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Espetáculo “Encantado”, de Lia Rodrigues:
para nos reconectar com a magia do mundo

Encantado, da Lia Rodrigues Companhia de Danças. Foto: Sammi Landweer / Divulgação

Vários tipos de corpos compõem criaturas mágicas e paisagens encantadas. Foto: Sammi Landweer / Divulgação

Espetáculo está em cartaz no Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros. Foto: Sammi Landweer / Divulgação

Encantado: particípio passado do verbo encantar. Encantar: submeter (algo, alguém ou a si mesmo) à ação de encanto, feitiço ou magia; enfeitiçar. Por extensão, envolver ou ser envolvido por algo sedutor; maravilhar(-se). Serve ainda como expressão de cumprimento social. No Brasil, a palavra ganha outros sentidos: designa as entidades animadas por forças desconhecidas, que transitam entre céu e terra, nas selvas, nas pedras, em águas doces e salgadas, nas dunas, nas plantas, transformando-os em locais sagrados.

Os bailarinos desenrolam uma enorme colcha de retalhos colorida, como se estendessem um grande rio de tecido, e desaparecerem. Quando a luz aumenta, eles voltam um a um, nus, andando para agarrar os tecidos, propondo maneiras de cobrir e descobrir o corpo ou a cabeça, e convocar os espíritos. Esses vários tipos de corpos compõem criaturas mágicas e paisagens encantadas: imagens, assombros, silhuetas, humanos, animais, vegetais ou minerais, que podem remeter a formas de tigre, sereia grávida, dragão, carruagem de sapo ou graças em transfigurações constantes. É um encontro de essências sobrenaturais.

Na cultura afro-americana, entidades animadas, os “encantados”, trafegam entre terra e céu, dunas e rochedos, e os transformam em lugares sagrados. São essas forças misteriosas, intimamente ligadas à natureza, ameaçadas no mundo de hoje que inspiram o espetáculo Encantado, da Lia Rodrigues Companhia de Danças.

Os artistas se metamorfoseiam ao som de trechos das melodias do povo Guarani Mbya do Brasil, mais precisamente da aldeia de Kalipety do território indígena Ténondé Porã. Esse material, utilizado em looping na trilha composta e mixada com Alexandre Seabra, foi cantado durante a marcha dos povos indígenas contra o marco temporal, realizada no ano passado, em Brasília. Em agosto de 2021, em frente ao Supremo Tribunal Federal, durante a maior manifestação de povos indígenas, 170 tribos exigiam a proteção de suas terras ancestrais, ameaçadas por lobbies agrícolas e seus métodos de desmatamento massivo, em grande parte incentivados pelas políticas de Jair Bolsonaro.

Concebida no contexto da crise sanitária, a peça foi criada entre abril e novembro de 2021, como todos os projetos da companhia desde 2004, no Centro de Artes da Maré, no Rio de Janeiro, instituição criada e dirigida pela Redes da Maré e pela Lia Rodrigues Cia de Danças em 2009.  

A peça segue as pistas da magia na busca da energia ancestral da dança, seu caráter festivo e revolucionário. As demandas política e ecológica estão no corpo criação da coreógrafa Lia Rodrigues.

Encantado estreou em dezembro de 2021 no Festival d’Automne de Paris, fazendo temporada em dois teatros da capital francesa dos quais Lia Rodrigues é artista associada: Teatro Nacional de Chaillot e o LeCenquatre. Está em cartaz no Sesc Pinheiros até 10 de abril, de quinta a sábado, às 21h e domingos, às 18h.

Fúria, de Lia Rodrigues. Foto: Sammi Landweer / Divulgação

O espetáculo Fúria, que passou por São Paulo em 2019 e faz apresentações nos dias Dias 14, 16 e 17 de abril de 2022, de quinta e sábado, às 21h e domingo, às 18h, está repleto do sentimento de perplexidade e indignação despertado pela realidade atual . No palco, os bailarinos lançam perguntas corporais como: “de que lugar estamos falando? Por que estamos falando? Sobre quem estamos falando? Como estamos falando? Para quem estamos falando?”

