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Um grito feminista contra a violência patriarcal sistêmica

O Coletivo chileno Lastesis compartilha vivências, ações e metodologia de sua trajetória e apresenta a filmagem  El Violador eres Tú e conversa com a pesquisadora e artista Maria Fernanda Vomero. Foto: Divulgação

Un violador en tu camino (Um estuprador no seu caminho), canção criada pelo coletivo chileno Lastesis, se transformou em hino feminista de protesto para mulheres mundo afora. O refrão “e não foi minha culpa, nem onde eu estava nem como me vesti” ultrapassou as fronteiras chilenas e já foi ouvido na Cidade do México, Paris, Istambul, Londres, Madrid e outros lugares onde reuniu mulheres com olhos vendadas, que entoavam a letra com entusiasmo furioso.

Chega de culpabilizar e condenar a vítima! A música assinala os carrascos dessa violência: policiais, juízes, presidentes. O “homem estuprador” (ou “macho violador” em espanhol) é quem deve estar na mira da justiça “o estuprador é você”. Para chegar a essa acusação, as artistas fizeram uma investigação sobre estupro no Chile e nomeia os algozes.

O coletivo Lastesis busca discutir as teorias feministas através da performance, da linguagem audiovisual, da música e da coreografia. Composto pelas artistas Daffne Valdés Vargas, Lea Cáceres Díaz, Paula Cometa Stange e Sibila Sotomayor Van Rysseghem, o Lastesis está sediado em Valparaíso (cidade portuária na costa chilena) e desde 2018 concebe trabalhos que problematizam várias questões de gênero.

Prevista para estrear em 2019, a segunda performance do coletivo El Violador eres Tú, (mesclada de pequenos atos de aproximadamente 15 minutos), precisou ser adiada devido ao levante popular chileno. Mas o trecho Un Violador en tu Camino  foi exibido em 20 de novembro nas ruas de Valparaíso, no evento de artes cênicas Fuegos/Acciones en Cemento, com a colaboração de  45 voluntárias, convocadas pelo Instagram.

Em seguida, Un Violador en tu Camino foi encenado em Santiago em 25 de novembro de 2019, Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, na Plaza de Armas – marco da instituição militar chilena – e na Universidade Sotomayor. O coletivo solicitou que as mulheres fossem com uma venda de tecido preto para os olhos e roupas de festa, em alusão ao verso “a culpa não era do que vestia”. A performance viralizou e foi replicada nas mídias sociais e ruas do Chile. E depois, a intervenção urbana – que ressalta o descaso do Estado, da polícia e da justiça nos casos de estupro e violência contra a mulher – ganhou o mundo.

Segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) de 2018, a cada seis horas, uma mulher é vítima de feminicídio no mundo. O que é mais chocante é que 58% delas foram mortas por conhecidos, companheiros e ex-parceiros ou outros familiares. A América Latina é tida como a região do mundo em que as mulheres vivem mais vulneráveis à violência.  

Intervenção urbana do coletivo chileno. Foto: Reprodução da Internet

Como parte da Mostra Fogo nas Entranhas, o Coletivo interdisciplinar e feminista chileno Lastesis apresenta neste sábado (1º/08), às 21h, um registro de sua mais recente performance indoor El Violador eres Tú (performance original de onde o coletivo extraiu a cápsula Un violador em Tú caminho, que viralizou no mundo durante as manifestações populares no Chile no final de 2019). seguido de uma conversa entre as integrantes do Lastesis, a artista e pesquisadora Maria Fernanda Vomero e o público. O grupo compartilha vivências, ações e metodologia de sua trajetória. O acesso é com contribuição voluntária (de 0,00 a 40,00)

O Fogo nas Entranhas integra o projeto Sala Aberta #REC. Com curadoria de Carla Estefan e realização da Metropolitana Gestão Cultural,  juntou trabalhos de artistas femininas que trilham sua pesquisa e experimentação na intersecção entre as linguagens formais e híbridas da cena contemporânea. Já exibiu virtualmente as gravações dos espetáculos Lobo, de Carolina Bianchi Y Cara de Cavalo, feita no Teatro Oficina, e Stabat Mater, de Janaina Leite, realizado no Centro Cultural São Paulo (que também integra o Festival Arte Como Respiro, do Itaú Cultural).

A performance original El Violador Eres Tú estreou em janeiro de 2020 como parte da programação de dois festivais internacionais de Santiago. Na época, a turma foi contactada pela curadoria da HAU – Berlim (Alemanha) para apresentações na capital alemã. O coletivo também foi convidado pela produtora Carla Estefan para vir ao Brasil e solicitado a integrar uma Mostra de Dança do MASP – Museu de Arte de São Paulo. Em virtude da pandemia, o MASP cancelou a exposição e o projeto Sala Aberta #REC realiza a atividade no formato online.

