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Palco é solo sagrado

Trilha sonora do espetáculo Ossos é assinada por Juliano Holanda. Foto: Ivana Moura

Trilha sonora do espetáculo Ossos é assinada por Juliano Holanda. Foto: Ivana Moura

Antígona desafia o decreto do rei Creonte, que proibia que fossem prestadas honras fúnebres a seu irmão Polinices. Para a jovem filha de Édipo e Jocasta esse era um dever sagrado. Por esse ato, ela foi condenada a ser encerrada viva no túmulo da família. A peça Antígona é uma das mais belas tragédias do dramaturgo grego Sófocles, que completa a Trilogia Tebana, com Édipo Rei e Édipo em Colono.

O dramaturgo e ator francês Jean-Baptiste Poquelin, o nosso Molière se sentiu mal no palco, quando encenava o Doente Imaginário. Seu texto atacava com sarcasmo os doutores da medicina.  Nenhum médico quis cuidar dele. Molière despertou a ira de outros: padres e devotos.

E negaram sepultura em cemitério ao autor de O Tartufo. O dramaturgo mais célebre da sua época, foi plantado em solo não-consagrado, como um proscrito.

O poeta Federico García Lorca foi fuzilado em 1936 na Guerra Civil Espanhola. Seu corpo permanece desaparecido. Seus restos mortais não tem endereço certo.  Crueldade e injustiça aos artistas que “não tiveram sequer o direito de ser enterrados” ou a uma sepultura digna.

Na última música da trilha sonora de Ossos, assinada por Juliano Holanda, o espetáculo do Coletivo Angu de Teatro homenageia seus artistas. Até porque “o palco é nosso solo sagrado”. E clamam pelos ossos de Luiz Mendonça, Pernalonga, Dona Dinah (de Oliveira), Hermilo Borba Filho.

Segue o vídeo.

 

SERVIÇO
Ossos, do Coletivo Angu de Teatro
Quando: Sextas, às 20h, sábados, às 18h e às 21h e aos domingos, às 19h
Onde: Teatro Apolo (Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife)
Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia)
Classificação indicativa: 16 anos
Informações: 3355-3321

FICHA TÉCNICA
Texto: Marcelino Freire
Direção: Marcondes Lima
Direção de arte, cenários e figurinos: Marcondes Lima
Assistência de direção: Ceronha Pontes
Elenco: André Brasileiro, Arilson Lopes, Daniel Barros, Ivo Barreto, Marcondes Lima, Robério Lucado
Trilha sonora original – composição, arranjos e produção: Juliano Holanda
Criação de plano de luz: Jathyles Miranda
Preparação corporal: Arilson Lopes
Preparação de elenco: Ceronha Pontes, Arilson Lopes
Coreografia: Lilli Rocha e Paulo Henrique Ferreira
Coordenação de produção: Tadeu Gondim
Produção executiva: André Brasileiro, Fausto Paiva, Arquimedes Amaro, Gheuza Sena e Nínive Caldas
Designer gráfico: Dani Borel
Fotos divulgação: Joanna Sultanum
Visagismo: Jades Sales
Assessoria de imprensa: Rabixco Assessoria
Técnico de som Muzak – André Oliveira
Confecção de figurinos: Maria Lima
Confecção de cenário e elementos de cena: Flávio Santos, Jorge Batista de Oliveira.
Operador de som e luz: Fausto Paiva / Tadeu Gondim
Camareira: Irani Galdino

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Dramaturgia espanhola no Janeiro

Os corpos perdidos trata do extermínio de mulheres. Com o Angu de Teatro e convidados

Os corpos perdidos trata do extermínio de mulheres. Com o Angu de Teatro e convidados

janeiro-de-grandes-espetáculos-SSSSCiudad Juárez é um dos lugares mais violentos do México na década de 1990. A obra dramática Os corpos perdidos, de José Manuel Mora com tradução de Cibele Forjaz, trata da torrente de assassinatos de mulheres. Impera a impunidade para os criminosos e a negligência do governo. A peça mergulha nessa pungente memória de mais de 300 mulheres executadas.

O texto integra a Coleção Dramaturgia Espanhola, da Editora Cobogó, que tem lançamento hoje e amanhã (ao preço de R$ 30 cada). O lançamento ocorre junto com leituras dramatizadas, com entrada franca.

A leitura de Os corpos perdidos conta com a participação do o elenco do Coletivo Angu de Teatro e convidados (Marcondes Lima, Arilson Lopes, André Brasileiro,Gheuza Sena, Nínive Caldas, Ivo Barreto, Daniel Barros, Hermínia Mendes,Márcio Antônio Fecher Junior, Paulo De Pontes e Lúcia Machado). E tem direção de  Cibele Forjaz. Nesta quarta, às 20h, no Teatro Arraial Ariano Suassuna.