Ficha Técnica – Encantado 

Criação:  Lia Rodrigues 
Dançado e criado em estreita colaboração com  Leonardo Nunes, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Da Silva, Larissa Lima, Ricardo Xavier, Joana Lima, David Abreu, Matheus Macena, Tiago Oliveira, Raquel Alexandre 
Assistente de criação: Amália Lima 
Dramaturgia:  Silvia Soter 
Colaboração artística  e imagens:  Sammi Landweer 
Criação de luz:  Nicolas Boudier com assistência técnica de  Baptistine Méral e  Magali Foubert 
Operação de luz: Jimmy Wong 
Trilha sonora/mixagem: Alexandre Seabra (a partir de trechos de músicas do  povo GUARANI MBYA/aldeia  de Kalipety da T.I. Tenondé Porã, cantadas e tocadas  durante a marcha de povos indígenas em Brasília em  agosto e setembro de 2021 contra o ‘marco temporal ‘, uma medida inconstitucional, que prejudica o presente e o futuro de todas as gerações dos povos indígenas). 
Produção e difusão: Colette de Turville com assistência de Astrid Toledo 
Administração França: Jacques Segueilla 
Produção Brasil: Gabi Gonçalves / Corpo Rastreado 
Produção e idealização do projeto Goethe Instituto: Claudia Oliveira 
Secretária: Glória Laureano 
Professores: Amalia Lima, Sylvia Barretto, Valentina Fittipaldi 
Uma coprodução de Scène nationale Carré-Colonnes; Le TAP – Théâtre Auditorium de Poitiers; Scène nationale du Sud-Aquitain; La Coursive – Scène nationale de La Rochelle; L’empreinte, Scène nationale Brive-Tulle; Théâtre d’Angoulême Scène Nationale; Le Moulin du Roc, Scène nationale à Niort; La Scène Nationale d’Aubusson; Kunstenfestivaldesarts (Brussels); Brussels, Theaterfestival (Basel); HAU Hebbel am Ufer (Berlin); Festival Oriente Occidente (Rovereto); Theater Freiburg; l’OARA – Office Artistique de la Région Nouvelle Aquitaine; Julidans (Amsterdam); Teatro Municipal do Porto; Festival DDD, dias de dança; Chaillot – Théâtre national de la Danse (Paris); Le CENTQUATRE-PARIS; e Festival d’Automne à Paris. 
Com apoio de FONDOC (Occitanie)/França; Fundo internacional de ajuda para as organizações de cultura e educação 2021 do ministério federal alemão de Affaires étrangères, do Goethe-Institut et de outros parceiros; Fondation d’entrepriseHermès/França, com a parceria de  France Culture 
Lia Rodrigues é artista associada do Théâtre national de la Danse (Paris); Le CENTQUATRE-PARIS 
Uma produção da Lia Rodrigues Companhia de Danças com apoio da Redes da Maré (Campanha “A Maré diz  não  ao  Coronavírus  – projeto  Conexão Saúde”) e do  Centro de Artes da Maré . 
Agradecimentos:  Thérèse Barbanel, Antoine Manologlou, Maguy Marin, Eliana Souza Silva, equipe do Centro de Artes da Maré. 
Encantado é dedicado a Olivier. 

