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Festival Recife do Teatro Nacional – uma avaliação

“O tempo decidirá o sentido e o valor de nossas ações. O tempo, na verdade, são os outros que virão depois de nós. Isso é um paradoxo; o teatro é a arte do presente” (Eugenio Barba em A Canoa de Papel)

Os gigantes da montanha, do grupo Galpão. Foto: Pollyanna Diniz

Os gigantes da montanha, do grupo Galpão. Foto: Pollyanna Diniz

Nos últimos dias, a pergunta ecoa: qual a importância de se ter um festival nacional de teatro para uma cidade como o Recife? Qual a sua validade? De que forma ele pode fazer sentido para os habitantes dessa metrópole? São tantas perguntas que nos embaralham a mente e o coração, aguerridos que somos dessa arte restrita a tão poucas pessoas.

Chegamos – ou já estamos atrasados – ao momento de repensar o Festival Recife do Teatro Nacional. Em 16 anos, quantos espetáculos e companhias que passaram por esse festival não modificaram o nosso jeito de ver, de sentir, de refletir sobre algo? A primeira edição, lá em 1997, já trazia a Cia do Latão, o Teatro Oficina, o Grupo Tapa, o Galpão, o Imbuaça. E foi assim ao longo dos anos – vimos chegar ao Recife espetáculos que dificilmente seriam apreciados aqui de outra forma, que não através de um festival nacional, financiado pelo poder público, sendo assim, com possibilidades financeiras para tal.

Essa função continua tendo a sua importância. Atualizar o repertório estético e artístico de uma cidade não perdeu a sua validade. Embora tenhamos hoje vários outros festivais e eles tenham ganhado força, os seus perfis são completamente diferentes. O Janeiro de Grandes Espetáculos e o Palco Giratório, só para citar os dois maiores, não substituem o Festival Recife do Teatro Nacional.

Esse foi só o primeiro ano de uma nova gestão na Prefeitura do Recife, com a secretaria de Cultura sob o comando de Leda Alves e o festival, de Carlos Carvalho. Por isso mesmo, é tão urgente que as coisas sejam ditas, discutidas, maturadas realmente. Teremos, a priori, ao menos mais três anos para que essas mesmas pessoas, todas tão amantes do teatro quanto nós, possam realizar o festival.

O que se viu este ano foi a ausência de espetáculos que estivessem de acordo com essa premissa básica do festival: montagens que pudessem ofertar ao público um recorte (sim, será sempre um recorte, obviamente), do que de melhor é produzido no país. O que os grupos e companhias mais importantes têm desenvolvido, em que eles têm se debruçado, quais as pesquisas de linguagem que estão sendo realizadas, o que estão experimentando?

Não é que não nos interesse o teatro feito na tribo indígena, para citar Carlos Carvalho durante a coletiva de imprensa do festival. Mas tudo no seu tempo e lugar adequados. Um trabalho como As bufa, do Rio Grande do Sul, deveria estar na programação desse festival? Ou, para citar uma diretora próxima, o trabalho Homens e caranguejos, de Luciana Lyra, que já esteve no Recife noutras oportunidades, têm o perfil do festival? Em nada isso denigre os espetáculos, que fique bastante claro. Não é uma crítica aos seus criadores. Mas o que vimos este ano que realmente deixou marcas na cidade? Que contribuiu para acrescentar ao olhar dos espectadores e dos nossos artistas? Só para fazer uma comparação – este ano o Trema!, um festival particular, organizado por um grupo (o Magiluth), sem nenhum apoio da Secretaria de Cultura do Recife, realizado durante poucos dias, teve mais importância artística e estética para a cidade do que o Festival Recife do Teatro Nacional.

As bufa. Foto: Pollyanna Diniz

As bufa. Foto: Pollyanna Diniz

É uma incongruência com o próprio pensamento de Leda Alves, que nos disse durante a primeira entrevista realmente de peso que concedeu para um veículo de comunicação. “A pauta do Hermilo está aberta para ocupação do teatro, diferente do Santa Isabel. O espaço do Santa Isabel não pode ser para um teatro experimental. Não pode ser um teatro de comunidade que vem testar. Não se estreia espetáculo no Santa Isabel. Ele é um teatro municipal, que tem características, que tem peso, um custo altíssimo, cada vez que aquela cortininha se abre”.

Trata-se de falta de coerência que um espetáculo como Coisas do mar – e aqui não estamos discutindo os méritos estéticos da montagem – esteja na grade de um festival nacional. É uma peça que acabou de ganhar um festival estudantil. Que não fez nenhuma temporada na cidade, não participou, por exemplo, do Janeiro de Grandes Espetáculos, não foi maturada.

Ao optar por trazer apenas dois espetáculos de grupos já consagrados – Galpão e Armazém – a organização do festival fez o caminho mais fácil. Aliás, é bom que se diga: houve realmente um critério de escolha? Ou esses dois espetáculos já viriam ao Recife de qualquer forma e foram só incorporados à grade? É…ao menos garantiu a pauta nos teatros, uma dificuldade na cidade do Recife. Uma pena que a mesma coisa não tenha sido feita com o Ói Nóis Aqui Traveiz, que tinha passagens, hospedagem, enfim, toda a grana necessária para vir ao Recife apresentar Medeia vozes. Faltava somente o lugar de apresentação. O grupo acabou indo para Arcoverde.

Bem, a questão não é exatamente como os espetáculos são escolhidos – se através de edital ou de curadoria. De uma forma ou de outra, há o crivo de um grupo de pessoas. São as escolhas feitas; o edital é usado apenas para justificá-las. Afinal, é muito mais difícil manter um grupo de trabalho o ano inteiro discutindo a produção nacional. Pensando o teatro que é feito no país.

