As perguntas não dão trégua
Crítica da peça Hearing

Espetáculo iraniano Hearing (Escuta) em curta temporada em São Paulo. Foto: Christophe Raynaud de Lage

Parece a idade das trevas, com segredos e códigos de honra específicos de um longínquo Oriente Médio. O que é proibido instiga a imaginação. E é proibido por quê? Por qual autoridade? Curiosidade e atração pelo mistério associados ao desejo de liberdade e hormônios em ebulição. No ambiente do espetáculo Hearing (Escuta), por questões religiosas e culturais, o acesso de homens aos dormitórios das meninas é totalmente proibido. A peça do encenador e dramaturgo iraniano Amir Reza Koohestani, produzida pelo Mehr Theatre Group, abre portas e alçapões para as regras rígidas comandadas por mãos invisíveis. O desejo de dominação está em um ponta e o que é verdade, ficção, se multiplicam por inúmeras possibilidades.

Um dia, uma garota relata ter escutado a voz de um homem em um dos quartos.  A história corre. O novelo está feito com seus véus, percepção da realidade, manipulações, “verdades” distorcidas, usadas para se defender, para acusar. Fantasias adolescentes. O que se falou, se ouviu bem ou não, já comprometeu o futuro da outra pessoa envolvida em auditivas convicções. 

Hearing teve como disparador o documentário Homework (Lição de casa), de 1989, do cineasta também iraniano Abbas Kiarostami (1940-2016) – diretor de Gosto de Cereja (1997), Através das Oliveiras (1994), Dez (2002), Cópia Fiel (2010), Um Alguém Apaixonado (2012) e O Vento nos Levará (1999).

A peça se passa em dois tempos: do interrogatório sobre o ocorrido naquela residência universitária, supostamente intransponível à curiosidade masculina, e um olhar sobre o passado. Os garotos reais estavam interditados de andar por lá, mas os rapazes imaginários não deixavam de plainar pelo espaço. É aí é que entra a importante questão de que, nesse caso, a veracidade pouco vale.

Na primeira parte de Hearing, Samaneh está lá a responder um interrogatório sobre o que se passou naquela noite de Ano Novo. Ela diz ter ouvido uma voz de homem no quarto da sua amiga Neda. Mas confrontada com a posição da acusada, ela não tem mais certeza. Para a acusadora não importa a transgressão, mas um relatório que ninguém assume a autoria e a construção de uma narrativa que vai ficando cada vez mais kafkiana.

A segunda parte avança em cerca de 15 anos, em que essa memória fica mais rarefeita e está povoada de culpas e arrependimentos pelas consequências dos testemunhos. O incidente marca o destino de Neda, perseguida pelas mesmas perguntas quando vai pedir asilo político na Suécia.

O diretor Koohestani é sutil, simples nas suas escolhas cênicas. Um palco escuro, iluminação sóbria e uma narrativa em camadas que constrói entrelaçamentos verbais para expor uma atmosfera opressiva à beira do absurdo. Lembrar e confessar vai ficando cada vez mais pesado.

A verdade é degastada nas defesas e refutação. A supervisora apontada para condenação, seja qual for o crime, se houve crime. Nesse ambiente de medo e ameaças, uma câmera que capta imagens ao vivo em sequência com outras gravadas dá conta de subjetividades controladas.

Hearing trata de um sistema de poder que esmaga ou controla a intimidade de mulheres no Irã. Mas penso no Brasil, atingido em pleno voo democrático com fakenews, manobras midiáticas, jurídicas e políticas. E como combater tudo isso.

HEARING [Escuta]
Quando: 9 e 10 de julho, terça-feira, às 18h, e quarta-feira, às 21h
Onde: Sesc Pompeia
Quanto: R$ 40,00 (inteira); R$ 20,00 (estudante, servidor da escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência) e R$ 12,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes)
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: recomendado para maiores de 12 anos

Ficha técnica:
Texto e direção: Amir Reza Koohestani
Elenco: Mona Ahmadi, Ainaz Azarhoush, Elham Korda e Mahin Sadri
Assistente de direção: Mohammad Reza Hosseinzadeh
Vídeo: Ali Shirkhodaei
Música e sonoplastia: Ankido Darash
Desenho de luz: Saba Kasmaei
Cenografia: Amir Reza Koohestani / assistência de Golnaz Bashiri
Figurinos e adereços: Negar Nemati / assistência de Negar Bagheri / Segundo assistente: Mohammad Khaksari
Direção de palco: Mohammad Reza Najafi
Produção: Mehr Theatre Group
Coprodução: La Bâtie – Festival de Genève, Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main, BOZAR – Centre for Fine Arts Brussels
Diretores de produção: Mohammad Reza Hosseinzadeh e Pierre Reis
Responsável de turnê: Pierre Reis
Produção/Brasil: CenaCult Produções/Julia Gomes
O espetáculo foi escrito durante a residência na Akademie Schloss Solitude (outubro de 2014 – março de 2015) em Stuttgart, Alemanha. 

 

 

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FIT Rio Preto chega aos 50 anos

Festival movimenta cidade paulista até o dia 13 de julho

SÃO PAULO – A trajetória de uma artista negra, que venceu a fome e o preconceito para garantir o seu lugar de fala (e com que voz!) forma o quadro da programação do Festival Internacional de Teatro, o FIT, de São José do Rio Preto (SP), nesta quinta-feira (04/07). Sete atrizes se multiplicam para expor a trajetória da cantora de A Mulher do Fim do Mundo e Maria da Vila Matilde, e de outras tantas músicas em seis décadas de carreira. Elza, o musical vibrante dá o tom inicial do que é o repertório deste ano, com 34 espetáculos, espalhados por 25 locais da cidade até 31 de julho. É tempo de luta, mas sem abandonar a alegria é tembém o que proclama a montagem de Gabriel Villela para O Auto da Compadecida, texto de Ariano Suassuna.

A escolha das montagens para compor o caleidoscópio curatorial avisa que corpos femininos trans e cis, negros e marginalizados estão de prontidão para se defenderem e defender o que é possível de democracia. Com espetáculos nacionais e internacionais, ações formativas e um ponto de encontro com intervenções e performances, o FIT Rio Preto celebra 50 anos para horar sua história.

A curadoria desta edição – do dramaturgo, diretor e escritor Alexandre Dal Farra, da jornalista e gestora cultural Adriana Macedo e do idealizador e editor da revista Antro Positivo Ruy Filho -, aponta para o futuro, para o momento em constante ebulição nas cênicas e da criatividade como arte impossível de ser barrada pelos poderosos da vez.

Os espetáculos refletem a urgência de tomar posições progressivas, de se posicionar e enfrentar de cabeça erguida as tentativas de desmantelar a cultura no Brasil. E dos enfrentamentos que ocorrem em outras partes do planeta.

Cada obra traz sua específica contundência. Seja para se colocar contra a censura, como em Domínio Público (Elisabete Finger, Maikon K, Renata Carvalho e Wagner Schwartz), seja mirar os racimos em Buraquinhos ou O Vento é Inimigo do Picumã (Coletivo Carcaça de Poéticas Negras), seja para dizer NÃO à homofobia de Tom na Fazenda ou enfrentar a repressão de Quando quebra queima.