O programa reserva para quinta-feira a leitura dramatizada da obra A Paz Perpétua, de Juan Mayorga, dirigida pelo gaúcho Fernando Philbert. A intriga que envolve violência, poder e autoridade é defendida pelos atores do Grupo Magiluth (Giordano Castro, Mário Sergio Cabral, Erivaldo Oliveira, Lucas Torres Magiluth e Bruno Parmera). Às 20h de amanhã, no palco do Teatro de Santa Isabel (entrada pela administração).

O Projeto de Internacionalização da Dramaturgia Espanhola promovida pela Acción Cultural Española – AC/E, conta com o envolvimento do TEMPO_FESTIVAL (Rio de Janeiro), Editora Cobogó, Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas; Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília; Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – FIAC; e Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco.

 

Leitura Dramatizada e Lançamento de Livros

Dia 20 de janeiro de 2016 (quarta), 20h, gratuito
Teatro Arraial Ariano Suassuna
Leitura dramatizada do texto Os Corpos Perdidos, de José Manuel Mora, pela encenadora Cibele Forjaz e participação do Coletivo Angu de Teatro e atores convidados.

Lançamento dos livros A Paz Perpétua, de Juan Mayorga, com tradução de Aderbal Freire-Filho, e Os Corpos Perdidos, de José Manuel Mora, com tradução de Cibele Forjaz e colaboração de Kako Arancibia.

 

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No Janeiro // Todas do Angu

Coletivo Angu de Teatro apresenta repertório no Janeiro de Grandes Espetáculos 2014

Os quatro espetáculos do coletivo Angu de Teatro estão na programação do Janeiro de Grandes Espetáculos. De hoje até domingo é possível conferir as encenações Essa febre que não passa, Ópera, Rasif – Mar que arrebenta e Angu de sangue. Oportunidade de conhecer ou rever o repertório de um dos grupos mais atuantes de Pernambuco nos últimos dez anos.

“Essa febre que não passa” é um verso da música Via Láctea, da banda Legião Urbana, que a jornalista e escritora Luce Pereira tomou de empréstimo para dar título ao seu primeiro livro de ficção.

Com cinco contos de Essa febre que não passa, a montagem teatral mergulha na delicadeza do universo feminino na contemporaneidade, com humor, perspicácia, crítica e doses de realidade, a partir da história das atrizes envolvidas na peça. São elas: Ceronha Pontes, Hermila Guedes, Hilda Torres, Quitéria Kelly, Mayra Waquim, Nínive Caldas e Lilli Rocha (stand in). A direção é assinada por André Brasileiro e Marcondes Lima.

Serviço:
Essa Febre Que Não Passa (Recife/PE)
Quando: Hoje,
16 de janeiro, 21h
Onde: Teatro Apolo
Ingresso: R$ 20 e R$ 10
Indicação: a partir de 16 anos

Ceronha Pontes e Hermila Guedes em Essa febre que não passa. Foto: Ivana Moura

Ficha técnica
Texto: Luce Pereira.
Direção: André Brasileiro e Marcondes Lima.
Assistência de direção: Maria do Céu Cezar.
Direção de arte: Marcondes Lima.
Direção musical e trilha sonora original: Henrique Macedo
Coordenação de produção: Tadeu Gondim
Produção executiva: Dani Varjal, Ivo Barreto e Nínive Caldas
Iluminação: Luciana Raposo
Vídeos: Tuca Siqueira e Cabra Quente Filmes
Musicista: Josi Guimarães
Elenco: Ceronha Pontes, Hermila Guedes, Hilda Torres, Quitéria Kelly, Mayra Waquim, Nínive Caldas e Lilli Rocha (stand in)

Essa febre que não passa. Foto: Ivana Moura

Sobre Essa febre que não passa eu escrevi para o caderno Viver, do Diario de Pernambuco, publicado em 9 de maio de 2011:

Das feridas sociais de Angu de sangue e Rasif – mar que arrebenta, passando pela temática gay de Ópera, o grupo chega às dores pessoais à partir do olhar feminino da escritora Luce Pereira e das seis atrizes – Ceronha Pontes, Hermila Guedes, Hilda Torres, Márcia Cruz, Mayra Waquim e Nínive Caldas e da violoncelista Josi Guimarães. A beleza, a urgência, o ritmo, as tiradas engraçadas, o humor das situações mais incríveis dos contos de Luce Pereira já eram conhecidos de alguns de nós, desde 2006, quando o livro foi lançado. O desafio era dar corpo a essas personagens feitas das palavras da escritora. O resultado superou as expectativas. É tocante. E tem um pouco de suavidade e delicadeza, de ironia e corte seco, de graça e elegância, e de uma simplicidade arrebatadora.

