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O palhaço da minha infância

Palhaçadas - Histórias de um circo sem lona. Foto: Pollyanna Diniz

Palhaçadas – Histórias de um circo sem lona

Palhaças – História de um circo sem lona, montagem da Cia 2 Em Cena de Teatro, Circo e Dança, é uma prova de que o “tradicional” pode sim nos envolver e surpreender. De que “invencionices” nem sempre são necessárias para nos levarem ao espaço do lúdico, da imaginação, da risada despretensiosa – mas que é cheia de significados, como só a criança consegue dar.

A peça, que foi encenada no Janeiro de Grandes Espetáculos e ganhou os prêmios de melhor ator (Alexsandro Silva), melhor ator coadjuvante (Arnaldo Rodrigues) e maquiagem, é fruto da pesquisa sobre Palhaços Brasileiros – A formação do palhaço no Brasil, realizada pela companhia.E não dá mesmo para dissociar o resultado no palco do mergulho que esses atores engendraram pelo circo tradicional. É consistente, rico, tem densidade. A dramaturgia, assinada por Alexsandro Silva (além da encenação e da preparação de palhaços), os números, as piadas, a maquiagem, o figurino, tudo tão conhecido – poderia mesmo cair no “mais do mesmo”, mas eles escapam disso com competência.

São dois palhaços que perderam tudo num incêndio e daí partem para se apresentar nas ruas. A dupla Alexsandro Silva e Arnaldo Rodrigues é uma delícia. E o primeiro consegue uma empatia com as crianças surpreendente. Quem nunca viu o número do fantasma no circo? Quer mais clichê? Mas é maravilhoso e as crianças de hoje definitivamente merecem isso.

Outro ponto alto da montagem é a música ao vivo com Flávio Santana e Davison Weslley. Agrega poesia, lirismo, brincadeira, timing certo para os números. O único momento em que para mim há uma quebra no ritmo da montagem é exatamente o final. É como se a peça viesse sempre no crescente de força e energia e naquele momento para todo mundo sair feliz do teatro – houvesse uma quebra nesse ritmo.

Palhaçadas – Histórias de um circo sem lona já tem sete anos de estrada e fez muitas apresentações em espaços públicos, principalmente em feiras livres. E, segundo os atores, está em constante recriação para nos fazer amar de novo – e sempre – a figura do palhaço.

O fantasma! Atrás de você!

O fantasma! Atrás de você!

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Dez anos de A Terra dos Meninos Pelados

Montagem comemora dez anos

Há dez anos, Samuel Santos estreava o espetáculo A terra dos meninos pelados, texto de Graciliano Ramos. Tantas coisas mudaram neste tempo…mas o olhar do diretor continua sensível ao teatro para a infância e juventude. É um espetáculo que tem um texto muito bom, elenco afinado, lindos figurinos e maquiagem, música. Encanta. Neste fim de semana, a peça está terminando uma temporada no Barreto Júnior. Ainda dá tempo! As sessões serão hoje e amanhã, às 16h30.

ENTREVISTA // SAMUEL SANTOS

A gente sabe o quanto é difícil manter uma peça. Como vocês conseguiram fazer isso com A terra dos meninos pelados?
Desde a nossa estreia em 2002, quando teoricamente dependíamos (sempre) da bilheteria, foram vários fatores. A vontade de querer estar em cena, fazer teatro e vencer as inúmeras dificuldades impostas pelo mercado e pelo sistema capital, onde quem tem o poder de uma mídia televisiva consegue sobreviver de bilheteria. Um ponto importante no caso dos Pelados: a parceria entre os artistas envolvidos na montagem, atores que antes fizeram e os que hoje estão. Acredito no espírito de grupo quando vou para uma construção de uma obra. Mas mesmo assim temos muitas dificuldades, que parece que nunca acabam no abrir e fechar das cortinas. Hoje conseguimos ganhar o Funcultura e por isso estamos na cena.

Texto de Graciliano Ramos tem direção de Samuel Santos. Foto: Fernanda Acioly

O que tem esse texto de tão especial?
A construção de Graciliano Ramos é impregnada de poesia e de um sentimento de reflexão ao próximo. Tudo na A Terra parece uma declaração de amor. Amor ao próximo, ao sonho, a diferença, a diversidade, a amizade. A Terra tem um sentimento próprio da infância, não só aquela nostálgica, mas uma infância romântica, lírica e uma infância atual, com bullying e tudo mais.

