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O amor de Clotilde volta aos palcos

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas. Foto: Júlio Morais

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas. Foto: Júlio Morais

Comemorando seis anos em temporada, o espetáculo O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas volta aos palcos pernambucanos neste fim de semana. Serão poucas apresentações: a peça fica em cartaz de 2 a 24 de abril, aos sábados e domingos, sempre às 19h, no Teatro Apolo, no Bairro do Recife.

A montagem da Trupe Ensaia Aqui e Acolá, que já teve várias temporadas no Recife, rodou o Brasil pelo Palco Giratório e também fez circulação internacional, é baseada no romance A emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela, publicada em folhetins entre agosto de 1909 e janeiro de 1912, no Jornal Pequeno. Misto de suspense, policial, crítica de costumes e estudo sociológico de uma época, o texto de Vilela se transformou num delicioso melodrama no palco.

Confira a crítica de Ivana Moura sobre o espetáculo.

No elenco, Andréa Veruska, que interpreta a mãe da mocinha; Andréa Rosa, a empregada; Iara Campos, Clotilde; Jorge de Paula, o comerciante Jaime Favais, pai de Clotide; Tatto Medinni é o vilão interesseiro João Favais; e Marcelo Oliveira, o sedutor galante Leandro Dantas.

Muitos dos ingredientes dessa montagem são os clichês, o gesto exagerado, a dublagem das músicas bregas, a estética kitsch. Jorge de Paula, que também está no elenco, se mostra um encenador potente, criativo e muito hábil na direção de atores. De fato, a proposta do mergulho no melodrama se torna bem-sucedida principalmente pela qualidade do trabalho dos atores, todos no mesmo diapasão.

Ficha técnica:

Texto: Trupe Ensaia Aqui e Acolá
Encenação: Jorge de Paula
Atores: Andréa Veruska, Andréa Rosa, Iara Campos, Jorge de Paula, Marcelo Oliveira e Tatto Medinni.
Figurino: Marcondes Lima
Cenário: Jorge de Paula
Iluminação: Sávio Uchoa
Operação de luz: Dado Sodi
Maquiagem: Trupe Ensaia Aqui e Acolá
Pesquisa de trilha sonora: Trupe Ensaia Aqui e Acolá
Operação de som: Juliana Montenegro
Produção: Trupe Ensaia Aqui e Acolá

Serviço:
O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas
Quando: sábados e domingos, às 19h, de 2 a 24 de abril
Onde: Teatro Apolo
Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada), disponíveis na bilheteria do teatro duas horas antes da peça, a partir das 17h

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Conto de fadas. Será mesmo?

De Íris ao arco-íris. Foto: Angélica Gouveia

De Íris ao arco-íris. Foto: Angélica Gouveia

Satisfeita, Yolanda? no Palco Giratório

Ah, se o mundo fosse um conto de fadas… Será que nem assim o final seria sempre feliz? Depende muito da lente que usamos para acompanhar o cotidiano, de como enxergamos o que nos acontece. De Íris ao arco-íris deve fazer com que, ao menos, possamos discutir com as crianças um tema que geralmente fazemos questão de banir das nossas vidas – em qualquer idade: a morte. A peça, encenação de Jorge de Paula, estreia hoje no Teatro Marco Camarotti, no Sesc Santo Amaro, às 16h, e tem nova sessão amanhã (19), no mesmo horário, dentro da programação do Palco Giratório.

O professor, ator e encenador Marco Camarotti (1947-2004) é, novamente, referência para o trabalho de Jorge de Paula. “Ele dizia que não há problema nenhum em tratar da morte ou de qualquer outro tema com as crianças. A morte faz parte da vida. Temos só que encontrar a melhor maneira de fazer isso”. Foi a partir de uma pergunta de Camarotti, aliás, que surgiu o texto, escrito por Jorge em 2000. “Fazíamos parte de um projeto de Camarotti, o Pátio da Fantasia, na UFPE. Esse grupo tinha como objetivo aprofundar os estudos sobre teatro para infância e juventude principalmente para crianças cegas, surdas ou com deficiência cognitiva. E fazia algumas perguntas, algumas provocações, para que, a partir daí, a gente pudesse criar. Lembro que ele perguntou sobre a razão de o arco-íris aparecer quando chove”, relembra.

