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O Solo do Outro em três coreografias

Ela sobre o silêncio, com Helijane Rocha

Até chegar a contemplar um campo de girassóis, essa mulher terá que se livrar das amarras, materiais e subjetivas, que a oprimem. Em Ela sobre o silêncio, Helijane Rocha começa o solo presa por 33 cintos, dos pés à altura da boca. Debate-se no chão, rola e passa a se livrar de alguns para levantar-se e tentar andar com suas próprias pernas.

Esses primeiros movimentos são de desespero, de quem está cerceado em sua liberdade. Ela solta, primeiro, os braços, e tenta equilibrar-se, depois liberta a boca. A boca que come; que fala, grita ou cala; a boca que beija. Não é fácil. Exige força e equilíbrio da bailarina.

Depois ela consegue desatar as pernas e pés e aparece nua em movimento de emersão de quem estava a afoga-se. Os braços querem o voo, buscam o Sol. Mas custa ter um pouco de desenvoltura na vida e ela cai. Passa por movimentos aflitivos. A coreografia aponta para as limitações impostas ao feminino. E a potência para a libertação em movimentos criativos.

A face da falta é a coreografia apresentada por Jefferson Figueirêdo

A face da falta é a coreografia de Jefferson Figueirêdo, de 22 anos, que dança a saudade do mestre Nascimento do Passo. Ele exibe técnica e desenvoltura nos movimentos desconstrução da dança popular em seu corpo. O bailarino começou a carreira aos 10 anos, e mostra essa vivência em imagens de arquivo numa televisão ou músicas de um MP3. Mas há uma quebra quando ele tenta tornar o público cúmplice dessa experiência, ao distribuir fotos da infância e falar sobre sua vida.

Mesmo sabendo que é muito comum essa aproximação, essa ligação com a vida do artista, na dança contemporânea, penso que nesse caso, perde o impacto, com as conversas e a paradas para manipular os controles da TV.

Januária Finizola em Sobre mosaicos azuis

Na terceira coreografia parece que passou um furacão pelo espaço, com tantos pratos, xícaras e pires quebrados. Januária Finizola, 36 anos, apresenta movimentos para remeter à loucura em Sobre mosaicos azuis. A fragmentação sentida pela personagem esquizofrênica é transmitida em compassos que se quebram e subverte o ritmo.

Mas o solo também questiona até onde vai a loucura de cada um e num determinado momento, a bailarina encara o público, imita gestos de alguns espectadores e revela que “de perto ninguém é normal”, como já alardeou Caetano Veloso. Ela também brinda com o público antes de a taça cair. O trabalho foi inspirado no livro Todos os cachorros são azuis (editora 7 Letras, 2008), de Rodrigo Souza Leão.

As criações foram erguidas a partir do vocabulário coreográfico de Ivaldo Mendonça, que divide a direção artística do projeto com Arnaldo Siqueira. E as apresentações prosseguem neste e no próximo fim de semana.

SERVIÇO
O Solo do Outro
Quando: Sextas e sábados, às 20h, até o dia 17.
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Quanto: Ingressos: R$ 5 (preço único).
Informações: (81) 3355-3320.

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Memórias de um corpo que dança

Tainá Barreto em Guarda sonhos. Foto: Rodrigo Moreira

É como uma poesia corporal. Em seu solo Guarda sonhos, a brasiliense Tainá Barreto dá a sua própria configuração para as manifestações populares, especificamente para o cavalo-marinho e o frevo. O contato com os brincantes da Zona da Mata Norte de Pernambuco impregnaram o corpo dessa bailarina que teve uma formação acadêmica – do clássico ao contemporâneo.

O espetáculo, apresentado na V Mostra Capiba de Teatro, é esse encontro com a cultura popular. Um encontro em que as duas partes trocam, respeitam os seus limites, crescem. Se não fosse assim, haveria o grande perigo de o espetáculo ser uma reprodução dos passos do cavalo-marinho, uma exibição de alguém que aprendeu os passos eletrizantes do frevo. Não. Tainá assume o seu olhar estrangeiro, mas se permite enveredar nesse universo para, a partir daí criar as suas próprias referências e desfiar suas impressões e memórias.

