Arquivo da tag: teatro

Janeiro de Grandes Espetáculos inscreve até o dia 16

A coordenação do Janeiro de Grandes Espetáculos decidiu, como acontece em várias mostras do país, se organizar e adiantar os prazos para os grupos que desejam se inscrever no festival. Na prática, a ideia é que, até o final da primeira quinzena de setembro do ano anterior ao festival, a lista com os espetáculos locais que irão participar da mostra seja divulgada. É uma medida que tem a ver com planejamento e deve repercutir de várias formas, como na divulgação da mostra para o público e, quem sabe, nos próximos anos, na instalação, por exemplo, de uma bilheteria virtual.

Por conta disso, para a edição 2014, só podem se inscrever no festival espetáculos inéditos de teatro e dança de Pernambuco que estrearam este ano até o dia 1 de agosto de 2013. Há a possibilidade de estrear dentro do festival – período que vai de 9 a 25 de janeiro. Nos dois casos, é preciso se inscrever até o dia 16 de agosto.

A ficha de inscrição está disponível no site www.janeirodegrandesespetaculos.com e o material deve ser entregue pessoalmente na Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe) ou pelos Correios.

Confira aqui o regulamento e a ficha de inscrição para o Janeiro de Grandes Espetáculos.

O festival deve ter ainda na sua programação espetáculos de Pernambuco que já se apresentaram no festival noutras edições e voltam como convidados da coordenação; e montagens de outros estados e países, também a convite da produção do Janeiro.

Dívida – A propósito, a Prefeitura de Olinda ainda não quitou suas dívidas com o Janeiro de Grandes Espetáculos. É uma verba de apenas R$ 35 mil. “É uma pena, porque o festival foi lindamente realizado lá e não temos previsão de quando esse dinheiro será pago. Mas temos fornecedores que dependem desse pagamento”, explica a produtora Paula de Renor.

Entramos em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Olinda, que ficou de nos enviar uma nota até amanhã. Assim que chegar, publicamos aqui no blog.

Carla Valença, Paulo de Castro e Paula de Renor, produtores do Janeiro de Grandes Espetáculos. Foto: Pollyanna Diniz

Carla Valença, Paulo de Castro e Paula de Renor, produtores do Janeiro de Grandes Espetáculos

Postado com as tags: , , , , , ,

Sábado à noite tem teatro

Em nome do jogo. Foto: Guga Melgar/Divulgação

Em nome do jogo. Foto: Guga Melgar/Divulgação

O texto original da peça Em nome do jogo, intitulado Sleuth, foi escrito em 1970 pelo inglês Anthony Shaffer. Além de várias montagens no teatro, ganhou duas versões cinematográficas: em 1972, com Laurence Olivier e Michael Caine; e em 2007, com Michael Caine e dessa vez Jude Law. O texto e os filmes foram bastante premiados – a lista inclui o prêmio Tony de melhor peça.

É um texto inteligente, de suspenses e reviravoltas. E aqui ainda ganhou as pitadas de humor nas tiradas sobre casamento, relacionamento e o quanto uma mulher pode ser cara para um homem. Nem precisava tanto para que a plateia do Teatro da UFPE desse risada no sábado à noite – logo no início do espetáculo, nos primeiros movimentos do ator Marcos Caruso (sim, o que fez Leleco em Avenida Brasil), alguém na primeira fila já se descontrolava com uma gargalhada aparentemente sem causa.

Marcos Caruso é Andrew Wyke, escritor de romances policiais que convida o amante da sua esposa para uma conversa. É um ator talentoso; domina o texto, as nuances dele e as mudanças que elas provocam no personagem; e até a risada que deixa Andrew com jeito de idiota e que a determinado momento nos causa irritação, serve ao propósito de mostrar o quanto aquele personagem é desequilibrado, embora extremamente calculista.

Erom Cordeiro é o amante Milo Tindolini; e também cumpre bem o seu papel. Os dois têm uma troca interessante em cena, sem desníveis na atuação. E tudo é muito bem marcado e amarrado, com soluções cênicas interessantes, a maioria delas ligadas ao cenário. A direção é de Gustavo Paso, com codireção de Fernando Philbert; e o cenário – bonito, com escadas, espelhos, trabalhando reflexos, luz e sombra, também tem assinatura de Paso e ainda de Ana Paula Cardoso e Carla Berri.

