Grupo Cena 11, de Florianópolis (SC) na MITbr 2024 com Eu não sou só eu em mim. Foto: Silvia Machado
A contagem regressiva começou. Entram na reta final as inscrições para a MITbr – Plataforma Brasil 2026, vitrine estratégica da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) dedicada a dar projeção internacional às artes cênicas brasileiras. O prazo se encerra em 15 de setembro no mitsp.org, e a convocatória — gratuita — é um convite a artistas, coletivos e companhias do país que queiram dialogar com curadores e programadores do circuito global.
Esta chamada é uma oportunidade de circulação, articulação e troca. Ao reunir espetáculos e proposições que refletem a diversidade estética e territorial do Brasil, a MITbr funciona como pontilhão entre a criação brasileira e os palcos do mundo.
Em 2025, a MITbr registrou 454 inscrições, um termômetro da vitalidade do setor e do interesse crescente pela plataforma. Para 2026, a expectativa é de ampliação desse alcance.
O que é a MITbr e por que ela importa
É a plataforma da MITsp dedicada a apresentar um recorte curatorial da produção contemporânea brasileira (teatro, dança, performance) para programadores nacionais e internacionais.
O objetivo é acelerar convites, turnês, coproduções e residências, fortalecendo a internacionalização de artistas, companhias e coletivos do Brasil.
A curadoria é independente, e a seleção privilegia diversidade de estéticas, territórios e vozes, com atenção a grupos historicamente sub-representados.
Aumento da presença de artistas brasileiros em festivais e temporadas no exterior.
Fortalecimento de parcerias e coproduções, com impacto na sustentabilidade dos projetos.
Curadoria atenta a diversidade de linguagens (teatro, dança, performance e hibridismos), trazendo obras que tensionam formas e discursos.
Ampliação do olhar para além dos grandes centros, com maior atenção a territorialidades múltiplas.
Desafios em pauta
Logística e financiamento: a viabilização de turnês e deslocamentos segue como grande gargalo, especialmente para projetos de regiões distantes dos principais eixos de transporte.
Representatividade e acesso: refletir a pluralidade brasileira na programação exige políticas ativas e contínuas, considerando recortes étnico-raciais, de gênero, de deficiência e de território.
Diferenças de escala: obras intimistas e de pequeno porte competem, no radar internacional, com produções de maior orçamento — um equilíbrio que demanda mediação curatorial e negociação com a rede de programadores.
Sustentabilidade: pensar circulação de modo mais responsável (carbono, materiais, logística) tornou-se pauta transversal.
Apesar dos obstáculos, a MITbr vem acumulando resultados concretos: maior visibilidade no exterior, redes de colaboração mais densas e um diálogo curatorial que se atualiza a cada edição.
O que os curadores costumam observar
Intelecção artística: uma obra com proposição estética nítida e coerência entre linguagem, tema e dispositivo cênico.
Potencial de circulação: condições técnicas claras, adaptabilidade a diferentes espaços, e documentação audiovisual que reflita a experiência de público.
Singularidade e contexto: projetos que tragam vozes, territorialidades e imaginários pouco vistos no circuito internacional chamam atenção — especialmente quando articulam rigor formal e potência política
Serviço — MITbr 2026
MITbr – Plataforma Brasil 2026 (chamada pública) Inscrições: Até 15 de setembro de 2025 Divulgação dos selecionados: até 1º de dezembro de 2025 Apresentações: de 5 a 15 de março de 2026, em São Paulo Taxa: inscrições gratuitas Onde: site oficial da MITsp — mitsp.org
A MITsp em Avignon 2025:
Projeção Cultural Brasileira e Seus Desdobramentos
História do Olho, de Janaina Leite (São Paulo/SP). Foto: Reproduão do Instagram
A participação da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) no Festival Off Avignon, realizada entre 5 e 13 de julho de 2025, constituiu um esforço notável na estratégia de projeção cultural brasileira no cenário internacional. Organizada no âmbito da Temporada Brasil França 2025 e respaldada por financiamento do Ministério da Cultura e patrocínio da Petrobras, a iniciativa buscou estabelecer um intercâmbio substancial, apresentando um recorte da produção nacional a um público e a programadores globais.
