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Crítica: Hilária provocação de Shakesfood

Thiago Ambrieel e Diógenes D. Lima em Shakesfood. Foto: Ricardo Maciel/ Divulgação

Thiago Ambrieel e Diógenes D. Lima em Shakesfood. Foto: Ricardo Maciel / Divulgação

Shakesfood desconstrói o dramaturgo inglês com graça, picardia, uma tonelada de cinismo, trapalhadas e ironia. Irreverentes, Thiago Ambrieel e Diógenes D. Lima transformam os personagens de William Shakespeare em comida, tampa de panela e outros utensílios de cozinha e servem como uma “comédia teatral gastronômica”. A peça é inteligente, engraçada e beira o absurdo em algumas situações. Chama o pastelão, a farsa, o pós-dramático e dessa mistura inusitada saímos satisfeitos. O espetáculo Shakesfood faz a sexta e última sessão da primeira temporada neste domingo (20/08), no Teatro Apolo, no Recife. Eu recomendo. Insisto: Não perca! 

Por quê? Principalmente porque eles se arriscam. Na construção de linguagem do teatro de objetos, no exercício da criatividade de encontrar as peças e os movimentos para avivar personagens. Pela crítica política, de costumes à indústria cultural,  e pela defesa do teatro. Mas nada disso é dito ou apresentado de forma séria. Eles são iconoclastas.

E instalam um jogo potente que envolve o espectador desde a porta do teatro. A trilha sonora do músico Samuel Nóbrega, com trechos de músicas de filmes famosos, e a iluminação de Jathyles Miranda reforçam o pastiche.

Bem, ninguém espere uma peça bem-acabada, limpa, asséptica sóbria e recatada – estamos numa cozinha, mas ali ninguém é “do lar”, no sentido temerário do termo. Há uma sujeira na cena, tempo estendido entre um quadro e outro, imbróglios que os atores ainda estão a ajustar e toda aquela parafernália de dar vida àqueles objetos inanimados. A cena flui no meio desse “caos”.

O food do título faz alusão ao fast-food que é transformado o espaço do teatro, porque “as pessoas saem de casa para ir a um restaurante, mas não ao teatro”. Eles provocam de forma bem-humorada essa febre dos programas de TV, e avalanche de restaurantes, cafés e cia. no Recife.

O espetáculo está dividido em três quadros. Macbeth infeliz transformado em sanduíche que quer dar o golpe; Hamet no papel de omelete; Romeu e Julieta, aquele tradicional doce. Os ingredientes da cobiça, poder, traição, essas coisas todas que conhecemos das peças de Shakespeare estão lá. Há detalhes deliciosos nas cenas que pagam o ingresso. E algumas surpresas, que não posso contar. 

Shakesfood tem texto e direção de Diógenes D. Lima, que gosta e sabe tirar proveito daquelas piadinhas infames do cotidiano e das charadas ligeiras. Ele atua ao lado de Thiago Ambrieel, e com a participação da contrarregra Kátia Virgínia.

O espetáculo tem possibilidade também de ampliar para um público infanto-juvenil, num horário diferenciado e com pequenos ajustes. As crianças alfabetizadas que conheço iriam adorar se deparar com esses personagens de forma tão irreverente e divertida.

Shakesfood
Temporada até 20 de agosto:Domingo, às 19h.
Teatro Apolo –
Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife.
Classificação:14 anos
Informações: 999822910- 986332717

FICHA TÉCNICA :
Autoria/Direção:Diógenes D. Lima
Atuação:Diógenes D. Lima e Thiago Ambrieel
Assistência De Direção:Thiago Ambrieel
Trilha Sonora Original:Samuel Nóbrega
Direção De Arte:;Diógenes D. Lima
Supervisão Artística:Jorge De Paula
Direção De Produção:Luciana Barbosa
Produção Executiva:Alexandre Sampaio
Light Designer:Jathyles Miranda
Cenotécnia :Eduardo  Autran
Adereços:Altino Francisco
Programação Visual:Sócrates Guedes
Assessoria De Imprensa:Flora Noberto
Foto:Ricardo Maciel
Operação De Luz:Rodrigo Oliveira
Contrarregragem: Kátia Virgínia.