O coletivo Lastesis vai dialogar com a realidade brasileira em uma conversa que promete ser incendiária com a provocadora Maria Fernanda Vomero. As artistas Daffne Valdés, Lea Cáceres, Paula Cometa e Sibila Sotomayor vão falar da motivação de erguer o coletivo, sobre as escolhas das teses feministas e como avaliam a repercussão do ato performático que rodou o mundo. Também estão na pauta da conversa sobre ativismo e performance em tempos de pandemia e de confinamento. Vamos mergulhar na reflexão se é possível ser artivista via plataforma virtual?

COLECTIVO LASTESIS
El Violador Eres Tú
Quando: Dia 1º de agosto, sábado, às 21h
Onde: Online via Zoom
Ingressos: contribuição voluntária de R$ 0,00 a R$ 40,00
www.sympla.com.br/salaaberta

Ficha técnica
Coletivo Lastesis: Daffne Valdés Vargas, Paula Cometa Stange, Lea Cáceres Díaz e Sibila Sotomayor Van Rysseghem
Mediação e Provocação: Maria Fernanda Vomero
Apresentação: Carla Estefan
Apoio na tradução: Amanda Moretto
Distribuição exclusiva e produção da Lastesis no Brasil: Metropolitana Gestão Cultural
SalaAberta#REC Idealização e curadoria: Carla Estefan
Live streaming: Flávio Barollo
Realização: Metropolitana Gestão Cultural
Duração total do encontro: 2h
Recomendação etária: acima de 14 anos

“Un violador en tu camino” (Um estuprador no seu caminho)

El patriarcado es un juez, (O patriacado é um juiz)
que nos juzga por nacer (que nos julga ao nascer)
y nuestro castigo es (e nosso castigo é)
la violencia que no ves. (a violência que não se vê)
El patriarcado es un juez, (O patriarcado é um juiz)
que nos juzga por nacer (que nos julga ao nascer)
y nuestro castigo es (e nosso castigo é)
la violencia que ya ves. (a violência que já se vê)
Es feminicidio (É o feminicídio)
Impunidad para el asesino (Impunidade para o assassino)
Es la desaparición (É o desaparecimento)
Es la violación (É a violação)
Y la culpa no era mía, ni dónde estaba, ni cómo vestía (4x) (E a culpa não era minha, nem onde estava, nem como me vestia)
El violador eras tú (2x) (O estuprador é você)
Son los pacos (policías) (São os policiais)
Los jueces (Os juízes)
El estado (O estado)
El presidente (O presidente)
El estado opresor es un macho violador (2x) (O estado opressor é um homem estuprador)
El violador eras tú (2x) (O estuprador é você)
Duerme tranquila niña inocente, (Dorme tranquila, menina inocente)
sin preocuparte del bandolero, (sem se preocupar com o bandido)
que por tus sueños dulce y sonriente (que os seus sonhos, doce e sorridente)
vela tu amante carabinero. (cuida seu querido carabinero (policial) – os quatro últimos versos foram retiradas de um canto da polícia chilena, uma forma de ironizar a letra da canção, segundo declararam as compositoras)
El violador eres tú (4x) (O estuprador é você)

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Carta para Alice, que anseia abraçar Pessoa

A peça, que segue em março para Portugal, faz uma reflexão sobre as perdas que temos ao longo da vida e sobre o ímpeto de viver.

Três sessões da peça Espera o outono, Alice, da AMARÉ Grupo de Teatro faz parte da campanha “Alice em Portugal”

                                                                                                                         Por Natali Assunção *

Alice, de um ano para cá a vida tem sido um turbilhão, né? Estreamos em janeiro de 2018 depois de um longo processo mergulhados nas necessidades, angústias e sonhos des envolvides. Lembra que, no início, queríamos adaptar Esperando Godot de Beckett? Desse referencial inicial levantamos diversos pontos que nos ligam. O cinema nos impregnou e quase virou título do espetáculo e textos nossos e de autores como Pedro Bomba, Marla de Queiroz, Hilda Hilst, Carl Sagan e Felipe André, por exemplo, também nos atravessaram. Estudamos view points e nos lançamos em um mergulho vertiginoso.

No início você ainda não estava materializada, mas no decorrer dessa teia você nos chegou com essa energia imensa, com esse sorriso largo de envolver o mundo! Você sabia que o ambiente se ilumina quando você chega e que nós morremos de saudade quando você não está por perto? Na verdade é meio assustador quando você diz que vai ali e volta já e demora muito para retornar. Faz falta.

Hoje eu gostaria de um abraço seu. Quem sabe sair para dançar? Tanto de você carrego em mim e quanto de mim você leva contigo, né!? Tanta coisa vem se passando que, às vezes, eu fico até tonta com o tudo que se segue. Os dias têm sido difíceis e pensar em você traz um pouco de paz, acalanta o coração. Engraçado, volta e meia me pego perdida admirando a lua e me pergunto se você está fazendo o mesmo.