A delegação brasileira em Avignon foi composta por um programa com quatro espetáculos de teatro e dança, três filmes e três conferências. No palco francês, obras como História do Olho, de Janaina Leite (São Paulo/SP), foram apresentadas, explorando a fronteira entre o ficcional e o documental. AZIRA’I – Um Musical de Memórias, da atriz indígena Zahy Tentehar, trouxe à cena narrativas que ressoaram pela sua pertinência e pela performance de sua criadora. Fábio Osório Monteiro, com Bola de Fogo, propôs uma interação que mesclava o preparo de um quitute tradicional com discussões sobre identidades, enquanto Eles Fazem Dança Contemporânea, de Leandro Souza, abordou questões sobre a presença negra na arte contemporânea ocidental. Foram exibidos os filmes O Diabo na Rua no Meio do Redemunho, de Bia Lessa; A Queda do Céu, de Éryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha; e As Cadeiras, de Luís Fernando Libonati. A programação foi enriquecida por conferências com intelectuais como Geni Núñez, Rosane Borges e Vladimir Safatle, que ofereceram análises sobre o Brasil contemporâneo sob perspectivas indígenas, raciais, de gênero e políticas.
Passados dois meses do evento, a recepção da presença brasileira em Avignon registrou resultados observáveis. A crítica especializada francesa dedicou cobertura às obras brasileiras, com comentários que abordaram a diversidade de temas, a inventividade das linguagens e a performance dos artistas. Sessões nas salas de La Manufacture registraram presença de público compatível com as expectativas, especialmente para os espetáculos que já possuíam um histórico de apresentações em festivais no Brasil. A imprensa francesa, incluindo publicações como Le Monde e Libération, veiculou comentários sobre a abordagem curatorial da MITsp, que procurou apresentar aspectos variados da cultura brasileira.
No que tange aos programadores e profissionais do setor, a exposição das obras brasileiras foi um objetivo cumprido. Relatos da própria MITspe informações veiculadas indicam que discussões foram iniciadas com diversos programadores de festivais e espaços culturais de distintos países para possíveis futuras apresentações e parcerias. Guilherme Marques, diretor geral de produção da MITsp, indicou que o nível de engajamento alcançado foi significativo. As conferências e sessões de filmes também registraram participação considerável, o que agregou um componente de debate e reflexão à apresentação artística.
Em relação ao investimento e à percepção pública, a participação da MITsp em Avignon foi sustentada por financiamento público e privado. A repercussão da imprensa brasileira, tanto no período pré-evento quanto no pós-evento, focou predominantemente nos anúncios e na apresentação da iniciativa, com alguns veículos indicando desdobramentos positivos em termos de interesse e visibilidade para os espetáculos.
A narrativa observada na cobertura midiática sugere que o aporte financeiro é contextualizado pela projeção da cultura brasileira e pela busca de novas avenidas de intercâmbio, cujos resultados tangíveis, como convites concretos para novas apresentações, ainda se encontram em fase de maturação e negociação. Tal perspectiva alinha-se à compreensão de que ações de projeção internacional, especialmente no campo cultural, demandam tempo para que seus impactos e retornos se manifestem plenamente.
Além de importar, exportar. Uma ação para dar visibilidade e fomentar a circulação internacional de espetáculos brasileiros contemporâneos ganha espaço na quinta Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp 2018. Trata-se do eixo MITbr – Plataforma Brasil, que neste projeto piloto aglutina montagens de grupos e artistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Brasília e Minas Gerais. A curadoria é assinada pelos especialistas em artes cênicas Wellington Andrade, Christine Greiner e Felipe Assis e contempla 13 produções, que terão na plateia programadores de festivais nacionais e internacionais.
