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Agenda setembro – Terceira semana

AGENDA SÃO PAULO 

ESTREIA

Eu de Você

Denise Fraga estreia espetáculo Eu de Você. Foto: Bruna Paulin 

Sartre pregava, ironicamente, que o inferno são outros. Sim, mas também espelho. A atriz Denise Fraga aposta nesse reflexo, nessa reverberação. A intérprete defende a urgência de ver o outro, olhar pelo olhar do outro.  Ela recebe sempre o público na porta do teatro para reforçar a cumplicidade, o laço de afeto. Denise Fraga gosta de gente e de contar suas histórias. Durante nove anos protagonizou um programa de televisão contando histórias reais: o Retrato Falado, na TV Globo.

No solo Eu de Você, Fraga leva ao palco histórias do cotidiano de gente comum e a criatividade para encontrar solução para diversos problemas. O humor é uma ferramenta poderosa nessa montagem. Denise convocou o público a enviar suas histórias para esse projeto, anunciou nos jornais, nas redes sociais. De mais de 400 histórias foram selecionadas 33, costuradas dramaturgicamente com literatura, música, imagens e poesia. Estão em cena em ficção Paulo Leminski, Zezé di Camargo, Tchekhov, Beatles, Chico Buarque, Dostoiévski e Fernando Pessoa.

Serviço:
Eu de Você
Quando: sexta, às 20h, sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Até 15 de dezembro
Onde: Teatro Vivo (Av. Dr. Chucri Zaidan, 2.460, Morumbi)
Quanto: De R$ 25 a R$ 70
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

Ficha técnica:
Idealização e criação: Denise Fraga, José Maria e Luiz Villaça
Com Denise Fraga
Direção: Luiz Villaça
Produção: José Maria
Obra inspirada livremente nas narrativas de Akio Alex Missaka, Anas Obaid, Barbara Heckler, Bruno Favaro Martins, Clarice F. Vasconcelos, Cristiane Aparecida dos Santos Ferreira, Deise de Assis, Denise Miranda , Eliana Cristina dos Santos, Enzo Rodrigues, Érico Medeiros Jacobina Aires, Fátima Jinnyat, Felipe Aquino, Fernanda Pittelkow, Francisco Thiago Cavalcanti, Gláucia Faria, José Luiz Tavares, Julio Hernandes, Karina Cárdenas, Liliana Patrícia Pataquiva Barriga, Luis Gustavo Rocha, Maira Paola de Salvo, Marcia Angela Faga, Marcia Yukie Ikemoto, Marlene Simões de Paula, Nanci Bonani, Nathália da Silva de Oliveira, Raquel Nogueira Paulino, Ruth Maria Ferreiro Botelho, Sonia Manski, Sylvie Mutiene Ngkang, Thereza Brown, Vinicius Gabriel Araújo Portela, Wagner Júnior
Dramaturgia: Cassia Conti, André Dib, Denise Fraga, Kênia Dias, Fernanda Maia, Geraldo Carneiro, Luiz Villaça e Rafael Gomes
Texto final: Rafael Gomes, Denise Fraga e Luiz Villaça
Direção de imagens em vídeo: André Dib
Direção de arte: Simone Mina
Direção musical: Fernanda Maia
Direção de movimento: Kenia Dias
Iluminação: Wagner Antônio
Assessoria de Imprensa SP: Morente Forte Comunicações
Projeto realizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura
Coprodução: Café Royal
Produção: NIA Teatro
Patrocínio: BB Seguros
Realização: Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal

EM CARTAZ

A Cobradora

A Cobradora tem dramaturgia de Claudia Barral. Foto: Christiane Forcinito

Faz 12 anos que a Trupe Zózima realiza suas investidas e pesquisas cênicas a bordo de um ônibus que circula por São Paulo. No espetáculo A Cobradora, o coletivo teatral adota o palco italiano para tratar da personagem Maria das Dores, que prefere ser chamada de Dolores. Com dramaturgia de Claudia Barral e direção de Anderson Maurício, a atriz Maria Alencar leva ao palco histórias de Marias reais, trançadas umas às outras, permeadas pela violência, por mortes, pela sobrevivência diária em busca do sustento e de dignidade.

