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Um Espetáculo de Energia e Tradição
Crítica de “El Teatro es un Sueño”

El teatro es un sueno, do grupo peruano Yuyachkani. Foto: Adauto Perin / Divulgação

A jornalista Ivana Moura viaja a convite do Sesc São Paulo

 

El Teatro es un Sueño, do grupo peruano Yuyachkani, é uma celebração crítica do teatro, que utiliza elementos culturais e históricos para criar uma experiência de reflexão e comemoração coletiva. Na abertura do MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, em Santos, na quinta-feira (05/09), a peça eletrizou o público, que participou ativamente com os chamados das personagens mascaradas, dançando e cantando junto, ouvindo e aplaudindo as referências à liberdade e à democracia.

O impacto das figuras com máscaras maximiza-se na entrada com a execução de um frevo rasgado, aquele ritmo pernambucano que aciona mecanismos de alegria no corpo. Em seguida, outras sonoridades igualmente contagiantes da região andina, como a cumbia e outras danças e músicas, tomam conta do ambiente. O Yuyachkani explora os espaços limiares dos rituais e das festas populares, trazendo para o centro da cena elementos da genealogia da história recente do Peru. A peça é composta de fragmentos, de retalhos de outras encenações, o que pode tanto ampliar a experiência quanto causar uma sensação de desconexão para alguns espectadores.

A interação com a plateia em El Teatro es un Sueño é central para a proposta de Yuyachkani, que vê o teatro como um espaço de encontro e jogo coletivo. O público é ativamente convidado a participar, refletir e celebrar, criando uma experiência compartilhada.

As sessões no Mirada contaram, além dos peruanos, com artistas brasileiros que participaram da oficina-montagem no Brasil. A colaboração entre atrizes e atores peruanos e brasileiros valorizou a dimensão intercultural da proposta de encontro e confraternização coletiva do Yuyachkani.

Dois intérpretes, uma atriz e um ator brasileiros, fazem traduções pontuais do que está sendo dito em espanhol, facilitando a compreensão para o público local. Momentos especiais incluem as músicas cantadas pelas estrelas da companhia, com forte conotação política de que estamos sempre em luta.

Inicialmente planejado para ocorrer na praça em frente ao SESC Santos, a apresentação foi transferida para uma área de convivência da entidade devido à ameaça de chuva. Isso se repetiu no dia seguinte pelo mesmo motivo, com o tempo chuvoso. A mudança de espaço trouxe dificuldades como a acústica e o eco, as barreiras de concreto para a evolução dos movimentos e a acomodação das pessoas, que precisaram se deslocar algumas vezes para a passagem dos atores ou dos cenários, como carroças, etc.

A mudança de local afetou a qualidade da apresentação, e a acústica prejudicou a clareza das falas e músicas. Além disso, a estrutura fragmentada da peça pode ter causado uma sensação de desconexão para alguns espectadores, dificultando a compreensão da narrativa como um todo. Mas mesmo com tudo isso, o tom festivo prevaleceu. 

A terceira sessão do espetáculo, no sábado, ocorreu no Emissário Submarino, um parque na divisa de Santos com São Vicente. Nesse local, o espetáculo pôde realizar de forma mais plena suas evoluções das personagens aristocráticas decadentes e anacrônicas, a intervenção dos diabos e dos anjos, o coro de papagaios e as escolhas estéticas do confronto entre os mundos mítico e onírico com as ações cotidianas e corriqueiras. Esse ambiente permitiu uma fruição mais completa da peça, destacando a homenagem ao teatro.

O Yuyachkani é um dos grupos teatrais mais longevos da América Latina.

Ao longo de seus 53 anos de trajetória, o grupo cultural Yuyachkani tem recriado uma genealogia da história recente do Peru, utilizando o teatro como uma ferramenta poderosa para a crítica social e a exaltação cultural. Influenciado por figuras como Augusto Boal, criador do Teatro do Oprimido, pelo teatro de Bertolt Brecht e pela própria investigação estética do seu território, o grupo desenvolveu uma experiência artística marcada por uma vocação popular e um compromisso ccom os avanços  sociais e políticos do campo democrático. 

Dentre suas montagens mais significativas estão: La madre (1974), de Brecht; Allpa Rayku, Por la tierra (1978), uma criação coletiva que reflete sobre as lutas pela terra em um contexto de democracia e reforma agrária, enriquecida por uma profunda conexão com elementos culturais andinos; Los músicos ambulantes (1983), um sucesso duradouro que apresenta uma versão livre de Os músicos de Bremen, dos Irmãos Grimm, e de Os saltimbancos, de Chico Buarque; Pishtaco (1988), que marcou a inauguração de sua sala em Magdalena del Mar; Hasta cuándo corazón (1994), uma revisão das estratégias políticas e culturais diante do discurso neoliberal e do terror; Antígona (2000), um monólogo com texto de José Watanabe. As obras Hecho en el Peru: Vitrinas para un museo de la memoria (2001) e Sin título, técnica mixta (2004), exploram a instalação como uma forma de compreender a presença e interagir com a complexa realidade peruana.

A trajetória do Yuyachkani é um testemunho da determinação artística e da capacidade de adaptação do grupo frente às adversidades. Suas produções inspiram uma reflexão crítica sobre a sociedade contemporânea do país, com suas contradições. El Teatro es un Sueño,  faz uma celebração da arte teatral como um espaço de resistência, encontro e apostas na utopia de mudanças sociais. 

Ficha Técnica

Roteiro e Direção: Miguel Rubio Zapata
Assistente de Direção:  Milagros F. Obando
Produção:  Milagros Quintana, Socorro Naveda
Coordenação Técnica: Alejandro Siles
Assistência Técnica: Jorge Rodríguez Chipana, Teófilo Sánchez, Abraham Silva
Direção Plástica: Segundo Rojas
Apoio Musical:  La Bendita
Direção Musical: Coro Martín Choy
Direção:  Marco Iriarte
Elenco: Rebeca Ralli, Teresa Ralli, Débora Correa, Ana Correa, Julián Vargas, Augusto Casafranca, Miguel Rubio, Milagros F. Obando, Daniel Cano, Ricardo Delgado, Gabriella Paredes, Silvia Tomotaki, Raúl Durand, Miriam Sernaqué, Igor Moreno, Augusto Montero, Segundo Rojas, Vinatea Reynoso Comparsa, Coro Marco Iriarte, La Bendita (Alejandro Siles Vallejos, Daniel Cano, Eduardo Navarro, Julián Vargas, Martín Choy, Milagros F. Obando, Rafael Ávalos Saco)
Artistas Brasileiros: Ana Célia Martins, Alê Fernandes, Allegra Ceccarelli, Arielle Barbosa, Bruno Fracchia, Carlos Becker, Carolina Angrisani, Carolina Rainho, Carolina Braga, Caroline Pessoa, Douglas Souza, Eleonora Artysenk, Elly Gomes, Fellipe Tavares, Gabriel Carrasco, Gustavo Curado, Henrique Nascimento, Julia Prudêncio, Júlia Ohana, Ketty Tassa, Lucas Sellera, Maikon Marinho, Patricia Garibaldi, Pauli Karlovic, Pérola Henríquez, Rafael Petito, Raquel Nascimento, Renata Pa, Rodrigo Alves, Rodrigo Konda, Sabrina Andrade, Sandra Bonomini, Thais Miranda
Banda Convidada: Quizumba Latina
Direção Musical no Brasil: Ugo Castro Alves
Produção Executiva no Brasil: Gustavo Valezi (Cult_B)
Produção no Brasil: Alice Mogadouro, Giovanna Zottis
Assistência Cênica e Produção Local: Criis Almeida, Mariana Procopio
Adaptação de Figurino e Adereços no Brasil: Zizi Lúcio, Norma Lúcio da Rocha
Coordenação Técnica no Brasil: Eduardo Albergaria
Técnicos no Brasil: Pedro Romão, Henrique Manchuria
Administrativo e Financeiro no Brasil: Giselle Bastos
Representação e Direção de Produção no Brasil: AFLORAR CULTURA – Cynthia Margareth

 

O Satisfeita, Yolanda? faz parte do projeto arquipélago de fomento à crítica,  apoiado pela produtora Corpo Rastreado, junto às seguintes casas : CENA ABERTA, Guia OFF, Farofa Crítica, Horizonte da Cena, Ruína Acesa e Tudo menos uma crítica

 

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MIRADA 2024:
Um Palco para as Urgências da Ibero-América

El teatro es un sueño, montagem peruada, abre o MIRADA na rua. Foto de Ramiro Contreras / Divulgação

Esperanza, do Peru, país homenageado da edição, começa a maratona teatral no palco. Foto: Paola Vera 

  • A jornalista Ivana Moura viaja a convite do Sesc São Paulo

Vozes da Ibero-América ecoam através das artes cênicas em Santos, cidade litorânea paulista situada a 72 km da capital. O MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas transforma a Baixada Santista em um vibrante palco internacional, já consolidado em sua sétima edição como um dos principais eventos teatrais do Brasil. Idealizado pelo Sesc São Paulo, o festival bienal ocorre de 5 a 15 de setembro de 2024, ocupa os espaços tradicionais de teatro e se espalha por diversos locais da cidade e seu entorno, incluindo ruas, praças e edifícios históricos.