O Festival abriga companhias do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Amapá, Bahia, Piauí e Santa Catarina. França, Gana, Irã, México e Bolívia chegam com obras contemporâneas em diálogo com outras áreas artísticas.

A artista Va-Bene Fiatsi, de Gana (África) vem com três espetáculos – agbanWu – [Velório] [Lying in State], dZikudZikui-aBiku-aBiikus – [Nascido Depois do Nascido-Morto] – [Born to death-born to die] e Strikethrough – [Tachado]. Suas obras lidam com as tensões culturais e propõem uma reflexão sobre nossas contribuições, ações e inações em relação a direitos humanos, gênero, sexualidade, preconceitos, sexismo, fanatismo religioso, injustiças políticas e minorias marginalizadas nas sociedades civis. Ela concebe seus trabalhos como rituais de identidade que examinam a vulnerabilidade das minorias e a tensão entre exibicionismo e voyeurismo.

Hearing – [Escuta], do Mehr Theatre Group, do diretor e dramaturgo Amir Reza Koohestani do Irã, acende a importância do ouvir (e relatar o que ouviu) na determinação do futuro dos envolvidos. A peça apresenta dois tempos: o da infância e o da maturidade, em reflexão sobre esse passado. Num colégio para meninas, a jovem Samaneh ouve (ou pensa ouvir) a voz de um homem no meio da noite. O dormitório feminino da escola é um lugar proibido aos homens. Muitos anos depois Samaneh necessita relembrar daquele episódio. E avaliar suas consequências. A peça Escuta tem sessões agendadas no Sesc Pompeia nos dias 9 e 10/7.

Romeo y Julieta de Aramburo é uma versão sem fantasias da versão original de Shakespeare. Com a peça, os bolivianos do Kinteatr denunciam o patriarcado ainda reinante na Bolívia. Por favor cierra la puerta, gracias [Por Favor Feche a Porta, Obrigado], do grupo mexicano Vaca 35 Teatro propõe com seu teatro-documentário um passeio por Juarez, cidade mexicana que faz fronteira com os Estados Unidos.

Companhias, artistas e coletivos residentes em São José do Rio Preto foram escolhidos para apresentar trabalhos prontos e obras ainda em processo de construção, em formato de residência artística na Cena Rio Preto. A categoria foi criada em 2007 e nesta edição, seis trabalhos foram selecionados.

As ações formativas deste ano partem da noção de encruzilhada como lugar múltiplo, diverso, oposto, único, plural, de construção, de improvisação, proposta por Leda Martins, poeta, ensaísta, acadêmica e dramaturga brasileira. A dupla de curadores – formada pela encenadora integrante do grupo Teatro da Vertigem Eliana Monteiro e pelo diretor, dramaturgo, pesquisador e professor José Fernando Peixoto de Azevedo – desenvolveu atuações práticas, reflexivas, provocadoras e pedagógicas para a troca de experiências e ideias.

O FIT Rio Preto é realizado pela Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto e pelo Sesc São Paulo,

PROGRAMAÇÃO

Alice _ Baltazar ou Indevassável. Foto: Clara Castañon

Alice&Baltazar ou INDEVASSÁVEL
Homero Ferreira – São José do Rio Preto/SP
Alice é uma jovem que se sente imóvel diante da dificuldade de encontrar um lugar para morar no Rio de Janeiro. Baltazar é rico, branco e herdeiro de empreendimentos imobiliários. Ele não imagina o que Alice planejou para chamar sua atenção…
11/7 – 19h e 23h – Teatro Municipal Paulo Moura
Texto e direção: Homero Ferreira
Orientação: Carmem Gadelha
Elenco: Jasmin Sánchez, Lucas Garbois e Rodrigo Andrade
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 55 minutos

HUMALTERIDADE. Foto: Paulo Amaral

HUMALTERIDADE
Asa de Borboleta Performance Art – São José do Rio Preto/SP
A obra pesquisa as construções do corpo performático limitado pela dificuldade de locomoção, inserindo-o numa perspectiva da alteridade. Busca provocar o espectador usando como fio condutor a noção da realidade do distinto, abordando o “estranho” enquanto percorre a fronteira cartográfica corpórea.
5/7 – 16h – Calçadão
Rua Jorge Tibiriçá com General Glicério
7/7 – 22h – Swift – Graneleiro
9/7 – 16h – Associação das Pess oas com Deficiência – Acadef
10/7 – 21h – Praça Cacilda Becker
(ao lado do Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto)
Direção e performance: Vanessa Cornélio
Classificação indicativa: livre
Duração: 30 minutos

Imprudências Poéticas. Foto: Bruno Camargo

IMPRUDÊNCIAS POÉTICAS
Cia. dos Pés – São José do Rio Preto/SP
Inspirado em textos do escritor moçambicano Mia Couto, a interferência poética invade o horizonte da construção urbana e com uma dança-poema pausa o conturbado espaço de concreto, propondo um questionamento sobre a criação do medo. Um guindaste de 33 metros é utilizado como parte do cenário.
7/7 – 17h30 – Praça São Sebastião
Distrito de Talhado
11/7 – 17h30 – Praça dos Esportes e da Cultura
Distrito de Engenheiro Schmitt
Inspirado nas obras “As baleias de Quissico”, “A menina, as aves e o sangue” e “Murar o medo”, de Mia Couto.
Direção e roteiro: Angélica Zignani
Elenco: Mariane Cerilo e Daniel Neves
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 50 minutos

Corpomáquina. Foto: Diego-Santos

CORPOMÁQUINA
Robo.art – São José do Rio Preto/SP
Repensar o lugar do corpo na cena contemporânea exige que discutamos as mudanças estruturais e representacionais ligadas ao uso de novas tecnologias. O corpo pós-humano, contaminado pelo devir-tecnológico, é um corpo-imagem transfigurado que descobre sua potência na inter-relação com o mundo.
6/7 – 23h – Swift – Graneleiro
Direção: Vinicius Dall’Acqua
Coreografia/performer: Vinicius Francês
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 40 minutos

Não tem véu, nem réu, tem revolução. Foto: Elissa Pomponio

NÃO TEM VÉU, NEM RÉU, TEM REVOLUÇÃO!
Manas no Coletivo – São José do Rio Preto/SP
Através de intervenções artísticas em fotografias produzidas durante o processo de construção da peça, a mostra aborda a infâmia do feminino perante a sociedade. Durante a exposição, o elenco do espetáculo fará intervenções, apresentando algumas cenas.
11/7 – 22h – Swift – Mezanino
Fotografia, intervenção artística e concepção: Elissa Pomponio
Intervenções ao vivo de cenas: Amine Boccardio, Carol Campos, Fabiana Pezzotti e Lila Santiago
Produção: Fabiana Pezzotti e Denise Cristina
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 60 minutos