Não é mais fácil lançar um edital dois meses antes do festival e ver o que sai dali? É sim a escolha pelo mais fácil. Não pela democratização. Quer democratização? Vá aos festivais espalhados pelo país, conheça a produção, seja capaz de elencar o que tem movido o teatro brasileiro hoje. E, a partir daí, faça escolhas que estejam de acordo com o perfil do festival, com o recorte que interessa à cidade. Mas isso dá muito trabalho. É mais fácil convocar uma reunião às pressas e usar a classe para validar uma programação que não atrai o público, que não nos move. Sim – porque quando Gustavo Catalano, gerente Geral de Ações Culturais da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, diz que a classe participou efetivamente da discussão desse festival, através de uma comissão, que fique bem claro e registrado, isso é mentira. Todos ouvimos isso. E todos sabemos que é mentira. O que faremos com isso, ah… é outra coisa.

——

Luiz Lua Gonzaga, do Magiluth, no Sítio da Trindade. Foto: Pollyanna Diniz

Luiz Lua Gonzaga, do Magiluth, no Sítio da Trindade. Foto: Pollyanna Diniz

Garantir 50% da programação de peças pernambucanas é valorizar o nosso artista? Ou simplesmente, mais uma vez, optar pelo mais fácil? Sim – porque os nossos cachês são mais baixos, os custos são muito menores – não há passagens, hospedagens, deslocamento de cenários.

E, além disso, de que adianta aos nossos artistas participar de um festival que não é relevante para a cidade? Sofrendo com a falta de público e de divulgação? De Íris ao arco-íris teve uma sessão com pouco mais de vinte pessoas. As Levianinhas em pocket show para crianças, que lota teatros, amargou públicos pequenos. As Confrarias e Vestígios tiveram o mesmo problema. Por favor, somente desta vez, não vão pelo caminho mais fácil. Não culpem os espetáculos ou o próprio público. Não vão para a rádio dizer que as pessoas do Recife não têm a cultura de ir ao teatro. Se esse é um dos papeis do governo – tornar esta arte mais acessível.

E aí, outras questões se colocam. Acessível a que público? Faz algum sentido colocar uma apresentação de um espetáculo infantil – no caso O menino da gaiola numa quarta e quinta-feira, no meio da tarde? Essas apresentações serviram à cidade? Ou cumpriram tabela? Porque festival nacional de teatro não é teatro para escola. Para isso deveria haver um projeto específico.

Democratizar o acesso? Levando o espetáculo de um grupo como o Magiluth, que lota sessões pelo país afora, para dentro de uma escola sem aula? Ou às 16h, com o sol a pino, no descampado da Joana Bezerra, Coque? Quem de nós gostaria de assistir a um espetáculo com sol no rosto? Quem de nós gostaria de estar no palco? Mas é difícil verificar o horário mais adequado, o local, levar água para o elenco, fazer um contato com os grupos culturais da área, traçar elos e parcerias. Sem falar na adequação do espetáculo ao festival, ver o elenco da peça Cafuringa, no meio do sol, circundados por cadeiras vazias, esperando que o sol baixasse, não é respeitar o artista pernambucano. Quanto mais valorizá-lo!

É inadmissível para o Festival Recife do Teatro Nacional um fato como o que aconteceu com o grupo Magiluth na Bomba do Hemetério. Um espetáculo cancelado por falta de público. Não – não por falta de público. Por falta de política, de produção, de planejamento, de visão. Não, não culpem o público, por favor. Ele não tem o que ver com isso.

Cafuringa, na Joana Bezerra/Coque. Foto: Pollyanna Diniz

Cafuringa, na Joana Bezerra/Coque. Foto: Pollyanna Diniz

E os equívocos seguem, por exemplo, pelas oficinas escolhidas. Alguém poderia desmerecer um homem de teatro como Antonio Cadengue? Um apaixonado não só pelo fazer, mas também pelo ensino? É uma enciclopédia. Sabe com propriedade os assuntos a que se dedica. Mas é no Festival Recife do Teatro Nacional o momento mais oportuno para termos uma oficina com ele? Foram seis alunos. Uma oficina com Candegue, sabedor que ele é da importância que tem para a cidade, poderia ser realizada durante o ano. Porque escolher justamente o festival? É nesse momento que deveríamos receber aqui os diretores que não podem chegar de outra forma. É como a Mimo promover uma master class com um professor do Conservatório Pernambucano de Música – usando um exemplo que me foi dado nas inúmeras conversas que tive sobre esse festival. É desmerecendo o professor? De forma alguma.

O momento, repetimos, é crucial. E não só para o Festival Recife do Teatro Nacional – mas é sim, muito importante discuti-lo. Precisamos de posicionamentos claros sobre o SIC, sobre o fomento, sobre os equipamentos culturais, sobre o Teatro do Parque, sobre formação. Isso sim é democratizar a cultura. É valorizar os artistas pernambucanos. É privilegiar o povo. E que a possibilidade de fazer novas reuniões com a classe não vire lenda, não se esvazie. Assim como virou fumaça a promessa de Gustavo Catalano, na reunião do Fórum de Artes Cênicas, no Mamam, em agosto, de que marcaria uma conversa entre a classe e Leda Alves para discutir o SIC.

Terminar com Chico Buarque parece apropriado: “precisamos nos ver por aí! Pra semana, prometo, talvez nos vejamos… Quem sabe?”.