O corpo se modificou nesse processo. Há momentos de quebra, tensão, mas também de extremo lirismo e encantamento. O espetáculo se constrói nas zonas de limite entre a dança e o teatro, embora a dança ocupe um espaço muito maior na cena. A partir de símbolos simples, como uma série de miniaturas de sombrinhas de frevo, ou uma saia cheia de retalhos, Tainá ergue belas imagens aos olhos do público. É assim, por exemplo, quando ela demarca o espaço em que está dançando com uma areia muito fininha ou quando joga em si mesma uma chuva de papéis coloridos.

Nesse sentido, música e iluminação propõem um ambiente lúdico, onírico, como deixa entrever o título do espetáculo. Desde o início, quando os músculos da bailarina são vistos em movimentos e ângulos incomuns, aos pouquinhos, como algo que vai tomando forma devagar. O desenho da iluminação (e é mesmo como uma pintura) é de Lineu Gabriel; e quem assina a direção musical é Helder Vasconcelos. A interferência de Helder, músico, ator, dançarino, que tem uma relação muito próxima com as manifestações populares, vai além da criação da direção e da criação da trilha (que também é de Johann Brehmer). Ele foi um dos “provocadores cênicos” do trabalho da bailarina, ao lado de Carolina Laranjeira e Lineu Gabriel.

Se não há incorporações apenas, o que Tainá viveu quando do contato com essas manifestações populares já se embrenharam em sua pele, em sua musculatura tão visivelmente marcada pela dança contemporânea. São referências que a bailarina agora carrega e que certamente ajudarão a delimitar novos passos.

A direção musical do solo é de Helder Vasconcelos

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Yael Karavan entre dois mundos*

Artista israelense apresenta solo no Barreto Júnior

Programa imperdível para quem gosta de dança, performance e teatro na noite de hoje. A artista israelense radicada na Inglaterra, Yael Karavan, apresenta o solo In-Between, às 21h, no Teatro Barreto Júnior, no Pina. No espetáculo, ela interpreta um personagem que, suspenso entre duas cadeiras, imagina ser um mágico. Passeando entre o trágico e o cômico, Yael cria um universo de poesia visual, e utiliza técnicas de clown, butoh (que aprendeu diretamente no Japão, com um mestre, durante temporadas de dois meses ao longo de sete anos), teatro físico, mímica. No Brasil, a atriz e bailarina de 37 anos mantém uma relação próxima com o Lume, de Campinas, e está preparando um duo com uma das integrantes da companhia de tetaro e pesquisa, Naomi Silman. Os ingressos para In-Between custam R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).

*Colaboração de Tatiana Meira

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Teatro e dança estudantis em festa

As infanticidas Maria Farrar ganhou melhor espetáculo, direção, cenário e iluminação de teatro adulto. Foto: Pedro Portugal

A festa de premiação do 9º Festival Estudantil de Teatro e Dança, realizado entre os dias 11 e 27 de agosto, foi ontem à noite, no Teatro de Santa Isabel. O festival teve uma extensa programação: 19 espetáculos teatrais e 65 coreografias.

Participaram da festa de premiação a Cia. Vias da Danças, com o trabalho Atípico, criado e dirigido por Heloísa Duque; a bailarina Patrícia Pina Cruz, da Dante Cia. de Dança e Teatro, com um solo trecho do espetáculo Sob a pele, que dialogou com um vídeo realizado por Denni Sales em homenagem às atrizes brasileiras; e o ator Asaías Lira, do Coletivo Grão Comum, com trechos do espetáculo Mucurana – de mundo afora e história adentro; além do cantor Romero Brito, de apenas 20 anos, e da sua banda.

Confira a lista de premiados:

Melhor Espetáculo de Teatro Para Crianças:
Retrato de família (Grupo Teatral Se Der Certo Continua e Escola Municipal Casa dos Ferroviários)

Melhor Diretor de Teatro Para Crianças:
Allan Shymytty (Menino Minotauro)

Melhor Ator de Teatro Para Crianças:
Cícero Manuel (Menino Minotauro)

Melhor Atriz de Teatro Para Crianças:
Inês Mendes (Retrato de família)

Melhor Ator Coadjuvante de Teatro Para Crianças:
Tiago Lourenço (O sumiço da Abelha Rainha)

Melhor Atriz Coadjuvante de Teatro Para Crianças:
Anna Catharina Barros (O Mágico de Oz)

Melhor Cenário de Teatro Para Crianças:
Allan Shymytty (Menino Minotauro)

