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O Brasil na MitSp

Bruno Parmera, em Dinamarca. Foto: Ivana Moura

Bruno Parmera, em Dinamarca. Foto: Ivana Moura

Além de importar, exportar. Uma ação para dar visibilidade e fomentar a circulação internacional de espetáculos brasileiros contemporâneos ganha espaço na quinta Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp 2018. Trata-se do eixo MITbr – Plataforma Brasil, que neste projeto piloto aglutina montagens de grupos e artistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Brasília e Minas Gerais. A curadoria é assinada pelos especialistas em artes cênicas Wellington Andrade, Christine Greiner e Felipe Assis e contempla 13 produções, que terão na plateia programadores de festivais nacionais e internacionais.

Pulsam nessas encenações, urgências sobre o Brasil, reconfigurações e confrontos de mentalidades. O Grupo Magiluth, de Pernambuco, comparece com Dinamarca, montagem que dilacera o conceito de felicidade a partir de uma ideia predominante de perfeição daquele país nórdico e traça outros fios para convocar Shakespeare e seu Hamlet.

Giordano Castro, um dos atores e dramaturgo de Dinamarca tenta explicar em cena o conceito de “hygge”, que não tem uma tradução precisa, mas tem a ver com conforto, bem-estar. “Nada de falar de política, religião, questões raciais, questões de gênero ou questões de superioridade biológica…”, determina. Isso é uma ironia???

O imperativo da ideia de felicidade também está nos questionamentos criativos de Nós, os Outros Ilesos, primeira montagem brasileira do dramaturgo japonês Toshiki Okada e direção de Carolina Mendonça.

Ao todo s]ao 11 espetáculos e dois ensaios abertos. Da panorâmica crítica até o osso de Leite Derramado, uma evolução carnavalizada do Brasil, de golpes e contragolpes, inspirada no livro de Chico Buarque de Holanda, com direção de Roberto Alvim. Passando pela maior tragédia ambiental brasileira, retratada do ponto de vista do relato de suas vítimas, em Hotel Mariana.

Também estão na MITbr Caranguejo Overdrive, que questiona como as políticas públicas direcionam as exclusões e o adoecimento da população, com a transformação das cidades. A programação também inclui a exuberância interpretativa de Grace Passô em Vaga Carne. A lenda urbana de um episódio recifense sobre o emparedamento de uma jovem dançado por Eliana Santana.

Confira a programação.

CARANGUEJO OVERDRIVE

Foto: Leandro Lima / Divulgação

Peça extrapola temporalidades, indo da Guerra do Paraguai aos processos políticos recentes. Foto: Leandro Lima / Divulgação

“Caranguejo Overdrive, espetáculo da carioca Aquela Cia. de Teatro, é fruto da potência da reverberação até os dias de hoje das ideias do Manguebeat, surgido na capital pernambucana, Nordeste do Brasil, na década de 1990. No movimento que teve como propulsores nomes como Chico Science, Nação Zumbi, Fred Zero Quatro e Renato L, a música assumiu caráter político, de manifestação e denúncia social. As letras estavam cheias de referência ao Recife; em 1991, segundo uma pesquisa do Instituto de Washington, a quarta pior cidade do mundo para se viver. “É só uma cabeça equilibrada em cima do corpo / Escutando o som das vitrolas que vem dos mocambos / Entulhados à beira do Capibaribe / Na quarta pior cidade do mundo”, dizia Antene-se, de Chico Science”.

Trecho da crítica de Pollyanna Diniz Da lama ao caos (Carioca Aquela Cia. de teatro revisita Manguebeat e Josué de Castro para tratar de história, desejo e impossibilidadespara o  MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos / SESC SP. Disponível no link http://mirada.sescsp.org.br/2016/critica/da-lama-ao-caos/

Quando: Dia 06/03, às 16h e às 18h30
Onde: Teatro Sesi SP
Duração: 60 min – com legenda
Classificação indicativa: Acima de 12 anos

Ficha Técnica

Texto: Pedro Kosovski
Direção: Marco André Nunes
Com Carolina Virguez, Alex Nader, Eduardo Speroni, Fellipe Marques, Matheus Macena
Músicos em cena: Felipe Storino, Maurício Chiari e Samuel Vieira
Direção Musical: Felipe Storino
Iluminação: Renato Machado
Instalação Cênica: Marco André Nunes
Ideia Original: Maurício Chiari
Produção: Núcleo Corpo Rastreado
Produção Executiva: Thaís Venitt
Realização: Aquela Cia. De Teatro

 

LEITE DERRAMADO

Foto: Edson Kumasaka / Divulgação

O personagem gagá é defendido de forma brilhante pela atriz Juliana Galdino. Foto: Edson Kumasaka / Divulgação