Coisas do mar, do grupo Teatral Ariano Suassuna. Foto: Pollyanna Diniz

Coisas do mar, do grupo Teatral Ariano Suassuna. Foto: Pollyanna Diniz

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Os rumos de um festival

Coletiva de imprensa do Festival Recife do Teatro Nacional. Foto: Luciano Ferreira/divulgação

Coletiva de imprensa do Festival Recife do Teatro Nacional. Foto: Luciano Ferreira/divulgação

“Começou nesta sexta-feira (22) mais uma edição do Festival Recife do Teatro Nacional”. Talvez essa não seja a frase mais apropriada para iniciar esse texto. Talvez não seja só “mais uma edição”. Depois de 15 anos, é a primeira vez em que o festival sofreu realmente uma alteração no seu perfil. Se quando foi criado e ao longo de todos esses anos, a mostra serviu para trazer ao Recife espetáculos de grupos que estivessem se destacando no cenário nacional, fosse pela excelência artística, pelas novas proposições à cena, pelas experimentações de linguagem (além de congregar os espetáculos locais, mas nunca como foco principal), desta vez, esses não foram elementos norteadores.

Como explicou o gerente do Centro Apolo-Hermilo e coordenador do festival, Carlos Carvalho, durante a coletiva de imprensa do lançamento do FRTN, realizada no Teatro Apolo, “o que se apresenta para este presente e para o futuro é que aqui agora não vão estar só os grandes. Os grandes neste sentido daqueles que têm os melhores patrocínios, os melhores esteticamente, etc. Vai (sic) estar os grandes, os pequenos que fazem o melhor naquele lugar, etc, etc. A gente não está negando o passado. A gente está tentando encontrar um caminho novo”.

Para que a grade do festival fosse montada – com apenas dois espetáculos de grupos de fora de projeção realmente nacional – o Galpão e a Armazém Cia de Teatro, um edital foi colocado na praça para que os grupos se inscrevessem. De acordo com o coordenador do festival, 150 inscrições foram recebidas.

“O recorte é o teatro do possível do Brasil. Isso é lindo. Isso é lindo. Com todo o respeito, eu não sei qual seria o curador que iria a Taboão da Serra ou iria a uma tribo indígena. Mas a tribo indígena poderia dizer: olha, eu estou fazendo um teatro aqui na minha taba. E por isso ele não é moderno, ele não é contemporâneo, ele não é bom? Ele é bom no possível dele para o Brasil. Essa diversidade nos interessa neste momento. Eu acho que não tem nenhuma questão de ser contra ou a favor. É questão de opção política”, explica Carlos.

Uma comissão formada pela atriz, diretora e gestora cultural Maria Clara Camarotti, pelo ator e representante do Conselho Municipal de Política Cultural do Recife Paulo Maffe, e o ator, diretor e gestor Williams Sant’Anna escolheu os 18 espetáculos que serão apresentados no festival deste ano.

Segundo Gustavo Catalano, gerente Geral de Ações Culturais da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, a participação da comissão retirada no Fórum de Artes Cênicas realizado em agosto, no Mamam, foi “efetiva” na construção da mostra.

Além de Carlos Carvalho e Gustavo Catalano, a secretária de Cultura Leda Alves também participou da coletiva de imprensa.

……

Questões que talvez devessem fazer parte de uma discussão com a classe:

– É importante para a cidade que o perfil do Festival Recife do Teatro Nacional (assim como o Janeiro de Grandes Espetáculos e o Palco Giratório têm os seus perfis) seja mantido?
– O FRTN precisa ser repensado. Mas esse é o melhor caminho de o festival fazer diferença para a cidade?
– Os grupos de maior projeção no país, que não necessariamente são ricos e têm patrocínio (na maioria das vezes não tem, como sabemos!), vão realmente se inscrever em editais para virem ao Recife?
– Como deve ser a valorização da classe artística na política cultural da Prefeitura do Recife? Garantindo, por cota e norma, que 50% das vagas do festival são dos pernambucanos?
– E as condições dos teatros no Recife?
– E o SIC?
– E o fomento municipal?
– E a formação?

……

Usando as palavras de Ivana Moura durante a coletiva de imprensa, nossa posição aqui no Satisfeita, Yolanda? sempre foi e será o questionamento.

…….

Uma das perguntas de Ivana Moura durante a coletiva foi sobre o gerente de teatro, já que estamos em novembro e a equipe de gestão relacionada às artes cênicas ainda não estava completa:

Ivana Moura: O nosso gerente de teatro já existe?
Leda Alves: Você está desinformada?
Ivana Moura: Estou perguntando. É porque devo estar, né? (risos)
Leda Alves: Há quase um mês que é Romildo.
Ivana Moura: Romildo é das artes cênicas, não?
Leda Alves: Das artes cênicas.
Ivana Moura: E o de teatro?
Leda Alves: Que teatro?

Gustavo Catalano: O gerente de teatro já está com nome, estamos só para publicá-lo. Ainda não podemos falar.

Leda Alves: Dos equipamentos, né?

Gustavo Catalano: Exato. Na realidade, na Fundação de Cultura existem o gerente de artes cênicas e mais três gerentes: circo, dança e teatro. Nomeamos o gerente de circo, de dança, o de artes cênicas e o de teatro já estamos com nome, já foi discutido com dona Leda e estamos só aguardando a autorização para publicação. E acreditamos que até o final do mês deve ser publicado.

Bom, ontem à noite tivemos a informação de que o novo gerente de teatro foi finalmente escolhido: Jorge Clésio.

