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Banda de palhaças

Foto: Luciana Dantas

Mulheres palhaças tocam nesta sexta-feira no Recife. Será no Espaço Muda, no bairro de Santo Amaro, a partir das 21h. Subversão e humor são ingredientes da banda As Levianas, formada pelas palhaças Aurhelia (Nara Menezes), Baju (Juliana Almeida), Mary Enn (Enne Marx) e Tan Tan (Tamara Floriano). O pocket show mescla em seu repertório desde Diana a latina Celia Cruz. A direção artística é de Marcondes Lima; a assessoria artística de Jeannick Dupont; e colaboração de Rosemary Oliveira e Adriana Milet. A realização é da Cia Animé.

SERVIÇO:
Show d’ As Levianas
Quando: Sextas 11 e 18 e sábados 12 e 19 de fevereiro, às 21h
Onde: Espaço MUDA Galeria.Artes cênicas.Moda.Bistrô (Rua do Lima, 280, Santo Amaro – Recife, PE. Fone: (81) 3032 1347)
Quanto: R$ 10

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MARéMUNDO tem pré-estreia no Espaço Muda

Foto: Juan Guimarães

Com a pré-estreia da peça MARéMUNDO escrita e interpretada por Arthur Canavarro, o coletivo Grão Comum encerra a mostra do seu repertório e a participação especial no Janeiro de Grandes Espetáculos. O trabalho será exibido hoje, às 22h, no Espaço Muda. Trata da história de Beira-mar, um pescador anônimo que se mete numa viagem e atravessa o oceano, por acreditar que existe uma ilha encantada e que ele precisa chegar lá. Para ele, o mar é povoado por seres fantásticos, monstros e divindades. E ele necessita quebrar um feitiço.

Beira-mar segue os versos do poeta português Fernando Pessoa quando diz que “navegar é preciso” porque se somos surpreendidos com algo inesperado ou imprevisível, quando o significado habitual das coisas, das ações, dos valores ou das pessoas perde sentido, mudamos ou deveríamos mudar de rumo para entender as motivações e essência dos acontecimentos. Após a apresentação, haverá uma conversa sobre o processo de criação.

O coletivo exibiu nas terças-feiras anteriores: Delicado (Daniel Barros), Abanoi – desse lado onde estás (Júnior Aguiar) e Mucurana – de mundo afora e história adentro (Asaías Lira). A mostra do coletivo Grão Comum é completada por uma exposição de fotos Sobregrãos realizadas por Juan Guimarães.

Serviço
MARéMUNDO
Quando: Nesta terça-feira, 1° de fevereiro, às 22h
Onde: Espaço MUDA (Galeria.Artes cênicas.Moda.Bistrô) – Rua do Lima, 280, Santo Amaro – Recife, PE
Fone: (81) 3032 1347
Ingresso: R$ 10

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Frescor de Mamãe comeu minha vida

Mamãe comeu minha vida. A encenação integrou a edição de ontem (27/01) do Curta Teatro especial para o 17° Janeiro de Grandes Espetáculos. Foi a estreia da cineasta Kátia Mesel no teatro. Ela também adaptou para o palco o conto de Cyl Gallindo.

Dúvidas e segredos femininos são revelados com nuances, que são reforçadas pela opção da diretora de dividir a personagem por quatro atrizes: Ana Cláudia Wanguestel, Viviane Bezerra, Galiana Brasil e Rita Marize. O feminino é explorado pelo olhar de Kátia com a cumplicidade das quatro intérpretes.

A direção optou por um tom mais leve, quase cômico para mostrar o que a repressão sexual é capaz de fazer com uma mulher. Ou como esses papéis são exercidos desde a infância até a vida adulta, com seus pudores, medos, composturas e descomposturas, excitações, vergonha e gozo. As várias facetas da Valentina expõem em palavras o que antes só cabia revelar ao espelho.

Como uma das características do projeto é levar a cena montagens curtas dirigidas por cineastas com atores da cidade, cujo processo tenha sido rápido, percebemos a pulsação criativa durante a apresentação. O público se torna totalmente cúmplice do ato criador. Com gradações, Ana Cláudia Wanguestel e Galiana Brasil representam o lado mais exposto da personagem; Viviane Bezerra e Rita Marize o aspecto mais contido, reprimido.