Qual foi a importância dessa montagem para o teatro infantil em Pernambuco?
Vínhamos na década de noventa, Governo Collor. O plano Collor tinha como objetivo conter a inflação e cortar gastos desnecessários do governo. E o que foi considerado desnecessário? A cultura! Tanto o cinema quanto o teatro foram jogados no limbo do esquecimento. E como não poderia ser diferente, aqui na terra dos arrecifes a situação foi de extrema delicadeza. Era preciso o sustento. O imediatismo da necessidade de sobrevivência. E a que recorrer? Aos velhos clássicos europeus; e agora a partir dessa década surgia o “teatro Hollywood”. O filão de “hollywoodiar” as peças para crianças, fez a febre do começo dessa década. Com grande aporte de mídia, foi um grande sucesso, mas trouxe grandes danos para o teatro. Tudo era show! Adaptações dos filmes da moda, ou conexões de textos com esse modelo estético. Isso meio que engessou as produções teatrais para crianças. Quem não estivesse nesse molde sofria com a escassez de publico. E cadê a poesia? Cadê a dramaturgia? Bem distantes! Quase tudo era a representação dos estereótipos dos personagens dos musicais e dos filmes de cinema provenientes da terra do Tio Sam! Mas esse era um modelo de teatro, cada um tem o seu, da sua escola, da sua estética e filosofia. O teatro é importante por conta dessa pluralidade/ diversidade. A Terra dos Meninos Pelados surge dentro desse contexto. Como um diferencial no teatro infanto- juvenil, pois a peça tem logo na construção algo elementar ainda para o teatro: uma dramaturgia própria escrita por um autor brasileiro, calcada na poesia e no tratamento honesto dado pelo autor a uma criança real – com o cheiro, gosto, cor da nossa geografia. Lembro de um depoimento do grande ator Paulo de Pontes que diz que assistir à Terra dos Meninos Pelados fez com que ele ficasse revigorado, acreditasse no teatro, no poder de se construir um trabalho com o pensamento de grupo, coletivo. O grande mestre Marco Camarotti – isso eu afirmo com muito prazer – quando acabou a peça, veio em minha direção com um sorriso largo de canto a canto da boca e me abraçou. Senti que era ali o meu batismo. Aquele abraço vinha precedido de respeito, afeto e honestidade, de quem sempre defendia o teatro feito para crianças. E ele entendia A Terra dessa forma. Até hoje aquele abraço vem quando estou dirigindo e escrevendo para crianças e adultos.

Registro fotográfico do primeiro elenco de A Terra dos Meninos Pelados

Como fazer teatro para infância e juventude hoje?
Há a necessidade imediata de um espaço maior na mídia, nas bibliotecas, escolas e nas ações culturais do poder público e privado, com edital específico pra montagem, circulação, formação e dramaturgia para a linguagem do teatro para crianças e adolescentes. Noto poucas criações de textos de teatro voltados para esse público. Aqui em Pernambuco há criações isoladas, que vem sustentando e se diferenciando no atual panorama local: a construção de uma dramaturgia própria em que a criança atual, real se reconheça, se reconheça no seu espaço. Sem capas, espadas, castelos, príncipes, nórdicos, fadas e tudo que aprendemos há séculos a termos como ideal de beleza. A criança de hoje? Será que tem espaço para tanta fantasia que muitas vezes não pertence ao seu habitat? Como romper com isso sem ferir aos princípios motores, matrizes das fábulas e os contos de fadas europeus sem negar esses princípios? É preciso incidir? Fazer, construir outros caminhos bruscamente? Dramaturgia pode conter e contem não só a feitura do texto, mas também a da cena, do palco. E isso precisa e deve também ser analisado! Acredito que se houvesse mais incentivo no campo da criação dramatúrgica, tanto das instituições públicas como privadas, aumentaria o interesse e muitas obras surgiriam assim como novos autores, novas produções com laços dramatúrgicos fincados aqui. E como seria esse incentivo, esse fomento? Desde a publicação de livros específicos por parte das nossas editoras, concursos de dramaturgia para infância e juventude, um edital especifico a linguagem para crianças e adolescentes e por que não a abertura do Teatro de Santa Isabel para temporadas longas? É preciso indagar, rebuscar e fazer refletir para o grande público o que se constrói no campo da linguagem infanto- juvenil, o que a criança anda assistindo e se assiste a espetáculos locais e, se não, por quê? Só se consegue isso com muito interesse de todas as esferas. Seja dos artistas que produzem, seja dos gerenciadores públicos.

