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Trema!Festival traz recorte significativo da cena contemporânea ao Recife

 

Altamira, com Gabriela Carneiro da Cunha. Foto: Nereu JR / Divulgação

Feedback, espetáculo da companhia de dança portuguesa CRL-Central Elétrica

As reverberações que um festival de teatro pode provocar numa cidade são significativas. Quando pensamos que o Brasil possui dimensão continental e que a circulação de obras é dificultada por inúmeros fatores, a realização de um festival se torna ainda mais relevante. É um momento para que o público em geral possa ter acesso a obras que talvez não chegassem aos palcos da cidade de outra forma, para acompanhar o que está sendo produzido noutros lugares. Ou para ver espetáculos produzidos por artistas locais, mas que você ainda não teve chance de conferir noutras temporadas.

Para os artistas, essa dimensão da importância de um festival é amplificada. Passa pela formação: assistir, dialogar, pensar noutras possibilidades, estabelecer relações estéticas, se deixar permear pelo trabalho do outro.

Mas tudo isso depende em boa parte da proposta da curadoria do festival. Adianta menos ter um festival que não consegue traçar apontamentos, revelar relevâncias, propor discussões e diálogos. Por isso tudo, o Trema!Festival, produzido por Pedro Vilela, se mostra importante para a cena pernambucana, assim como outros festivais como o Festival de Teatro do Agreste (Feteag), produzido por Fábio Pascoal, e o Reside Lab – Plataforma PE – Festival Internacional de Teatro, de Paula de Renor.

Nesta programação do Trema! que começou no último dia 19, há 27 montagens de vários lugares do país, além de México, Chile e Portugal. A primeira rodada de espetáculos e atividades, chamada de Lado A, vai até o dia 24; e a segunda, Lado B, vai de 26 de abril a 1º de maio, nos Teatros Apolo-Hermilo, Marco Camarotti e Luiz Mendonça, no Recife; e Galpão das Artes, em Limoeiro; Reduto Coletivo, em Surubim; e Caverna Coletivo, em Olinda.

Entre os internacionais, um dos destaques é a companhia de dança portuguesa CRL-Central Elétrica, que abriu o Trema! em 2017 com o espetáculo Noite. Agora, eles apresentam Feedback, nos dias 29 e 30 de abril, às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho.

Entre os espetáculos nacionais, além do imperdível Encantado, de Lia Rodrigues, que abriu a programação, outra indicação é Altamira 2042, solo da atriz Gabriela Carneiro da Cunha que cumpriu temporada recente no Sesc da Avenida Paulista, em São Paulo. É um espetáculo que usa da tecnologia e monta uma instalação sonora e audiovisual para tratar de Belo Monte e das consequências da construção da barragem de Belo Monte a partir de testemunhos de pessoas da comunidade.

A atriz Renata Carvalho volta ao Recife com Manifesto Transpofágico, seu espetáculo mais recente. Renata aproveita a oportunidade do festival para lançar o livro com o texto da peça.

Confira conversa com Renata Carvalho durante lançamento do Manifesto Transpofágico em São Paulo.

Delirantes e Malsãs, do coletivo No barraco da Constância Tem!, que vem ao Recife pela primeira vez

Outras indicações seriam os espetáculos do coletivo No barraco da Constância Tem!, de Fortaleza, que vai ao Recife pela primeira vez com dois espetáculos: Mystura Tropycal, no dia 29 de abril, às 20h30, no Teatro Apolo, e Delirantes e Malsãs, no dia 30 de abril, às 16hs.

Nesta quinta-feira, o Trema! publicou que decidiu que todos os espetáculos da programação terão ingressos gratuitos. Quem já havia comprado, vai ser ressarcido e terá o nome colocado numa lista de presenças do respectivo espetáculo.

Confira a programação completa de espetáculos do Trema!Festival:

PROGRAMAÇÃO TREMA!FESTIVAL

LADO A

Essa Menina. Foto: Ricardo Maciel

Essa Menina (Teatro de Fronteira e Coletivo Lugar Comum|PE) [abertura de processo] [espetáculo acessível em libras]
21 abril (quinta-feira), no Memorial de Medicina e Cultura da UFPE, às 18h

Primeiro episódio da palestra-performance-novela. Cinco décadas de futuro, passado e presente, em que se cruzam a memória pessoal da performer e narrativas do feminismo latino-americano. Aos nove anos, Roberta escreve o melodrama Essa Menina, potente lembrança de sua infância cercada por mulheres-artistas e pelo imaginário novelesco e midiático da cultura brasileira de seu tempo. Cenas de abuso, machismo e silenciamento antecipam a dramaturgia de toda uma vida, em que buscamos ecos coletivos.

Realização: Coletivo Lugar Comum, Departamento de Artes da UFPE e Teatro de Fronteira.
Produção geral: Roberta Ramos e Rodrigo Dourado
Performer: Roberta Ramos
Diretor geral: Rodrigo Dourado
Figurinista e designer: Júlia Gusmão
Acordeon: Ana Maria Ramos
Preparação corporal na técnica do tango: Cláudio Sobral
Concepção e operação de luz: Luciana Raposo
Fotografia, edição e operação de áudio: Ricardo Maciel
Captura e tratamento de imagens: Jonas Alves
Gravação de áudios da peça Essa Menina: Ana Maria Ramos e Roberta Ramos
Apoio de Produção: André Padilha
Apoio: Diretoria de Cultura da UFPE-Proexc, Memorial da Medicina e Cultura da UFPE.
Duração: 50 min
Indicação etária: Livre

Narrativas encontradas numa garrafa pet

Narrativas encontradas numa garrafa pet na beira da maré (Grupo São Gens de Teatro|PE)
21 abril (quinta-feira), no Teatro Hermilo Borba Filho, às 20h30 [espetáculo acessível em libras]

Uma dramaturgia criada a partir da vivência do dramaturgo na comunidade ribeirinha da Ponte do Pina – Recife/PE, onde o autor e sua família encontram a subsistência de sua rede familiar através da pesca artesanal de Marisco e Sururu. O espetáculo traz à cena o universo do mangue, das palafitas, da maré e a diversidade dos sujeitos e suas narrativas, discutindo temas como: homofobia, estupro, assédio, machismo, violência policial, racismo e vulnerabilidade social. Deste modo, o espetáculo coloca em evidência o espaço urbano da cidade do Recife e sua relação com as margens, e visa discutir os problemas inerentes ao fluxo contínuo de uma favela, revelando suas poeticidades e mazelas cotidianas.

Direção e dramaturgia: Anderson Leite
Figurino: André Lourenço
Iluminação e cenografia: Anderson Leite
Sonoplastia: Arnaldo do Monte
Elenco: Anderson Leite, André Lourenço, Cristiano Primo, Fagner Fênix, HBlynda
Morais e Monique Sampaio
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 16 anos

Marconi Bispo em re_Luzir. Foto: Felipe Peres Calheiros e Ilda de Sousa

re_Luzir (Marconi Bispo|PE) [estreia]
22 abril (sexta-feira), no Teatro Marco Camarotti, às 19h [espetáculo acessível em libras]

De outubro de 2016 a março de 2020, Marconi Bispo protagonizou o espetáculo autobiográfico Luzir é Negro!. Foram trinta e nove sessões e na última praticamente saiu de cena para o isolamento que a covid-19 nos obrigou. re_Luzir é o esboço cênico da retomada do ator Marconi Bispo: re_ssurgência, re_fluxo, re_volução, re_nascimento, re_começo. Tudo está valendo para definir e direcionar uma existência negra num país onde células nazistas crescem exponencialmente.