“O som de Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, ocupa a cena propondo emoções contraditórias: de um ufanismo arraigado e de um profundo desprezo por tudo que está instalado no país. A cada verso as camadas de pele são arrancadas à força, numa ação brutal de descolar carnes da formação brasileira; dando um jeito de contrabandear parentescos e fazer sumir irmandades. Essa afecção de identidades como linguagem só me alcançou ao final da sessão da estreia nacional do espetáculo Leite derramado, versão cênica do romance de Chico Buarque de Hollanda (publicado em 2009), adaptado e dirigido por Roberto Alvim (…)  Eulálio d’Assumpção é um velho decrépito, que ostenta no corpo, na voz e nos gestos ressonâncias do antepassado aristocrata e da decadência dos descendentes (…) O oligarca centenário falido enverga o ocaso de sua linhagem de filhos únicos, o fim da fileira de excessos, ele mesmo derramado no corredor de um leito de hospital público”.

Trecho da crítica de Ivana Moura Alves (eu) Quebra de pactos no país dos Eulálios (Espetáculo Leite Derramado, versão cênica do romance de Chico Buarque, convoca a memória delirante do protagonista centenário para falar do Brasil de hoje) para o  MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos / SESC SP. Disponível no link http://mirada.sescsp.org.br/2016/critica/critica-quebra-de-pactos-no-pais-dos-eulalios/

Quando: Dia 06 e 07/03 às 18h
Onde: Teatro João Caetano
Duração: 60 min – Com legenda
Classificação indicativa:  Acima de 16

Ficha Técnica

Texto Original: Chico Buarque
Adaptação, Direção e Cenografia: Roberto Alvim
Com Juliana Galdino, Filipe Ribeiro, Taynã Marquezone, Caio D’aguilar, Lenon Sebastian, Luis Fernando Pasquarelli, Nathalia Manocchio e Luiz Otavio Vizzon
Trilha Sonora Original: Vladimir Safatle
Iluminação: Domingos Quintiliano
Figurinos: João Pimenta
Desenho de Som: LP Daniel
Cenotecnia e Adereços: Fernando Brettas
Programação Visual: Vicka Suarez
Fotos e Vídeos: Edson Kumasaka
Crítico Interno: Welington Andrade
Assistente de Direção: Steffi Braucks
Técnico de som e Microfonista: Dug Monteiro
Técnico de luz: Luiz Fernando Vaz Junior
Direção de Palco: Alex Peixoto
Produção: Dani Angelotti
Realização: Cubo Produções e Cia. Club Noir

 

NÓS, OS OUTROS ILESOS

Foto: Mayra Azzi / Divulgação

Primeira montagem no Brasil de um texto do dramaturgo japonês Toshiki Okada. Foto: Mayra Azzy / Divulgação

As apreensões da classe média às vésperas de uma importante eleição são exploradas a partir do pensamentos, ações e dúvidas de um casal prestes a se mudar para um apartamento recém-construído. Borrando as fronteiras entre ação e narração, discurso direto e indireto, e de uma linguagem que oscila entre o coloquial e o estranho, os atores revezam-se em diferentes papéis, do marido e esposa, uma amiga e um desconhecido. A ideia de felicidade, o medo diante do outro, a precariedade das relações sociais e a ansiedade em relação ao futuro são temas levantados em Nós, os outros ilesosprimeira montagem no Brasil de um texto do dramaturgo japonês Toshiki Okada, 45, diretor do grupo Chelfitsch.

Direção: Carolina Mendonça
Quando: Dia 06/03 às 19h e às 21h
Onde: Casa do Povo
Duração: 55 min – Com legenda
Classificação indicativa:  Acima de 14

Ficha Técnica

Dramaturgia: Toshiki Okada
Tradução: Rita Kohl
Direção: Carolina Mendonça
Atores: Fernanda Raquel, Lúcia Bronstein, Rodrigo Andreolli e Rodrigo Bolzan Cenografia: Theo Craveiro
Criação de som: Miguel Caldas
Criação de luz: Alessandra Domingues
Figurinos: Ozenir Ancelmo
Produção: Fernanda Raquel
Fotos: Mayra Azzy

 

HOTEL MARIANA

Foto: Custodio Coimbra / Divulgação

Os depoimentos retratam a simplicidade de pessoas que perderam tudo o que tinham. Foto: Custodio Coimbra / Divulgação

O desastre de Mariana, Minas Gerais, ocorreu em 5 de novembro de 2015, no vale do Rio Doce e é considerada a maior tragédia ambiental do Brasil. O rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, despejou cerca de 55 bilhões de litros de lama espessa que se espalhou por 650 quilômetros entre Minas Gerais e Espírito Santo. Deixou 19 mortos, cerca de 300 famílias desalojadas. O distrito de Bento Rodrigues (em Mariana) ficou submerso, os de Paracatu de Baixo (também em Mariana) e Gesteira (em Barra Longa) ficaram destruídos. Fora os prejuízos imateriais, afetivos.