Só que tudo isso serve ao propósito de entreter. Nada contra. Deveria mesmo ir além? É como um desses filmes que ocupam o nosso tempo por duas horas – e no caso da peça a primeira hora é bem mais interessante do que a segunda; mas depois que acabam tudo está do mesmo jeito. Não fica uma reflexão, um sentimento, um lampejo de vida ou de morte, que fosse. Mas é competente no que se pretende – entreter. E que mal há, não é mesmo? Que falta farão essas duas horas na sua existência? Algo tem que ficar além do: “E aí, gostou da peça? Vamos jantar onde?”.

Educação, dinheiro, descaso – É triste ver a situação em que se encontra o Teatro da UFPE. Ontem a peça estava prestes a começar – já passava um bom tempo das 21h; e as pessoas entravam no teatro com lanche, salgadinho, refrigerante, água. Tudo que teoricamente é proibido dentro do teatro. Ou será que deixou de ser? Também não havia ninguém do staff do teatro para fazer esse controle.

Mas esse não é o único problema. O carpete está completamente pintado por marcas de chiclete; o ar condicionado não funciona – a gente passa a noite se abanando e dá graças a Deus quando a peça acaba e recebe uma brisa no foyer; há fiação exposta logo atrás da porta de vidro – é só olhar para o alto. E não estamos nem falando das condições técnicas para receber uma montagem.

Ouvi que o aluguel por noite do Teatro da UFPE não custa menos de R$ 6 mil. É uma pergunta tão óbvia, né? Mas tem que ser feita, paciência: onde está sendo investido esse dinheiro? Porque no teatro, visivelmente, é que não é.

Para completar o capítulo ‘sábado à noite no teatro’, lá pelas tantas, no meio do espetáculo, uma luz se acende. Um espectador mais atento nota que, no Teatro da UFPE, nas laterais, há pelo menos duas salas com janelões de vidro. A luz acesa da sala obviamente interfere na cena e na plateia. E a luz permaneceu ligada até que alguém fosse lá e avisasse o que não deveria precisar: ‘está atrapalhando’. Ainda assim, a porta da sala foi aberta e fechada várias vezes depois disso, com a luz do corredor alcançando a plateia. Será que não tinha outra sala naquele teatro enorme para fazer a apuração da noite?

Por outro lado, um problema recorrente desta vez não aconteceu: nenhum celular atrapalhou a cena (milagre!) e câmeras fotográficas também não foram utilizadas. Ainda há de existir uma luz no fim do túnel.

Em nome do jogo
Quando: hoje, às 19h
Onde: Teatro da UFPE
Quanto: R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada)
Informações: (81) 3207-5757

Postado com as tags: , , , , , , , , , , ,

Festival de Londrina recebe inscrições

Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro, participou do Filo ano passado. Foto: Ivana Moura

Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro, participou do Filo ano passado. Foto: Ivana Moura

O Festival Internacional de Londrina (Filo) comemora 45 anos em 2013. Os grupos interessados em participar da mostra têm que se apressar. As inscrições já terminam no dia 25 e podem ser feitas pelos Correios.

Há uma mudança principal este ano: o festival, que sempre acontecia em junho, agora terá três etapas. De 7 a 9 de junho deve ser lançada a programação, com duas companhias convidadas. A mostra mesmo só será de 23 de agosto a 7 de setembro, com uma média de 40 grupos. E em outubro, de 4 a 6, haverá um encerramento com mais duas companhias. A alteração no mês do festival é por conta da Copa das Confederações; e deve acontecer ano que vem também, por conta da Copa do Mundo.

As informações sobre as incrições no Filo estão disponíveis no www.filo.art.br . Ano passado, a edição do festival discutiu o tema memória. Foram 23 dias de programação, 10 espetáculos internacionais, 54 companhias, oito países e sete estados brasileiros. O representante da produção pernambucana foi Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro.

Paulo Braz, da organização do Filo, como todos os anos, esteve por aqui no Janeiro de Grandes Espetáculos para conferir as montagens pernambucanas. (A assessoria do Filo nos lembrou que Luiz Bertipaglia, coordenador do festival, também veio ao Janeiro)

Postado com as tags: , , , , ,

O que os atores querem – e podem

A Filha do Teatro. Foto: Ivana Moura

A Filha do Teatro. Foto: Ivana Moura

Trazer o próprio ofício ao palco não é uma tarefa fácil. Porque há o risco, gigantesco por sinal, de ficarmos rodando em círculos, falando do próprio umbigo. E muitas vezes os autores esquecem que não estão escrevendo para os seus pares. Não conhecia o texto A Filha do Teatro, de Luís Augusto Reis, até ver a montagem da Cênicas Cia de Repertório, que estreou no Janeiro de Grandes Espetáculos, no Teatro Arraial. E em meio a tantas montagens do Janeiro – algumas nem tão boas assim -, A Filha do Teatro foi um achado. Um respiro. Bom texto e boas atrizes, ufa! Que combinação difícil de encontrar!

