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A arte da Escola João Pernambuco

Peça inspirada na obra de Charles Bukowski na programação de A Porta Aberta

Peça inspirada na obra de Charles Bukowski está na programação da 18ª edição de A Porta Aberta

Há um lugar na Várzea, bairro da zona oeste do Recife, que funciona como espaço de resistência, de exercício de cidadania, de laboratório artístico há anos. Lá, jovens são provocados nas artes cênicas para saírem instigando no mundo. A Escola Municipal de Arte João Pernambuco, da PCR, já foi ameaçada de fechar e já sofreu outros atentados contra sua existência. Sobrevive graças a garra, determinação, empenho de alguns artistas pedagogos, liderados por Fred Nascimento.

De 12 a 16 de junho – de hoje a sexta-feira, a EMAJP promove a 18º A Porta Aberta– Mostra de Artes Cênicas, para exibir a produção da escola e também de alguns grupos convidados. O programa deste semestre faz homenagem à jornalista Ivana Moura e ao Grupo Risadinha.

A exposição Vazio de jovens artistas em diferentes suportes marca a abertura do evento às 16h desta segunda-feira. Instalações de Aussuba e Douglas Trajano, fotografias de Carol Alexandre e gravuras de Dante Olivier e Victor Hugo Borges.  O contexto político, a política-arte e a utilização de tecnologias orientam os trabalhos.

As Curtas Cenas da Oficina de Teatro, com direção de Tatiana Pedrosa, estão agendadas para às 17h seguido de As Interferências de Maria Clara Machado, com direção de Patrícia Barreto. O último escritor “maldito” da literatura norte-americana, referido como autor beat honorário, Charles Bukowski, o velho Buk, dá inspiração à peça Haverá um Maldito Aqui Dentro, com atuação de Ronaldo Pereira, Joselito Veríssimo, Pablo Silva e Hugo Peixoto.

As Curtas Cenas da Oficina de Teatro prosseguem no segundo dia, a partir das 17h30. E na sequência o pocket espetáculo Quem sou Eu?, criação e atuação de George Miranda. Ele, com dramaturgia de Rafael Paixão e atuação dele junto com Dave Schiavo e a criação coletiva, sob a direção de Maysa Dias, Dos Desejos e Incertezas serão apresentadas á noite. Os Flashes Poéticos Performáticos baseados nos poemas dos pernambucanos Marco Polo Guimarães, Miró da Muribeca e Zé de Lara encerram a segunda noite, uma livre adaptação experimental performática coordenada por Fred Nascimento.
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As Curtas Cenas da oficina de teatro também movimentam o terceiro dia da mostra, a partir das 17h. E nesta quarta-feira a programação conta com a 5ª Mostra IP de Vídeos Intervenções e Performances, que tem a coordenação nacional do Coletivo Camaradas do Ceará, e curadoria local do Grupo Totem, com direito a roda de conversa.

Ragnok, com a DIG Cia de Dança-teatro, na atuação de Pollyana Monteiro. Foto Paulo Michelloto

Ragnok, com a DIG Cia de Dança-teatro, na atuação de Pollyana Monteiro. Foto Paulo Michelloto

Baseado no conto homônimo de Jorge Luiz Borges, com tradução de Paulo Michelotto e performance de Pollyanna Monteiro, o D’improvizzo Gang (DIG), exibie Ragnork, seu mais novo trabalho de dança- teatro. E Meu Negro de Estimação, adaptação do conto de Marcelino Freire, com Roberto Limah e Amor em Pedaços, um texto clássico de Strindberg sob a direção de Patrícia Barreto fecham a noite de quarta.

A arte-educadora e arte terapeuta Rafaella de Méllo ministra a oficina Os jogos teatrais: Um jogo da Psique, das 14h às 17h da quinta-feira com inscrições no local. Às 16:30 ocorre a apresentação do Grupo de Flautas Doce da EMAJPE, coordenado pelo prof. Rogério Wanderley. Outras atrações da quinta são o espetáculo Par Tu, sob direção de Carlos Lima e Exercícios de Interpretação sob o comando de Givaldo Tenório, Amontoados um Trajeto Entre Corpo e Vídeo, com coreografia de Adelmo do Vale. Contos Negreiros / Navio Negreiro, que reúne contos adaptados de Marcelino Freire ao clássico poema de Castro Alves, com encenação de Fred Nascimento encerra a noite.