Melhor Figurino de Teatro Para Crianças:
Anderson Gomes (Retrato de família)

Melhor Maquiagem de Teatro Para Crianças:
Lucila Fernanda Salles (O sumiço da Abelha Rainha)

Melhor Espetáculo de Teatro Adulto:
As infanticidas Maria Farrar (Curso Avançado de Teatro do SESC Santo Amaro)

Melhor Diretor de Teatro Adulto:
Rodrigo Cunha (As infanticidas Maria Farrar)

Melhor Ator de Teatro Adulto:
Raphael Bernardo (A partida)

Melhor Atriz de Teatro Adulto:
Aryella Lira (Crônicas de uma pensão)

Melhor Ator Coadjuvante de Teatro Adulto:
Anderson Leite (O amor de Zé e Mariquinha – Uma comédia regional)

Melhor Atriz Coadjuvante de Teatro Adulto:
Talita França (O Amor de Zé e Mariquinha – Uma comédia regional)

Melhor Cenário de Teatro Adulto:
Rodrigo Cunha (As infanticidas Maria Farrar)

Melhor Figurino de Teatro Adulto:
Claudio Lira (Os Pintados em: Romeu e Julieta)

Melhor Iluminação de Teatro Adulto:
Ana Catarina Maia (As infanticidas Maria Farrar)

Melhor Texto (inédito de autor pernambucano):
Anderson Abreu (Retrato de família)

Prêmio Destaque em Teatro:
Os jurados decidiram, por unanimidade, premiar Allan Shymytty em nome do trabalho desenvolvido com os moradores da cidade de Manarí, como forma de homenagear e incentivar esta iniciativa que mostra que a arte teatral é capaz de transpor quaisquer barreiras, financeiras, sociais ou geográficas.

O Grupo Matulão de Dança ganhou o Prêmio Destaque em Dança. Foto: Reginaldo Azevedo

Melhor figurino na categoria iniciantes em dança:
Sandra Lima (coreografia Planamente, da Esquadros Cia. de Dança e Escola Municipal Três Carneiros)

Melhor figurino na categoria avançados em dança – solos, duos e trios:
André Aguiar e Natalie Revorêdo (coreografia Txeckuh, com alunos do Curso de Licenciatura em Dança da Universidade Federal de Pernambuco)

Melhor figurino na categoria avançados em dança – grupos:
Fábio Costa (coreografia Ave Poesia, do Grupo Matulão de Dança)

Prêmio Destaque em Dança:
Grupo Matulão de Dança, pelo envolvimento com a cultura popular valorizando o seu aspecto mais cênico em diálogo com outras linguagens artísticas

Melhor bailarina na categoria iniciantes em dança:
Vanessa Alcântara (pela coreografia Todo bailarino é louco, do Grupo Seis’Um de Dança e Escola Estadual Professor Jordão Emerenciano)

Melhor bailarino na categoria iniciantes em dança:
Filipe Sabóia (pela coreografia Com-Munione, do Núcleo de Danças Venícius Passos)

Melhor bailarina na categoria avançados em dança – solos, duos e trios:
Janaína Santos (pela coreografia Ginga de matamba, do Nortess Coletivo de Dança e Escola Estadual João Pessoa Guerra)

Melhor bailarino na categoria avançados em dança – solos, duos e trios:
Danilo Rojas (pela coreografia Uníssono, do Aria Social)

Melhor bailarina na categoria avançados em dança – grupos:
Stefany Ribeiro (pela coreografia Narciso, o reflexo do eu, da A Sós Cia. de Dança e Associação dos Moradores da UR-3 Ibura)

Melhor bailarino na categoria avançados em dança:
Diogo Lins (pela coreografia Narciso, o reflexo do eu, da A Sós Cia. de Dança e Associação dos Moradores da UR-3 Ibura)

Melhor coreógrafo ou coreógrafa na categoria iniciantes em dança:
Ana Emília Freire (pela coreografia Ubanco, do Aria Espaço de Dança e Arte)

Melhor coreografia na categoria iniciantes em dança:
Passos (1 e 2 Cia. de Dança e Colégio e Curso João Paulo I)

Melhor coreógrafo ou coreógrafa na categoria avançados em dança – solos, duos e trios:
Carla Machado (pela coreografia Uníssono, do Aria Social)

Melhor coreografia na categoria avançados em dança – solos, duos e trios:
Ginga de matamba, do Nortess Coletivo de Dança e Escola Estadual João Pessoa Guerra, de Igarassu