O MIRADA 2024 apresenta uma programação com 33 espetáculos de 10 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Espanha, México, Peru, Portugal e Uruguai), promovendo debates sobre identidade, realidades sociais e crises políticas. além de shows e atividades formativas, uma instalação imersiva e o Mirada Pro – um encontro que reúne programadores e diretores de festivais de artes cênicas tanto do Brasil quanto do exterior.

O festival propõe reflexões sobre temas contemporâneos e urgentes, encarados nas diversas montagens, como questões indígenas, perspectivas decoloniais, relações com a natureza, diversidade e representatividade, deslocamentos humanos e suas implicações sociais.

 Este ano, o festival homenageia o Peru, país que tem demonstrado vitalidade cultural frente a desafios políticos e sociais. Serão apresentados onze trabalhos peruanos, incluindo oito peças teatrais e três performances musicais. A abertura do evento, com El Teatro Es un Sueño, do Grupo Cultural Yuyachkani, leva às ruas de Santos um espetáculo que testemunha a força do teatro comunitário e político. Inspirada no ensaio Notas sobre una Nueva Estética Teatral do poeta peruano César Vallejo, esta produção utiliza música ao vivo, personagens mascarados e interações. 

Também na noite inaugural, Esperanza, do dramaturgo peruano Abel González Melo, transporta o público para o início dos anos 1980 em Lima, período turbulento que sucedeu o regime ditatorial naquele país. Dirigida por Marisol Palacios e Aldo Miyashiro, produzida pela Compañía de Teatro La Plaza, a peça é ambientada no microcosmo de uma residência de classe média e desenrola-se ao longo de um único dia, quando uma família prepara um almoço estratégico para um candidato à prefeitura, visando garantir um cargo ao patriarca. A trama revela as tensões e expõe o contraste entre as aspirações de ascensão social e a realidade caótica do cenário político.

A instalação sinestésica Florestania, concebida pela artista Eliana Monteiro, convida o público a romper com a rotina urbana e mergulhar na experiência sensorial da Amazônia. A obra, que estreou na 15ª Quadrienal de Praga, apresenta 13 redes confeccionadas em fibras de buriti por mulheres indígenas da Amazônia brasileira e peruana. Os visitantes são convidados a se deitar nas redes enquanto escutam, através de fones de ouvido, os sons ambientes de um dia na floresta amazônica. Fica em cartaz durante todo o festival.

La vida em otros planetas foca na educação pública no Peru. Foto: Marina García Burgos / Divulgação

Quemar el bosque contigo adentro. Foto: Paola Vera / Divulgação

Monga, com Jéssica Teixeira. Foto de Ligia Jardim / Divulgação

Existe uma forte presença de obras que exploram a questão feminina sob diversas perspectivas. Dirigido por Mariana de Althaus, La Vida en Otros Planetas traça um panorama da educação pública no Peru pelos olhos de professores e alunos. Inspirada no livro Desde el Corazón de la Educación Rural de Daniela Rotalde, a peça incorpora relatos reais de educadores e testemunhos pessoais do elenco. Em um cenário que remete a uma sala de aula, os intérpretes se alternam entre personagens – docentes, estudantes e familiares – e apresentam dados históricos sobre o ensino no país, esse “outro planeta” desassistido pelo sistema. A dramaturgia de Althaus ilumina a precariedade do sistema educacional e questiona o papel da mulher nesse contexto, muitas vezes invisibilizada e subvalorizada.

Outra obra de Mariana de Althaus, Quemar el Bosque Contigo Adentro, reflete sobre as violências de gênero a partir de um universo simbólico que entrelaça natureza e relações sociais. Em um ambiente rodeado de folhas secas e galhos de eucalipto, a montagem expõe a história de três mulheres – avó, mãe e filha – que vivem numa zona rural peruana marcada por abusos contra meninas. A chegada do pai da garota, há anos distante, desvenda feridas silenciadas e traumas profundos. A montagem estabelece uma analogia entre o abuso do corpo feminino e a depredação da natureza.

Já a diretora chilena Paula Aros Gho apresenta Granada, uma releitura do mito grego de Perséfone que investiga a origem da violência patriarcal. Motivada pelas mobilizações feministas da quarta onda no Chile, Gho emprega o mito para abordar a luta contra a violência de gênero. A obra tem um caráter biográfico e contextual, refletindo sobre as experiências pessoais da diretora como professora universitária durante as manifestações de 2018.

¿Dónde Están las Feministas? Conferencia Performática de una Falsa Activista, de Liliana Albornoz Muñoz é uma conferência performática que mergulha nas complexidades e desafios do feminismo contemporâneo. A peça explora, através de sete capítulos e um epílogo, diversos aspectos da vivência feminista, desde estereótipos até incoerências nas atitudes de quem se identifica com o movimento.

Estratagemas Desesperados, concebida e dirigida por Amanda Lyra, é uma abertura de processo fundamentada em escritoras latino-americanas que investigam o horror e a violência em narrativas onde a mulher é o sujeito da ação. O espetáculo examina as manifestações da raiva feminina na sociedade contemporânea, explorando o contraponto entre a passividade do espaço doméstico ancestral e o desejo de um revide violento no âmbito social. Lyra, em sua primeira direção, traz à tona personagens que criam estratagemas desesperados para sobreviver e inverter a lógica de poder, desafiando os padrões morais e culturais de feminilidade.

Em Monga, Jéssica Teixeira continua a pesquisa iniciada em seu primeiro solo, E.L.A., utilizando seu corpo como matéria para a construção dramatúrgica. O trabalho revisita a história de Julia Pastrana, frequentemente referida como “mulher macaco” e transformada em atração de freak shows. Monga traz à tona o gênero do terror psicológico para questionar as normalizações do corpo feminino e derrubar mitos, na perspectiva de construir outros imaginários possíveis.

Yo soy el monstruo que os habla, do filósofo Paulo B. Preciado. Foto: Enric Rubio / Divulgação

Tierra gira em torno da morte da mãe do autor Sergio Blanco. Foto: Nairí Aharonián / Divulgação

Paul B. Preciado destaca-se no âmbito da filosofia e dos estudos sobre identidade e sexualidade, sendo reconhecido por sua abordagem pioneira na teoria queer e por questionar incessantemente as normas convencionais de gênero e sexualidade. A peça Yo Soy el Monstruo que os Habla é uma adaptação teatral de um discurso que Preciado proferiu em 2019 para 3.500 psicanalistas em Paris. O título, Eu Sou o Monstro que Vos Fala, já indica o tom desafiador e provocativo da obra. Preciado, como homem trans e pessoa não-binária, coloca-se na posição do “monstro” – aquele que a sociedade e a ciência tradicionalmente patologizaram.

A produção teatral busca ampliar o impacto do discurso original ao colocar em cena cinco performers trans e não-binários. Estes “monstros” são convidados a sair da “jaula” metafórica em que foram colocados pelas normas sociais vigentes. A peça critica a violência que a psicologia tradicional exerce sobre corpos dissidentes, convida a uma reformulação radical do pensamento sobre gênero e identidade.

