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Agenda – 2ª semana de Novembro

AGENDA SÃO PAULO

ESTREIA

Guerra

As cidades e nossos pertencimentos nas disputas que se colocam na contemporaneidade são exploradas na peça Guerra. Foto: Divulgação

A dramaturgia de Guerra foi erguida coletivamente pelo grupo A Próxima Companhia nos experimentos cênicos de intervenção urbana efetivados nos territórios em disputa durante a pesquisa – Largo do Arouche, Cracolândia, Santa Efigênia, Favela do Moinho, Luz, Higienópolis e Minhocão. São 12 cenas que focalizam histórias nessas jurisdições. A montagem com direção de Edgar Castro, tem como disparador a tragédia Os Sete Contra Tebas, de Ésquilo. Investe nas questões como apagamento cultural, intolerância, falta de planejamento urbano, homofobia e transfobia, falta de empatia, preconceito estrutural e disputa de território. projeto contemplado pela 32ª edição do Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo.

Ésquilo apresenta a preparação para as batalhas em Os Sete Contra Tebas. Guerra abre para as armações da luta travada cotidianamente na mais rica e mais injusta capital brasileira, uma das maiores do mundo. A cena cutuca o modelo econômico atual para falar de vidas que são afetadas em sua essência.

Serviço:
Guerra, com o grupo A Próxima Companhia
Quando: De 8 de novembro a 9 de dezembro, de sexta a segunda-feira, às 20h
Onde: Espaço Cultural A Próxima Companhia (R. Barão de Campinas, 529, Campos Elísios)
Quanto: Contribuição voluntária
Duração: 90 minutos
Capacidade: 40 lugares
Classificação indicativa: 12 anos
Informações: (11) 3331-0653

Ficha técnica:
Direção: Edgar Castro
Dramaturgia: Victor Nóvoa
Elenco: Caio Marinho, Caio Franzolin, Gabriel Küster, Paula Praia, Juliana Oliveira, Rebeka Teixeira e Lígia Campos
Direção musical: Laruama Alves
Edição de som: Leandro Goulart
Cenografia e Iluminação: Julio Dojcsar
Figurino: Magê Blanques
Produção: Catarina Milani
Assistente de produção: Lucas França
Designer gráfico: Rafael Victor
Material audiovisual: Jamil Kubruk

Novos Baianos

Novos Baianos. Foto: André Wanderley

Os Novos Baianos, quinteto formado por Baby do Brasil, Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Luiz Galvão e Paulinho Boca de Cantor deixou uma marca especial na Música Popular Brasileira a partir do final da década de 1960. Essa trupe protagonizou uma revolução rítmica e comportamental, pontuada por liberdade, poesia e coletividade.

Com uma original proposta de vida e de arte, inventou um rock brasileiro, “aquele que mistura guitarra com pandeiro e apresenta ao Tio Sam o tamborim”. Essa história é a base do espetáculo Novos Baianos, que tem texto de Lúcio Mauro Filho, direção de Otavio Muller e direção de Davi Moraes e Pedro Baby. No palco, 12 artistas, entre atores, músicos e compositores.

Serviço:
Novos Baianos
Quando: De 9 de novembro a 15 de dezembro. Quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 18h.
Onde: Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana)
Ingressos: R$50 (inteira), R$25 (meia-entrada) e R$15,00 (Credencial plena)
Classificação indicativa: 14 anos
Informações: (11) 5080-3000

Ficha técnica:
Texto: Lucio Mauro Filho
Direção: Otavio Muller
Direção musical: Davi Moraes e Pedro Baby
Elenco: Ravel Andrade, Beiço, Clara Buarque, Barbara Ferr, João Vitor Nascimento, Gustavo Pereira, João Moreira, Julia Mestre, Miguel Freitas, Mariana Jascalevich, Filipe Pascual e Felipe El
Direção de arte, cenografia e figurino: OPAVIVARÁ
Com colaboração de cenografia de Paula Dager e figurino de Paula Stroher
Assistente de direção e dramaturgia: Fabricio Branco
Iluminação: Tabatta Martins
Coreografia: Johayne Hildefonso e Gisele Bastos
Visagismo: Rafael Fernandez
Direção de produção: Clarice Philigret
Assistente de produção: Fabricio Branco
Produção: Leandro Lapagesse
Produção executiva: Ciça Castro Neves
Operação de som: Marcelo Bezerra
Comunicação: Adriana Vieira
Mídia digital: Fernanda Bravo, Jacidio Junior e Raphael Goes
Design gráfico: Tommy Kenny
Preparação corporal e coreografia: Johayne Hildefonso e Gisele Bastos
Direção de palco: Márcio Mésk (Blau)
Contrarregras: Cris Lisboa e Luan Lima
Consultoria técnica: Andreas Schmidt
Produção: Dueto Produções

Quebra-Cabeça

O monólogo documental autobiográfico da atriz Camila dos Anjos Quebra-Cabeça tem encenação de Nelson Baskerville. Foto: Estevan dos Anjos / Divulgação

No solo Quebra-Cabeça, a atriz Camila dos Anjos embaralha suas próprias lembranças às memórias de personagens de Tchekhov e Tennessee Williams. A atriz, que começou a trabalhar aos sete anos na televisão, escancara as frustrações, expectativas e as consequências desse percurso. E engendra com a vida figuras misteriosas do russo Anton Tchekhov e do norte-americano Tennessee Williams, referências para a intérprete ao longa da carreira.

Nelson Baskerville, que assina a orientação de encenação do espetáculo, investe em um cenário leve e etéreo, de véus esvoaçantes, que combina projeções de cenas da atriz nas novelas e séries relatadas, como a visita a um sótão familiar, repleto de cartas, baús e fotografias.

Serviço:
Quebra-Cabeça, de Camila dos Anjos
Quando: Dias 8 e 9 de novembro (sexta-feira e sábado), às 20h; e dia 10 de novembro (domingo), às 19h
Onde: Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149, Bela Vista)
Quanto: Entrada gratuita. Os ingressos podem ser reservados online pelo site www.itaucultural.org.br. Público beneficiado pelas cotas on-line (obesos, cadeirantes e quem possui mobilidade reduzida): um ingresso + um ingresso para acompanhante. Todos os ingressos serão reservados online. Caso tenha procura presencial no dia do evento, e a pessoa não tenha feito a reserva prévia, haverá fila de espera.
Duração: 60 minutos
Capacidade: 201 lugares (8 de novembro); 224 lugares (9 e 10 de novembro)
Classificação indicativa: 16 anos

Ficha técnica: 
Dramaturgia e atuação: Camila dos Anjos
Orientação de encenação: Nelson Baskerville
Preparação de elenco: César Resende
Iluminação: Marisa Bentivegna
Cenário: César Resende
Figurino: Marichilene Artisevskis
Direção musical: Daniel Maia
Projeções em vídeo: Raimo Benedette
Ilustrações: Nelson Baskerville
Costura: Judite Gerônimo de Lima
Cenotécnico: Fernando Lemos (Zito)
Equipe vídeo: Pedro Cortese e Mariana Bonfanti
Realização vídeo: Estúdio B
Operação de som e luz: Victor Merseguel
Assistente de produção executiva: Laura La Padula
Assistentes de produção: Barbara Berta e Leticia Gonzalez
Fotos: Estevan dos Anjos
Identidade Visual e design gráfico: Lucas Sancho
Assessoria de imprensa e mídias sociais: Pombo Correio
Idealização e produção geral: Camila dos Anjos Produções Artísticas
Produção: Contorno Produções
Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Apoios: Oficina Cultural Oswald de Andrade, Poiesis, THE CITY – Beauty Boutique e Kayomix Japonês

EM CARTAZ

As Crianças

Mario Borges, Andrea Dantas e Analu Prestes na peças As Crianças. Foto: Guga Melgar/ Divulgação

É a primeira montagem brasileira de As crianças, escrita em 2016 pela dramaturga inglesa Lucy Kirkwood. Na peça, três figuras sexagenárias indagam sobre a finitude e se encontram para um insólito acerto de contas.  A produção carioca estreou no começo do ano no Rio de Janeiro e faz uma curta temporada em São Paulo. 

Com direção de Rodrigo Portella, encenador do sucesso Tom na fazenda, o espetáculo expõe as inquietações de um casal de físicos aposentados, que vive numa casa isolada do mundo, depois que a região foi atingida por um acidente nuclear. Rose, uma colega de profissão chega para visitá-los, com um proposta que vai abalar as tênues certezas do trio.  

A peça segue desvendando os sentimentos dessas figuras, traumas afetivos e a crise ética que os assombra na sociedade em que vivem. Além dos diálogos, os personagens também falam  as rubricas da peça, descrevendo ações que não são mostradas.

Serviço:
As Crianças
Quando: Quinta, sexta e sábado, às 21h; e domingo, às 18h. Até 17 de novembro
Onde: Sesc 24 de Maio (Rua 24 de Maio, 109, República)
Ingressos: R$40 (inteira), R$20 (meia-entrada) e R$12 (Credencial plena)
Duração: 100 minutos 
Informações: (11) 3350-6300

Ficha técnica: 
Texto: Lucy Kirkwood
Tradução: Diego Teza
Direção: Rodrigo Portella
Elenco / Personagem: Mario Borges / Robin, Analu Prestes / Dayse e Andrea Dantas / Rose
Assistência de direção: Mariah Valeiras
Cenário: Rodrigo Portella e Julia Deccache
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Figurino: Rita Murtinho
Trilha sonora original: Marcelo H e Federico Puppi
Preparação corporal: Marcelo Aquino
Programação visual: Fernanda Pinto
Produção executiva: Bárbara Montes Claros
Direção de produção e administração: Celso Lemos

 

As Mãos Sujas

Peça de Sartre escrita em 1943 reflete sobre a política atual. Foto: Yghor-Boy

O encenador José Fernando Peixoto de Azevedo utiliza recursos cinematográficos inspirados no filme Terra em Transe, de Glauber Rocha, para propor uma reflexão contemporânea sobre a política, o indivíduo e o coletivo, tendo por base a peça As Mãos Sujas, de Jean Paul Sartre (1905 – 1980). A montagem traça desdobramentos na linguagem de José Fernando e suas investigações que relaciona teatro e cinema.