Uma semana após a tragédia,  o dramaturgo Muniz Pedroza visitou as localidades e gravou depoimentos dos sobreviventes. Os relatos perturbadores e surpreendentes são matéria de criação do espetáculo Hotel Mariana. Na peça, dirigida por Herbert Bianchi, os atores – portando fones de ouvido –  escutam as histórias e as reproduzem para o público.

Quando: Dia 07 e 08/03 às 20h
Onde: Complexo Cultural Funarte SP 
Duração: 70 minutos – com legenda
Classificação indicativa:  Acima de 14

Idealização e pesquisa: Muniz Pedrosa
Direção: Herbert Bianchi
Elenco: Angela Barros, Bruno Feldman, Clarissa Drebtchinsky, Fani Feldman, Isabel Setti, Letícia Rocha, Marcelo Zorzeto, Munir Pedrosa, Rita Batata, Rodrigo Caetano
Dramaturgia: Munir Pedrosa e Herbert Bianchi
Assistente de direção: Letícia Rocha
Designer de luz: Rodrigo Caetano
Cenário: Marcelo Maffei e Herbert Bianchi
Cenotécnico: Marcelo Maffei
Figurinos: Bia Piaretti e Carol Reissman
Direção de produção: Munir Pedrosa
Realização: MUN Cultural

 

VAGA CARNE

Foto: Kelly Knevels / Divulgação

Concepção, atuação e texto de Grace Passô. Foto: Kelly Knevels / Divulgação

Vaga Carne é a  história de uma voz rebelde e errante e um corpo invadido. É difícil fazer uma sinopse da peça. A voz tem a capacidade de invadir matérias líquidas, sólidas ou gasosas. Depois de perambular pelo mundo ocupa o corpo da mulher, vasculha o que existe por dentro. ali e passa a se identificar com a imagem que ocupa. E narra essa experiência: o que sente, o que finge sentir, o que é insondável em si, como repercute sua imagem no outro, o que significa um corpo enquanto construção social. Identidade e pertencimentos são temas que estão presentes e não estão no discurso diretamente. Grace Passô arma desconexões entre gestos e falas, num jogo entre palavra e movimento. Numa “tempestade poética”, a atriz ergue questões feminismo, estereótipo, preconceito, sem concluir raciocínios.

Quando: Dia 06/03  às 21h e às 23h
Onde: Galpão do Folias
Duração: 50 min – Com Legenda
Classificação indicativa:  Acima de 14

Ficha Técnica

Concepção, atuação e texto: Grace Passô
Equipe de criação: Kenia Dias, Nadja Naira, Nina Bittencourt e Ricardo Alves Jr.
Luz: Nadja Naira
Técnico e operador de luz: Edimar Pinto
Trilha sonora | operador de som: Ricardo Garcia
Figurino: Virgílio Andrade
Pesquisa e produção: Nina Bittencourt

 

 

A EMPAREDADA DA RUA NOVA

A Emparedada da Rua Nova, obra literária do escritor pernambucano Carneiro Vilela (1846-1913) foi levada ao palco como uma farsa por um grupo recifense e ganhou as telinhas numa minissérie sensualizada. A montagem pernambucana de 2010 chamada O Amor de Clotilde por um Certo Leandro Dantas investe no melodrama do circo-teatro e abusa dos clichês presentes em folhetins, cinema e novelas. Além disso o grupo insere reviravoltas eletrizantes e dá um novo desfecho para o casal protagonista que viveu um amor proibido no Recife do século 19. A série televisiva aposta na tragédia de um conquistador que seduz de mãe e filha, ambientada num Brasil arcaico.

O solo de dança A Emparedada da Rua Nova, da intérprete e coreógrafa Eliana de Santana parece perseguir o clima original do livro. O texto de Vilela explora o episódio de uma moça que é emparedada viva, por ordem do pai.

Utilizando velas para iluminar o espaço, Eliana de Santana traça evoluções desse corpo murado, num ambiente de mistério. Essa lenda urbana sobre o emparedamento da jovem leva para a cena traços da violência contra a mulher, a situação feminina, num clima sobrenatural de aparições, lembranças e cantos de amor.

