Produção teatral pernambucana em Curitiba

O Canto de Gregório. Foto : Bruno Tetto / Divulgação

Hoje pela manhã, as equipes de dois espetáculos pernambucanos dão entrevistas aos jornalistas no Festival de Teatro de Curitiba. A montagem do Coletivo Angu de Teatro Esse febre que não passa, com texto da jornalista Luce Pereira e direção de André Brasileiro e Marcondes Lima, e Aquilo que meu olhar guardou para você, do grupo Magiluth, com dramaturgia coletiva e direção de Luis Fernando Marques, estão na mostra principal do FCT. Isso é muito bom para os grupos e para a produção pernambucana. Ambas as peças tem qualidades para estarem nessa vitrine.

O Magiluth também levou para o Fringe, a mostra paralela, as peças O canto de Gregório, e 1 Torto.

O fato pode encher de orgulho os que acreditam que as artes cênicas da terrinha possam ter um valor de referência semelhante à música e ao cinema produzidos por artistas pernambucanos.

Mas não custa lembrar que essa participação dos grupos vem em parte de uma política adotada pelo Janeiro de Grandes Espetáculos (coordenado por Paula de Renor, Carla Valença e Paulo de Castro) de trazer curadores e diretores de festivais para acompanhar uma parte da produção teatral feita em Pernambuco. O que já rendeu a ida de várias montagens para alguns festivais brasileiros.

Mas nesse momento em que se discute a saída do secretário de cultura, já num clima de campanha política para o próximo prefeito, seria bom que os artistas de teatro ficassem atentos. É preciso criar compromissos com os candidatos não apenas para a escolha de seus assessores como também para uma política que deve ser executada nos próximos anos.

Os investimentos na área de artes cênicas devem ser feitos para estruturar o segmento e dar a grandeza que os pernambucanos gostam tanto. É possível melhorar capacidades. E isso também passa pela seriedade de seus governantes.

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1 pensou em “Produção teatral pernambucana em Curitiba

  1. samuel santos

    Desolação. Tudo é uma poeira radioativa. O abandono. O estrago foi, é e está sendo muito grande. A decepção é enorme. Lembro que quando me foi perguntado por um jornal da cidade sobre a expectativa sobre a entrada do Renato L como secretario de cultura? Disse na época que via com bons olhos. Por que ele vinha de um movimento ( o mangue) que tinha como bandeira a valorização, a auto estima da cultura feita aqui na terra Recife. A cidade estava submersa na época na cultura do Tchan, Netinho, Recifolias, axé musique que enterrava qualquer possibilidade de os mestres da cultura popular aparecerem, a cena local do rock, do rap, das artes em geral feita aqui ser a fina flor do rio Capibaribe. E eis que surge o movimento mangue! E eis que surge Chico, Fred e o próprio Renato sendo um canal de divulgação do movimento. “Tem que ser organizar par desorganizar’ , “maracatu atômico”…
    Era claro que tinha tudo pra da super certo. Era só seguir os ideais. Valorizar, fomentar, formar dando subsídios moral e financeiro para as artes cênicas, musica, dança. O artista e a arte recifense do estado de Pernambuco. E ai vem o poder, vem a deformidade do poder. E que vemos é uma inversão de valores. Investir financeiramente nos artistas do centro sul. Com caches volumosos, instrutora de cinema, de Star . Com transmissão ao vivo em rede de tv, grana para uma renomada escola de samba e fora enumeras coisas que levava a cultura feita aqui para o país dos tijolos amarelos, da folia de que tudo aqui é festa, e evento. Só que já dentro dessa estrutura havia a desproporcionalidade. Um artista local ganha um 3.000,00, e até 700,00 e um artista de fora ganhar quase meio milhão!
    Quando o carnaval passa. Vêm as cinzas. Vem o lixo. E quem vai limpar? Os que ficaram. E de pires na mão vamos todos nós cobrar um cachê que faz seis meses, um ano que não recebe por um trabalho que fez. A sua sede, seu espaço. Sua cultura que não tem subsídios, incentivos fiscais, nada! Não se consegue montar um espetáculo com apoio da prefeitura, não se consegue dialogar sobre tudo isso. Quando tentamos somos taxados de oposição politica. Ora meu deus do céu! Nem de partido somos! E até penalizado por reivindicar algo que é urgente, necessário, fundamental para a construção da cultura da cidade se é, se foi.
    Sobre a Luciana Felix , uma única pergunta: quem é? Sua origem, seu movimento cultural para cidade, na construção do pensamento politico do município? Por que ela está ali? Esteve?
    A cultura é um cargo importante, estratégico. Não se pode colocar qualquer um, não pode e não deve ser indicação de partido, coligação, amigo, esposo, namorado.. tem que ter uma consulta direta com a comunidade artística, cultural.
    A lei SIC do município é caduca, inoperante. Precisa vira fundo de cultura!
    Os espaços cênicos precisam de estrutura de palco e luz
    O teatro de santa Izabel tem que abrir para temporadas e baratear a sua pauta
    O dona Lindu idem
    Finalizando: É preciso recuperar a autoestima dos artistas locais, valorar. Investir! Respeitar!

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