A peça explora a história de um jovem intelectual que delibera a morte do líder de seu partido quando este propõe uma aliança com partidos conservadores.  A cena surfa em “deslizamentos temporais” e transita entre 1943 (marca em que Sartre situa a ação), o presente e dúvidas sobre um futuro próximo. A guerra ideológica que vivemos nos dias de hoje salta para o centro da cena questionando conceito de partido político, o sentido e as consequências das alianças com forças conservadoras. 

Serviço:
As Mãos Sujas
Quando: De 1º de novembro até 24 de novembro de 2019. Sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h. No dia 15/11, a sessão será às 18h
Onde: Sesc Ipiranga (Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga)
Quanto: R$ 9 (credencial plena), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30
Duração: 180 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Texto: Jean-Paul Sartre
Tradução: Homero Santiago
Atores: Gabriela Cerqueira, Georgina Castro, Paulo Balistrieri, Paulo Vinicius, Rodrigo Scarpelli, Thomas Huszar e Vinicius Meloni.
Câmera e edição: Yghor Boy
Direção musical: Guilherme Calzavara
Desenho de som e sonoplastia: Ivan Garro
Música em cena: Ivan Garro, Rodrigo Scarpelli e Thomas Huszar
Desenho de luz: Guilherme Bonfanti
Figurino: Marcelo Leão e José Fernando Peixoto de Azevedo
Consultoria para o trabalho de voz: Mônica Montenegro
Consultoria teórica: Franklin Leopoldo e Silva
Assistente de direção: Murilo Franco
Operador de luz: David Costa
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Produção: Corpo Rastreado
Direção e dispositivo de cena: José Fernando Peixoto de Azevedo

Brian ou Brenda?

Brian ou Brenda?, direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim. Foto: Heloísa Bortz

O caso ocorreu em meados de 1960, no Canadá. Na trama, os gêmeos Brian e Bruce são circuncidados por volta dos oito meses de idade, por orientação médica. Durante o procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. O psiquiatra John Money – que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação – aconselha a operação de redesignação sexual. E os pais educam Brian como uma menina. A criança cresce infeliz naquele corpo; só depois de uma tentativa de suicídio, os pais contam a verdade, e Brenda vai em busca de sua real identidade.

A violência sofrida por David Reimer é um dos episódios mais polêmicos da psiquiatria mundial. Os conservadores usam o caso com escudo para argumentar que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é idêntico ao que pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora.

Com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, a montagem propõe uma reflexão sobre gênero e o direito de escolhas e desejos de cada um e os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos.

Serviço:
Brian ou Brenda
Quando: sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h. Até 17/11
Onde: Viga Espaço Cênico, Rua Capote Valente, 1323 – Pinheiros – São Paulo
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Duração: 100 min
Classificação indicativa: 14 anos
Informações: (11) 3801-1843

Ficha técnica:
Texto: Franz Keppler
Direção: Yara de Novaes e Carlos Gradim
Assistência de direção: Ronaldo Jannotti
Elenco: Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Fabia Mirassos e Paulo Campos
Cenário: André Cortez
Figurino: Cassio Brasil
Iluminação: Aline Santini
Trilha sonora original: Dr. Morris
Preparação corporal: Ana Paula Lopez
Visagismo: Louise Helène
Direção de produção: Ronaldo Diaféria e Kiko Rieser
Produção executiva: Marcos Rinaldi
Assistente administrativa: Juliana Rampinelli
Fotografia: Heloísa Bortz
Design gráfico: Angela Ribeiro
Assessoria de imprensa: Pombo Correio (Douglas Picchetti e Helô Cintra)
Realização: Rieser Produções Artísticas, Diaferia Produções e Da Latta Cultura

Condomínio Visniec

A diretora diz que a peça é uma meditação poética sobre a condição humana e a possibilidade de superação dos nossos conflitos. Foto: Ronaldo Gutierrez

O dramaturgo romeno Matéi Visniec é apontado como um dos principais representantes contemporâneos do Teatro do Absurdo. O espetáculo Condomínio Visniec é inspirado em seis monólogos desse autor – O Corredor, O Homem do Cavalo, O Adestrador, O Homem da Maçã, A Louca Tranquila e O Comedor de Carne – reunidos na coletânea de peças O Teatro Decomposto ou O Homem – Lixo. A montagem é fruto de pesquisa sobre a obra do autor romeno, desenvolvido por Clara Carvalho desde 2015 numa oficina de atores profissionais do Grupo TAPA.

As personagens híbridas são criadas por uma escritora que produz compulsivamente e habita o condomínio com figuras de contornos surrealistas. O espetáculo foi contemplado com o edital ProAc nº 01/2018 para Produção de Espetáculo Inédito e Temporada de Teatro.

Serviço:
Condomínio Visniec, com o grupo Tapa
Quando: Quartas e quintas, às 21h. Até 28 de novembro.
Onde: Viga Espaço Cênico (Rua Capote Valente, 1323, Pinheiros)
Quanto: R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada)
Duração: 55 minutos
Capacidade: 73 lugares
Classificação: 14 anos
Informações: (11) 3801-1843

Ficha técnica:
Texto: Matéi Visniec
Direção: Clara Carvalho
Elenco: Ana Clara Fischer, Felipe Souza, Mônica Rossetto, Rafael Levecki, Rogério Pércore, Suzana Muniz
Tradução: Luiza Jatobá
Assistente de direção: Mau Machado
Figurino: Marichilene Artisevskis
Música original: Mau Machado
Desenho de luz: Wagner Pinto
Assistente de Iluminação: Carina Tavares
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli
Preparação corporal e coro cênico: Mau Machado e Suzana Muniz
Design gráfico: Mau Machado
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Fotos (registro processo): Roberto Lajolo
Técnica/Operação de luz: Dida Genofre
Operação de som: André Bedurê
Adereços: Luis Carlos Rossi
Costura e modelagem: Judite Gerônimo de Lima
Costura de enchimento: Paula Gaston
Alfaiate: Miguel Angel Arua
Envelhecimento: Foquinha Cris
Direção de produção: Selene Marinho /SM Arte e Cultura
Coordenação de produção: Ariel Cannal
Produção executiva: Marcela Horta / SM Arte e Cultura

Enquanto Ela Dormia

Enquanto Ela Dormia. Fotos Mayra Azzi

A primeira versão de A Bela Adormecida, de 1648, é o disparador da peça, que investiga a violência contra a mulher e as relações de poder entre os gêneros. Enquanto Ela Dormia convoca a personagem Dora, uma professora de literatura, que presencia uma cena de abuso em um ônibus e sofre ao relembrar os traumas de infância.

O monólogo explora uma linha cronológica das dores do feminino, como, por exemplo, os pés de lótus das mulheres chinesas e a expulsão da deusa Lilith do Paraíso. A diretora Eliana Monteiro entende que “o espetáculo é um mergulho na geografia da dor das mulheres e uma provocação ao que está acontecendo na nossa sociedade”.

A montagem questiona os mecanismos usados para minimizar, esconder, disfarçar, apagar essas violências. Enquanto Ela Dormia percorre três eixos temáticos: o dos contos de fadas, que integram o imaginário universal do feminino; as histórias de amputações, para que a mulher coubesse na sociedade patriarcal; e as memórias de uma história de amor.

Contemplada na 9ª edição do Prêmio Zé Renato, a peça faz parte da programação do projeto Teatros em Movimento, que prevê a circulação de companhias teatrais, seus trabalhos e processos criativos pelas sedes de outros grupos, em diferentes bairros da capital paulista.

Serviço:
Enquanto Ela Dormia, do Teatro da Vertigem
Quando: Sextas e sábados, às 21h e domingos, às 19h. Até 24 de novembro
Onde: Sede do Teatro da Vertigem (Rua Treze de Maio, 240, 1º andar – Bela Vista)
Quanto: Ingressos gratuitos, distribuídos 1h antes das sessões
Duração: 70 min
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 50 lugares

Ficha técnica:
Diretora artística: Eliana Monteiro
Diretor técnico e light designer: Guilherme Bonfanti
Atriz: Lucienne Guedes
Dramaturgismo: Antonio Duran
Texto: Carol Pitzer
Operador de som: José Mario Tomé e Nayara Konno
Diretor de cena/contrarregra: Evaristo Moura
Operadora de vídeo: Aline Sayuri
Operador de luz: Patricia Amorim
Montador de luz: Diego Soares
Montador de vídeo: Rodrigo Silbat
Trilha sonora: Erico Theobaldo
Figurinista: Marichilene Artisevskis
Cenografia: Marisa Bentivegna
Produção geral: Marcelo Leão
Fotos: Mayra Azzi
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques – Canal Aberto

Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada

Texto de García Márquez está em cartaz no Centro Cultural Fiesp. Foto: Leekyung Kim

A obra do Nobel colombiano Gabriel García Márquez, que foi publicada em 1972, narra a trajetória de uma menina de 14 anos, que após um incêndio que destrói a casa da família, passa a ser prostituída pela avó. A adaptação para o teatro é de Augusto Boal. Irene Papas defendeu o papel da desalmada e Claudia Ohana fez Erêndira no cinema, no filme de 1983, com direção de Ruy Guerra. A montagem teatral tem direção de Marco Antonio Rodrigues, dramaturgia de Claudia Barral e canções originais compostas por Chico César. Giovana Cordeiro faz seu début no teatro como Erêndira. Com Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Gustavo Haddad, Dagoberto Feliz, Dani Theller, Demian Pinto, Eric Nowinski, Jane Fernandes, Marco França, Maurício Destri e Rafael Faustino. O espetáculo abraça a estética e os recursos do realismo fantástico, seguindo os passos de Gabo.