Na sexta-feira 16 serão feitas as homenagens à jornalista e crítica teatral Ivana Moura e ao Grupo Teatral Risadinha de Camaragibe. E as exibições das produções desse último dia incluem os trabalhos Sim Estou Ciente e Quero Continuar, com direção de Mayza Dias e Luta, criado a partir de Hai Kais de diversos autores, com direção de Carlos Lima. Todas as atividades são gratuitas.

18º A Porta Aberta 2017.1 – Mostra de Artes Cênicas

De 12 a 16 de junho de 2017
Escola Municipal de Arte João Pernambuco/PCR

SEGUNDA 12/12

16h – Abertura da Exposição VAZIO – instalações de Aussuba e Douglas Trajano, fotografias de Carol Alexandre e gravuras de Dante Olivier e Victor Hugo Borges.

17h – Cenas Curtas
Oficina de Teatro
Dir. Tatiana Pedrosa

17h30 – As Interferências
Texto: Maria Clara Machado
Básico de Teatro – 1º per. EMAJPE
Dir. Patrícia Barreto

20h – Haverá um Maldito Aqui Dentro
A partir da obra poética de Charles Bukowski.
Lab.de Aprof. Cênico (LAC) – EMAJPE
Dramaturgia e encenação Fred Nascimento

TERÇA 13/12

17h – Curtas Cenas
Of. Teatro Adulto
Dir. Tatiana Pedrosa

17h30 – Quem sou Eu?
Criação e atuação George Miranda

19h – Ele
Dramaturgia Rafael Paixão
Atuação Rafael Paixão e Dave Schiavo

19h30 – Dos Desejos e Incertezas
Básico de Teatro – 2º período EMAJPE.
Dir. Mayza Dias

20h – Flashes Poéticos Performáticos.
A partir de poemas de Marco Polo Guimarães, Miró e Zé de Lara, Básico de Teatro – 3º per. EMAJPE
Dir. Fred Nascimento

QUARTA 14/12

16h30 – Curtas Cenas
Of. Teatro Adulto
Dir. Tatiana Pedrosa

17h – MOSTRA IP DE Vídeos Intervenções e Performances. Seguida de Roda de conversa com o grupo Totem

19h –Ragnorok
d’Improvizzo Gang
Texto: Jorge Luis Borges
Criação e execução: Paulo Michelotto e Pollyanna Monteiro

19h30 – Meu Negro de Estimação
Texto: Marcelino Freire
Adaptação e atuação Roberto Limah

20h – Amor em Pedaços
Texto: Strindberg
Básico de Teatro- 1º per. EMAJPE
Dir. Patrícia Barreto

QUINTA 15/12

14h às 17h – Oficina “Um Jogo da Psiquê”
Facilitadora Rafaella De Mello

16h30Grupo de Flauta Doce da EMAJPE
Regente prof. Rogério Cavalcanti

17h – Curtas Cenas
Of. Teatro Adulto
Dir. Tatiana Pedrosa

17h30Par Tu
Criação coletiva
Curso Básico – 3º Per. EMAJPE
Dir. Carlos Lima

19hExercícios de Interpretação
Curso Básico – 1º Per. EMAJPE
Dir. Givaldo Tenório

19h30Amontoados – Um Trajeto Entre Corpo e Vídeo
Oficina de Dança Contemporânea
Coreografia Adelmo do Vale

20hContos Negreiros / Navio Negreiro
Texto: Marcelino Freire e Castro Alves
Curso Profissional – 3º per. EMAJPE
Dir. Fred Nascimento

SEXTA 16/06

19h – Homenagem a jornalista Ivana Moura e ao Grupo Teatral Risadinha

19hSim Estou Ciente e Quero Continuar
Curso Básico – 4º per. EMAJPE
Dir. Mayza Dias

20h – Luta
Criação coletiva
Texto: hai kais de diversos autores
Básico de Teatro – 4º per. EMAJPE
Dir. Carlos Lima

18º A Porta Aberta – Mostra de Artes Cênicas 2017.1 –De 13 a 17 de junho de 2017
Escola Municipal de Arte João Pernambuco/PCR.
Av. Barão de Muribeca, 216 – Várzea – Recife – fone: 3355-4092 / 93 / 94.