Pulsam nessas encenações, urgências sobre o Brasil, reconfigurações e confrontos de mentalidades. O Grupo Magiluth, de Pernambuco, comparece com Dinamarca, montagem que dilacera o conceito de felicidade a partir de uma ideia predominante de perfeição daquele país nórdico e traça outros fios para convocar Shakespeare e seu Hamlet.
Giordano Castro, um dos atores e dramaturgo de Dinamarcatenta explicar em cena o conceito de “hygge”, que não tem uma tradução precisa, mas tem a ver com conforto, bem-estar. “Nada de falar de política, religião, questões raciais, questões de gênero ou questões de superioridade biológica…”, determina. Isso é uma ironia???
O imperativo da ideia de felicidade também está nos questionamentos criativos de Nós, os Outros Ilesos, primeira montagem brasileira do dramaturgo japonês Toshiki Okada e direção de Carolina Mendonça.
Ao todo s]ao 11 espetáculos e dois ensaios abertos. Da panorâmica crítica até o osso de Leite Derramado, uma evolução carnavalizada do Brasil, de golpes e contragolpes, inspirada no livro de Chico Buarque de Holanda, com direção de Roberto Alvim. Passando pela maior tragédia ambiental brasileira, retratada do ponto de vista do relato de suas vítimas, em Hotel Mariana.
Também estão na MITbr Caranguejo Overdrive, que questiona como as políticas públicas direcionam as exclusões e o adoecimento da população, com a transformação das cidades. A programação também inclui a exuberância interpretativa de Grace Passô em Vaga Carne. A lenda urbana de um episódio recifense sobre o emparedamento de uma jovem dançado por Eliana Santana.
Confira a programação.
CARANGUEJO OVERDRIVE
Peça extrapola temporalidades, indo da Guerra do Paraguai aos processos políticos recentes. Foto: Leandro Lima / Divulgação
“Caranguejo Overdrive, espetáculo da carioca Aquela Cia. de Teatro, é fruto da potência da reverberação até os dias de hoje das ideias do Manguebeat, surgido na capital pernambucana, Nordeste do Brasil, na década de 1990. No movimento que teve como propulsores nomes como Chico Science, Nação Zumbi, Fred Zero Quatro e Renato L, a música assumiu caráter político, de manifestação e denúncia social. As letras estavam cheias de referência ao Recife; em 1991, segundo uma pesquisa do Instituto de Washington, a quarta pior cidade do mundo para se viver. “É só uma cabeça equilibrada em cima do corpo / Escutando o som das vitrolas que vem dos mocambos / Entulhados à beira do Capibaribe / Na quarta pior cidade do mundo”, dizia Antene-se, de Chico Science”.
Trecho da crítica de Pollyanna Diniz Da lama ao caos (Carioca Aquela Cia. de teatro revisita Manguebeat e Josué de Castro para tratar de história, desejo e impossibilidades) para o MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos / SESC SP. Disponível no link http://mirada.sescsp.org.br/2016/critica/da-lama-ao-caos/
Quando: Dia 06/03, às 16h e às 18h30 Onde:Teatro Sesi SP Duração: 60 min – com legenda Classificação indicativa: Acima de 12 anos
Ficha Técnica
Texto: Pedro Kosovski Direção: Marco André Nunes Com Carolina Virguez, Alex Nader, Eduardo Speroni, Fellipe Marques, Matheus Macena Músicos em cena: Felipe Storino, Maurício Chiari e Samuel Vieira Direção Musical: Felipe Storino Iluminação: Renato Machado Instalação Cênica: Marco André Nunes Ideia Original: Maurício Chiari Produção: Núcleo Corpo Rastreado Produção Executiva: Thaís Venitt Realização: Aquela Cia. De Teatro
LEITE DERRAMADO
O personagem gagá é defendido de forma brilhante pela atriz Juliana Galdino. Foto: Edson Kumasaka / Divulgação
“O som de Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, ocupa a cena propondo emoções contraditórias: de um ufanismo arraigado e de um profundo desprezo por tudo que está instalado no país. A cada verso as camadas de pele são arrancadas à força, numa ação brutal de descolar carnes da formação brasileira; dando um jeito de contrabandear parentescos e fazer sumir irmandades. Essa afecção de identidades como linguagem só me alcançou ao final da sessão da estreia nacional do espetáculo Leite derramado, versão cênica do romance de Chico Buarque de Hollanda (publicado em 2009), adaptado e dirigido por Roberto Alvim (…) Eulálio d’Assumpção é um velho decrépito, que ostenta no corpo, na voz e nos gestos ressonâncias do antepassado aristocrata e da decadência dos descendentes (…) O oligarca centenário falido enverga o ocaso de sua linhagem de filhos únicos, o fim da fileira de excessos, ele mesmo derramado no corredor de um leito de hospital público”.