Direção: Eliana de Santana
Quando: 07/03, às 20h e 22h
Onde: Teatro do Sesc Ipiranga
Duração: 45 min

Classificação indicativa: Acima de 14

Ficha Técnica

Direção Geral e interpretação: Eliana de Santana
Performer convidado, criação de luz e espaço cênico: Hernandes de Oliveira
Trilha sonora e Figurinos: Eliana de Santana e Hernandes de Oliveira
Operação de luz e som: Rodrigo Eloi Leão
Produção: E² Cia de Teatro e Dança
Fotos: Rodrigo Eloi Leão

 

CANTO PARA RINOCERONTES E HOMENS

Foto Cacá Bernardes

Foto Cacá Bernardes

Canto Para Rinocerontes e Homens é um musical livremente inspirado na peça O Rinoceronte, do dramaturgo franco-romeno Eugène Ionesco (1909-1994). Trata da brutalização do ser humano e a extinção da humanidade. A montagem é do grupo Teatro do Osso, formado por ex-alunos da Escola de Arte Dramática (EAD-USP), com direção: Rogério Tarifa.

Os sete atores da peça cantam em coro para expor a transformação dos homens em rinocerontes. Além do texto de Ionesco.  outras dramaturgias são utilizadas. Cada ator potencializa um tema, como crimes de ódio, violência, queda das utopias, ensino, trabalho e culto a beleza. A obra original, escrita em 1959, é interpretada como uma metáfora para a hegemonia dos regimes totalitários durante a Segunda Guerra Mundial

Quando: Dias 07 e 08/03, às 17h
Onde: Galpão do Folias
Duração: 180 min – Com legenda
Classificação indicativa: Acima de 16

Ficha Técnica

Direção: Rogério Tarifa
Teatro do Osso: Guilherme Carrasco, Isadora Títto, Luísa Valente, João Victor Toledo Murillo Basso, Renan Ferreira, Rubens Alexandre e Viviane Almeida
Dramaturgia: Jonathan Silva, Rogério Tarifa e elenco
Direção Musical e Preparação Vocal: William Guedes
Músicos: Bruno Pfefferkorn e Filipe Astolfi
Composição (Músicas Inéditas): Jonathan Silva
Cenário: Rogério Tarifa
Cenotécnico: Zito Rodrígues
Figurino: Silvana Carvalho, Rogério Tarifa e elenco
Colaboração: Artur Abe
Consciência Corporal e Direção de Movimento: Érika Moura
Desenho de Luz: Rafael Souza Lopes
Operador de Luz: Nara Zocher
Vídeo: Flávio Barollo
Supervisão do Teatro de Animação: Luiz André Cherubini
Fotos: Cacá Bernardes

 

DINAMARCA

Magiluth discute a ideia de hygge, palavra que contém o segredo da felicidade dinamarquesa. Isso é uma ironia??? Foto: Ivana Moura

Magiluth discute a ideia de hygge, palavra que contém o segredo da felicidade dinamarquesa. Isso é uma ironia??? Foto: Ivana Moura

“A montagem atravessa muitas questões urgentes, para uns, como tudo na vida. Como a própria existência. Nada é absoluto. Maneja com habilidade os relativismos. Embrenha-se em círculos de invenções sociais. Com a ironia até a tampa, que às vezes transborda em riso (da plateia inclusive), o espetáculo lacera com palavras e com a articulação sutil das dobraduras da ficção, que se aproxima da realidade dolorosa. A trama de Shakespeare entra na cena de Dinamarca como um trampolim para avistar o Brasil e o mundo de um capitalismo acelerado e excruciante. A montagem é armada para tornar palpável sentimentos molestadores que nos assaltam em 2017/2018. Os golpes invadem o jogo de forma violenta em raios de ironia e cinismo dos discursos dos encastelados”.

Trecho da minha crítica ao espetáculo Dinamarca para o Satisfeita, Yolanda? no link http://www.satisfeitayolanda.com.br/blog/2017/08/05/nao-se-enganem-dinamarca-e-pedreira/ 

Mais Dinamarca no Satisfeita, Yolanda?

http://www.satisfeitayolanda.com.br/blog/2017/08/02/magiluth-no-reino-feliz-da-dinamarca/

http://www.satisfeitayolanda.com.br/blog/2017/08/10/quatro-visoes-sobre-dinamarca-do-magiluth/

Quando: Dia 08 e 09/03 às 21h
Onde: Centro Compartilhado de Criação
Duração: 80 minutos – com legenda
Classificação indicativa: Acima de 18

Ficha Técnica

Direção: Pedro Wagner
Dramaturgia: Giordano Castro
Elenco: Bruno Parmera, Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mário Sergio Cabral, Lucas Torres
Desenho de Som: Miguel Mendes e Tomás Brandão (Pachka)
Desenho de Luz: Grupo Magiluth
Direção de Arte: Guilherme Luigi
Fotografia: Bruna Valença e Danilo Galvão
Design Gráfico: Guilherme Luigi
Técnico: Lucas Torres
Realização: Grupo Magiluth

 

PROCEDIMENTO 2 PARA LUGAR NENHUM

Foto: MitSp / Divulgação

Trabalho de Vera Sala. Foto: MitSp / Divulgação

Entre o ruir e resistir ao colapso, Vera Sala expõe um corpo em estado alterado de percepção.  No tempo suspenso entre um instante e outro, o corpo se exaure, esvazia, dissolve seus contornos e limites. Elementos como uma placa de vidro, lâmpada piscando, cacos de vidros podem armar conexões com esse corpo repleto de memórias do processo de criação entre derivas, caminhos erráticos e vertigens nesse Procedimento 2 para lugar nenhum. A criadora-intérprete investiga um corpo “instalado”, que produz forma e se reconfigura no ambiente onde se instala.