Essas criaturas febris apresentam suas situações-limite, carentes ou transbordantes de afeto.

Essa febre que não passa tem uma comunicação fácil e contagiante, que vem do texto. Ela encontra a beleza no prosaico e insiste que é preciso prestar atenção nas pequenas coisas. Esse material textual foi respeitado e valorizado na peça dirigida por André Brasileiro e Marcondes Lima.

A montagem do coletivo Angu insiste em algumas características investigativas do coletivo, com o ator-narrador. Mas traz algumas variações.

A peça fala do fim de relacionamento entre duas mulheres; na adoração de uma figura por nomes bonitos com uma pontinha de crítica social; nas dívidas de afeto com uma velha tia; no acerto de contas entre duas irmãs e no desespero da dor da perda.

O cenário é formado por camadas de cortinas, que remetem a outras camadas. Isso cria um ambiente etéreo, ora revelando, ora escondendo.

A trilha sonora e direção musical são de Henrique Macedo que ajudam a expandir ou comprimir os tempos e dar as atmosferas dos contos.

O elenco é o grande trunfo dessa montagem. Ceronha Pontes e Hermila Guedes protagonizam o casal de Clóvis. Nesse quadro, a promessa de felicidade já desmoronou quando o bichano é convidado. Mayra Waquim faz a artista plástica que errou no nome desde o nascimento e prossegue nas suas escolhas erradas.

Marcia Cruz incorpora não apenas uma velha, mas toda a velhice do mundo. Hilda Torres faz a sobrinha que narra a história de Bernarda e de sua inabilidade com os afagos. Em Um tango com Frida Kahlo Ceronha Pontes volta à cena para se digladiar com Mayra Waquim, esta no papel de Sofia. E o conto que encerra o espetáculo, protagonizado por Hermila Guedes, atesta que uma dor de amor pode ser fatal. É um espetáculo para quem não tem medo das emoções.

Ópera tem texto de Newton Moreno

Sobre Ópera:

Uma das características do Angu de Teatro é levar ao palco textos da literatura contemporânea, por sinal de autores pernambucanos. A escritura de Ópera é de Newton Moreno e debruça-se sobre a temática homoerótica.

São quatro contos que questionam identidades com um humor cáustico, às vezes cruel, e as reações sociais perante posturas homoafetivas. É muito contundente para falar desses tempos que correm, nos quadros O Cão, O Troféu, Culpa e Ópera. A direção é de Marcondes Lima. No palco estão Arilson Lopes, Carlos Ferrera, Fábio Caio, Ivo Barreto, Tatto Medinni, Dirceu Siqueira e Ellen Roche.

SERVIÇO
Ópera, do Coletivo Angu de Teatro e Atos Produções Artísticas (Recife/PE)
Quando: Amanhã, 17 de janeiro (sexta), 21h
Onde: Teatro Apolo
Ingresso: R$ 20 e R$ 10
Indicação: a partir de 18 anos

Foto da estreia de Ópera, em 2007, com Tatto Medinni e Arilson Lopes

Ficha técnica
Texto: Newton Moreno
Encenação e direção de arte: Marcondes Lima
Direção musical e trilha sonora original: Henrique Macedo
Preparação corporal e assistência de direção: Vavá Schön-Paulino
Plano de Luz: Játhyles Miranda
Direção de produção: Tadeu Gondim
Produção executiva: Lilli Rocha e Nínive Caldas
Elenco: Arilson Lopes, Carlos Ferrera, Fábio Caio, Ivo Barreto, Tatto Medinni, Dirceu Siqueira e Ellen Roche

Rasif – Mar que arrebenta, sábado, no Teatro Hermilo Borba Filho

Sobre Rasif – Mar que arrebenta:

Marcelino Freire tem uma prosa lírica, mas não é afago, é porrada. Seus personagens passam por humilhações, mas um dia explodem ou se vingam. Eles estão nas bordas, seja lá onde fique isso. Suas palavras são punhais cortantes, lâminas afiadas que manifestam a revolta de figuras que correm contra um destino ruim.

Em estado de miséria existencial ou econômica, esses farrapos humanos lutam no dia-a-dia contra o que estamos cansados de saber. Além da arrogância do patrão (quando existe um) e as tramóias dos poderosos (qualquer mísero poder). E eles no anonimato.

Marcelino Freire coloca um lupa sobre esses seres cansados da crueldade da vida em Rasif– Mar que arrebenta. As histórias sao episódicas e o tratamento do autor é virulento numa resposta à altura da violência da sociedade.

SERVIÇO
Rasif – Mar Que Arrebenta / Coletivo Angu de Teatro e Atos Produções Artísticas (Recife/PE)
Quando: 18 de janeiro (sábado), 21h
Quanto: R$ 20 e R$ 10
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Indicação: a partir de 14 anos

Ficha técnica
Texto: Marcelino Freire
Encenação e direção de arte: Marcondes Lima
Direção musical e trilha sonora original: Henrique Macedo
Preparação corporal: Vavá Schön-Paulino
Iluminação: Játhyles Miranda
Vídeos: Oscar Malta e Tuca Siqueira
Direção de produção: André Brasileiro
Produção executiva: Tadeu Gondim, Gheuza Sena, Ivo Barreto, Fábio Caio, Marcondes Lima e Maria Helena Carvalho
Músicos: Marcondes Lima, Tarcísio Resende, Luziano André e Eugênio Gomes
Elenco: André Brasileiro, Arilson Lopes, Fábio Caio, Ivo Barreto, Márcia Cruz, Vavá Schön-Paulino e Tatto Medinni (stand in)

Espetáculo Angu de sangue, que deu origem ao coletivo foto: Tuca Siqueira

Sobre Angu de sangue:

Não tem mocinho em cena na peça Angu de Sangue, primeira montagem do coletivo a partir do livro de Marcelino Freire. Em dez quadros o autor e os atores expõem o lado mais mais desumano de figuras que lutam para sobreviver, muitas vezes matando o sentimento do outro. São seres cruéis, egoístas ou vítimas de doenças sociais. Entre eles, uma mídia que explora a miséria e ganha a vida com a dor alheia.

SERVIÇO
Angu de Sangue / Coletivo Angu de Teatro e Atos Produções Artísticas (Recife/PE)
Quando: 19 de janeiro (domingo), 20h,
Quanto: R$ 20 e R$ 10
Onde: Teatro Apolo
Indicação: a partir de 16 anos

Ficha técnica
Texto: Marcelino Freire
Encenação e direção de arte: Marcondes Lima
Direção musical e trilha sonora original: Henrique Macedo
Preparação corporal: Peter Dietz
Plano de luz: Játhyles Miranda
Criação e edição de vídeos: Oscar Malta e Tuca Siqueira
Direção de produção: André Brasileiro
Produção executiva: Tadeu Gondim. Elenco: Arilson Lopes, Fábio Caio, Ivo Barreto, Gheuza Sena e Hermila Guedes

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Hoje a festa é do Angu

Espetáculo Angu de sangue, que deu origem ao coletivo  foto: Tuca-Siqueira

Espetáculo Angu de sangue, que deu origem ao coletivo foto: Tuca Siqueira

Dez anos de teatro merece uma grande festa. E se esse feito acontece no Nordeste do Brasil, mais um motivo. E os meninos do Coletivo Angu de Teatro são festeiros e realizam hoje, a partir das 22h uma big party imperdível, no Bar Vapor 48 localizado na Praça das 5 Pontas, 145. Promete não ter hora para acabar. E como amanhã é feriado para a maioria dos mortais, vamos nos jogar.

O DJ Pepe Jordão, velho parceiro nas baladas do coletivo, anima o encontro e vai contar com o reforço de Dick Dickinson e Claude Marmotágge, dois DJs performáticos, de gogo boys e gogo girls e muitas surpresas. O ingresso tem preço único de R$ 30.

Desde Angu de Sangue, que tem texto do escritor pernambucano Marcelino Freire, espetáculo que por sinal está em cartaz no Teatro Teatro Eva Herz, do Shopping Riomar (sextas e sábados, às 20h e domingos, às 19h), a trupe criou uma identidade que mistura denúncia social, inquietações filosóficas, pulsar contemporâneo, e muito humor para falar da realidade a partir do Recife. Depois de Angu de Sangue vieram Rasif – Mar que arrebenta, Ópera e Essa febre que não passa.

O coletivo é uma das referências teatrais em Pernambuco. E foi criado em 2003, pelos atores André Brasileiro, Fábio Caio, Gheuza Sena, Hermila Guedes e Ivo Barreto, e o diretor Marcondes Lima, a partir da montagem do Angu de Sangue.

 

festa-angu

 

Serviço:

ANGU, A FESTA
Quando: Nesta sexta-feira (11/10), a partir das 22h até o sol raiar
Onde: Bar Vapor 48, localizado na Praça das 5 Pontas, 145
Quanto: R$ 30

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