Dramaturgia, Encenação e Produção Executiva: Marconi Bispo
Supervisão Dramatúrgica e Assistência de Direção: Henrique Fontes
Direção de Imagens: Lia Letícia
Iluminação: Natalie Revorêdo
Música: Miguel Mendes e Marconi Bispo
Crédito das Fotos: Felipe Peres Calheiros e Ilda de Sousa
Designer Gráfico: Marcelo do Ó
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 14 anos

Tijuana, peça mexicana

Tijuana (Lagartijas tiradas al sol |MX)
22 abril (sexta-feira), no Teatro Apolo, às 20h30 [espetáculo acessível em libras]

O que significa democracia no México para milhões de pessoas que vivem com o salário mínimo? O que esperamos da democracia hoje? O que esperamos da política além da democracia? A economia condiciona a forma como experimentamos a política e as expectativas que temos.
Partindo dessa premissa, Tijuana encena a experiência de Lázaro Gabino Rodríguez, convertido por seis meses em Santiago Ramírez, morador de Tijuana (Baja California), sob condições específicas que o separaram de seu mundo habitual, do qual permaneceu incomunicável. A encenação busca narrar essa experiência e explorar as possibilidades de representação. Ser outra pessoa, tentar viver a vida de outra pessoa. Personificar outra pessoa. Isso não é atuar?

Um projeto de Lázaro Gabino Rodríguez
Baseado em textos e ideias de Andrés Solano, Arnoldo Gálvez Suárez, Martín Caparrós e Günter Wallraff
Co-direção: Luisa Pardo
Iluminação: Sergio López Vigueras
Pintura de cenário: Pedro Pizarro
Design de som: Juan Leduc
Vídeo: Chantal Peñalosa e Carlos Gamboa
Colaboração artística: Francisco Barreiro
Este projeto faz parte de “Democracia no México (1965–2015)”
Duração: 60 min
Indicação etária: 16 anos

Receita para se fazer um monstro

Receita para se fazer um monstro (Reduto CenaLab|PE)
22 abril (sexta-feira), no Galpão das Artes, às 19h30 [descentralização – Limoeiro]

Um homem convida você para um reencontro, para uma reunião, uma revisita. Uma cerimônia, uma demonstração ou tentativa de algo. Ele convida você para este momento, e conta muito com sua presença – mas no fundo, não acredita muito que você vá. Pronto para dividir suas memórias que permanecem espalhadas em sua casa, este homem tenta organizá-las para compartilhar com você, o caminho que o fez chegar até aqui.

Direção: André Chaves
Atuação: Igor Lopes
Texto original: Mário Rodrigues
Dramaturgia: André Chaves e Igor Lopes
Duração: 50 min
Indicação etária: 16 anos

Meia-Noite. Foto: Anderson Stevens

Meia Noite (Orun Santana|PE)
23 abril (sábado), no Teatro Hermilo Borba Filho, às 18h

Corpo, ancestralidade, afeto e memória. Em Meia Noite, o público se conecta com a história de Orun Santana e seu mestre e pai. A obra revela ainda princípios motores e imagéticos do corpo do brincante, dançador, fruto de uma relação com o Daruê Malungo, seu espaço de trocas e vivência fonte em atrito com as relações de poder e dominação do corpo negro na contemporaneidade.

Intérprete-criador e diretor: Orun Santana
Consultoria artística: Gabriela Santana
Trilha Sonora: Vitor Maia
Iluminação: Natalie Revorêdo
Cenografia e figurino: Victor Lima
Produção: Danilo Carias | Criativo Soluções
Duração: 60 min
Indicação etária: Livre

Luisa Pardo em Veracruz,nos estamos deforestando o como extrañar Xalapa

Veracruz, nos estamos estamos deforestando o como extrañar Xalapa (Lagartijas tiradas al sol|México)
23 abril (sábado), no Teatro Apolo, às 19h30 [espetáculo acessível em libras]

Conferência performativa que expõe a relação de Luisa Pardo com o lugar onde cresceu, um paraíso tropical onde nasceram suas bisavós, seus avós e seu pai. Essa peça relata a política, a liberdade de expressão e a violência neste estado, tomando como eixo o assassinato de Nadia Vera e Rubén Espinosa, na Cidade do México, e várias vozes de Veracruz que geram um mapa, um panorama mais amplo do que está acontecendo em neste lugar. Veracruz contém em seus territórios a rota que Cortés começou a conquistar México-Tenochtitlán. Veracruz é uma estreita faixa de terra com litoral e montanhas, muita pobreza e violência, assassinatos, desaparecimentos e silêncio.

Criação: Luisa Pardo
Colaboração artística: Lázaro Gabino Rodríguez
Projeto de iluminação: Sergio López Vigueras
Agradecimentos: Shantí Vera, Carlos López Tavera, Jerónimo Rosales, Josué, Amanda, Julián Equihua, Quetzali Macías Ascencio, Georgina Macías, Cuauhtémoc Cuaquehua Calixto, Luis Emilio Gomagú.
Este projeto faz parte de “Democracia no México (1965–2015)
Duração: 60 min
Indicação etária: 16 anos

Ainda escrevo para elas

Ainda escrevo para elas (Natali Assunção, Analice Croccia e Hilda Torres|PE)
23 abril (sábado), no Galpão das Artes, às 19h30 [descentralização – Limoeiro]

É sobre liberdade e aprisionamento. É sobre escuta e fala. Partindo de 11 relatos de mulheres de realidades sócio-econômica-culturais diferentes, o monólogo documental Ainda escrevo para elas nos convida a um mergulho em narrativas sobre liberdade e aprisionamento no cotidiano das mulheres.

Idealização, realização, dramaturgia e elenco: Natali Assunção
Direção, direção de arte e operação de som: Analice Croccia
Direção: Hilda Torres
Criação de luz: Natalie Revorêdo
Assistente de criação de luz e técnico de luz: Domingos Júnior
Preparação corporal: Gabriela Holanda
Figurino: Orlando Neto
Produção: Memória em chamas
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 16 anos

Fuck her, performance com Ludmilla Ramalho

Fuck Her (Ludmilla Ramalho|MG)
21 abril (quinta-feira), no Espaço Cênicas, às 19h

Fuck her, em tradução livre, significa “foda-a” ou “coma ela”, expressão de conotação sexual com aspecto de violência. A fúria do termo em inglês, no entanto, é desarticulada pelo jogo com o termo “pinto” que designa, em português, tanto o falo masculino quanto o singelo filhote da galinha, que descobrimos ser o verdadeiro agente do consumo do corpo feminino.

Idealização e performer: Ludmilla Ramalho
Duração: 40 min
Indicação etária: Livre

Grand Finale, com o grupo cearense As 10 Graças

Grand finale (As 10 Graças|CE)
23 abril (sábado), no Coletivo Caverna, às 16h [descentralização – Olinda]
24 abril (domingo), no Recife Antigo, às 16h

Das lonas de circo ao sistema público de saúde. Dos semáforos às catracas de ônibus. Do ingresso comprado à fatura vencida. Pela primeira e última vez o sensacional enforcamento do trabalhador da cultura em praça pública.

Direção: As 10 Graças
Atuação: David Santos e Igor Cândido
Sonoplastia: Alysson Lemos/Lissa Cavalcante
Produção: Alysson Lemos
Duração: 45 min
Indicação etária: Livre

Solo Fértil. Foto; Rogério Alves

Solo fértil (Coletiva Semente de Teatro|PE)
24 abril (domingo), no Teatro Marco Camarotti, às 18h

O monólogo traz os ecos das vozes da terra, desse colo farto onde está plantado nosso passado, presente e de onde virá nosso futuro. É sobre nos relembrar que tão quanto plantar é importante cultivar, nutrir, cuidar. É também sobre a consciência de que não estamos sozinhos, que somos uno, húmus, humano, histórias, medos e sonhos. Juntos.

Direção e dramaturgista: Quiercles Santana
Atriz, dramaturgista e autora: Ludmila Pessoa
Dramaturgista: Malu Vieira
Iluminação: Natalie Revorêdo
Direção de arte: Analice Croccia
Músico: Hercinho
Produção: Natali Assunção
Fotografias: Rogerio Alves
Realização: Coletiva Semente de Teatro
Duração: 40 minutos

LADO B

Altamira 2042 (Gabriela Carneiro da Cunha|RJ)
26 abril (terça-feira), no Teatro Marco Camarotti, às 18h [espetáculo acessível em libras] e às 20h30

Instauração performativa criada a partir do testemunho do rio Xingu sobre a barragem de Belo Monte. Aqui todos falam através de um mesmo dispositivo techno-xamânico: caixas de som e pen drives. Uma polifonia de seres, línguas, sonoridades e perspectivas tomam o espaço para abrir a escuta do público para vozes que tantos tentam silenciar. Assim a Barragem de Belo Monte vai deixando de ser simplesmente uma obra para se tornar o mito do inimigo.

