Arquivo mensais:fevereiro 2011

A prévia dos Doutores

Os Doutores da Alegria Recife, aquela turma de palhaços-atores que circula pelos hospitais da cidade, marcaram para este domingo (27) a prévia matinê do Bloco Miolo Mole – O Bloco Mais Bobo do Mundo. A festa, realizada sob o lema Cabeça dura tem cura! será às 17h, no Catamarã Bar e Restaurante (Avenida Sul, s/n, Santo Antônio).

Vários artistas foram convidados para a folia: Gerlane Lops, Maestro Spok, Ed Carlos, Gustavo Travassos e Nena Queiroga, todos ao som da Orquestra de Frevo Perfil; além, claro, do elenco dos Doutores: Dra. Mary En (Enne Marx), Dr. Dud Grud (Eduardo Filho), Dr. Eu-zébio (Fábio Caio), Dra. Monalisa (Greyce Braga), Dr. Ado (Arilson Lopes), Dr.Cavaco (Anderson Douglas), Dra. Baju (Juliana de Almeida), Dr. Micolino (Marcelino Dias), Dr. Lui (Luciano Pontes), Dr. Marciano (Márcio Carneiro), Dr. Marmelo (Marcelo de Oliveira), Dra. Suca (Suenne Sotero), Dra. Tan Tan (Tâmara Lima) e Dr. Sibito (Eduardo Rios).

Foto: Luciana Serra

E preparem as crianças, porque a festa vai ter ainda o Concurso Balizinha e Mominho 2011, que vai selecionar dois pequenos para se tornarem “besteirologistas foliões oficiais”.

Ficou animado? O ingresso-camiseta para a festa custa R$ 15 e está sendo vendido na sede dos Doutores da Alegria Recife, que fica na Avenida Domingos Ferreira, 2215, sala 102, em Boa Viagem, ou pelos telefones (81) 3466-2373 / 0866.

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O Teatro de Camaragibe virou lenda?

Situação do Teatro Camará, em Camaragibe

Quando (será que) vai ficar pronto? Os artistas de Camaragibe cobram uma resposta do poder público. Indignados com os encaminhamentos da prefeitura dessa cidade, na Região Metropolitana do Recife, para o “equipamento cultural”, eles iniciaram uma campanha para cobrar esclarecimentos.

O Movimento dos sem Palco marcou para o dia 12 de março, a partir das 9h, na Rua Elisa Cabral, no Centro de Camaragibe, uma “panfletada”. O manifesto pretende apresentar a situação do teatro à população e fazer a entrega simbólica de um certificado de “Prefeito Inimigo da Cultura”. Durante o ato, haverá apresentações de esquetes e discursos de artistas locais e de grupos parceiros.

E quais serão as justificativas da prefeitura?

Abaixo o documento do MSP (Movimento dos Sem Palco) de Camaragibe.

“A luta por um teatro em Camaragibe é longa, cheia de percalços, contratempos e tapeações. Inicialmente, na gestão do então prefeito sr. Paulo Santana (1997), a sociedade e a classe artística apontaram a demanda e foi conquistado um espaço onde seria instalado o teatro, o antigo Clube Peñarol. Foi uma imensa conquista, construiu-se uma bela maquete, fogos de artifícios e comemorações. E, num só cochilo, tudo foi por água a baixo.

Disseram que os órgãos fiscalizadores da burocracia não aprovaram tal espaço, por ausência de alguns itens necessários. E que aquele lugar seria transformado em um espaço cultural, o que acabou não sendo feito. Hoje, um galpão abandonado que serve pra guardar coisas em desuso, um belo e imponente elefante branco, uma lixeira de luxo.

Conquistou-se então, através da Braspérola, em negociações em troca de dívidas com o governo municipal, um enorme galpão. Que antes tinha sido o cinema municipal. Esse recinto, em 2002, depois de uma ligeiríssima reforma, tornou-se o Espaço Teatro Camará. Que foi inaugurado e bem utilizado pela classe artística, com inúmeras apresentações de teatro, espetáculos de dança, canto, cinema e outros eventos culturais, apesar de não possuir a menor estrutura para ser uma casa de espetáculo: era desprovido totalmente de iluminação cênica, só existia uma geral com refletores de jardim, as rotundas eram de TNT, sem acústica, refrigeração, camarins e nem banheiro.

No entanto, na primeira gestão do Sr. Prefeito João Lemos (2005-2008) foi iniciada uma obra orçada em torno de um milhão de reais. Pois é. Como tantas outras obras paradas atualmente no município, imaginem o que também esqueceram ou não deram conta? O teatro. Acabou-se o primeiro mandato, o segundo também está acabando e nada. Como sempre a cultura sempre é relegada a segundo plano. Será que eles sabem pra que serve um teatro? Será que já foram a um?

Todos reclamam desta demora e não há uma pessoa que possa responder esta simples pergunta. Quando o teatro vai ficar pronto? Pense numa gestão morna para cultura e cheia de descaminhos culturais. Sem nenhum projeto cultural para a cidade.

É preciso conscientizar os governantes e a população que o Teatro Camará é um bem tão necessário para Camaragibe e para o Estado quanto uma escola, um hospital, uma biblioteca ou uma praça, e levar em consideração que na cidade existem profissionais que geram renda com esta atividade e pagam seus impostos como qualquer cidadão de qualquer outra profissão.

Obs.: O Movimento dos Sem Palco formado por artistas da cidade criou uma comissão e agendou uma reunião com o Prefeito João Lemos no dia 10/02/2011 para discutir sobre as obras do teatro. O Prefeito, faltando 30 minutos para iniciar a reunião desmarcou alegando que não poderia receber a comissão, pois iria resolver problemas pessoais.