……

Coletiva de imprensa contou com as presenças de Leda Alves, Gustavo Catalano e Carlos Carvalho

Coletiva de imprensa contou com as presenças de Leda Alves, Gustavo Catalano e Carlos Carvalho

Trechos da coletiva de imprensa do Festival Recife do Teatro Nacional

Como foi a seleção dos espetáculos para o festival através de edital?
Carlos Carvalho: Tenho certeza que, para o (próximo) ano, consolidado o processo público de seleção, a gente terá com certeza a participação de mais espetáculos de diversas partes do Brasil. No entanto, tivemos 150 projetos inscritos. É um número significativo para um primeiro ano de edital. Desses 150 projetos inscritos, 36 projetos foram selecionados por uma comissão que selecionou esses projetos composta por um represente do Conselho Municipal de Políticas Culturais, um representante da Secretaria de Cultura, e teríamos a participação de um representante da Universidade Federal de Pernambuco. No entanto, nós recebemos uma comunicação do Centro (Departamento) de Teoria da Arte, que não era possível enviar um professor, uma vez que eles estavam com muitos problemas de reposição de aulas. Então nós tivemos que indicar outra pessoa para ocupar esse espaço que seria da Universidade Federal de Pernambuco. Mas isso em nenhum momento diminuiu a grandeza e a qualidade do processo de seleção. Então, desses 36 projetos que a comissão indicou, nós fizemos contatos, e aí começa um processo difícil que é de adequação daqueles projetos aos nossos espaços, adequação de espaços físicos, adequação de possibilidades técnicas, e adequação orçamentária. Então depois de passado esse processo de adequações e também de agenda dos grupos – uma vez que o grupo quando manda, ele diz que quer vir, mas do dia em que ele se inscreve até o dia em que ele é comunicado que está selecionado, a vida continua, então, muitas vezes, aparecem problemas de agenda e a gente não teria aquele grupo naquele dia, etc, etc, etc. Bom, então desses projetos indicados pela comissão, nós tiramos 18. A outra seleção se deu porque o edital previa, que também é novo isso, a garantia de que 50% da programação de espetáculos seria de espetáculos locais. Então a gente garantia, estamos garantindo, dentro dessa vitrine do festival, que na verdade o festival é uma vitrine de difusão, a participação da produção local, com 50% da grade de programação. E o edital também previa 30% de convites. A Secretaria de Cultura e a Fundação de Cultura ainda teriam a possibilidade de fazer 30% de convites da grade. Mas só convidamos um grupo, que foi o grupo Galpão, de Minas Gerais, que está abrindo o festival, no Sítio da Trindade, no dia 22 de novembro, às 20h, e também fará uma récita no dia 23, também lá, no Sítio da Trindade.

Agradecimentos à equipe
Carlos Carvalho: Gostaria aqui de registrar o meu agradecimento a três pessoas, fora o pessoal aqui do teatro, que tem trabalhado incansavelmente. A Ivo Barreto, a Eron Villar e a Margot. Que tem dado sangue, suor, lágrimas e risos, de manhã, de tarde e de noite para que a gente pudesse estar hoje aqui fazendo essa coletiva. E também a Catalano e a toda a sua equipe e também a todo o pessoal de comunicação da prefeitura, que é muito gentil, e também o pessoal da gerência de literatura….

Leda Alves: Desculpe interromper, mas eu não me referi e é uma exigência dentro de mim, que eu não posso adiar. A presença de Catalano nas nossas equipes. (….) E aqui a gente faz realmente o trabalho colegiado, todo trabalho aqui é de baixo pra cima. Ele tem contribuído muito e a gente tem aprendido também com ele. Então o projeto não é só da Secretaria. É da Secretaria e da Fundação de Cultura.

Homenageado do festival
Carlos Carvalho: Nesse processo de criação, a gente chega a quem homenagear? Durante os 15 anos de festival, sempre se homenageou alguma personalidade, um teatrólogo, um ator, etc, que contribuiu no teatro brasileiro e no teatro pernambucano. E chegamos então a Samuel Campelo e não por acaso. Quando a gente diz que depois do debut, a gente precisava repensar, depois de 15 anos, repensar e retomar outro caminho, nada melhor do que ter sido Samuel. Parece que foi escrito. Porque Samuel é a pessoa que começa no estado de Pernambuco e um dos primeiros no Brasil, a tornar possível um teatro brasileiro. Depois de Samuel, depois do grupo Gente Nossa, vem o Teatro de Amadores de Pernambuco e aí sucede-se uma série de realizadores, o Teatro do Estudante de Pernambuco, o TPN, e aí todas as outras experiências já nos anos 70, 80, e por aí vai. Então Samuel é importantíssimo. Samuel está no mesmo quilate de um Arthur de Azevedo, Samuel está no mesmo quilate de um Martins Pena. Ele funda a possibilidade de um teatro pernambucano e brasileiro com temática brasileira. E ele advogava também que, naquela época, como todos os teatros naquela época eram ocupados os seus tablados pelas operetas e burlescas francesas, que o teatro pernambucano e brasileiro precisaria, assim como Martins Pena fez, trazer o tema brasileiro, a problemática brasileira, e partindo da diversão. O que, de alguma forma, vem de encontro quando Hermilo – e é a minha frase predileta – que Hermilo Borba Filho diz que “ninguém se diverte na missa”. Então esse lugar sagrado que você não vai para se divertir, você vai para se religar, você vai para ter foco, no caso de Samuel, ele dizia que naquela época o teatro precisava tirar o foco do cotidiano e fazer diversão para fazer plateia. E ele foi um dos primeiros, digamos assim, grandes diretores do Teatro de Santa Isabel, do qual dona Leda foi uma grande diretora e eu tive o prazer de trabalhar com ela. (…)

Gustavo Catalano: Carlos, eu queria só fazer uma observação. Carlos falou sobre os 50% de artistas pernambucanos. Isso é uma determinação tanto da secretaria quanto do nosso prefeito Geraldo Júlio, da valorização dos artistas pernambucanos. Por consequência, isso transfere a nós uma responsabilidade de fazer com que isso aconteça e o edital nos ajudou muito a isso, não é verdade, Carlos? A gente sentiu que os grupos pernambucanos se interessaram, entraram mais dentro do processo, quando a gente colocou o edital na rua. Então acho que ele foi muito importante também neste sentido, no sentido de integrar os artistas pernambucanos nesse processo, e nesses novos festivais, para que a gente conseguisse executar as diretrizes da nossa secretária e do prefeito Geraldo Júlio na valorização dos artistas pernambucanos.

