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Maio é mês de Palco Giratório

O mês de maio traz promessas de muitos espetáculos no Recife. Nesta segunda-feira, o Sesc vai anunciar a programação do festival Palco Giratório, que deve tomar conta da cidade a partir do dia 6. Além dos espetáculos que fazem parte do circuito nacional e de grupo convidados, Galiana Brasil, coordenadora do Palco em Pernambuco, já tinha dito que iria privilegiar espetáculos que estão estreando ou que não tiveram tanta visibilidade.

Este ano, temos pelo menos duas novidades. Uma delas é um circuito gastronômico com pratos que vão homenagear espetáculos da programação. A criação seria do chef César Santos. A outra é uma programação chamada Cena bacante, que deve ser realizada no Espaço Muda, ao final das noites, com espetáculos em horários alternativos e celebração.

Estamos sabendo de alguns espetáculos pernambucanos que devem compor a grade. Caetana, por exemplo, da Duas Companhias, deve ser apresentado na próxima sexta-feira, noite da abertura do festival, no Teatro Luiz Mendonça, agregando a casa de espetáculos do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, ao festival.

Caetana, deve abrir o festival no Luiz Mendonça. Foto: Val Lima

No dia seguinte, deve ser a estreia da montagem Essa febre que não passa, do Coletivo Angu de Teatro, no Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife. Ainda teremos, provavelmente (afinal, a coletiva é só amanhã!), a estreia de Palhaços, com Williams Santana e Sóstenes Vidal; As joaninhas não mentem, infantil (adulto!) com direção de Jorge Féo; Kléber Lourenço estreando seu projeto Estar aqui ou ali ? e ainda apresentando ao lado de Sandra Possani a peça O acidente; e o Mão Molenga Teatro de Bonecos (selecionado para a circulação nacional do palco) reapresentando na cidade O fio mágico. Esquecemos alguém?

Essa febre que não passa é o quarto espetáculo do Angu de Teatro

Pela programação já apresentada pelo Palco nacional, pelo menos treze grupos de outros lugares devem trazer espetáculos para cá. Olha só quem são esses grupos e as sinopses dos espetáculos:

Cia. Dita (CE)
Espetáculo De-vir
Sinopse: Quatro performers pontuando as interferências do corpo com seu ambiente. O corpo entendido como uma mídia que avança por acelerações, rupturas, diminuições de velocidade, desmembrando, constantemente, uma nova roupagem. De-vir propõe intensificar esses movimentos ondulatórios engendrando a idéia de um novo design, que pode re-compor a disposição e a ordem dos elementos essenciais que compõem as estruturas físicas de uma pessoa.

Grupo: Corpo de Dança do Amazonas (AM)
Espetáculo: Cabanagem
Sinopse: Foi uma revolta popular em que negros, índios e mestiços insurgiram contra a elite política regencial. A pesquisa para o espetáculo partiu da literatura de Márcio Souza e Marilene Corrêa. A obra não é narrativa. O espetáculo apropria-se da essência da Cabanagem e utiliza a linguagem de Mário Nascimento para traduzir o espírito de resistência, de luta, de revolta, de preservação das culturas de determinado local.

Grupo: Cia do Tijolo (SP)
Espetáculo: Concerto de Ispinho e Fulô
Sinopse: Uma Rádio Conexão SP/Assaré anuncia que uma Cia de Teatro de São Paulo chega para entrevistar o Poeta Patativa. O que seria uma entrevista costumeira se transforma num diálogo entre o popular e o erudito, o urbano e rural e culmina com a denúncia de um dos primeiros ataques aéreos contra civis em território brasileiro que não está nos livros de história.

Concerto de Ispinho e Fulô, Cia do Tijolo

Grupo: Armatrux (MG)
Espetáculo: No pirex
Sinopse: Boquélia (A dona da casa), Bencrófilo ( O garçom jovem), Bonita (A cozinheira), Ubaldo ( O garçom velho), e Alcebíades (O velho) são os cinco personagens que, em volta de uma mesa, dão vida a essa história que mais parece um pesadelo cômico. Ou um jantar surrealista? Uma festa macabra? Uma versão gótica do Mad Tea Party do país das maravilhas? Tudo isso ou nada disso: a piração do No Pirex é aberta a múltiplas leituras do público.

No pirex, da Armatrux

Grupo: Teatro Independente (RJ)
Espetáculo: Rebú
Sinopse: Em Rebú, Matias e Bianca são recém-casados e moram numa casa isolada em meio a um descampado. O jovem casal prepara-se para receber Vladine, irmã adoentada de Matias, que traz junto seu bem mais precioso: Natanael, uma espécie de filho. A hiperbólica e exigida cautela com a saúde da hóspede e a presença do seu acompanhante fazem com que Bianca, aos poucos, crie uma rivalidade com ambos, levando o embate às últimas conseqüências.