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Razões para ir ao teatro – Em cartaz

Alguém pra fugir comigo.Foto: Maria Vilar

Alguém pra fugir comigo faz temporada no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu. Foto: Maria Vilar

O que nos torna humanos? Esse é um questionamento-chave do espetáculo Alguém Pra Fugir Comigo, do Resta Um Coletivo de Teatro, que articula temas políticos e sociais e expõe que tudo pode ser ressignificado ao longo da vida. A peça faz provocações e busca abalar certezas e combater as opressões. Com encenação Analice Croccia e Quiercles Santana, e assistência dramatúrgica Ana Paula Sá, a montagem chega como um grito de dor contra qualquer barbárie.

Alguém Pra Fugir Comigo investiga fatos reais e fictícios, históricos e contemporâneos do Brasil e da Europa, para falar sobre corrupção, o trabalho escravo, a solidão e a discriminação. E utiliza provérbios e canções, imagens numa série de cenas justapostas e intercambiáveis que formam uma narrativa não-linear.

O elenco – composto pelos atores Analice Croccia, Ane Lima, Caíque Ferraz, Luís Bringel, Nataly Sousa, Pollyanna Cabral e Wilamys Rosendo – se desdobra em vários personagens de épocas e situações variadas. Mas cada um enfrenta uma crise moral ou social, como as agressões aos homossexuais, às mulheres e a escravidão na monarquia.

As malas do cenário remetem para a vontade de fugir, as memórias possíveis de carregar e os afetos ensimesmados. As fotografias de refugiados foram a inspiração para dar o motor desses deslocamentos.

ALGUÉM PRA FUGIR COMIGO
Quando: 19 e 26 de agosto e 2 de setembro (sábados), às 19h30.
Onde: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu, s/n, Boa Viagem).
Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia).
Informações: 3355-9822.

Comédia Shakesfood mistura gastronomia e Teatro de Objetos. Foto: Ricardo Maciel / Divulgação

Comédia Shakesfood mistura gastronomia e Teatro de Objetos. Foto: Ricardo Maciel / Divulgação

Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth, as três tragédias de Shakespeare servem de inspiração para experimento teatral-gastronômico hilariante. Com doses de ironia e crítica política, os personagens do bardo inglês são transformados em ingredientes ou utensílios de cozinha para a composição de alimentos rápidos. Com Thiago Ambrieel e Diógenes D. Lima. Um comédia de teatro de objetos com chance de agradar os mais diversos paladares.

SHAKESFOOD
Quando: 19 e 20 de agosto – sábado, às 20h e domingo, às 19h.
Onde: Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife).
Quanto: R$ 40 e R$ 20 (meia).
Informações: 3355-3320.

Espetáculo A Receita, com Naná Sodré. Foto: Thais Lima

Espetáculo A Receita, com Naná Sodré. Foto: Thais Lima

Atriz Naná Sodré comemora 20 anos de carreira com mais uma temporada do espetáculo A Receita, que tem texto e direção de Samuel Santos.
A opressão conjugal é denunciada na peça que tem texto e direção de Samuel Santos. A rotina de uma dona de casa – em meio a temperos de cozinha – é alimentada pela busca de uma saída para a situação de violência doméstica. A temporada comemora os 20 anos de carreira da atriz Naná Sodré.

A RECEITA
Quando: 19 e 26 de agosto (sábados), às 20h.
Onde: Espaço O Poste (Rua da Aurora, 529, Boa Vista).
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia).
Informações: 98484-8421

Alexandra Richter e Bruno Garcia protagonizam a comédia romântica

Alexandra Richter e Bruno Garcia protagonizam a comédia romântica A História de Nós 2. Foto: Divulgação

A comédia romântica A história de nós 2 faz a segunda sessão no Recife, neste sábado (19/08). A peça é estrelada por Alexandra Richter e pelo pernambucano Bruno Garcia, que há 17 anos não se apresenta no Recife. Trata das as aventuras e desencontros de um casal já separado, que revisa a própria trajetória quando o publicitário vai buscas suas coisa no antigo lar.

Edu concentra o sonho de muitos homens, que vivem divididos entre a ânsia de de ascender profissionalmente, formar uma família perfeito e gozar da liberdade. A advogada Lena também quer vencer na profissão, mas anda desconjuntada entre a maternidade e paixão. Os dois personagens se multiplicam por seis, dos seus desejos ou facetas.

A comédia é um fenômeno de bilheteria e já foi vista, desde que estreou em 2009, por mais de 800 mil espectadores.