(…)

Perguntas dos jornalistas:

Ivana Moura: Quais grandes festivais vocês usaram como modelo para montar a programação do Festival Recife do Teatro Nacional através de edital?
Carlos Carvalho: Não conheço. Ou não tenho conhecimento assim geral de quais são os festivais que são por edital. Acho que a maioria é por curadoria. Mas isso também não quer dizer, assim, da gente mudar, que um é ruim e o outro é bom. É questão de opção. Quando é um curador, a opção é que alguém vai ter um recorte sobre uma vasta produção dentro de um tema. O tema é, sei lá, política. E o cara faz um recorte, mas o olhar é dele. No caso, ele vai procurar aqueles grupos, aquelas produções, que satisfazem aquela perspectiva que ele está fazendo um recorte. No caso do edital, é o inverso. Quando eu digo: eu procuro você, não é você quem me procura. Eu digo: olha, eu estou aqui. Você quer me ver? Então é diferente o olhar. Isso nem coloca pontos positivos nem para um, nem para outro, de dizer esse é melhor, esse é pior. É questão de opção. A opção que nós fizemos foi: se a gente se abre para o Brasil e os grupos do Brasil têm a possibilidade de dizer eu quero ir a Recife. Com isso você vai ter um olhar mais alargado. Nesse caso aqui, por exemplo, o festival deste ano não tem um recorte. O recorte é o teatro do possível do Brasil. Isso é lindo. Isso é lindo. Com todo o respeito, eu não sei qual seria o curador que iria a Taboão da Serra ou iria a uma tribo indígena. Mas a tribo indígena poderia dizer: olha, eu estou fazendo um teatro aqui na minha taba. E por isso ele não é moderno, ele não é contemporâneo, ele não é bom? Ele é bom no possível dele para o Brasil. Essa diversidade nos interessa neste momento. Eu acho que não tem nenhuma questão de ser contra ou a favor. É questão de opção política. É uma política de se abrir mais e essa eu acho que é a questão. Assim como também no carnaval, no são João, assim como foi no festival de inverno de Garanhuns, que não era por edital e nem por conta disso diminuiu a qualidade dos espetáculos, abriu-se para a diversidade. A gente não pautou nessa decisão “agora vamos romper com o passado”. De jeito nenhum. O que pautou foi nós vamos ter outro olhar para o futuro.

Leda Alves diz que edital é um instrumento da democracia

Leda Alves diz que edital é um instrumento da democracia

(….)

Leda Alves: O edital vai ser usado como um instrumento da democracia. A gente quer, que é uma das funções e missões da secretaria, criar ou abrir espaços para todas as pessoas que produzem cultura, que fazem a cultura, para todos os artistas, da capital e do interior. Você veja: o nosso São João foi alimentado por muita gente do interior. Como Carlos tinha passado sete anos trabalhando pelo interior com o Governo do Estado e estava disponível para vir para cá, ele integrou o meu grupo de trabalho e ele trazia informações de conhecer, de conviver, de testar, de saber que é bom. E foi uma coisa comentada pelas comunidades que conheceram grupos que nunca tinham conhecidos e ouvir deles a chance de virem ao Recife se apresentar, mostrar sua arte. É essa troca, esse angu que a gente quer que a cultura seja, dando acesso a todos. Segunda liberação para nós da democracia que o edital nos dá: sem injunção de pedidos. Uma das coisas mais difíceis pra gente: os amigos, os parentes, os políticos, a pedirem e a provarem que os seus candidatos são os melhores do mundo. E a gente tem essa grande arma de dizer: o edital está na praça. Se inscreveu? Não? Agora, inscreveu-se? Então fique tranquilo! Que a gente vai analisar cá e você entra. Então isso também facilita muito a democracia e dá credibilidade ao artista de que ele irá, de que é verdade o que ele assinou ali, e que nós realizaremos. Isso vem ao encontro, não é de encontro, ao encontro, a uma determinação do prefeito: a prioridade é o da terra.

(…)

Ivana Moura: O Festival Nacional ele foi pensado, inclusive você está no nascedouro desse pensamento, em busca de uma excelência artística, que ela estivesse espalhada pelo Brasil e que se pudesse buscar isso. Você acha que, com esse edital, foi possível conseguir essa excelência para este ano?

Carlos Carvalho: Sim. A excelência do possível.

Ivana Moura: Pode ser possível, mas pode não ser excelência. Daqui a pouco vamos começar a filosofar!

Carlos Carvalho: A excelência pra quem? O edital abriu as possibilidades, os grupos se inscreveram, uma comissão analisou os projetos e a gente adequou os projetos às condições. Eu não sou um curador do festival. Eu não sou um curador. O curador é o edital e a comissão.

Leda Alves: Então foi feito por uma equipe de especialistas. O objetivo dele é principalmente a troca de experiências, de aprendizados, daí haver várias oficinas. Agora, geralmente, a gente só pode avaliar a eficácia e o fruto desse edital, quando avaliar o festival. É um caminho novo. O edital a gente lançou, respondeu, a gente montou o festival, vamos ver. Essa pergunta você faz a gente quando acabar.
(…)

Ivana Moura: É porque nós temos 15 anos de edição de festival antes desse festival. 15 edições conhecidas e acompanhadas.

Leda Alves: E o que é que tem?