É interessante que neste Janeiro de Grandes Espetáculos tantas montagens discutam, falem, reflitam sobre questões sexuais, gozo, posições masculinas e femininas, em primeiro plano como Cabaré das Donzelas Inocentes, Animal Agonizante e Improvável, por exemplo.

Mamãe comeu minha vida é uma boa estreia de Kátia Mesel, diretora que se dedica ao cinema há quatro décadas e assina Recife de dentro para fora e do longa O Rochedo e a Estrela, no teatro.

O projeto Curta teatro foi idealizado pelos atores Sandra Possani e Kleber Lourenço, junto com o cineasta Pedro Severien. Vem reunindo gente de teatro e de cinema, do ano passado. Nessa edição do Janeiro de Grandes Espetáculos, o “Curta Teatro Especial” abrigou também Ópera de Martino, com direção de Valdir Oliveira; A minha vaidade quer, por Pablo Polo.

O Espaço Muda, aliás, vem ganhando terreno na fomentação das artes cênicas, das artes plásticas, da música, da moda, lançamentos de livros, etc. Completou um ano semana passada e praticamente todo dia tem uma atração diferente. Virou um ponto de parada obrigatório para quem está ligado na cultura da cidade.

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A graça de Mucurana

Foto: Ivana Moura

Mucurana – de mundo afora e história adentro é um experimento desenvolvido pelo ator Asaías Lira – o Zaza, que encontrou esse personagem de Hermilo Borba Filho há cinco anos e nunca mais o largou. Lá atrás, ele protagonizou a peça Mucurana, o peixe, adaptada e dirigida por Carlos Carvalho do conto O Peixe, que estreou em 2006. Nessa montagem, que trazia no elenco Gilberto Brito (Coronel Teodósio Guedes Farias de Azeredo), Flávio Renovatto (Fogo Pagô e narrador), Azaias Zazá (Mucurana), Soraya Silva (narradora e vigia do Coronel), Olga Torres e Patrícia Moreira (narradoras), Mucurana é punido pelo Major 44 Espada d’Água Teodósio Guedes Farias de Azeredo, por ter subtraído do seu viveiro um camorim dos roliços. O castigo foi andar com o peixe pendurado no pescoço. O espetáculo acabou e Zazá encontrou outra vida para o personagem.

Agora ele está sozinho, com seu pandeiro, seus apetrechos. As histórias de suas andanças pelo mundo afora aproximam Mucurana de outros artistas populares. Uma ingenuidade que está mais perto da pureza do coração e uma esperteza de quem precisa sobreviver em condições adversas são traços desse personagem. Ele lembra Mateus do bumba-meu-boi e do cavalo-marinho. Mas o ator também dialoga com outros personagens da dramaturgia e até com os doidos de rua, com sua teatralidade genuína.

Zaza está em constante busca do gesto perfeito, da graça certeira, do domínio do espaço, da alegria que contamine. Em Mucurana, ele entra e sai na história do Brasil oficial, criticando-a e apresentando outras versões. E as evoluções parecem sambada de cavalo-marinho, com o ator olhando nos olhos da plateia. Termina dizendo que os sapatos que usa foram do escritor Ariano Suassuna.

Mucurana foi apresentado na terça-feira, dentro do projeto do Coletivo Grão Comum, no Espaço Muda (este lugar onde todo dia tem uma atração, na Rua do Lima) e depois houve uma longa e sincera conversa com o público por mais de uma hora. O ator contou de suas experiências com esse personagem, de sua luta nos sinais da cidade para garantir alguns trocados, e muitas vezes da incompreensão de sua arte por parte de quem o assiste. O encenador João Denys estava lá e falou das teatralidades e da arte do ator. Outras pessoas, como o cineasta Pablo Polo, comentaram sobre suas impressões. Sobre o encantamento que o ator desperta na plateia.

Foto: Ivana Moura

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