Serviço:
A Cobradora
Trupe Zózima
Quando: Sextas, às 20h, e sábados, às 18h. Até 19 de outubro
Onde: Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, Vila Mariana)  
Quanto: R$ 6 (credencial plena), R$ 10 (meia-entrada), R$ 20 (inteira) 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Ficha técnica
Atriz criadora: Maria Alencar
Encenação: Anderson Maurício
Dramaturgia: Cláudia Barral
Vídeo mapping: Leonardo Souzza e Otávio Rodrigues
Preparação corporal e movimento: Natalia Yuki
Preparação vocal: Marilene Grama
Trilha sonora original: Rodrigo Florentino
Iluminação: Tomate Saraiva e Otávio Rodrigues
Operadora de luz: Fernanda Cordeiro
Operadora de som: Wayra Arendartchuk Castro
Cenografia: Anderson Maurício e Nathalia Campos
Adereços cenográficos: Nathalia Campos
Construtor Cênico: Alício Silva
Figurino: Tatiana Nunes
Conteúdo de vídeo: Leonardo Souzza
Orientação de vídeo mapping: Ana Beraldo e Ihon Yadoya
Produção geral: Tatiane Lustoza
Assistente de produção: Amanda Azevedo e Jonathan Araújo
Fotografia: Leonardo Souzza
Assessoria de imprensa: Canal Aberto

Chernobyl

Chernobyl está em cartaz às segundas e terças-feiras. Foto: Guy Pichard

O espetáculo leva ao palco as lembranças de 30 anos do maior acidente nuclear da história, quando a usina número quatro explodiu em Chernobyl. A notícia correu o mundo daquele fatídico 26 de abril de 1986, de uma explosão que havia destruído o reator nuclear da usina de Chernobyl, próxima à cidade de Pripyat, na Ucrânia. Após o desastre, a região foi esvaziada e a população nunca mais voltou, abandonando seus bens materiais e suas histórias. O texto foi escrito em 2017 pela dramaturga francesa Florence Valéro, nascida no mesmo ano do acidente nuclear. A boneca Antonia, protagonista-narradora conta o que vê com seus olhos de vidro cor esmeralda. Com direção de Bruno Perillo, Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery revezam-se entre nove personagens, que têm suas rotinas brutalmente alteradas.

Serviço:
Chernobyl
Quando: segundas e terças, às 20h. Até 22 de outubro
Onde: Sesc Consolação – Espaço Beta/3º andar ( Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque)
Quanto: R$ 6 (credencial plena), R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 (inteira)
Duração: 95 minutos
Classificação: 14 anos

Ficha técnica:
Dramaturgia: Florence Valéro (com excertos do livro Vozes de Chernobyl, de Svetlana Aleksiévitch inseridos por elenco e direção)
Tradução: Carolina Haddad
Direção: Bruno Perillo
Elenco: Carolina Haddad, Joana Dória, Manuela Afonso e Nicole Cordery
Trilha sonora e operação de som: Pedro Semeghini
Iluminação e vídeo: Grissel Pinguillem
Cenário e figurinos: Chris Aizner
Preparação corporal: Marina Caron
Visagismo: Cristina Cavalcanti
Operação de luz: Michelle Bezerra
Contrarregra: Júlia Temer
Assistente de produção: Marcelo Leão
Estagiária de direção: Madu Arakaki
Fotos de Chernobyl: Duca Mendes e Carol Thomé
Fotos do espetáculo: Guy Pichard e Felipe Cohen
Produção: Anayan Moretto

Dona Ivone Lara – Um sorriso negro

Aspectos da vida pessoal da sambista, como a formação em Serviço Social, o casamento, a maternidade e o racismo que enfrentou ao longo da vida se sobressaem na trama. Foto: Divulgação

A força da mulher negra no Brasil é ressaltada no musical, carregado de críticas sociais e políticas. Dona Ivone Lara (1922-2018) foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores de uma escola de samba e abriu muito caminhos. A autora de Acreditar e Sonho Meu é retratada em três momentos da vida, aos 12, 26 e 80 anos.