A HISTÓRIA DE NÓS 2.
Quando: Neste sábado (19/08), às 21h. Teatro RioMar,(RioMar Shopping)
Quanto: Entre R$ 40 e R4 120.
www.ingressorapido.com.br . Televendas: 4003-1212.
Informações: 4003-1212

Hamlet Fragmentado. Foto: Rogerio Alves/ Sobrado423

Hamlet Fragmentado. Foto: Rogerio Alves/ Sobrado423

Hamlet Fragmentado, faz ainda duas sessões neste mês de agosto no espaço da Trupe Artemanha de Investigação Teatral na Várzea, Zona Oeste do Recife. A peça cruza Hamlet de Shakespeare, e Hamlet Máquina, do dramaturgo alemão Heiner Müller. A montagem explora as crises do jovem príncipe que descobre que o pai foi assassinado pelo tio, e que o reino da Dinamarca está fedendo de corrupção. A encenação também dá destaque para as pulsações de Ofélia. O espetáculo tem roteiro dramatúrgico e encenação de Luciano Santiago, que também está no elenco ao lado de Daniel Gomes e Damyeres Barbosa.

HAMLET FRAGMENTADO – Encerramento de Temporada
Quando: 19 e 26 de agosto, às 20h
Onde:  Galpão CITTA – Centro de Investigação Teatral Trupe Artemanha
Rua João Francisco Lisboa, 170 – Várzea, Recife – PE
Classificação: 16 anos
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Informações: 98318-1191.

Comédia com o grupo brasiliense Os Melhores do Mundo

Comédia com o grupo brasiliense Os Melhores do Mundo

Os clichês dos filmes policiais e as peripécias dos homens da lei são os combustíveis do espetáculo Um tira chamado perigo que o grupo de teatro Os Melhores do Mundo apresenta neste sábado (19/08) no Recife em única sessão, no Teatro Guararapes (Centro de Convenções). Conhecidos por montagens como Hermanoteu na Terra de Godah e Notícias populares, a trupe brasiliense satiriza o cinema enlatado norte-americano. A peça é junção de duas outras do bando, Tira – Adrenalina em Combustão, de 1994, e Tira 2 – McCoy is back, de 1995.

O grupo injeta mais humor, suspense e umas pitadas da política brasileira – da Lava-Jato e de Temer – na trama. E busca dar cores locais ao enredo com menções ao Náutico, Sport e outras coisas do Recife. A história mostra a volta herói McCoy – que havia se recolhido a uma floresta depois da morte do parceiro – para salvar a Chicago. Isso ocorre quando o vilão ameaça explodir a cidade.

UM TIRA CHAMADO PERIGO, da Companhia de Comédia Os Melhores do Mundo
Quando: Neste sábado (19/08), às 21h
Onde: Teatro Guararapes – Centro de Convenções, s/n, Olinda
Ingressos: R$ 80 e R$ 40 (meia), à venda na bilheteria do teatro e no site Compre Ingressos
Informações: 3181-8020

Peça é inspirada em obra espírita. Foto: Divlgação

Peça é inspirada em obra espírita. Foto: Divlgação

A adaptação do Livro Nosso Lar, clássica obra espírita de André Luiz, psicografada por Chico Xavier, aborda o aperfeiçoamento espiritual na vida pós-terrena, entre mensagens de solidariedade, esperança e renovação. A montagem tem versão teatral e direção assinadas por Izaltino Caetano e mostra a atuação do médico André Luiz quando chega à colônia espiritual Nosso Lar. Esse é o local de treinamento onde os Espíritos aprendem sobre a imortalidade da alma e têm a oportunidade de aperfeiçoarem-se. Os ensinamentos do espiritismo são expostos como a Lei Universal de Causa e Efeito que norteia a vida de, encarnados e desencarnados.

A encenação contou com a consultoria de Carlos Pereira reconhecido defensor e pesquisador da Doutrina Espírita com vários livros lançados. No elenco da peça estão os atores Emanuel David D’ Lucard, Feliciano Félix, Beto Silva, Francis de Souza, Méri Lins, Patrícia Breda, Wilson Aguiar, e Erdras Aguiar.

NOSSO LAR – CAMINHOS PARA EVOLUÇÃO

Quando: 19, 20, 26 e 27 de agosto – sábados, às 20h e domingos, às 19h.
Onde: Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n, Pina).
Quanto: R$ 30 + 1kg de alimento não-perecível.
Informações: 3355-6398.