Teoremas. Foto: Divulgação

TEOREMAS
Grupo Kahlos – São José do Rio Preto/SP
As memórias da atriz Vanessa Cornélio. A amnésia pós-traumática que a protagonista sofreu após o acidente automobilístico que lesionou sua medula. Os dias esquecidos são apresentados como novas e improváveis memórias das memórias reais, num jogo cênico onde se edita a realidade através da ficção.
5/7 – 23h – Swift – Graneleiro
Encenação e dramaturgia: Tauã Teixeira
Elenco: Vanessa Cornélio, Milton F. Verderi, Lucas Leal e Marcela Galhardo
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 90 minutos

INTERNACIONAIS

agbanWu. Foto: Kresiah Mukwazhi / Divulgação

agbanWu [Velório]
Va-Bene Fiatsi [crazinisT artisT] – Gana
Imagens dos tradicionais ritos fúnebres inundam a performance “agbanWu”, que questiona as relações de poder entre indivíduos, governo, militares e igreja na África.
09/07 – 18h30 às 22h30 – Swift – Área interna
Criação: Va-Bene Fiatsi [crazinisT artisT]
Direção técnica: Martin Toloku
Flautista: Alice Guel
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 240 minutos
(o tempo de permanência na performance é livre)

dZikudZikui-aBiku-aBikus – Foto: Anwar Sadat Mohammed

dZikudZikui-aBiku-aBiikus – [Nascido depois do nascido-morto]
Va-Bene Fiatsi [crazinisT artisT] – Gana
A obra propõe uma reflexão sobre nossas contribuições, ações e inações em relação à violência, ódio, preconceito, vulnerabilidades e mortalidade. A performance questiona o fracasso da Igreja/Cristianismo e sua participação contraditória em atos desumanos.
11/7 – 21h30 – Swift – Estacionamento
Criação: Va-Bene Fiatsi [crazinisT artisT]
Direção técnica: Martin Toloku
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60 a 120 minutos

Hearing. Foto: Pierre Borasci

HEARING – [Escuta]
Mehr Theatre Group – Irã
Espécie de castelo inatingível, o dormitório das meninas sempre foi trancado a sete chaves. Mas um dia, uma garota relata ter ouvido um homem em um dos quartos. A peça tematiza com culpas, remorsos, desejos e fantasias e a confusão entre o virtual e o real.
5 e 6/7 – 21h30 – Sesc – Ginásio
Texto e direção: Amir Reza Koohestani
Elenco: Mona Ahmadi, Ainaz Azarhoush, Elham Korda e Mahin Sadri
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 70 minutos

Por Favor Cierra la Puerta, Gracias. Foto: Raul Kriga

POR FAVOR CIERRA LA PUERTA, GRACIAS – [Por favor feche a porta, obrigado]
Vaca 35 Teatro – México
A encenação propõe um passeio por Ciudade Juarez, suas histórias e seus fantasmas. Essas narrativas chegam e se acomodam em um pequeno apartamento no centro da cidade e nos abrem a porta de memórias dos que se foram e dos que ficaram.
5, 6 e 7/7 – 19h – Casa – Avenida das Hortênsias, 263, Jardim dos Seixas.
Dramaturgia: criação coletiva Vaca 35 Teatro
Direção e concepção: Damián Cervantes
Elenco: Guadalupe Balderrama, Alan Posada, José Rafael Flores, Laura Galindo, Mario Vera, Humberto Morales e Abril Badillo
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 90 minutos
Lotação: 90 lugares

Romeo y Julieta de Aramburo. Foto: Sandra Zea

ROMEO Y JULIETA DE ARAMBURO
Kiknteatr – Bolívia
A encenação investe na intimidade do conflito dos jovens amantes, do relativismo e do niilismo de nossos tempos. A versão denuncia, sobretudo, o patriarcado ainda reinante – muitas mulheres, na Bolívia, quando se casam perdem “seu” sobrenome paterno para receber o de seu marido usando o “de”, que expressa propriedade.
12 e 13/7 – 21h30 – Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto
Texto: Diego Aramburo (intervenção na obra de William Shakespeare, sobre tradução própria)
Direção: Diego Aramburo
Elenco: Camila Rocha, Diego Aramburo e Ariana Stambuk
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 50 minutos

strikethrough. Foto: crédito Greg Goodale 

STRIKETHROUGH – [Tachado]
Va-Bene Fiatsi [crazinisT artisT] – Gana
A narração performativa navega pelas fronteiras coloniais nos espaços que não foram feitos para “outres” ou “corpos estranhos”. Diversos vídeos registraram a confusão de seguranças de fronteiras ao lidar com documentos de artistas não binários.
7/7 – 21h30 – Sesc – Ginásio
Criação: Va-Bene Fiatsi [crazinisT artisT]
Direção técnica: Martin Toloku
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 90 minutos

 

NACIONAIS

Auto da Compadecida. Foto: Tati Motta

AUTO DA COMPADECIDA – Grupo Maria Cutia e Gabriel Villela
Belo Horizonte/MG
Músicas que entrelaçam o regionalismo mineiro e o pernambucano compõem o repertório dessa montagem, que explora as aventuras picarescas de Chicó e João Grilo. O cenário e o figurino trazem um sincretismo entre a estética oriental das tapeçarias, o cangaço de Pernambuco e o barroco mineiro com motivos chineses da Igreja de Nossa Senhora do Ó de Sabará.
13/7 – 19h – Teatro Municipal Paulo Moura
Texto: Ariano Suassuna
Concepção e direção geral: Gabriel Villela
Elenco: Leonardo Rocha, Hugo da Silva, Mariana Arruda ou Jimena Castiglioni, Lucas Dê Jota Torres, Malu Grossi, Marcelo Veronez e Polyana Horta
Classificação indicativa: livre
Duração: 80 minutos

BURAQUINHOS. Foto_Alessandra Nohvais

BURAQUINHOS OU O VENTO É INIMIGO DO PICUMÃ
Carcaça de Poéticas Negras
São Paulo/SP
Um menino negro correr o mundo, e, ao longo do caminho, é atingido por 111 tiros de arma de fogo do policial que o persegue. Com fortes tintas de realismo fantástico, a obra traz à cena o genocídio da população jovem, negra e periférica.
5 e 6/7 – 21h30 – Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto
Idealização, coordenação e dramaturgia: Jhonny Salaberg
Direção: Naruna Costa
Elenco: Ailton Barros, Clayton Nascimento e Jhonny Salaberg
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 90 minutos

Renata Crvalho em Domínio Público. Foto_Humberto Araujo 

DOMÍNIO PÚBLICO
Elisabete Finger, Maikon K, Renata Carvalho e Wagner Schwartz – Núcleo Corpo Rastreado – Curitiba/PR, São Paulo/SP e Paris/França
Os quatro artistas se juntam para uma reflexão a partir dos ataques que sofreram em 2017. Tomando como ponto de partida um dos ícones da história da arte, revelam como uma obra pode ser utilizada em diferentes narrativas ao longo do tempo, espelhando os fatos e incongruências de nossas sociedades.
6 e 7/7 – 19h – Sesc – Teatro
Criação, texto e performance: Elisabete Finger, Maikon K, Renata Carvalho e Wagner Schwartz
Colaboração artística: Ana Teixeira
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 40 minutos