Conhecido por sua exploração da autoficção no teatro, o dramaturgo e diretor franco-uruguaio Sergio Blanco tem consistentemente borrado as linhas entre realidade e ficção em suas obras. Tierra (Terra) é uma peça profundamente pessoal que gira em torno da morte da mãe de Blanco, Liliana Ayestarán, uma respeitada professora de literatura. A obra se passa numa quadra esportiva escolar, com a escrivaninha de sua mãe, criando um espaço que é ao mesmo tempo íntimo e ressonante.

Neste contexto, Blanco “entrevista” três personagens fictícios que foram alunos de sua mãe. Cada um traz consigo uma história íntima de perda, criando um mosaico de experiências sobre o luto e a memória. Essa configuração possibilita a Blanco investigar tanto sua própria dor quanto o aspecto universal do luto e seu impacto em nossas vidas.

Essa abordagem questiona a natureza da narrativa e da representação teatral, coisa que Blanco já fez em obras como Tebas Land, La Ira de Narciso e El Bramido de Düsseldorf.

Produção argentina A Velocidade da Luz. Foto: Kazuyuki Matsumoto / Divulgação

Montagem Palmasola, sobre o sistema prisional boliviano. Foto: David Campesino / Divulgação

Duas produções site-specific (espaços urbanos transformados em palcos vivos para a exploração de temas sociais complexos) que se destacam no cenário teatral contemporâneo e que estão presentes no MIRADA são A Velocidade da Luz e PALMASOLA – uma cidade-prisão. Essas obras utilizam espaços urbanos para criar experiências provocativas.

A Velocidade da Luz, dirigido pelo argentino Marco Canale, com duração de 180 minutos, é um espetáculo itinerante que convida o público a embarcar em uma jornada pelas ruas da cidade. A peça entrelaça histórias reais de moradores locais com uma trama fictícia. Durante uma residência de quatro semanas, Canale trabalhou com idosos da região para coletar suas memórias e experiências. Esses relatos pessoais foram incorporados à performance, permitindo que os próprios moradores participassem como atores, muitos sem experiência teatral prévia.

Os espectadores são guiados por diferentes locais da cidade, incluindo as casas dos participantes e um local considerado “sagrado” para a comunidade. Em cada parada, histórias são compartilhadas, canções são entoadas, e uma cartografia emocional do território é gradualmente construída.

Criado pelo grupo suíço KLARA-Theaterproduktionen em parceria com artistas bolivianos, PALMASOLA – uma cidade-prisão promete proporcionar uma experiência teatral impactante. Transformando a Casa da Frontaria Azulejada em Santos numa réplica da penitenciária Palmasola em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, a obra se aprofunda na realidade alarmante desse local. Ali, detentos e seus familiares compartilham um cotidiano sob regras próprias, em meio a desigualdades sociais e econômicas marcantes.

A trama avança a partir da ficção de um viajante estrangeiro capturado por tráfico de cocaína. Com encenação de Christoph Frick, diretor artístico da KLARA, a obra mescla elementos ficcionais e documentais, apresentando as realidades brutais do sistema prisional. A produção incorpora elementos multimídia, com vídeos que provavelmente ampliam a sensação de imersão e fornecem contexto visual adicional. A música investe na construção da atmosfera e tensão dramática.

A montagem paulista Parto Pavilhão, com Aysha Nascimento em destaque, sob a direção de Naruna Costa e texto de Jhonny Salaberg, lança um olhar crítico sobre o sistema prisional feminino no Brasil, com foco especial nas mulheres negras e mães.

O Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona traz à cena Esperando Godot. Nesta interpretação da clássica peça de Samuel Beckett, que serve como uma metáfora para a desolação pós-conflitos bélicos, o grupo propõe uma ruptura com a noção de messianismo, incentivando uma postura ativa e um apreço pelo viver o momento. 

O Grupo MEXA prossegue com sua exploração em torno do teatro baseado na realidade e do documentário teatral através de Poperópera Transatlântica. Este trabalho tece uma conexão entre as vivências pessoais dos membros do elenco e o poema épico Odisseia, de Homero. 

O Estado do Mundo (Quando Acordas), de Portugal. Foto: Manuel Lino / Divulgação

Vila Socó rememora tragédia de bairro operário. Foto: Sander Newton / Divulgação

Contra Xawara, com Juão Nyn. Foto: Bruna Damasceno / Divulgação

O Estado do Mundo (Quando Acordas), da companhia portuguesa Formiga Atómica, e Vila Socó, pelo brasileiro Coletivo 302, compartilham uma preocupação com as consequências ambientais e sociais de ações humanas, destacando a urgência de uma consciência coletiva voltada para a sustentabilidade. A tragédia industrial narrada em Vila Socó é resgatada através de uma experiência imersiva que resgata a memória e a história de um bairro operário.

A preocupação ambiental é radicalizada no manifesto performático Contra Xawara – Deus das Doenças ou Troca Injusta, do brasileiro Juão Nyn, que discute as enfermidades e explorações trazidas pelo contato entre povos originários e colonizadores e suas consequências duradouras sobre as comunidades indígenas.

Ubu Tropical, da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz _Foto: Maíra Ali Lacerda Flores / Divulgação

G.O.L.P. Foto: João Octávio Peixoto / Divulgação

Cabaré Coragem. Foto de Guto Muniz / Divulgação

A temática da ambição pelo poder e suas consequências devastadoras é explorada em Ubu Tropical e Mendoza. A primeira, uma produção da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, do Brasil, utiliza a sátira para criticar a corrupção e a estupidez no poder, inspirando-se na obra de Alfred Jarry e refletindo sobre o cenário político brasileiro com influências do tropicalismo e modernismo. Enquanto El Presidente Más Feliz (Peru) é uma sátira que discute a corrupção e o abuso de poder, utilizando dança, música e criações audiovisuais para retratar a polarização e a fragmentação social.

Por outro lado, Mendoza, da companhia mexicana Los Colochos Teatro, reimagina a tragédia de Macbeth para o contexto da Revolução Mexicana, oferecendo uma perspectiva crítica sobre a luta pelo poder e suas implicações sangrentas.

G.O.L.P., um esforço conjunto do Teatro Experimental do Porto de Portugal e do Teatro La María do Chile, introduz uma camada adicional de complexidade ao debater a eficácia dos sistemas políticos através de uma ucronia (subgênero da ficção, que explora realidades alternativas baseadas em “e se” históricos. A ucronia reimagina o passado, propondo um desvio em eventos históricos conhecidos, resultando em um presente ou futuro alternativo) que contrasta um Portugal comunista idealizado com um Chile democrático em crise. A encenação questiona a capacidade de aprender com o passado para moldar futuros mais promissores, adicionando ironia e reflexão sobre a natureza cíclica do poder e da política.

Cabaré Coragem, apresentado pelo Grupo Galpão, do Brasil, reafirma o papel vital da arte como um meio de resistência. Inspirado na obra de Bertolt Brecht, esse espetáculo mistura teatro, música e dança, celebrando a identidade e a persistência artística frente às adversidades, e ecoando as preocupações com o poder e a corrupção presentes nas outras obras.

El Rincon De Los Muertos, do Peru. Foto: Claudia Cordova Zignago / Divulgação

Arqueologias do Futuro. Foto: Rodrigo Menezes / Divulgação

Historia de una oveja. Foto de CNA (Centro Nacional de las Artes – Delia

El Rincón De Los Muertos, monólogo protagonizado pelo ator Ricardo Bromley, mergulha nos ciclos de violência que marcaram profundamente a cidade de Ayacucho, situada na região dos Andes peruanos. Mama Angélica, pela Antares Teatro, conta a história de Angélica Mendoza de Ascarza, uma ativista social que busca seu filho desaparecido, refletindo sobre os direitos humanos e o impacto da violência política no Peru.

Historia de una Oveja, pela colombiana Teatro Petra e Centro Nacional de las Artes, expande essa discussão ao trazer à tona as histórias de deslocamento e busca por identidade. Enquanto Subterrâneo, um Musical Obscuro, uma colaboração entre os portugueses da Má-Criação e os brasileiros do Foguetes Maravilha e Dimenti, é inspirado no acidente da mina San José no Chile. O espetáculo imagina as histórias dos 33 homens presos.