DireçãoVera Sala
Quando: Dia 09 e 10/03  às 15h
Onde: Oficina Cultural Oswald de Andrade
Duração: 50 min
Classificação indicativa:  Acima de 12

Ficha Técnica

Concepção e direção geral: Vera Sala
Arquitetura e luz: Hideki Matsuka
Desenho de som: Tom Monteiro
Estimulo a auto percepção do movimento: José Antonio Lima
Agradecimento pela colaboração artística: Luiz Päetow
Projeto gráfico: Érico Peretta
Técnico de Luz: Igor Sane
Cenotécnico: Wanderley Wagner da Silva
Assistente de produção: Marcelo Leão
Direção de produção: Dora Leão –PLATÔproduções
Colaborações e compartilhamentos: Diego Alves Marques, Rubia Braga
Agradecimentos: Casa das Caldeiras

 

DNA DE DAN

Foto: Guto Muniz

Concepção e performance de Maikon K. Foto: Guto Muniz

Maikon K opera nas fronteiras entre performance, dança e teatro. DNA de DAN é uma dança-instalação inspirada no arquétipo da serpente. Num ambiente inflável e transparente, criado por Fernando Rosenbaum, o artista recebe uma substância no seu corpo, que quando seca funciona como uma outra pele. Depois desse procedimento, o público entra nesse espaço artificial para acompanhar a performance e as transformações no corpo do performer e a capacidade Maikon K de alterar percepções.

Quando: Dia 09/03  às 21h – Sesc Ipiranga
Dia 10/03  às 18h – Galeria Vermelho
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: Acima de 18

Ficha Técnica

Concepção e Performance: Maikon K
Ambiente: Fernando Rosenbaum
Pele: Faetusa Tezelli
Iluminação: Victor Sabbag
Orientação de Movimento: Kysy Fischer
Incentivo: Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna

 

DE CARNE E CONCRETO – UMA INSTALAÇÃO COREOGRÁFICA

Foto Mila Petrillo / Divulgação

Anti Status Quo Companhia de Dança é de Brasília. Foto Mila Petrillo / Divulgação

De Carne e Concreto – Uma Instalação Coreográfica, da Anti Status Quo Companhia de Dança, de Brasília (DF), questiona como viver em sociedade em grandes centros urbanos e a lógica do sistema econômico atual. A peça coreográfica inicia quando o público entra no espaço performático usando sacolas de papel na cabeça, como máscaras. A montagem atua na fronteira entre performance, intervenção urbana, artes visuais, dança contemporânea e experimentos sociais. Os recentes trabalhos do grupo, fundado em 1988, investigam a relação entre corpo e cidade, comportamento social, arte como experiência, arte relacional e participação do espectador.

Quando: Dia 09 e 10/03  às 20h
Onde: Tendal da Lapa
Duração: 140 minutos
Classificação indicativa: Acima de 18

Ficha Técnica

Grupo: Anti Status Quo Companhia de Dança (Brasília – DF)
Direção Artística, Dramaturgia e Conceito: Luciana Lara
Pesquisa e Concepção: Luciana Lara em colaboração com bailarinos e artistas convidados
Elenco: Camilla Nyarady, Cristhian Cantarino, Déborah Alessandra, João Lima, Luciana Matias, Marcia Regina, Raoni Carricondo e Roberto Dagô
Bailarinos Colaboradores do Processo Criativo: Camilla Nyarady, Carolina Carret, Cristhian Cantarino, João Lima, Luara Learth, Raoni Carricondo, Robson Castro e Vinícius Santana
Artistas Convidados Colaboradores do Processo Criativo: Marcelo Evelin, Gustavo Ciríaco e Denise Stutz
Figurino e Máscaras: Luciana Lara e elenco
Assessoria de Iluminação: James Fensterseifer e Marcelo Augusto
Produção: Marconi Valadares
Fotos Divulgação: Mila Petrillo

 

 

 

Riso – ENSAIO ABERTO

A cia. é dirigido por Key Sawao e Ricardo Iazzetta. Foto: Ines Correa / Divulgação

A cia. é dirigido por Key Sawao e Ricardo Iazzetta. Foto: Ines Correa / Divulgação

O que se passa nos corpos e no espaço quando o riso ri?, pergunta o núcleo de dança key zetta e cia., nesse trabalho. O riso se apresenta como proposta política, de tomada de posições, provocação, alívio e felicidade. O riso se materializa no corpo nas coreografias da dança. O riso salta como forma de existir, num território fronteiriço, em que o humor é apenas uma das nuances para criar uma variação de sentidos. Montagem integra o projeto Horizonte, contemplado pelo Programa de Fomento à Dança, da Secretaria Municipal de Cultura São Paulo.

