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Trema!Festival traz recorte significativo da cena contemporânea ao Recife

 

Altamira, com Gabriela Carneiro da Cunha. Foto: Nereu JR / Divulgação

Feedback, espetáculo da companhia de dança portuguesa CRL-Central Elétrica

As reverberações que um festival de teatro pode provocar numa cidade são significativas. Quando pensamos que o Brasil possui dimensão continental e que a circulação de obras é dificultada por inúmeros fatores, a realização de um festival se torna ainda mais relevante. É um momento para que o público em geral possa ter acesso a obras que talvez não chegassem aos palcos da cidade de outra forma, para acompanhar o que está sendo produzido noutros lugares. Ou para ver espetáculos produzidos por artistas locais, mas que você ainda não teve chance de conferir noutras temporadas.

Para os artistas, essa dimensão da importância de um festival é amplificada. Passa pela formação: assistir, dialogar, pensar noutras possibilidades, estabelecer relações estéticas, se deixar permear pelo trabalho do outro.

Mas tudo isso depende em boa parte da proposta da curadoria do festival. Adianta menos ter um festival que não consegue traçar apontamentos, revelar relevâncias, propor discussões e diálogos. Por isso tudo, o Trema!Festival, produzido por Pedro Vilela, se mostra importante para a cena pernambucana, assim como outros festivais como o Festival de Teatro do Agreste (Feteag), produzido por Fábio Pascoal, e o Reside Lab – Plataforma PE – Festival Internacional de Teatro, de Paula de Renor.

Nesta programação do Trema! que começou no último dia 19, há 27 montagens de vários lugares do país, além de México, Chile e Portugal. A primeira rodada de espetáculos e atividades, chamada de Lado A, vai até o dia 24; e a segunda, Lado B, vai de 26 de abril a 1º de maio, nos Teatros Apolo-Hermilo, Marco Camarotti e Luiz Mendonça, no Recife; e Galpão das Artes, em Limoeiro; Reduto Coletivo, em Surubim; e Caverna Coletivo, em Olinda.

Entre os internacionais, um dos destaques é a companhia de dança portuguesa CRL-Central Elétrica, que abriu o Trema! em 2017 com o espetáculo Noite. Agora, eles apresentam Feedback, nos dias 29 e 30 de abril, às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho.

Entre os espetáculos nacionais, além do imperdível Encantado, de Lia Rodrigues, que abriu a programação, outra indicação é Altamira 2042, solo da atriz Gabriela Carneiro da Cunha que cumpriu temporada recente no Sesc da Avenida Paulista, em São Paulo. É um espetáculo que usa da tecnologia e monta uma instalação sonora e audiovisual para tratar de Belo Monte e das consequências da construção da barragem de Belo Monte a partir de testemunhos de pessoas da comunidade.

A atriz Renata Carvalho volta ao Recife com Manifesto Transpofágico, seu espetáculo mais recente. Renata aproveita a oportunidade do festival para lançar o livro com o texto da peça.

Confira conversa com Renata Carvalho durante lançamento do Manifesto Transpofágico em São Paulo.

Delirantes e Malsãs, do coletivo No barraco da Constância Tem!, que vem ao Recife pela primeira vez

Outras indicações seriam os espetáculos do coletivo No barraco da Constância Tem!, de Fortaleza, que vai ao Recife pela primeira vez com dois espetáculos: Mystura Tropycal, no dia 29 de abril, às 20h30, no Teatro Apolo, e Delirantes e Malsãs, no dia 30 de abril, às 16hs.

Nesta quinta-feira, o Trema! publicou que decidiu que todos os espetáculos da programação terão ingressos gratuitos. Quem já havia comprado, vai ser ressarcido e terá o nome colocado numa lista de presenças do respectivo espetáculo.