Trecho da crítica de Ivana Moura Alves (eu) Quebra de pactos no país dos Eulálios (Espetáculo Leite Derramado, versão cênica do romance de Chico Buarque, convoca a memória delirante do protagonista centenário para falar do Brasil de hoje) para o MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos / SESC SP. Disponível no link http://mirada.sescsp.org.br/2016/critica/critica-quebra-de-pactos-no-pais-dos-eulalios/
Quando: Dia 06 e 07/03 às 18h Onde: Teatro João Caetano Duração: 60 min – Com legenda Classificação indicativa: Acima de 16
Ficha Técnica
Texto Original: Chico Buarque Adaptação, Direção e Cenografia: Roberto Alvim Com Juliana Galdino, Filipe Ribeiro, Taynã Marquezone, Caio D’aguilar, Lenon Sebastian, Luis Fernando Pasquarelli, Nathalia Manocchio e Luiz Otavio Vizzon Trilha Sonora Original: Vladimir Safatle Iluminação: Domingos Quintiliano Figurinos: João Pimenta Desenho de Som: LP Daniel Cenotecnia e Adereços: Fernando Brettas Programação Visual: Vicka Suarez Fotos e Vídeos: Edson Kumasaka Crítico Interno: Welington Andrade Assistente de Direção: Steffi Braucks Técnico de som e Microfonista: Dug Monteiro Técnico de luz: Luiz Fernando Vaz Junior Direção de Palco: Alex Peixoto Produção: Dani Angelotti Realização: Cubo Produções e Cia. Club Noir
NÓS, OS OUTROS ILESOS
Primeira montagem no Brasil de um texto do dramaturgo japonês Toshiki Okada. Foto: Mayra Azzy / Divulgação
As apreensões da classe média às vésperas de uma importante eleição são exploradas a partir do pensamentos, ações e dúvidas de um casal prestes a se mudar para um apartamento recém-construído. Borrando as fronteiras entre ação e narração, discurso direto e indireto, e de uma linguagem que oscila entre o coloquial e o estranho, os atores revezam-se em diferentes papéis, do marido e esposa, uma amiga e um desconhecido. A ideia de felicidade, o medo diante do outro, a precariedade das relações sociais e a ansiedade em relação ao futuro são temas levantados em Nós, os outros ilesos, primeira montagem no Brasil de um texto do dramaturgo japonês Toshiki Okada, 45, diretor do grupo Chelfitsch.
Direção: Carolina Mendonça Quando: Dia 06/03 às 19h e às 21h Onde: Casa do Povo Duração: 55 min – Com legenda Classificação indicativa: Acima de 14
Ficha Técnica
Dramaturgia: Toshiki Okada Tradução: Rita Kohl Direção: Carolina Mendonça Atores: Fernanda Raquel, Lúcia Bronstein, Rodrigo Andreolli e Rodrigo Bolzan Cenografia: Theo Craveiro Criação de som: Miguel Caldas Criação de luz: Alessandra Domingues Figurinos: Ozenir Ancelmo Produção: Fernanda Raquel Fotos: Mayra Azzy
HOTEL MARIANA
Os depoimentos retratam a simplicidade de pessoas que perderam tudo o que tinham. Foto: Custodio Coimbra / Divulgação
O desastre de Mariana, Minas Gerais, ocorreu em 5 de novembro de 2015, no vale do Rio Doce e é considerada a maior tragédia ambiental do Brasil. O rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, despejou cerca de 55 bilhões de litros de lama espessa que se espalhou por 650 quilômetros entre Minas Gerais e Espírito Santo. Deixou 19 mortos, cerca de 300 famílias desalojadas. O distrito de Bento Rodrigues (em Mariana) ficou submerso, os de Paracatu de Baixo (também em Mariana) e Gesteira (em Barra Longa) ficaram destruídos. Fora os prejuízos imateriais, afetivos.