Ivana Moura: O que tem é que, durante esse tempo, os grandes grupos brasileiros estiveram presentes nesse festival. O que estou pontuando…

Leda Alves: Vamos acabar o festival para ver.

Carlos Carvalho: Eu concordo. Agora, o que se apresenta para este presente e para o futuro é que aqui agora não vão estar só os grandes. Os grandes neste sentido daqueles que têm os melhores patrocínios, os melhores esteticamente, etc. Vai estar os grandes, os pequenos que fazem o melhor naquele lugar, etc, etc. A gente não está negando o passado. A gente está tentando encontrar um caminho novo.

Ivana Moura: O que é um caminho novo?

Carlos Carvalho: O edital para os 15 anos é novo. É o caminho.

Ivana Moura: Edital é um caminho novo? É porque edital eu acho que é um caminho já pensado, exercitado noutras situações.

Leda Alves: Não estou dizendo a peça jurídica edital não. A utilização dele para o acesso ao festival, para a pessoa participar desse festival está sendo através deste instrumento legal chamado edital.

Carlos Carvalho: Deixa eu perguntar uma coisa. Quando você me pergunta isso você está me dizendo que você é contra o edital?

Ivana Moura: Eu não sou contra nada. Minha posição aqui é perguntar.

Carlos Carvalho: E eu estou perguntando a você também.

Leda Alves: A pergunta transparecia isso. Você tem direito de estranhar, até de desconfiar, é um direito que você tem.

Ivana Moura: Eu me preocupo com a qualidade da programação de um festival que eu acompanho desde o começo.

(…)

Carlos Carvalho: “Eu estou dizendo que é preciso a gente discutir, mas discutir com o coração aberto. Porque não é interessante a gente ter uma discussão que seja sempre sólida e todo mundo estar a favor. O que é bom é que a gente tenha os discursos diferentes para a gente encontrar um caminho. Assim como o Janeiro encontrou um caminho que eu, inclusive, acho que não é o melhor. Eu, particularmente, Carlos Alberto Carvalho Correia, não acho que é o melhor. Já discuti isso com Paula (de Renor). Mas é uma opção de três pessoas ou quatro, mas três que assinam o festival. Nós estamos agora olhando outro espaço, outra forma de conduzir. E a gente pode ter, inclusive, a humildade, se fosse o caso, de dizer: olha, não deu certo. Mas porque não deu certo? Tem que fazer primeiro.

(….)

Ivana Moura: Qual foi a efetiva participação no festival daquela comissão de artes cênicas que foi tirado lá no Mamam, no Fórum de Artes Cênicas?
Gustavo Catalano: Após uma reunião que fizemos com o fórum temático de artes cênicas foi tirada duas comissões: uma comissão para o festival de dança e outra para o festival de teatro. E essas comissões vieram para que, junto com os gerentes, nomeados para coordenar cada festival, montassem a estrutura deles. O que seriam eles? Se o edital seria o edital, se o edital seria uma curadoria. Naquele momento em que já estava muito próximo já dos festivais. E a gente apresentou o edital, discutiu esse edital, discutimos texto, discutimos tudo dentro desse contexto. E aí após essa aprovação, após essa discussão toda, foi que a gente lançou o edital. A gente não lançou oficialmente da nossa cabeça.

Ivana Moura: Então esse grupo teve uma participação efetiva na formulação dessa história? Que são os representantes da classe?

Gustavo Catalano: Efetiva.

Carlos Carvalho: Ele foi consultado.

Leda Alves: Não só isso.

Gustavo Catalano: Também. Uma participação efetiva. Várias reuniões. Vieram.

Carlos Carvalho: O grupo foi consultado. Todos os pontos foram elencados, a gente discutiu. Samuel (Santos), Rodrigo Dourado…é….

Gustavo Catalano: A gente não excluiu a sociedade civil do processo não. Muito pelo contrário. A intenção é incluir a sociedade civil na discussão dos festivais.

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Festival Recife de teatro – tempo de editais

Galpão apresenta Os Gigantes da Montanha no Sítio Trindade, dia 22, na abertura do festival

A programação do Festival Recife do Teatro Nacional – FRTN foi anunciada nesta quinta-feira. A curadoria, que atuou nos últimos anos com recortes para a formação de sentidos, ficou para trás. A 16º edição é norteada por editais – instrumento defendido pela atual gestão como a forma mais democrática de formatar os eventos promovidos pela Prefeitura do Recife.

A grade da programação inclui 18 espetáculos em dez dias de apresentações – do dia 22 deste mês a 1º de dezembro. O mineiro Galpão abre o festival, às 20h, no Sítio da Trindade, com a peça Os gigantes da montanha, participação que o Satisfeita, Yolanda? anunciou ainda em julho. A secretária Leda Alves assistiu à peça no Festival de Inverno de Garanhuns e após a sessão fez o convite à trupe.

Os outros grupos foram garimpados de 150 projetos inscritos, segundo informou o gerente do Centro Apolo- Hermilo, Carlos Carvalho, que coordena o FRTN. Trinta e seis passaram na peneira e uma comissão formada pelo ator Paulo Mafe, representante do Conselho Municipal de Política Cultural do Recife; o diretor do Teatro Williams Santanna; e a diretora e pesquisadora Clara Camarotti, fechou os grupos.

Gustavo Catalano, Carlos Carvalho e Leda Alves durante coletiva do festival

“Fizemos um edital para dar a possibilidade de as pessoas se oferecerem para vir ao Recife. Isso despertou o interesse dos grupos”, disse Carlos Carvalho.

