirar proveito de seu personagem, tem vivacidade. Domingos Soares, que faz o avarento Euricão, se prende ao clichê fácil. A direção também é de Domingos Soares e infelizmente não traz algo de intepretação particular desse grande texto.

Foto: Ivana Moura

Era a primeira vez que o grupo fazia uma apresentação no Recife. E eles estavam emocionados com isso. O público aplaudiu entusiasmado, e riu durante boa parte da apresentação, (inclusive eu) com sinceridade, mas é porque o texto é muito bom. Sabemos das dificuldades de fazer teatro em qualquer lugar do mundo. No interior talvez isso seja mais complicado. Mas às vezes para crescer é preciso ter os pés no chão e ter consciência das limitações. O grupo já tem mais de 20 anos de atividade e isso merece todo o nosso respeito. Mas o teatro exige, além da paixão demonstrada pelo grupo, disciplina, estudo, condicionamento.

E, além disso, mesmo que muitos grupos que montam O Santo e a porca não percebam, esse texto tem uma sofisticação interna na construção de seus tipos, nas significâncias que não podem ser resolvidas com macaqueamento das figuras. Isso pode provocar o riso, mas diz pouco.

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