Arqueologias do Futuro, de Mauricio Lima e Dadado de Freitas, combina memórias pessoais do artista Mauricio Lima com vídeo depoimentos de jovens envolvidos no projeto Museu dos Meninos. Esse trabalho investiga as narrativas corporais, questionando quais corpos são reconhecidos e ouvidos, além de refletir sobre quem possui a autoridade para contar suas próprias histórias.

As Cores da América Latina. Foto: Hamylle Nobre / Divulgação

Azira’i, da atriz Zahy Tentehar. Foto: Annelize Tozetto / Divulgação

VAPOR, ocupação infiltrável (Brasil) e As Cores da América Latina (Brasil) são destaques na dança. VAPOR utiliza a capoeira e o breaking para criar uma dança não simétrica que emerge de movimentos cotidianos, refletindo sobre a invisibilidade social dos jovens nas periferias brasileiras. Já As Cores da América Latina celebra tradições culturais latino-americanas, como a Fiesta de la Tirana e o Cavalo Marinho, propondo um diálogo entre essas manifestações e elementos do teatro, para contar a história do último Fofão do Carnaval maranhense. Ambas as produções exploram a ressignificação de fronteiras e a preservação das tradições culturais.

De Mãos Dadas com Minha Irmã mescla técnicas teatrais e linguagens afro-brasileiras para narrar a trajetória da heroína Obá, explorando a desvalorização das mulheres e a importância da memória cultural. 

A encenação argentina Sombras, Por Supuesto e a produção brasileira Azira’i trazem narrativas intimistas e pessoais, explorando a ausência e a memória. Sombras, Por Supuesto inspira-se no universo de Rainer Werner Fassbinder para criar uma trama realista com diálogos absurdos, enquanto Azira’i narra a relação da atriz Zahy Tentehar com sua mãe, a primeira mulher pajé de sua reserva indígena, utilizando elementos da cultura indígena e da memória pessoal. Essas produções investem no mergulho emocional de histórias que exploram a identidade e a herança cultural.

Teuda Bara, atriz de Cabaré Coragem, do Grupo Galpão participa do Encontro ao Vivo. Foto de Nayra Maria 

O MIRADA inclui atividades formativas, encontros críticos e apresentações musicais, como a da banda de cúmbia peruana Los Mirlos.

Os Encontros ao Vivo, as entrevista, com a mediação da jornalista Adriana Couto serão oportunidade de conhecer um pouco mais de alguns artistas e pensadores das artes cênicas ibero-americanas. Miguel Rubio Zapata e Marisol Palacios discutirão o potencial transformador do teatro na sociedade e a importância dos festivais como espaços de inovação. Daniel Veiga e Faby Hernández abordarão a representatividade e a identidade, destacando a arte como um meio de ativismo e inclusão. Teuda Bara e Mariana de Althaus conversarão sobre a intersecção entre dramaturgia e atuação, explorando como o teatro reflete e constrói realidades. Ricardo Bromley e Jéssica Teixeira compartilharão suas experiências em trabalhos que questionam memória, identidade e o uso do corpo na arte, sublinhando o papel da expressão artística como veículo de transformação social.

O Boteco Crítico é iniciativa que recria a atmosfera descontraída das conversas pós-espetáculo, convidando o público a participar de debates informais sobre as obras apresentadas. A ação neste festival é conduzido por um grupo de críticos teatrais Amilton Azevedo, Fernando Pivotto, Heloisa Sousa, Guilherme Diniz e Fredda Amorim; os quatro primeiros do do projeto Arquipélago.

O festival também oferece uma série de oficinas e aulas abertas, como a oficina com Ricardo Aleixo, que explora a poética da performance, e a aula aberta com Cristian Duarte, que propõe uma experiência coletiva de movimento e dança.

Os Encontros para o Futuro reúnem artistas, pensadores e fazedores de arte para discutir proposições criativas e reflexões sobre o futuro das práticas artísticas. Mediados por profissionais como Cristina Moura e Márcio Abreu, essas ações oferecem um espaço para diálogos abertos sobre os caminhos possíveis para a arte contemporânea.

Programação completa e mais informações em:  https://sescsp.org.br/mirada

Serviço:

MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas
Data: 5 a 15 de setembro de 2024
Local: Santos, SP, Brasil
Ingressos: Disponíveis no portal do Sesc SP, app Credencial Sesc SP, Central de Relacionamento Sesc SP, e nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo. (https://sescsp.org.br/mirada).
Preços:
R$ 10 (credencial plena)
R$ 20 (pessoas com +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino)
R$ 40 (inteira)

 

O Satisfeita, Yolanda? faz parte do projeto arquipélago de fomento à crítica,  apoiado pela produtora Corpo Rastreado, junto às seguintes casas : Agora Crítica, CENA ABERTA, Guia OFF, Farofa Crítica, Horizonte da Cena, Ruína Acesa e Tudo menos uma crítica

 

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Ocupação Mirada 2021,
espetáculos e reflexões sobre a cena contemporânea

Sem Palavras, da cia brasileira. Foto: Nana Moraes / Divulgação

Michelle Boesche, Leopoldo Pacheco, Denise Weinberg; Simone Evaristo e Paulo de Pontes Foto: João Caldas Fº

A Ocupação Mirada 2021, programação especialmente idealizada para o momento de retomada entre as edições do Mirada – Festival Ibero-americano de Artes Cênicas, evento bienal organizado pelo Sesc SP, ocorre de 24 a 28 de novembro, em formato híbrido (com dois espetáculos com sessões presenciais e várias atrações on-line). São onze encenações, entre estreias e obras inéditas no Brasil.

O evento internacional também se ocupa de ações formativas, mesas de conversas, mostras digitais e aberturas de processos de criação. Nesta edição hibrida, o festival tem participantes de Portugal, Chile, México, Peru, Bolívia, Equador e Colômbia, além do Brasil, é claro, nas peças ou ações formativas.

Sem Palavras, da companhia brasileira de teatro, com direção de Márcio Abreu, abre programação de espetáculos nesse dia 24 de novembro, presencialmente, no Sesc Santos (SP). É a estreia do espetáculo em território brasileiro, depois de passar por festivais internacionais na França e Alemanha. Se a palavra provoca uma exaustão e não mais dá conta de traduzir o horror e o assombro desses tempos, os corpos potencializam as falas de lugares sociais diferentes na encenação.

A outra montagem com apresentação presencial é Sueño, que o diretor e dramaturgo Newton Moreno espelha Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, na luta de uma trupe teatral chilena, no período do golpe de 1973. A peça traça conexões da luta dos artistas, de ontem e de hoje, pela expressão poética e contra o autoritarismo.

Espetáculos on-line

Aquela Cia (RJ), de Caranguejo Overdrive e Guanabara Canibal estreia Chega de Saudade! uma projeção da história da Bossa Nova na visão de artistas negros do grupo.

O Monstro da Porta da Frente, d’A Digna Coletivo Teatral investe na discussão lúdica da memória, a partir da história de Laurinha e Lanterninha, que fazem um filme para evitar a destruição do bairro.

A produção portuguesa Aurora Negra discute a presença do corpo negro na cena artística europeia. As três criadoras Cleo Tavares (Cabo Verde), Isabel Zuaa (Portugal, de origem de Angola e Guiné-Bissau) e Nádia Yracema (Angola) participam ainda da mesa “Corpo Político e Presencialidades“, dia 27 de novembro, on-line, e que conta com a dramaturga peruana Diana Daf Collazos.

A justaposição de imagens das últimas décadas no Brasil e em Portugal movimenta o ensaio literário e dramatúrgico, Trauma, de Alexandre Dal Farra (Brasil) e Patrícia Portela (Portugal). A obra coproduzida pelo FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Portugal) foi adaptada para o formato audiovisual a partir do projeto original chamado Reconciliação.

O lançamento da TePi – plataforma que reúne a produção teatral baseada no Festival Teatro e os Povos Indígenas, Encontros de Resistência, liderada pela diretora artística Andrea Duarte, em parceria e co-curadoria com o ambientalista e filósofo Ailton Krenak será no dia 26 de novembro.

Trewa. Foto Paula Gonzalez Seguel

Para marcar o lançamento da plataforma duas obras que tem a ver com a prática teatral dos povos originários são exibidas: Ino Moxo, do Grupo Íntegro, do Peru (uma aventura pela Amazônia em busca de um lendário shaman da ayahuasca) e Trewa, do KIMVN Teatro, cena documental das raízes do povo Mapuche do Chile. A diretora deste espetáculo, Paula González Seguel, participa de uma das mesas que integram a programação, “Teatralidades e Povos Indígenas“.