Uma semana após a tragédia, o dramaturgo Muniz Pedroza visitou as localidades e gravou depoimentos dos sobreviventes. Os relatos perturbadores e surpreendentes são matéria de criação do espetáculo Hotel Mariana. Na peça, dirigida por Herbert Bianchi, os atores – portando fones de ouvido – escutam as histórias e as reproduzem para o público.
Quando: Dia 07 e 08/03 às 20h Onde: Complexo Cultural Funarte SP Duração: 70 minutos – com legenda Classificação indicativa: Acima de 14
Idealização e pesquisa: Muniz Pedrosa Direção: Herbert Bianchi Elenco: Angela Barros, Bruno Feldman, Clarissa Drebtchinsky, Fani Feldman, Isabel Setti, Letícia Rocha, Marcelo Zorzeto, Munir Pedrosa, Rita Batata, Rodrigo Caetano Dramaturgia: Munir Pedrosa e Herbert Bianchi Assistente de direção: Letícia Rocha Designer de luz: Rodrigo Caetano Cenário: Marcelo Maffei e Herbert Bianchi Cenotécnico: Marcelo Maffei Figurinos: Bia Piaretti e Carol Reissman Direção de produção: Munir Pedrosa Realização: MUN Cultural
VAGA CARNE
Concepção, atuação e texto de Grace Passô. Foto: Kelly Knevels / Divulgação
Vaga Carneé a história de uma voz rebelde e errante e um corpo invadido. É difícil fazer uma sinopse da peça. A voz tem a capacidade de invadir matérias líquidas, sólidas ou gasosas. Depois de perambular pelo mundo ocupa o corpo da mulher, vasculha o que existe por dentro. ali e passa a se identificar com a imagem que ocupa. E narra essa experiência: o que sente, o que finge sentir, o que é insondável em si, como repercute sua imagem no outro, o que significa um corpo enquanto construção social. Identidade e pertencimentos são temas que estão presentes e não estão no discurso diretamente. Grace Passô arma desconexões entre gestos e falas, num jogo entre palavra e movimento. Numa “tempestade poética”, a atriz ergue questões feminismo, estereótipo, preconceito, sem concluir raciocínios.
Quando: Dia 06/03 às 21h e às 23h Onde: Galpão do Folias Duração: 50 min – Com Legenda Classificação indicativa: Acima de 14
Ficha Técnica
Concepção, atuação e texto: Grace Passô Equipe de criação: Kenia Dias, Nadja Naira, Nina Bittencourt e Ricardo Alves Jr. Luz: Nadja Naira Técnico e operador de luz: Edimar Pinto Trilha sonora | operador de som: Ricardo Garcia Figurino: Virgílio Andrade Pesquisa e produção: Nina Bittencourt
A EMPAREDADA DA RUA NOVA
A Emparedada da Rua Nova, obra literária do escritor pernambucano Carneiro Vilela (1846-1913) foi levada ao palco como uma farsa por um grupo recifense e ganhou as telinhas numa minissérie sensualizada. A montagem pernambucana de 2010 chamada O Amor de Clotilde por um Certo Leandro Dantas investe no melodrama do circo-teatro e abusa dos clichês presentes em folhetins, cinema e novelas. Além disso o grupo insere reviravoltas eletrizantes e dá um novo desfecho para o casal protagonista que viveu um amor proibido no Recife do século 19. A série televisiva aposta na tragédia de um conquistador que seduz de mãe e filha, ambientada num Brasil arcaico.