Serviço:
Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada
Quando: Quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Até 08 de dezembro
Onde: Centro Cultural Fiesp – Teatro do SESI (Avenida Paulista 1313, Bela Vista)
Quanto: Grátis / Reserva de ingressos: Centroculturalfiesp.Com.Br
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Baseado no conto de Gabriel Garcia Márquez
Adaptação: Augusto Boal
Dramaturgia: Claudia Barral
Tradução: Cecília Boal
Direção: Marco Antonio Rodrigues
Elenco: Giovana Cordeiro, Maurício Destri, Chico Carvalho, Dagoberto Feliz, Gustavo Haddad, Marco França, Eric Nowinski, Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Dani Theller, Demian Pinto, Jane Fernandes e Rafael Faustino
Cenografia: Marcio Medina
Figurino: Cássio Brasil
Iluminação: Tulio Pezzoni
Músicas originais compostas: Chico Cesár
Preparadora corporal: Marcella Vincentini
Design gráfico: Zeca Rodrigues
Fotografia: Leekyung Kim
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro
Idealização: Instituto Boal
Assistentes de produção: Diogo Pasquim e Carol Vidotti
Produção executiva: Camila Bevilacqua
Direção de produção: Luís Henrique Luque Daltrozo
Produção: Daltrozo Produções
Realização: SESI São Paulo

Eu de Você

Denise Fraga narra histórias reais no seu novo espetáculo. Fotos: Leo Martins / Divulgação

Sartre pregava, ironicamente, que o inferno são outros. Sim, mas também espelho. A atriz Denise Fraga aposta nesse reflexo, nessa reverberação. A intérprete defende a urgência de ver o outro, olhar pelo olhar do outro.  Ela recebe sempre o público na porta do teatro para reforçar a cumplicidade, o laço de afeto. Denise Fraga gosta de gente e de contar suas histórias. Durante nove anos protagonizou um programa de televisão contando histórias reais: o Retrato Falado, na TV Globo.

No solo Eu de VocêFraga leva ao palco histórias do cotidiano de gente comum e a criatividade para encontrar solução para diversos problemas. O humor é uma ferramenta poderosa nessa montagem. Denise convocou o público a enviar suas histórias para esse projeto, anunciou nos jornais, nas redes sociais. De mais de 400 histórias foram selecionadas 33, costuradas dramaturgicamente com literatura, música, imagens e poesia. Estão em cena em ficção Paulo Leminski, Zezé di Camargo, Tchekhov, Beatles, Chico Buarque, Dostoiévski e Fernando Pessoa.

Serviço:
Eu de Você
Quando: sexta, às 20h, sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Até 15 de dezembro
Onde: Teatro Vivo (Av. Dr. Chucri Zaidan, 2.460, Morumbi)
Quanto: De R$ 25 a R$ 70
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

Ficha técnica:
Idealização e criação: Denise Fraga, José Maria e Luiz Villaça
Com Denise Fraga
Direção: Luiz Villaça
Produção: José Maria
Obra inspirada livremente nas narrativas de Akio Alex Missaka, Anas Obaid, Barbara Heckler, Bruno Favaro Martins, Clarice F. Vasconcelos, Cristiane Aparecida dos Santos Ferreira, Deise de Assis, Denise Miranda , Eliana Cristina dos Santos, Enzo Rodrigues, Érico Medeiros Jacobina Aires, Fátima Jinnyat, Felipe Aquino, Fernanda Pittelkow, Francisco Thiago Cavalcanti, Gláucia Faria, José Luiz Tavares, Julio Hernandes, Karina Cárdenas, Liliana Patrícia Pataquiva Barriga, Luis Gustavo Rocha, Maira Paola de Salvo, Marcia Angela Faga, Marcia Yukie Ikemoto, Marlene Simões de Paula, Nanci Bonani, Nathália da Silva de Oliveira, Raquel Nogueira Paulino, Ruth Maria Ferreiro Botelho, Sonia Manski, Sylvie Mutiene Ngkang, Thereza Brown, Vinicius Gabriel Araújo Portela, Wagner Júnior
Dramaturgia: Cassia Conti, André Dib, Denise Fraga, Kênia Dias, Fernanda Maia, Geraldo Carneiro, Luiz Villaça e Rafael Gomes
Texto final: Rafael Gomes, Denise Fraga e Luiz Villaça
Direção de imagens em vídeo: André Dib
Direção de arte: Simone Mina
Direção musical: Fernanda Maia
Direção de movimento: Kenia Dias
Iluminação: Wagner Antônio
Assessoria de Imprensa SP: Morente Forte Comunicações
Projeto realizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura
Coprodução: Café Royal
Produção: NIA Teatro
Patrocínio: BB Seguros
Realização: Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal

Há Dias Que Não Morro

No elenco estão Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi. Foto: Paulo Hemsi 

A encenação visa ampliar o debate sobre os aprisionamentos contemporâneos e os corpos em paranoia. Os disparadores são as discussões sobre segurança e liberdade, projetadas na política atual. Três atrizes viram figuras-bonecas em um cubo-jardim, felizes com os dias ensolarados, com o canto dos pássaros e os desenhos das nuvens. Mas alguma coisa está fora da ordem nesse sistema inerte e cíclico, nessa rotina sem acidentes ou perigos. O que há para além desse jardim artificial?

Há Dias Que Não Morro é a segunda parte da Trilogia da Morte, que teve início em 2016 com a estreia de Adeus, Palhaços Mortos. A peça contou com uma pré-estreia em maio na Turquia, tem texto original de Paloma Franca Amorim e direção coletiva de Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi.

Serviço:
Há Dias Que Não Morro, da Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Quando: Sábados, às 21h, domingos, às 19h, e segundas, às 21h. Até 02/12
Onde: Galpão do Folias – Rua Ana Cintra, 213 – Campos Elíseos – São Paulo
Quanto: Gratuito
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 99 lugares
Informações: (11) 3361-2223

Ficha técnica:
Idealização: Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Direção e concepção: Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Texto: Paloma Franca Amorim
Dramaturgia: Aline Olmos, Laíza Dantas, José Roberto Jardim, Paula Hemsi e Paloma Franca Amorim
Encenação: José Roberto Jardim
Elenco: Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Assistente de direção: Luna Venarusso
Cenografia: Bijari
Direção musical e trilha sonora original: Rafael Thomazini e Vinicius Scorza
Iluminação: Paula Hemsi
Figurino: Carolina Hovaguimiam
Modelista: Juliano Lopes
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Cenotecnia: Leo Ceolin
Preparação corporal: Maristela Estrela
Design de sistema de operação sincronizado: Laíza Dantas
Operação de luz, vídeo e som: Murilo Gil e Vinicius Scorza
Técnico de som: Murilo Gil
Técnica de luz: Paula Hemsi
Técnica de vídeo: Laíza Dantas
Técnica de palco: Aline Olmos
Produção executiva: Tetembua Dandara
Direção de produção: ultraVioleta_s
Fotos: Paula Hemsi e Victor Iemini

INTERVENÇÃO
Concepção: ultraVioleta_s e Coletivo Bijari
Assessoria Criativa: Fernando Velázquez

Heather

Laís Marques e Paulo Marcello apresentam texto inédito do autor britânico Thomas Eccleshare. Foto: João Caldas

Uma reclusa autora de livros juvenis vira, do dia para a noite, um fenômeno de vendas. Os jovens leitores se identificam com a heroína Greta, o que é um combustível para outras obras lançadas com tesouros no mercado editorial. Mas o recolhimento da escritora pode esconder razões estranham ou obscuras.

A peça Heather, idealizada pela atriz Laís Marques junto a Cia Razões Inversas, com direção de Marco Aurélio, investe na pergunta: “o que interessa mais: o autor ou sua obra?”

Com texto do britânico Thomas Eccleshare Heather, envereda por um surpreendente jogo de aparências na arte que pode contrastar com fatos da vida cotidiana de uma escritora de sucesso. E questiona até que ponto é real a imagem do artista mitificado pelo público.

Serviço:
Heather, da Cia Razões Inversas
Quando: Quinta, sexta e sábado, às 20h30. Nos feriados (2 e 15/11), às 18h. Até 16 de novembro
Onde: Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195, Pinheiros)
Quanto: R$ 9 (credencial plena), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Informações: (11) 3095-9400

Ficha técnica:
Texto: Thomas Eccleshare
Encenação: Marcio Aurelio
Atuação: Laís Marques e Paulo Marcello
Direção de Arte e Trilha sonora: Marcio Aurelio
Figurino: Cia Razões Inversas
Preparação Corporal: Luciana Hoppe
Produção: Andréa Marques
Fotos: João Caldas
Idealização: Laís Marques

Os Sete Afluentes do Rio Ota

Os Sete Afluentes do Rio Ota: Marjorie Estiano e Caco Ciocler Foto: Michele Mifano/ Divulgação

Os Sete Afluentes do Rio Ota é um épico teatral que traça a jornada do soldado estadunidense Luke, que retorna a Hiroshima, em 1945, para fotografar os sobreviventes da guerra. Essas imagens provocam uma viagem no tempo, até chegar ao ano 2000. O espetáculo da diretora Monique Gardenberg fez um memorável sucesso há 15 anos. A encenadora aposta na atualidade da obra de Robert Lepage para tocar em pautas que ainda estão na ordem do dia, como a intolerância, homofobia, feminismo e posições totalitárias.

O espetáculo é composto por sete capítulos e articula histórias de várias épocas em diferentes partes do mundo faladas em cinco idiomas (português, inglês, francês, alemão e japonês), com legendas. O cenário, criado por Hélio Eichbauer, falecido em 2018, é um elemento fundamental à montagem: são três módulos que se deslocam, se transformam, e atravessam os últimos 50 anos do século 20. A peça possui 350 minutos de duração, com intervalo.