Preludio – Ficciones del Silencio, concebido pela atriz e diretora peruana Diana Daf Collazos, trata das memórias coletivas, lembranças pessoais e políticas, e de silêncio. Já o chileno Guillermo Calderón faz uma irônica reflexão sobre arte (e sobre fracasso), carregando a cena com uma crítica a artistas, instituições, mercado e sociedade na peça La segunda vida de un Dragón.

Uma trama sentimental sobre o ritual de despedida dos mortos é o que propõe a obra La Casa de tu Alma, do México, com direção de Conchi León para a Saas’Tun Teatro.

Mais espetáculos do #EmCasaComSesc

Dez espetáculos apresentados nas lives do #EmCasaComSesc, reunindo produções exibidas durante a pandemia estão na programação: Felipe Rocha, em Ele precisa começar; Matheus Nachtergaele, em Desconscerto; Hilton Cobra, em Traga-me a cabeça de Lima Barreto!; Grace Passô, em Frequência 20.20; Mariana Lima, em Cérebro Coração; Bete Coelho, em Mãe Coragem; Sara Antunes, em Dora; Cláudia Missura e Tata Fernandes, em O Menino Teresa; Cristina Moura, em MASCARADO – Ägô Pra Falar, Ägô Pra Dançar, Ägô Pra Existir; e Fragmento Urbano, em Espaço Seguro para Ficar em Risco.

Refletir sobre a linguagem

Quatro mesas de conversas on-line, com transmissão nas redes do Sesc SP estão agendadas para o Ocupação Mirada 2021,. São elas: “Desafios e Perspectivas da Ação Cultural“, com Danilo Miranda, Carmen Romero (Chile), Otávio Arbelaez (Colômbia) e Gonçalo Amorim (Portugal); “Percursos Criativos“, com Alexandre Dal Farra, Marcio Abreu (Brasil), Guillermo Calderón (Chile) e Patrícia Portela (Portugal); “Teatralidades e Povos Indígenas“, com Ailton Krenak, Paula González Seguel (Chile) e Andrea Duarte; e “Corpo Político e Presencialidades“, com Diana Daf Collazos (Peru), Cleo Tavares (Cabo Verde), Isabel Zuaa (Portugal), Nádia Yracema (Angola).

Antonio Araújo, do Teatro da Vertigem vai falar sobre a investigação crítica do ambiente do agronegócio brasileiro, especialmente aquele das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte de Rondônia, suas manifestações culturais e seus costumes.

A ColetivA Ocupação apresenta um ensaio aberto do próximo espetáculo Erupção, transmitido pela internet (mediante inscrição), obra que discute catástrofes.

As questões ambientais, econômicas e sociais da Baixada Santista são investigadas pelo Coletivo 302, que mostra ao público o desenvolvimento do próxima peça Vila Fabril, pesquisa histórica e geográfica de Cubatão (SP),

A construção eurocentrista na criação de monumentos (reais e simbólicos) vai ser questionado no “Telas Abertas da América Latina“, e com proposição de novas formas de se narrar histórias. Conta com a participação do Clowns de Shakespeare (RN/Brasil), teatro del Embuste (Colômbia), Grupo Cultural Yuyachkani (Peru), Malayerba (Equador) e Teatro de los Andes (Bolívia). Haverá transmissão ao vivo, pelo YouTube,

“Mirada Digitais”

Artistas de diferentes origens e áreas de atuação (e especialidades) criam e argumentam na mostra “Mirada Digitais“, sobre uma coletânea especial, a partir de séries e documentários originais do Sesc Digital. As playlists são assinada pelos dramaturgos André Guerreiro Lopes, Dione Carlos e Jé Oliveira; os grupos Magiluth e Nós do Morro; as atrizes Renata Carvalho e Priscila Obaci; a escritora Paula Autran; a diretora Onisajé; e os jornalistas Wellington Andrade e Dib Carneiro.

Ocupação Mirada 2021

De 24 a 28 de novembro de 2021
Informações em www.sescsp.org.br/mirada
Nas redes do Sesc SP e Sesc Santos

Programação

Matheus-Nachtergaele em Desconscerto. Foto: Divulgação

[#EMCASACOMSESC]
DESCONSCERTO
Matheus Nachtergaele
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

O ator está em cena dizendo os poemas que guardou como única herança de sua mãe, a poeta Maria Cecília Nachtergaele, que faleceu quando o filho tinha três meses de idade.

Ficha técnica
Concepção e atuação:
 Matheus Nachtergaele
Textos: Maria Cecília Nachtergaele
Produção executiva: Valéria Luna
Diretora de produção: Miriam Juvino
Realização: A Gente Se Fala/Pássaro da Noite
instagram.com/mathnachtergaele/

Sara Antunes em Dora. Foto: Alessandra Nhovais / Divulgação

[#EMCASACOMSESC]
DORA
Sara Antunes
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: Livre
INGRESSOS: GRÁTIS

Maria Auxiliadora Lara Barcelos (1945-1976), estudante de medicina, entrou para a luta armada contra a ditadura militar aos 23 anos. Foi presa, torturada, exilada e suicidou-se na Alemanha em 1976, aos 31 anos. A peça Dora conta a trajetória dessa militante, a partir de trechos de cartas, imagens de arquivo e relatos autobiográficos.

Ficha técnica
Direção, texto e atuação:
Sara Antunes
Concepção audiovisual: Henrique Landulfo e Sara Antunes
Direção de fotografia e assistência de direção: Henrique Landulfo
Direção de arte e figurino: Sara Antunes
Luz: Wagner Antônio
Desenho sonoro: Edson Secco
Participação: Angela Bicalho
instagram.com/sarantunes/

Felipe Roca em Ele precisa começar. Foto: Roberto Setton / Divulgação

[#EMCASACOMSESC]
ELE PRECISA COMEÇAR
Felipe Rocha
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: 12 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

O ator passeia entre camadas de realidade e ficção e dá voz e corpo aos inúmeros futuros espetáculos que imagina. Felipe Rocha une saltos de paraquedas e instalações de arte contemporânea, mafiosos romenos e super-heróis, canções românticas e estratégias performáticas.

Ficha técnica
Texto e interpretação: Felipe Rocha
Direção da peça: Alex Cassal e Felipe Rocha
Direção da versão audiovisual: Alex Cassal, Felipe Rocha, Luisa Espindula e Stella Rabello
Câmera, direção de fotografia e projeções: Lucas Canavarro
Iluminação: Stella Rabello
Operação de som: Luisa Espindula
Interlocução artística: Marina Provenzzano e Renato Linhares
Criação e produção: Foguetes Maravilha
instagram.com/felipe___rocha/
instagram.com/foguetesmaravilha/
foguetesmaravilha.wordpress.com

Douglas Iesus em Espaço seguro para ficar em risco, do Fragmento Urbano. Foto Kuruf

[#EMCASACOMSESC]
ESPAÇO SEGURO PARA FICAR EM RISCO
Fragmento Urbano
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

Dançar em casa é privilégio de quantos? É resistência para quantos? Quem pode se manter em isolamento? A partir de perguntas como essas, o trabalho reflete sobre as condições das pessoas que moram nas periferias da cidade.

Ficha técnica
Concepção e interpretação:
Anelise Mayumi e Douglas Iesus
Luz e som: Cic Morais 
instagram.com/fragmento_urbano/

Grace Passô em FREQUÊNCIA 20.20. Foto Divulgação

[#EMCASACOMSESC] FREQUÊNCIA 20.20
Grace Passô
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: 16 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

A atriz, dramaturga e diretora mineira reúne trechos de espetáculos teatrais que escreveu e encenou: Preto (coautoria com Márcio Abreu e Nadja Naira), Mata Teu Pai e Por Elise e recuperar memórias e sensações dos três espetáculos.