Melhor coreógrafo ou coreógrafa na categoria avançados em dança – grupos:
Inêz Lima (pela coreografia Bandolins, do Aria Clássico)

Melhor coreografia na categoria avançados em dança – grupos:
Narciso – O reflexo do eu, da A Sós Cia. de Dança e Associação dos Moradores da UR-3 Ibura

Vou aproveitar para publicar a versão completa de uma matéria minha que saiu no Diario de Pernambuco sobre o trabalho de Allan Shymytty na cidade de Manari:

Menino Minotauro ganhou melhor direção, cenário, destaque e ator de teatro para crianças

Manari sobe ao palco

Tinha sido um dia chuvoso em Manari, a 318,4 km da capital pernambucana. Mesmo assim, a família de Maria Quitéria, 16 anos, que mora no Sítio Garrote, na Zona Rural, decidiu sair de casa. Era um compromisso especial: os pais foram prestigiar a estreia da filha como atriz. Eles mesmos nunca tinham visto uma peça, ido ao teatro. Manari não tem lá muitas opções de atividades culturais e esse é só um dos problemas do município que, em 2004, ganhou as manchetes do país com uma triste estatística – era a cidade com o mais baixo índice de desenvolvimento humano do país.

Desde então, algumas iniciativas governamentais e da sociedade civil têm tentado mudar cenários de miséria. “Com o teatro, nós mostramos que, apesar de tudo, somos capazes”, diz a jovem que está no elenco de Menino Minotauro, montagem que encerrou o 9° Festival Estudantil de Teatro e Dança.

A produção que tem texto de Luiz Felipe Botelho leva ao palco 26 atores, entre nove e 17 anos. O protagonista é Cícero Manoel Gomes da Silva, 13 anos, que interrompeu o jogo de futebol na rua para dar entrevista ao Diario. “Nunca tinha visto teatro não. E eu nem sabia, aí um colega meu passou lá em casa me chamando para fazer esse curso. Gostei muito de fazer teatro”, diz o intérprete de Guga. “Ele brinca, arruma namorada e dona Zulmira, a professora, (interpretada por Quitéria) não gosta dele”, explica o garoto.

O diretor Allan Shymytty, que deu um curso de teatro de quatro meses para 102 pessoas antes de escolher o elenco da montagem, diz que a primeira barreira foi a dificuldade com a leitura. “Começamos com interpretação de texto. Nesse caso específico, ainda cumprimos um papel importante, porque a montagem fala do primeiro beijo, primeiro amor, a descoberta do sexo e foi uma forma deles começarem a discutir e tratar desses temas, que normalmente os pais não falam em casa”, conta. Outra dificuldade superada foi o preconceito que os meninos têm com teatro. “É como se teatro fosse coisa de mulher. Mas é um tabu, uma questão pedagógica, de base. O teatro vai ensinar como esses jovens devem lidar com as diferenças, tratar as pessoas”, avança o diretor.

Bruno da Silva Amorim, 23 anos, diz que a peça o ajudou com um problema antigo: a timidez. O universitário que mora com os pais agricultores e todos os dias faz um trajeto de duas horas de ônibus para ir e duas para voltar até Arcoverde para assistir às aulas do curso de História explica que a peça vai “tirar a má impressão que as pessoas têm com a cidade. Queremos mostrar as coisas boas, a nossa arte”.

Um diretor desbravador

Allan Shymytty é acostumado a desbravar lugares onde o teatro ainda não chegou. Ano passado, com um grupo de jovens de Tupanatinga, cidade a 321 km do Recife, Shymytty montou uma versão de Os saltimbancos intitulada A revolta dos bichos, que também se apresentou no Festival Estudantil de Teatro e Dança. “Essa é a função da Equipe Teatral de Arcoverde, Etearc, que eu dirijo há dez anos. Trabalhamos com crianças carentes, comunidades e regiões menos favorecidas”. O diretor tinha 15 anos quando fez o primeiro curso de teatro em Arcoverde, ministrado por Geraldo Barros, que comandou a Etearc até 2001, quando faleceu. “Eu dava opinião da iluminação ao cenário. Então assumi essa função de diretor. A primeira peça que dirigi profissionalmente mesmo foi Pluft, o fantasminha”, relembra.