Ficha técnica – Fúria 
Criação: Lia Rodrigues 
Assistente de criação: Amália Lima 
Dançado e criado em estreita colaboração com: Leonardo Nunes, Carolina Repetto, Valentina Fittipaldi, Andrey Silva, Larissa Lima, Ricardo Xavier, Joana Lima, David Abreu, Matheus Macena, Tiago Oliveira, Raquel Alexandre 
Também criado por: Felipe Vian, Clara Cavalcante, Karoll Silva 
Dramaturgia: Silvia Soter 
Colaboração artística e imagens: Sammi Landweer 
Criação de Luz: Nicolas Boudier 
Operação de Luz: Jimmy Wong 
Produção e difusão internacional: Colette de Turville 
Produção e difusão Brasil: Gabi Gonçalves/ Corpo Rastreado 
Secretária/administração: Glória Laureano 
Professoras: Amália Lima, Sylvia Barreto 
Coprodução: Chaillot – Théâtre national de la Danse, CENTQUATRE-Paris, Fondation d’entreprise Hermès dans le cadre de son programme New Settings,  Festival d’Automne  de Paris, MA scène- nationale, Pays de Montbéliard, Les Hivernales – CDNC (França);  Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main, Festival Frankfurter Position 2019 –BHF-Bank-Stiftung, Theater Freiburg,  Muffatwerk/Munique (Alemanha); Kunstenfestivaldesarts, Bruxelas (Bélgica); Teatro Municipal do Porto,  Festival DDD – dias de dança (Portugal). 
Uma realização da Lia Rodrigues Companhia de Danças com o apoio da Redes da Maré e do Centro de Artes da Maré. 
Lia Rodrigues é uma artista associada ao Chaillot-Théâtre national de la Danse e ao CENTQUATRE, França. 
Agradecimentos:  Zeca Assumpção, Inês Assumpção, Alexandre Seabra, Mendel Landweer, Jacques Segueilla , equipe do Centro de Artes da Maré e da Redes da Maré. 

SERVIÇO 
Fúria e EncantadoLia Rodrigues Companhia de Danças 
Onde: Teatro Paulo Autran (1010 lugares) – R. Pais Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo
Encantado 
Quando: De 17 de março a 10 de abril de 2022. Quinta a sábado, às 21h. Domingos, às 18h  
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (credencial plena/meia)   
Duração: 60 minutos  
Classificação: 16 anos  
Fúria 
Quando: Dias 14, 16 e 17 de abril de 2022. Quinta e sábado, às 21h. Domingo, às 18h 
Ingressos: R$ 40 (inteira), R$ 20 (credencial plena/meia)   
Duração: 70 minutos  
Classificação: 16 anos 

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Mulheres Viram Búfalos com o Teatro Heliópolis

 

Cárcere ou Porque as Mulheres Viram Búfalos. Foto: Weslei Barba / Divulgação

O contexto do encarceramento feminino é mote da montagem CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, da Companhia de Teatro Heliópolis. O espetáculo estreia neste 12 de março (sábado, às 20h), na sede do grupo, com ingressos no sistema “pague quanto puder” e gratuitos para alunos e professores da rede pública. A peça tem direção de Miguel Rocha, texto de Dione Carlos e celebra 20 anos de fundação do grupo, completados em 2020.

Na peça, duas irmãs com vidas marcadas pelo aprisionamento dos homens da família buscam estratégias de sobrevivência, inclusive para suas comunidades. O título do espetáculo, segundo a dramaturga “faz referência às mulheres que transmutam as energias de violência e morte e reinventam realidades”.

A encenação é fruto do projeto CÁRCERE – Aprisionamento em Massa e Seus Desdobramentos, contemplado pela 35ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

Montagem celebra dias décadas do Teatro Heliópolis Foto: Weslei Barba / Divulgação

A fábula das irmãs é um disparador no enredo de CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos para evidenciar o quanto é difícil  se desvincular de uma estrutura tão complexa quanto o encarceramento.

A mãe luta contra o sistema para libertar o filho, ao mesmo tempo que precisa garantir a sobrevivência da família e do filho. A irmã dela vive uma relação tóxica com o ex-companheiro também confinado, que a ameaça a não ter uma nova relação conjugal, sob o risco de perder a própria vida.

Elas batalham para romper esse círculo vicioso,  que inclui o histórico o pai quem também esteve preso.

A peça foi construída durante a pandemia, com parte do processo realizado virtualmente.  A experiência  do confinamento na criação das cenas está carregada de camadas, de desafios, para tratar sobre outros cativeiros reais e subjetivos.