Idealização e concepção: Gabriela Carneiro da Cunha
Direção: Gabriela Carneiro da Cunha e Rio Xingu
Diretor assistente: João Marcelo Iglesias
Assistente de direção: Clara Mor e Jimmy Wong
Orientação de direção: Cibele Forjaz
Orientação da pesquisa e interlocução artística: Dinah de Oliveira e Sonia Sobral
Texto originário: Eliane Brum
“Trematurgia”: Raimunda Gomes da Silva, João Pereira da Silva, Povos indígenas Araweté e Juruna, Bel Juruna, Eliane Brum, Antonia Mello, Mc Rodrigo – Poeta Marginal, Mc Fernando, Thais Santi, Thais Mantovanelli, Marcelo Salazar e Lariza
Montagem de vídeo: João Marcelo Iglesias, Rafael Frazão e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem textual: Gabriela Carneiro da Cunha e João Marcelo Iglesias
Desenho sonoro: Felipe Storino e Bruno Carneiro
Figurino: Carla Ferraz
Iluminação: Cibele Forjaz
Concepção instalativa: Carla Ferraz e Gabriela Carneiro da Cunha
Realização instalativa: Carla Ferraz, Cabeção e Ciro Schou
Tecnologia, programação e automação: Bruno Carneiro e Computadores fazem arte.
Criação multimídia: Rafael Frazão e Bruno Carneiro
Design visual: Rodrigo Barja
Trabalho corporal: Paulo Mantuano e Mafalda Pequenino
Imagens: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Clara Mor e Cibele Forjaz
Pesquisa: Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Cibele Forjaz, Clara
Mor, Dinah de Oliveira, Eliane Brum, Sonia Sobral, Mafalda Pequenino e Eryk Rocha
Diretora de produção: Gabriela Gonçalves
Co-produção: Corpo Rastreado e MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo
Realização: Corpo Rastreado e Aruac Filmes
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos

Kalash. Foto: Thiago Neves

Kalash (Coletivo Resiste|PE)
26 abril (terça-feira), no Teatro Hermilo Borba Filho, às 19h [espetáculo acessível em libras]

Ensaio crítico e iconográfico sobre os dias que vivemos. É sobre autoritarismo, negacionismo, extremismo religioso, ódio, assassinato em massa e as diversas formas de apagamento, de aniquilamento e de silenciamento das vozes divergentes. A que futuro a falta de diálogo e empatia podem nos levar? Nós não respondemos. Nós perguntamos.

Dramaturgia e direção: Quiercles Santana
Atores-pesquisadores: Bruna Luiza Barros, Sandra Rino e Tatto Medinni
Produção executiva: Carla Navarro
Iluminação: Luciana Raposo
Preparação corporal: Tatto Medinni
Direção musical: Kleber Santana
Coreografias: Sandra Rino
Direção de arte: Coletivo Resiste!
Cenotécnico: Flávio Freitas
Arte gráfica e social media: Bruna Luiza Barros
Duração: 2h
Indicação etária: 16 anos

Estesia, uma experiência híbrida de som e luz

Estesia convida Coelho Radioativo (PE/PT)
27 abril (quarta-feira), no Teatro Apolo, às 20h

Estesia é o encontro dos produtores musicais Miguel Mendes e Tomás Brandão, com o cantor e compositor Carlos Filho e o iluminador cênico Cleison Ramos que, em conjunto, elaboraram e realizam um espetáculo imersivo amparado por recursos tecnológicos. O Estesia convida o público a acompanhar uma experiência híbrida de som e luz, onde a música conduz o espetáculo através do remix do gênero canção e de paisagens sonoras urbanas, electrónicas e abstratas. As ações do Estesia envolvem uma estrutura dinâmica de som e luz adaptável a espaços diversos que não somente palcos de música.

Sophia William e Nilo Pedrosa em Mar fechado

Mar fechado (Teatro Agridoce|PE)
28 abril (quinta-feira), no Teatro Marco Camarotti, às 19h [espetáculo acessível em libras]

Retrato fluido sobre a vida de Janaína e Caetano, que trazem consigo uma ligação com as religiões de matrizes africanas. Eles se perdem no vasto oceano social moderno à procura de algo que não se pode tocar, nem ver.

Dramaturgia: Nilo Pedro e Sophia William
Direção: Aurora Jamelo e Flávio Moraes
Elenco: Nilo Pedrosa e Sophia William
Coreografia e preparação de elenco: Sophia William
Cenografia: Aurora Jamelo e Nilo Pedrosa
Figurinos e iluminação: Aurora Jamelo
Produção executiva: Flávio Moraes e Sophia William
Foto: Jéssica Maia
Assessoria de imprensa: Igor Cavalcanti Moura
Realização: Agridoce
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 12 anos

Salto é uma livre adaptação do texto Os Músicos de Bremen

Salto (Bote de Teatro|PE)
28 abril (quinta-feira), no Teatro Luiz Mendonça, às 20h30 [espetáculo acessível em libras]

Quatro sujeitos-usuários procuram uma forma de se descolar da realidade em que viviam. Buscam, inconscientes e inconsequentes, uma nova forma, mais justa, de se viver em sociedade. O espetáculo é uma livre adaptação do texto Os Músicos de Bremen dos irmãos Grimm, que inspirou Os Saltimbancos tradução de Chico Buarque de Holanda. De herança ficamos apenas com a dúvida do plágio.

Direção: Pedro Toscano
Dramaturgia: Ines Maia
Atores: Cardo Ferraz, Daniel Barros, Ines Maia, Pedro Toscano e Una Martins
Preparação de elenco: Daniel Barros
Direção de arte: Pedro Toscano
Diretora de movimento: Iara Izidoro
Trilha original: IdLibra
Iluminação: Luciana Raposo
Assessoria de imprensa: Daniel Lima
Design: Raphael Cruz
Duração: 50 min
Indicação etária: 16 anos

Breu com Jr. Aguiar

Breu (Jr. Aguiar/Coletivo Grão Comum|PE)
28 abril (quinta-feira), no Reduto Coletivo, às 19h30 [descentralização – Surubim]

Da obra de Geraldo Maia. Sinuosa prosa poética, autobiográfica, que narra à dor da morte da mãe diante do filho na infância; recordações familiares revelando catarses, conflitos e afetos reprimidos; a descoberta da homoafetividade através da sedução/violação, por um jovem mais velho e a libertação de não carregar culpa e arrependimento imposto pela Igreja.

Autor: Geraldo Maia
Direção e atuação: Jr. Aguiar
Operador de áudio e luz: Moacir Lago (Moa)
Música original: De todas as graças (Geraldo Maia)
Pesquisa sonora: Divina Mãe (Paulo Prudente Pradiip)
Idealização e realização: Coletivo Grão Comum
Duração: 1h
Indicação etária: 16 anos

Mystura Tropikal. Foto Breno de Lacerda

Mystura Tropykal (No barraco da Constância tem!|CE)
29 abril (sexta-feira), no Teatro Apolo, às 20h30 [espetáculo acessível em libras]

Uma brincadeira recria o primeiro momento. E, numa guerra entre territórios, essa festa sincrética inaugura um segundo lugar. Entre o oriente e o ocidente, o terceiro mundo se faz em novos combinados. Misturado de ritmos e mitos, se modificam as primeiras, as segundas e as terceiras pessoas do plural. É tudo miscelânea. É tudo povo. As folias, os folguedos, as folganças, os festejos, as galeras, os pagodes, as quadrilhas. As línguas se desdobram em orgias de pot-pourris. Sagrando milhos. Desfilando novidades. Transformando bandos em rainhas.