O solo de dança A Emparedada da Rua Nova, da intérprete e coreógrafa Eliana de Santana parece perseguir o clima original do livro. O texto de Vilela explora o episódio de uma moça que é emparedada viva, por ordem do pai.
Utilizando velas para iluminar o espaço, Eliana de Santana traça evoluções desse corpo murado, num ambiente de mistério. Essa lenda urbana sobre o emparedamento da jovem leva para a cena traços da violência contra a mulher, a situação feminina, num clima sobrenatural de aparições, lembranças e cantos de amor.
Direção: Eliana de Santana Quando: 07/03, às 20h e 22h Onde:Teatro do Sesc Ipiranga Duração: 45 min
Classificação indicativa: Acima de 14
Ficha Técnica
Direção Geral e interpretação: Eliana de Santana Performer convidado, criação de luz e espaço cênico: Hernandes de Oliveira Trilha sonora e Figurinos: Eliana de Santana e Hernandes de Oliveira Operação de luz e som: Rodrigo Eloi Leão Produção: E² Cia de Teatro e Dança Fotos: Rodrigo Eloi Leão
CANTO PARA RINOCERONTES E HOMENS
Foto Cacá Bernardes
Canto Para Rinocerontes e Homens é um musical livremente inspirado na peça O Rinoceronte, do dramaturgo franco-romeno Eugène Ionesco (1909-1994). Trata da brutalização do ser humano e a extinção da humanidade. A montagem é do grupo Teatro do Osso, formado por ex-alunos da Escola de Arte Dramática (EAD-USP), com direção: Rogério Tarifa.
Os sete atores da peça cantam em coro para expor a transformação dos homens em rinocerontes. Além do texto de Ionesco. outras dramaturgias são utilizadas. Cada ator potencializa um tema, como crimes de ódio, violência, queda das utopias, ensino, trabalho e culto a beleza. A obra original, escrita em 1959, é interpretada como uma metáfora para a hegemonia dos regimes totalitários durante a Segunda Guerra Mundial
Quando: Dias 07 e 08/03, às 17h Onde:Galpão do Folias Duração: 180 min – Com legenda Classificação indicativa: Acima de 16
Ficha Técnica
Direção: Rogério Tarifa Teatro do Osso: Guilherme Carrasco, Isadora Títto, Luísa Valente, João Victor Toledo Murillo Basso, Renan Ferreira, Rubens Alexandre e Viviane Almeida Dramaturgia: Jonathan Silva, Rogério Tarifa e elenco Direção Musical e Preparação Vocal: William Guedes Músicos: Bruno Pfefferkorn e Filipe Astolfi Composição (Músicas Inéditas): Jonathan Silva Cenário: Rogério Tarifa Cenotécnico: Zito Rodrígues Figurino: Silvana Carvalho, Rogério Tarifa e elenco Colaboração: Artur Abe Consciência Corporal e Direção de Movimento: Érika Moura Desenho de Luz: Rafael Souza Lopes Operador de Luz: Nara Zocher Vídeo: Flávio Barollo Supervisão do Teatro de Animação: Luiz André Cherubini Fotos: Cacá Bernardes
DINAMARCA
Magiluth discute a ideia de hygge, palavra que contém o segredo da felicidade dinamarquesa. Isso é uma ironia??? Foto: Ivana Moura
“A montagem atravessa muitas questões urgentes, para uns, como tudo na vida. Como a própria existência. Nada é absoluto. Maneja com habilidade os relativismos. Embrenha-se em círculos de invenções sociais. Com a ironia até a tampa, que às vezes transborda em riso (da plateia inclusive), o espetáculo lacera com palavras e com a articulação sutil das dobraduras da ficção, que se aproxima da realidade dolorosa. A trama de Shakespeare entra na cena de Dinamarcacomo um trampolim para avistar o Brasil e o mundo de um capitalismo acelerado e excruciante. A montagem é armada para tornar palpável sentimentos molestadores que nos assaltam em 2017/2018. Os golpes invadem o jogo de forma violenta em raios de ironia e cinismo dos discursos dos encastelados”.