Ficha técnica  

Encenação: Miguel Rocha. 
Assistência de direção: Davi Guimarães. 
Texto: Dione Carlos. 
Elenco: Antônio Valdevino, Dalma Régia, Danyel Freitas, Davi Guimarães, Isabelle Rocha, Jefferson Matias, Jucimara Canteiro, Priscila Modesto e Walmir Bess. 
Direção musical: Renato Navarro. 
Assistência de direção musical: César Martini. 
Musicistas: Alisson Amador (percussão), Amanda Abá (violoncelo), Denise Oliveira (violino) e Jennifer Cardoso (viola). 
Cenografia: Eliseu Weide. 
Iluminação: Miguel Rocha e Toninho Rodrigues. 
Figurino: Samara Costa. 
Assistência de figurino: Clara Njambela. 
Costureira: Yaisa Bispo. 
Operação de som: Jéssica Melo. 
Operação de luz: Viviane Santos. 
Cenotecnia: Leandro Henrique. 
Provocação vocal, arranjos e composição da música do ‘manifesto das mulheres’: Bel Borges. 
Provocação vocal, orientação em atuação-musicalidade e arranjos – percussão ‘chamado de Iansã’ e poema ‘Quero ser tambor’: Luciano Mendes de Jesus. 
Estudo da prática corporal e direção de movimento: Érika Moura. 
Provocação teórico-cênica: Maria Fernanda Vomero.
 Provocações: Bernadeth Alves. 
Comentadores: Bruno Paes Manso e Salloma Salomão. 
Provocação de performatividade: Carminda Mendes André. 
Mesas de debates: Juliana Borges, Preta Ferreira, Roberto da Silva e Salloma Salomão. 
Orientação de dança afro: Janete Santiago. 
Designer gráfica: Camila Teixeira. 
Fotos: Weslei Barba. 
Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. 
Direção de produção: Dalma Régia. 
Produção executiva: Davi Guimarães, Miguel Rocha e Leidiane Araújo. 
Idealização e produção: Companhia de Teatro Heliópolis.

Serviço

Espetáculo CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos
Com: Companhia de Teatro Heliópolis
Temporada:  De 12 de março a 5 de junho de 2022; sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h
Ingressos: Pague quanto puder (público em geral) e Grátis (estudantes e professores de escolas públicas).
IIngressos online: Sympla  – https://www.sympla.com.br/produtor/companhiadeteatroheliopolis
Duração: 1h45 min.
Classificação: 14 anos.
Gênero: Experimental
Local: Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho
Sede da Cia. de Teatro Heliópolis
Endereço: Rua Silva Bueno, 1533, Ipiranga. São Paulo/SP
http://ciadeteatroheliopolis.com/
Facebook – @companhiadeteatro.heliopolis | Instagram – @ciadeteatroheliopolis

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Mostra Teatro na Telona, no Cine Satyros Bijou

Daniela Sevilha e Renata Perón em No Meio do Caminho. Foto José Luis Sória/ Divulgação

Elephants Foto: Luis Soria /Num Click Studio / Divulgação

A Mostra Teatro na Telona, promovida pelo Cine Satyros Bijou, exibe No Meio do Caminho com sessão na sexta-feira (11/03, às 18h30); e Elephants no sábado (12/03, 18h30, ambos na sala Patrícia Pillar.

Expectativas, momento de suspensão, arrependimentos, dúvidas, julgamentos e anseios são questões discutidas no trabalho No Meio do Caminho com texto de Luh Maza e direção de Danilo Miniquelli. O diretor destaca que a peça traz uma crueza, dentro do simbolismo poético, mas não apresenta respostas. Aponta para reflexões de como os corpos e as mentes das mulheres são afetados.

Com a participação das atrizes Renata Perón e Daniela Sevilha, No Meio do Caminho mostra o encontro de duas mulheres desconhecidas, trancadas em um ônibus quebrado em uma estrada escura e sem movimento, que não sabem se chegarão ao destino que planejavam, Terra Nova. O projeto foi contemplado pelo PROAC Expresso Lei Aldir Blanc – LAB 36/2020 – Produção e Temporada de Espetáculo de Teatro com Apresentação Online.