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Velho Buk inspira montagem

Bukowski Blues Bar, 2º episódio encerra Mostra A Porta Aberta. Foto: Fernando Figueiroa

Bukowski Blues Bar, 2º episódio encerra Mostra A Porta Aberta. Foto: Fernando Figueiroa

“É este o problema com a bebida, pensei, enquanto me servia dum copo. Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer; se acontece algo de bom, bebe-se para celebrar, e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa”. Charles Bukowski (1920-1994) poeta e escritor alemão que viveu e morreu nos Estados Unidos é o inspirador do espetáculo Bukowski Blues Bar, 2º episódio, que encerra a 17ª Mostra de Artes Cênicas – A Porta Aberta – 2016.2, da Escola Municipal de Arte João Pernambuco, nesta sexta-feira, às 19h. 

O último escritor “maldito” da literatura norte-americana, apontado como autor beat honorário, deixou uma obra de caráter extremamente autobiográfica, com seus personagens marginais e afinidade com os excluídos e perdedores. O velho Buk deu voz aos que negaram ou recusaram o ‘sonho americano’, os solitários, os loucos, e sua descrença na humanidade.

Seu senso de humor ferino auto irônico e cáustico estão impressos em mais de 45 livros de poesia e prosa.

Sendo seis romances: Cartas na rua (1971), Factótum (1975, 2007), Mulheres (1978), Misto-quente (1982, 2006), Hollywood (1989, 2000) e Pulp (1994, 1995). Oito livros de contos e histórias: Ereções, ejaculações e exibicionismos (1972), Crônica de um amor louco e Fabulário geral do delírio cotidiano (2006) , South of No North: Stories of Buried Life (1973), Tales of Ordinary Madness (1983), Hot Water Music (1983), Bring Me Your Love (1983), Numa fria (1983), There’s No Business (1984) e Septuagenarian Stew (1990).

E mais de 30 livros de poesias, entre eles Flower, Fist and Bestial Wail (1960), You Get So Alone at Times that It Just Makes Sense (1996), grande parte inédita no Brasil. Fora as antologias publicadas posturmanente. 

Patríca Casavelha e Fabiano Leão. Foto: Fernando Figueirôa

Patríca Casavelha e Fabiano Leão. Foto: Fernando Figueirôa

O espetáculo Bukowski Blues Bar é um experimento de teatro seriado, composto por dois episódios com dramaturgia processual e fragmentada assinada por Fred Nascimento. A primeira parte foi apresentada ontem.

Criada a a partir de uma colagem poética e com encenação também de Fred, a montagem arrisca com os princípios de tempo/espaço, dividido em cenas do ‘presente’ e do ‘passado’. 

Vários atores dividem o papel do velho Buk, num rodízio, em interação com personagens extraídos de seu universo. As cenas do ‘presente’ ocorrem no espaço cênico do Bukowski Blues Bar, uma cenografia/instalação, mixando realidade e ficção.

Já as cenas do passado, articuladas a partir dos contos A Mulher Mais Linda da Cidade e Traga-me Seu Amor, são exibidas algumas passagens da vida do escritor e suas relações embaraçadas com as mulheres.

Clássicos do blues compõem a trilha sonora. O figurino foi inspirado na fase azul de Pablo Picasso.

O 2º episódio do Bukowski Blues Bar também funciona como prova pública para os formandos do Curso Profissional de Teatro, com a presença do SATED Pernambuco.

SERVIÇO
Bukowski Blues Bar
Dramaturgia e direção Fred Nascimento
Onde: Escola Municipal de Arte João Pernambuco/PCR (Av. Barão de Muribeca, 216 – Várzea – Recife – fone: 3355-4093 / 4094)
Quando: 16 dezembro 2016, às 19h
Aberto ao público

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Escola João Pernambuco enfrenta abandono

São mesmo muitos os problemas enfrentados por quem decide se dedicar às artes cênicas em Pernambuco. E isso começa já na formação do artista. Recebemos o link deste vídeo através de uma amiga do Satisfeita, Yolanda? no Facebook. É da TV Câmara (e aí, claro, temos os políticos sendo ouvidos), foi exibido no dia 16, e mostra a situação caótica, de abandono, em que se encontra a Escola João Pernambuco. Se há uma tentativa para instaurar um debate, segue aqui mais um elemento para discussão e reflexão.

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