Hoje, na verdade, não consegui ver a lua, mas tenho pensado nisso porque de vez em quando esqueço das cores e tudo parece cinza. No entanto ali, no palco, quando estamos juntas, tudo se alinha e, por um momento, penso que nos encontramos. Que verdadeiramente nos encontramos porque aquele espaço ainda nos reserva o encontro, essa magia de estarmos juntes. Olhos nos olhos. Então a perspectiva de te ver na sexta (15) e no sábado (16), às 20h, com mais um encontro no domingo (17), às 18h, lá no Teatro Arraial (R. da Aurora, 457 – Boa Vista) é de uma alegria imensa!

Estou ansiosa com essa perspectiva de estarmos em Portugal. É muito bonito ver que nossos passos se expandem. Veja bem, depois de tantos percalços e de forma totalmente independente, assim como fizemos no nosso primeiro espetáculo, Amar é crime, baseado no livro homônimo de Marcelino Freire, estreamos e, nesse nascimento, fomos vistos pelos Gambuzinos com um pé de fora, grupo português que, na época, realizava um intercâmbio com outro grupo pernambucano, o Resta 1 Coletivo de Teatro, nosso grupo irmão. Quem diria, né? Recebemos o convite e agora temos quatro apresentações em vista para além-mar hahahaha Mar… Tô rindo porque eu sei do seu apreço pelo mar.

Seria ótimo um mergulho numa noite de lua cheia. Vamos? Podemos terminar a noite dançando para secar a água salgada do nosso corpo. Mas voltando, temos então duas apresentações no Festival Ao teatro!, em Benedita, e ainda uma em Idanha-a-Nova e uma em Lisboa. É bom levar nosso trabalho para novas trocas porque, às vezes, poxa Alice, vou te confessar, às vezes, parece que tudo é muito difícil. Eu sei, eu sei, “tudo é muita coisa”;)

Acho que já falei demais, olha como os ponteiros seguem soltos… Mal posso esperar para te ver…

• O AMARÉ Grupo de Teatro iniciou uma campanha para levar Espera o outono, Alice para Portugal. Além de conferir as apresentações no Teatro Arraial, nas quais haverá ainda a venda de alguns produtos relacionados ao espetáculo, você também pode contribuir com qualquer valor por meio da conta:

CONTA POUPANÇA
BANCO DO BRASIL
AGÊNCIA: 3243-3
CONTA: 42.073-5
VARIAÇÃO: 51

Aproveita se segue o grupo nas redes sociais: @amaregrupodeteatro

                                           * Natali Assunção é atriz do espetáculo Espera o Outono, Alice

Espera o outono, Alice, do AMARÉ Grupo de Teatro, foi o terceira montagem a sair do festival. Foto Arnaldo Sete

Espetáculo traça reflexão sobre as perdas ao longo da vida e sobre o ímpeto de viver. Foto Arnaldo Sete

Serviço

Espera o outono, Alice
Quando: 15 e 16 de fevereiro (sexta-feira e sábado), às 20h, e 17 de fevereiro (domingo), às 18h
Onde: Teatro Arraial Ariano Suassuna – Rua da Aurora, 457, Boa Vista
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria 1h antes do início de cada sessão e antecipado no Site Sympla – Espera o outono Alice
Classificação indicativa: 14 anos Informações: 3184-3057 / 97914-4306

Direção: Quiercles Santana e Analice Croccia.
Elenco: Bruna Justino, Paulo César Freire, Isabelle Barros e Natali Assunção

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A falsa brasileira rodou a baiana na cara da ditadura

Sorriso largo, alegria de viver e uma vivacidade contagiante são legados que atriz e cantora Elke Maravilha deixa para os seus fãs. E isso vai fazer falta. Ela sabia que a alegria também liberta. Sempre bem arrumada, maquiada com sua voz grave e forte e aquele sorriso acolhedor. Nada mais apropriado do que ser chamada de Maravilha.

Elke Grunnupp nasceu na Rússia, em 1945. Veio para o Brasil fugida da guerra ainda criança com a família, para morar em Minas Gerais.

Foi modelo e manequim. Também secretária, bibliotecária, bancária, professora e tradutora. Começou a carreira na televisão na Discoteca do Chacrinha. Depois fez novelas, filmes e espetáculos de teatro. Uma das últimas aparições na televisão foi no quadro O Grande Plano, do Fantástico, em dezembro do ano passado.

Era poliglota, sabia falar oito línguas: russo, alemão, inglês, francês, italiano, espanhol, grego e português. Escrachada, culta, politizada, humanitária. Com aquele seu jeitinho sempre tinha uma palavra de incentivo e nunca se soube que ela humilhou ninguém.

Engajou-se na luta contra a Ditadura Militar, e ao lado de Zuzu Angel denunciou o desaparecimento do filho da estilista, Stuart Angel, assassinado na Base Aérea do Galeão, no Rio. Passou seis dias presa por desacato, após rasgar um cartaz de procurado com a foto de Stuart.

A artista veio ao Recife no início do ano, com o espetáculo Elke canta e conta, com direção de Ruben Curi, dentro da programação do 22º Janeiro de Grandes Espetáculos. Acompanhada do músico Adriano Salhab ela narrou vivências e histórias que pareciam de pescador e cantou um repertório de canções em alemão, grego, espanhol e português.