Confira a programação completa de espetáculos do Trema!Festival:

PROGRAMAÇÃO TREMA!FESTIVAL

LADO A

Essa Menina. Foto: Ricardo Maciel

Essa Menina (Teatro de Fronteira e Coletivo Lugar Comum|PE) [abertura de processo] [espetáculo acessível em libras]
21 abril (quinta-feira), no Memorial de Medicina e Cultura da UFPE, às 18h

Primeiro episódio da palestra-performance-novela. Cinco décadas de futuro, passado e presente, em que se cruzam a memória pessoal da performer e narrativas do feminismo latino-americano. Aos nove anos, Roberta escreve o melodrama Essa Menina, potente lembrança de sua infância cercada por mulheres-artistas e pelo imaginário novelesco e midiático da cultura brasileira de seu tempo. Cenas de abuso, machismo e silenciamento antecipam a dramaturgia de toda uma vida, em que buscamos ecos coletivos.

Realização: Coletivo Lugar Comum, Departamento de Artes da UFPE e Teatro de Fronteira.
Produção geral: Roberta Ramos e Rodrigo Dourado
Performer: Roberta Ramos
Diretor geral: Rodrigo Dourado
Figurinista e designer: Júlia Gusmão
Acordeon: Ana Maria Ramos
Preparação corporal na técnica do tango: Cláudio Sobral
Concepção e operação de luz: Luciana Raposo
Fotografia, edição e operação de áudio: Ricardo Maciel
Captura e tratamento de imagens: Jonas Alves
Gravação de áudios da peça Essa Menina: Ana Maria Ramos e Roberta Ramos
Apoio de Produção: André Padilha
Apoio: Diretoria de Cultura da UFPE-Proexc, Memorial da Medicina e Cultura da UFPE.
Duração: 50 min
Indicação etária: Livre

Narrativas encontradas numa garrafa pet

Narrativas encontradas numa garrafa pet na beira da maré (Grupo São Gens de Teatro|PE)
21 abril (quinta-feira), no Teatro Hermilo Borba Filho, às 20h30 [espetáculo acessível em libras]

Uma dramaturgia criada a partir da vivência do dramaturgo na comunidade ribeirinha da Ponte do Pina – Recife/PE, onde o autor e sua família encontram a subsistência de sua rede familiar através da pesca artesanal de Marisco e Sururu. O espetáculo traz à cena o universo do mangue, das palafitas, da maré e a diversidade dos sujeitos e suas narrativas, discutindo temas como: homofobia, estupro, assédio, machismo, violência policial, racismo e vulnerabilidade social. Deste modo, o espetáculo coloca em evidência o espaço urbano da cidade do Recife e sua relação com as margens, e visa discutir os problemas inerentes ao fluxo contínuo de uma favela, revelando suas poeticidades e mazelas cotidianas.

Direção e dramaturgia: Anderson Leite
Figurino: André Lourenço
Iluminação e cenografia: Anderson Leite
Sonoplastia: Arnaldo do Monte
Elenco: Anderson Leite, André Lourenço, Cristiano Primo, Fagner Fênix, HBlynda
Morais e Monique Sampaio
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 16 anos

Marconi Bispo em re_Luzir. Foto: Felipe Peres Calheiros e Ilda de Sousa

re_Luzir (Marconi Bispo|PE) [estreia]
22 abril (sexta-feira), no Teatro Marco Camarotti, às 19h [espetáculo acessível em libras]

De outubro de 2016 a março de 2020, Marconi Bispo protagonizou o espetáculo autobiográfico Luzir é Negro!. Foram trinta e nove sessões e na última praticamente saiu de cena para o isolamento que a covid-19 nos obrigou. re_Luzir é o esboço cênico da retomada do ator Marconi Bispo: re_ssurgência, re_fluxo, re_volução, re_nascimento, re_começo. Tudo está valendo para definir e direcionar uma existência negra num país onde células nazistas crescem exponencialmente.

