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Hamlet para adultos espertos e crianças

Davi Taiu e Erickson Almeida em O Príncipe da Dinamarca. Foto: João Caldas

Davi Taiu e Erickson Almeida em O Príncipe da Dinamarca. Foto: João Caldas

O perturbado personagem Hamlet, do dramaturgo inglês William Shakespeare é tão rico e complexo que muitas vezes as encenações destacam um aspecto dessa personalidade. Para aproximar essa figura das crianças, a Cia. VagalumTum Tum, de São Paulo, privilegiou o humor no espetáculo O Príncipe da Dinamarca.

Nesta versão, todos os personagens são palhaços e caveiras que circulam por um cemitério, brincando com a máxima de que “há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia”. Sem medo de tratar de assassinatos, suicídios e vinganças violentas para os pequenos.

A direção é de Angelo Brandini, e no elenco estão os atores Davi Taiú, Anderson Spada, Christiane Galvan, Erickson Almeida, Teresa Gontijo e Val Pires – todos eles também nos Doutores da Alegria, em São Paulo.

O grupo faz a última de uma série de apresentações neste sábado (12), às 16h, no Teatro Marco Camarotti, no Sesc de Santo Amaro. Os ingressos são distribuídos gratuitamente uma hora antes do espetáculo.

 

Erickson Almeida, Anderson Spada e Tereza Gontijo estão nesta versão de Hamlet Erickson Almeida, Anderson Spada e Tereza Gontijo estão nesta versão de Hamlet

Serviço:

O Príncipe da Dinamarca

Onde: Teatro Marco Camarotti  – SESC de Santo Amaro, Rua Treze de Maio, 455, Santo Amaro.

QuandoQuinta-feira (10), às 10h e às 15h – exclusivamente para escolas públicas; sexta-feira (11), às 10h, e no sábado (12), às 16h.

Quanto: Entrada gratuita, com ingressos distribuídos uma hora antes.

Informações: (81) 3216 1728

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Estamira de Dani Barros

Estamira – beira do mundo tem momentos comoventes

Dani Barros veste duas peles e trabalha com dois conflitos. Os delírios e o peso de realidade da catadora de lixo, que dá título à peça e que teve sua história revelada no filme de Marcos Prado. E o da sua relação com sua mãe, que também apresentava distúrbios mentais. Esses dois eixos se cruzam o tempo todo.

A primeira sessão do espetáculo na cidade, dentro do 15º Festival Recife do Teatro Nacional, que lotou o pequeno teatro Marco Camarotti (Sesc de Santo Amaro), despertou a emoção da plateia. Inclusive provocou o choro de algumas pessoas.

A peça tem apelo para isso. Estamira – beira do mundo, do Rio de Janeiro, transita do trágico ao cômico. E atriz explora com delicadeza os sentimentos da(s) personagem (ns). Da vergonha à dor, da mania de grandeza ao choro regressivo.

A catadora Estamira, segundo diagnóstico dos médicos, apresentava surtos psicóticos. A personagem tem carisma e sua história pontuada por abandono, violência e miséria, tem os ingredientes para comover.

No começo da peça ela cita sinônimos de loucura e interage com a plateia. Procedimento que me pareceu desnecessário. A consciência da protagonista e sua feroz crítica à sociedade de consumo, em algumas falas, provocaram o riso do público. Contradição do atingido…

Estamira transita em meio a centenas de sacos plásticos, dois cisnes, um banco ao fundo, dois ventiladores que ligados provocam um quadro interessante dos sacos voando. A sonoplastia sugere lugares com seus barulhos.

Dani Barros faz uma atuação brilhante. A direção e a dramaturgia são de Beatriz Sayad. Dani também colaborou na dramaturgia.

Atriz Dani Barros foi ovacionada

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