Referência em artes plásticas

Não é teatro, mas super vale a pena…Um dos principais críticos e curadores de arte do país está no Recife para o lançamento do livro Montez Magno, que será hoje, a partir das 19h, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), na Rua da Aurora. Estou falando de Paulo Herkenhoff, que já foi curador de importantes museus, inclusive do MoMa, e tem vários livros escritos, pelo menos dois deles sobre artistas pernambucanos: um sobre José Patrício e agora sobre Magno, em parceria com Clarissa Diniz, que assina ainda a organização, e Luiz Carlos Monteiro. O lançamento será com debate entre os autores da obra e o artista analisado, um dos principais nomes das artes plásticas pernambucanas, que teve 60 anos de produção revisitados. E, no lançamento, o livro será distribuido gratuitamente.

Aqui segue um trechinho de uma matéria minha que foi publicada hoje no Diario de Pernambuco:

Artista por vocação:

Theodor Adorno, teórico da comunicação, dizia que ´museus são como sepulturas tradicionais de obras de arte, e dão testemunho da neutralização da cultura`. A trajetória do artista pernambucano Montez Magno, de 76 anos, é marcada por muitas questões como essa pontuada por Adorno. Magno entende a arte como vocação e não como carreira. Gosta de citar como exemplos de artistas Morandi e Van Gogh. Diz que estar dentro do seu próprio universo, com seus livros, obras, referências é a forma mais profícua de desenvolver e amadurecer um pensamento sobre arte.

Esse pensamento deixa entrever uma personalidade reclusa, forte, mas sobretudo, crítica. Na década de 1960, por exemplo, diante de um contexto de ditadura militar, ele projetou dois espaços de arquitetura que incitavam a discussão não só sobre a arquitetura propriamente dita, mas sobre a institucionalização do sistema de arte.

Essas obras foram esmiuçadas no artigo do crítico de arte e curador Paulo Herkenhoff que faz parte do livro Montez Magno. O lançamento da obra, que tem outros dois artigos, da também crítica e curadora Clarissa Diniz (ela assina também a organização) e do poeta, crítico literário e ensaísta Luiz Carlos Monteiro, será esta noite, a partir das 19h, com um debate entre os autores do título, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), na Rua da Aurora.

Realizado com o apoio do Funcultura, o livro registra os últimos 60 anos de produção de um dos mais significativos artistas de Pernambuco, num formato menos imponente do que os tradicionais livros de arte; mais prático e com uma multiplicidade de olhares crítico sobre a obra.

No livro, Paulo Herkenhoff analisou dois projetos feitos por Magno em 1969, que nunca saíram do papel: O ovo e MMMausoléu. Nessa mesma época, no Rio de Janeiro, onde o pernambucano morava, também trabalhavam artistas como Lygia Clarck, Lygia Pape, Hélio Oiticica e Anna Bella Geiger, que fez exposição recente no Mamam. “Quando o ato institucional nº 5 abriu espaço para a restauração dos suplícios no campo dos embates políticos com a tortura, Montez Magno retrucou com objetos, quadros e diagramas de arquitetura. Sua ironia é propor-se a edificar monumentos às misérias da microfísica do poder”.

Leia a matéria completa aqui.

Ah..só pra complementar a informação: o Paulo é o curador da próxima exposição do artista Rodrigo Braga. A abertura será na quarta-feira, também no Mamam.

Postado com as tags: , , , , ,

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *