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Theatro Municipal de São Paulo é reaberto

Theatro Municipal de São Paulo será reaberto nesta sexta. Fotos: Prefeitura de SP

Três anos de reformas e restaurações chegaram ao fim. O Theatro Municipal de São Paulo será reaberto neste fim de semana com concerto da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coral Lírico, e do Quarteto de Cordas, além da participação de solistas. A regência será de Abel Rocha. Hoje e amanhã, as apresentações são fechadas para convidados, mas no domingo, dia 12, três meses antes de completar 100 anos, o público em geral voltará à casa.

O investimento na reforma do Municipal ficou em torno de R$ 28 milhões, mas o processo não ocorreu sem atropelos. As obras começaram em 2008, o teatro fechou mesmo no mês de Dezembro de 2009 e a expectativa era de que fosse reaberto em Agosto do ano passado, mas problemas com o processo de licitação impediram que o prazo fosse cumprido.

Uma matéria do Estadão sobre a reabertura da casa cita, inclusive, um pernambucano. João Ventura da Silva, 58 anos, é funcionário da Telem, empresa especializada em iluminação e cenotecnia responsável pela renovação do palco, que entrou no projeto de reforma há dez meses. Além de João, mais de 100 operários estão envolvidos na reforma.

Foram instalados equipamentos de áudio e vídeo, 70 varas do cenário, motorizadas e mecânicas (antes cada vara não suportava mais do que 150 quilos; hoje, são 900), 600 refletores. De acordo com o site da prefeitura de São Paulo, “as obras foram divididas em três fases e tiveram 85% de cada uma delas, custeadas com recursos do BID, e os 15% restantes pagos pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura.

A primeira, no valor de R$ 7,2 milhões, conferiu a reforma do salão nobre (piso e vitrais), da fachada, além do restauro do restaurante. A segunda, no valor de R$ 19 milhões, contemplou a reforma das poltronas e atualização tecnológica do palco. A terceira e última, no valor de R$ 1,5 milhão, se refere à pintura e restauração interna do prédio”.

Programação – Se o mês de junho será dedicado à música, em julho, o palco do Municipal será da dança. Estão previstas apresentações de companhias como o Ballet Stagium, o Balé da Cidade de São Paulo (com suas duas novas coreografias) e a São Paulo Companhia de Dança. A comemoração do centenário, em setembro, será com a ópera Rigoletto, de Verdi, que terá direção cênica de Felipe Hirsch e cenografia de Daniela Thomas. (Confira aqui a programação do Theatro Municipal)

O corpo artístico do Theatro Municipal de São Paulo é composto pela Orquestra Sinfônica Municipal, Orquestra Experimental de Repertório, Balé da Cidade de São Paulo, Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, Coral Lírico, Coral Paulistano e as Escolas de Dança e de Música de São Paulo.

Na comemoração do centenário, ópera de Verdi terá direção cênica de Felipe Hirsch

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A vida segue, com ou sem música pop

Guilherme Weber e Natália Lage estão no elenco

A vida sempre continua. Mesmo depois de chorarmos os nossos mortos, de passarmos dias e meses curando o luto, ou remoendo os tempos vividos de comunhão. É o que martela no final de três horas de duração a peça Trilhas sonoras de amor perdidas. Dirigida pelo Felipe Hirsch e com Guilherme Weber e Natália Lage no elenco, a montagem teve pré-estreia nacional ontem, no Teatro Bom Jesus, dentro da programação do Festival de Teatro de Curitiba. Como entrega o título, o espetáculo é uma junção de músicas e relacionamentos amorosos. São quase 90 canções, que repassam boa parte da história da música pop.

O protagonista exibe uma cultura pop invejável, no seu passeio nostálgico em busca de um acerto de contas com o passado. E com a memória dessa mulher que amou, que conheceu ouvindo Velvet Undergroud e com quem compartilhou a paixão por várias bandas.

Guilherme Weber é um apaixonado por música pop

O release diz que Trilhas sonoras de amor perdidas é uma criação da Sutil Companhia sobre as histórias de Thurston Moore, Kim Gordon, Lee Ranaldo, Steve Shelley, Dean Wareham, Dan Graham, John Zorn, Jim O’Rourke, Elizabeth Peyton, Arthur Jones, Jason Bitner, Rob Sheffield, Raymond Pettitbon, Greil Marcus, David Shields, Lou Reed, Giles Smith, amigos próximos e outros diversos relatos. Enfim, alguém apaixonado por música pop. E haja paixão.

Natália Lage é Soninho

É a história do encontro entre dois jovens que se apaixonam. O diálogo deles é feito de música, suas conversas são sobre música e para cada momento tinha uma trilha sonora especial. Gravaram muitas fitas cassetes (os mais jovens não vão saber o que é isso) como necessidade de criar seu próprio repertório. Depois de cinco anos de casados, ela morre. Ele fica. E já com todos os avanços da tecnologia, os playlists, ele vai rememorando o tempo dividido com sua amada e desentocando as músicas que marcaram a trajetória juntos.

Como qualquer casal, eles brigam por bobagens. Ele exalta as qualidades da moça e seu amor por ela – que beira o brega, com música pop ou não.

Um apelo extra para o público da capital paranaense é que o herói dessa história revela locais especiais para eles, tendo com referência a Curitiba de um passado não tão remoto.
O Teatro Bom Jesus estava superlotado no início do espetáculo. Algumas pessoas foram embora no intervalo. Não se identificaram com a proposta ou acharam o espetáculo muito longo. Muitas pessoas se emocionaram de verdade. A peça foi ovacionada no final.

A direção é de Felipe Hirsch

A mim, a peça não tocou. Apesar de ser uma história triste e de eu sempre ficar tocada com as histórias tristes. Há uns diálogos inteligentes, cheios de humor, engraçados, alguns pedantes com tantas citações, mas podemos também interpretar e até agradecer como uma aula de pop. O cenário conduz o espectador para aquele ar melancólico do protagonista. A iluminação contribui com esfumaçados dos ambientes de rock ou para a tristeza da recordação.

Ah..o texto é de Ivana Moura!

Fotos: Ivana Moura

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