Com elenco formado por Danilo Miniquelli, Carol Mafra e Danna Lisboa, o vídeo-espetáculo Elephants é uma adaptação da obra Sobre Elefantes e Coelhos, de René Piazentin, com a direção de Nelson Baskerville. Flagra o encontro entre um corretor de imóveis e uma excêntrica tatuadora, que lidam de forma diferente com a ideia de fracasso. Enquanto os protagonistas vivem suas amarguras, ocorre uma espécie de epidemia de suicídio, que faz os corpos desaparecerem quando tocam o chão. O projeto foi contemplado pelo PROAC Expresso Lei Aldir Blanc – LAB 36/2020 – Produção e Temporada de Espetáculo de Teatro com Apresentação Online.

SERVIÇO:  No Meio do Caminho
Quando: 11/03 – sexta-feira – 18h30
Onde: Cine Satyros Bijou (Praça Franklin Roosevelt, 172 – Consolação)
Duração: 60 minutos
Valor: Gratuito (retirar 1h antes na bilheteria)
Classificação Indicativa: não recomendado para menores de 14 anos (violência verbal)

SERVIÇO:  Elephants
Quando: 12/03 – sábado – 18h30
Onde: Cine Satyros Bijou (Praça Franklin Roosevelt, 172 – Consolação)
Duração: 80 minutos
Valor: Gratuito (retirar 1h antes na bilheteria)
Classificação Indicativa: não recomendado para menores de 14 anos (violência verbal)

Ficha Técnica: No Meio do Caminho
Autora:
 Luh Maza
Direção Geral e Cenografia: Danilo Miniquelli
Elenco: Daniela Sevilha e Renata Perón
Direção de Vídeo: Richard Dantas
Concepção e Dramaturgia de Luz: Aline Santini
Figurino: Fabio Namatame
Curadoria e Concepção Musical: Luciano Andrey
Vídeo: Trópico Filmes
Técnico e Operador de Luz: Pajeú
Arranjo e Execução Musical: Raquel Martins
Som Direto e Mixagem: Equipe Produções
Sound Designer e Poesia do Som: Luana Oliveira
Operação de Câmera: Andrezza Thomas, Carla Leoni e Richard Dantas
Montagem: Carla Leoni
Produção de Set: Daniel Guisard
Fotos: Luis Sória (Num Click Studio)
Espaço Cênico: Sede Luz do Faroeste (Cia. Pessoal do Faroeste)
Produção Executiva: Daniela Sevilha e Danilo Miniquelli
Assessoria de Imprensa: Sevilha Comunicação
Idealização: Luh Maza e Danilo Miniquelli

Ficha Técnica: Elephants
Texto: René Piazentin
Direção: Nelson Baskerville
Elenco: Carol Mafra, Danilo Miniquelli e Danna Lisboa
Direção de Imagem e cenário virtual: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Direção de Arte: André Grynwask e Telumi Hellen
Figurino: Telumi Hellen
Trilha Sonora Original: Dan Maia
Assistência de Direção e Produção Executiva: Daniel Guisard
 Idealização: Danilo Miniquelli e Carol Mafra
Assessoria de Imprensa: Sevilha Comunicação
Foto: Luis Sória – Num Click Estúdio

 

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A expressão do indizível:
Stoklos performa Lispector
ao som de Elis Regina

Cena de Abjeto-Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos. Foto: Leekyung Kim / Divulgação

A arte de três mulheres-criadoras incríveis, de diferentes gerações, se junta no espetáculo Abjeto-Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos. Com textos selecionados de Clarice Lispector, canções interpretadas por Elis Regina e atuação de Denise Stoklos, a peça fica em cartaz no Sesc 24 de Maio entre os dias 10 de março e 3 de abril, de quinta a sábado, às 20h e domingos, às 18h. A direção é assinada por Elias Andreato e o dramaturgismo por Welington Andrade.