Bem, dessas companhias, algumas ainda não passaram pelo Recife com os espetáculos que trazem. O próprio Galpão, a carioca Armazém Cia. de Teatro com A Marca da Água; a gaúcha Casa de Madeira com As Bufa; as catarinenses Traço Cia de Teatro/Companhia Zero com As Três Irmãs, o grupo paulista Clariô de Teatro, com Hospital da Gente; a mineira Cia. Pierrot Lunar com Acontecimento em Vila Feliz. Além da outra mineira, Cortejo Cia de Teatro, com Uma História Oficial.

O Coletivo Cênico Joanas Incendeiam, de São Paulo, apresentou recentemente Homens e Caranguejos na cidade. E Agitada Gang – Trupe de Atores e Palhaços da Paraíba vem com um espetáculo de repertório, Como Nasce um Cabra da Peste, que esteve no Recife há muitos anos.

Das montagens locais para o público adulto, todas já fizeram temporada ou foram vistas algumas vezes na cidade. São elas Vestígios (Relicário/PE), com texto de Aimar Labaki e direção de Antonio Cadengue; Luiz Lua Gonzaga, do Grupo Magiluth; O Beijo no Asfalto, com texto de Nelson Rodrigues e direção de Claudio Lira; As Confrarias, da Companhia Teatro de Seraphins, com texto de Jorge Andrade e Antonio Cadengue. E Cafuringa, com o Grupo Cafuringa.

As peças infanto-juvenis também já estiveram em cartaz no Recife. São elas As Levianinhas em Pocket Show para Crianças, da Cia Animée; De Íris ao Arco-Íris, de Produtores Independentes e O Menino da Gaiola, Bureau de Cultura e Turismo.

O espetáculo Coisas do Mar, do Grupo Teatral Ariano Suassuna e Escola Estadual Santos Cosme e Damião, de Igarassu, ganhou visibilidade ao conquistar vários prêmios no 11º Festival Estudantil de Teatro e Dança, realizado em setembro, na categoria Teatro Para Crianças. A encenação levou para casa os troféus de melhor espetáculo, direção (Albanita Almeida e André Ramos), ator (Elton Daniel), cenário (André Ramos), figurino (Kattianny Torres) e texto inédito (o grupo).

O orçamento desta edição encolheu em R$ 400 mil em relação ao do ano passado. Ficou em R$ 700 mil – sendo R$ 50 mil da Caixa Econômica Federal e o restante dos cofres da Prefeitura. A Prefeitura não conseguiu renovar o Pronac – Lei Rouanet, nem a prestação de contas da Funarte e por isso não pode concorrer a esses incentivos.

O teatrólogo Samuel Campelo é o homenageado desta edição

O homenageado deste ano é o diretor Samuel Campelo, fundador do Grupo Gente Nossa no Recife dos anos 1930. A pesquisadora Ana Carolina Miranda da Silva vai lançar um livro sobre Campelo e também vai fazer palestra sobre O Grupo Gente Nossa e o Movimento Teatral no Recife.

“Vamos ter um grande festival, que oportuniza espetáculos que não teriam oportunidade de estar aqui. A gente tem grupos que nunca vieram ao Recife e tem grupos que já vieram como a Cia. Armazém ou o Galpão. E ter a possibilidade de ter os que já vieram com aqueles que nunca vieram isso nos enriquece. Isso abre pra gente uma felicidade de dizer nos estamos abrindo o FRTN para o Brasil, pelo meio mais democrático, que é o edital”, entusiasma-se Carvalho.

16º Festival Recife do Teatro Nacional

Programação

Sexta-feira (22)
Os Gigantes da Montanha (Grupo Galpão/MG)
Local: Sítio da Trindade, às 20h
Duração: 80 minutos

Sábado (23)

As Bufa (Casa de Madeira/RS)
Local: Teatro de Santa Isabel, às 21h
Duração: 55 minutos

As bufa. Foto: Mariana Rocha

As Levianinhas em Pocket Show para Crianças (Cia Animée/PE)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho, às 18h
Duração: 60 minutos

Banda de palhaças mostram repertório para crianças. Foto: Lana Pinho

Marca da Água (Armazém Cia de Teatro/RJ)
Local: Teatro Barreto Junior, às 20h
Duração: 75 minutos

Montagem comemora 25 anos da Armazém Companhia de Teatro

De Íris ao Arco-Íris (Produtores Independentes/PE)
Local: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro), às 16h
Duração: 50 minutos

História da curiosa lagarta, que quer chegar ao reino encantado. Foto: Angélica Gouveia

Domingo (24)

As Bufa (Casa de Madeira/RS)
Local: Teatro de Santa Isabel, às 21h
Duração: 55 minutos

As Levianinhas em Pocket Show para Crianças (Cia Animée/PE)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho, às 18h
Duração: 60 minutos

A Marca da Água (Armazém Cia de Teatro/RJ)
Local: Teatro Barreto Junior, às 20h
Duração: 75 minutos

De Íris ao Arco-Íris (Produtores Independentes/PE)
Local: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro), às 16h
Duração: 50 minutos

Vestígios (Relicário/PE)
Local: Teatro Apolo, às 19h
Duração: 55 minutos

Dois policiais e um professor de história numa peça sobre a tortura. Foto: Américo Nunes

Luiz Lua Gonzaga (Grupo Magiluth/PE)
Local: Sítio da Trindade, às 16h
Duração: 50 minutos

Homenagem do Grupo Magiluth ao rei do baião

Segunda-feira (25)

Vestígios (Relicário/PE)
Local: Teatro Apolo, às 19h
Duração: 55 minutos

Luiz Lua Gonzaga (Grupo Magiluth/PE)
Local: Bomba do Hemetério, às 16h
Duração: 50 minutos

As Três Irmãs (Traço Cia de Teatro/Companhia Zero/SC)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho, às 21h
Duração: 80 minutos