Ficha técnica
Criação e atuação:
 Grace Passô

Bete Coelho em Mãe Coragem. Foto: Jennifer Glass / Divulgação

[#EMCASACOMSESC]
MÃE CORAGEM
Bete Coelho
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: 16 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

Em um monólogo denso, esta versão do espetáculo Mãe Coragem costura a trajetória da protagonista Anna Ferling por meio de cenas da peça de Bertolt Brecht e de narrações de Bete Coelho.

Ficha técnica
Atuação:
 Bete Coelho
Atuação e câmera: Gabriel Fernandes
Direção: Daniela Thomas
Texto: Bertolt Brecht
Tradução:Marcos Renaux

Cristina Moura em MASCARADO – ÄGÔ PRA FALAR, ÄGÔ PRA DANÇAR, ÄGÔ PRA EXISTIR

[#EMCASACOMSESC]
MASCARADO – ÄGÔ PRA FALAR, ÄGÔ PRA DANÇAR, ÄGÔ PRA EXISTIR
Cristina Moura
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

Combinando linguagens e símbolos, o espetáculo busca uma escrita cênica e corporal que expresse as ambiguidades e possibilidades de um corpo feminino negro dançante.

Ficha técnica
Criação, direção e interpretação: Cristina Moura
Colaboração: Mariana Lima e Renato Linhares
Direção de fotografia e câmera: Clara Cavour
Direção de arte: Julia Deccache
Direção musical: Bruno Balthaza
Figurinos: Luana de Sá
Produção: Dadá Maia | Ciranda de 3 Trupe Produções
Textos: Achille Mbembe, Ana Miranda, Angela Davis, Bell Hooks, Edna St. Vincent Millay, Franz Fanon, Grada Kilomba, Maya Angelou, Marcelo Yuka, Pedro Rocha e Wislawa  Szymborska
instagram.com/cristinamourareal/

Cláudia Missura em O Menino Teresa Foto Alessandra Fratus / Divulgação

[#EMCASACOMSESC]
O MENINO TERESA
Banda Mirim
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: Livre
INGRESSOS: GRÁTIS

Numa aventura no estilo Indiana Jones, Teresa busca desvendar com muita convicção e ingenuidade o mundo dos meninos e para isso conta com a companhia de sua amiga imaginária, sra. Cabeçuda.

Ficha técnica
Dramaturgia e direção:
Marcelo Romagnoli
Elenco:Cláudia Missura e Tata Fernandes
Músicas:Tata Fernandes
Objetos cenográficos:Marisa Bentivegna
Figurinos:Verônica Julian
Produção executiva:Andrea Pedro
www.bandamirim.com
instagram.com/bandamirim/

Mariana Lima em Cerebro Coraçãoo Foto: Mauricio Fidalgo / Divulgação

[#EMCASACOMSESC]
SIM – CÉREBRO|CORAÇÃO EM CONFERÊNCIA PARA TERRA
Mariana Lima
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

Versão adaptada da peça Cérebro Coração. O título traduz um pouco da distopia, da ausência do outro, como se estivéssemos todos em um outro planeta vivendo de memórias e da especulação de um futuro, ainda incerto. Os assuntos centrais são neurociência, memória, cérebro, coração.

Ficha técnica (performance)
Atuação:
 Mariana Lima
Texto adaptado e direção:
 Mariana Lima, Renato Linhares e Enrique Diaz
Ambientação: Dina Salem Levy
Vídeos e projeções: Lina Kaplan
Pesquisa de som ambiente: Joana Guimarães
Música “For India”: João Bittencourt
Trilha sonora: Lucas Marcier
Voz: Greace Passô (Filme República)
Produção: Quintal Produções
Direção geral: Verônica Prates
Coordenação artística: Valencia Losada
Classificação indicativa: 14 anos
instagram.com/mariana.lima/

Hilton Cobra em Traga-me a cabeça de Lima Barreto. Foto: Divulgação

[#EMCASACOMSESC]
TRAGA-ME A CABEÇA DE LIMA BARRETO!
Hilton Cobra
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—31/12/21
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

Para discutir questões como o racismo, a loucura e a vida literária, o diretor e dramaturgo Luiz Marfuz imaginou uma autópsia da cabeça do escritor carioca Lima Barreto, realizada por médicos eugenistas, defensores da higienização racial no Brasil.

Ficha técnica
Atuação:
 Hilton Cobra
Dramaturgia: Luiz Marfuz
Direção: Onissajé (Fernanda Júlia)
Cenário: Erick Saboya, Igor Liberato e Márcio Meireles | Vila de Taipa
Desenho de luz: Jorginho de Carvalho e Valmyr Ferreira
Figurino: Biza Vianna
Direção de movimentos: Zebrinha
Direção musical: Jarbas Bittencourt
Direção de vídeo: David Aynan
Design gráfico: Bob Siqueira e Gá
Produção executiva: Elaine Bortolanza e Júlio Coelho
Direção de fotografia/câmera: Lílis Soares
Operação de áudio e vídeo: Duda Fonseca
Operação de luz: Lucas Barbalho
Participações especiais (voz em off): Caco Monteiro, Frank Menezes, Harildo Deda, Hebe Alves, Lázaro Ramos, Rui Manthur e Stephane Bourgade
instagram.com/hiltoncobra/

Michelle e Leopoldo em Sueño. Foto: João Caldas / Divulgação

[PRESENCIAL]

SUEÑO

Newton Moreno (Brasil)
Complexo Esportivo e Recreativo Rebouças
DATA E HORA
26/11, às 19h
27/11, às 19h 00 às 21h30
Duração 150 min.
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS:
INTEIRA R$ 40,00
MEIA R$ 20,00
CREDENCIAL PLENA R$ 20,00
Ingressos esgotados
A sessão do dia 27/11 será transmitida pelo Youtube @Sescsp e pelo Instagram @SescAoVivo GRATUIO
Parcerias e apoios: Projeto contemplado pela 12ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura

Vine, um diretor teatral chileno no exílio, passa vinte anos alimentando Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, seu espetáculo interrompido pelo golpe de 1973. O jogo teatral se revela entre declarações contundentes dos personagens sobre torturas e assassinatos da ditadura chilena.

Ficha técnica
Dramaturgia e direção geral: Newton Moreno
Direção de produção:Emerson Mostacco
Direção musical: Gregory Slivar
Direção de movimentos: Erica Rodrigues
Elenco: Denise Weinberg, José Roberto Jardim, Leopoldo Pacheco, Michelle Boesche, Paulo de Pontes, Simone Evaristo e Gregory Slivar (músico ao vivo)
Desenho de luz: Wagner Pinto
Figurinos: Chris Aizner e Leopoldo Pacheco
Cenário: Chris Aizner
instagram.com/newtonmoreno9/

Espetáculo português Aurora Negra. Foto: Divulgação

[EXIBIÇÃO]
AURORA NEGRA
Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema (Portugal)
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21 a 27/11/21, às 21h
Duração 90 min.
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS
Espetáculo vencedor da segunda edição da Bolsa Amélia Rey Colaço. Parceria com o Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães; O Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo; e Teatro Viriato, em Viseu.

As idealizadoras e performers concretizam em seus corpos variadas situações racistas e misóginas que elas e outras mulheres negras ainda vivenciam em Portugal e no mundo.
As artistas respondem a estereótipos e clichês em torno do corpo feminino negro lançando mão de humor e revolta.

FICHA TÉCNICA
Direção artística, criação e interpretação: Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema
Cenografia: Tony Cassanelli
Figurinos: José Capela
Desenho de luz e vídeo: Felipe Drehmer
Sonoplastia e composição original: Carolina Varela e Yaw Tembe
Produção: Cama A. C.
Direção de produção: Maria Tsukamoto
Coprodução: Centro Cultural Vila Flor, O Espaço do Tempo, Teatro Viriato, TNDM II
Produção no Brasil: Pedro de Freitas – Périplo Produções
instagram.com/auroranegra.agora/

Chega de Saudade!, com Aquela Cia

[EXIBIÇÃO]
CHEGA DE SAUDADE!
Aquela Cia. (Brasil)
Exibição | Youtube @SescSP 
DATA E HORA
28/11/21—02/12/21, às 19h
Duração 65 min.
Recomendação etária: Livre
INGRESSOS: GRÁTIS

É , ao mesmo tempo, uma homenagem à bossa nova, que propunha rompimentos com a música de fins dos anos 1950, e um estímulo para que aquele sonho de jovens brancos de classe média da zona sul carioca seja revisto, passados mais de 50 anos.