Dramaturgia, Encenação e Produção Executiva: Marconi Bispo
Supervisão Dramatúrgica e Assistência de Direção: Henrique Fontes
Direção de Imagens: Lia Letícia
Iluminação: Natalie Revorêdo
Música: Miguel Mendes e Marconi Bispo
Crédito das Fotos: Felipe Peres Calheiros e Ilda de Sousa
Designer Gráfico: Marcelo do Ó
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 14 anos

Tijuana, peça mexicana

Tijuana (Lagartijas tiradas al sol |MX)
22 abril (sexta-feira), no Teatro Apolo, às 20h30 [espetáculo acessível em libras]

O que significa democracia no México para milhões de pessoas que vivem com o salário mínimo? O que esperamos da democracia hoje? O que esperamos da política além da democracia? A economia condiciona a forma como experimentamos a política e as expectativas que temos.
Partindo dessa premissa, Tijuana encena a experiência de Lázaro Gabino Rodríguez, convertido por seis meses em Santiago Ramírez, morador de Tijuana (Baja California), sob condições específicas que o separaram de seu mundo habitual, do qual permaneceu incomunicável. A encenação busca narrar essa experiência e explorar as possibilidades de representação. Ser outra pessoa, tentar viver a vida de outra pessoa. Personificar outra pessoa. Isso não é atuar?

Um projeto de Lázaro Gabino Rodríguez
Baseado em textos e ideias de Andrés Solano, Arnoldo Gálvez Suárez, Martín Caparrós e Günter Wallraff
Co-direção: Luisa Pardo
Iluminação: Sergio López Vigueras
Pintura de cenário: Pedro Pizarro
Design de som: Juan Leduc
Vídeo: Chantal Peñalosa e Carlos Gamboa
Colaboração artística: Francisco Barreiro
Este projeto faz parte de “Democracia no México (1965–2015)”
Duração: 60 min
Indicação etária: 16 anos

Receita para se fazer um monstro

Receita para se fazer um monstro (Reduto CenaLab|PE)
22 abril (sexta-feira), no Galpão das Artes, às 19h30 [descentralização – Limoeiro]

Um homem convida você para um reencontro, para uma reunião, uma revisita. Uma cerimônia, uma demonstração ou tentativa de algo. Ele convida você para este momento, e conta muito com sua presença – mas no fundo, não acredita muito que você vá. Pronto para dividir suas memórias que permanecem espalhadas em sua casa, este homem tenta organizá-las para compartilhar com você, o caminho que o fez chegar até aqui.

Direção: André Chaves
Atuação: Igor Lopes
Texto original: Mário Rodrigues
Dramaturgia: André Chaves e Igor Lopes
Duração: 50 min
Indicação etária: 16 anos

Meia-Noite. Foto: Anderson Stevens

Meia Noite (Orun Santana|PE)
23 abril (sábado), no Teatro Hermilo Borba Filho, às 18h

Corpo, ancestralidade, afeto e memória. Em Meia Noite, o público se conecta com a história de Orun Santana e seu mestre e pai. A obra revela ainda princípios motores e imagéticos do corpo do brincante, dançador, fruto de uma relação com o Daruê Malungo, seu espaço de trocas e vivência fonte em atrito com as relações de poder e dominação do corpo negro na contemporaneidade.

Intérprete-criador e diretor: Orun Santana
Consultoria artística: Gabriela Santana
Trilha Sonora: Vitor Maia
Iluminação: Natalie Revorêdo
Cenografia e figurino: Victor Lima
Produção: Danilo Carias | Criativo Soluções
Duração: 60 min
Indicação etária: Livre

Luisa Pardo em Veracruz,nos estamos deforestando o como extrañar Xalapa

Veracruz, nos estamos estamos deforestando o como extrañar Xalapa (Lagartijas tiradas al sol|México)
23 abril (sábado), no Teatro Apolo, às 19h30 [espetáculo acessível em libras]