Criadora do teatro essencial, Denise Stoklos leva à cena alguns textos de Lispector, a exemplo dos contos A quinta história e O ovo e a galinha; os romances Água viva e A paixão segundo G.H. e a crônica Vergonha de viver. A artista aponta que a ideia não é representar nenhuma personagem, “mas sim reapresentá-las, trazendo uma ideia cênica a partir das questões levantadas por Clarice”.

Um símbolo muito forte na obra clariciana, que o espetáculo explora do início ao fim, é o olho. Alusões à visão e metáforas do olhar se espraiam ao longo do trabalho. A narradora de A quinta história assiste diariamente, estupefata, ao cortejo das baratas; em A paixão segundo G.H., a visão da barata leva à epifania; em O ovo e a galinha, a narradora de manhã na cozinha “vê” o ovo – o que a convida a iniciar uma longa viagem através da linguagem; em O búfalo, a personagem busca insistentemente o olhar do animal, tendo seu olhar, por fim, penetrado por ele; em Amor, a epifania se dá porque Ana vê um cego.

Foto Leekyung Kim / Divulgação

Quando tinha 17 anos, no final da década de 1960, a estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, já era uma leitora empenhada de Clarice Lispector. Nessa época, Denise Stoklos colaborava para um jornal da Faculdade. Com a justificativa de fazer uma entrevista, a atriz descobriu o endereço de Clarice na lista telefônica, foi ao Rio de Janeiro e de um telefone público, embaixo do prédio, fez um contato com a escritora.

Foi atendida por Clarice que após alguns minutos perguntou: “Você não veio me entrevistar, você veio me conhecer, não é? Então, deixe de lado a caneta e o bloco de anotações e vamos conversar.” Stoklos mantém aquele encontro aceso na memória.

O dramaturgismo é assinado por Welington Andrade e a direção é de Elias Andreato 

O dramaturgista Welington Andrade distingue linhas que fazem o trajeto do que é abjeto. São textos, como ele explica, que vão da negação do sujeito até a constituição da subjetividade. “Trata-se de uma transição, de um percurso, de uma coisa levando a outra. Essas relações podem ser observadas em diversos textos de Clarice, como nas interações das personagens G.H com uma barata – algo repulsivo porque abjeto – e aquela do conto O búfalo, que se identifica com o animal a ponto de odiá-lo”, situa.

A cena é ocupada, além da “reapresentação” de figuras claricianas, por canções na voz de Elis Regina, registros mais soturnos e existencialistas da cantora, como Meio-Termo, Os Argonautas e uma versão à capela de Se Eu Quiser Falar com Deus. A voz de Elis compõe o ambiente para Denise desenvolver sua partitura coreográfica.

Depois das 16 apresentações em São Paulo, Abjeto-Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos se apresenta no Festival de Curitiba, no Sesc da Esquina, dias 8 e 9 de abril.

FICHA TÉCNICA
Concepção e Interpretação: Denise Stoklos
Direção: Elias Andreato  
Dramaturgismo: Welington Andrade
Textos: Clarice Lispector
Canções: Elis Regina
Iluminação: Aline Santini
Espaço Cênico e Figurino: Thais Stoklos Kignel
Fotos: Leekyung Kim
Assistente de Direção: Cristina Longo
Segundo Assistente: Wallace Dutra
Cabelo: Eron Araújo
Operação de Luz: Maurício Shirakawa
Operação de Som: Vanessa Matos
Diretor de Produção: Ederson Miranda
Assistente de produção: Sofia Gonzalez
Segundo assistente: Alexandre Vasconcelos
Produção Geral: Mira Produções Culturais

SERVIÇO
Abjeto-Sujeito: Clarice Lispector por Denise Stoklos
Quando: 10/03 a 03/04, quinta a sábado, às 20h e domingos, às 18h
Onde: Sesc 24 de Maio (Rua 24 de Maio, 109, Centro, São Paulo, SP – 350 mts do metrô República)*
*Obrigatório uso de máscara e apresentação de comprovante de vacinação contra covid-19 (físico ou digital), evidenciando as duas doses, ou dose única.
Ingressos: R$40 (inteira); R$20 (Credencial Sesc, meia-entrada: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). Ingressos à venda a partir de 08/03, às 14h, no portal sescsp.org.br/24demaio e 09/03, às 17h, nas bilheterias da rede Sesc SP.
Duração: 75 minutos.
Classificação Indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos.