Serviço:
Os Sete Afluentes do Rio Ota
Quando: Quinta a domingo, às 18h, até 1 de dezembro. Na quarta-feira, 27 de novembro, haverá sessão às 18h
Onde: Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195, Pinheiros)
Quanto: R$ 15 (credencial plena), R$ 25 (meia-entrada) e R$ 50
Informações: (11) 3095-9400

Ficha técnica:
Texto: Robert Lepage
Direção e adaptação: Monique Gardenberg
Elenco: Bel Kowarick, Caco Ciocler, Chandelly Braz, Charly Braun, Giulia Gam, Helena Ignez, Jiddu Pinheiro, Johnny Massaro, Lorena da Silva, Madalena Bernardes, Marjorie Estiano, Sergio Maciel, Silvia Lourenço, Thierry Tremouroux
Cenário: Hélio Eichbauer
Figurino: Marcelo Pies
Iluminação: Maneco Quinderé
Trilha sonora: José Augusto Nogueira
Fotografias: André Gardenberg
Direção movimento: Marcia Rubim
Assistente de direção: Arlindo Hartz
Reconstituição cenografia: Luiz Henrique Sá e Carila Matzenbacher
Reconstituição figurino: Sabrina Leal
Produção executiva: Ciça Castro Neves
Direção de produção: Clarice Philigret
Assessoria Imprensa: Morente Forte Comunicações
Assessoria Jurídica: Olivieri Associados
Produção: Dueto

Res Publica 2023

Res Publica 2023. Foto: Karina Lumina / Divulgação

O mundo está tão estranho que uma ficção como Res Publica 2023, uma distopia sobre um futuro próximo no Brasil parece uma visada pela janela ou uma espiada na TV. Escrita e dirigida por Biagio Pecorelli, a peça projeta um Brasil de outro milagre econômico – não para todos, é claro; da valorização de milícias paramilitares conservadoras por meio do poder central e, lógico, a tentativa de banimento e perseguição de qualquer posição crítica. Alguma identificação com a barbárie do presente não é mera coincidência.

Um bando de jovens, que não se sente contemplado com a “prosperidade” do país, vive na pindaíba. Perseguidos justamente por buscarem a liberdade, eles coabitam numa república e trazem da rua entulhos que utilizam para enfrentamento e amparo. Enquanto buscam formas de sobreviver,  erguem manifestos performáticos e exibem números musicais.

Res Pública 2023 foi recentemente censurada pela Funarte, um indício de perseguição do governo da vez à cultura e às artes. A decisão da instituição foi baseada exclusivamente em uma sinopse, com uma explicação que dizia que “o espetáculo não reúne as qualidades artísticas para ocupar o espaço pretendido”.

Serviço: 
Res Pública 2023, d’A Motoserra Perfumada
Quando: De quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 20h. Até 10 de novembro
Onde: Centro Cultural São Paulo )Rua Vergueiro, 1000, Paraíso)
Quanto: R$40 e R$20 (meia-entrada). Os ingressos são vendido pela internet no site Ingresso Rápido, e na bilheteria do teatro duas horas antes do início da peça
Duração: 100 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 100 pessoas

Ficha técnica:  
Texto e direção artística: Biagio Pecorelli
Elenco: Biagio Pecorelli, Bruno Caetano, Camila Rios, Edson Van Gogh, Jonnata
Doll e Leonarda Glück
Diretora de produção: Danielle Cabral
Desenho de luz: Cesar Pivetti
Assistente de iluminação e operador de luz: Rodrigo Pivetti.
Preparação Viewpoints: Guilherme Yazbek
Assistente de direção: Dugg Monteiro
Cenário e figurinos: Rafael Bicudo e Coko
Design de som/sonoplastia/trilha sonora: Dugg Monteiro
Produtoras de operações: Victória Martinez e Jessica Rodrigues
Arte de divulgação: Bruno Caetano
Fotos de divulgação: Priscila Prade
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Realização: A MOTOSSERRA PERFUMADA
Produção geral: DCARTE E CONTORNO

Tio Ivan

Montagem do Núcleo Teatro de Imersão está em cartaz na Oswald de Andrade. Foto: Hernani Rocha

O Tio Vania, do escritor russo Anton Tchekhov (1860-1904), menciona algumas questões que parecem que falam do Brasil contemporâneo: o imperativo de trabalhar para um patrão até o fim da vida, o descaso político com a carreira do professor e do pesquisador acadêmico, a destruição das florestas, as precárias condições da saúde pública. O texto escrito em 1897  assombra por sua atualidade.

No enredo, o administrador de fazenda Ivan, sua sobrinha Sônia e Miguel, o médico da família, têm suas vidas desestabilizadas pela chegada à propriedade do célebre professor Alexandre, agora aposentado, e de sua jovem e bela esposa Helena. Na adaptação da diretora e atriz Adriana Câmara, a fazenda russa cede lugar a uma região rural paulista no início da República Velha. Os espectadores percorrem diversos ambientes, como testemunhas invisíveis dos conflitos dos personagens que os rodeiam, sem separação entre palco e plateia.

Serviço:
Quando: Sábados, às 15h30 e às 18h, até 14 de dezembro
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363, Bom Retiro)
Quanto: Gratuito. Os ingressos são distribuídos com uma hora de antecedência
Duração: 105 minutos
Classificação: 12 anos
Capacidade: 30 lugares
Informações: (11) 3222-2662

Ficha técnica:
Realização: Núcleo Teatro de Imersão
Direção: Adriana Câmara
Texto: Anton Tchekhov
Adaptação do texto, cenografia, figurino, produção executiva e de arte: Adriana Câmara
Elenco: Adriana Câmara, Áquila Mattos, Ariana Slivah, Glau Gurgel, Klever Ravanelli e Márcio Carneiro
Assistência de palco: Letícia Alves
Programação visual e assistência de cenografia: Hernani Rocha
Confecção do figurino: Ateliê Paz (Samantha Paz e Liduina Paz)
Produção: Menina dos Olhos do Brasil

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Agenda – Primeira semana de novembro

AGENDA SÃO PAULO

ESTREIA

As Mãos Sujas

Peça de Sartre escrita em 1943 reflete sobre a política atual. Foto: Yghor-Boy

O encenador José Fernando Peixoto de Azevedo utiliza recursos cinematográficos inspirados no filme Terra em Transe, de Glauber Rocha, para propor uma reflexão contemporânea sobre a política, o indivíduo e o coletivo, tendo por base a peça As Mãos Sujas, de Jean Paul Sartre (1905 – 1980). A montagem traça desdobramentos na linguagem de José Fernando e suas investigações que relaciona teatro e cinema.

A peça explora a história de um jovem intelectual que delibera a morte do líder de seu partido quando este propõe uma aliança com partidos conservadores.  A cena surfa em “deslizamentos temporais” e transita entre 1943 (marca em que Sartre situa a ação), o presente e dúvidas sobre um futuro próximo. A guerra ideológica que vivemos nos dias de hoje salta para o centro da cena questionando conceito de partido político, o sentido e as consequências das alianças com forças conservadoras. 

Serviço:
As Mãos Sujas
Quando: De 1º de novembro até 24 de novembro de 2019. Sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 18h. No dia 15/11, a sessão será às 18h
Onde: Sesc Ipiranga (Rua Bom Pastor, 822, Ipiranga)
Quanto: R$ 9 (credencial plena), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30
Duração: 180 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Texto: Jean-Paul Sartre
Tradução: Homero Santiago
Atores: Gabriela Cerqueira, Georgina Castro, Paulo Balistrieri, Paulo Vinicius, Rodrigo Scarpelli, Thomas Huszar e Vinicius Meloni.
Câmera e edição: Yghor Boy
Direção musical: Guilherme Calzavara
Desenho de som e sonoplastia: Ivan Garro
Música em cena: Ivan Garro, Rodrigo Scarpelli e Thomas Huszar
Desenho de luz: Guilherme Bonfanti
Figurino: Marcelo Leão e José Fernando Peixoto de Azevedo
Consultoria para o trabalho de voz: Mônica Montenegro
Consultoria teórica: Franklin Leopoldo e Silva
Assistente de direção: Murilo Franco
Operador de luz: David Costa
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Produção: Corpo Rastreado
Direção e dispositivo de cena: José Fernando Peixoto de Azevedo

ESPECIAL

Sangoma

Sangoma, da Capulanas Cia de Arte Negra, faz sessão única no Sesc Interlagos

Sangoma é um convite a um universo místico cercado de histórias de dor, superação, amores verdadeiros e possibilidades de cura. Dentro das comunidades, Sangomas são as mulheres escolhidas espiritualmente por seus ancestrais para darem continuidade aos trabalhos de cura espiritual e física.

A peça é ambientada dentro de uma casa; os espectadores percorrem cada cômodo, encarando o depoimento das seis personagens que ali vivem. São vozes muitas vezes caladas, que despertaram do silêncio para brotar vida e relatar as enfermidades, consequências das suas relações com o mundo, com o outro, e os caminhos que percorreram para chegar à cura.

A construção dos personagens e das suas histórias de vida foram compiladas a partir de atividades de formação realizadas pelo grupo em 2012. Temas como saúde cultural, física e psíquica de mulheres negras foram fundamentais para o desenvolvimento dos textos, criados em parceria com a escritora Cidinha da Silva.

A peça integra a programação do último final de semana da mostra Dona Ruth: Festival de Teatro Negro de São Paulo que, desde o dia 19 de outubro, ocupou o Sesc Interlagos.

Serviço:
Sangoma, da Capulanas Cia de Arte Negra
Quando: sábado (2/11), às 16h
Onde: Sesc Interlagos (Avenida Manuel Alves Soares, 1100, Parque Colonial)
Quanto: Distribuição gratuita
Duração: 75 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Ficha técnica:
Elenco: Adriana Paixão, Carol Ewaci Rocha, Débora Marçal, Flávia Rosa, Priscila Obaci, Rosse de Oyá
Direção: Kleber Lourenço
Texto: Cidinha da Silva e Capulanas Cia da Arte Negra
Direção musical: Naruna Costa
Produção: Euler Alves e Renan Jordan
Designer e operação de luz: Clébio Ferreira (Dedê)
Operação de luz: Thiago Faustino
Cenário: Rodrigo Bueno
Figurino: Ligia Passos e Shirley Rosa

EM CARTAZ

Brian ou Brenda?