Um altar uma trilha Russa de nascimento, Elke soube expressar como poucos o Brasil das misturas, da alegria e do sofrimento

Russa de nascimento, Elke soube expressar como poucos o Brasil das misturas, da alegria e do sofrimento

No perfil da artista no Facebook, foi postada a mensagem na terça pelo administrador da página:
“Avisamos que nossa Elke já não está por aqui, conosco. Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os deuses, que ela tanto amava, estejam com ela nessa viagem. ‘Eros anikate mahan’ (O amor é invencível nas batalhas). Crianças: conviver é o grande barato da vida, aproveitem e convivam.”

Aos 71 anos, a artista morreu no Rio de Janeiro, no início da madrugada da terça-feira (16/08).Ela estava internada na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, desde o dia 20 de junho. Elke foi operada de uma úlcera, ficou em coma induzido, mas não se recuperou.

Como aclamou Itamar Assunção: Uma prenda / Ogã um pilar / O ar mãe e filha… Foto: Reprodução do Facebook

Casou-se várias vezes. Foi rainha de associação de prostitutas no Rio, madrinha dos veados. Veio ao mundo para brilhar. E viveu a vida intensamente. Como na música de Itamar Assumpção.

Elke mulher maravilha
Uma negra alemã um radar
Um mar uma pilha
Elke mulher maravilha
Uma branca maçã avatar
Um luar uma ilha
Elke mulher maravilha
Uma deusa pagã um sonar
Um altar uma trilha
Elke mulher maravilha
Uma prenda Ogã um pilar
O ar mãe e filha

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Amor ao teatro através da crítica

Sábato Magaldi faleceu aos 89 anos. Foto: Bob Souza/colaboração para o blog

Sábato Magaldi faleceu aos 89 anos. Foto: Bob Souza/colaboração para o blog

Sábato Antonio Magaldi atestou que as qualidades fundamentais ao exercício da crítica seriam o amor ao teatro e a boa-fé. Isso é grande. O escritor, ensaísta, crítico, autor de livros de referência na área teatral, professor e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 1995, ocupante da cadeira 24, que já foi de Manuel Bandeira, e antes de Sábato pertenceu ao escritor Cyro dos Anjos, tinha o teatro como profissão de fé. Ele pertencia à geração de críticos de teatro da qual também faziam parte Décio de Almeida Prado, Anatol Rosenfeld e Yan Michalski.

Magaldi morreu aos 89 anos, por volta das 23h desta quinta-feira (14), em São Paulo. Ele estava internado desde o dia 2 de julho no Hospital Samaritano com quadro de choque séptico e comprometimento pulmonar. Seu corpo foi cremado em cerimônia no Cemitério Memorial Parque Paulista, no Embu das Artes, na Grande São Paulo, nesta sexta-feira (15). A causa da morte foi insuficiência renal e comprometimento pulmonar. Suas cinzas ficarão no mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.

Mineiro de Belo Horizonte (MG), Sábato nasceu em 9 de maio de 1927. Antes dos 20 anos de idade escreveu o primeiro artigo publicado no Brasil sobre uma peça de Jean Paul Sartre. Em 1948, aos 21 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro onde concluiu, no ano seguinte, o curso de Direito iniciado na Universidade de Minas Gerais.

Por coincidência, seu primeiro emprego foi como chefe de gabinete do Departamento de Assistência do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado, conduzido pelo escritor Cyro dos Anjos, que ele viria a suceder na cadeira na ABL décadas depois.

Crítico do Diário Carioca de 1950 a 1953, ele sucedeu Paulo Mendes Campos. Em 1952 foi estudar estética na Universidade de Sorbonne, em Paris, como bolsista do governo francês. Na volta, em 1953, foi convidado por Alfredo Mesquita para lecionar História do Teatro na Escola de Arte Dramática, fundada por Mesquita em 1948. Mudou-se para São Paulo e, no mesmo ano, passou a colaborar para o jornal O Estado de S.Paulo como redator e tornou-se, em 1956, titular da coluna de Teatro do Suplemento Literário, trabalhando ao lado de Décio de Almeida Prado, diretor do Suplemento. Quando o Jornal da Tarde foi fundado, em 1966, começou a escrever crítica para o periódico, até 1988. Na EAD criou, em 1962, a disciplina de História do Teatro Brasileiro. Nos jornais Estado e JT atuou como crítico teatral durante 32 anos.

Dizem as boas línguas que parte dos críticos executava o papel de divulgadores dos espetáculos, alguns recebendo gorjetas das companhias teatrais. Vale lembrar que, naquela época, a crítica tinha um papel preponderante para o sucesso ou fracasso de bilheteria das temporadas.