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Dois solos da Súbita Cia na Oswald de Andrade

 

Janaina Matter apresenta Mulher como você se chama? Foto: Elenize Desgeniski / Divulgação

O Arquipélago, com Pablito Kucarz. Foto: Elenize Dezgeniski / Divulgação

Muitas mulheres foram silenciadas, algumas perderam o direito ao nome. A personagem bíblica do Antigo Testamento, que foi casada com Ló, ficou conhecida como aquela figura transformada em uma estátua de sal. Não há registro na Bíblia sobre sua vida pessoal, nem mesmo o nome é revelado. Apenas que foi casada com Ló, sobrinho do patriarca Abraão, e que foi punida ao desobedecer às ordens divinas de não olhar para trás, na fuga de Sodoma.

O solo Mulher, como você se chama?, de Janaina Matter, considera a exclusão de mulheres que deixaram alguma marca no mundo e tiveram seus nomes apagados. Já o monólogo O Arquipélago, de Pablito Kucarz parte da sugestão geográfica do título – de pequenas ilhas que estão próximas, mas separadas por águas salgadas – para pensar as relações familiares.
As duas peças da Súbita Companhia, de Curitiba, integram o projeto Habitat, formado por cinco solos, que investiga a relação do corpo como uma casa, buscando nele questões poéticas, políticas e estéticas. 

Os dois solos, que têm direção de Maíra Lour, ficam em cartaz na sala 7 da Oficina Cultural Oswald de Andrade, de 8 a 12 de março, de terça a sexta, às 20h e sábado, às 17h, gratuitamente, É a primeira vez que a Súbita companhia faz uma temporada em São Paulo.

Solo discute apagamento de mulheres. Foto: Elenize Desgeniski / Divulgação

Janaina Matter utiliza o sal como principal elemento cênico, para trabalhar o conceito de corpo como espaço de memória, permanência, criação. Em Mulher, como você se chama?, a atriz adota a ideia de carregar muitas histórias em um só corpo, assumindo a ancestralidade e a ascendência para refletir se silêncio é abismo ou ponte.

Já Pablito Kucarz avança nos seus territórios em discussão sobre bullying, machismo, violência e homofobia vividas no adolescência. Ele elege como elemento cênico um copo d’água, que metaforiza a ideia do arquipélago. E ao oferecer o copo d’água ao público busca uma cumplicidade, um pacto cênico.

FICHA TÉCNICA DO PROJETO
Direção artística: Maíra Lour
Elencos: Janaina Matter e Pablito Kucarz
Iluminação: Beto Bruel
Desenho de som: Álvaro Antonio
Cenários: Guenia Lemos
Figurinos: Val Salles
Orientação dramatúrgica: Camila Bauer
Interlocuções artísticas: Francisco Mallmann e Lígia Oliveira
Treinamento de voz: Babaya
Direção de produção (montagem): Michele Menezes
Direção de produção (circulação): Gilmar Kaminski
Assistente de produção: Dafne Viola
Coordenação e operação de luz: Lucri Reggiani
Coordenação de som e operação: Álvaro Antonio
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Assistentes de assessoria de imprensa: Daniele Valério e Diogo Locci
Realização: Súbita Companhia
Produção: Flutua Produções
Produção local: Leneus Produtora de Arte

SERVIÇO
Quando: De 8 a 12 de março de 2022 (Terça a sexta, às 20h e sábado, às 17h)
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro, São Paulo)
Capacidade: 30 lugares (Sala 7)
Ingressos: Grátis. Retirar com 1h de antecedência.
Duração: 100 minutos (com intervalo)
Classificação: 14 anos
Atenção: será exigida apresentação da carteirinha de vacinação contra a COVID-19 atualizada.

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