Direção, dramaturgia e música original: Ariel Volkova e Honório Félix
Criação e interpretação: Ariel Volkova, Honório Félix e William Pereira Monte
Hostess e contrarregragem: William Pereira Monte
Cenário: Ariel Volkova, Honório Félix, Raí Santorini e William Pereira Monte
Figurino: Ruth Aragão
Maquiagem: Levi Banida
Iluminação: Raí Santorini
Música: Honório Félix e Wladimir Cavalcante
Produção: Ariel Volkova e William Pereira Monte
Fotografia: Breno de Lacerda
Arte gráfica: Yule Bernardo
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 12 anos

Loré com Plínio Maciel

Loré (Noz Produz|PE)
29 abril (sexta-feira), no Galpão das Artes, às 19h30 [descentralização – Limoeiro]

Observando uma antiga colcha de retalhos composta por fuxicos, o ator Plínio Maciel rememora os momentos mais longínquos que marcaram a sua vida: desde a sua infância, na cidade de Surubim, passando pelos carnavais da sua vida adulta, momentos familiares, até o fatídico ano de 2020 – o qual surpreendeu o mundo mostrando a fragilidade do ser humano no tempo vivido.

Ator/Dramaturgo: Plínio Maciel
Direção/Dramaturgia/Produção Executiva: Rogério Wanderley
Assistente de direção/Produção Executiva: Daniel Gomes
Trilha Sonora Original/ Identidade Visual e arte: Douglas Duan
Comunicação/Social Media: Milton Raulino
Light Designer/Operação de Luz:Luciana Raposo
Figurino: Álcio Lins
Cenografia: Plínio Maciel
Sonoplasta: Daniel Gomes
Costureira: Francis de Souza

Feedback (CRL-Central Elétrica\Circolando |Portugal)
29 (sexta) e 30 de abril (sábado), Teatro Hermilo Borba Filho, 19h

Um monte de pedras, um microfone e uma máquina de fumo. O som. O sopro. Uma confissão. O que pode um corpo? Uma busca por novas gramáticas de sensibilidade, da inteligência selvagem dos corpos, do corpo chão da terra que reflete memórias ancestrais e desconhecidas. O som captado e manipulado ao vivo foi a pista eleita para centrar a pesquisa. 

Direção artística: André Braga e Cláudia Figueiredo
Interpretação: André Braga
Som ao vivo: João Sarnadas
Desenho de luz: Cárin Geada
Direção de produção: Ana Carvalhosa
Produção: Cláudia Santos
Coordenação técnica: Pedro Coutinho
Co-produção: CRL – Central Elétrica, Teatro Municipal do Porto / DDD – Festival Dias da Dança, Teatro das Figuras, Teatro Académico Gil Vicente
A Circolando / CRL – Central Elétrica é uma estrutura subsidiada por Ministério da Cultura / Direção Geral das Artes

Delirantes e Malsãs (No barraco da Constância tem!|CE)
30 abril (sábado), no Parque Dona Lindu, às 16h

Sobre a cidade há algo que se alastra e contamina, avultando a certeza sobre a continuação dos dias. A praça se manifesta como um campo de incidência, cruzando forças e mistérios nos percursos sobre ela realizados. Forjando alinhamentos orbitais circunscritos em geometrias místicas, transis aprontam um bailado macabro em consonância com os fantasmas e com os astros, cantarolando que não há mais o tempo do imortal. Há a glória da desgraça. O destronamento e a derrocada da torre. Alegoria aos vivos que são todos ossos.

Direção, dramaturgia, coreografia e interpretação: Felipe Damasceno, Honório Félix, Renan Capivara, Sarah Nastroyanni e William Pereira Monte
Ensaiador: Felipe Damasceno
Figurino: Ruth Aragão
Assistência de figurino: Honório Félix
Música: Honório Félix e Sarah Nastroyanni
Produção: Ana Carla de Souza
Colaboração artística: Ariel Volkova
Arte gráfica: Yule Bernardo
Fotografia: Toni Benvenutti
Duração: 55 minutos
Classificação etária: Livre

Sopro D’Água. Foto: Thaís Lima

Sopro D’Água (Gabi Holanda|PE)
30 abril (sábado), Galpão das Artes, às 19h30 [descentralização – Limoeiro]

Entre rios, mares, gotas, enchentes, lamentos e seca, Sopro d’Água transpira a dimensão aquática e ambiental humana, percorrendo desde as memórias ancestrais à urgência da questão hídrica. Qual o lugar da água num mundo em colapso ambiental? Entre rios, mares, gotas, enchentes, lamentos e seca, a performance transpira a dimensão aquática e ambiental humana, percorrendo desde as memórias ancestrais à urgência da questão hídrica.

Concepção e performance: Gabi Holanda
Direção: Daniela Guimarães
Trilha sonora e execução musical: Thiago Neves
Figurino e cenário: Gabi Holanda
Iluminação: Natalie Revorêdo
Produção: Milena Marques e Gabi Holanda
Poesia: Lucas Holanda
Fotografia: Thais Lima
Colaboração musical: Jam da Silva (percussão e flauta)
Arte Gráfica: Thiago Pedrosa
Duração: 50 minutos
Indicação etária: 14 anos

Manifesto Transpofágico. Foto: Nereu Júnior

Manifesto Transpofágico (Renata Carvalho|SP)
30 abril (sábado) e 01 maio (domingo), no Teatro Luiz Mendonça, às 18h [espetáculo acessível em libras]

Manifesto Transpofágico é a transpofagia da transpologia de uma transpóloga. “Hoje eu resolvi me vestir com a minha própria pele. O meu corpo travesti”. Renata Carvalho “se veste” com seu próprio corpo para narrar a historicidade da sua corporeidade, se alimentando da sua “transcestralidade”, comendo-a, digerindo-a. Uma transpofagia. O Corpo Travesti como um experimento, uma cobaia. Um manifesto de um Corpo Travesti.

Dramaturgia e atuação: Renata Carvalho
Direção: Luiz Fernando Marques (Lubi)
Luz: Wagner Antônio
Vídeoarte: Cecília Lucchesi
Operação e adaptação de luz: Juliana Augusta
Cenotécnico: Ciro Schu
Produção: Rodrigo Fidelis / Corpo Rastreado
Co-produção: Risco Festival, MITsp e Corpo Rastreado
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 18 anos

PARA CONFERIR A PROGRAMAÇÃO FORMATIVA, ACESSE WWW.TREMAFESTIVAL.COM.BR.

 

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Transfobia que mata
Crítica do espetáculo Sentimentos Gis

Sentimentos Gis, espetáculo de Cleybson Lima. Foto: Rubens Henrique

Acabou de chegar às livrarias brasileiras, neste mês de janeiro, o romance português Pão de Açúcar, de Afonso Reis Cabral, livro vencedor do Prêmio José Saramago em 2019. O enredo mistura dados reais e ficção para contar a história de uma brasileira: Gisberta Salce Junior, uma mulher trans de 45 anos, que foi brutalmente espancada, torturada e abusada durante três dias por um grupo de 14 adolescentes na cidade do Porto, em 2006. Quando acharam que Gisberta estava morta, jogaram o corpo dela, ainda viva, no poço do elevador de um edifício abandonado. De acordo com os laudos, Gisberta não morreu por conta das lesões e fraturas, mas por afogamento.

O crime bárbaro ficou sem punição, embora tenha instaurado um debate público sobre transfobia em Portugal e inspirado obras que continuam reverberando a sua história. Uma das mais tocantes é a interpretação de Maria Bethânia para Balada de Gisberta, do português Pedro Abrunhosa: “Perdi-me do nome/Hoje podes chamar-me de tua/Dancei em palácios/Hoje danço na rua/Vesti-me de sonhos/Hoje visto as bermas da estrada/De que serve voltar/Quando se volta para o nada/Eu não sei se um anjo me chama/Eu não sei dos mil homens na cama/E o céu não pode esperar/Eu não sei se a noite me leva/Eu não ouço o meu grito na treva/O fim quer me buscar (…)”.