“Nós passamos alguns meses nas cidades e a ideia é, nesses lugares, preparar novos atores, diretores, interessados em continuar o trabalho”, explica. Será assim com Manari, que recebeu uma oficina de iniciação teatral por quatro meses, uma iniciativa do Ponto de cultura O resgate multicultural Manari via progresso. “Manari tem um potencial cultural muito grande. Tem grupos de mazurca, São Gonçalo, banda de pífano, sanfoneiro. E agora as próprias escolas estão começando a fazer teatro, organizar grupos”, conta Paulo Celso, professor, coordenador do ponto de cultura. Na estreia de Menino Minotauro em Manari, os 300 ingressos colocados à venda foram comprados.

Teatro com índios

Nem acabou ainda o projeto em Manari e Allan Shymytty já está envolvido numa nova empreitada: uma montagem com os índios da tribo Kambiwás, próxima à cidade de Ibimirim (339 km do Recife), na subregião do Vale do Moxotó. “É uma comunidade pequena, pego uma estrada de terra, no pau de arara, pra chegar até lá”. A peça terá 25 índios atuando e 10 na produção. O mais velho é o cacique de 42 anos. A montagem, que deve estrear em outubro, vai contar a história da própria tribo. “Cada vez mais percebo o quanto o teatro é uma linguagem universal. A história do velho Pajé vai falar do massacre que eles sofreram em Serra Negra e terá a dança típica, a dança do toré”, adianta.

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Oficinas de dança

A 9ª Mostra Brasileira de Dança está marcada para acontecer somente entre os dias 10 e 17 de julho, mas já estão abertas as inscrições para as oficinas promovidas pelo festival. São seis opções para iniciantes, todas gratuitas, e seis oficinas de aperfeiçoamento, para bailarinos e coreógrafos. Nesse último bloco, apenas a oficina Corpo Cartoon é gratuita; as outras custam R$ 30 cada. As inscrições podem ser feitas nos locais de realização de cada oficina. É preciso preencher uma ficha e levar um breve currículo.

Confira quais são as oficinas disponibilizadas:

Iniciantes:
Período: 11 a 15 de julho. Inscrições gratuitas no local de cada oficina, até 01/07 (ou quando as vagas forem preenchidas). Faixa etária: a partir de 12 anos

Ciclos Festivos Pernambucanos
Vivência prática e teórica de Danças Populares como Caboclinhos (Ciclo Carnavalesco), Xaxado (Ciclo Junino) e Guerreiro/Galante (Ciclo Natalino), proporcionando a valorização da cultura popular.
Professora: Anna Miranda – Graduada em Licenciatura em Educação Física pela UPE; professora e coreógrafa do Balé Popular do Recife durante 12 anos; diretora e coreógrafa da Cia. de Dança Perna de Palco desde 1997; e diretora da Escola de Frevo Maestro Fernando Borges desde 2009.
Horário: 14h às 17h. Vagas: 30.
Local: Instituto Shopping Recife (Rua Jonathas de Vasconcelos, 57, Boa Viagem – Informações: 3328-3675).

Giordani Gorki vai ministrar oficina sobre movimento e ciência

Movimento e Ciência: A Dança Baseada em Evidência
Uma introdução à pesquisa científica relacionada à prática de dança. O objetivo é introduzir conceitos relacionados à fisiologia do exercício e a aprendizagem motora aplicados ao ensino e a prática de dança, assim como apresentar uma breve introdução à educação somática e sua aplicação na dança contemporânea.
Professor: Giordani Gorki – Fisioterapeuta graduado pela European School of Physiotherapy (Amsterdam – Holanda); ex-bailarino com carreira internacional (Alemanha, Índia, França, Brasil) e foco quase que exclusivamente na dança-teatro; pesquisador do movimento humano; coreógrafo e professor de dança.
Horário: 9h às 12h. Vagas: 25.
Local: Escola Municipal de Frevo Maestro Fernando Borges (Rua Castro Alves, 440, Encruzilhada. Informações:3355-3102).