Magaldi. Foto: Edições Sesc/ Divulgação

Magaldi. Foto: Edições Sesc/ Divulgação

Magaldi é autor de Panorama do teatro brasileiro (1962 e 1997, ed. Perspectiva), Moderna dramaturgia brasileira (1998), Nelson Rodrigues: dramaturgia e encenações (1987, ed. Perspectiva), O texto no teatro (1989, ed. Perspectiva), Cem anos de teatro em São Paulo (2000, com Maria Thereza Vargas, ed. Senac), Depois do espetáculo (2003, ed. Perspectiva), Teatro da ruptura: Oswald de Andrade (2004, Global Editora), Teatro sempre (2006, ed. Perspectiva) e Amor ao teatro (2015, Edições Sesc), entre outros.

Foi um dos primeiros a reconhecer o talento de Nelson Rodrigues, nos anos 1950, quando a obra rodriguiana recebia ataques da crítica moralista e conservadora. Em 1980, a pedido de Nelson Rodrigues, de quem era amigo pessoal, organizou uma edição do teatro completo do dramaturgo. O crítico alinhou as 17 peças levando em conta os estilos e procedimentos dramáticos. As peças de Nelson Rodrigues passaram a ser categorizadas como psicológicas, míticas e tragédias cariocas.

Não era um crítico dono da verdade. O teor relativo de suas análises às vezes estava no próprio texto. Sobre a obra rodriguiana publicou uma autocritica em Dramaturgia e Encenações, revendo a apreciação publicada anteriormente no Panorama: “Formado na estética da sobriedade europeia, eu não admitia os extravasamentos, para mim de mau gosto. Hoje, estou convencido de que o melodramático dos textos rodriguianos corresponde à permanência de uma estética popular, que vai da oratória e da frase feita à chanchada. Sou obrigado a reconhecer que também nesse particular o dramaturgo revelava sua profunda brasilidade”.

Também reconheceu o engano quanto a Oswald de Andrade – o modernista foi tema de sua tese de Doutoramento pela Universidade de São Paulo, depois publicada em livro com o título Teatro da Ruptura: Oswald de Andrade. No seu Panorama do Teatro Brasileiro atestava que O Rei da Vela era impraticável de ser levado palco por suas características literárias.

Foi o primeiro secretário municipal de Cultura de São Paulo, quando o cargo foi criado na gestão do prefeito Olavo Setúbal (1975-1979).

Casado por 38 anos com a escritora catarinense Edla Van Steen, era pai de dois filhos. “Ele era casado com o teatro”, comentou Edla várias vezes, que o acompanhava a todos os espetáculos.

Sábayo tinha um olhar apurado para reconhecer talentos de diretores, dramaturgos e atores. Na década de 1960 apontou Plínio Marcos, Leilah Assunção José Vicente, Antônio Bivar e Consuelo de Castro como figuras que ajudaram na renovação da dramaturgia no Brasil. José Wilker, em começo de carreira, recebeu os elogios de Magaldi em O Arquiteto e o Imperador da Assíria (1970, direção de Ivan de Albuquerque,): “já aparece como ator completo, e dominando como poucos a expressão corporal. Dotado de espantosa agilidade, ele é bem o arquiteto de Arrabal, ser primitivo que reina sobre os elementos na ilha deserta”.

A geração de Sábato Magaldi apostou na crítica teatral como instrumento de reflexão a partir de sólida formação humanista. Ele gostava de afirmar que, se acertou em 10% do que escreveu, estava satisfeito.

Ano passado, lançou o livro Amor ao teatro, organizado por Edla Van Steen, reunindo 783 textos críticos, escritos para o Jornal da Tarde entre 1966 e 1988. São 1.224 páginas. Sábato foi crítico teatral desse jornal paulista por 22 anos.

No artigo Sobre a crítica (Teatro em foco. São Paulo: Perspectiva, 2008), Sábato apontava critérios que, a seu ver, deveriam nortear o crítico teatral. Entre elas: identificar a proposta do espetáculo e avaliar se ela foi concretizada a contento em todos os aspectos da encenação: o diretor, os intérpretes, o dramaturgo, o cenógrafo, o figurinista, iluminação, etc.

Clareza, objetividade e honestidade são preceitos básicos na sua visão. Isso acompanhado de um comportamento ético. O crítico não deveria se influenciar por amizades ou desafetos e, para ele, era imprescindível deixar a ranzinzice fora do teatro e longe da mente da hora de escrever. Também alertava que um comentário mais severo não precisa ser rude ou grosseiro. Enfim, uma prática intelectual que deveria ser exercida por pessoas capacitadas, como deveriam ser a profissão de políticos e outras funções públicas que exercem influência nos destinos do país.

Quando Amor ao Teatro foi lançado, o jornalista e crítico teatral Nelson de Sá, da Folha de S.Paulo, enviou para alguns blogs e sites perguntas sobre Sábato Magaldi, para reportagem que foi publicada no jornal paulistano. A seguir as perguntas e respostas do Satisfeita, Yolanda?, sobre esse intelectual que escrevia com elegância, acuidade analítica e generosidade.