Serviço:
Dona Ivone Lara – Um sorriso negro
Quando: Quinta a sábado, às 20h, domingo, às 17h. Até 20 de outubro
Onde: Teatro Sérgio Cardoso (Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista)
Quanto: R$ 40 a R$ 150 (ingressos pelo site http://ingressorapido.com.br)

Ficha técnica:
Idealização e direção geral: Jô Santana
Dramaturgia e direção artística: Elisio Lopes Jr.
Direção musical: Rildo Hora
Codireção musical: Jarbas Bittencourt
Direção coreográfica: José Carlos Arandiba Zebrinha
Direção assistente/residente: Ricardo Gamba
Assistente de coreografia: Arismar Santos
Elenco: André Muato, Belize Pombal, Beto Mettig, Bruno Quixote, Di Ribeiro, Diogo Lopes Filho, Felipe Adetokumbo, Felipe Gomes Moreira, Fernanda Cascardo, Fernanda Jacob, Fernanda Ventura, Heloisa Jorge , Flavia Souza, Francisco Salgado, Guilherme Silva, Jeff Pereira, Larissa Noel, Larissa Carneiro, Nara Couto, Pedro Caetano, Rafa Leal, Sylvia Nazareth, Udilê Procópio
Cenografia: Paula de Paoli
Figurino: Carol Lobato
Desenho de Luz: Valmyr Ferreira
Pesquisa: Nilcemar Nogueira

Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada

Treze atores contam a trajetória de Erêndira, do deserto habitado pelo ‘vento da sua desgraça’ até os ‘entardeceres de nunca acabar’. Foto: Leekyung Kim

A obra do Nobel colombiano Gabriel García Márquez, que foi publicada em 1972, narra a trajetória de uma menina de 14 anos, que após um incêndio que destrói a casa da família, passa a ser prostituída pela avó. A adaptação para o teatro é de Augusto Boal. Irene Papas defendeu o papel da desalmada e Claudia Ohana fez Erêndira no cinema, no filme de 1983, com direção de Ruy Guerra. A montagem teatral tem direção de Marco Antonio Rodrigues, dramaturgia de Claudia Barral e canções originais compostas por Chico César. Celso Frateschi interpreta a cruel avó e Giovana Cordeiro faz seu début no teatro como Erêndira. Com Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Gustavo Haddad, Dagoberto Feliz, Dani Theller, Demian Pinto, Eric Nowinski, Jane Fernandes, Marco França, Maurício Destri e Rafael Faustino. O espetáculo abraça a estética e os recursos do realismo fantástico, seguindo os passos de Gabo.

Serviço:
Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada
Quando: Quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Até 08 de dezembro 
Onde: Centro Cultural Fiesp – Teatro do SESI (Avenida Paulista 1313, Bela Vista)
Quanto: Grátis / Reserva de ingressos: Centroculturalfiesp.Com.Br
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Baseado no conto de Gabriel Garcia Márquez  
Adaptação: Augusto Boal 
Dramaturgia: Claudia Barral 
Tradução: Cecília Boal 
Direção: Marco Antonio Rodrigues 
Elenco: Giovana Cordeiro, Maurício Destri, Chico Carvalho, Dagoberto Feliz, Gustavo Haddad, Marco França, Eric Nowinski, Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Dani Theller, Demian Pinto, Jane Fernandes e Rafael Faustino 
Cenografia: Marcio Medina  
Figurino: Cássio Brasil 
Iluminação: Tulio Pezzoni 
Músicas originais compostas: Chico Cesár 
Preparadora corporal: Marcella Vincentini 
Design gráfico: Zeca Rodrigues 
Fotografia: Leekyung Kim 
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro 
Idealização: Instituto Boal 
Assistentes de produção: Diogo Pasquim e Carol Vidotti  
Produção executiva: Camila Bevilacqua 
Direção de produção: Luís Henrique Luque Daltrozo 
Produção: Daltrozo Produções 
Realização: SESI São Paulo

Gomorra – Crime, Revolta e Dor (Tragédia Urbana em único ato)