Obra do dramaturgo Anton Tchékhov a partir da técnica do clown. Foto: Nassau Souza

Hospital da Gente (Grupo Clariô de Teatro/SP)
Local: Espaço Fiandeiros, às 20h
Duração: 90 minutos

A partir dos contos de Marcelino Freire, Grupo Clariô de Teatro/SP mostra a vida dura de vários personagens

Acontecimento em Vila Feliz (Cia. Pierrot Lunar/MG)
Local: Sítio da Trindade, às 16h
Duração: 55 minutos

Versão teatral da Cia. Pierrot Lunar para o conto homônimo de Aníbal Machado

Terça-feira (26)

As Três Irmãs (Traço Cia de Teatro/Companhia Zero/SC)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho, às 21h
Duração: 80 minutos

Hospital da Gente (Grupo Clariô de Teatro/SP)
Local: Espaço Fiandeiros, às 20h
Duração: 90 minutos

Acontecimento em Vila Feliz (Cia. Pierrot Lunar/MG)
Local: Bomba do Hemetério, às 16h
Duração: 55 minutos

Cafuringa (Grupo Cafuringa/PE)
Local: Sítio da Trindade, às 16h
Duração: 60 minutos

Conhecido como Homem da Cobra, o mestre Cafuringa é acompanhado por vários bonecos

Quarta-feira (27)

Acontecimento em Vila Feliz (Cia. Pierrot Lunar/MG)
Local: Coque/Joana Bezerra, às 16h
Duração: 55 minutos

Cafuringa (Grupo Cafuringa/PE)
Local: Bomba do Hemetério, às 16h
Duração: 60 minutos

O Menino da Gaiola (Bureau de Cultura e Turismo/PE)
Local: Teatro Barreto Junior, às 16h
Duração: 50 minutos

O Beijo no Asfalto (Claudio Lira/PE)
Local: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro), às 20h
Duração: 90 minutos

Quinta-feira (28)

Luiz Lua Gonzaga (Grupo Magiluth/PE)
Local: Coque/Joana Bezerra, às 16h
Duração: 50 minutos

O Menino da Gaiola (Bureau de Cultura e Turismo/PE)
Local: Teatro Barreto Junior, às 16h
Duração: 50 minutos

O protagonista, o garoto Vito, de 9 anos, quer libertar o sonho das pessoas

O Beijo no Asfalto (Claudio Lira/PE)
Local: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro), às 20h
Duração: 90 minutos

Como Nasce um Cabra da Peste (Agitada Gang – Trupe de Atores e Palhaços/PB)
Local: Teatro Luiz Mendonça, às 20h
Duração: 60 minutos

Sexta-feira (29)

Como Nasce um Cabra da Peste (Agitada Gang – Trupe de Atores e Palhaços/PB)
Local: Teatro Luiz Mendonça, às 20h
Duração: 60 minutos

Cafuringa (Grupo Cafuringa/PE)
Local: Coque/Joana Bezerra, às 16h
Duração: 60 minutos

Sábado (30)

Uma História Oficial (Cortejo Cia de Teatro/MG)
Local: Teatro Luiz Mendonça, às 20h
Duração: 70 minutos

Espetáculo de estreia da Cortejo Cia de Teatro reflete sobre os autoritarismos

Coisas do Mar (Grupo Teatral Ariano Suassuna/PE)
Local: Teatro Apolo, às 16h
Duração: 50 minutos

Homens e Caranguejos (Coletivo Cênico Joanas Incendeiam/SP)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho, às 21h
Duração: 90 minutos

Família foge da seca e chega à cidade e aos mangues do Recife

As Confrarias (Companhia Teatro de Seraphins/PE)
Local: Teatro Barreto Junior, às 20h
Duração: 70 minutos

A Conspiração Mineira por um ângulo incomum, com texto de Jorge Andrade e direção de Antonio Cadengue.

Domingo (1)

Uma História Oficial (Cortejo Cia de Teatro/MG)
Local: Teatro Luiz Mendonça, às 20h
Duração: 70 minutos

Coisas do Mar (Grupo Teatral Ariano Suassuna/PE)
Local: Teatro Apolo, às 16h
Duração: 50 minutos

Homens e Caranguejos (Coletivo Cênico Joanas Incendeiam/SP)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho, às 21h
Duração: 90 minutos

As Confrarias (Companhia Teatro de Seraphins/PE)
Local: Teatro Barreto Junior, às 20h
Duração: 70 minutos

Oficinas:

Por uma Metodologia da Encenação Teatral
Ministrante: Antonio Edson Cadengue
Local: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (a confirmar)
Data: De 25 a 29 de novembro, das 13h às 17h

Oficina de Teatro de Rua
Ministrante: Lindolfo Amaral
Local: Escola Pernambucana de Circo (a confirmar)
Data: De 25 a 29 de novembro, das 13h às 17h

Exercícios para uma Cena Dialética
Ministrante: Márcio Marciano
Local: Museu Murilo La Greca (a confirmar)
Data: De 25 a 27 de novembro, das 13h às 17h

Palestras:

A Experiência do Cooperativismo em São Paulo
Palestrante: Ney Piacentini
Data: 26 (terça-feira)
Local: Espaço Fiandeiros, às 18h0

O Grupo Gente Nossa e Movimento Teatral no Recife
Palestrante: Ana Carolina Miranda da Silva
Data: 26 (terça-feira)
Local: Salão Nobre do Teatro de Santa Isabel, às 18h

Tecendo Redes – A Redemoinho no Recife
Palestrante: Fernando Yamamoto e Ney Piacentini
Data: 28 (quinta-feira)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho, às 18h

Serviço
Ingressos espetáculos nos teatros: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada).
Os espetáculos de rua são gratuitos

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