Quais as histórias mais engraçadas, marcantes, desses 10 anos de espetáculo?
A última aconteceu domingo passado (23.09): Duda Martins, uma das nossas atrizes, foi pedida em casamento pelo namorado em uma das cenas da peça. Foi algo encantador e emocionante. Teve uma apresentação que fizemos no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Itamaracá…Não tínhamos dimensão de como seria a peça nesse ambiente. Lá tem e tinha internos que haviam cometido crimes de alta periculosidade, situação delicada. O clima era meio tenso e ao mesmo tempo de muito respeito. Quando no teatro entraram os detentos todos com seus uniformes iguais, naquele exato momento, pudemos ter a dimensão do que poderia ser a peça naquele espaço. Havia muito barulho no teatrinho e quando Raimundo Pelado tocou sua flauta, o silêncio se instaurou no ambiente. E só era quebrado pelo risos e pelos brilhos atentos dos olhos dos internos. Na cena final, quando Raimundo se despede, todos os internos choravam e pediam para Raimundo não ir embora. A comoção foi geral. Choravam enfermeiros, médicos, atores, eu e os detentos…Inesquecível. E por aí vai!

Conta um pouquinho quem já passou pelo elenco da Terra?
Tantos! No elenco original de 2002 tinhamos: Amaro Vieira, André Caciano, Andrea Rosa, Erick Lopes, Danúbia Soares, Isabela, Lívia Padre, Pedro Ivo, Tiago Melo e Yah Vasconcellos. Os músicos Demetrio Rangel que também compôs a trilha musical, Douglas Duan, Saulo Ricardo, Fernanda Rocha, Tiago Nunes e Samuel Lira. O diretor de arte Java Araujo e na iluminação Horacio Falcão e como contra regra Gaguinho.
Aí entram: Leila Chaves, Marcelo Francisco, Luciana Pontual, Cleyton Cabral, Diana Ramos. Hoje temos: Camila Buarque, Duda Martins, Michel Sant´ana, Julia Shakurr, Gustavo Soares, mais os remanescentes André Caciano, , Erick Lopes e Samuel Lira que agora atua, assim como Douglas Duan, que faz com Leila Chaves e Tiago Nunes a direção musical e que tocam com o músico/ percussionista Fernando Ribeiro.

Pedido de casamento no palco!

Como Samuel Santos mesmo disse na sua entrevista, semana passada a atriz e jornalista Duda Martins foi pedida em casamento em pleno palco! Um momento lindo. Muitas felicidades, Duda!

Serviço:
A Terra dos Meninos Pelados
Quando: hoje e amanhã, às 16h30
Onde: Teatro Barreto Júnior (Rua Estudante Jeremias Bastos, s/n, Pina)
Quanto: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada)

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Vencedores do Janeiro de Grandes Espetáculos 2012

Vamos à lista completa do Prêmio Apacepe de Teatro e Dança 2012:

DANÇA

MELHOR ESPETÁCULO / JÚRI POPULAR: Noite de performances corpos compartilhados

MELHOR ESPETÁCULO / JÚRI OFICIAL: Eu vim da ilha

Eu vim da ilha. Foto: Chico Egídio

CENOGRAFIA
Indicados:
– Helijane Rocha (Ela sobre o silêncio)
– Henrique Celibi (Ilhados: Encontrando as pontes)
– Cia de Dança do Sesc Petrolina (Eu vim da ilha)
Vencedor: Cia. Etc (Dark Room)

FIGURINO
Indicados:
– Patrícia Pina Cruz (Sob a pele)
– Eric Valença (Ilhados: Encontrando as pontes)
– Maria Agrelli (Eu vim da Ilha)
– Ivaldo Mendonça e Helijane Rocha (Ela sobre o silêncio)
Vencedor: Gustavo Silvestre (Sobre mosaicos azuis)

COREOGRAFIA
Indicados:
Ilhados: Encontrando as pontes
Espaçamento
Eu vim da Ilha
Sobre mosaicos azuis
Vencedor: Ela sobre o silêncio