Espetáculo se baseia na tragédia de Eurípedes para retratar personagens marginalizados pela sociedade. Foto: Leekyung Kim

Em um ambiente insalubre, personagens sem escrúpulos, imorais, amorais e marginalizados tentam sobreviver. Mas em meio a tudo isso, um amor adolescente emerge, em sua carga bruta, sem sutilezas. Escrita e dirigida por Jean Dandrah, Gomorra – Crime, Revolta e Dor (Tragédia Urbana em Único Ato) retrata a trajetória de um grupo morando em uma ocupação em meados da década de 1970, buscando sobreviver e lidar com a convivência entre si. O espetáculo se inspira na tragédia Hécuba (424 a.C.), do escritor e poeta grego Eurípedes, que trata da destruição e desencanto deixados no rastro da Guerra de Tróia.

Serviço:
Gomorra – Crime, Revolta e Dor (Tragédia Urbana em Único Ato)
Quando: segunda, terça e quarta, às 20h. Até 2 de outubro
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro – São Paulo
Quanto: Gratuito Retirar ingressos com uma hora de antecedência.
Duração: 1h35minutos
Classificação indicativa: 18 anos

Ficha técnica:
Texto e direção geral: Jean Dandrah
Assistente de direção: Milene Haddad
Iluminação: Alexandre Zullu
Trilha Sonora: Lucas Guerreiro
Figurino: Andrea Pera
Cenografia: Lisandro Leite
Visagismo e make up: Alex Arimatéia
Designer gráfico: Tobias Luz
Operador de Luz: Roberto Herrera
Preparação psicológica dos atores: Psicóloga Clínica Fernanda Gregório
Foto: Leekyung Kim
Produção Geral: Sem abacaxi
Agência e tecnologia: Ton Andrade
Elenco: Alessandra Catarina, Elizeu Costa, Giovanna Colacicco, Jean Dandrah, Lisandro Leite, Litta Mogoff, Luciano Rocha, Maria Luiza Castelar, Mauricio Fiori Junior, Milene Haddad, Pedro Bonilha, Renata Bittencourt e Wilton Walban
Realização: Núcleo Palco Meu de Artes de São Paulo

Let me change your name (Coréia do Sul)

Let me change your name faz sessão única neste sábado (21). Foto: divulgação Cia

Companhia da Coreia do Sul veio ao Brasil para participar da Bienal de Dança

Depois de apresentar Dancing Grandmothers na última quinta-feira (19), a companhia da Coreia do Sul sobe ao palco do Teatro Antunes Filho, no Sesc Vila Mariana, com Let me change your name. São nove artistas em cena, incluindo a coreógrafa que dá nome à companhia: Eun-Me Ahn. A partir das repetições e contrates, entre a escuridão e as luzes dos refletores, figurinos em preto e branco ou coloridos brilhantes, entre o ritual xamanista e desfile de moda, gravidade e humor, o trabalho questiona a identidade e o lugar dos indivíduos na sociedade. O movimento se impõe, repetitivo, às vezes hipnótico até um transe.

Serviço:
Let me change your name
Eun-Me Ahn Company
Quando: sábado (21), às 21h
Onde: Teatro Antunes Filho, Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, Vila Mariana)
Quanto: R$ 12 (credencial plena), R$ 20 (meia-entrada) e R$ 40 (inteira)
Duração: 80 minutos

Ficha técnica:
Coreografia e direção artística: Eun-Me Ahn
Música: Young-Gyu Jang
Cenários e figurinos: Eun-Me Ahn
Desenho de luz: Andre SchulzQ
Dançarinos: Eun-Me Ahn, Hyosub Bae, Jihye Ha, Wanyoung Jung, Youngmin Jung, Hyekyoung Kim, Kibum Kim, Eisul Lee , Sihan
Produção: Eun-Me Ahn Company
Produção Brasil: CenaCULTproduções – Julia Gomes
Técnico de palco Brasil: Cauê Gouveia

Negro de estimação

Negro de estimação. Foto: Ivson Miranda

O pernambucano Kleber Lourenço, do  Visível Núcleo de Criação, está em cartaz no Sesc Belenzinho desde a semana passada com o espetáculo Negro de estimação. O espetáculo de dança-teatro estreado em 2007 se desenrola a partir do estudo da ação dramática em oito contos do livro Contos negreiros, de Marcelino Freire. Neste trabalho, Lourenço traz no próprio corpo negro temas como identidade racial, racismo, violência e religiosidade, que vão se desvelando em quadros.