Fotomontagem para o lançamento do livro Amor ao Teatro. Foto: Edições Sesc/Divulgação

Fotomontagem para o lançamento do livro Amor ao Teatro. Foto: Edições Sesc/Divulgação

Entrevista // Ivana Moura, sobre Sábato Magaldi

Sábato serviu de modelo para você em algo específico, na prática? Algum livro dele foi mais significativo? A influência dele sobre você, se houve, foi mais como crítico de jornal, como editor (de Nelson Rodrigues, por exemplo) ou como historiador do teatro?
Como sabemos o teatro é uma arte efêmera, cada sessão é única e nada será exatamente repetido. E se hoje é muito fácil conseguir vídeos, informações imediatas, há 20 ou 30 anos isso era muito complicado. Então os escritos de Décio de Almeida Prado e Sábato Magaldi ganharam além da dimensão histórica, também uma formativa e informativa. Somos todos devedores a ambos. Para quem mora no Nordeste isso ficava mais evidente e esses textos se tornaram valiosos. Eles direcionaram o nosso olhar e colaboraram na construção da subjetividade e do gosto estético. É lógico que os escritos dos dois vinham impregnados pela ruptura do se fez no início do século 20. Estavam antenados com seu tempo. Absorveram uma nova onda de valores estéticos que chegaram aos palcos do país, a partir da década de 1940, na esteira da vinda dos diretores Zbgniev Ziembinski e Louis Jouvet (ambos aportaram no Brasil no final da década de 1930, fugidos da Guerra). Era uma nova forma de análise dos espetáculos, diferente da que se praticava até então. Comprometidos com a renovação teatral, eles lançaram sementes, com seus textos para diretores, atores e grupos, além de estudantes e futuros críticos. Primeiro, Décio, depois Sábato. Primeiro através dos jornais, que chegavam com atraso de um dia, depois dos livros. Eles foram críticos cúmplices, mas pautados por um determinado modelo. A maneira de pensar a cena ampliava o escopo desses profissionais da função de críticos jornalísticos para o papel de historiadores culturais. Todos os livros de Sábato são importantes para mim. Iniciação ao Teatro foi o livro dos primeiros passos. Panorama do Teatro Brasileiro foi fundamental (apesar de sempre achar que essa amplitude de brasileiro não abarcava a multiplicidade do que existia fora do eixo Rio-São Paulo). Aspectos da Dramaturgia Moderna foi livro de cabeceira durante algum tempo. O que mais admiro é o trabalho que ele desenvolveu sobre a obra de Nelson Rodrigues. Foi ele que lançou luz sobre a amplitude da obra do Nelson, dissecou questões, desafiou outras posições, e defendeu esses textos como poucos. É um valioso trabalho.

Sábato detalhou uma fórmula para a crítica teatral: Detectar a proposta da peça, julgar sua qualidade e salientar sutilezas, escrevendo com clareza, honestidade e conhecimento da história do teatro. À luz do que você mesma escreve, hoje, você ainda considera esses conselhos úteis? Alteraria alguma coisa? Priorizaria qual ou quais deles?
Os conselhos de Sábato são úteis, mas para analisar o teatro contemporâneo esse modelo é insuficiente. Todos os pontos da fórmula são válidos. Mas a profusão de significados e ressignificações exigem outras ousadias. Sábato Magaldi é o mais profícuo dos críticos, publicou mais livros sobre história do teatro brasileiro e ainda faz atualização de sua obra. Mas ele mesmo utilizava superlativos e adjetivos que são pouco convincentes para a feitura de uma crítica de espetáculo hoje.

Em suma, o que diferencia o que você faz no Satisfeita, Yolanda? do que ele fazia no JT?
Acho que os críticos de hoje podem até usar as bengalas das fórmulas da crítica moderna, essa que Sábato nos ensinou, mas têm que ampliar horizontes nas contextualizações desse mundo, em que mais ninguém é senhor absoluto de um julgamento estético da cena. Vivemos de incertezas, os riscos são grandes. E não temos nenhuma hegemonia, como ocorreu a vida inteira com o Sábato.

Sábato descrevia Décio de Almeida Prado como “mestre de todos os que o secundaram”, ele inclusive, Sábato. O que os escritos de Sábato têm de diferente em relação a Décio?
Décio de Almeida Prado sempre me pareceu o mais sóbrio, o mais equilibrado dos críticos brasileiros. E com um vocabulário com menos adjetivos. Aquele que nas suas análises criava hipóteses para defender. Seu livro Exercício findo me orientou durante muito tempo, como os jovens artistas plásticos a imitar os mestres nos trabalhos.