Ela sobre o silêncio. Foto: Ivana Moura

TRILHA SONORA
Indicados:
– Adriana Milet (Ilhados: Encontrando as pontes)
– Missionário José (Estar aqui ou ali?)
– Rua (Caio Lima e Hugo Medeiros) e Marcelo Sena (Dark room)
– Moésio Belfort (Aluga-se um coração)
Vencedor: Sônia Guimarães (Eu vim da Ilha)

ILUMINAÇÃO
Indicados:
– Beto Trindade (Ela sobre o silêncio)
– Beto Trindade (Ilhados: Encontrando as pontes)
Vencedor: Saulo Uchôa (Dark room)

BAILARINO
Indicados:
– André Vitor Brandão (Eu vim da Ilha)
– Alexandre Santos (Aluga-se um coração)
– Cláudio Lacerda (Espaçamento)
Vencedor: Kleber Lourenço (Estar aqui ou ali?)

BAILARINA
Indicados:
– Patrícia Pina Cruz (Sob a pele)
– Carol Andrade (Eu vim da Ilha)
– Rafaella Trindade (Ilhados: Encontrando as pontes)
– Helijane Rocha (Ela sobre o silêncio)
Vencedor: Januária Finizola (Sobre mosaicos azuis)

Sobre mosaicos azuis. Foto: Camila Sérgio

TEATRO PARA INFÂNCIA E JUVENTUDE

MELHOR ESPETÁCULO JÚRI OFICIAL
Indicados:
Valentim e o boizinho de São João
Algodão doce
Nem sempre Lila
Vencedor: Assim me contaram, assim vou contando…

Assim me contaram, assim vou contando...Foto: Mirelle Nascimento

MELHOR ESPETÁCULO JÚRI POPULAR: O urubu cor de rosa

DIRETOR
Indicados:
– Sebastião Simão Filho (Valentim e o boizinho de São João)
– Márcio Fecher e Mayara Millane (Assim me contaram, assim vou contando…)
Vencedor: Marcondes Lima (Algodão doce)

Algodão doce. Foto: Ivana Moura

ATOR
Indicados:
– Fábio Caio (Algodão doce)
Vencedor: Márcio Fecher (Assim me contaram, assim vou contando…)

ATRIZ
Indicados:
– Andreza Nóbrega (Nem sempre Lila)
Vencedor: Mayara Millane (Assim me contaram, assim vou contando…)

ATOR COADJUVANTE
Indicados:
– Lano de Lins (O circo do futuro)
– Antônio Carlos (Valentim e o boizinho de São João)
Vencedor: Thomás Aquino (Nem sempre Lila)

ATRIZ COADJUVANTE
Indicados:
– Olga Ferrario (Caxuxa)
Vencedor: Marcella Malheiros (Nem sempre Lila)

ATOR REVELAÇÃO
Vencedor: Diego Lucena (Valentim e o boizinho de São João)

Valentim e o boizinho de São João. Foto: Ralph Fernandes

ATRIZ REVELAÇÃO – Não houve indicações

FIGURINO
Indicados:
– Fabiana Pirro e equipe (Caxuxa)
– Marcondes Lima (Algodão doce)
Vencedor: Célio Pontes (O circo do futuro)

CENÁRIO
Indicados:
– Marcondes Lima (Algodão doce)
Vencedor: Duas Companhias (Caxuxa)

MAQUIAGEM
Indicados:
– Vinícius Vieira (Pluft, o fantasminha)
– Márcio Fecher e Mayara Millane (Assim me contaram, assim vou contando…)
Vencedor: Java Araújo (O urubu cor de rosa)

TRILHA SONORA
Indicados:
– Henrique Macedo e Carla Denise (Algodão doce)
– Márcio Fecher (Assim me contaram, assim vou contando…)
Vencedor: Milena Marques, Diogo Lopes e Thomás Aquino (Nem sempre Lila)

Nem sempre Lila. Foto: Rodolfo Araújo

ILUMINAÇÃO
Indicados:
– Sávio Uchôa (Algodão doce)
Vencedor: Luciana Raposo (Caxuxa)

TEATRO ADULTO

MELHOR ESPETÁCULO ADULTO / JÚRI OFICIAL
Indicados:
As Levianas em Cabaré Vaudeville
Divinas
Vencedor: Essa febre que não passa