Cavalo Marinho
A abordagem dos movimentos de dança no Cavalo Marinho, ressaltando ainda cacoetes de alguns personagens do folguedo, além das pisadas e a dança do São Gonçalo.
Professor: Paulo Henrique Albuquerque – Secretário do Maracatu Piaba de Ouro e da Associação dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco. Iniciou seu aprendizado com o Mestre Salustiano e o seu pai, João Salustiano, além de ter tido como outros mestres, Zé Alfaiate, Mestre Grimário do Cavalo Marinho Boi Pintado e Paulinho do Caboclinho 7 Flechas.
Horário: 9h às 12h. Vagas: 30.
Local: Maracatu Piaba de Ouro (Rua Curupira, 125, Cidade Tabajara/Olinda – Informações: 3372-5986).

Corpo em Movimento
A oficina abordará movimentos pendulares que oferecem ao corpo uma diferente qualidade de movimento, investigando ainda a transição em relação ao espaço, pelos diversos níveis, tendo influência da dança clássica, dança moderna, capoeira e frevo em união para dar suporte à técnica pesquisada.
Professor: Ivaldo Mendonça – Bailarino, professor de dança e coreógrafo. Já integrou a Cia. dos Homens, Deborah Colker Cia. de Dança (RJ) e Cia. de Danças de Diadema (SP), além de ter coreografado para a Compassos Cia. de Danças, Trupp Cia. de Dança, Cia. Vias da Dança, Icógnum Cia. de Dança, Paracuru Cia. de Dança (CE) e Sem Censura Cia. de Dança (PB). Ministrou ainda oficinas na Amostra Contemporânea de Joinville (SC), Bienal Internacional de Dança do Ceará (CE), Porto Alegre em Cena (RS) e Festival Internacional de Dança do Recife.
Horário: 14h às 17h. Vagas: 25.
Local: Aria Espaço de Dança e Arte (Av. Canal de Setúbal, 766, Piedade/Jaboatão dos Guararapes – Informações:3341-1014).

Ivaldo Mendonça é bailarino, professor e coreógrafo. Foto: Amir Sfair

Contato/Improvisação
Proporcionar ao aluno conceitos sobre técnicas de Educação Somática e do Sistema Laban/Bartenieff, para melhor reconhecer o corpo, apoios, transferência de peso, centro e periferia, dinâmicas de movimento individuais e coletivas, improvisação dirigida e criação artística, com bases e princípios que norteiam o contato-improvisação.
Professor: José W. Júnior – Licenciando em Dança pela Universidade Federal de Pernambuco; bailarino, atualmente integrante da Cia. Etc. e Acupe Grupo de Dança; coreógrafo, pesquisador em dança e arte educador da ONG Grupo de Apoio Mútuo Pé no Chão.
Horário: 14h às 17h. Vagas: 30.
Local: Espaço Endança – Instituição Membro do Conselho Internacional de Dança (Rua Jerônimo de Albuquerque, 187, Casa Forte. Informações: 3267-5025).

Dança Afro
Vivência prática e teórica em um processo criativo de elementos da elevação da herança cultural afro brasileira, com pesquisa sobre a historicidade e costumes da cultura africana.
Professor: Tiago Ferreira – Professor de Educação Física; Especialista em Educação Física Escolar pela Universidade ESEF/UPE e em Dança e Consciência Corporal pela Universidade Gama Filho; coreógrafo e pesquisador do Bacnaré (Balé de Cultura Negra do Recife), com espetáculos já apresentados na França, Bélgica, Inglaterra, Polônia, Espanha, Alemanha, Grécia e Taiwan.
Horário: 14h às 17h. Vagas: 25.
Local: Núcleo de Arte e Cultura/DEX – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) – Campus Recife (Av. Luiz Freire, 500, Cidade Universitária. Informações: 2125-1655/1615)

Aperfeiçoamento:
Inscrições até 01/07 ou até o término das vagas. Faixa etária: a partir de 14 anos. Inscrição: R$ 30 (a oficina Corpo Cartoon é gratuita)

Dança Moderna/Contemporânea
O universo da dança moderna e contemporânea, tendo como foco a técnica da coreógrafa norte americana Jennifer Muller.
Professor: Marcelo Pereira (PE/Suíça) – Bailarino, professor, coreógrafo e diretor da Escola de Ballet Marcelo’s Move, na Suíça. Como intérprete, participou de importantes festivais de dança no Brasil, Europa e Estados Unidos, ministrando, com frequência, workshops de ballet moderno e contemporâneo.
Dias: 11 a 15/07, das 9h às 12h. Vagas: 28.
Local: Academia Fátima Freitas (Rua Desembargador João Paes, 214, Boa Viagem. Informações: 3467-1140).