Conferência performativa que expõe a relação de Luisa Pardo com o lugar onde cresceu, um paraíso tropical onde nasceram suas bisavós, seus avós e seu pai. Essa peça relata a política, a liberdade de expressão e a violência neste estado, tomando como eixo o assassinato de Nadia Vera e Rubén Espinosa, na Cidade do México, e várias vozes de Veracruz que geram um mapa, um panorama mais amplo do que está acontecendo em neste lugar. Veracruz contém em seus territórios a rota que Cortés começou a conquistar México-Tenochtitlán. Veracruz é uma estreita faixa de terra com litoral e montanhas, muita pobreza e violência, assassinatos, desaparecimentos e silêncio.

Criação: Luisa Pardo
Colaboração artística: Lázaro Gabino Rodríguez
Projeto de iluminação: Sergio López Vigueras
Agradecimentos: Shantí Vera, Carlos López Tavera, Jerónimo Rosales, Josué, Amanda, Julián Equihua, Quetzali Macías Ascencio, Georgina Macías, Cuauhtémoc Cuaquehua Calixto, Luis Emilio Gomagú.
Este projeto faz parte de “Democracia no México (1965–2015)
Duração: 60 min
Indicação etária: 16 anos

Ainda escrevo para elas

Ainda escrevo para elas (Natali Assunção, Analice Croccia e Hilda Torres|PE)
23 abril (sábado), no Galpão das Artes, às 19h30 [descentralização – Limoeiro]

É sobre liberdade e aprisionamento. É sobre escuta e fala. Partindo de 11 relatos de mulheres de realidades sócio-econômica-culturais diferentes, o monólogo documental Ainda escrevo para elas nos convida a um mergulho em narrativas sobre liberdade e aprisionamento no cotidiano das mulheres.

Idealização, realização, dramaturgia e elenco: Natali Assunção
Direção, direção de arte e operação de som: Analice Croccia
Direção: Hilda Torres
Criação de luz: Natalie Revorêdo
Assistente de criação de luz e técnico de luz: Domingos Júnior
Preparação corporal: Gabriela Holanda
Figurino: Orlando Neto
Produção: Memória em chamas
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 16 anos

Fuck her, performance com Ludmilla Ramalho

Fuck Her (Ludmilla Ramalho|MG)
21 abril (quinta-feira), no Espaço Cênicas, às 19h

Fuck her, em tradução livre, significa “foda-a” ou “coma ela”, expressão de conotação sexual com aspecto de violência. A fúria do termo em inglês, no entanto, é desarticulada pelo jogo com o termo “pinto” que designa, em português, tanto o falo masculino quanto o singelo filhote da galinha, que descobrimos ser o verdadeiro agente do consumo do corpo feminino.

Idealização e performer: Ludmilla Ramalho
Duração: 40 min
Indicação etária: Livre

Grand Finale, com o grupo cearense As 10 Graças

Grand finale (As 10 Graças|CE)
23 abril (sábado), no Coletivo Caverna, às 16h [descentralização – Olinda]
24 abril (domingo), no Recife Antigo, às 16h

Das lonas de circo ao sistema público de saúde. Dos semáforos às catracas de ônibus. Do ingresso comprado à fatura vencida. Pela primeira e última vez o sensacional enforcamento do trabalhador da cultura em praça pública.

Direção: As 10 Graças
Atuação: David Santos e Igor Cândido
Sonoplastia: Alysson Lemos/Lissa Cavalcante
Produção: Alysson Lemos
Duração: 45 min
Indicação etária: Livre

Solo Fértil. Foto; Rogério Alves

Solo fértil (Coletiva Semente de Teatro|PE)
24 abril (domingo), no Teatro Marco Camarotti, às 18h

O monólogo traz os ecos das vozes da terra, desse colo farto onde está plantado nosso passado, presente e de onde virá nosso futuro. É sobre nos relembrar que tão quanto plantar é importante cultivar, nutrir, cuidar. É também sobre a consciência de que não estamos sozinhos, que somos uno, húmus, humano, histórias, medos e sonhos. Juntos.