Serviço:
Negro de estimação
com Kleber Lourenço, do Visível Núcleo de Criação
Quando: sexta (20) e sábado (21), às 20h30, e domingo (22), às 17h30
Onde: Sesc Belenzinho (Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho)
Quanto: R$ 6 (credencial plena), R$ 10 (meia-entrada) e R$ 20 (inteira)
Duração: 55 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Ficha técnica
Criação e Interpretação: Kleber Lourenço
Co-direção: Marcondes Lima
Adaptação do livro Contos Negreiros de Marcelino Freire
Figurinos: Luciano Pontes
Cenografia: Bruno Vilela
Trilha Sonora Original: Missionário José
Criação de Luz: Luciana Raposo
Operação de Luz: Clébio Ferreira
Operação de Som: Jandilson Vieira
Cenotécnico: Jandilson Vieira
Designer Gráfico: Gabriel Azevedo
Marketing Digital: Ventuna Digital
Produção Executiva: Kleber Lourenço
Realização: Visível Núcleo de Criação

Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante

Yara de Novaes e Deborah Falabela. Foto: Sérgio Silva

Quando o público adentra o teatro Anchieta já se depara com Yara de Novaes, Debora Falabella e mais quatro musicistas em coreografias de aquecimento com varas de bambu, exercícios de luta oriental, movimentos criados por Ana Paula Lopez. Sinal de que é preciso coragem para seguir, para viver e lutar. Em Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante, dirigido pelo encenador Gabriel Fontes Paiva, o Km 23, de uma estrada qualquer, é o local de embate e de empatia. Lá, uma garota delira após ter sido violentada por um grupo de homens. O lugar abandonado fica perto de um aeroporto e outras meninas também já foram violentadas

O texto de Silvia Gomez, autora de O Céu Cinco Minutos Antes da TempestadeO Amor e Outros Estranhos RumoresMarte, Você Está Aí? e Mantenha Fora do Alcance do Bebê, é inspirado numa tragédia sucedida no Piauí, em 2015, quando quatro garotas foram estupradas e arremessadas em um abismo.

As personagens encontram-se em situações-limite: L, personagem de Falabella, estuprada nas cenas iniciais, e a Vigia do pedaço, interpretada por Novaes, enveredam por uma linguagem não realista para tratar desse tema duro e delicado. A Vigia também dá pitacos na direção, iluminação, pede canções para a banda  boliviana Las Majas, que toca a trilha composta por Lucas Santtana dialogando com as personagens. 

Serviço:
Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante
Com Grupo 3 de Teatro
Quando: Sexta e sábado, às 21h, e domingos, às 18h. Até 6 de outubro
Onde: Teatro Anchieta, Sesc Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245)
Quanto: R$10 (credencial plena e meia-entrada) e R$ 20 (inteira)
Duração: 90 minutos
Indicação etária: 16 anos

