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Violetas da Aurora estão de olho no seu voto

Coletivo de palhaças do Recife estreia série Zona Eleitoral, uma campanha em 4 episódios. Foto: Ricardo Maciel

Fabiana Pirro é Uruba, Mayara Waquim é Maroca. Foto: Li Buarque

Ana Nogueira  é Dona Pequena. Silvinha Góes é Sema Roza Madalena . Reprodução do Facebook

Terra plana. Negação da ciência. Incêndios no Pantanal, devastação na Amazônia. “Milagres” da Cloroquina… Mentiras, mentiras, mentiras!!! País-gigante humilhado na ONU. Mais de 140 mil óbitos por Covid-19 desde o começo da pandemia (dados de 25/09). Ataques à integridade da cultura. Aumento do desemprego, descida ao mapa da fome.

– Oxe! E o que o meu voto tem a ver com isso?

– Tudo!!! Tudinho… tudão.
Foi com o golpe de 2016 e o confisco do mandato de uma presidenta mulher sufragada democraticamente que esse traçado anunciou o pior que estava por vir. E veio na eleição de 2018. E piorou e piora com o Nojento.

Por essas e outras, elas, as super-meninas, as Violetas da Aurora, estão de olho no seu voto! Ana Nogueira (Dona Pequena), Fabiana Pirro (Uruba), Mayara Waquim (Maroca) e Silvinha Góes (Sema Roza Madalena) estreiam neste sábado (26/09), às 21h, a série Zona Eleitoral, uma campanha em 4 episódios. O primeiro deles Sem Convenção marca também a volta de Dona Pequena ao picadeiro.

Meu voto será feminista – Violetas no Poder !!! Estão ouvindo a multidão gritar? É isso aí meu povo, o coletivo de palhaças se joga de corpo, alma e graça na campanha política 2020. No primeiro encontro, dos quatro episódios, elas vão fazer a prévia para a escolha da candidata oficial, “aquela que irá representar os desejos e anseios de violetas das mais variadas matizes e lutas desta cidade que é o mundo todo”.

“Bora juntes bulir com as estruturas podres”, convocam. Reprodução do Facebook

A série Zona Eleitoral chega repleta de fatos e fotos da vida real na visão peculiar das Violetas.

“E se o mundo ficar pesado???… Se o mundo emburrecer???… Se o mundo andar pra trás???…
Ops! Ficou!!!! Emburreceu!!!! Andou!!!!
Pois vamos abrir com alegria as palavras sabedoria, poesia, rebeldia, teimosia, utopia em todo canto, fresta, chão ou janela, a plantar, chover, escrever, gritar, abraçar o milagre da transformação…
É tudo nosso e a luta também!!!!!
Estamos juntes…
Mais do que nunca…
Sem convenção que seja, mas juntes pra valer!!!!!”

Como de costume, o trabalho junta os investimentos de atuação e afeto: palhaçaria feminina, piadas, contação de histórias, poesia, dança, canto, teatro. Dessa vez elas vão disputar seu coração e principalmente o seu voto. Cada uma na singularidade de sua figura. É para rir, mas também refletir, que vivemos num tempo político. Como lembra a poeta polonesa Wislawa Szymborska, no mais que belo Filhos da época: “Somos filhos da época / e a época é política…”

Essa maravilha de coletivo feminista de palhaças, o único só de mulheres palhaças em atuação no Recife, vai lembrar – porque a memória está curta, né minha filha???!!! – o que se passa nos bastidores da escolha de candidaturas majoritárias, os lances e os interesses que estão em jogo, Dona Pequena, Uruba, Maroca e Sema Roza Madalena reforçam a urgência do empoderamento da mulher na sociedade. Todo voto é decisivo. “Bora juntes bulir com as estruturas podres”, convocam.