Direção e dramaturgista: Quiercles Santana
Atriz, dramaturgista e autora: Ludmila Pessoa
Dramaturgista: Malu Vieira
Iluminação: Natalie Revorêdo
Direção de arte: Analice Croccia
Músico: Hercinho
Produção: Natali Assunção
Fotografias: Rogerio Alves
Realização: Coletiva Semente de Teatro
Duração: 40 minutos

LADO B

Altamira 2042 (Gabriela Carneiro da Cunha|RJ)
26 abril (terça-feira), no Teatro Marco Camarotti, às 18h [espetáculo acessível em libras] e às 20h30

Instauração performativa criada a partir do testemunho do rio Xingu sobre a barragem de Belo Monte. Aqui todos falam através de um mesmo dispositivo techno-xamânico: caixas de som e pen drives. Uma polifonia de seres, línguas, sonoridades e perspectivas tomam o espaço para abrir a escuta do público para vozes que tantos tentam silenciar. Assim a Barragem de Belo Monte vai deixando de ser simplesmente uma obra para se tornar o mito do inimigo.

Idealização e concepção: Gabriela Carneiro da Cunha
Direção: Gabriela Carneiro da Cunha e Rio Xingu
Diretor assistente: João Marcelo Iglesias
Assistente de direção: Clara Mor e Jimmy Wong
Orientação de direção: Cibele Forjaz
Orientação da pesquisa e interlocução artística: Dinah de Oliveira e Sonia Sobral
Texto originário: Eliane Brum
“Trematurgia”: Raimunda Gomes da Silva, João Pereira da Silva, Povos indígenas Araweté e Juruna, Bel Juruna, Eliane Brum, Antonia Mello, Mc Rodrigo – Poeta Marginal, Mc Fernando, Thais Santi, Thais Mantovanelli, Marcelo Salazar e Lariza
Montagem de vídeo: João Marcelo Iglesias, Rafael Frazão e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem textual: Gabriela Carneiro da Cunha e João Marcelo Iglesias
Desenho sonoro: Felipe Storino e Bruno Carneiro
Figurino: Carla Ferraz
Iluminação: Cibele Forjaz
Concepção instalativa: Carla Ferraz e Gabriela Carneiro da Cunha
Realização instalativa: Carla Ferraz, Cabeção e Ciro Schou
Tecnologia, programação e automação: Bruno Carneiro e Computadores fazem arte.
Criação multimídia: Rafael Frazão e Bruno Carneiro
Design visual: Rodrigo Barja
Trabalho corporal: Paulo Mantuano e Mafalda Pequenino
Imagens: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Clara Mor e Cibele Forjaz
Pesquisa: Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Cibele Forjaz, Clara
Mor, Dinah de Oliveira, Eliane Brum, Sonia Sobral, Mafalda Pequenino e Eryk Rocha
Diretora de produção: Gabriela Gonçalves
Co-produção: Corpo Rastreado e MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo
Realização: Corpo Rastreado e Aruac Filmes
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Kalash. Foto: Thiago Neves

Kalash (Coletivo Resiste|PE)
26 abril (terça-feira), no Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h [espetáculo acessível em libras]

Ensaio crítico e iconográfico sobre os dias que vivemos. É sobre autoritarismo, negacionismo, extremismo religioso, ódio, assassinato em massa e as diversas formas de apagamento, de aniquilamento e de silenciamento das vozes divergentes. A que futuro a falta de diálogo e empatia podem nos levar? Nós não respondemos. Nós perguntamos.