Brian ou Brenda? Foto: Heloisa Bortz

O caso ocorreu em meados de 1960, no Canadá. Na trama, os gêmeos Brian e Bruce são circuncidados por volta dos oito meses de idade, por orientação médica. Durante o procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. O psiquiatra John Money – que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação – aconselha a operação de redesignação sexual. E os pais educam Brian como uma menina. A criança cresce infeliz naquele corpo; só depois de uma tentativa de suicídio, os pais contam a verdade, e Brenda vai em busca de sua real identidade.

A violência sofrida por David Reimer é um dos episódios mais polêmicos da psiquiatria mundial. Os conservadores usam o caso com escudo para argumentar que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é idêntico ao que pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora.

Com direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, a montagem propõe uma reflexão sobre gênero e o direito de escolhas e desejos de cada um e os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos.

Serviço:
Brian ou Brenda
Quando: sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 19h. Até 17/11
Onde: Viga Espaço Cênico, Rua Capote Valente, 1323 – Pinheiros – São Paulo
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)
Duração: 100 min
Classificação indicativa: 14 anos
Informações: (11) 3801-1843

Ficha técnica:
Texto: Franz Keppler
Direção: Yara de Novaes e Carlos Gradim
Assistência de direção: Ronaldo Jannotti
Elenco: Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Marcella Maia e Paulo Campos
Cenário: André Cortez
Figurino: Cassio Brasil
Iluminação: Aline Santini
Trilha sonora original: Dr. Morris
Preparação corporal: Ana Paula Lopez
Visagismo: Louise Helène
Direção de produção: Ronaldo Diaféria e Kiko Rieser
Produção executiva: Marcos Rinaldi
Assistente administrativa: Juliana Rampinelli
Fotografia: Heloísa Bortz
Design gráfico: Angela Ribeiro
Assessoria de imprensa: Pombo Correio (Douglas Picchetti e Helô Cintra)
Realização: Rieser Produções Artísticas, Diaferia Produções e Da Latta Cultura

Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã

Espetáculo conta a história de um garoto negro de 12 anos que sai para comprar pão. Foto: Alessandra Nohvais

A história não é nova, nem incomum: um garoto negro de 12 anos sai de casa, na periferia, para comprar pão. Tido como suspeito em frente à padaria, corre para não ser baleado pela polícia.Foto: Alessandra Nohvais

Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã carrega poesia e delicadeza para falar de um dos graves problemas brasileiros: a morte de jovens negros da periferia. O coletivo Carcaça de Poéticas Negras desenvolve uma pesquisa de linguagem sobre o corpo negro urbano e suas diásporas, o genocídio e o etnocentrismo.

Com uma narrativa em primeira pessoa, abraçada ao universo do realismo fantástico, o espetáculo apresenta um garoto negro de periferia – personagem nascido e criado em Guaianases, zona leste de São Paulo – que, no primeiro dia do ano, recebe um bacolejo de um policial quando chega à padaria.

Ciente do que acontece com gente preta e pobre diante dessas autoridades, o miúdo começa a correr e sai numa viagem sem rumo certo, passando por países da América Latina e da África, buscando sempre dispositivos de sobrevivência para continuar existindo.

A peça idealizada por Jhonny Salaberg foi contemplada com prêmio de montagem na Mostra CCSP de Pequenos Formatos Cênicos do ano passado.

Serviço:
Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã, do coletivo Carcaça de Poéticas Negras
Quando: Sexta (1/11) e sábado (2/11), às 20h, e domingo (3/11), às 19h [sessões com interpretação em Libras]
Onde: Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149, Bela Vista)
Quanto: Gratuito. Distribuição de ingressos para público preferencial: uma hora antes do espetáculo, com direito a um acompanhante – ingressos liberados apenas na presença do preferencial e do acompanhante. Para público não preferencial: uma hora antes do espetáculo, sendo 1 ingresso por pessoa
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Capacidade: 244 lugares

Ficha técnica:
Idealização, coordenação e dramaturgia: Jhonny Salaberg
Direção: Naruna Costa
Elenco: Ailton Barros, Clayton Nascimento e Jhonny Salaberg
Instrumentistas: Erica Navarro e Giovani Di Ganzá
Preparação corporal: Tarina Quelho
Direção musical: Giovani Di Ganzá
Cenografia e figurino: Eliseu Weide
Assistência de cenografia e figurino: Carolina Emídio
Criação de luz: Danielle Meireles
Operação de luz: Danielle Meireles e Thays do Valle
Artista gráfico: Murilo Thaveira
Fotos: Alessandra Nohvais e João Luiz Silva
Vídeos: Lucas Cândido e David Costa
Produção: Bia Fonseca e Iza Marie
Contrarregragem: Douglas Vendramini e Patrick Carvalho
Realização: Carcaça de Poéticas Negras

Enquanto Ela Dormia

Enquanto Ela Dormia. Fotos Mayra Azzi

A primeira versão de A Bela Adormecida, de 1648, é o disparador da peça, que investiga a violência contra a mulher e as relações de poder entre os gêneros. Enquanto Ela Dormia convoca a personagem Dora, uma professora de literatura, que presencia uma cena de abuso em um ônibus e sofre ao relembrar os traumas de infância.

O monólogo explora uma linha cronológica das dores do feminino, como, por exemplo, os pés de lótus das mulheres chinesas e a expulsão da deusa Lilith do Paraíso. A diretora Eliana Monteiro entende que “o espetáculo é um mergulho na geografia da dor das mulheres e uma provocação ao que está acontecendo na nossa sociedade”.

A montagem questiona os mecanismos usados para minimizar, esconder, disfarçar, apagar essas violências. Enquanto Ela Dormia percorre três eixos temáticos: o dos contos de fadas, que integram o imaginário universal do feminino; as histórias de amputações, para que a mulher coubesse na sociedade patriarcal; e as memórias de uma história de amor.

Contemplada na 9ª edição do Prêmio Zé Renato, a peça faz parte da programação do projeto Teatros em Movimento, que prevê a circulação de companhias teatrais, seus trabalhos e processos criativos pelas sedes de outros grupos, em diferentes bairros da capital paulista.

Serviço:
Enquanto Ela Dormia, do Teatro da Vertigem
Quando: Sextas e sábados, às 21h e domingos, às 19h. Até 24 de novembro
Onde: Sede do Teatro da Vertigem (Rua Treze de Maio, 240, 1º andar – Bela Vista)
Quanto: Ingressos gratuitos, distribuídos 1h antes das sessões
Duração: 70 min
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 50 lugares

Ficha técnica:
Diretora artística: Eliana Monteiro
Diretor técnico e light designer: Guilherme Bonfanti
Atriz: Lucienne Guedes
Dramaturgismo: Antonio Duran
Texto: Carol Pitzer
Operador de som: José Mario Tomé e Nayara Konno
Diretor de cena/contrarregra: Evaristo Moura
Operadora de vídeo: Aline Sayuri
Operador de luz: Patricia Amorim
Montador de luz: Diego Soares
Montador de vídeo: Rodrigo Silbat
Trilha sonora: Erico Theobaldo
Figurinista: Marichilene Artisevskis
Cenografia: Marisa Bentivegna
Produção geral: Marcelo Leão
Fotos: Mayra Azzi
Assessoria de Imprensa: Márcia Marques – Canal Aberto

Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada

Texto de García Márquez está em cartaz no Centro Cultural Fiesp. Foto: Leekyung Kim

A obra do Nobel colombiano Gabriel García Márquez, que foi publicada em 1972, narra a trajetória de uma menina de 14 anos, que após um incêndio que destrói a casa da família, passa a ser prostituída pela avó. A adaptação para o teatro é de Augusto Boal. Irene Papas defendeu o papel da desalmada e Claudia Ohana fez Erêndira no cinema, no filme de 1983, com direção de Ruy Guerra. A montagem teatral tem direção de Marco Antonio Rodrigues, dramaturgia de Claudia Barral e canções originais compostas por Chico César. Giovana Cordeiro faz seu début no teatro como Erêndira. Com Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Gustavo Haddad, Dagoberto Feliz, Dani Theller, Demian Pinto, Eric Nowinski, Jane Fernandes, Marco França, Maurício Destri e Rafael Faustino. O espetáculo abraça a estética e os recursos do realismo fantástico, seguindo os passos de Gabo.

Serviço:
Erêndira – A Incrível e Triste História de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada
Quando: Quinta a sábado, às 20h, e domingo, às 19h. Até 08 de dezembro
Onde: Centro Cultural Fiesp – Teatro do SESI (Avenida Paulista 1313, Bela Vista)
Quanto: Grátis / Reserva de ingressos: Centroculturalfiesp.Com.Br
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: 14 anos

Ficha técnica:
Baseado no conto de Gabriel Garcia Márquez
Adaptação: Augusto Boal
Dramaturgia: Claudia Barral
Tradução: Cecília Boal
Direção: Marco Antonio Rodrigues
Elenco: Giovana Cordeiro, Maurício Destri, Chico Carvalho, Dagoberto Feliz, Gustavo Haddad, Marco França, Eric Nowinski, Alessandra Siqueyra, Caio Silviano, Dani Theller, Demian Pinto, Jane Fernandes e Rafael Faustino
Cenografia: Marcio Medina
Figurino: Cássio Brasil
Iluminação: Tulio Pezzoni
Músicas originais compostas: Chico Cesár
Preparadora corporal: Marcella Vincentini
Design gráfico: Zeca Rodrigues
Fotografia: Leekyung Kim
Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro
Idealização: Instituto Boal
Assistentes de produção: Diogo Pasquim e Carol Vidotti
Produção executiva: Camila Bevilacqua
Direção de produção: Luís Henrique Luque Daltrozo
Produção: Daltrozo Produções
Realização: SESI São Paulo

Eu de Você

Denise Fraga narra histórias reais no seu novo espetáculo. Fotos: Leo Martins / Divulgação

Sartre pregava, ironicamente, que o inferno são outros. Sim, mas também espelho. A atriz Denise Fraga aposta nesse reflexo, nessa reverberação. A intérprete defende a urgência de ver o outro, olhar pelo olhar do outro.  Ela recebe sempre o público na porta do teatro para reforçar a cumplicidade, o laço de afeto. Denise Fraga gosta de gente e de contar suas histórias. Durante nove anos protagonizou um programa de televisão contando histórias reais: o Retrato Falado, na TV Globo.

No solo Eu de VocêFraga leva ao palco histórias do cotidiano de gente comum e a criatividade para encontrar solução para diversos problemas. O humor é uma ferramenta poderosa nessa montagem. Denise convocou o público a enviar suas histórias para esse projeto, anunciou nos jornais, nas redes sociais. De mais de 400 histórias foram selecionadas 33, costuradas dramaturgicamente com literatura, música, imagens e poesia. Estão em cena em ficção Paulo Leminski, Zezé di Camargo, Tchekhov, Beatles, Chico Buarque, Dostoiévski e Fernando Pessoa.

Serviço:
Eu de Você
Quando: sexta, às 20h, sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Até 15 de dezembro
Onde: Teatro Vivo (Av. Dr. Chucri Zaidan, 2.460, Morumbi)
Quanto: De R$ 25 a R$ 70
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 12 anos

Ficha técnica:
Idealização e criação: Denise Fraga, José Maria e Luiz Villaça
Com Denise Fraga
Direção: Luiz Villaça
Produção: José Maria
Obra inspirada livremente nas narrativas de Akio Alex Missaka, Anas Obaid, Barbara Heckler, Bruno Favaro Martins, Clarice F. Vasconcelos, Cristiane Aparecida dos Santos Ferreira, Deise de Assis, Denise Miranda , Eliana Cristina dos Santos, Enzo Rodrigues, Érico Medeiros Jacobina Aires, Fátima Jinnyat, Felipe Aquino, Fernanda Pittelkow, Francisco Thiago Cavalcanti, Gláucia Faria, José Luiz Tavares, Julio Hernandes, Karina Cárdenas, Liliana Patrícia Pataquiva Barriga, Luis Gustavo Rocha, Maira Paola de Salvo, Marcia Angela Faga, Marcia Yukie Ikemoto, Marlene Simões de Paula, Nanci Bonani, Nathália da Silva de Oliveira, Raquel Nogueira Paulino, Ruth Maria Ferreiro Botelho, Sonia Manski, Sylvie Mutiene Ngkang, Thereza Brown, Vinicius Gabriel Araújo Portela, Wagner Júnior
Dramaturgia: Cassia Conti, André Dib, Denise Fraga, Kênia Dias, Fernanda Maia, Geraldo Carneiro, Luiz Villaça e Rafael Gomes
Texto final: Rafael Gomes, Denise Fraga e Luiz Villaça
Direção de imagens em vídeo: André Dib
Direção de arte: Simone Mina
Direção musical: Fernanda Maia
Direção de movimento: Kenia Dias
Iluminação: Wagner Antônio
Assessoria de Imprensa SP: Morente Forte Comunicações
Projeto realizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura
Coprodução: Café Royal
Produção: NIA Teatro
Patrocínio: BB Seguros
Realização: Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal

Há Dias Que Não Morro

No elenco estão Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi. Foto: Paulo Hemsi 

A encenação visa ampliar o debate sobre os aprisionamentos contemporâneos e os corpos em paranoia. Os disparadores são as discussões sobre segurança e liberdade, projetadas na política atual. Três atrizes viram figuras-bonecas em um cubo-jardim, felizes com os dias ensolarados, com o canto dos pássaros e os desenhos das nuvens. Mas alguma coisa está fora da ordem nesse sistema inerte e cíclico, nessa rotina sem acidentes ou perigos. O que há para além desse jardim artificial?

Há Dias Que Não Morro é a segunda parte da Trilogia da Morte, que teve início em 2016 com a estreia de Adeus, Palhaços Mortos. A peça contou com uma pré-estreia em maio na Turquia, tem texto original de Paloma Franca Amorim e direção coletiva de Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi.

Serviço:
Há Dias Que Não Morro, da Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Quando: Sábados, às 21h, domingos, às 19h, e segundas, às 21h. Até 02/12
Onde: Galpão do Folias – Rua Ana Cintra, 213 – Campos Elíseos – São Paulo
Quanto: Gratuito
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 99 lugares
Informações: (11) 3361-2223

Ficha técnica:
Idealização: Academia de Palhaços & ultraVioleta_s
Direção e concepção: Aline Olmos, José Roberto Jardim, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Texto: Paloma Franca Amorim
Dramaturgia: Aline Olmos, Laíza Dantas, José Roberto Jardim, Paula Hemsi e Paloma Franca Amorim
Encenação: José Roberto Jardim
Elenco: Aline Olmos, Laíza Dantas e Paula Hemsi
Assistente de direção: Luna Venarusso
Cenografia: Bijari
Direção musical e trilha sonora original: Rafael Thomazini e Vinicius Scorza
Iluminação: Paula Hemsi
Figurino: Carolina Hovaguimiam
Modelista: Juliano Lopes
Visagismo: Leopoldo Pacheco
Cenotecnia: Leo Ceolin
Preparação corporal: Maristela Estrela
Design de sistema de operação sincronizado: Laíza Dantas
Operação de luz, vídeo e som: Murilo Gil e Vinicius Scorza
Técnico de som: Murilo Gil
Técnica de luz: Paula Hemsi
Técnica de vídeo: Laíza Dantas
Técnica de palco: Aline Olmos
Produção executiva: Tetembua Dandara
Direção de produção: ultraVioleta_s
Fotos: Paula Hemsi e Victor Iemini

INTERVENÇÃO
Concepção: ultraVioleta_s e Coletivo Bijari
Assessoria Criativa: Fernando Velázquez

Heather

Laís Marques e Paulo Marcello apresentam texto inédito do autor britânico Thomas Eccleshare. Foto: João Caldas

Uma reclusa autora de livros juvenis vira, do dia para a noite, um fenômeno de vendas. Os jovens leitores se identificam com a heroína Greta, o que é um combustível para outras obras lançadas com tesouros no mercado editorial. Mas o recolhimento da escritora pode esconder razões estranham ou obscuras.

A peça Heather, idealizada pela atriz Laís Marques junto a Cia Razões Inversas, com direção de Marco Aurélio, investe na pergunta: “o que interessa mais: o autor ou sua obra?”

Com texto do britânico Thomas Eccleshare Heather, envereda por um surpreendente jogo de aparências na arte que pode contrastar com fatos da vida cotidiana de uma escritora de sucesso. E questiona até que ponto é real a imagem do artista mitificado pelo público.

Serviço:
Heather, da Cia Razões Inversas
Quando: Quinta, sexta e sábado, às 20h30. Nos feriados (2 e 15/11), às 18h. Até 16 de novembro
Onde: Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195, Pinheiros)
Quanto: R$ 9 (credencial plena), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Informações: (11) 3095-9400

Ficha técnica:
Texto: Thomas Eccleshare
Encenação: Marcio Aurelio
Atuação: Laís Marques e Paulo Marcello
Direção de Arte e Trilha sonora: Marcio Aurelio
Figurino: Cia Razões Inversas
Preparação Corporal: Luciana Hoppe
Produção: Andréa Marques
Fotos: João Caldas
Idealização: Laís Marques

Os Sete Afluentes do Rio Ota

Os Sete Afluentes do Rio Ota: Marjorie Estiano e Caco Ciocler Foto: Michele Mifano/ Divulgação

Os Sete Afluentes do Rio Ota é um épico teatral que traça a jornada do soldado estadunidense Luke, que retorna a Hiroshima, em 1945, para fotografar os sobreviventes da guerra. Essas imagens provocam uma viagem no tempo, até chegar ao ano 2000. O espetáculo da diretora Monique Gardenberg fez um memorável sucesso há 15 anos. A encenadora aposta na atualidade da obra de Robert Lepage para tocar em pautas que ainda estão na ordem do dia, como a intolerância, homofobia, feminismo e posições totalitárias.

O espetáculo é composto por sete capítulos e articula histórias de várias épocas em diferentes partes do mundo faladas em cinco idiomas (português, inglês, francês, alemão e japonês), com legendas. O cenário, criado por Hélio Eichbauer, falecido em 2018, é um elemento fundamental à montagem: são três módulos que se deslocam, se transformam, e atravessam os últimos 50 anos do século 20. A peça possui 350 minutos de duração, com intervalo.

Serviço:
Os Sete Afluentes do Rio Ota
Quando: Quinta a domingo, às 18h, até 1 de dezembro. Na quarta-feira, 27 de novembro, haverá sessão às 18h
Onde: Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195, Pinheiros)
Quanto: R$ 15 (credencial plena), R$ 25 (meia-entrada) e R$ 50
Informações: (11) 3095-9400

Ficha técnica:
Texto: Robert Lepage
Direção e adaptação: Monique Gardenberg
Elenco: Bel Kowarick, Caco Ciocler, Chandelly Braz, Charly Braun, Giulia Gam, Helena Ignez, Jiddu Pinheiro, Johnny Massaro, Lorena da Silva, Madalena Bernardes, Marjorie Estiano, Sergio Maciel, Silvia Lourenço, Thierry Tremouroux
Cenário: Hélio Eichbauer
Figurino: Marcelo Pies
Iluminação: Maneco Quinderé
Trilha sonora: José Augusto Nogueira
Fotografias: André Gardenberg
Direção movimento: Marcia Rubim
Assistente de direção: Arlindo Hartz
Reconstituição cenografia: Luiz Henrique Sá e Carila Matzenbacher
Reconstituição figurino: Sabrina Leal
Produção executiva: Ciça Castro Neves
Direção de produção: Clarice Philigret
Assessoria Imprensa: Morente Forte Comunicações
Assessoria Jurídica: Olivieri Associados
Produção: Dueto

Res Publica 2023

Res Publica 2023. Foto: Priscila Prade

O mundo está tão estranho que uma ficção como Res Publica 2023, uma distopia sobre um futuro próximo no Brasil parece uma visada pela janela ou uma espiada na TV. Escrita e dirigida por Biagio Pecorelli, a peça projeta um Brasil de outro milagre econômico – não para todos, é claro; da valorização de milícias paramilitares conservadoras por meio do poder central e, lógico, a tentativa de banimento e perseguição de qualquer posição crítica. Alguma identificação com a barbárie do presente não é mera coincidência.