Elza. Foto: Elena Moccagatta

ELZA
Sarau Agência de Cultura Brasileira – Rio de Janeiro/RJ
Elza Soares é sinônimo de resistência e reinvenção. Sete atrizes se multiplicam na artes em diferentes fase de sua trajetória.
04/07 – 19h30 – Anfiteatro Nelson Castro (Represa Municipal)
Texto: Vinícius Calderoni
Direção: Duda Maia
Elenco: Janamô, Júlia Tizumba, Késia Estácio, Khrystal, Laís Lacôrte, Larissa Luz e Verônica Bonfim
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 150 minutos

Epidemia Prata. Foto: Letícia Godoy

EPIDEMIA PRATA
Cia Mungunzá de Teatro – São Paulo/SP
A encenação traz uma costura entre duas linhas narrativas: a visão pessoal dos atores sobre personagens reais que conheceram em sua atual residência no Teatro de Contêiner, Centro de São Paulo, e o mito da Medusa.
9 e 10/7 – 21h30 – Sesc – Ginásio
Argumento e texto: Cia Mungunzá de Teatro
Direção: Georgette Fadel
Elenco: Gustavo Sarzi, Leonardo Akio, Lucas Beda, Marcos Felipe, Pedro Augusto, Verônica Gentilin e Virginia Iglesias
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60 minutos

Lugar da Chuva. Foto: Nu Abe

LUGAR DA CHUVA
Frêmito Teatro e Agrupamento Cynétiko – Macapá/AP e São Paulo/SP
A dramaturgia cartográfica, que organiza o texto por ilhas, acompanha a trajetória de dois narradores-viajantes por diversos locais na foz do Rio Amazonas, reinventando as sensações que os atravessam durante o percurso entre a cidade e a floresta
11 e 12/7 – 19h – Sesc – Teatro
Dramaturgismo: Ave Terrena
Direção: Otávio Oscar
Elenco: Raphael Brito e Wellington Dias
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 70 minutos

Medeia Negra. Foto:  Adeloyá Magnoni

MEDEIA NEGRA
Grupo Vilavox – Salvador/BA
Medeia é vista, por nós, como a fundação de uma exclusão fundamental: a invisibilização da voz feminina. A peça revela ao público outras possíveis leituras do mito. A personagem desconstrói o mito para convocar as mulheres à retomada do poder.
7 e 8/7 – 21h30 – Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto
Dramaturgia: Márcio Marciano e Daniel Arcades
Direção: Tânia Farias
Concepção e atuação: Márcia Limma
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 60 minutos

Monstra. Foto: Debby Gram 

MONSTRA
Elisabete Finger e Manuela Eichner – São Paulo/SP
Monstra se coloca entre os campos da dança e das artes visuais, tendo o corpo como ponto de partida e de chegada. Mulheres e plantas constroem e destroem situações e imagens, colocando a prova algumas certezas sobre o feminino, o belo e o dócil.
12 e 13/7 – 21h30 – Sesc – Ginásio
Direção: Elisabete Finger e Manuela Eichner
Criação e performance: Barbara Elias, Danielli Mendes, Josefa Pereira, Mariana Costa e Patrícia Bergantin
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 50 minutos

PEÇA DE ADULTO, FEITA POR CRIANÇAS. Foto: João Caldas Fº

PEÇA PARA ADULTOS FEITA POR CRIANÇAS
Elisa Ohtake -São Paulo/SP
Cinco crianças aventureiras atuam, dançam, vivem, mergulham em Hamlet, no transumano, no além do humano, inventam brincadeiras para adultos contra a chatice, contra o antropocentrismo, contra a morte em vida.
8 e 9/7 – 19h – Sesc – Teatro
Dramaturgia: Elisa Ohtake e elenco
Concepção e direção: Elisa Ohtake
Elenco: Davi Hamer, Felipe Bisetto, Joana Arantes, Michel Felberg e Vitória Reich
Performance especial: Paulo Cesar Pereio
Classificação indicativa: 10 anos
Duração: 90 minutos

Protocolo Elefante. Foto: Cristiano Prim

PROTOCOLO ELEFANTE
Cena 11 Cia. de Dança – Florianópolis/SC
O grupo investiga a ação de afastamento e isolamento do elefante na iminência de sua morte como metáfora de separação e exílio.
9 e 10/7 – 19h – Teatro Municipal Paulo Moura
Criação, direção e coreografia: Alejandro Ahmed
Criação e performance: Adilso Machado, Aline Blasius, Edú Reis Neto, Hedra Rockenbach, Jussara Belchior, Karin Serafin, Kitty Katt, Luana Leite, Marcos Klann, Mariana Romagnani e Natascha Zacheo
Direção de trilha, iluminação e performance: Hedra Rockenbach
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 90 minutos

Quando Quebra Queima Foto: Mayra_Azzi

QUANDO QUEBRA QUEIMA
ColetivA Ocupação – São Paulo/SP
Quinze corpos insurgentes deslocam para a cena a experiência que tiveram dentro das escolas ocupadas entre 2015 e 2016, criando uma narrativa coletiva e comum a partir da perspectiva de quem viveu intensamente o dia a dia dentro do movimento.
11 e 12/7 – 19h – Escola Municipal Darcy Ribeiro
Dramaturgia: ColetivA Ocupação
Direção: Martha Kiss Perrone
Criação e performance: Abraão Santos, Alicia Esteves, Alvim Silva, Ariane Fachinetto, Beatriz Camelo, Gabriela Fernandes, Ícaro Pio, Letícia Karen, Marcela Jesus, Matheus Maciel, Mel Oliveira, Mayara Baptista, Pedro Veríssimo, André Dias Oliveira e Heitor de Andrade
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 90 minutos

Tom na Fazenda. Foto:  José Limongi

TOM NA FAZENDA
ABGV Produções Artísticas – Rio de Janeiro/RJ
O publicitário Tom é envolvido numa trama de mentiras quando vai à fazenda da família para o funeral de seu companheiro. Ao chegar, descobre que a sogra nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay.
6 e 7/7 – 19h – Teatro Municipal Paulo Moura
Texto: Michel Marc Bouchard
Tradução: Armando Babaioff
Direção: Rodrigo Portella
Elenco: Armando Babaioff, Analu Prestes, Gustavo Vaz e Camila Nhary
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 120 minutos

tReT. Foto:  Maurício Pokemon

tReta
Original Bomber Crew – Teresina/PI
É um conflito, uma explosão, um ato premeditado para envolver o outro, onde o público se arrisca para fazer a selfie do dia. A treta do Palácio do Planalto, a do vizinho, a da batalha de breaking. A treta do Dirceu com as outras quebradas e a nossa própria treta…
8 e 9/7 – 23h – Swift – Graneleiro
Concepção: Allexandre Santos e Cesar Costa
Direção: Allexandre Santos
Criação e performance: Allexandre Santos, Carlos Adriano (Nenem), Cesar Costa, Javé Montuchô, Malcom Jefferson, Maurício Pokemon e Phillip Marinho
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 50 minutos