Dramaturgia e direção: Quiercles Santana
Atores-pesquisadores: Bruna Luiza Barros, Sandra Rino e Tatto Medinni
Produção executiva: Carla Navarro
Iluminação: Luciana Raposo
Preparação corporal: Tatto Medinni
Direção musical: Kleber Santana
Coreografias: Sandra Rino
Direção de arte: Coletivo Resiste!
Cenotécnico: Flávio Freitas
Arte gráfica e social media: Bruna Luiza Barros
Duração: 2h
Indicação etária: 16 anos

Estesia, uma experiência híbrida de som e luz

Estesia convida Coelho Radioativo (PE/PT)
27 abril (quarta-feira), no Teatro Apolo, às 20h

Estesia é o encontro dos produtores musicais Miguel Mendes e Tomás Brandão, com o cantor e compositor Carlos Filho e o iluminador cênico Cleison Ramos que, em conjunto, elaboraram e realizam um espetáculo imersivo amparado por recursos tecnológicos. O Estesia convida o público a acompanhar uma experiência híbrida de som e luz, onde a música conduz o espetáculo através do remix do gênero canção e de paisagens sonoras urbanas, electrónicas e abstratas. As ações do Estesia envolvem uma estrutura dinâmica de som e luz adaptável a espaços diversos que não somente palcos de música.

Sophia William e Nilo Pedrosa em Mar fechado

Mar fechado (Teatro Agridoce|PE)
28 abril (quinta-feira), no Teatro Marco Camarotti, às 19h [espetáculo acessível em libras]

Retrato fluido sobre a vida de Janaína e Caetano, que trazem consigo uma ligação com as religiões de matrizes africanas. Eles se perdem no vasto oceano social moderno à procura de algo que não se pode tocar, nem ver.

Dramaturgia: Nilo Pedro e Sophia William
Direção: Aurora Jamelo e Flávio Moraes
Elenco: Nilo Pedrosa e Sophia William
Coreografia e preparação de elenco: Sophia William
Cenografia: Aurora Jamelo e Nilo Pedrosa
Figurinos e iluminação: Aurora Jamelo
Produção executiva: Flávio Moraes e Sophia William
Foto: Jéssica Maia
Assessoria de imprensa: Igor Cavalcanti Moura
Realização: Agridoce
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 12 anos

Salto é uma livre adaptação do texto Os Músicos de Bremen

Salto (Bote de Teatro|PE)
28 abril (quinta-feira), no Teatro Luiz Mendonça, às 20h30 [espetáculo acessível em libras]

Quatro sujeitos-usuários procuram uma forma de se descolar da realidade em que viviam. Buscam, inconscientes e inconsequentes, uma nova forma, mais justa, de se viver em sociedade. O espetáculo é uma livre adaptação do texto Os Músicos de Bremen dos irmãos Grimm, que inspirou Os Saltimbancos tradução de Chico Buarque de Holanda. De herança ficamos apenas com a dúvida do plágio.

Direção: Pedro Toscano
Dramaturgia: Ines Maia
Atores: Cardo Ferraz, Daniel Barros, Ines Maia, Pedro Toscano e Una Martins
Preparação de elenco: Daniel Barros
Direção de arte: Pedro Toscano
Diretora de movimento: Iara Izidoro
Trilha original: IdLibra
Iluminação: Luciana Raposo
Assessoria de imprensa: Daniel Lima
Design: Raphael Cruz
Duração: 50 min
Indicação etária: 16 anos

Breu com Jr. Aguiar

Breu (Jr. Aguiar/Coletivo Grão Comum|PE)
28 abril (quinta-feira), no Reduto Coletivo, às 19h30 [descentralização – Surubim]

Da obra de Geraldo Maia. Sinuosa prosa poética, autobiográfica, que narra à dor da morte da mãe diante do filho na infância; recordações familiares revelando catarses, conflitos e afetos reprimidos; a descoberta da homoafetividade através da sedução/violação, por um jovem mais velho e a libertação de não carregar culpa e arrependimento imposto pela Igreja.