Quando: Dia 08/03  às 14h
Onde: Teatro de Vertigem
Duração: 40 minutos
Classificação indicativa: Acima de 12

*Ingressos distribuídos 1 hora antes no local

Ficha Técnica

Direção: Key Sawao e Ricardo Iazzetta
Criação e Dança: Beatriz Sano, Carolina Minozzi, Key Sawao, Mauricio Florez e Ricardo Iazzetta
Espaço Cênico e Coordenação de Arte: Hideki Matsuka
Encontros intensivos: Nadja Naira, Gustavo Miranda, Luiz Fuganti
Desenho de Luz: Domingos Quintiliano
Design Gráfico: Erico Peretta e Hideki Matsuka (fotos)
Figurinos: Alex Cassimiro
Registro em Vídeo: Doctela
Montagem de vídeo-clipe: Henrique Cartaxo
Produção: Núcleo Corpo Rastreado

 

Imprevisível – ENSAIO ABERTO

Foto: Vitor Vieira / Divulgação

Concepção, direção artística e preparação corporal são assinados por Zélia Monteiro. Foto: Vitor Vieira / Divulgação

O Núcleo de Improvisação aposta na transitoriedade e nas múltiplas possibilidades de conexões da arte no momento em que é criada. Em Improvisação – Ensaio aberto, a dança é composta no presente, na articulação de cada bailarino; no jogo pulsante e imediato com outros elementos da cena como música, luz, espaço, figurinos e principalmente em diálogo com o público.

Quando: Dia 08/03  às 14h
Onde: Teatro da Vertigem
Duração: 40 minutos
Classificação indicativa: Acima de 14

*Ingressos distribuídos 1 hora antes no local

Ficha Técnica

Concepção, Direção Artística e Preparação Corporal: Zélia Monteiro
Criação Dança: Ernesto Filho, Marcela Páez, Mel Bamonte, Paulo Carpino e Zélia Monteiro
Criação Luz: Hernandes de Oliveira
Criação Musical: Felipe Merker Castellani
Criação Figurino: Joana Porto
Produção: Ação Cênica Produções Artísticas
Assistente de Produção: Rafael Petri

 
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TREMA!, Entre utopias e distropias

Noite. Foto José Caldeira

Espetáculo português Noite abre programação do festival. Foto José Caldeira / Divulgação

Teatro serve para quê? Não tenho respostas daquelas definitivas ou complexamente articuladas. Sinto necessidade dessa arte como os dependentes químicos dizem sentir da droga. O teatro é meu vício maior e melhor. Mas deixando essa sentimentalidade de lado, recebo com entusiasmo a chegada da quinta edição do TREMA! Festival de Teatro, que começa nesta quarta-feira, e segue ate o dia 14 movimentando os teatros no Recife.

São 15 peças em sua programação que, em 12 dias, reúne oito montagens nacionais, uma internacional e seis pernambucanas. Abre com o espetáculo português Noite, inspirado na obra do poeta lusitano Al Berto, que vibra com música manipulada ao vivo por um DJ e no bailado frenético de três homens de energia selvagem e caótica. A encenação remete para subúrbios e subterrâneos.

Os cariocas do Coletivo Complexo Duplo trazem Cabeça (um documentário cênico), calcado no álbum Cabeça Dinossauro, da banda paulistana de rock Titãs. As músicas guardam um feroz posicionamento político e são tocadas ao vivo pelos atores. É o Brasil dos anos 1980 com suas problematizações sobre violência e estado, capitalismo e família tradicional. Dizem muito sobre hoje.

Das inspirações sonoras para as inspirações literárias. Erguido a partir da obra homônima de Chico Buarque de Holanda, Leite Derramado põe uma lupa sobre motivos éticos e os procedimento políticos da História do Brasil. Encenado pelo dramaturgo e diretor Roberto Alvim (SP).

Orgía ou de como os corpos podem substituir as ideias, baseado no livro de Tulio Carella, narra as aventuras eróticas e intelectuais do professor argentino que veio parar no Recife da década de 1960. A montagem do Teatro Kunyn (SP) – destinada a apenas 30 espectadores por sessão – começa no Espaço Pasárgada, antiga casa de Manoel Bandeira e depois segue para o Parque Treze de Maio.