Violento – Melanina Digital. Foto: Pablo Bernardo

violento.
Preto Amparo, Alexandre de Sena e Grazi Medrado – Belo Horizonte/MG
violento. adjetivo. 1. que ocorre com uma força extrema ou uma enorme intensidade. 2. em que se emprega força bruta; brutal, feroz. 3. que possui grande força, grande poder de ataque ou de destruição. 4. falta de moderação, excessivamente enfático; veemente. 5. que apresenta agitação intensa; agitado, revolto, tumultuoso. 6. que perde facilmente o controle sobre si mesmo; irascível, colérico. 7. que contraria o direito e a justiça. 8. diz-se da morte causada pela força ou por acidente.
9 e 10/7 – 21h30 – Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto
Dramaturgia: Alexandre de Sena e Preto Amparo
Direção: Alexandre de Sena
Elenco: Preto Amparo
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 50 minutos

 

NACIONAL PARA TODOS OS PÚBLICOS

Inimigos. Foto: Mariana Chama 

INIMIGOS
Cia. De Feitos – São Paulo/SP
Em algum lugar … há dois buracos. Neles, dois soldados. Eles são inimigos. A guerra os colocou em lados opostos. E assim brincam de inimigos conforme ensinou o manual (que diz tudo sobre o inimigo). Os inimigos são exatamente iguais… Então, por que lutam?
8 e 9/7 – 15h – Teatro Waldemar de Oliveira Verdi – Sesi
Dramaturgia e direção: Carlos Canhameiro
Elenco: Artur Kon, Carla Massa, Giscard Luccas, Paula Mirhan, Paula Serra e Rui Barossi
Classificação indicativa: livre
Duração: 55 minutos

Mary e os Monstros Marinhos. Foto: Tuca Fanchin

MARY E OS MONSTROS MARINHOS
Companhia Delas de Teatro – São Paulo/SP
Em cena, a história de Mary Anning, famosa paleontóloga que viveu na Inglaterra no início do século XIX. Mas nessa fábula, a cientista vem de família pobre, começou a trabalhar aos 12 anos, sobreviveu a tempestades e deslizamentos de terra para fazer grandes descobertas.
11 e 12/7 – 15h – Teatro Waldemar de Oliveira Verdi – Sesi
Dramaturgia original: Rhena de Faria, Cecília Magalhães, Julia lanina e Thaís Medeiros
Direção: Rhena de Faria
Elenco: Cecília Magalhães, Julia Lanina e Thaís Medeiros
Classificação indicativa: livre
Duração: 60 minutos

Nerina – A Ovelha Negra. Foto: Cacá Diniz

NERINA – A OVELHA NEGRA
Maracujá Laboratório de Artes – São Paulo/SP
Baseado no livro do cartunista Michele Iacocca, a opereta com bonecos e atores conta a história de Nerina, uma ovelha que é expulsa do rebanho por ter a cor diferente das outras.
6 e 7/7 – 15h – Teatro Waldemar de Oliveira Verdi – Sesi
Dramaturgia: baseada no livro ilustrado original de Michele Iacocca
Adaptação, concepção e direção: Sidnei Caria
Elenco: Camila Ivo, Lucas Luciano, Piva Silva, Sidnei Caria, Silas Caria e Yasmin Olí
Classificação indicativa: livre
Duração: 50 minutos

Cegos. Foto: Eduardo Bernardino

CEGOS
Desvio Coletivo – São Paulo/SP
Homens e mulheres, em trajes sociais e de olhos vendados caminham lentamente interferindo de forma poética no fluxo cotidiano da cidade. O trabalho propõe uma reflexão acerca do modo de vida da sociedade contemporânea.
11/7 – 13h – Mercado Municipal / ruas do centro
12/7 – 15h – Represa Municipal – Lago 2 (em frente ao AME)
Concepção: Marcelo Denny e Marcos Bulhões
Direção artística da performance: Marcos Bulhões e Priscilla Toscano
Classificação indicativa: livre
Duração: 180 minutos

Entre Ladeiras. Foto: Pedro Ivo

-entre-ladeiras
Núcleo Aqui Mesmo – São Paulo/SP
Da invisibilidade à visibilidade, uma constelação de corpos se configura percorrendo, permanecendo, sinalizando e preenchendo o espaço. A performance de dança site specific foi originalmente criada e apresentada na Ladeira da Memória, no centro de São Paulo.
5/7 – 17h – Praça Rui Barbosa
6/7 – 11h – Praça Rui Barbosa
Concepção e direção geral: Carmen Morais
Bailarinos-performers:
Amanda Correa, Arthur Sebast, Carmen Morais, Fabíola Camargo, Felipe Cirilo e Thais Ushirobira
Classificação indicativa: livre
Duração: 50 minutos

Mão – Translação da Casa pela Paisagem. Foto: Renato Mangolin

MÃO – Translação da Casa pela Paisagem
Coletivo Mão – Rio de Janeiro/RJ
A performance expõe a construção, ao vivo, de uma estrutura de 8 metros de altura, de ferro e madeira. Movimentos ordinários como aparafusar, carregar e encaixar, se misturam aos equilíbrios em pêndulo, às escorregadas acrobáticas em uma enorme rampa de madeira.
6/7 – 16h30 – Parque Ecológico Danilo Santos de Miranda
7/7 – 16h30 – Zoológico Municipal (Bosque)
Direção: Renato Linhares
Elenco: Adelly Constantini, Camila Moura, Carolina Cony, Daniel Elias, Daniel Poittevin, Fábio Freitas e Bartolo.
Classificação indicativa: livre
Duração: 60 minutos

Os Minutos que se Vão com o Tempo. Foto: Christiane Forcinito

OS MINUTOS QUE SE VÃO COM O TEMPO
Zózima Trupe – São Paulo/SP
O espetáculo é um caminho que se propõe a acompanhar os passageiros em seus variados destinos. Uma jornada de trajetos afetivos e geográficos, proposto por figuras que alteram as bordas do cotidiano no transporte coletivo, local onde é encenada a peça.
8/7 – 16h – Terminal Rodoviário Urbano
Linha 416 – Vida Nova Fraternidade (Plataforma 07 – Pista da direita)
9/7 – 16h – Terminal Rodoviário Urbano
Linha 202 – Nato Vetorazzo (Plataforma 12 – Pista do meio)
Dramaturgia (em processo colaborativo): Cláudia Barral
Direção: Anderson Maurício
Artistas pesquisadores: Anderson Maurício, Cleide Amorim, Junior Docini, Maria de Alencar, Priscila Reis, Tatiana Nunes Muniz e Tatiane Lustoza
Classificação indicativa: livre
Duração: 120 minutos

Serviço

FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – FIT RIO PRETO
De 4 a 13 de julho – São José do Rio Preto – SP/ Brasil.
Realização: Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto e Sesc São Paulo.
Programação completa no site fitriopreto.com.br.