Zambo em sessões no Experimental. Foto: Wellington Dantas

Zambo em sessões no Experimental. Foto: Wellington Dantas

As ideias, comportamento e espírito do Movimento Mangue são matérias-primas de Zambo, espétaculo de dança contemporânea do Grupo Experimental de 1997. A peça coreográfica comandada por Mônica Lira, tem como forte aliada a trilha sonora executada ao vivo.

A montagem foi renovada por quatro gerações de bailarinos. Nesta temporada, do projeto Espetáculos em Sala, a cena fica mais intimista, mais próxima do público num diálogo mais orgânico entre artistas e plateia. A concepção original do espetáculo é de Mônica Lira e Sonaly Macedo. E os intérpretes são Jennyfer Caldas, Rafaella Trindade, Gardênia Coleto, Rebeca Gondim e Jorge Kildery.

ZAMBO , do Grupo Experimental
Quando: 19, 25 e 26 de agosto, às 20h
Onde: Espaço Experimental (Rua Tomazina,199, 1º andar, Recife Antigo)
Ingressos: R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia-entrada)
Duração: 45 minutos
Livre
Informações: (81) 3224-1482/98812-1036

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Meteram a colher nas peças de Shakespeare

Comédia Shakesfood mistura gastronomia e Teatro de Objetos. Foto: Ricardo Maciel / Divulgação

Comédia Shakesfood mistura gastronomia e Teatro de Objetos. Foto: Ricardo Maciel / Divulgação

William Shakespeare é massa boa! Fonte praticamente inesgotável de inspiração. Agora, o bardo inglês foi convocado para uma festança gastronômica, onde o prato principal se mostra a ironia que cerca a proliferação de restaurantes no Recife e o recuo dos espaços teatrais. Shakesfood  estreia nesta sexta-feira (11/08), às 20h, no Teatro Apolo,

Para os atores Diógenes D. Lima e Thiago Ambrieel, teatro não é um bom negócio para ganhar dinheiro. “Teatro não é a bola da vez. A gastronomia está com tudo. Tem programas em todas as emissoras de TV, reality show. O povo sai de casa para ir ao restaurante e não para ir ao teatro”, comenta Diógenes, também autor e diretor do trabalho.

Partindo dessa premissa, eles resolvem transformar a sala de espetáculo em salão de restaurante. Os espectadores viram fregueses que irão provar das iguarias preparadas pelos chefs.

A peça está dividida em três histórias. Hamlete, que é um omelete; Macbeth infeliz, um hambúrguer que quer tomar o poder; e o tradicional doce Romeu e Julieta. Como num fast food, os clientes recebem uma senha e são chamados pelo painel eletrônico. A inspiração é nas três tragédias shakespearianas, mas eles se atrapalham mesmo na hora de preparar as receitas. A critica se pretende nos trocadilhos e no humor. O público é convidado a experimentar os sabores e dissabores das histórias. Samuel Nóbrega, que assina a trilha sonora, entra em cena como assistente de cozinha.

Na montagem, os artefatos de cozinha são usados na dramaturgia. Shakesfood é a segunda experiência de Diógenes com Teatro de Objetos – uma vertente do Teatro de Animação, na qual se utilizam objetos prontos no lugar de bonecos, o que possibilita a construção de novos sentidos. 

Diógenes D. Lima e Thiago Ambrieel leva para cozinha três tragédias do bardo inglês

Diógenes D. Lima e Thiago Ambrieel leva para cozinha três tragédias do bardo inglês

SERVIÇO
Shakesfood
Quando: De 11 a 20 de agosto, sextas e sábados, às 20h, e domingo, às 19h
Onde: Teatro Apolo – Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife.
Quanto: R$ 40 e 20 (meia-entrada). À venda na bilheteria do teatro duas horas antes do espetáculo e pelo site Sympla
Classificação: 14 anos
Informações: (81) 99982-2910 | https://www.facebook.com/shakesfoodrecife/

FICHA TÉCNICA
Texto e direção: Diógenes D. Lima
Elenco: Thiago Ambrieel e Diógenes D. Lima
Assistência de direção: Thiago Ambrieel
Trilha sonora original: Samuel Nóbrega
Supervisão artística: Jorge de Paula
Direção de produção: Luciana Barbosa
Direção de arte: Diógenes D. Lima
Light designer: Jathyles Miranda
Cenotécnica: Eduardo Autran
Adereços: Altino Francisco
Programação Visual: Sócrates Guedes
Fotografia: Ricardo Maciel
Assessoria de Imprensa: Flora Noberto

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