Grupo: Namakaca (SP)
Espetáculo: É nóis na xita
Sinopse: Mostra o convívio entre três personagens: os palhaços Cara de Pau, Montanha e Cafi, que disputam os aplausos do público, aceitando os próprios equívocos como fonte de inspiração e improvisação. Utilizando-se de linguagem e técnicas circenses como malabarismo, monociclo, acrobacias, equilibrismo e palhaçadas, o espetáculo é também musical, brincando com instrumentos como o cavaquinho, o pandeiro e diferentes efeitos percussivos.

Grupo: Amok (RJ)
Espetáculo: O dragão
Sinopse: É uma criação sobre o conflito entre israelenses e palestinos a partir de fatos e depoimentos reais. Através do olhar de quatro personagens – dois palestinos e dois israelenses, de suas trágicas histórias e de suas humanidades expostas, o Amok Teatro propõe revelar o interior das pessoas nesta experiência comum da dor, onde as diferenças não separam mais, mas simplesmente as distingue e as religa. Ultrapassando as barreiras históricas e geográficas, o espetáculo coloca em foco o homem, diante da violência de sua época.

O dragão, da Amok. Crédito: Fernanda Ramos

Grupo: Cia. Polichinelo (SP)
Espetáculo: Frankenstein
Sinopse: Em seu laboratório, Victor Frankenstein está muito ocupado costurando uma imensa criatura e para que todos saibam de sua proeza, Victor anota tudo em seu diário. Depois de atingida por um raio, a criatura finalmente ganha vida, mas é abandonada por Victor que, com medo de sua própria criação, foge para longe, deixando de lado seu experimento. Com medo, as pessoas recusam se aproximar do “monstro”, mas ele encontra amizade em alguns pequenos momentos.

Grupo: Moitará (RJ)
Espetáculo: Quiprocó
Sinopse: É um espetáculo lúdico, que se alimenta do universo cultural brasileiro para criação de “tipos” genuínos, com seus sonhos, crenças e costumes, fazendo alguns paralelos entre os arquétipos e a Commedia Dell’Arte. Num encontro oportunista, três “personagens-tipos” – cada um na sua rotina – tentam saciar seus desejos, utilizando artimanhas de sobrevivência e, num jogo divertido de quiproquós, são deflagrados conflitos dos sentimentos humanos.

Grupo: Persona Cia de Teatro & Teatro em Trâmite (SC)
Espetáculo: A galinha degolada
Sinopse: Conta a história do casal Mazzini-Ferraz e seus 4 filhos. Portadores de uma doença mental incurável, os meninos sofrem todas as conseqüências da falta de amor entre os pais. Passado certo tempo, nasce uma menina, que não é acometida pela mesma doença, mas que acaba revelando o verdadeiro sentido da falta de cuidado e amor do casal.

Grupo: Delírio (PR)
Espetáculo: O evangelho segundo São Mateus
Sinopse: A partir do acontecimento dramático do desaparecimento de um filho e seu hipotético retorno à casa dos pais, depois de um longo período, mãe, namorada, irmão e pai iniciam uma investigação emocional e psicológica pelos caminhos percorridos pelo rapaz em sua longa ausência. Esse conflito familiar é o ponto de partida para uma longa reflexão sobre a condição humana, no que ela tem de bela, doce, engraçada, cruel e trágica. O Evangelho de Mateus surge então como palavra utilizada para discorrer sobre o homem e seus descaminhos. Mateus, o filho que retorna é um segredo a ser desvendado pelo público.

O evangelho segundo São Mateus, Grupo Delírio

Grupo: Caixa do Elefante (RS)
Espetáculo: A tecelã
Sinopse: Uma tecelã, capaz de converter em realidade tudo o que tece com seus fios, busca preencher o vazio de seus dias criando, para si, o suposto companheiro ideal. O espetáculo trata, de forma poética, da solidão feminina, das dificuldades de relacionamento e do poder criativo como possibilidade de transformação.

Grupo: IN.CO.MO.DE-TE
Espetáculo: Dentro fora
Sinopse: O espetáculo é uma metáfora sobre o ser humano contemporâneo. Conta o momento de duas personagens, chamadas apenas Homem e Mulher, que se encontram presos dentro de duas caixas. A peça explicita a imobilidade do ser humano perante a vida.

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