Sábato Magaldi sistematizou obra de Nelson Rodrigues. Foto: Carlos/Cedoc/ Funarte

Sábato Magaldi sistematizou obra de Nelson Rodrigues. Foto: Carlos/Cedoc/ Funarte

Depoimentos

“Com a morte do professor Sábato Magaldi fecha-se, ao menos em termos cronológicos (mas não de influência) o ciclo da crítica ao teatro moderno no Brasil. Os dois outros grandes críticos centrais dessa cena (no meu ponto de vista) foram Décio de Almeida Prado e Anatol Rosenfeld. A estes o teatro deve, além da atividade crítica e pedagógica propriamente ditas, a colaboração na construção de uma cena nova, a partir dos anos 40 do século passado. Foram eles os incentivadores e em certa medida os orientadores informais de toda uma geração de artistas, na época em que os sistemas estéticos ainda eram mais firmes e a crítica ainda podia fazer valorações categóricas a partir deles. Sábato Magaldi deixa também obras de referência na área da Historiografia e estudos pontuais ainda hoje indispensáveis, sobretudo em torno da dramaturgia. A compreensão das obras de Nelson Rodrigues e Jorge Andrade, por exemplo, não seria a mesma sem ele. Evoé, jovens críticos vivos! É bom não esquecer que quando se está procurando caminhos novos para o teatro e a crítica é com uma História deste tamanho que querendo ou não se está dialogando. Quem chamou para si a tarefa tem que honrar, do seu modo próprio e autônomo, essa geração.”
Kil Abreu, jornalista e crítico teatral

“Exemplo de grandeza humana e intelectual, a morte de Sábato Magaldi me deixa em completo desalento, sinto-me enlutado. Em 1982 me recebeu para fazer prova de ingresso no mestrado e, desde então, nos tornamos amigos; mais que amigos, tivemos uma relação de mestre-discípulo, sem nenhuma cartilha a ser seguida. Deixava-nos livres para pensar, duvidar. Ele “pegou-me pela mão” e, como um pai, foi muito afetivo. Com sua solidez de conhecimentos e sua tenacidade crítica, apresentou-me um “outro” teatro brasileiro, cheio de nuanças e ambiguidades. Suscitava o desejo permanente de estudarmos a História do Teatro Brasileiro. E, sob sua orientação, pude concluir minha dissertação de mestrado (1989) e a tese de doutorado (1991), sobre o Teatro de Amadores de Pernambuco, cujo resultado foi publicado pela CEPE e SESC Pernambuco, em 2011: TAP – SUA CENA & SUA SOMBRA: O Teatro de Amadores de Pernambuco (1941-1991), para cuja edição escreveu o prefácio. Sou extremamente grato a este homem de teatro, este homem singular, que foi movido pelo amor à docência e ao teatro. Um HOMEM como poucos”.
Antonio Cadengue, encenador

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A valentia da João Pernambuco

Programação da Mostra A Porta Aberta desca trabalho dos alunos. Foto: Lorena Lopez

Programa A Porta Aberta destaca trabalhos dos alunos. Samuel Siebra em A Roda. Foto: Lorena Lopez

A peça Doroteia, Nelson Rodrigues, é um oásis para investigação da complexidade da vida psíquica. Convivem numa casa feita só de salas três viúvas beatas, uma prostituta reformada, a mãe de um noivo, uma adolescente que nasceu morta, mas não sabe, homens apenas nomeados – o Nepomuceno, que impõe as chagas e o noivo Eusébio, o filho morto. Além de alguns objetos como o jarro e as botinas desabotoadas que funcionam como símbolos de virilidade.

A náusea e o defeito de visão perpassam tudo e todos nesta peça de interditos da pulsão da vida, da negação da intimidade e dos segredos de alcova pelas três viúvas, D. Flávia, Carmelita e Maura, que encarnam o horror ao sexo. E a volúpia da protagonista.

A turma concluinte Curso Básico de Teatro da Escola Municipal de Artes João Pernambuco encena esse texto no encerramento da Mostra cênica A Porta Aberta. A apresentação será nesta terça-feira, às 20h, na Várzea, sob direção de Júnior Foster. Nesta mesma noite também será exibido o Cortejo Performático Aonde Nossa Lembrança se Esconde, sob Coordenação Fred Nascimento.

A 17ª edição de A Porta Aberta começou na segunda-feira recheada de produções teatrais e outras atividades como, oficinas, contação de histórias, palestras. O evento prestou homenagem a Noêmia Varela, uma das maiores arte-educadoras do país, fundadora da Escolinha de Arte do Recife.

Entre as ações dos convidados, o jornalista e pesquisador Leidson Ferraz lançou o livro Panorama do Teatro para Crianças em Pernambuco. A pesquisadora Liana Gesteira ministrou oficina sobre os editais do Funcultura. E o grupo Totem promoveu uma aula aberta sobre o processo de criação da pesquisa Rito Ancestral Corpo Contemporâneo e da performance Retomada. Também passaram pela programação o Coral da UFRPE e do Grupo de Flauta Doce da EMAJP.

Viva la vida. Foto: Fernando Figueiroa

Viva la vida. Foto: Fernando Figueiroa

As produções da escola são assinadas por Tatiana Pedrosa, Junior Foster, Givaldo Tenório e Fred Nascimento, com as temáticas Cenas Breves, Ator Narrador, Minha Infância Querida e Experimentos Brechtianos. Um dos trabalhos apresentados foi Viva la Vida, inspirado no universo mexicano da pintora Frida Kahlo e da Festa de Los Muertos, assinado por Fred Nascimento.