Hip-Hop: The Next Level
Um mergulho na filosofia do hip-hop, através dos passos, músicas e história deste movimento artístico .
Professor: António Silva (Portugal) – Bailarino e coreógrafo, campeão mundial de hip-hop em 2010. Tendo formação com mestres como Don Campbell, Milo Levell, Sugapop, Shayne Sparks, Mike Song (USA), Sonia Mvondo (FRA) e Fidel Buika (ESP), já coreografou para vários artistas internacionais, entre eles, Jennifer Lopes, Flow 212, Jey Vachiya, T-Love, Technotronic, Rozalla e Boss AC.
Dias: 11 a 15/07, das 14h às 17h. Vagas: 55.
Local: Geraldão – Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (Avenida Mascarenhas de Moraes, Imbiribeira. Informações: 3355-1200 / 3355-1766).

Antonio Silva é campeão mundial de hip-hop. Foto: Seven Agency

Ballet Clássico
Conceitos teóricos e práticos dos princípios e conteúdos do ballet clássico serão abordados, além dos elementos da técnica, terminologia, história, pedagogia e método de aplicação.
Professor: Flávio Sampaio (CE) – Ex-bailarino e maitre de ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e professor do Curso de Dança da UniverCidade (RJ). Fundador do Curso de Dança da Universidade Gama Filho, é ainda autor dos livros Ballet Essencial e Ballet Passo a Passo.
Dias: 11, 12 e 13/07, das 9h às 12h. Vagas: 28.
Local: Espaço Endança – Instituição Membro do Conselho Internacional de Dança (Rua Jerônimo de Albuquerque, 187, Casa Forte. Informações: 3267-5025).

Corpo Cartoon
Estimular a criatividade e a inventividade dramatúrgica, percepção e imaginação como ferramentas de interação entre corpo e imagem, propondo a animação de desenhos a partir do impulso, da pulsão, da potência de ação e do deslocamento corporal. Com isso, experienciar a distorção de imagens, formas, proporções e a hibridez antropomórfica presente nos cartoons.
Professores: Kleber Damaso*, Guilherme Wohlgemuth, Viviane Domingues e Raoni Gondim (GO).
*Artista, pesquisador e professor da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG. Graduado em Dança pela UNICAMP, começou sua formação em 1994 com Henrique Rodovalho. Já foi contemplado com a Bolsa Vitae de Artes 2005 e a Bolsa de Estimulo à Criação da Funarte em 2008.
Dia: 12/07, das 9h às 13h. Vagas: 20.
Local: Espaço Compassos (Rua da Moeda, 93, 1º andar, Bairro do Recife. Informações: 4101-1640).

Jomar Mesquita é diretor da Mimulus Cia de Dança. Foto: Guto Muniz

Composição Coreográfica Contemporânea em Danças de Salão
Proporcionar ferramentas teórico-práticas para composições coreográficas, diferenciando entre os trabalhos de criação com objetivo artístico, e os trabalhos que objetivam o entretenimento, utilizando a técnica da desconstrução e improvisação na dança de salão.
Professor: Jomar Mesquita (MG) – Professor, coreógrafo e bailarino, diretor da Mimulus Escola de Dança desde 1990, onde vem desenvolvendo uma linguagem própria e inovadora com as danças a dois.
Dias: 13 (das 9h às 12h), 14 e 15/07 (das 14h às 17h). Vagas: 80 (40 casais).
Local: Atos Escola de Dança (Rua Cônego Barata, 436, Tamarineira. Informações: 3269-7066.

Ballet Clássico
Primando por exercícios de barra e centro do ballet clássico, tendo como enfoque a escola russa, as aulas aprimorarão uma série de técnicas de alongamento, fortalecimento muscular, coordenação, orientação espacial e temporal.
Professor: Luiz Roberto (PE) – Professor, bailarino e coreógrafo, com formação em ballet clássico, jazz e contemporâneo. Dentre as companhias que dançou, destacam-se Joyce Ballet (SP), Ballet do Terceiro Mundo (RJ), Corpovivo (RN) e Cia. dos Homens (PE), onde também foi coreógrafo.
Dias: 13, 14 e 15/07, das 15h às 17h. Vagas: 24.
Local: Aria Espaço de Dança e Arte (Av. Canal de Setúbal, 766, Piedade/Jaboatão dos Guararapes – Informações:3341-1014).

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