Ficha Técnica:
Elenco: Débora Falabella e Yara de Novaes
Texto: Silvia Gomez
Direção: Gabriel Fontes Paiva
Banda Las Majas: Mayarí Romero, Lucia Dalence, Lucia Camacho e Isis Alvarado, além do diretor Marvin Montes
Cenografia: André Cortez
Vídeo Cenário: Luiz Duva
Figurino: Fabio Namatame
Iluminação: Gabriel Fontes Paiva e André Prado
Trilha sonora original: Lucas Santtana e Fábio Pinczowisk
Assistência de direção: André Prado e Ana Paula Lopez
Assistente de cenário e produção de objetos: Carol Bucek
Assistente de figurinos: Juliano Lopez
Preparadora vocal: Ana Luiza
Preparadora e direção de movimento: Ana Paula Lopez
Oficinas: Dione Carlos
Workshops: Maria Thais
Direção de palco: Diego Dac
Operação de luz e vídeo: André Prado
Operação de Som: Thiago Rocha
Design de Som: André Omote
Cenotécnicos: Alexandre da Luz Alves e Murilo Alves
Assistência de produção: Cadu Cardoso e Letícia Gonzalez
Assistente administrativo: Rogério Prudêncio
Assessoria de imprensa: Pombo Correio e Sesc
Identidade gráfica: Patrícia Cividanes
Fotos de material gráfico e divulgação: Fábio Audi
Gestão de projeto: Luana Gorayeb
Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Produção: Contorno Produções e Fontes Realizações
Grupo 3 de Teatro: Débora Falabella, Gabriel Fontes Paiva e Yara de Novaes
Realização: Sesc SP, 9º Prêmio Zé Renato e Secretaria da Cultura

Os Um e os Outros

Os Curiácios são o povo dos Um, que acredita na universalidade da sua cultura, enquanto os Horácios são os Outros, ou todos aqueles que defendem a diversidade dos modos de existência. Foto: Cacá Bernardes

O xamã Ianomâmi Davi Kopenawa avisou. Continua avisando. Se os brancos continuarem agindo como fazem hoje em relação à natureza e à vida na Terra, “o céu cairá sobre as nossas cabeças”. Poucos escutaram. Poucos escutam. Kopenawa é enfático. Se a harmonia na Terra for quebrada, o céu cairá sobre a cabeça de TODOS. Sem exceção. O registro está no livro A queda do céu, de Davi Kopenawa e do etnólogo Bruce Albert .

O musical Os Um e os Outros, da Cia Livre, em parceria com a Cia Oito Nova Dança, leva luta e resistência dos povos ameríndios ao Sesc Pompeia. O espetáculo cria um diálogo entre a fábula contada por Brecht e a luta dos povos ameríndios no Brasil contemporâneo. Livremente adaptado de Os Horácios e Os Curiácios, de Bertolt Brecht, em forma de opereta, faz uma justaposição das batalhas narradas pelo autor com a luta dos povos ameríndios no Brasil de hoje.

Dirigido por Cibele Forjaz, Os Um e os Outros utiliza diversos formatos e linguagens, como o teatro, o audiovisual, a dança e a música. Além dos artistas das duas companhias e outros convidados, o espetáculo conta com a presença de integrantes da comunidade Guarani M’Bya da Terra Indígena Tenondé-Porã, situada em Parelheiros (Zona Sul de São Paulo), que ampliam a discussão evocada pelo teatro.

Serviço:
Os Um e os Outros
Cia Livre
Quando: Quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 18h. Até 22 de setembro
Onde: Sesc Pompeia – Teatro (Rua Clélia, 93, Água Branca)
Quanto: R$ 12 (credencial plena), R$ 20 (meia) e R$40 (inteira)
Duração: 2h30min
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Jogadorxs: Adriano Salhab, Cibele Forjaz, Fernanda Haucke, Fredy Allan, Gisele Calazans, Lu Favoreto, Lucia Romano, Marcos Damigo, Roberto Alencar, Vanessa Medeiros
Contra regra em cena: Jackson Santos
Músicos em cena: Adriano Salhab, Gabriel Máximo e Ivan Garro
Composições de trilha original, direção musical e arranjos: Adriano Salhab e Guilherme Calzavara
Desenho de som e sonoplastia: Ivan Garro
Direção de arte: Cla Mor, Marília de Oliveira Cavalheiro e Valentina Soares
Arquitetura cênica e objetos: Marília de Oliveira Cavalheiro
Figurino e objetos: Valentina Soares
Vídeo: Annick Matalon, Cla Mor, Fábio Riff, Lucas Brandão e Mariana Caldas
Operação de vídeo: Cla Mor
Câmera em cena: Annick Matalon
Vídeo mapping: Fábio Riff e Mariana Caldas | Vapor 324
Luz: Cibele Forjaz e Matheus Brant
Operação de luz: Matheus Brant e Nara Zocher
Identidade visual e projeto gráfico: Julia Valiengo
Assistência de direção: Gabriel Máximo e Jackson Santos
Preparação e direção vocal: Lucia Gayotto
Preparação corporal e direção de movimento: Lu Favoreto
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques | Canal Aberto
Produtoras: Bia Fonseca e Iza Marie Miceli | Nós 2 Produtoras Associadas
Direção geral e encenação: Cibele Forjaz
Coro Convidado do povo Guarani M’Bya [em revezamento]:
Jerá Poty Mirī | Jerá Guarani, Tatarndy Germano, Karai Negão, Karai Tiago, Poty Priscila e Karai Tataendy Ricardo
 