Autor: Geraldo Maia
Direção e atuação: Jr. Aguiar
Operador de áudio e luz: Moacir Lago (Moa)
Música original: De todas as graças (Geraldo Maia)
Pesquisa sonora: Divina Mãe (Paulo Prudente Pradiip)
Idealização e realização: Coletivo Grão Comum
Duração: 1h
Indicação etária: 16 anos

Mystura Tropikal. Foto Breno de Lacerda

Mystura Tropykal (No barraco da Constância tem!|CE)
29 abril (sexta-feira), no Teatro Apolo, às 20h30 [espetáculo acessível em libras]

Uma brincadeira recria o primeiro momento. E, numa guerra entre territórios, essa festa sincrética inaugura um segundo lugar. Entre o oriente e o ocidente, o terceiro mundo se faz em novos combinados. Misturado de ritmos e mitos, se modificam as primeiras, as segundas e as terceiras pessoas do plural. É tudo miscelânea. É tudo povo. As folias, os folguedos, as folganças, os festejos, as galeras, os pagodes, as quadrilhas. As línguas se desdobram em orgias de pot-pourris. Sagrando milhos. Desfilando novidades. Transformando bandos em rainhas.

Direção, dramaturgia e música original: Ariel Volkova e Honório Félix
Criação e interpretação: Ariel Volkova, Honório Félix e William Pereira Monte
Hostess e contrarregragem: William Pereira Monte
Cenário: Ariel Volkova, Honório Félix, Raí Santorini e William Pereira Monte
Figurino: Ruth Aragão
Maquiagem: Levi Banida
Iluminação: Raí Santorini
Música: Honório Félix e Wladimir Cavalcante
Produção: Ariel Volkova e William Pereira Monte
Fotografia: Breno de Lacerda
Arte gráfica: Yule Bernardo
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 12 anos

Loré com Plínio Maciel

Loré (Noz Produz|PE)
29 abril (sexta-feira), no Galpão das Artes, às 19h30 [descentralização – Limoeiro]

Observando uma antiga colcha de retalhos composta por fuxicos, o ator Plínio Maciel rememora os momentos mais longínquos que marcaram a sua vida: desde a sua infância, na cidade de Surubim, passando pelos carnavais da sua vida adulta, momentos familiares, até o fatídico ano de 2020 – o qual surpreendeu o mundo mostrando a fragilidade do ser humano no tempo vivido.

Ator/Dramaturgo: Plínio Maciel
Direção/Dramaturgia/Produção Executiva: Rogério Wanderley
Assistente de direção/Produção Executiva: Daniel Gomes
Trilha Sonora Original/ Identidade Visual e arte: Douglas Duan
Comunicação/Social Media: Milton Raulino
Light Designer/Operação de Luz:Luciana Raposo
Figurino: Álcio Lins
Cenografia: Plínio Maciel
Sonoplasta: Daniel Gomes
Costureira: Francis de Souza

Feedback (CRL-Central Elétrica\Circolando |Portugal)
29 (sexta) e 30 de abril (sábado), Teatro Hermilo Borba Filho, 19h

Um monte de pedras, um microfone e uma máquina de fumo. O som. O sopro. Uma confissão. O que pode um corpo? Uma busca por novas gramáticas de sensibilidade, da inteligência selvagem dos corpos, do corpo chão da terra que reflete memórias ancestrais e desconhecidas. O som captado e manipulado ao vivo foi a pista eleita para centrar a pesquisa. 