Quando: Dia 08 e 09/03 às 21h Onde:Centro Compartilhado de Criação Duração: 80 minutos – com legenda Classificação indicativa: Acima de 18
Ficha Técnica
Direção: Pedro Wagner Dramaturgia: Giordano Castro Elenco: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mário Sergio Cabral, Lucas Torres Desenho de Som: Miguel Mendes e Tomás Brandão (Pachka) Desenho de Luz: Grupo Magiluth Direção de Arte: Guilherme Luigi Fotografia: Bruna Valença e Danilo Galvão Design Gráfico: Guilherme Luigi Técnico: Lucas Torres Realização: Grupo Magiluth
PROCEDIMENTO 2 PARA LUGAR NENHUM
Trabalho de Vera Sala. Foto: MitSp / Divulgação
Entre o ruir e resistir ao colapso, Vera Sala expõe um corpo em estado alterado de percepção. No tempo suspenso entre um instante e outro, o corpo se exaure, esvazia, dissolve seus contornos e limites. Elementos como uma placa de vidro, lâmpada piscando, cacos de vidros podem armar conexões com esse corpo repleto de memórias do processo de criação entre derivas, caminhos erráticos e vertigens nesse Procedimento 2 para lugar nenhum. A criadora-intérprete investiga um corpo “instalado”, que produz forma e se reconfigura no ambiente onde se instala.
Direção: Vera Sala Quando: Dia 09 e 10/03 às 15h Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade Duração: 50 min Classificação indicativa: Acima de 12
Ficha Técnica
Concepção e direção geral: Vera Sala Arquitetura e luz: Hideki Matsuka Desenho de som: Tom Monteiro Estimulo a auto percepção do movimento: José Antonio Lima Agradecimento pela colaboração artística: Luiz Päetow Projeto gráfico: Érico Peretta Técnico de Luz: Igor Sane Cenotécnico: Wanderley Wagner da Silva Assistente de produção: Marcelo Leão Direção de produção: Dora Leão –PLATÔproduções Colaborações e compartilhamentos: Diego Alves Marques, Rubia Braga Agradecimentos: Casa das Caldeiras
DNA DE DAN
Concepção e performance de Maikon K. Foto: Guto Muniz
Maikon K opera nas fronteiras entre performance, dança e teatro. DNA de DAN é uma dança-instalação inspirada no arquétipo da serpente. Num ambiente inflável e transparente, criado por Fernando Rosenbaum, o artista recebe uma substância no seu corpo, que quando seca funciona como uma outra pele. Depois desse procedimento, o público entra nesse espaço artificial para acompanhar a performance e as transformações no corpo do performer e a capacidade Maikon K de alterar percepções.
Quando: Dia 09/03 às 21h – Sesc Ipiranga
Dia 10/03 às 18h – Galeria Vermelho Duração: 70 minutos Classificação indicativa: Acima de 18
Ficha Técnica
Concepção e Performance: Maikon K Ambiente: Fernando Rosenbaum Pele: Faetusa Tezelli Iluminação: Victor Sabbag Orientação de Movimento: Kysy Fischer Incentivo: Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna
DE CARNE E CONCRETO – UMA INSTALAÇÃO COREOGRÁFICA
Anti Status Quo Companhia de Dança é de Brasília. Foto Mila Petrillo / Divulgação
De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica, da Anti Status Quo Companhia de Dança, de Brasília (DF), questiona como viver em sociedade em grandes centros urbanos e a lógica do sistema econômico atual. A peça coreográfica inicia quando o público entra no espaço performático usando sacolas de papel na cabeça, como máscaras. A montagem atua na fronteira entre performance, intervenção urbana, artes visuais, dança contemporânea e experimentos sociais. Os recentes trabalhos do grupo, fundado em 1988, investigam a relação entre corpo e cidade, comportamento social, arte como experiência, arte relacional e participação do espectador.