As palhaças Violetas da Aurora nasceram juntas para o picadeiro e para a vida. Dona Pequena, Maroca, Sema Roza Madalena e Uruba foram gestadas em 2010 durante o Curso de Formação de Mulheres Palhaças, efetivado pela Duas Companhias e sustentado pelo edital do Fundo Estadual de Cultura (Funcultura) do Governo de Pernambuco. A atriz-palhaça Adelvane Neia, a palhaça Margarida, pioneira na área da comicidade feminina e perita parteira de palhaças e palhaços Brasil a dentro, foi a responsável pela façanha de trazer ao mundo esse quarteto de palhaças.

Ana Nogueira passou um susto com o joelho, mas já está de pé. Foto: Li Buarque

Em meados de agosto, as Violetas da Aurora estavam com agenda marcada para ocupação na Casa Maravilhas. Ensaio geral, com cenário, figurino, maquiagem, tudo de cima e a alegria do reencontro para fazer a festa no picadeiro… Mas a vida apronta suas ciladas. E de repente, Dona Pequena caiu do banquinho e machucou o joelho. Um acidente de trabalho. A ocupação foi adiada por tempo indeterminado.
Teve muita reza, cirurgia, solidariedade, vaquinha para o joelho novo de Dona Peq, ela sempre astuta e aperaltada, cheia de anedotas e leseiras cativantes.
No Facebook, ela escreveu:

Há três semanas lancei aqui um pedido de ajuda. Hoje, venho agradecer. O retorno foi o melhor possível, pois tive por parte de todes palavras e gestos que me deram força e segurança para os primeiros passos no primeiro mês da recuperação. Ontem, 20.09, fez um mês da cirurgia. Avancei, avançamos, um pouquinho a cada dia. Superar o medo de dar o passo seguinte foi o ganho maior dessa etapa. O mergulho na dor física é algo novo para mim. E se não for assim, não tem avanço.
Saí da cadeira de rodas, passei pro andador e agora estou de muletas, liberada para colocar 30% de carga na perna.
Essa semana teremos mais um desafio: retomar o trabalho com as Violetas da Aurora

Salve salve as Violetas da Aurora!

 

SERVIÇO
Estreia da série Zona Eleitoral: primeiro episódio Sem Convenção com as Violetas da Aurora e participação especial da DJ Marte Rafaella Rafael
Quando: sábado (26), às 21h
Onde: Instagram da @casamaravilhas
Ingresso: no chapéu democrático (virtual)
NuBank – Banco 260
Agência 0001
Conta 43218962-0
CNPJ 27.677.055/0001-97
Ana Nogueira
*Se preferir transferir para Caixa, Banco do Brasil ou Itaú, elas tem também.
Mais informações: Ana Nogueira 81.99918.4817

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O riso e a crítica corrosiva são armas do Marsenal

O projeto Marsenal retoma suas atividades no Recife com a estreia internacional do espetáculo Cabaré do Bonzo, com Claudio Ferrario e Olga Ferrario. Foto: Reprodução do Facebook

A cultura é perseguida sem trégua, os direitos humanos são saqueados, a democracia está na mira de um sujeito “nojento, irresponsável, inescrupuloso, elitista, segregador, corrupto e nefasto”. É assim que o Cabaré do Bozo pinta seu personagem principal, que juntamente com seus comparsas são responsáveis pelas desumanas reformas trabalhista e da previdência. Os números traduzem o estrago desse (des) governo: a fome atinge mais 12 milhões de pessoas, sem perspectiva de reversão, se depender “desses daí”. Desde o golpe de 2016 que a situação só piora.

As ridículas figuras que ocupam o Palácio do Planalto Central do Brasil e suas extensões, e a atmosfera tosca que envolvem essas trepeças servem de material para a criatividade, humor corrosivo e crítica implacável do espetáculo Cabaré do Bozo, que integra o Movimento Marsenal, que retoma suas atividades nesta quinta-feira, no Bar do Mamulengo, no Bairro do Recife.

       O Movimento Marsenal chega, rechega, volta, revolta…

“Para somar com quem não aceita o assassinato do povo das periferias e das florestas. Para somar com quem jamais achará natural que a fome e a miséria corroam tantos e tantas, enquanto alguns poucos se empanturram de tudo. Para somar com quem acredita que a saúde e a educação são direitos inalienáveis, que não podem, simplesmente, nos serem roubados. Somar com quem acredita na cultura como sinônimo de vida e, portanto, não se permitirá, em hipótese alguma, conviver com qualquer tipo de censura”.