No vídeo Fred fala sobre a João Pernambuco e o projeto A Porta Aberta, além de trechos dos trabalhos apresentados.

SERVIÇO
17º A Porta Aberta – 2016.1 – De 13 a 21 de junho de 2016
Escola Municipal de Arte João Pernambuco/PCR.
Av. Barão de Muribeca, 216 – Várzea – Recife – fone: 3355-4092 / 93 / 94.

17º A Porta Aberta
PROGRAMAÇÃO

Segunda (13)

16h –  Apresentação do Grupo de Flauta Doce da EMAJPE – coord. Prof. Rogério Wanderley

17h30 – Lançamento do livro Panorama do Teatro Para Crianças em Pernambuco, do jornalista e pesquisador Leidson Ferraz

19h – Homenagem à Noêmia Varela.

Alice no País das Emoções – Teatro
Oficina de Teatro da EMAJPE
Criação Coletiva

Exercícios Teatrais de Ator-narrador – Teatro
Urubu – Leonardo Leitão
A Roda – Samuel Siebra
Demônio – Patrícia Casavelha
Curso Profissional de Teatro – 3º período
Coordenação Fred Nascimento

Minha Infância Querida – Teatro
Curso Básico de Teatro
Texto Maria Clara Machado
Direção Givaldo Tenório

Diário de um Louco – Teatro
Curso Profissional de Teatro – 1º período
Texto Gogol
Direção Patrícia Barreto

Terça (14)

15h30 – Palestra Teatro para Infância: a experiência do Núcleo de Pesquisa em Teatro para Infância (NUPETI) da UFPE, com Waldomiro Ribeiro – Local: biblioteca.

16h30 – Audição de violões – Prof. Antero Madureira – Local: teatro
Andino/A. Cano – Maria Inês Aguiar
Prelúdio/Henrique Pinto e Minha Fogueira/Folclore Russo – Larissa Chevtchenko
Minha Fogueira/Folclore Russo – Manuel Batista
Valsa/F.Carulli – Márcia Amori

17h – Contação de Histórias para Crianças – Mitafá

19h Cenas Breves – Teatro
Oficina de Teatro
Profª Tatiana Pedrosa

Exercícios Teatrais de Ator-narrador – Teatro
O Menor que Pôde Ser – Denise Mendonça
Uma Flor Venenosa – Gabi Pires
Olorum – Daiana Fernanda
Curso Profissional de Teatro – 3º período
Coordenação Fred Nascimento

Katastrophè – Teatro Dança
D’Improvizzo Gang
Direção Paulo Michelloto

BRÁÁ !!!– Teatro
A Casa Coletivo de Teatro
Criação e direção coletiva

Quarta (15)

16h – Oficina de Projetos do Edital Funcultura – Liana Gesteira – equipe do RecorDança

17h30 – Coral da UFRPE – Regência Evani Barbosa

19h – Audição de violão – alunos de música – prof. Mateus

Em Que Direção? – Dança
Grupo J D Dance
Daiana Fernandes e Jhonatas Reis
Criação Coletiva

Hoponopono – performance sonora
Curso Profissional de Teatro – 3º período
Prof. Márcio Beltrão

Teresinha – Teatro
Dramaturgia e atuação Rafael Paixão

Experimentos Brechtianos – Teatro
Curso Básico de Teatro – 2º período diurno
Direção Júnior Foster

Exercícios Teatrais de Ator-narrador – Teatro
Teresa – Edilsa Leão
Lixo? – Alexandre Lopes
O Ateu – Fabiano Leão
Curso Profissional de Teatro – 3º período
Coordenação Fred Nascimento

O Mentiroso – Teatro
Curso Básico de Teatro – 1º período
Texto Jean Cocteau
Direção Patrícia Barreto

Quinta (16)

16h – Pesquisa Rito Ancestral Corpo Contemporâneo – palestra/aula sobre a pesquisa Rito Ancestral Corpo Contemporâneo e o processo de criação da performance Retomada – grupo Totem.

19hExperimentos Brechtianos – Teatro
Curso Básico de Teatro – 2º período noturno
Direção Júnior Foster

Persuasão – performance
Coletivo Filhos do Sol
Direção Lito Veríssimo e Patrícia Casavelha

Exercícios Teatrais de Ator-narrador – Teatro
Os Desiludidos do Amor – Kelvin Luiz
Apaixonite – Joselito Veríssimo
A felicidade – Tatá Ferreira e Alison Felipe
Curso Profissional de Teatro – 3º período
Coordenação Fred Nascimento

Viva La Vida – Teatro performático
Recorte de textos de Eduardo Galeano, Pablo Neruda, Vladimir Maiakovski e outros autores.
Curso Profissional de Teatro – 4º período
Dramaturgia e encenação Fred Nascimento

Terça (21)
19h – Aonde Nossa Lembrança se Esconde – Cortejo Performático
Curso Básico de Teatro – 3º período
Coordenação Fred Nascimento

20hDoroteia – Teatro
Curso Básico de Teatro – 4º período
Texto Nelson Rodrigues
Direção Júnior Foster

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