FICHA TÉCNICA
Eletrobras apresenta Chega de Saudade!
Direção: Marco André Nunes
Texto: Pedro Kosovski
Atores:Andrea Bak, Flávio Bauraqui, Hugo Germano, Matheus Macena, Muato, Ona Silva e Vilma Melo
Direção de fotografia: Guilherme Tostes
Direção musical: Felipe Storino
Edição: Acácia Lima
Produção executiva: Cuca Dias e Júlia Andrade
Produção: Corpo Rastreado
Realização: Aquela Cia. de Teatro
instagram.com/aquela_cia/
facebook.com/aquelacia/

Ino Moxo, do Integro Grupo de Arte. Foto: J. Sullivan

[EXIBIÇÃO]
INO MOXO
Integro Grupo de Arte (Peru)
Exibição | Plataforma TePI
Sessão única
DATA E HORA
27/11, 21h às 22h
Duração 60 min.
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

O misticismo, o ritualismo e a natureza da Amazônia peruana transportam o espectador para uma viagem espiritual. Percorre imagens poéticas, oníricas, por vezes abstratas. Quadros performáticos promovem um ritual; alguns deles são embalados por ícaros, cantos medicinais que acompanham cerimônias espirituais de xamãs e curandeiros.

Ficha técnica:
Performers: Ana Zavala, Francesca Sissa, Gonzalo del Águila, Marisol Otero e Rawa
Figurino: Ana Teresa Barboza
Iluminação: Chacho Guerra e Óscar Naters
Esculturas: Silvia Westphalen
Ícaros (cantos): Rawa
Música: Santiago Pillado
Vídeo e animação: Juan Carlos Yanaura
Coreografia:Ana Zavala e Óscar Naters
Direção e produção: Óscar Naters
integroperu.com
instagram.com.br/integroperuoficial/

La Casa de Tu Alma, do grupo mexicano Conchi León. Foto: Ivan Aguilar / Divulgação

[EXIBIÇÃO]
LA CASA DE TU ALMA
Conchi León (México)
Exibição | Plataforma Sesc Digital
DATA E HORA
26/11/21—01/12/21, às 21h
Duração 70 min.
Recomendação etária: 16 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

Lendas de cemitérios do mundo todo e depoimentos dos atores compõem a produção audiovisual da mexicana Conchi León que se debruça sobre o tema da morte com poesia e humor. A obra utiliza variados recursos teatrais – como a transformação dos atores em personagens de alguns relatos, uso de marionetes e uma suposta improvisação de apresentação.

Ficha técnica:
Criação, dramaturgia e direção:
 Conchi León
Música original e direção musical: Alejandro Preisser
Elenco: Conchi León, Oswaldo Ferrer e Susy Estrada
Direção audiovisual: Iván Aguilar
Produção no Brasil: Paula Rocha – Arueira Expressões Brasileiras
www.conchileon.com
instagram.com/laleonaconchi/
instagram.com/suxstrada/
instagram.com/oswoferrer/
instagram.com/ivvan/

La Segunda Vida de um Dragón, do chileno Guillermo Calderón. Foto: Eugenia Paz / Divulgação

[EXIBIÇÃO]
LA SEGUNDA VIDA DE UN DRAGÓN
Guillermo Calderón (Chile)
Exibição | Plataforma Sesc Digital
DATA E HORA
24/11/21—28/11/21, às 19h
Duração 20 min.
Recomendação etária: 12 anos
INGRESSOS: GRÁTIS

O processo de criação de uma obra de arte é tematizado em camadas sobrepostas. O trabalho explora a criação da peça Dragón, de 2019, e das instabilidades políticas e sociais que vêm provocando revisões no espetáculo: os protestos no Chile que tiveram início em outubro daquele ano e levaram a uma revolução ainda em curso, transformada pela pandemia de covid-19. Questões semelhantes são trabalhadas na segunda camada: a peça Dragón, que é tema do vídeo, enreda seus criadores em questionamentos sobre a contribuição social da arte.

Ficha técnica:
Direção e dramaturgia: Guillermo Calderón
Assistência de direção e desenho de som: Ximena Sánchez
Elenco: Camila González, Francisca Lewin, Luis Cerda
Design de luz: Rocío Hernández
Técnica de cenografia e iluminação: Manuela Mege
Produção: María Paz González
Coprodução: Fundación Teatro a Mil, Teatro UC e Theater der Welt 2020 Düsseldorf
Produção no Brasil: Celso Curi
fundacionteatroamil.cl/que-hacemos/circulacion-nacional-e-internacional/catalogo/dragon/
instagram.com/fundacionteatroamil/

O monstro da porta da frente, com A Digna companhia. Foto Jamil Kubruk / Divulgação

[EXIBIÇÃO]
O MONSTRO DA PORTA DA FRENTE
A Digna (Brasil)
Exibição | Youtube @SescSP 
DATA E HORA
27/11/21—01/12/21, às 15h
Duração 75 min.
Recomendação etária: Livre
INGRESSOS: GRÁTIS
Parcerias e apoios: Espetáculo contemplado pelo ProAC 2019 de Produção e Temporada de Espetáculos Inéditos para o Público Infantojuvenil

O Monstro da Porta da Frente pinça gêneros cinematográficos e trilhas sonoras icônicas para homenagear o cinema – tanto a sétima arte quanto as próprias salas de projeção. Voltado para o público infantil. Com seu celular, a menina Laura cria cenas de filmes no antigo cinema e conhece Lanterninha, que encarna a memória do lugar.

Ficha técnica
Direção: Kiko Marques
Dramaturgia: Victor Nóvoa
Elenco: Ana Vitória Bella, Caio Marinho, Helena Cardoso e Luís Mármora
Trilha sonora e direção musical: Carlos Zimbher
adigna.com
instagram.com/adigna.sp/

Preludio, com a peruana Diana Daf Collazos. Still. Direção de Fotografia: Carlos Sánchez / Divulgação

[EXIBIÇÃO]
PRELUDIO, FICCIONES DEL SILENCIO
Diana Daf Collazos (Perú)
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
25/11/21—30/11/21, às 21h
Duração 60 min.
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS
Parcerias e apoios: Ganhador do Fondo de Estímulos para la Cultura 2019, do Ministério de Cultura do Peru. Apoio do Centro Cultural de la Universidad del Pacífico; elgalpon.espacio Asociación Cultural; Bombillo, Técnica para Espectáculos Escénicos

A peruana Diana Daf Collazos escava os sentidos do silêncio para falar de seu país e da América Latina. Combinando performance, documentário e videoarte, a artista investiga como o corpo pode transmitir as memórias que herdou diante de sua própria mudez progressiva, consequência de ter nascido sem uma corda vocal. Ela registrou em um gravador, antes que sua voz desaparecesse, as histórias da morte de seu avô, sua avó e seu pai, e reproduz essa narração enquanto realiza no palco ações cênicas que elaboram o luto.

Ficha técnica
Idealização, direção e performance: Diana Daf Collazos
Produção: Diana Castro Sánchez
Assessoria dramatúrgica: Miguel Rubio Zapata
Direção de vídeos: Carlos Sánchez e Diana Daf Collazos
Diretor técnico: Igor Moreno
Som: José Carlos Valencia
Música: Erick del Aguila
Assistência geral: Josselin Urco
Participação: Martha Palomino
Produção no Brasil: Carla Estefan – Metropolitana Gestão Cultural
dianadafcollazos.com
instagram.com/dianadafnis/
instagram.com/preludio_ficciones_delsilencio/

Reconciliação, de Alexandre Dal Farra e Patrícia Portela Foto: Plinio Leite Dal Farra/ Divulgação

[EXIBIÇÃO]
RECONCILIAÇÃO
Alexandre Dal Farra e Patrícia Portela/Brasil e Portugal
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—29/11/21, às 19h
Duração 41 min.
Recomendação etária: 16 anos
INGRESSOS: GRÁTIS
Parcerias e apoios: DGArtes – República Portuguesa

Cinco quadros propõem uma espécie de expurgo – seja em uma conversa que aborda diretamente temas como a pandemia de covid-19, num monólogo vociferado por um ator que, caminhando apressado pela cidade, fala da ascensão da extrema-direita, seja na imagem de um iceberg se rompendo. O que está em foco no projeto é a ideia de reconciliação como um processo de aceitação e de convivência com o outro.