Peça terá duas sessões no Marco Camarotti, dentro do Palco Giratório

Peça terá duas sessões no Marco Camarotti, dentro do Palco Giratório

Em 2006, o autor e a atriz Andrea Veruska tentaram levar o texto aos palcos, mas o projeto não foi aprovado. Agora, com o apoio do Funcultura e do Myriam Muniz, o texto saiu da gaveta e está servindo a vários desafios: além de tratar de um tema difícil, houve a opção pelo teatro de sombras, técnica de formas animadas. “Foi uma loucura aprender a manipular. Muitas vezes perdíamos a noção, já que manipulamos no retroprojetor e a imagem está em tamanho completamente diferente na tela”, explica a atriz Iara Campos, que faz questão de dizer que os atores não são manipuladores – estão realmente experimentando uma linguagem.

A peça lembra o cinema de animação; não tem falas e os atores usam um retroprojetor para contar uma história não necessariamente linear. “Tem soluções no texto que são non-sense mesmo. Queremos os olhares particulares de cada criança”, conta o diretor, que também está em cena.

No elenco, além de Jorge de Paula e Iara Campos, Andréa Veruska e Lucélia Albuquerque. Embora só essa última não seja da Trupe Ensaia Aqui e Acolá, que daqui a pouco volta em cartaz com O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas, no Teatro Arraial, a montagem é uma produção independente. “Simplesmente porque a ideia dessa peça nasceu muito antes da Trupe e não se encaixava na pesquisa do grupo, nas questões estéticas que discutimos, no que queremos tratar em conjunto”, esclarece Jorge de Paula.

Em De Íris ao arco-íris, os desenhos e silhuetas dos personagens, que guardam uma proximidade com as histórias em quadrinhos, foram idealizados pelo artista gráfico pernambucano Luciano Félix e colocados em prática pelo ator, diretor e cenógrafo Henrique Celibi. Cenário e figurinos são de Marcondes Lima; luz de Erom Villar; trilha sonora de Júlio Morais; e produção de Karla Martins.

Serviço:
De Íris ao arco-íris
Quando: hoje (18) e amanhã (19), às 16h
Onde: Teatro Marco Camarotti
Quanto: R$ 12 e R$ 6 (meia-entrada)

Montagem tem direção de Jorge de Paula

Montagem tem direção de Jorge de Paula

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Rute e Raquel – mas as duas são mocinhas

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas fará duas apresentações no Santa Isabel

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas volta ao Teatro de Santa Isabel para duas apresentações neste sábado e domingo, às 20h. Já escrevemos muito por aqui sobre a montagem. É um melodrama super divertido, baseado no folhetim A emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela. O grupo fez temporadas de sucesso, levou muitos prêmios no Janeiro de Grandes Espetáculos do ano passado (inclusive melhor espetáculo pelo júri oficial e pelo público), rodou o país se apresentando em festivais, foi ao interior do estado.

O elenco é bastante entrosado e competente, até por conta mesmo do número de apresentações que o grupo já fez. Nestas duas sessões no Santa Isabel, no entanto, teremos uma curiosidade. A Clotilde Iara Campos será substituída por sua irmã, a bailarina e atriz Íris Campos. Será que vamos perceber a diferença nas mocinhas? É só conferir. Os ingressos para o espetáculo custam R$ 30 e R$ 15 (meia). Informações: (81) 3355-3322.

Juro que não sei quem é quem! Alguém se habilita?