 

 

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A falsa brasileira rodou a baiana na cara da ditadura

Sorriso largo, alegria de viver e uma vivacidade contagiante são legados que atriz e cantora Elke Maravilha deixa para os seus fãs. E isso vai fazer falta. Ela sabia que a alegria também liberta. Sempre bem arrumada, maquiada com sua voz grave e forte e aquele sorriso acolhedor. Nada mais apropriado do que ser chamada de Maravilha.

Elke Grunnupp nasceu na Rússia, em 1945. Veio para o Brasil fugida da guerra ainda criança com a família, para morar em Minas Gerais.

Foi modelo e manequim. Também secretária, bibliotecária, bancária, professora e tradutora. Começou a carreira na televisão na Discoteca do Chacrinha. Depois fez novelas, filmes e espetáculos de teatro. Uma das últimas aparições na televisão foi no quadro O Grande Plano, do Fantástico, em dezembro do ano passado.

Era poliglota, sabia falar oito línguas: russo, alemão, inglês, francês, italiano, espanhol, grego e português. Escrachada, culta, politizada, humanitária. Com aquele seu jeitinho sempre tinha uma palavra de incentivo e nunca se soube que ela humilhou ninguém.

Engajou-se na luta contra a Ditadura Militar, e ao lado de Zuzu Angel denunciou o desaparecimento do filho da estilista, Stuart Angel, assassinado na Base Aérea do Galeão, no Rio. Passou seis dias presa por desacato, após rasgar um cartaz de procurado com a foto de Stuart.

A artista veio ao Recife no início do ano, com o espetáculo Elke canta e conta, com direção de Ruben Curi, dentro da programação do 22º Janeiro de Grandes Espetáculos. Acompanhada do músico Adriano Salhab ela narrou vivências e histórias que pareciam de pescador e cantou um repertório de canções em alemão, grego, espanhol e português.

Um altar uma trilha Russa de nascimento, Elke soube expressar como poucos o Brasil das misturas, da alegria e do sofrimento

Russa de nascimento, Elke soube expressar como poucos o Brasil das misturas, da alegria e do sofrimento

No perfil da artista no Facebook, foi postada a mensagem na terça pelo administrador da página:
“Avisamos que nossa Elke já não está por aqui, conosco. Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os deuses, que ela tanto amava, estejam com ela nessa viagem. ‘Eros anikate mahan’ (O amor é invencível nas batalhas). Crianças: conviver é o grande barato da vida, aproveitem e convivam.”

Aos 71 anos, a artista morreu no Rio de Janeiro, no início da madrugada da terça-feira (16/08).Ela estava internada na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, desde o dia 20 de junho. Elke foi operada de uma úlcera, ficou em coma induzido, mas não se recuperou.

Como aclamou Itamar Assunção: Uma prenda / Ogã um pilar / O ar mãe e filha… Foto: Reprodução do Facebook

Casou-se várias vezes. Foi rainha de associação de prostitutas no Rio, madrinha dos veados. Veio ao mundo para brilhar. E viveu a vida intensamente. Como na música de Itamar Assumpção.

Elke mulher maravilha
Uma negra alemã um radar
Um mar uma pilha
Elke mulher maravilha
Uma branca maçã avatar
Um luar uma ilha
Elke mulher maravilha
Uma deusa pagã um sonar
Um altar uma trilha
Elke mulher maravilha
Uma prenda Ogã um pilar
O ar mãe e filha

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