Em Sentimentos Gis, a voz de Cleybson Lima parece ocupar cada espaço do teatro quando ele canta, sejam os mesmos versos de Bethânia ou a música forte que tem o nome do espetáculo, composta por Luisa Magaly. Se, “às vezes, respirar é difícil”, como diz o bailarino e ator,  o canto envereda por outras possibilidades dramatúrgicas sensíveis. Quanta potência de vida, de dor, de revolta, de superação, tem na sua voz. E olhe que essa impressão vem de um registro audiovisual da peça, que estreou em 2017 em Petrolina, Sertão pernambucano, depois do apoio do prêmio Klaus Vianna ao processo. A gravação do espetáculo, com direção de Thom Galiano e dramaturgia e operação de som de Lennon Raoni, foi disponibilizada dentro da programação do festival Janeiro de Grandes Espetáculos.

Numa conversa nas redes sociais, Cleybson Lima conta que foi a partir da música interpretada por Bethânia que começou a imaginar o espetáculo. Embora tenha sido um ponto de partida e de referência fundamental à dramaturgia, a montagem não se prende à biografia de Gisberta. Não se trata de um resgate da sua história, mas a trajetória dela, contada logo no início, serve como disparadora para nuances comuns a muitas vivências de travestis, que vão sendo desdobradas e sobrepostas ao longo do espetáculo. Uma delas, talvez a mais constante, é a violência.

Neste mês da visibilidade trans, o dado declaratório de desumanidade: o Brasil é o país que mais mata a população transgênera no mundo. Seria difícil que essa suscetibilidade à violência, em todos os seus graus, não se transformasse num dos pilares do espetáculo. Desde a violência moral, o preconceito, o bullying. Uma criança que é exposta às críticas porque gesticula demais enquanto fala. O que a nossa sociedade não é capaz de fazer com uma criança, um menino “afeminado”, por exemplo?

A relação com o sexo e a recorrência à prostituição como modo de sobrevivência das travestis também são elementos definidores na dramaturgia. Gisberta foi à Portugal fugindo da violência no Brasil. Trabalhava como transformista, mas o sustento vinha mesmo da prostituição. Depois da Aids, não conseguiu mais se manter e a sua situação de vulnerabilidade foi se agravando.

Na coreografia da relação sexual, o que era para ser prazer, rapidamente se transforma em violência. Ação-reação, proteção, gilete na boca. Resistência que se dá nas calçadas, transportada ao palco como manifesto e potência criativa.

A violência é uma das nuances do espetáculo. Foto: Rubens Henrique

Em alguns momentos, a trilha sonora envereda pelo barulho das ruas, das buzinas dos carros, da emergência das avenidas de grande circulação. A iluminação vai se delimitando como instrumento para mostrar ou esconder, para desenhar só o que é preciso, apenas o que se quer deixar ver ou que fazemos questão de não enxergar. As imagens visuais que o espetáculo constrói são carregadas de referências, de outras peças, de filmes, da luz do cabaré.

A personagem construída por Cleybson Lima evoca a força da travesti que não se rende à realidade da violência, que é dona das suas decisões, do seu corpo, do seu desejo. Nesse ensejo, muitas perguntas reverberam a partir de gatilhos do espetáculo. O que mudou desde 2006, quando Gisberta foi morta? O que mudou desde 2017, quando o espetáculo estreou? De quais maneiras  a transgeneridade é vista nos palcos? O que significa representatividade na vida e no teatro? Como superar os clichês? Como, de fato, imaginar novas formas de sociabilidade?

São questões que não se esgotam com o espetáculo, que precisam atravessar os limites, se instaurar como debate público. Não podem mais ser ignoradas, em todas as instâncias. São urgentes e demandam disponibilidade de escuta, de aprendizado, de construção. E a arte, definitivamente, é uma mola propulsora dessas discussões. 

A partir da arte, construímos possibilidades de existência, exploramos utopias e lançamos as bases para o que pode vir a ser. Quiçá uma realidade menos dura, um mundo melhor. O desafio encarado por Cleybson Lima e por toda a equipe é levar a crueza da vivência das travestis das ruas aos palcos. Para que Gisberta seja, definitivamente, símbolo de transformação social. 

Registro do espetáculo que estreou em 2017, em Petrolina, foi exibido no festival Janeiro de Grandes Espetáculos

Ficha técnica:
Sentimentos Gis
Bailarino/intérprete criador: Cleybson Lima
Direção: Thom Galiano
Dramaturgia e operador de som: Lennon Raoni
Cenografia: Cleybson Lima, Lennon Raoni, Thom Galiano
Confecção de cenografia: Rafael Sisant
Trilha sonora original: Luisa Magaly
Musicas incidentais: Diva da Dúvida (Claudia Wonder), Divino Maravilhoso (Gal Costa e Ney Matogrosso)
Designer de luz: Fernando Pereira
Execução de luz: Vinicius Carvalho
Figurino: Maria Agrelli
Confecção de figurino: Tia Nubes
Foto: Rubens Henquique
Produção: Cleybson Lima
Assistentes de produção/cenotécnico: Rafael Sisant e Wendell Britto

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Um festival inteiro pagando quanto puder

Magiluth promove festival de artes. Foto: Renata Pires

Magiluth promove festival de artes. Foto: Renata Pires

Quantas vezes você ouviu alguém dizer que não vai ao teatro porque é muito caro? A desculpa – que pode ser desconstruída rapidamente – perde completamente o sentido no IV Festival Pague Quanto Puder de Artes Integradas, promovido pelo grupo Magiluth deste sábado (6) ao dia 18 de agosto. Na realidade, a questão mais importante aqui é a ideia de delegar ao público a tarefa de decidir quanto deve (ou pode) pagar para assistir a um espetáculo. E, aliada a isso, a proposição de um festival que inclua as várias linguagens, música, dança, teatro, performance, artes visuais, cinema.

Em 2013, o Magiluth realizou o primeiro projeto Pague quanto puder, uma mostra de repertório no Teatro Marco Camarotti, que tinha o apoio do Funcultura. Desde então, algumas constatações ficaram mais claras ao grupo: “Percebemos que, financeiramente, o retorno era muito parecido ao de uma temporada normal, com os preços que cobramos habitualmente. E, ao mesmo tempo, os teatros estavam sempre lotados”, comenta o ator Giordano Castro. Um dos resultados dessa prática parece ser exatamente a atração de público. “Quem ia ver algum espetáculo, acabava voltando ao teatro e trazendo mais gente”, complementa Castro.

Além da mostra de repertório, durante as mostras Pague Quanto Puder, realizadas consecutivamente, o grupo sempre teve convidados, como o Coletivo Lugar Comum, a bailarina e performer Flávia Pinheiro, e o elenco de uma oficina que o próprio Magiluth ofereceu (que acabou montando o espetáculo War Nam Nihadan ou Qual o nome do suco?); mas não havia o conceito de festival. Para Giordano Castro, esse movimento tem muita relação com a instalação da sede do grupo no Edifício Texas, no Pátio de Santa Cruz, na Boa Vista, desde o ano passado. “Começamos a dialogar mais com outras influências. Sempre fomos consumidores, mas nunca tivemos um diálogo tão direto, por exemplo, com muita gente de banda”.

Sem patrocínio (o projeto está concorrendo ao edital do Funcultura) e sem uma proposta curatorial delineada de fato, o Festival Pague Quanto Puder de Artes Integradas foi sendo montado a partir das relações que se estabeleceram no entorno do Texas (alguns shows, por exemplo, já estariam na programação do bar) ou nas andanças do grupo pelo país. É o caso, por exemplo, de Carolina Bianchi, de São Paulo, que o Magiluth conheceu no Cena Brasil Internacional, no Rio de Janeiro. A artista de São Paulo participa com a oficina “Manifesto de um corpo delirante”. Outro convidado é Marcelo Castro, um dos integrantes do Espanca!, de Belo Horizonte, que também dá uma oficina e apresenta uma performance. Detalhe: todos os convidados de fora estão arcando com as passagens.

A abertura do Pague Quanto Puder será com duas apresentações de O ano em que sonhamos perigosamente, espetáculo mais recente do Magiluth, no Teatro Barreto Júnior. Todo o restante da programação acontece no Edifício Texas e no Largo de Santa Cruz.

Mesmo as oficinas são no esquema “pague quanto puder”. Para se inscrever, é preciso mandar carta de intenção e currículo para o e-mail oficinasmagiluth@gmail.com .

As apresentações de O ano em que sonhamos perigosamente já fazem parte da circulação nacional contemplada pelo prêmio Myriam Muniz de Teatro – Funarte. Além do Recife, o espetáculo também poderá ser visto em Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis e Salvador.

IV FESTIVAL PAGUE QUANTO PUDER DE ARTES INTEGRADAS

Sábado (6) e domingo (7):

O ano em que sonhamos perigosamente / Grupo Magiluth (PE)
Teatro Barreto Júnior | 20h

Domingo (7):

Dia de Brincar, com Gabriela Vasconcellos (PE)
Edf. Texas – Rua | 14h-17h

Contação de histórias, com a Cia Agora Eu Era (PE)
Edf. Texas – Rua | 16h

Segunda (8):

Oficina de Dramaturgia Nem tudo o que falei foi pensado, com Giordano Castro (PE)
Edf. Texas, 1º andar | 14h-17h

Terça-feira (9):

Oficina de Dramaturgia Nem tudo o que falei foi pensado, com Giordano Castro (PE)
Edf. Texas, 1º andar | 14h-17h

Oficina Manifesto de um corpo delirante, com Carolina Bianchi (SP)
Edf. Texas, 3º andar | 14h-17h

Performance Grupo Magiluth e Ex-Exus – Grupo Magiluth e EX-Exús (PE) –
Edf. Texas, 3º andar | 20h

Pernalonga. A banda de um homem só – Show
Edf. Texas (Bar) | 22h

Quarta-feira (10)

Oficina de Dramaturgia Nem tudo o que falei foi pensado, com Giordano Castro (PE)
Edf. Texas, 1º andar | 14h-17h

Oficina Manifesto de um corpo delirante, com Carolina Bianchi (SP)
Edf. Texas, 3º andar | 14h-17h

Espetáculo Elégun – Um corpo em trânsito
Com Jorge Kildery (PE)
Edf. Texas, 3º andar | 20h

Show com Publius
Edf. Texas (Bar) | 22h

Quinta-feira (11):

Oficina de Dramaturgia Nem tudo o que falei foi pensado, com Giordano Castro (PE)
Edf. Texas, 1º andar | 14h-17h

Oficina Manifesto de um corpo delirante, com Carolina Bianchi (SP)
Edf. Texas, 3º andar | 14h-17h

Espetáculo 1 TORTO
Grupo Magiluth – Solo de Giordano Castro
Edf. Texas, 3º andar | 20h

Festa Vodalevu
Edf. Texas (Bar) e Mundo Novo | 22h

Sexta-feira (12):

Espetáculo Alegria de Náufragos
Ser Tão Teatro (PB)
Edf. Texas, 3º andar | 20h

Alegria de Náufragos, do grupo Ser Tão Teatro. Foto: Divulgação

Alegria de Náufragos, do grupo Ser Tão Teatro. Foto: Rafael Passos

Festa Hellcife Sound System
Edf. Texas (Bar) | 22h

Sábado (13):

Abertura de exposição
Com Java Araújo, Priscila Lins, Raoni Assis, Nathália Queiroz, Hugo Castro.
Edf. Texas, 1º Andar | A partir das 18h e continuando ao longo da semana.

Espetáculo Alegria de Náufragos
Ser Tão Teatro (PB)
Edf. Texas, 3º andar | 20h

Tatuagem com Hugo Castro
Edf. Texas, 1º Andar | 18h

Semenre de vulcão – Show
Texas Café Bar | 19h

Forró na Caixa – Show
Texas Café Bar | 22h

Segunda-feira (15):

Oficina Suzuki, com Luciana Brandão (BH)
Edf. Texas, 3º andar | 9h – 12h

Terça-feira (16):

Oficina Suzuki, com Luciana Brandão (BH)
Edf. Texas, 3º andar | 9h – 12h

Espetáculo Leve cicatriz
Cia TEMO com Luciana Brandão (BH)
Edf. Texas, 3º Andar | 20h

Leve cicatriz, com Luciana Brandão. Foto: Divulgação

Leve cicatriz, com Luciana Brandão. Foto: Divulgação

Show com Juvenil Silva
Edf. Texas (Bar) | 22h

Quarta-feira (17):

Oficina Suzuki, com Luciana Brandão (BH)
Edf. Texas, 3º andar | 9h – 12h

Oficina Estranha Resistência, com Marcelo Castro (BH)
Edf. Texas, 3º Andar | 14h – 17h

Espetáculo Leve cicatriz
Cia TEMO com Luciana Brandão (BH)
Edf. Texas, 3º Andar | 20h

Aninha Martins – Show
Texas Café Bar | 22h

Quinta-feira (18):

Oficina Estranha Resistência, com Marcelo Castro (BH)
Edf. Texas, 3º Andar | 14h – 17h

Performance Ruído
De Marcelo Castro (BH)
Edf. Texas (Bar) | 17h

Cinema e Debate / Fincar: Narrativas experimentais
Curadoria de Maria Cardoso e Mariana Porto
Edf. Texas, 3º Andar | 19h

Festa de encerramento
Edf. Texas, Texas Café Bar | 22h

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Trema! Festival de Teatro divulga programação

Jacy, do Grupo Carmin, abre o festival no Teatro Apolo. Foto: Nityama Macrini

Jacy, do Grupo Carmin, abre o festival no Teatro Apolo. Foto: Nityama Macrini

A importância de um festival de teatro não pode ser medida por sua duração ou pela quantidade de atrações. A proposta da curadoria, quando refletida na programação, é o que de fato mais importa. É nesse lugar que o Trema! Festival de Teatro se estabelece na capital pernambucana. Até então, o festival, que levava a assinatura do Magiluth, se voltava para o teatro de grupo. Agora, sob o comando da Trema! Plataforma de Teatro, tendo na coordenação Pedro Vilela, Mariana Rusu e Thiago Liberdade, a proposta foi ampliada, podendo incluir solos. Na realidade, a principal marca do festival continua: agregar montagens que tenham a pesquisa e a experimentação cênica como pressuposto.

Para fazer um breve retrospecto, pelo Trema!, já vimos no Recife o Teatro Kunyn, de São Paulo, a Cia Hiato, também de São Paulo, o Teatro Inominável, do Rio de Janeiro, o Grupo Espanca, de Belo Horizonte, o coletivo As Travestidas, de Fortaleza. São espetáculos de grupos que, com os seus trabalhos, têm muito a dizer sobre a realidade que vivemos e sobre os próprios procedimentos teatrais contemporâneos.

Nesta quarta edição, o Grupo Carmin, de Natal, abre a programação com a delicada Jacy, montagem de teatro-documentário que já foi vista em Garanhuns, no Festival de Inverno, mas ainda não havia chegado ao Recife. Jacy vem de uma recente temporada de sucesso no Rio de Janeiro, de uma passagem pelo Itaú Cultural (com lotação esgotada), em São Paulo, e começa agora a percorrer o Brasil pelo Palco Giratório.

De Belo Horizonte, o festival traz o grupo Primeira Campainha, com dois espetáculos do seu repertório: Isso é para Dor e Sobre Dinossauros, Galinhas e Dragões. Depois dos espetáculos, o grupo vai conversar sobre o processo criativo que norteou as montagens. A vinda da Primeira Campainha está sendo financiada pelo Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2014 em parceria com o festival.