O texto é intrigante, interessante, nos envolve logo de cara e faz com que a gente permaneça assim até o fim. E olhe que (nada mais óbvio de dizer), neste caso, é importante ressaltar sim: é um texto que depende em muito das atrizes que vão encená-lo. A primeira personagem mesmo diz: “Como diretora de teatro, eu já devia ter aprendido isto: não adianta querer consertar tudo. Por mais que você mostre os melhores caminhos, os atores terminam fazendo o que eles querem – ou podem.”

A Cênicas Companhia de Repertório fez uma escolha muito consciente e feliz. Mostra o amadurecimento do grupo, a vontade de continuar crescendo e apostando no trabalho continuado. É o décimo espetáculo do grupo em onze anos de atividade; e, para esta montagem, eles não tiveram nenhum apoio financeiro.

A opção pela narração na dramaturgia se sustenta pela qualidade das atrizes e pelo jogo que se estabelece entre elas – Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Manuela Costa. Quatro mulheres são citadas no texto e apenas três delas são representadas, com as atrizes trocando os mesmos papeis com o desenrolar da história.

A atuação de Manuela logo na abertura da montagem já nos captura de pronto. Bruna Castiel causa impacto com corpo e, principalmente, voz. É uma jovem atriz que ainda pode nos surpreender muito. Pelo papel em A Filha do Teatro, aliás, ela levou o prêmio Apacepe de melhor atriz no Janeiro de Grandes Espetáculos 2013.

Claro que foi uma estreia – e aí há sempre os percalços. Sônia Carvalho, por exemplo, tropeçou no texto. Aqueles instantes de angústia para ator e público.

A direção de Antônio Rodrigues é correta, mas o ritmo da montagem ainda soava um pouco arrastado, lento. E talvez esse texto, essas atrizes, mereçam uma experimentação mais ousada; seja nos cenários, na movimentação em cena, na iluminação. A cena pode trazer mais tensão, pode capitalizar o texto.

O espetáculo, que deve entrar em temporada no fim de março, merece tempo em cartaz para amadurecer, para ter o ritmo ajustado e para que o público tenha a oportunidade de ajudar a construir essa obra.

Volto ao texto de Luís. “Todo mundo de teatro tem essa pretensão de querer mostrar “as verdades” para o público. Mas é o público que nos mostra a verdade! Ficamos meses, às vezes anos, concebendo um espetáculo, e aí vem a plateia, paga o ingresso, e só quer uma boa diversãozinha. Quer esquecer as verdades, por uma ou duas horas, de preferência dando muitas gargalhadas. Nos meus espetáculos, eu odiava quando a plateia ria por qualquer coisa”.

Bruna Castiel (centro) ganhou prêmio de melhor atriz por sua atuação na montagem

Bruna Castiel (centro) ganhou prêmio de melhor atriz por sua atuação na montagem

Manuela Costa

Manuela Costa

Sônia Carvalho

Sônia Carvalho

Postado com as tags: , , , , , , , , ,

Formação de ator

Enamorados, a demanda do amor, espetáculo de conclusão de curso do Sesc Santo Amaro, com direção de Galiana Brasil e Marcus Rodrigues. Foto: Alcides Martins Jr

Enamorados, a demanda do amor, espetáculo de conclusão de curso do Sesc Santo Amaro, com direção de Galiana Brasil e Marcus Rodrigues. Foto: Alcides Martins Jr

De tempos em tempos recebemos e-mails de leitores do blog pedindo indicações de cursos de teatro. Então como alguns deles – estes para atores – estão com inscrições abertas, resolvemos reunir algumas opções neste post:

Curso de Interpretação para Teatro Sesc Santo Amaro
O Sesc Santo Amaro fez uma reestruturação recente no curso, coordenada por Roberto Lúcio. Este era o antigo curso regular de teatro. O foco é a formação do ator e é preciso ter experiência comprovada através de currículo. “Não é um curso para iniciantes. Nós também oferecemos cursos de iniciação teatral, mas para este o aluno tem que já ter ao menos um curso de iniciação teatral ou ter feito teatro na escola, na igreja”, explica Rodrigo Cunha, coordenador pedagógico. O curso tem duração de dois anos e meio com aulas de segunda a sexta-feira, das 19h às 22h. No primeiro módulo, além de Roberto Lúcio estão confirmados os professores Rodrigo Cunha, Anamaria Sobral e Flávia Layme. A grade tem 25 disciplinas, sendo que cinco delas devem resultar em apresentações públicas ao longo do curso. As inscrições podem ser feitas na coordenação de cultura do Sesc Santo Amaro até 15 de fevereiro, das 9h às 12h e das 13h às 19h. Há um processo de seleção: os candidatos fazem uma prova escrita no dia 18 de fevereiro; no dia seguinte passam por uma atividade de expressão corporal e nos dias 20 e 21 apresentam cenas solo e são entrevistados. O resultado deve ser divulgado no dia 25 de fevereiro e as aulas já começam no dia 4 de março. São 20 vagas e a mensalidade custa R$ 100 para o público em geral e R$ 50 para comerciários e dependentes. Além do curso de Interpretação para Teatro, o Sesc oferece cursos de Iniciação ao Teatro, Avançado de Teatro, Teatro para Crianças e Teatro para Terceira Idade, nas unidades da capital e do interior. Informações: (81) 3216-1728.

João Pernambuco
A Escola Municipal de Arte João Pernambuco, no bairro da Várzea, enfrentou muitos problemas na gestão João da Costa; mas, depois de um ano e meio, o teatro foi reaberto e trocaram telhado e fiação. Ainda há muitas deficiências, ainda assim a escola continua funcionando e está com inscrições abertas para alguns cursos, como o básico, o profissional de teatro, oficina de teatro e infantil. Para o curso profissional, que é mais o nosso foco, é preciso apresentar uma carta de intenção, currículo artístico e estar cursando no mínimo o ensino médio. Para a seleção, o candidato recebe um texto e deve construir uma pequena cena. São dois anos, com aulas no período da noite, quatro vezes por semana.
Entre as disciplinas, Interpretação I, II e III, Montagem, Encenação, Dramaturgia, História do teatro I e II, Técnica vocal, Filosofia da arte e Sociologia da arte. Os cursos são gratuitos. A turma mais recente do curso profissional terminou em dezembro de 2012. Sob direção e orientação de Fred Nascimento, os alunos montaram um trabalho intitulado Cartografia do Humano, que deve ser apresentado em março. Informações: (81) 3355-4092.

O Casamento do Pequeno Burguês, com alunos da Fiandeiros

O Casamento do Pequeno Burguês, com alunos da Fiandeiros

Escola de Teatro Fiandeiros
A Companhia Fiandeiros tem uma escola desde 2009. No currículo do curso de formação de atores, são disciplinas obrigatórias: Expressão Corporal (Quiércles Santana), História do teatro (Wellington Júnior), Técnica Vocal (Leila Freiras), Interpretação I (Ricardo Mourão) e Interpretação II e montagem (André Filho). As inscrições podem ser feitas pelo site www.fiandeiros.com.br até 10 de março. Este ano, a seleção será realizada entre 11 e 15 de março e as aulas começam no dia 1 de abril, sempre às segundas e quartas-feiras, das 19h às 22h, no Espaço Fiandeiros, na Boa Vista. As inscrições custam R$ 10 e as mensalidades R$ 120. Outras informações: (81) 4141-2431.

Fiandeiros para Crianças
Desde o ano passado a Fiandeiros também está com um curso de Teatro para Crianças. As inscrições estão abertas. As aulas começam em abril e vão até julho, sempre aos sábados, das 10h às 12h. Há uma montagem final dirigida por Daniela Travassos, que também ministra as aulas. As inscrições custam R$ 10 e as mensalidades R$ 80.

Cênicas Cia de Repertório
A Cênicas Cia de Repertório está com inscrições abertas para o módulo 2 do curso de iniciação teatral (é preciso já ter um curso anterior de iniciação, sendo da Cênicas ou não). A carga horária é de 60 horas/aula e ao final os alunos participam de uma montagem, uma prova pública, com direção de Antônio Rodrigues. As aulas são aos sábados, das 9h às 13h, e já começam no dia 16 de fevereiro, mas o curso recebe alunos novos até 2 de março. A matrícula custa R$ 30 e as mensalidades R$ 100. Em abril, o grupo vai abrir inscrições para o módulo 1. Outras informações: (81) 9609-3838.

Nem às paredes confesso, com alunos da Cênicas Cia de Repertório

Nem às paredes confesso, com alunos da Cênicas Cia de Repertório. Foto: Rei San

Postado com as tags: , , , , ,