Direção artística: André Braga e Cláudia Figueiredo
Interpretação: André Braga
Som ao vivo: João Sarnadas
Desenho de luz: Cárin Geada
Direção de produção: Ana Carvalhosa
Produção: Cláudia Santos
Coordenação técnica: Pedro Coutinho
Co-produção: CRL – Central Elétrica, Teatro Municipal do Porto / DDD – Festival Dias da Dança, Teatro das Figuras, Teatro Académico Gil Vicente
A Circolando / CRL – Central Elétrica é uma estrutura subsidiada por Ministério da Cultura / Direção Geral das Artes

Delirantes e Malsãs (No barraco da Constância tem!|CE)
30 abril (sábado), no Parque Dona Lindu, às 16h

Sobre a cidade há algo que se alastra e contamina, avultando a certeza sobre a continuação dos dias. A praça se manifesta como um campo de incidência, cruzando forças e mistérios nos percursos sobre ela realizados. Forjando alinhamentos orbitais circunscritos em geometrias místicas, transis aprontam um bailado macabro em consonância com os fantasmas e com os astros, cantarolando que não há mais o tempo do imortal. Há a glória da desgraça. O destronamento e a derrocada da torre. Alegoria aos vivos que são todos ossos.

Direção, dramaturgia, coreografia e interpretação: Felipe Damasceno, Honório Félix, Renan Capivara, Sarah Nastroyanni e William Pereira Monte
Ensaiador: Felipe Damasceno
Figurino: Ruth Aragão
Assistência de figurino: Honório Félix
Música: Honório Félix e Sarah Nastroyanni
Produção: Ana Carla de Souza
Colaboração artística: Ariel Volkova
Arte gráfica: Yule Bernardo
Fotografia: Toni Benvenutti
Duração: 55 minutos
Classificação etária: Livre

Sopro D’Água. Foto: Thaís Lima

Sopro D’Água (Gabi Holanda|PE)
30 abril (sábado), Galpão das Artes, às 19h30 [descentralização – Limoeiro]

Entre rios, mares, gotas, enchentes, lamentos e seca, Sopro d’Água transpira a dimensão aquática e ambiental humana, percorrendo desde as memórias ancestrais à urgência da questão hídrica. Qual o lugar da água num mundo em colapso ambiental? Entre rios, mares, gotas, enchentes, lamentos e seca, a performance transpira a dimensão aquática e ambiental humana, percorrendo desde as memórias ancestrais à urgência da questão hídrica.

Concepção e performance: Gabi Holanda
Direção: Daniela Guimarães
Trilha sonora e execução musical: Thiago Neves
Figurino e cenário: Gabi Holanda
Iluminação: Natalie Revorêdo
Produção: Milena Marques e Gabi Holanda
Poesia: Lucas Holanda
Fotografia: Thais Lima
Colaboração musical: Jam da Silva (percussão e flauta)
Arte Gráfica: Thiago Pedrosa
Duração: 50 minutos
Indicação etária: 14 anos

Manifesto Transpofágico. Foto: Nereu Júnior

Manifesto Transpofágico (Renata Carvalho|SP)
30 abril (sábado) e 01 maio (domingo), no Teatro Luiz Mendonça, às 18h [espetáculo acessível em libras]

Manifesto Transpofágico é a transpofagia da transpologia de uma transpóloga. “Hoje eu resolvi me vestir com a minha própria pele. O meu corpo travesti”. Renata Carvalho “se veste” com seu próprio corpo para narrar a historicidade da sua corporeidade, se alimentando da sua “transcestralidade”, comendo-a, digerindo-a. Uma transpofagia. O Corpo Travesti como um experimento, uma cobaia. Um manifesto de um Corpo Travesti.

Dramaturgia e atuação: Renata Carvalho
Direção: Luiz Fernando Marques (Lubi)
Luz: Wagner Antônio
Vídeoarte: Cecília Lucchesi
Operação e adaptação de luz: Juliana Augusta
Cenotécnico: Ciro Schu
Produção: Rodrigo Fidelis / Corpo Rastreado
Co-produção: Risco Festival, MITsp e Corpo Rastreado
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 18 anos

PARA CONFERIR A PROGRAMAÇÃO FORMATIVA, ACESSE WWW.TREMAFESTIVAL.COM.BR.

 

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