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Doutores da Alegria selecionam novos palhaços

Dra. Svenza (Luciana Pontual), Dra. Baju (Juliana de Almeida) e Dr. Micolino (Marcelino Dias). Foto: Lana Pinho

Dra. Svenza (Luciana Pontual), Dra. Baju (Juliana de Almeida) e Dr. Micolino (Marcelino Dias). Foto: Lana Pinho

Os Doutores da Alegra completam 15 anos de atividades no Recife com uma boa notícia para os artistas cênicos da cidade: a associação está com processo de seleção aberto para quatro novos integrantes até a próxima segunda-feira, dia 30 de abril. Para participar, é preciso ter mais de 18 anos e ser profissional de artes cênicas, com DRT de ator ou palhaço e, de preferência, experiência nesta última função. A experiência artística e a compatibilidade com o trabalho no hospital são alguns dos critérios a serem levados em conta.

Os candidatos devem entregar uma ficha de inscrição com declaração preenchida, assinada e escaneada junto com currículo, carta de intenção, uma foto de artista e outra de palhaço e links de vídeos de boa qualidade em teatros ou espaços públicos. Todo esse material deve ser enviado para o e-mail editalrecife@doutoresdaalegria.org.br. O edital com todas as informações e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.doutoresdaalegria.org.br, onde o resultado será divulgado no dia 11 de junho. As etapas da seleção incluem análise curricular, oficina de seleção, teste prático no hospital e entrevista.

A última vez em que houve seleção de elenco na capital pernambucana foi em 2010. Atualmente, a unidade Recife dos Doutores da Alegria conta com nove artistas. Eles se dividem em duplas que atuam duas vezes por semana em quatro hospitais: Hospital Barão de Lucena (HBL), Hospital da Restauração (HR), Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC)/Procape e Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP). Às sextas-feiras, os palhaços realizam treinamentos em conjunto. Os Doutores da Alegria não trabalham como voluntários. Todos os profissionais são remunerados.

“A criança é uma espectadora ativa, que influencia e determina junto com os palhaços o que acontece. Todo o hospital é palco e nós, palhaços e crianças, atores desse espetáculo”, explica Arilson Lopes, coordenador artístico da unidade Recife dos Doutores da Alegria, conhecido nos hospitais como Dr. Ado.

Em paralelo ao Recife, a unidade de São Paulo (SP) também realizará um processo seletivo nos mesmos parâmetros, que resultará na contratação de seis artistas para o elenco local. Os participantes precisam escolher em qual cidade desejam atuar, sendo vetada a inscrição nas duas seleções.

Arilson Lopes, ao centro, como Dr. Ado, no Hospital da Restauração. Foto: Lana Pinho

Arilson Lopes, ao centro, como Dr. Ado, no Hospital da Restauração. Foto: Lana Pinho

ENTREVISTA // Arilson Lopes (Dr. Ado), coordenador artístico dos Doutores da Alegria

O ator geralmente está acostumado a apresentar seu trabalho diante de uma plateia. No hospital, embora a interação seja direta, os palhaços jogam com poucos espectadores por vez. Qual a diferença para o ator?
A base do nosso trabalho é a improvisação. Deixar-se impactar pelo encontro com a criança e, a partir disso, construir uma relação de jogo com ela é fundamental. Erguemos esse momento juntos. A criança é uma espectadora ativa, que influencia e determina junto com os palhaços o que acontece. Todo o hospital é palco e nós, palhaços e crianças, atores desse espetáculo.

Além dos pré-requisitos já divulgados no edital, quais as habilidades que um palhaço precisa ter para se tornar um dos integrantes do Doutores da Alegria?
É bem-vindo o artista que toque bem algum instrumento musical, cante, faça mágica, manipule bonecos e/ou objetos e tenha disponibilidade para o jogo e a improvisação. Tão importante quanto ter alguma habilidade específica, procuramos artistas com tempo para se dedicar ao trabalho, que gostem de conhecer pessoas e de se relacionar com elas. Sobretudo, é importante entender que somos uma associação do terceiro setor, que propõe a arte como mínimo social para crianças e adolescentes em vulnerabilidade e risco social, na rede pública de saúde. A realidade hospitalar é o cenário no qual o artista irá atuar.

O elenco pernambucano é formado por atores de diversos grupos e formações. Como se dá essa interação entre vocês e de que forma o trabalho no hospital é beneficiado por ela?
Todo conhecimento individual enriquece o aprendizado e a construção do coletivo. Buscamos identificar em cada um a sua potência nas sextas-feiras de treinamento do elenco e essas descobertas reverberam e são ressignificadas no dia a dia dos artistas, nos hospitais ou nas diversas ações que realizamos fora deles, sejam nos espetáculos teatrais, nas “palhestras” ou nas ações de captação e mobilização de recursos que fazemos em empresas.

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