MELHOR ESPETÁCULO ADULTO / JÚRI POPULAR: Essa febre que não passa

Essa febre que não passa. Foto: Ivana Moura

DIRETOR
Indicados:
– Marcondes Lima e Enne Marx (As Levianas em Cabaré Vaudeville)
– Pedro Vilela (O canto de Gregório)
Vencedor: André Brasileiro e Marcondes Lima (Essa febre que não passa)

ATOR
Indicados:– Jadenilson Gomes (A inconveniência de ter coragem)
– Alcy Saavedra (Manual prático de felicidade)
– Manuel Carlos (Noturnos)
Vencedor: Gilberto Brito (O pranto de Maria Parda)

O pranto de Maria Parda. Foto: Rui Pitaes

ATRIZ
Indicados:
– Enne Marx (As Levianas em Cabaré Vaudeville)
– Lívia Falcão (Divinas)
Vencedor: Ceronha Pontes (Essa febre que não passa)

ATOR COADJUVANTE
Indicados:
– Giordano Castro (O canto de Gregório)
Vencedor: Tarcísio Queiroz (A inconveniência de ter coragem)

ATRIZ COADJUVANTE
Indicados:
– Daniela Travassos (Noturnos)
– Mayra Waquim (Essa febre que não passa)
Vencedor: Márcia Cruz (Essa febre que não passa)

ATOR REVELAÇÃO – Não houve indicações

ATRIZ REVELAÇÃO
Indicados:
– Tâmara Floriano (As Levianas em Cabaré Vaudeville)
– Nínive Caldas (Essa febre que não passa)
Vencedor: Nara Menezes (As Levianas em Cabaré Vaudeville)

FIGURINO
Indicados:
– Cecília Pessoa e Guilherme Luigi (O canto de Gregório)
– Marcondes Lima (As Levianas em Cabaré Vaudeville)
– Moncho Rodriguez (O pranto de Maria Parda)
Vencedor: Marcondes Lima (Essa febre que não passa)

CENÁRIO
Indicados:
– Renata Gamelo e Guilherme Luigi (O canto de Gregório)
– Marcondes Lima (As Levianas em Cabaré Vaudeville)
Vencedor: Marcondes Lima (Essa febre que não passa)

MAQUIAGEM
Indicados:
– Cia Animé (As Levianas em Cabaré Vaudeville)
– Jade Sales (Essa febre que não passa)
Vencedor: Moncho Rodriguez (O pranto de Maria Parda)

TRILHA SONORA
Indicados:
– Beto Lemos (Divinas)
– Henrique Macedo (Essa febre que não passa)
Vencedor: Cia Animé (As Levianas em Cabaré Vaudeville)

As Levianas em Cabaré Vaudeville. Foto: Luciana Dantas

ILUMINAÇÃO
Indicados:
– Luciana Raposo (As Levianas em Cabaré Vaudeville)
– Luciana Raposo (Essa febre que não passa)
Vencedor: Pedro Vilela (O canto de Gregório)

O canto de Gregório. Foto: Ivana Moura

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O gosto amargo do açúcar

Simião e a assustadora cumadre Fulozinha. Fotos: Ivana Moura

Em 25 anos de companhia, é a primeira vez que o Mão Molenga Teatro de Bonecos decide investir na dança como um dos elementos fundamentais da sua montagem. Em Algodão doce, que estreou neste último fim de semana no Teatro Hermilo Borba Filho, os passos inspirados no cavalo marinho e nas danças populares nordestinas tomam a cena, mas muitas vezes não conseguem se harmonizar com o restante do espetáculo. É como se os movimentos enérgicos tivessem mais espaço do que deveriam e, em alguns momentos, até “brigassem” mesmo com a cena que está sendo mostrada contada através dos bonecos.

As bailarinas Íris Campos e Elis Costa se uniram ao trio de atores do Mão Molenga

A peça, concretizada graças ao Prêmio Myriam Muniz, traz três histórias de assombração arraigadas no imaginário nordestino: O encontro de Simião com a Cumadre Fulozinha, As desventuras de Ioiozinho e O negrinho do pastoreio. Bem antes disso, são os atores que convidam o público a entrar no teatro e até fazem algodão doce para as crianças. De tanto açúcar, os dentes ficaram podres e o trabalho na lida os deixou cansados. A montagem começa quase com uma contação de histórias, com Fábio Caio explicando a origem do açúcar.