Claudio Ferrario no Teatro Mamulengo

O Movimento Marsenal é um foco artístico e político de re-existência que funciona desde julho no Teatro Mamulengo, no Bairro do Recife. Surgiu de forma independente e sem patrocínio, com o objetivo de agregar os que são contra a censura e lutam pela democracia, segundo seus articuladores – Claudio Ferrario e as Violetas da Aurora, (coletivo formado por Ana Nogueira, Sílvia Góes, Fabiana Pirro e Mayara Waquim).

O projeto carrega as marcas do temperamento pernambucano, com um jeito irônico e demolidor de encarar a realidade e rir até de si mesmo. Mas sempre com doses cavalares de autoestima. Então, na estreia internacional do Cabaré do Bozo é possível que o público se depare com Damares da Goiabeira, Moro Marreco, Queiroz Rachadinha, Abraão Guarda-chuva, Erneqsto Planificador. Além do troglodita-mor.

A programação começa com o microfone aberto. Qualquer um pode falar o que quiser. É momento para combater as fakes News e as baboseiras. Depois do cabaré a pista fica pronta para a dança. 

“O Cabaré do Bozo nasce a partir de diálogos que escrevo há um tempo e que nós atualizamos um pouco e amarramos numa pequena brincadeira. Eu e Olga fazemos 9 personagens, entre eles, o próprio Bozo, Damares, Moro, Queiroz… e com Hugo Coutinho pensamos uma trilha – com músicas e sonoplastias – que amarrasse os quadros e que servisse para as trocas de roupas, que fazemos ao vivo…”, adiantou Claudio Ferrario mais cedo pelo mensager.

“Sabe-se que a fauna é vasta, composta por bichos os mais variados”, já alardeou Ferrario no Facebook. “Há os matreiros, os agressivos, os territoriais. Há os que só saem das suas tocas à noite, os que emboscam, os que se utilizam do mimetismo, para se aproximarem das suas presas, sem que sejam notados. Abrimos o vasto e deplorável leque de opções, composto por ministros, secretários, milicianos e familiares do Bozo e só faltamos arrancar os cabelos, para escolher quais estariam presentes nesse nosso cabaré”, confessou Claudio para seus milhares de fãs nas redes sociais.

Algumas dos depoimentos sinistros que serviram de inspiração do Cabaré do Bozo:

        • “Querem transformar as nossas crianças em quilombolas indígenas homossexuais, mas, eu vou mudar isso daí, tá ok?”
          Aquele energúmeno
      •  
        • “Rosanja, minha conje, também detesta o metalurjo Lula. Mas como já dizia Aristotles, bom mesmo é brocles com figo de galinha.”
          O Ministro da Justiça, que come as
          sílabas das palavras proparoxítonas
      •  
        •  “A mulher nasceu pra ser mãe e a gravidez é um problema que dura apenas nove meses.”
          Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, uma máquina incansável de dizer asneiras e idiotices
        • “Depositei um dinheirinho na conta da Primeira Dama, porque passei um ano, vendendo e comprando carros usados e acumulei 1 milhão e 200 mil, aí, quis lhe fazer esse agrado.”
          Queiroz, o “gênio” da Economia
      •  
        • “Se a Terra fosse redonda e girasse em torno do próprio eixo, no mínimo deveríamos sentir tonturas.”,
          Ministro das Relações Exteriores

 

Claudio Ferrario e Olga Ferrario interpretam figuras do Planalto. Foto: Reprodução do Facebook

Serviço

Cabaré do Bozo, com Claudio Ferrario e Olga Ferrario
Onde: Bar Teatro Mamulengo (Rua da Guia, 211, de frente para a Praça do Arsenal)
Quando: 9 de janeiro, às 19h
Ingressos: Contribuição espontânea /chapéu solidário / pague quanto quiser-puder

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