Um bando de jovens, que não se sente contemplado com a “prosperidade” do país, vive na pindaíba. Perseguidos justamente por buscarem a liberdade, eles coabitam numa república e trazem da rua entulhos que utilizam para enfrentamento e amparo. Enquanto buscam formas de sobreviver,  erguem manifestos performáticos e exibem números musicais.

Res Pública 2023 foi recentemente censurada pela Funarte, um indício de perseguição do governo da vez à cultura e às artes. A decisão da instituição foi baseada exclusivamente em uma sinopse, com uma explicação que dizia que “o espetáculo não reúne as qualidades artísticas para ocupar o espaço pretendido”.

Serviço: 
Res Pública 2023, d’A Motoserra Perfumada
Quando: De quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 20h. Até 10 de novembro
Onde: Centro Cultural São Paulo )Rua Vergueiro, 1000, Paraíso)
Quanto: R$40 e R$20 (meia-entrada). Os ingressos são vendido pela internet no site Ingresso Rápido, e na bilheteria do teatro duas horas antes do início da peça
Duração: 100 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Capacidade: 100 pessoas

Ficha técnica:  
Texto e direção artística: Biagio Pecorelli
Elenco: Biagio Pecorelli, Bruno Caetano, Camila Rios, Edson Van Gogh, Jonnata
Doll e Leonarda Glück
Diretora de produção: Danielle Cabral
Desenho de luz: Cesar Pivetti
Assistente de iluminação e operador de luz: Rodrigo Pivetti.
Preparação Viewpoints: Guilherme Yazbek
Assistente de direção: Dugg Monteiro
Cenário e figurinos: Rafael Bicudo e Coko
Design de som/sonoplastia/trilha sonora: Dugg Monteiro
Produtoras de operações: Victória Martinez e Jessica Rodrigues
Arte de divulgação: Bruno Caetano
Fotos de divulgação: Priscila Prade
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Realização: A MOTOSSERRA PERFUMADA
Produção geral: DCARTE E CONTORNO

Tio Ivan

Montagem do Núcleo Teatro de Imersão está em cartaz na Oswald de Andrade. Foto: Hernani Rocha

O Tio Vania, do escritor russo Anton Tchekhov (1860-1904), menciona algumas questões que parecem que falam do Brasil contemporâneo: o imperativo de trabalhar para um patrão até o fim da vida, o descaso político com a carreira do professor e do pesquisador acadêmico, a destruição das florestas, as precárias condições da saúde pública. O texto escrito em 1897  assombra por sua atualidade.

No enredo, o administrador de fazenda Ivan, sua sobrinha Sônia e Miguel, o médico da família, têm suas vidas desestabilizadas pela chegada à propriedade do célebre professor Alexandre, agora aposentado, e de sua jovem e bela esposa Helena. Na adaptação da diretora e atriz Adriana Câmara, a fazenda russa cede lugar a uma região rural paulista no início da República Velha. Os espectadores percorrem diversos ambientes, como testemunhas invisíveis dos conflitos dos personagens que os rodeiam, sem separação entre palco e plateia.

Serviço:
Quando: Sábados, às 15h30 e às 18h, até 14 de dezembro
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363, Bom Retiro)
Quanto: Gratuito. Os ingressos são distribuídos com uma hora de antecedência
Duração: 105 minutos
Classificação: 12 anos
Capacidade: 30 lugares
Informações: (11) 3222-2662

Ficha técnica:
Realização: Núcleo Teatro de Imersão
Direção: Adriana Câmara
Texto: Anton Tchekhov
Adaptação do texto, cenografia, figurino, produção executiva e de arte: Adriana Câmara
Elenco: Adriana Câmara, Áquila Mattos, Ariana Slivah, Glau Gurgel, Klever Ravanelli e Márcio Carneiro
Assistência de palco: Letícia Alves
Programação visual e assistência de cenografia: Hernani Rocha
Confecção do figurino: Ateliê Paz (Samantha Paz e Liduina Paz)
Produção: Menina dos Olhos do Brasil

 

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O amor tem feito coisas…

OE, peça inspirada na obra do escritor japonês Kenzaburo Oe, com Eduardo Okamoto. Foto: Fernando Stankus

Mesmo o amor imperfeito opera milagres no universo. Mas muitas vibrações duelam para processar esse fenômeno. Da raiva de ver sua vida atrelada ao filho eternamente dependente, passando pelo medo do futuro. Até a superação e abertura de visão para os sentidos de uma vida comprometida com o aprendizado do outro. OE é poema cênico com o ator Eduardo Okamoto, inspirado na obra do escritor Kenzaburō Ōe, – Nobel de Literatura de 1994 – que trata desses tsunamis internos do autor japonês.

A peça foi apresentada sábado e domingo, no Teatro Apolo, dentro da programação do 23º Janeiro de Grandes Espetáculos. Com direção perfeccionista de Márcio Aurélio e atuação minimalista de Okamoto, a montagem explora os processos vertiginosos de um pai que reinventa o mundo e a si próprio quando nasce seu primeiro filho com uma deficiência intelectual congênita.

Do susto passando pelo desejo de morte e culpa à construção de um afeto supremo, o intérprete explora os estados desse pai, e desse filho, com extremo rigor. Para cuidar da criança – Hikare Oe – que até os seis anos de idade não falava uma palavra e que se tonou pianista e compositor famoso no Japão, o escritor diminuiu o ritmo de trabalho.

A peça tem direção de Márcio Aurélio. Foto: Fernando Stankus / Divulgação

A peça tem direção de Márcio Aurélio. Foto: Fernando Stankus / Divulgação

OE usa poucos recursos em cena, tem um desenho coreográfico milimetricamente executado e poucas oscilações vocais. A montagem embarca na poesia, para expor o sentimento do mundo em quase 30 cenas curtas. Imagens que se abrem para a miséria e o esplendor do ser humano, num rasgo de solidão e profunda incompletude. Okamoto modula a dor do existir, num breve painel de afetos, de alegrias e tristezas.

O dramaturgo Cássio Pires criou pequenas narrativas, tradução de imagens recriadas a partir de 400 páginas do livro Jovens de um novo tempo, despertai!. Nesse livro, Kenzaburō Ōe busca definições para coisas aparentemente simples como um pé e supostamente complexas como o sonho, num procedimento que sintetiza mitologia, ensaio literário, ficção e registros autobiográficos. É um fluxo da vida, da determinação de um pai em catalogar o real para seu filho e deixar-se subverter por esse rebento.

O corpo do ator Okamoto está impregnado do butoh que foi buscar em Yokohama, no Japão, onde treinou no Kazuo Ohno Dance Studio, conduzido atualmente pelo filho de Kazuo Ohno, Yoshito Ohno. E da ancestralidade japonesa que até a montagem do espetáculo tinha ignorado.

Ficha Técnica
Encenação, iluminação, figurino e cenografia: Márcio Aurélio
Dramaturgia: Cássio Pires, inspirado na obra de Kenzaburo Oe
Assistência de direção: Lígia Pereira
Assistência de iluminação: Silviane Ticher
Orientação corporal: Ciça Ohno
Assistente de figurino e cenário: Maurício Schneider
Orientação pedagógica do projeto: Suzi Frankl Sperber
Coordenação técnica: Silvio Fávaro
Assistência de produção: Mariella Siqueira
Direção de produção: Daniele Sampaio e SIM! Cultura
Atuação: Eduardo Okamoto

Confira conversa com o ator Eduardo Okamoto realizada após a apresentação do espetáculo no Recife

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Hamlet desperta opiniões divergentes

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Trupe Clowns de Shakespeare fez duas sessões em Curitiba. No fim de semana vai a João Pessoa. Fotos: Emi Hoshi

Não fui assistir a versão de Hamlet, da trupe Clowns de Shakespeare aqui no Festival de Curitiba. Quero rever em alguma outra situação por considerar o grupo um exemplo de organização e pesquisa, por sua trajetória e seriedade. E principalmente porque vi na estreia, no Janeiro de Grandes Espetáculos, no Recife, e fiz muitas restrições. Como são muitos espetáculos, melhor aproveitar a oportunidade para acompanhar coisas que ainda não vi.

Na Mostra 2013 são 32 espetáculos, sendo oito estreias – mas não dá para ver nem 15, isso se você ficar o festival inteiro, porque os horários batem. Além dos 374 espetáculos no Fringe (mas houve desistências).

Depois de Curitiba, Hamlet vai a João Pessoa (PB) neste fim de semana (Teatro do SESI, sábado (05), às 20h, e domingo (06), às 19h). E a montagem já passou por Fortaleza, numa circulação patrocinada pelo Ministério da Cultura, Petrobras, Chesf e Banco do Nordeste/BNDES, e foi apresentada também em Natal.

Mas é muito interessante ouvir a opinião dos colegas jornalistas sobre esse Hamlet. Um me falou que apreciava mais Hamlet do que Sua Incelença, Ricardo III pelo rigor na pesquisa e pela participação do encenador Marcio Aurélio – esse crítico prevê outras boas consequências para o grupo.

Hamlet não conseguiu uma unidade de opinião. Mas nenhum outro espetáculo conseguiu. O jornal Gazeta do Povo, de Curitiba deu como título “Um Hamlet arrebatador”.