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Núcleo Bartolomeu desafia o fascismo

Espetáculo Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, está em cartaz no Sesc Bom Retiro, em São Paulo, até 28 de julho. Foto: Sérgio Silva / Divulgação

O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos é um grupo teatral que articula o teatro épico com o hip-hop na pesquisa de linguagem. É um coletivo militante da autorrepresentação como discurso artístico, que vibra com questões contemporâneas. Isso pode parecer óbvio, mas como “não sei com quem estou falando” nesses tempos de cinismo exacerbado e chamamentos conservadores no teatro… Voilà, talvez apareça alguém fora da bolha (da minha pobre bolha) interessado nessas artes cênicas. Pois bem, o espetáculo Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias, do Bartolomeu, estreou nesta sexta-feira (28 de junho), às 21h, no Teatro do Sesc Bom Retiro e segue até 28 de julho.

Um dos impulsos da montagem do Núcleo é o texto Terror e Miséria no Terceiro Reich, do dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht (1898-1956), composto entre 1935 e 1938. A produção também valeu-se das ideias de escritores e ativistas como Angela Davis, Grada Kilomba, Frantz Fanon, Achille Mbembe, Walter Benjamin, e outras, e outros, e outrxs para erguer a encenação.

Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias traça um paralelo entre a barbárie espalhada no nosso cotidiano com aqueles anos que precederam a Segunda Guerra Mundial e a ascensão do fascismo e do nazismo. A diretora Claudia Schapira sugou da realidade do presente muitos fluxos de uma arena de contradições, com vistas ao futuro.

 

Luaa Gabanini em Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias. Foto: Sérgio Silva 

Brecht traçou um panorama da decadência da sociedade alemã, sufocada pelo pavor, nas 24 cenas curtas da peça, que expõe a repercussão do regime de Hitler no cotidiano de gente comum. O ditador emporcalhou até a dinâmica familiar, como expõe uma das cenas de Terror e Miséria no Terceiro Reich, em que um professor de História sente o peso do nazismo tanto no trabalhou quanto na sua vida privada em casa.

Quando chegou ao poder na Alemanha, lá nos idos de 1933, Bozonazi (eita, ato falho!!!) Adolf Hitler surrupiou liberdades e desmantelou instituições democráticas. Fincou na História uma violenta ditadura. Deixou “tudo dominado”: economia, educação, artes, meios de comunicação etc.

Mas até corporificar o poder, o cabra não era grande coisa. Poucos levavam a sério aquele ex-militar bizarro de baixo escalão, “famoso” pelas falas contra gays, mulheres, feministas, políticos de esquerda, elites progressistas, minorias, imigrantes, mídia, judeus. Numa rápida pesquisa sobre a subida desse sujeito me deparo com a pergunta “Por que tantos alemães instruídos votaram em um patético bufão que levou o país ao abismo?”.

Mas estamos falando de quem mesmo???

Um anti-político que conseguia usar a mídia da época para seus propósitos, difundindo fake news. Um elemento que insuflou a agressividade de seus apoiadores – da afronta verbal à violência física. Um charlatão oportunista.

 

Nilcéia Vicente e Vinícius Meloni. Foto: Sérgio Silva 

Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, com direção de Claudia Schapira chega para problematizar criticamente esses dias vivenciados com crueza em todos os recantos da vida social. Essa crise de civilização, com efeitos devastadores, é esquadrinhada na montagem pelos 11 atores MC’s : Fernanda D’Umbra, Georgette Fadel, Jairo Pereira, Luaa Gabanini, Lucienne Guedes, Nilcéia Vicente, Roberta Estrela D’Alva, Sérgio Siviero e Vinícius Meloni, Dani Nega e Eugênio Lima.

A diretora se vale do procedimento de uma peça dentro da peça numa escolha metalinguística que espelha tempos – passados e presentes. O elenco ensaia algumas cenas do Terror e Miséria no Terceiro Reich, de Brecht. A partir desse disparador é estabelecido um jogo entre atores e personagens.

Composta por 8 cenas e respectivos comentários, além do prólogo e epílogo, os artistas discutem temas contemporâneos que giram em torno da fome e da pobreza,  da flexibilização do porte de armas, da destruição do meio ambiente; da retirada de direitos conquistados na luta de classes; do genocídio negro, da LGBTfobia, do machismo e outras violências cotidianas da concentração de renda, do desemprego estrutural; o desmonte dos bens e serviços públicos; da instabilidade, da precarização, da “obsolescência planejada” em textos falados e cantados. 

Nascido no ano 2000, o o Núcleo Bartolomeu de Depoimento atua com contundência nas suas montagens. Utiliza os recursos do teatro épico e da cultura hip-hop para discutir o “ser” em processo. Na mão desses artistas o teatro é uma ótima arma.  

SERVIÇO
Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias
Quando: De 28 de junho até 28 de julho. Sextas e sábados, às 21h e domingos, às 18h
DIA 12/07 Não haverá espetáculo
Onde: Sesc Bom Retiro (Rua Alameda Nothmann, nº 185).
Ingressos: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 6 (credencial plena).
Capacidade: 250 lugares.
Duração: 120 minutos.
Classificação: 14 anos.

 

Elenco do espetáculo Terror e Miséria no Terceiro Milênio – Improvisando Utopias. Foto: Sérgio Silva 

FICHA TÉCNICA
Direção: Claudia Schapira
Dramaturgia: Claudia Schapira em colaboração com Lucienne Guedes e elenco – livremente inspirado em “Terror e Miséria no Terceiro Reich” de Bertolt Brecht.
Inserções de poemas: Jairo Pereira e Roberta Estrela D’Alva
Giovane Baffô e Paulo Faria
Tradução auxiliar: Camilo Shaden
Direção Musical: Dani Nega, Eugênio Lima e Roberta Estrela D’Alva
Direção de Movimento e Coreografias: Luaa Gabanini
Assistência de Direção: Maria Eugenia Portolano
Atores-MCs: Fernanda D’Umbra, Georgette Fadel, Jairo Pereira, Luaa Gabanini, Lucienne Guedes, Nilcéia Vicente, Roberta Estrela D’Alva, Sérgio Siviero e Vinícius Meloni.
Atores-MCse DJs: Dani Nega e Eugênio Lima
Direção de arte: Bianca Turner e Claudia Schapira
Vídeo e cenário: Bianca Turner
O vídeo Contém samples dos documentários “SLAM: Voz de Levante” de Roberta Estrela D’Alva e Tatiana Lohmann (poeta Kika Sena) e “Mães de Maio – um grito por justiça” de Daniela Santana )
Figurino: Claudia Schapira
Figurinista assistente: Isabela Lourenço
Técnica de spoken word e métricas: Roberta Estrela D’Alva
Kempô e Treinamento de Luta: Ciro Godói
Danças Urbanas: Flip Couto
Preparação Vocal: Andrea Drigo
Iluminação: Carol Autran
Engenharia de Som: Eugênio Lima e Viviane Barbosa
Costureira: Cleusa Amaro da Silva Barbosa
Cenotécnico: Wanderley Wagner da Silva
Design gráfico: Murilo Thaveira
Estagiárias: Isa Coser, Junaída Mendes, Maitê Arouca
Direção de Produção: Mariza Dantas
Produção Executiva: Jessica Rodrigues e Victória Martínez (Contorno Produções) e Núcleo Bartolomeu de Depoimentos- Teatro Hip-Hop
Assistente de Produção: Leticia Gonzalez (Contorno Produções)