A Primeira Guerra Mundial é pano de fundo da montagem cearense Diga que você está acordado! MáquinaFatzer , a partir da obra inacabada do dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

Já o grupo paulista Tablado de Arruar traz a Trilogia Abnegação, que investiga cenicamente as contradições de um partido de esquerda quando chega ao poder. Obra polêmica que envereda pelas operações do mundo político, suas escolhas e consequências, e a realidade fraturada das pressões internas e externas pelo poder.

De Pernambuco, participam o Coletivo Angu de Teatro, com Ossos e Ópera; o ator Marcio Fecher com Meu nome é Enéas; Carolina Bianchi (SP) e Flávia Pinheiro (PE) com Utopyas to every day life; Flávia Pinheiro com o solo Diafragma 1.0: como manter-se vivo? e o Núcleo de Teatro do Sesc Petrolina em parceria com a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, grupo gaúcho, apresenta Procura-se um corpo – Ação nº3, sobre feridas ainda abertas pela ditadura militar.

Leite Derramado, Trilogia Abnegação, Ossos e Utypias.

Leite Derramado, Trilogia Abnegação, Ossos e Utopyas to every day life

O Trema! Festival de Teatro cresceu em relevância no panorama pernambucano e nacional desde sua primeira edição. Na cidade, enquanto eventos da mesma natureza foram se descaracterizando, precarizando sua programação e as intersecções com a potência da arte, o Trema! fortaleceu sua identidade nômade dentro de um campo do teatro experimental e de pesquisa.

As inquietações com o contemporâneo marcam a trajetória de sua curadoria, assinada pelo encenador e ator Pedro Vilela e que este ano vem com as provocações de distopias e realidades. Realizado pela Trema! Plataforma de Teatro, o festival conta ainda na realização com Mariana Rusu e Thiago Liberdade.

Se, no primeiro ano, o programa foi realizado sem verba, o quinto chega robustecido mesmo diante da crise. Voltado para um público jovem (não só em idade) e inquieto, a produção junta no seu programa obras que refletem o clima de inconformismo e perplexidade porque que passa o país.

Entrevista // Pedro Vilela

Pedro Vilela é o curador do Trema! Foto: Reprodução do Facebook

Pedro Vilela é o curador do Trema! Foto: Reprodução do Facebook

“Já não sabemos o que podemos fazer em torno desta inércia”, diz você no catálogo. Então o que fazer com essa distopia, que evidencia a plena decadência humana?
Hoje se iniciarmos a reflexão sobre o atual estado pode se configurar como um paradigma inicial. E arte nos aponta horizontes, pelo menos desconfiamos disso. Na história da humanidade ela teve esse papel, a de ser agente transformador de realidade, de escancarar distopias. E neste sentido, estamos falando de arte, não de entretenimento. Estamos mergulhados numa sociedade fugaz que preza por possíveis “diversões” em suas horas vagas, pós-trabalho. Então o festival, infelizmente, não poderá te dar só isto… é isso, e é também uma tentativa de reviravolta dentro de si, para enfim poder revirarmos nossa sociedade. É uma tentativa de caminho…

A reflexão do escritor Aldo us Huxléya: ¨E se esse mundo for o inferno de outro planeta?¨ É uma bela frase de efeito!
É? É, né? Talvez por isto nos encante tanto! E me encanta ainda mais por se tratar de um questionamento! Por nos apequenar de alguma maneira… logo nós, tão especiais, seres únicos neste universo imenso, detentores de tantas verdades…

São 24 sessões, de 15 espetáculos, dos quais 1 é internacional, 8 nacionais e 6 pernambucanos. Você diz “Quando montamos um festival, não temos controle sobre as conexões que o público fará….”. Mas então quais as conexões que os diretores do Trema! fizeram?
Acho que a principal seja com o festival do ano passado… se anteriormente apontávamos para uma necessidade de ré-construção de nossa sociedade, neste afirmamos nosso mergulho à barbárie e nossa inércia em combater isto, porque no fundo talvez sejamos bárbaros mesmos… mas ainda que indiretamente podemos também ver um mergulho em tornos de questões que se tornaram ainda mais urgentes em nosso País…

Por que o teatro de pesquisa é melhor que os outros?
Isso você está a afirmar (risos). Escolhemos este recorte pois é a partir dele que pensamos arte e mundo. Quando você cria algo objetivando “sucesso” e dinheiro na maioria das vezes esquece de sua função principal de agente modificador de realidades. Outros veículos sabem “entreter” o público com mais tenacidade do que o teatro e tenho visto que reside no teatro de grupo esta “escolha” pelo caminho mais tortuoso, onde artistas muitas vezes abdicam de certas “regalias” sociais por tentar construir uma sociedade mais justa, solidaria… no fundo somos bastante utópicos! (Risos)