Obs.1: Foi solicitado via ofício a Fundação de Cultura de Camaragibe, no dia 14/02/2011 uma visita ao teatro por parte da classe artística local. O ofício foi negado alegando que o teatro está em obras, quando na verdade não existe ninguém trabalhando nele e em função dele.

Obs2: Está marcada a PANFLETADA do MOVIMENTO DOS SEM PALCO DE CAMARAGIBE para o dia 12/03 a partir das 9h na Rua Elisa Cabral – Centro – Camaragibe.
O evento será marcado pela distribuição de panfletos a população sobre a situação do teatro, a entrega simbólica de um certificado de Prefeito Inimigo da Cultura, apresentações de esquetes e discursos de artistas locais e de grupos parceiros.

Uma CIDADE sem TEATRO não pode ser considerada CIDADE. O TEATRO CAMARÁ ESTÁ UMA VERGONHA. VÁ VER.

Realização: MSP (Movimento dos Sem Palco)”

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Hoje quero falar de amor ao teatro

Foto: Ivana Moura

O teatro do Muda ficou lotado na última terça-feira, para mais uma edição do Leia-se: Terça!. Foram cinco atores bem jovens – Evandro Lira, Fernanda Melo, Luana Lira, Luciana Pontual e Thiago França – dando vida aos personagens de Hoje quero falar de amor, tipos urbanos criados por Cleyton Cabral. Na realidade, eram vários textinhos curtos, que foram retirados do blog do publicitário e ator.

Legítimo representante da geração Y, Cleyton é inquieto e produz muito. Em alguns textos, essa ânsia pela agilidade fica mais evidente; e aí talvez os finais não sejam os mais imprevisíveis, como na história da menina muda na parada de ônibus; ou, de maneira mais ampla, os textos não tenham alcançado as possibilidades suscitadas pelos temas, como a conversa pela internet, que esbarra e anda de mãos dadas com o riso fácil. Nada que mais tempo de maturação não possa resolver; e é mesmo muito bom ver tantos jovens – desde o autor, diretor (Rafael Almeida), atores e plateia – interessados em explorar o teatro.

Hoje quero falar de amor

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Um carnaval que vale muitas polêmicas

Foto: Catherine Krulik

Todo mundo acha que carnaval é tempo só para se divertir, brincar. Mas este ano, pelo jeito, vai ser diferente. A divulgação da grade de programação da folia do Governo do Estado tem gerado muita polêmica entre os músicos pernambucanos. Uma série de e-mails está circulando e a coordenação geral do Fórum Permanente da Música de Pernambuco marcou uma reunião para esta quinta-feira, às 11h, na Torre Malakoff. O que eles alegam é que houve um retrocesso na política de valorização do músico pernambucano e que a política pública para a música não é continuada – o que acarreta insatisfação, principalmente nesses grandes eventos, como carnaval e São João.

Segundo os dados divulgados pelo próprio governo, estão sendo investidos R$ 16 milhões para a montagem dos 19 polos de animação e R$ 2 milhões para a divulgação da campanha publicitária. Falar nisso…impossível não comentar a cópia que quiseram fazer daquela campanha da Oi..transformaram o cafuçú Ligador no nosso folião!

Bom, mas voltando… Aproveitando a discussão gerada a partir de toda essa polêmica (que acaba se refletindo não só na música, ou quem já esqueceu dos 160 anos do Santa Isabel?), colocamos uma nova enquete no ar: “O que você achou da programação desse Carnaval que vale por muitos?”

E aí? Vai se posicionar?

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Gerald Thomas está de volta

Gerald Thomas voltou à cena. Estreou Throats (Gargantas) sexta-feira passada no Pleasance Theatre, em Londres. Segundo o jornal O Globo, “um teatro independente localizado num beco de Islington, bairro do norte da capital britânica, e que há 14 anos já nasceu na corda-bamba financeira por não fazer parte da lista de estabelecimentos que recebem subsídios do governo”.

Throats é sobre o mundo pós-11 de Setembro. Um atentado terrorista se confunde com um acidente de trânsito. Ou um “atropelamento de sentidos”. Segundo a Folha de São Paulo, “os mortos se encontram numa espécie de banquete, onde o vinho servido é o sangue de outros atentados e de outras datas de conflitos históricos”.

A estreia foi numa noite gelada do inverno londrino e Throats foi apresentado num espaço para 280 pessoas, praticamente lotado. O espetáculo fica em cartaz até 27 de março como parte de uma série de espetáculos batizados de “Uma noite menos ordinária”.

Essa é a primeira montagem da companhia Ópera Seca, London Dry Opera, composta por sete atores selecionados depois da audição de mais de 600 candidatos.

A trilha sonora é assinada por John Paul Jones, baixista do Led Zeppelin, que compareceu à estreia ao lado da mulher, Maureen. Jones pretende desenvolver em parceria com Thomas o projeto de uma ópera, prevista para 2013.

Há um ano e meio (setembro de 2009), Gerald Thomas anunciou sua aposentadoria com manifesto de independência (http://geraldthomasblog.wordpress.com/manifesto/) . Dizia-se desiludido, petrificado, perdido. E que as artes haviam se transformado numa “mera repetição medíocre e menor de algo que já teve um gosto bom e novo”.

Se muita coisa não mudou no mundo desde então, Gerald reconhece que não aguentou ficar muito tempo longe dos palcos, por não saber fazer outra coisa. “Se existisse um ‘rehab’ para alguém se curar do vício do teatro, eu me internaria nele”.

Que bom que o Gerald Thomas voltou. O turbilhão de ideias do artista fazia falta. E que o espetáculo chegue ao Brasil.

As matérias do Globo e da Folha estão disponíveis no blog do Gerald.

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