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Brasil Cena Aberta é mais que um festival; é uma rede de possibilidades com traçados no mundo

Flavia Pinheiro vai apresentar trabalhos que desenvolve no Recife (PE): Projeto: Antílope + Diafragma: dispositivo versão Beta. Foto Amanda Pietra / Divulgação

Renata Sorrah, Grace Passô e Nadja Naira em cena de Preto – Foto: Tiago Lima/Sesc SP/Divulgação

Diretora Elisa Ohtake ergueu peça com cinco crianças para reinventar o texto de Hamlet. Foto: João Caldas

Brasil Cena Aberta é mais que uma mostra, atravessa a ideia de festival, mas ganha potência ao abrir possibilidades de construção de futuros, com trocas de experiências artísticas e colaborações contínuas. Encontro é uma palavra boa. O primeiro Brasil Cena Aberta ocorre de 4 a 9 de junho, em São Paulo. Muitas atividades serão realizadas nesses seis dias: espetáculos teatrais e de dança, performances, painéis, grupos de trabalho, oficinas, mesas redondas, discussões, partidas de negócios, apresentação de novos projetos, feira e lançamentos de livros. As ações serão desenvolvidas em unidades do Sesc – 24 de Maio, Avenida Paulista, Consolação, Ipiranga, Pinheiros, Pompeia e Vila Mariana; na Ocupação 9 de Julho, no Teatro de Contêiner, na Praça das Artes e no Theatro Municipal.

O foco é a expansão de fronteiras, do pensamento à atuação. Um convite a reflexões sobre outras configurações de produção na cena teatral. Artistas, pensadores, gestores, programadores, produtores, realizadores de festivais, empresários, representantes do poder público, gente da cultura mexem esse caldeirão.

A plataforma Brasil Cena Aberta é lançada nessa primeira edição. Na mira estão o fomento a intercâmbios e residências artísticas, capacitação profissional, construção de uma rede de trocas e reflexões para atuar em movimentos de internacionalização e interiorização. É ambicioso e alentador para esses tempos.

O programa inédito no Brasil é idealizado por Andrea Caruso Saturnino e efetivado em parceria com Ricardo Muniz Fernandes e João Carlos Couto.

Entre as oficinas estão Circulação Internacional de Espetáculos, com Carmen Mehnert (Alemanha); Diplomacia Cultural, com Cindy Huang (China) e Modos de circular e coproduzir na França, com Philippe Bachman. E entre as mesas destaque para Transcrições poéticas e sensibilidades diversas, com Paula Lopez (São Paulo), Bell Machado (Campinas), Estela Lapponi (São Paulo), Viviana Susena (Argentina) e Nicole Somera (Campinas).

Espetáculo Fim. Foto: Elisa Mendes / Divulgação

A mostra traz montagens consagradas – como Fim que repercute sobre o fim das fronteiras, da arte e da história, com direção de Felipe Hirsch; A Ira de Narciso, com direção de Yara de Novaes, que reflete sobre arte contemporânea; Preto, da Cia. Brasileira de Teatro, com direção de Marcio Abreu; Peça para adultos feita por crianças, da diretora Elisa Ohtake; e ainda a pré-estreia de Mãe Coragem, com direção de Daniela Thomas.

A programação também resgata montagens antigas, como Auto da Paixão: 12 Cânticos de Amor e Morte, de 1993, do Grupo Circo Branco (SP/PE) concebida a partir da exposição das obras do artista plástico Romero de Andrade Lima na Galeria Renato Magalhães Gouveia. Um exercício musical inspirado da literatura de cordel e dos folhetos dos romanceiros populares do Nordeste agora re-performado.

Ou ainda a força da pesquisa do corpo em movimento no espaço, sensores biométricos e ópticos espaciais e avanços tecnológicos que a artista Flavia Pinheiro desenvolve no Recife (PE) nos dois espetáculos Projeto: Antílope + Diafragma: dispositivo versão Beta, respectivamente de 2017 e 2015.

O encerramento contra com a exibição do projeto Novos Modernistas, com direção de Hugo Possolo, com a participação de vários artistas convidados e um show-festa da cantora Ava Rocha.

PROGRAMAÇÃO BRASIL CENA ABERTA

4 a 9 Junho de 2019

04/06
9h – 10h
Praça as Artes
Credenciamento
Credenciamento dos participantes inscritos

04/06
10h – 10h20
Praça das Artes
Iniciação
Cantos e ritos de abertura, com Carol Bezerra

04/06
10h45 – 11h15
Praça das Artes
Palimpsesto Antropófago
Leitura performance com e sobre o Manifesto antropófago

04/06
11h15 – 12h
Praça das Artes
Abertura oficial
com representantes da plataforma Brasil Cena Aberta e parceiros

04/06
12h – 13h
Praça das Artes
Almoço

04/06
13h – 14h30
Praça das Artes
Painel: Saberes e fazeres de mundos
Falas abertas sobre novos mundos possíveis

04/06
15h – 16h
Praça das Artes
Lançamento de livro: Antropofagia Palimpsesto Selvagem
De Beatriz Azevedo

04/06
16h – 16h50
SESC 24 de Maio
Espetáculo: Cine-Olho Rádio-Olho
2019 | O Grivo | Belo Horizonte | MG | Duração: 50 min

04/06
17h – 19h
Praça das Artes
Oficina: Circulação internacional de espetáculos
Com Carmen Mehnert

04/06
19h – 20h30
SESC Avenida Paulista
Espetáculo: Peça para adultos feita por crianças
2017 | Elisa Ohtake | São Paulo | SP | Duração: 1h30

04/06
21h – 22h
SESC Avenida Paulista
Espetáculo: Antígona Recortada – Contos que Cantam sobre Pouso pássaros
2013 | Núcleo Bartolomeu de Depoimentos | São Paulo | SP | Duração: 1h

05/06
10h – 12h
Praça das Artes
Sessão de Pitching
Artistas selecionados irão apresentar seus projetos em 7 minutos e terão 3 minutos para responder a perguntas da plateia

05/06
12h – 16h
Praça das Artes
Almoço + Estandes de feira
Espaço aberto a exposição dos trabalhos dos participantes

05/06
17h – 17h50
SESC 24 de Maio
Espetáculo: Desastro
2013 | Neto Machado | Salvador | BA | Duração: 50 min

05/06
17h – 19h
Praça das Artes
Oficina: Circulação internacional de espetáculos
Com Carmen Mehnert

05/06
18h – 20h
Praça das Artes
Oficina: Modos de circular e coproduzir na França
Com Philippe Bachman

05/06
19h – 19h50
SESC Avenida Paulista
Espetáculo: Nebulosa
2017 | Vanessa Nunes | Teresina | PI | Duração: 50 min

05/06
21h – 22h40
SESC Vila Mariana
Espetáculo: A Ira de Narciso
2018 | com Gilberto Gawronski, direção de Yara de Novaes | São Paulo | SP | Duração: 1h40

06/06
10h – 11h30
Praça das Artes
Painel: Modos de colaborar e criar
Como resistir e lutar contra a paralisia