Ficha técnica
Direção, dramaturgia e textos: Alexandre Dal Farra e Patrícia Portela
Performers e cocriadores: Célia Fechas e Clayton Mariano
Convidado: Nicolas Fernando de Warren
Composição musical e interpretação: Gabriel Ferrandini
Trilha sonora glaciar: Sérgio Hydalgo
Cinematografia: Leonardo Simões (Portugal), Otávio Dantas (Brasil) e Patrícia Portela (Bélgica)
Edição de vídeo: Patrícia Portela e Tomás Pereira
Gravação e edição de som: Hélder Nelson (Gabriel Ferrandini) e Kellzo (Célio Fechas)
www.alexandredalfarra.com.br
www.patriciaportela.pt  
instagram.com/peixinho_da_horta/
instagram.com/clayton_mariano/
instagram.com/celia_fechas/

Trauma, de Alexandre Dal Farra e Patricia Foto: Joao Peixoto Dviulgação

[EXIBIÇÃO]
TRAUMA
Alexandre Dal Farra e Patrícia Portela (Brasil e Portugal)
Exibição| Youtube @SescSP 
DATA E HORA
25/11/21—29/11/21, às 19h
Duração 85 min.
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS
Parcerias e apoios: DGArtes, Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Fitei) e Prado Produções

Os quadros do vídeo evocam acontecimentos traumáticos que rondam a cena mas não se mostram diretamente sejam eles da história das personagens, referentes à pandemia de covid-19 ou comentários sobre o contexto político contemporâneo. As cenas cotidianas, diálogos e imagens, apesar das palavras, permanecem em tensão contínua do que não é dito, sugerindo uma convivência do trauma com a rotina.

Ficha técnica
Texto e direção: Alexandre Dal Farra e Patrícia Portela
Elenco: Célia Fechas, Clayton Mariano, Gabriela Elias e José Genoino
Câmera: Otávio Dantas
Som: Amarelo
Montagem: Tomás Pereira
Produção: Corpo Rastreado
alexandredalfarra.com.br
patriciaportela.pt
instagram.com/peixinho_da_horta
instagram.com/clayton_mariano
instagram.com/celia_fechas
 

Travessias apresenta gravação do processo de Sem Palavras, da cia brasileira. Foto: Nana Moraes / Divulgação

[EXIBIÇÃO]
TRAVESSIAS
companhia brasileira de teatro/Brasil
Exibição | Youtube @SescSP
DATA E HORA
24/11/21—28/11/21, às 21h
Duração 53 min.
Recomendação etária: 18 anos
INGRESSOS: GRÁTIS
Correalização: Centro Cultural Oi Futuro
Apoios e parcerias: Lei Estadual de Incentivo à Cultura e Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro

No documentário, dirigido por Marcio Abreu e Clara Cavour, a companhia brasileira de teatro compartilha o processo de criação de Sem Palavras, seu mais recente espetáculo, apresentando trechos de ensaios do momento final de sua elaboração.

Ficha técnica
Direção: Clara Cavour e Marcio Abreu
Câmera e edição: Clara Cavour
Mixagem: Estevão Casé
Direção e texto de Sem Palavras: Marcio Abreu
Dramaturgia: Marcio Abreu e Nadja Naira
Elenco: Fábio Osório Monteiro, Giovana Soar, Kauê Persona, Kenia Dias, Key Sawao, Rafael Bacelar, Viní Ventania Xtravaganza e Vitória Jovem Xtravaganza
Direção de produção e administração: Cássia Damasceno e José Maria
Iluminação e assistência de direção: Nadja Naira
Direção musical e trilha sonora original: Felipe Storino
Direção de movimento: Kenia Dias
Cenografia: Marcelo Alvarenga | Play Arquitetura
Figurinos: Luiz Cláudio Silva | Apartamento 03
www.companhiabrasileira.art.br
instagram.com/ciabrasileira/

Peça sobre ativista Yudi Macarena Valdés Muños, encontrada morta em 2016. Foto: Paula Gonzalez Seguel 

[EXIBIÇÃO]
TREWA, ESTADO-NACIÓN O EL ESPECTRO DE LA TRAICIÓN
KIMVN Teatro/Chile
Exibição | Plataforma TePI
DATA E HORA
26/11, das 19h às 20h30
Sessão única
Duração 90 min.
Recomendação etária: 14 anos
INGRESSOS: GRÁTIS
Financiamento: Ministerio de las Culturas, las Artes y el Patrimonio – Fondart Nacional – Trayectoria Artística

A violência contra os mapuches, povo originário da região centro-sul do Chile e da Argentina, a partir da morte da ativista Yudi Macarena Valdés Muños é o tema central da obra. Em 2016, dias depois de uma manifestação contra a instalação de uma central hidroelétrica no rio Tranguil, ela foi encontrada morta em casa; desde então familiares, amigos e ativistas contestam a versão oficial de suicídio.

Ficha técnica
Direção, pesquisa, encenação e dramaturgia: Paula González Seguel
Codramaturgia: David Arancibia Urzúa e Felipe Carmona Urrutia
Assistência de direção: Andrea Osorio Barra
Cenografia: Natalia Morales Tapia
Projeções e edição de som: Niles Atallah
Autoria, composição e direção musical: Evelyn González Seguel
Arranjos musicais: Juan Flores Ahumada e Sergio Ávila Muñoz
Músicos: Evelyn González, Juan Flores, Nicole Gutiérrez, Sergio Ávila e William García
Elenco: Amaro Espinoza, Benjamín Espinoza, Claudio Riveros, Constanza Hueche, Elsa Quinchaleo, Fabián Curinao, Francisca Maldonado, Hugo Medina, Norma Hueche, Paula Zúñiga e Rallen Montenegro
Desenho de luz: Francisco Herrera
Figurino: Natalia Geisse
Assessoria de pesquisa: Fernando Pairican (historiador), Helene Risor (antropóloga) e Marcela Cornejo (psicóloga)
Educadoras mapuzungun: Constanza Hueche e Norma Hueche
Treinamento psicofísico: Natalia Cuellar
facebook.com/kimvnteatro 

Sem Palavras, da cia brasileira. Foto: Nana Moraes / Divulgação

[PRESENCIAL – ESTREIA]
SEM PALAVRAS
Companhia Brasileira de Teatro (Brasil) | Estreia Nacional
Presencial | Teatro Sesc Santos

DATA E HORA

24/11, às 21h às 22h50
25/11, às 21h às 22h50
Duração 110 min.
Recomendação etária: 18 anos
INGRESSOS:
INTEIRA R$ 40,00
MEIA R$ 20,00
CREDENCIAL PLENA R$ 20,00

Parcerias e apoios: Passages Transfestival Metz/FR

A companhia brasileira de teatro tensiona perspectivas do país, como nos trabalhos anteriores PROJETO bRASIL e Preto. Por meio de teatro, dança, música e performance, o espetáculo traz histórias que não foram contadas e estão contidas nos corpos que passam pelo palco, propondo uma reinvenção da linguagem que tente dar conta dos velozes acontecimentos contemporâneos.

Ficha técnica
Direção e texto: Marcio Abreu
Dramaturgia: Marcio Abreu e Nadja Naira
Elenco: Fábio Osório Monteiro, Giovana Soar, Kauê Persona, Kenia Dias, Key Sawao, Rafael Bacelar, Viní Ventanía Xtravaganza e Vitória Jovem Xtravaganza
Direção de produção e administração: Cássia Damasceno e José Maria
Iluminação e assistência de direção: Nadja Naira
Direção musical e trilha sonora original: Felipe Storino
Direção de movimento: Kenia Dias
Cenografia: Marcelo Alvarenga | Play Arquitetura
Figurinos: Luiz Cláudio Silva | Apartamento 03
Produção: companhia brasileira de teatro
Coprodução: A Gente Se Fala Produções Artísticas – Rio de Janeiro/BR, Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main/GE e Théâtre Dijon Bourgogne – Centre Dramatique National/FR
Correalização: Centro Cultural Oi Futuro
companhiabrasileira.art.br/
instagram.com/ciabrasileira/

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