Qual o orçamento do Trema neste ano? Como vocês conseguiram os recursos? E o que ficou faltando?
O orçamento neste ano é de 230 mil, fruto desta trajetória que vem sendo criada. A parceria com Itaú é bastante frutífera, pois percebemos a busca desta instituição por projetos como o nosso, haja vista as ações que realizam como a própria manutenção do instituto Itaú Cultural e o programa Rumos. Louvável também pela descentralização dos recursos e potencialização de uma ação com este caráter em pleno Nordeste. Já estamos de olho em 2018 e consolidando-se estas parcerias, podermos ampliar a presença de espetáculos internacionais no festival.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

NOITE
Circolando (Portugal)
3 e 4 de maio – Teatro Barreto Júnior, 20h

PROCURA-SE UM CORPO – AÇÃO Nº 3
Núcleo de Teatro do Sesc Petrolina & Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
13 de maio – Casa da Cultura, 11h
14 de maio – Recife Antigo, 15h

DIGA QUE VOCÊ ESTÁ DE ACORDO! MÁQUINAFATZER
Teatro Máquina (Ceará)
05 de maio – Teatro Hermilo Borba Filho, 20h
06 e 07 de maio – Teatro Hermilo Borba Filho, 18h

MEU NOME É ENÉAS – O ÚLTIMO PRONUNCIAMENTO
Márcio Fecher (PE)
05 de maio – Espaço Cênicas, 21h

CABEÇA (UM DOCUMENTÁRIO CÊNICO)
Coletivo Complexo Duplo (RJ)
06 de maio – Teatro Apolo, 20h
07 de maio – Teatro Apolo, 19h

UTOPYAS TO EVERY DAY LIFE
Carolina Bianchi (SP) e Flávia Pinheiro (PE)
08 e 09 de maio – Museu de Artes Afro Brasil, 16h

ORGÍA OU DE COMO OS CORPOS PODEM SUBSTITUIR AS IDEIAS
Teatro Kunyn (SP)
10, 11 e 12 de maio , Espaço Pasárgada, 15h

TRILOGIA ABNEGAÇÃO
Tablado de Arruar (SP)
8, 9 e 10 de maio, Teatro Hermilo Borba Filho, 20h

OSSOS
Coletivo Angu de Teatro (PE)
11 de maio – Teatro Marco Camarotti, 20h

ÓPERA
Coletivo Angu de Teatro (PE)
12 de maio , Teatro Apolo, 20h

DIAFRAGMA 1.0: COMO MANTER-SE VIVO?
Flávia Pinheiro (PE)
11 de maio , Teatro Hermilo Borba Filho, 20h

SALMO 91
Cênicas Cia de Repertório (PE)
12 de maio , Espaço Cênicas, 18h

LEITE DERRAMADO
Morente Forte Produções Teatrais e Club Noir (SP)
13 de maio – Teatro de Santa Isabel, 20h
14 de maio – Teatro de Santa Isabel, 18h

ENCONTROS TREMÁTICOS

DIÁLOGOS TREMÁTICOS 1
Experiências Compartilhadas em Gestão (BRA/PT)
06 de maio , Centro Apolo-Hermilo, 15h

DIÁLOGOS TREMÁTICOS 2
Demonstração pública de processo criativo (Máquina/CE)
07 de maio , Centro Apolo-Hermilo, 15h

DIÁLOGOS TREMÁTICOS 3
Debate ¨Esquerda Brasileira – distopias e realidades¨
10 de maio , Centro Apolo-Hermilo, 18h

DIÁLOGOS TREMÁTICOS 4
Encontro com programadores do Palco Giratório SESC
13 de maio , Centro Apolo-Hermilo, 15h

ATIVIDADES FORMATIVAS

OFICINA 1
TEATRO DOCUMENTÁRIO CONTEMPORÂNEO IBERO-AMERICANO
Dias 05, 06 e 07 de maio , Sesc Santa Rita, 10h as 13h

OFICINA 2
DERIVA com participação no espetáculo ORGÍA
Dias 07 a 12 de maio , Espaço Pasárgada, 13h às 18h

LANÇAMENTO DE PUBLICAÇÕES

REVISTA , TREMA ! Revista de Teatro

LIVRO , O menino na gaiola, Cleyton Cabral
04 de maio , Teatro Barreto Junior, 19h30

LIVRO , Trilogia Abnegação, Alexandre Dal farra
10 de maio , Centro Apolo-Hermilo, 19h

SERVIÇO
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Canal de Venda Web: www.compreingresso.com.br

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