E prossegue: “Este Hamlet …é um espetáculo imperdível. Isto dito por mim, que escrevi uma frase como esta acima, apenas umas duas vezes na vida. Confesso que quando vi o programa do Festival pensei, mais um Hamlet? O que entre o céu e a terra ainda não foi feito com este texto? A montagem intensa e elegante deste Hamlet, afinal um dos grandes textos dramáticos da era cristã, me surpreendeu, entretanto.

Primeiro pela cenografia que obedeceu a lógica do “menos é mais”… As soluções dadas por Marcio Aurélio, Lígia Pereira e Fernando Yamamoto (o trio de diretores, com o primeiro a frente) desprezou o menos, para valorizar o mais: o texto e a atuação arrebatadora do grupo de atores…

A atuação do elenco é uniformemente competente, mas Dudu Galvão (o texto diz Dudu Falcão, mas quem faz Hamlet é Joel Monteiro!) faz um Hamlet ao mesmo tempo demasiadamente humano e animalesco que vai direto para a antologia. Arlindo Bezerra e Marco França (em vários papéis) quase roubam a cena. Titina Medeiros emociona a plateia com a enlouquecida Ofélia”.

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Há quem ame e quem odeie a montagem de Hamlet

Na outra ponta da opinião sobre o espetáculo está a crítica do blog Atores e bastidores, do R7. O título já diz o tudo do conteúdo: “Shakespeare derrapa em Hamlet”

E desenvolve: “Quem ficou impressionado com a força da penúltima obra do grupo potiguar Clowns de Shakespere, Sua Incelença Ricardo III, sob direção do mineiro Gabriel Villela, mal pôde acreditar que seja o mesmo grupo que encenou Hamlet, neste Festival de Curitiba em 2013 no Teatro Bom Jesus.

É um trabalho que não está à altura do nome que o grupo de Natal (RN) conseguiu construir junto ao público e à crítica.

Os potiguares derraparam feio em sua tentativa de contar a história do príncipe que tenta vingar a morte de seu pai, o rei da Dinamarca, envenenado pelo tio…”

Hamlet, do grupo Clowns, nem de longe unanimidade.

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Finalmente, Hamlet!

Clowns de Shakespeare fez estreia nacional de Hamlet no Janeiro de Grandes Espetáculos. Foto: Ivana Moura

Clowns de Shakespeare fez estreia nacional de Hamlet no Janeiro de Grandes Espetáculos. Foto: Ivana Moura

Ainda nos espantamos com as reflexões de Hamlet. Mesmo com o desgastado e banalizado “Ser ou não ser?”. O questionamento sobre viver ou sucumbir diante da degradação humana é profundo. O melancólico príncipe descobre que há algo de podre no Reino da Dinamarca. Mas vasculhando bem talvez seja possível concluir que essa podreira pode estar em qualquer lugar, no seu país, na sua empresa ou até na sua casa. Não duvide.

Essa peça de Shakespeare abre para múltiplas possibilidades de leituras. Da questão política (do bem público) às elucubrações íntimas, que abarca laços de parentesco, de sangue e de vingança, o desequilíbrio do respeito na relação entre sexos, a psicologia de personagens exemplarmente esculpidos. É um desafio renovado a cada montagem compreender o ser humano em sua grandeza e imperfeições.

Como todos sabem, Hamlet-pai foi assassinado por seu irmão Cláudio, que desposa a rainha Gertrudes e assume a coroa. Hamlet enlouquece, ou finge enlouquecer, primeiro com a suspeita, depois com a constatação da culpa do usurpador. Consegue, com frieza e expedientes engenhosos, planejar a vingança clamada pelo espectro do pai, que provoca mortes por todos os lados.

A companhia Clowns de Shakespeare, de Natal (RN), investiu nessa tragédia numa busca de radicalização de linguagem. Depois de Sua Incelença, Ricardo III, que possibilitou a projeção nacional e a abertura para caminhos internacionais, o grupo convidou o encenador Marcio Aurelio para comandar a empreitada. Ele é especialista tanto na obra do bardo inglês quanto no método Brecht. E sabe investigar como poucos o que foi feito dos valores sólidos, como a ética, diante das negociatas desses tempos líquidos. Dirigiu lindamente Marilena Ansaldi em Hamletmachine, de Heiner Müller, um daqueles pontos de revolução da cena brasileira e Agreste, de Newton Moreno, entre dezenas de outras montagens.

Direção da montagem é de Marcio Aurelio

Direção da montagem é de Marcio Aurelio

O Hamlet dos Clowns e de Marcio Aurelio fez estreia nacional no último dia 19 de janeiro, no Teatro de Santa Isabel, dentro da programação do Janeiro de Grandes Espetáculos. A montagem foi aplaudida de pé nas duas sessões. Com esse Hamlet começaram as comemorações dos 20 anos de fundação do grupo.

No palco, uma torre de andaimes é o principal elemento cenográfico – com rodas e uma porta corrediça, ela é movimentada durante a encenação e pontua falas com sonoridade. Da torre, dois contrarregras trocam a cor da cortina que enquadra a cena de preto para vermelho.

A peça começa com a aparição de oito figuras, sete fantasiadas com a máscara do protagonista. Sinal de Brecht na proposta. Esse Hamlet ergue uma “poética da representação”. Os loucos são os outros, Hamlet é o normal. Mas é um lúcido que precisa se fingir de louco. Essa é uma das principais chaves da encenação de Aurelio. Um desafio cênico e tanto para a trupe potiguar. Mais um sinal de distanciamento brechtiano é a maquiagem pálida dos personagens, exceto a do príncipe.

A trajetória da trupe nordestina é ponteada por espetáculos de humor, com e sem referências regionais. Sua Incelença, Ricardo III foi o primeiro drama histórico dos Clowns. Mas na montagem, dirigida por Gabriel Villela, houve uma subversão de tom. A utilização de uma linguagem circense diluiu o clima da peça, com uma profusão de elementos, cores e informações.

O teatro do Marcio é mais enxuto, minimalista e coreografado. Quase como um jogo de xadrez, ele explora o que sobra das relações humanas na escalada pelo poder.

O diretor trabalha com os espelhamentos. Hamlet vai da loucura simulada a quase debilidade para conseguir indícios da morte do pai. Como alguns estudiosos entendem, os Clowns assumem a visão de que a loucura de Hamlet é uma loucura encenada. Mas o viés é épico.

Um microfone no palco é utilizado em algumas falas. Inclusive quando Ofélia e a rainha Gertrudes dizem, em momentos diferentes, “Eu obedeço”, num indício da posição feminina diante das decisões masculinas.

O herói busca resolver seus dramas internos, familiares e palacianos. Mas sua missão não é uma mera vingança pessoal, mas uma tentativa de purificar o seu país, a Dinamarca.

A trupe de atores que visita Hamlet é nomeada de Clows de Shakespeare, numa valorização metalinguística. Existe uma simplicidade dos elementos cênicos, como a luz que cria cenas de grande plasticidade e ganha contorno especial na manifestação do fantasma do rei a Hamlet. Tudo é assentado para projetar a potência do texto.

Titina Medeiros é Ofélia

Titina Medeiros é Ofélia

A força descomunal da peça shakespeariana não se realiza em sua plenitude. Os atores no geral são bons, mas não estavam bem nas duas apresentações no Recife. Os personagens bem construídos pelo dramaturgo inglês perdem em dispositivo. Dos oito atores em cena, apenas César Ferrario (Polônio e Laertes) e Marco França (Rei Claudius e Fantasma) se dividem em dois papéis. Os outros assumem apenas um: Camille Carvalho (Rosencrantz), Dudu Galvão (Horácio), Joel Monteiro (Hamlet), Marco França Paula Queiroz (Guildenstern), Renata Kaiser (Rainha Gertrudes) e Titina Medeiros (Ofélia).

A atuação de Joel Monteiro não convence no papel de Hamlet. Ele parece sem os atributos necessários para dar conta da complexidade do protagonista. No trato com Ofélia, ele não consegue realçar a sedução, a dureza selvagem e o fingido desdém, em momentos distintos. A faceta do sangue frio para executar ardilosamente seu plano é frouxa. Procurei algo no olhar do protagonista que lembrasse a determinação do poderoso chefão – quando manda matar o irmão-, naquela cena em que Hamlet se livra dos antigos colegas Rosencrantz e Guildenstern, que poderiam atrapalhar o seu plano. Hamlet é um personagem forte, que se finge de louco e débil. São muitas sutilezas pedidas ao intérprete. E nas duas apresentações, Joel Monteiro não atendeu às exigências.

Existe uma clara desafinação entre a proposta de Marcio Aurelio e o que se viu no palco do Teatro de Santa Isabel nas duas noites do Janeiro de Grandes Espetáculos. Renata Kaiser como a Gertrudes é afetada e parece estar sempre na superfície da personagem. Titina Medeiros faz uma Ofélia pesada e bem mais velha que a personagem. Falta-lhe leveza e frescor. Marco França parece ainda muito apegado aos trejeitos de Ricardo III e criou Claudius com pouca determinação e malevolência que a figura desperta. O Espectro do rei ele faz melhor.

Para destoar para o lado positivo está o ator César Ferrário, nos papéis de Polônio e Laertes. Como Polônio ele destaca a sutileza: entre o pedantismo, quando está em posição superior e o puxa-saquismo, quando precisa bajular os mais poderosos. Seu gestual, sua voz, suas intenções têm aquele traçado humano cheio de defeitos e algumas qualidade. É uma construção rica.

Esperamos que o espetáculo evolua para as apresentações no Festival de Curitiba. Todos os curadores que estavam aqui no Janeiro fizeram questão de ver a montagem e deve ser assim também em Curitiba. Lá eles se apresentam nos dias 29 e 30 de março, no Teatro Bom Jesus.

Grupo participa da mostra principal do Festival de Curitiba com Hamlet

Grupo participa da mostra principal do Festival de Curitiba com Hamlet

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