Quando: Dia 09 e 10/03 às 20h Onde: Tendal da Lapa Duração: 140 minutos Classificação indicativa: Acima de 18
Ficha Técnica
Grupo: Anti Status Quo Companhia de Dança (Brasília – DF) Direção Artística, Dramaturgia e Conceito: Luciana Lara Pesquisa e Concepção: Luciana Lara em colaboração com bailarinos e artistas convidados Elenco: Camilla Nyarady, Cristhian Cantarino, Déborah Alessandra, João Lima, Luciana Matias, Marcia Regina, Raoni Carricondo e Roberto Dagô Bailarinos Colaboradores do Processo Criativo: Camilla Nyarady, Carolina Carret, Cristhian Cantarino, João Lima, Luara Learth, Raoni Carricondo, Robson Castro e Vinícius Santana Artistas Convidados Colaboradores do Processo Criativo: Marcelo Evelin, Gustavo Ciríaco e Denise Stutz Figurino e Máscaras: Luciana Lara e elenco Assessoria de Iluminação: James Fensterseifer e Marcelo Augusto Produção:Marconi Valadares Fotos Divulgação: Mila Petrillo
Riso – ENSAIO ABERTO
A cia. é dirigido por Key Sawao e Ricardo Iazzetta. Foto: Ines Correa / Divulgação
O que se passa nos corpos e no espaço quando o riso ri?, pergunta o núcleo de dança key zetta e cia., nesse trabalho. O riso se apresenta como proposta política, de tomada de posições, provocação, alívio e felicidade. O riso se materializa no corpo nas coreografias da dança. O riso salta como forma de existir, num território fronteiriço, em que o humor é apenas uma das nuances para criar uma variação de sentidos. Montagem integra o projeto Horizonte, contemplado pelo Programa de Fomento à Dança, da Secretaria Municipal de Cultura São Paulo.
Quando: Dia 08/03 às 14h Onde: Teatro de Vertigem Duração: 40 minutos Classificação indicativa: Acima de 12
*Ingressos distribuídos 1 hora antes no local
Ficha Técnica
Direção: Key Sawao e Ricardo Iazzetta Criação e Dança: Beatriz Sano, Carolina Minozzi, Key Sawao, Mauricio Florez e Ricardo Iazzetta Espaço Cênico e Coordenação de Arte: Hideki Matsuka Encontros intensivos: Nadja Naira, Gustavo Miranda, Luiz Fuganti Desenho de Luz: Domingos Quintiliano Design Gráfico: Erico Peretta e Hideki Matsuka (fotos) Figurinos: Alex Cassimiro Registro em Vídeo: Doctela Montagem de vídeo-clipe: Henrique Cartaxo Produção: Núcleo Corpo Rastreado
Imprevisível – ENSAIO ABERTO
Concepção, direção artística e preparação corporal são assinados por Zélia Monteiro. Foto: Vitor Vieira / Divulgação
O Núcleo de Improvisação aposta na transitoriedade e nas múltiplas possibilidades de conexões da arte no momento em que é criada. Em Improvisação – Ensaio aberto, a dança é composta no presente, na articulação de cada bailarino; no jogo pulsante e imediato com outros elementos da cena como música, luz, espaço, figurinos e principalmente em diálogo com o público.
Quando: Dia 08/03 às 14h Onde: Teatro da Vertigem Duração: 40 minutos Classificação indicativa: Acima de 14
*Ingressos distribuídos 1 hora antes no local
Ficha Técnica
Concepção, Direção Artística e Preparação Corporal: Zélia Monteiro Criação Dança: Ernesto Filho, Marcela Páez, Mel Bamonte, Paulo Carpino e Zélia Monteiro Criação Luz: Hernandes de Oliveira Criação Musical: Felipe Merker Castellani Criação Figurino: Joana Porto Produção: Ação Cênica Produções Artísticas Assistente de Produção: Rafael Petri