06/06
11h30 – 13h00
Praça das Artes
Mesa redonda: Transcrições poéticas para sensibilidades diversas
Pensar e viver de uma forma diferente. Pela rexistência poética

06/06
13h – 14h
Praça das Artes
Almoço

06/06
14h – 16h
SESC 24 de Maio
Showcases
Artistas selecionados irão apresentar extratos de seus trabalhos com duração de 15 minutos

06/06
16h30 – 17h05
SESC 24 de Maio
Espetáculo: Cartas à Madame Satã ou me desespero sem notícias suas
2014 | Cia. Os Crespos | São Paulo | SP |Duração: 35 min

06/06
17h – 19h
Praça das Artes
Oficina: Diplomacia cultural – agenciamento de artistas em zonas de conflito
Com Cindy Huang

06/06
18h – 19h25
SESC Consolação
Espetáculo: Projeto: Antílope + Diafragma: dispositivo versão Beta
2017 e 2015 | Flavia Pinheiro | Recife | PE | Duração: 1h25

06/06
20h30 – 20h50
SESC Pompeia
Performance: pequeno ATO para sobrevivência – MANIFESTO DO INVISÍVEL
Intervenção na área de convivência Sesc Pompeia

06/06
21h – 23h
SESC Pompeia
Espetáculo: Mãe Coragem
Trupe Coragem

07/06
10h – 11h30
Praça das Artes
Sessão de pitching
Artistas selecionados irão apresentar seus projetos em 7 minutos e terão 3 minutos para responder a perguntas da plateia

07/06
11h30 – 13h30
Praça das Artes
Almoço

07/06
13h30 – 15h
Praça das Artes
Painel | Saberes e fazeres de mundos
Mais ideias e palavras sobre mundos possíveis

07/06
16:00 – 17:40
SESC 24 de Maio
Espetáculo | Preto
2017 | companhia brasileira de teatro | Curitiba | PR | Duração: 1h40

07/06
16h – 20h
Vão livre Praça das Artes
Página Aberta | Feira de Livros
Esta feira também é uma cena aberta

07/06
16:00 – 20:00
Praça das Artes
Instalação do dispositivo CHAMADA ABERTA CONTRA O FASCISMO
Página Aberta + N-1 edições + Nolibros + Casa Plana

07/06
17h – 19h
Praça das Artes
Oficina | Diplomacia cultural – agenciamento de artistas em zonas de conflito
Com Cindy Huang

07/06
18h – 19h
Praça das Artes (Av. São João, 281 – Centro – São Paulo – SP)
Espetáculo:  Auto da Paixão: 12 Cânticos de Amor e Morte
1993 | Grupo Circo Branco | São Paulo/Recife | SP/PE | Duração: 1h
Gratuito

07/06
19h – 20h
Praça das Artes
Lançamento de livro | O artista com deficiência no Brasil
Lançamento de livro De Nicole Somera

07/06
21h – 21h50
SESC Pinheiros
Espetáculo | Estou sem silêncio
2019 | Cia. Quasar | Goiânia | GO | Duração: 50 min

08/06
10h- 12h
Praça das Artes
Oficina | Cinema: a parte invisível do olhar
Atividade com necessidade de inscrição específica | Vagas limitadas

08/06
11h – 18h
Vão livre Praça das Artes
Página Aberta | Feira de Livros
Esta feira também é uma cena aberta

08/06
11h – 12h10
Teatro de Contêiner
Espetáculo | Epidemia Prata
2019 | Cia. Mungunzá | São Paulo | SP

08/06
12:30 – 14:00
Praça das Artes
Almoço

08/06
13h – 15h
Praça das Artes
Oficina | Movedique HORS ACVÉ
os participantes poderão junto aos integrantes da Cia. Teatral Ueinzz partir em busca da baleia

08/06
13h – 17h
Praça das Artes
Oficina | Poesia dos problemas concretos –  Carimbos e Cartazes
Oficina gratuita e aberta a todos, com Coletivo BijaRi

08/06
14h – 14h50
Vão livre Praça das Artes
Encruzilhada
2016 | Fragmento Urbano | São Paulo | SP | Duração: 50min

08/06
16h – 17h
SESC 24 de Maio
Espetáculo | Quando Efé
2014 | Cia Fusion de Danças Urbanas | Belo Horizonte |MG | Duração: 1h

08/06
18h – 19h30
SESC Ipiranga
Espetáculo | Gritos
2016 | Cia. Dos à Deux | Rio de Janeiro/Paris | RJ/FR | Duração: 1h30

08/06
21h – 23h
SESC Consolação
Espetáculo | FIM
2016 | Coletivo Ultralíricos | São Paulo | SP | Duração: 2h

09/06
11h – 18h
Vão livre Praça das Artes
Página Aberta | Feira de Livros
Esta feira também é uma cena aberta

09/06
13h- 15h
Ocupação 9 de Julho
Almoço Ocupação 9 de Julho
Almoço preparado pelos moradores da Ocupação 9 de Julho

09/06
16h – 17h25
SESC 24 de Maio
Espetáculo | Eles não usam tênis naique
2015 | Cia. Marginal | Rio de Janeiro | RJ | Duração: 1h25

09/06
16h – 17h
Praça das Artes
Lançamento de livro | Projeto Ficção | Cia. Hiato
Lançamento do livro que contém as 6 dramaturgias dos solos

09/06
18h – 19h30
Theatro Municipal
Espetáculo | Novos Modernistas – Uma futuro sem país
Un futuro sem país. Encerramento no Theatro Municipal

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Carne ou Vodka? distende a dor do outro

Daniel Barros, Hermínia Mendes e Eric Valença dividem a cena em Carne ou Vodka?

A barbárie marca o percurso da dita humanidade. Já a espetacularização da barbárie ganha menu variado em todas as mídias e é consumida com gosto por muitos ou enfiada goela abaixo. O espetáculo Carne ou Vodka? faz vibrar algumas manifestações dessas violências em três historietas.

A peça tem sessão extra de encerramento da temporada nesta quarta-feira (29/05) no Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife, às 20h.

A temática do abuso se desdobra em três eixos alçado ao limite do absurdo: feminicídio, pedofilia e violência contra idosos . Hermínia Mendes, Daniel Barros e Eric Valença dividem a criação coletiva na dramaturgia, na direção e interpretação. O trabalho vem sendo desenvolvido há um ano, sem patrocínios públicos ou privados, e está aberto a novos desdobramentos.

O trio adjunta a potência acusatória de Carne ou Vodka? na violência dos atos que chegam ao limite do suportável. Os corpos dos atores encaram o estado de tensão para provocar o espectador a um posicionamento mais ativo e com mais empatia pela dor do outro.

E sabemos que as possíveis associações entre as cenas do teatro e o acirramento da intolerância não são obras do acaso. Mas sim envenenamentos causados por atitudes preconceituosas do mandatário temporário no Brasil e seus asseclas. 

SERVIÇO
Carne ou Vodka
Quando: Nos dias 08 e 15 de maio às 20h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho – Cais do Apolo
Ingressos: R$ 40 inteira e R$ 20 meia entrada
Classificação Etária: 16 anos.

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