O coletivo As Travestidas volta ao Recife com o mais recente espetáculo, Quem tem medo de travesti. A montagem faz parte da pesquisa continuada sobre o universo trans no Brasil. Recentemente, foi vista no Festival de Teatro de Curitiba. O coletivo também comanda a festa Cabaré das Travestidas, que vai acontecer no Roda Cultural, no Bairro do Recife. A festa promete improviso, dublagem, talk show e a participação de DJ´s.

Grace Passô apresenta trabalho solo. Foto: Kelly Knevels

Grace Passô apresenta trabalho solo. Foto: Kelly Knevels

Por fim, uma das artistas mais interessantes da sua geração, Grace Passô, apresenta o solo Vaga carne. Depois de dez anos no Espanca, grupo que ajudou a fundar, Grace tem dirigido muitos espetáculos e participado de outros como atriz, como Krum, da Companhia Brasileira de Teatro. O solo Vaga carne, que tem direção, texto e atuação de Grace, integra o projeto Grãos da imagem, que reúne peças em torno de temas identitários.

Do Recife, a programação contará com as estreias de Retomada, do Grupo Totem, importante grupo de performance no cenário nacional, e pa(IDEIA), do Coletivo Grão Comum, um trabalho sobre Paulo Freire. Ainda estão na grade Soledad – A terra é fogo sob nossos pés (Confira a crítica), com Hilda Torres, e Vento Forte para Água e Sabão, musical para infância e juventude do Grupo Fiandeiros de Teatro, com texto de Giordano Castro e Amanda Torres.

Durante o festival, os produtores aproveitam para lançar a sexta edição da Trema! Revista, projeto que conta com o apoio do Funcultura.

Grupo Totem estreia Retomada. Foto: Fernando Figueiroa

Grupo Totem estreia Retomada. Foto: Fernando Figueiroa

Os ingressos já estão à venda pela internet, através do site www.eventick.com.br/tremafestivaldeteatro.

Tivemos uma importante conversa com Pedro Vilela, um dos produtores e idealizadores do festival. São questões sobre política cultural, resistência e permanência. Afinal, “a crise não é de agora. Para nós, trabalhadores da arte, ela sempre esteve presente”.

Pedro Vilela é um dos produtores do Trema! Festival. Foto: Bob Souza/divulgação

Pedro Vilela é um dos produtores do Trema! Festival. Foto: Bob Souza/divulgação

ENTREVISTA // PEDRO VILELA

De que maneira foi pensada a curadoria desta edição? Vocês falam, por exemplo, em (re)construção de paradigmas da nossa sociedade. Como isso se refletiu nos espetáculos escolhidos?

O teatro sempre será um espaço para enfrentamentos de ideias. Todo aquele que não se propõe a isto está fadado a ser apenas mais um mecanismo de reprodução da indústria cultural e da massificação de nosso povo. Ao pensar a curadoria do Trema! neste ano, procurei comungar trabalhos que em si carregam questões pertinentes para nosso tempo e que venham encontrando visibilidade no cenário artístico brasileiro. Poderíamos encher nossos palcos com obras de maior retorno financeiro para nós, organizadores, mas nosso compromisso ético com a ação faz com que estejamos muito atentos às reflexões que queremos propor. Ao assumir o tema (re)construção, estamos dispostos a percorrer um caminho duplo.

O primeiro está ligado à trajetória dos próprios organizadores, ao abandonarem antigos projetos artísticos na cidade e re-iniciarem novos percursos a partir da Trema! Plataforma de Teatro. (Re)construímos pois não achamos justo destruirmos algo que foi importante para nossa trajetória artística, ao passo que alimentamos o desejo por novos trajetos. O próprio nome do festival traz isto, este ano abandonamos o recorte exclusivo de “festival de teatro de grupo” e passarmos a ser apenas “Festival de Teatro”. Continuamos investindo na pesquisa de linguagem, mas ampliamos o olhar para artistas solos.

Em relação aos espetáculos, ao escolhermos espetáculos como os que compõem a programação, estamos nos propondo a reflexão em torno de temas como identidade, gênero, educação, tradição, ditadura, política, ou seja, pautas muito urgentes para nosso país. Acreditamos portanto que através do teatro podemos (re)construir nossa sociedade.

“Fechar um teatro é tão absurdo quanto fechar uma escola”

“Recife é a cidade dos festivais”. Essa frase é bastante dita quando discutimos a política cultural pernambucana, sem que a gente pare para avaliar de fato a importância de cada um dos festivais de artes cênicas da nossa cidade. No atual cenário, qual a importância do Trema!, tanto pra cidade quanto para os artistas? Porque insistir em fazer um festival, mesmo com a crise que assola os festivais no país todo?

Recife já foi a cidade dos festivais. Minha formação enquanto artista esteve muito ligada aos que aconteciam na nossa cidade. Esperava ansiosamente a cada ano e acompanhava absolutamente tudo. Os tempos são outros e o mais triste é perceber que retrocedemos. Já não temos o Palco Giratório, do SESC, e o Festival Recife virou um triste fantasma de anos anteriores, só para citar alguns. Os privados que teimam em resistir, a cada ano ou desistem pelo meio do caminho ou precisam fazer das tripas coração para serem executados. Isso é apenas uma breve demonstração do descaso do poder público para com as artes.

“Pensamos seriamente se realizaríamos o festival neste ano. Mas percebemos que não fazer significa que os propagadores da barbárie, da corrupção, da falta de educação, estariam saindo como vencedores desta batalha”.

É meio absurdo ter que nominar a importância desses eventos. Eles alimentam uma vasta cadeia produtiva, além de todas as questões simbólicas que suportam. O grande problema é que não conseguimos sermos vistos como utilidade pública, como elementos primordiais de construção da nossa sociedade. Fechar um teatro é tão absurdo quanto fechar uma escola. Mas se vivemos numa conjuntura que nem mesmo educação e saúde são ofertadas à população de maneira digna, o que podemos dizer das artes….

O Trema! resiste e insiste há quatro edições. Pensamos seriamente se realizaríamos o festival neste ano. Mas percebemos que não fazer significa que os propagadores da barbárie, da corrupção, da falta de educação, estariam saindo como vencedores desta batalha. A crise não é de agora. Para nós, trabalhadores da arte, ela sempre esteve presente.

Tentamos captação com diversas empresa do Estado e todas negaram recursos. Empresas inclusive que recentemente aportaram em nosso Estado com slogans ligados à cultura e ao desenvolvimento de nosso povo. O capital toma conta de nossos cidadãos, jogando-os num clico vicioso de consumo e onde apenas uma parte é beneficiada, o que vende.

Ninguém chega a Berlim, Paris ou qualquer lugar do mundo onde a produção artística é efervescente e fica deslegitimando a pluralidade que encontra. A única crítica que poderíamos fazer é quando invertemos o fomento às atividades continuadas e ficamos navegando exclusivamente em eventos passageiros. E isso sim é uma prática recorrente em nossa cidade. O que gastamos com decoração de Natal daria pra fomentar inúmeros festivais que possuem trajetória comprovada, por exemplo. Palco com banda tocando no Marco Zero aos domingos nunca será construir sociedade. Talvez seja por isto que ao acabar o show se inicie recorrentemente arrastões naquele lugar. O povo tá cansado de faz de conta. Educação é a única saída. Teatro, literatura, artes plásticas…. Isso sim muda um panorama.

“Palco com banda tocando no Marco Zero aos domingos nunca será construir sociedade. Talvez seja por isto que ao acabar o show se inicie recorrentemente arrastões naquele lugar”.

Qual o orçamento do Trema!? De onde vem o recurso? Qual o apoio, efetivamente, da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado?