Marcondes Lima e Fátima Caio

Na primeira história de assombração, bonecos até maiores do que os próprios atores são levados ao palco. A cumadre Fulozinha, por exemplo, causou medo na criança que pulou para o colo da irmã (o espetáculo é indicado para maiores de oito anos). Marcondes Lima, ator, diretor e autor do argumento da montagem, se supera na manipulação do boneco Simião.

No sábado, um dos problemas da apresentação principalmente nesta primeira história, é que foi muito difícil ouvir e entender o áudio pré-gravado pelo atores. Não sabemos se era um problema da gravação mesmo ou do som do teatro.

Nos outros dois quadros, os bonecos são pequenos e bem mais graciosos (embora alguns deles não tenham olhos!), todos eles feitos com uma textura que lembra algodão doce. Aí as cenas adquirem outra potência. Se em As desventuras de Ioiozinho ela é mais tradicional, com aquela caixa que faz referência aos espetáculos de mamulengo apresentados no interior, em O negrinho do pastoreio os diálogos acontecem em módulos móveis que remetem aos grandes carros que levam canas nas usinas de açúcar. Uma história que ganha contornos muito mais delicados, embora seja cruel e amarga como todas as outras.

O negrinho do pastoreio

Outra questão que pode ser discutida é o fato de a montagem representar os negros com bonecos cor de rosa, como o algodão doce. Até que ponto o preconceito é realmente debatido na peça? Ou ela apenas joga questões, como o abuso do senhorzinho com os escravos, sem se demorar em trazer reflexão ao que está sendo exibido? Basta só Ioiozinho ser levado pelo “ser do mal”? Com a montagem, o grupo constrói imagens que, apesar de aparentemente delicadas, revelam intolerância, preconceito, resquícios de uma história que de doce não tem nada e que merece ser conversada com as crianças tanto no teatro quanto fora dele.

Ficha técnica Algodão doce
Direção cênica/ Direção de arte: Marcondes Lima
Argumento e Roteiro: Marcondes Lima
Diálogos e letras de músicas: Carla Denise
Elenco: Elis Costa, Íris Campos, Fábio Caio, Fátima Caio e Marcondes Lima.
Produção: Mão Molenga Teatro de Bonecos e Renata Phaelante
Criação dos bonecos: Marcondes Lima e Fábio Caio
Execução dos bonecos: Atelier do Mão Molenga
Design de luz: Sávio Uchôa
Adereços: Mão Molenga
Direção musical: Henrique Macedo

Serviço:
Algodão doce, do Mão Molenga Teatro de Bonecos
Quando: sábados e domingos, às 16h30, até 21 de agosto
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho, Bairro do Recife
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Informações: (81) 3355-3320

Espetáculo cumpre temporada no Teatro Hermilo

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O homem que amava caixas no Festival da Criança

O homem que amava caixas abriu programação do festival infantil. Fotos: Ivana Moura

O homem que amava caixas merece os adjetivos delicado, lúdico, sensível. O espetáculo da Cia. de Teatro Artesanal, do Rio de Janeiro, inspirado no livro do australiano Stephen Michael King, está em cartaz ainda neste domingo, no Teatro Marco Camarotti, dentro da programação do 8º Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco.

A trupe imprime beleza plástica à encenação para tratar de um tema preocupante: a dificuldade que pai e filho têm para se aproximar. A Companhia mistura interpretação de atores, bonecos e máscaras para contar essa história com poucas palavras e muitos silêncios que falam, que emocionam.  A trilha sonora composta exclusivamente para a montagem faz reverberar os climas de tristeza ou de solidão do menino e as limitações de comunicação do pai.

Grupo do Rio de Janeiro faz última sessão hoje à tarde

O cenário é formado por caixas de vários tamanhos, que se transformam em castelo, montanha e aviões. A iluminação dá ritmo à narrativa, nos seus jogos de esconder e mostrar. Vestidos como num conto de fadas, o trio de atores desempenha com maestria suas funções. São eles Márcio Nascimento, que representa o pai, e Bruno Oliveira e Marise Nogueira, que manipulação de bonecos. A direção de O homem que amava caixas é de Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves.

Serviço:

O homem que amava caixas, Com a Cia. de Teatro Artesanal, do Rio de Janeiro, no 8° Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco
Quando: hoje, às 16h30
Onde:  Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro – Praça do Campo Santo, Santo Amaro)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Classificação:Livre
Duração média: 45 minutos
Informações: (81) 3216-1728

Confira vídeo da companhia:

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