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Paixão que deixa saudades

Dentro das muralhas de Nova Jerusalém. Foto: Pollyanna Diniz

Parece que faz tanto tempo desde a Semana Santa! É..não só parece, faz mesmo! Ainda assim, não queria deixar de compartilhar aqui como fiquei feliz em ver a performance de José Barbosa como Jesus na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Foi o Satisfeita, Yolanda? quem primeiro disse que Zé tinha conseguido o papel! (Lembram?!)

Meses depois, lá estava ele: seguro, ciente da importância da sua atuação, mas muito tranquilo – suave e ao mesmo tempo impactante como pede o personagem. Uma surpresa para mim foi Caco Ciocler como Judas. No dia em que vi a encenação, o ator enfrentou alguns problemas no áudio – para quem estava pertinho, parecia que ele não tinha decorado o texto direito, não sabia o tempo da fala. Ainda assim, Caco conseguiu humanizar a figura de Judas de uma forma muito interessante. Como ele mesmo disse, alguém tinha que fazer o papel de traidor para que tudo aquilo acontecesse e o cristianismo fosse o que é hoje.

Caco Ciocler como Judas

Para completar este post, recebemos uma colaboração especial do ator Ricardo Mourão (obrigada, Mourão!):

“No décimo segundo ano de participação na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, repasso esses anos com gratidão e alegria. Mais um ano de encenação, novidades que engrandecem o espetáculo, expectativas e uma convivência de dezesseis dias dentro da muralhas da cidade teatro acabam nos sensibilizando, nos fazendo refletir sobre nossa arte e a grandiosidade de nosso trabalho.

Este ano, conosco estão Caco Cicler, Ellen Roche, Mouhamed Harfouch e Larissa Maciel, trazendo um novo frescor e a inevitável troca de experiências. Pessoas talentosas e empenhadas em fazer um belo trabalho, buscadores como todos nós, encantados com tudo, ávidos por poder contribuir da melhor forma para a encenação. O aprendizado tem sido constante e as cenas crescem com esses colegas e novos amigos.
Nossos queridos colegas José Barbosa, Wilma Gomes e Ricardo Neves defenderam papéis de destaque nesta edição, um presente para todos nós! Assim como todos os demais colegas, que igualmente desempenham seu trabalho com vontade e profissionalismo!

Tendo inovações no figurino, iluminação, efeitos especiais e som, a Paixão de Cristo se reinventa a cada ano, diante de uma mesma história, com os mesmos personagens, diante de um público enorme, que vibra, aplaude e participa atento em todas as cenas. Um desafio constante!

A mecânica do espetáculo consumiria muito tempo e páginas para que pudesse retratar fielmente o que vemos todos os dias.

Acredito ser bastante difícil para o público e até para colegas de profissão precisar o imenso trabalho envolvido nessa encenação. São inúmeros profissionais, trabalhando em conjunto, para que tudo saia a contento. Um verdadeiro batalhão de técnicos faz dos bastidores um espetáculo à parte. Da alimentação, infraestrutura de acomodações, alimentação, contra regragem, guarda roupa, maquiagem, publicidade, som, luz, diretores, assistentes e coordenadores de área até a figuração e pessoal de apoio interno e externo, são mais de quinhentas pessoas envolvidas diretamente com a montagem. Para que tudo funcione, cada grupo trabalha com afinco e competência.

Os diretores Carlos Reis e Lucio Lombardi, juntamente com o presidente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova, Robinson Pacheco, são os regentes dessa imensa “máquina” de sonhos. Avaliações diárias, conversas e reuniões, orientações individuais e em grupo dão ao elenco o acompanhamento necessário e o apoio essencial.

Nesses doze anos defendendo o papel do Sumo Sacerdote Caifás, sinto como estar aqui me engrandece, mais do que como profissional, como ser humano. Diante da história, do “sonho de pedra” de Plínio e Diva Pacheco, ouvindo os relatos emocionados de queridos colegas, que aqui estão há décadas, como Jones Melo, João Ferreira, Hugo Martins e Ednaldo Lucena, para citar apenas alguns, percebo o privilégio de fazer parte dessa história.

Estar em “Nova Jerusalém” está além de mais um simples trabalho. É entrar em contato com uma história de luta, de entrega e paixão. É ter o prazer de vivenciar o encantamento! Muitas outras temporadas venham!”

(texto de Ricardo Mourão para o Satisfeita, Yolanda?)

Ricardo Mourão como Caifás

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