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Eclipse total do amor

Antes da estreia, tão assoberbados que estavam para cumprir prazos com o edital de financiamento, eles não imaginaram qual seria a reação do público à montagem. Não tinham nem material de divulgação. A atriz Hermila Guedes foi assistir a um dos últimos ensaios e disparou: “vocês têm uma pérola nas mãos”. Veio a estreia no Teatro Capiba, que fica dentro do Sesc de Casa Amarela, já no final da Avenida Norte. Apesar de ser um teatro estruturado, consolidado, não é uma casa tão conhecida pelo público ou de fácil acesso no fim de semana. Ainda mais com um campeonato de futebol no Arruda que deixava as ruas por ali tomadas de torcedores.

Mesmo assim, na estreia, lotação máxima. E no outro dia, no fim de semana seguinte e por toda a temporada. Mas o reconhecimento público veio mesmo no último festival Janeiro de Grandes Espetáculos, quando a peça O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas ganhou os prêmios de melhor montagem pelos júris oficial e popular.

As mocinhas de O amor de Clotilde. Fotos: Ivana Moura

Hoje, às 20h, o espetáculo da Trupe Ensaia aqui e Acolá comemora um ano de trajetória com uma apresentação especial no Santa Isabel. Por coincidência, na trama, o primeiro encontro que presenciamos entre a mocinha Clotilde e o galante Leandro Dantas é no teatro da Praça da República, reduto burguês no Recife do século 19. O comerciante Jaime Favais, pai de Clotilde, cai no sono num dos camarotes enquanto no palco a trama de E o vento levou se desenrola.

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas é inspirada no livro A emparedada da Rua Nova, de Carneiro Vilela, que conta a história de um pai que emparedou a filha viva porque ela estaria grávida. Dizem até que a lenda foi baseada em fatos verídicos. De qualquer forma, nessa releitura melodramática que bebe no circo-teatro, uma pesquisa sobre os estudos de Marco Camarotti (1974-2004), a trama toma outros rumos e merece final feliz.

Jorge de Paula, também ator, diretor e cenógrafo

Clotilde ama Leandro, um galante que jura amá-la também. Mas o seu primo português quer impedir que o dinheiro do tio comerciante vá parar em outras mãos que não as suas. A trama tem movimentos exagerados e marcados, choro ou riso desmedidos, colorido extravagante, referências à cultura pop, inclusive nas dublagens de músicas, sucessos das décadas de 1980 e 1990 – os momentos mais engraçados da peça.

No ensaio que o grupo fez na última terça-feira no Santa Isabel, pergunto o que mudou na peça desde a estreia. “Apesar da aceitação do público, nós recebemos críticas e quando elas batem muito no mesmo ponto, nós avaliamos, conversamos. A peça já mudou muito. Hoje, por exemplo, estamos estudando mudar uma das músicas da dublagem”, conta o diretor e ator Jorge de Paula, que assina ainda o cenário. A duração da montagem – que chegou a ser encenada em Arcoverde em quase duas horas – também foi modificada. Agora, a peça se desenrola em divertidas 1h30 de sessão.

O sucesso da peça em terras pernambucanas rendeu convites ao grupo. “Tomou outra dimensão. Uma repercussão interestadual”, diz o ator Tatto Medinni, para gargalhada geral do elenco. O grupo segue para o festival Cena contemporânea, em Brasília, no início de setembro, e logo depois para o Porto Alegre em Cena. Antes disso, no mês de agosto vai a Surubim, aqui mesmo em Pernambuco. A apresentação no Santa Isabel é também uma forma de arrecadar dinheiro para o transporte do cenário. Recado dado. Ao invés do cinema no sábado à noite, a programação de hoje é ir ao teatro. Até lá, o ensaio serve para deixar tudo prontinho e garantir que música e canto estejam na sincronia certa e que nenhum aplique no cabelo da mocinha vá cair justo no meio da dança.

Antes de entrar em cena

O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas
Quando: hoje, às 20h
Onde: Teatro de Santa Isabel – Praça da República, s/n, Recife
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Informações: (81) 3355-3323

Na cena que acontece no Santa Isabel

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