O Trema! neste ano tem orçamento de R$ 60 mil. Algo muito abaixo do que precisaríamos para executar o festival. Às vezes fico com a sensação de sermos malabaristas em conseguirmos realizar a ação. Mas seria injusto de nossa parte levarmos todos os méritos. O festival só será possível graças a todas as parcerias criadas e principalmente pelo desejo que a classe artística de todo o país tem por sua realização. Os grupos locais receberão apenas as bilheterias, por exemplo; nos sentimos até envergonhados ao termos que propor isso. Os grupos de fora estão vindo com cachês muito abaixo do comumente praticado. Isso mostra a seriedade com que lidamos com o Festival ao longo dos últimos anos e também a união dos artistas nesta guerrilha. Poderia não querer responder a vocês sobre questões orçamentárias, mas acho importante para que as coisas comecem a ter seu devido valor. A Fundação de Cultura entrará com algo em torno de R$ 15 mil (recursos e serviços) e o Governo do Estado com R$ 20 mil (recursos e serviços). Se dividirmos por exemplo o aporte da Prefeitura pela quantidade de habitantes na cidade daria algo em torno de R$ 0,01 por pessoa. Não chega nem a 1 centavo! Pouco, não?! O restante são parcerias criadas e principalmente recursos nossos. Em todas as edições não ganhamos absolutamente nada para realizar o Festival, mas ao mesmo tempo não queremos ver o Festival morrer! O por quê de fazermos esta loucura? Fico me perguntando a todo momento. E não sabemos por quanto tempo conseguiremos.

Talvez este também seja o momento de (re) construirmos o elo perdido com o poder público. Talvez. O que nos resta é fazemos um apelo ao público do Recife para que estejam juntos conosco nesta batalha. A melhor maneira de contribuir neste momento é compartilhar o quanto puder nossa divulgação. Os tempos são outros e sabemos o quanto juntos podemos mudar este paradigma. Ao ocuparmos os teatros, estaremos mostrando a importância da ação e, ainda que simbolicamente, requisitando o que nos é de direito. Como bem postamos ao anunciar que iríamos fazer o festival: não é por nós, é pela cidade!

“Se dividirmos por exemplo o aporte da Prefeitura pela quantidade de habitantes na cidade daria algo em torno de R$ 0,01 por pessoa. Não chega nem a 1 centavo!”

Programação Trema! Festival de Teatro:

28/4
Jacy / Grupo Carmin (RN)
Teatro Apolo – 20h

29/4
Sobre dinosauros, galinhas e dragões / Primeira Campainha (MG)
Teatro Arraial Ariano Suassuna – 19h30

Quem tem medo de travesti / Coletivo As Travestidas (CE)
Teatro Santa Isabel – 21h

30/4
Isso é para dor / Primeira Campainha (MG)
Teatro Arraial Ariano Suassuna – 19h30

Quem tem medo de travesti, do coletivo As Travestidas. Foto Allan Taissuke

Quem tem medo de travesti, do coletivo As Travestidas. Foto Allan Taissuke

FESTA: Cabaré das Travestidas / Coletivo As Travestidas (CE)
Roda cultural – a partir das 23h

01/5
Isso é para dor / Primeira Campainha (MG)
Teatro Arraial Ariano Suassuna – 19h30

03/5
Lançamento TREMA! Revista #6
Teatro Hermilo Borba Filho – a partir das 19h

pa(IDEIA) Pedagogia da autonomia / Coletivo Grão Comum (PE)
Teatro Hermilo Borba Filho – 20h

Coletivo Grão Comum estreia pa (IDEIA). Foto: Amanda Pietra

Coletivo Grão Comum estreia pa (IDEIA). Foto: Amanda Pietra04/5

 

04/5

Retomada / Grupo Totem (PE)
Teatro Hermilo Borba Filho – 20h

05/5
Soledad, A terra é fogo sob nossos pés / Cria do Palco (PE)
Teatro Hermilo Borba Filho – 20h

06/5
GRÃOS DA IMAGEM: Vaga Carne / Grace Passô (MG)
Teatro Hermilo Borba Filho – 20h

07/5
Vento Forte para água e sabão / Cia. Fiandeiros (PE)
Teatro Hermilo Borba Filho – 16h

08/5
Vento Forte para água e sabão / Cia. Fiandeiros (PE)
Teatro Hermilo Borba Filho – 16h

INGRESSOS:
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada), com exceção do espetáculo Quem tem medo de travesti, com sessão no Teatro de Santa Isabel ao valor de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) e a festa Cabaré das Travestidas, com preço único de R$ 20.

Vendas antecipadas pelo site www.eventick.com.br/tremafestivaldeteatro.

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O Janeiro de grandes espetáculos se garante

Matheus Nachtergaele abres festival com Processo de Conscerto do Desejo.Foto Marcos Hermes

Matheus Nachtergaele abres festival com Processo de Conscerto do Desejo.Foto Marcos Hermes

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De 8 a 24 de janeiro vai acontecer a 22ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. Até a semana passada, a realização do programa era incerta por conta de uma crise, que ouço falar todos os anos para a cultura, mas este ano parece que agravou-se. Serão ao todo 36 espetáculos, entre shows, peças teatrais para adultos e crianças e produções de ópera e dança, além de oito concertos por Recife, Olinda, Goiana e Caruaru pelo Circuito BNDES de Música – Do Erudito ao Popular.

A realização é da Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), sob o comando dos produtores Paula de Renor, Paulo de Castro e Carla Valença, com patrocínio do BNDES, Prefeitura do Recife, Empetur e Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco/ Fundarpe.

Quatro espetáculos brasileiros (de outros estados do país) participam do festival. Processo de Conscerto do Desejo, solo com Matheus Nachtergaele (RJ), abre o festival. Sua mãe, Maria Cecília morreu quando o ator ainda era bebê e os poemas dela são para ele um elo de ligação e um oásis afetivo. A partir da obra do poeta Manoel de Barros, o diretor Moacir Chaves ergueu Inutilezas, da Inutilezas Produções e Arte Limitada (RJ), com os intérpretes Bianca Ramoneda e Gabriel Braga Nunes.

Questionamentos sobre identidades e investigação com recursos do metateatro marcam a peça Maria que Virou Jonas ou A Força da Imaginação, da Cia. Livre (SP), dirigida por Cibele Forjaz, com Lúcia Romano e Edgar Castro. E a estreia nacional de O Lugar Escuro, na qual três gerações de mulheres da mesma família precisam enfrentar o Mal de Alzheimer. Estão no elenco, as atrizes Sandra Dani, Vika Schabbach e Gabriela Poester, sob direção de Luciano Alabarse.

Os ingressosvariam de R$ 10 a R$ 50 (estarão à venda pelo site www.compreingressos.com em breve), mas há apresentações gratuitas também.

Espetáculo espanhol Uma casa na Ásia. Foto: Nacho Gómez

Espetáculo espanhol Uma casa na Ásia. Foto: Nacho Gómez

O projeto Janela Espanhola, traz dois convidados da cena contemporânea Da Espanha. Uma Casa na Ásia toma episódio da invasão à casa de Osama Bin Laden  para compor uma visão pop da década recheada de atentados. Os integrantes do Agrupación Señor Serrano utilizam  maquetes, videoprojeções, manipulação de vídeo em tempo real, videojogos, mundos virtuais e performance.

O outro é Por Favor, Continue (Hamlet), de Roger Bernat e Yan Duvyendak, que leva Hamlet a ser julgado em um tribunal, depois de ter matado Polônio, pai de sua noiva Ofélia. As apresentações dos dois espetáculos no Janeiro recebem o apoio da Acción Cultural Española em seu Programa de Internacionalização da Cultura Espanhola (PICE).

Montagem pernambucana O açougueiro. Foto: Lucas Emanuel-Curinga Comunique

Montagem pernambucana O açougueiro. Foto: Lucas Emanuel-Curinga Comunique

PROGRAMAÇÃO

Processo  de  Conscerto  do  Desejo  (Pássaro  da  Noite  Produções  –  Rio  de  Janeiro/RJ)
Quando: Dias 8 e 9 de janeiro de 2016 (sexta e sábado), 21h
Onde: Teatro de Santa Isabel
Ingressos: R$ 50 e R$ 25

Sabores e Saberes do Milho (Comedoria Popular Arte e Gastronomia – Recife/PE)
Quando: Dias 9 e 10 de janeiro de 2016 (sábado e domingo), 16h30,
Onde: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10

Musical o Abraço - Nunca Estaremo Sós, Foto: Fernanda Acioly

Musical o Abraço – Nunca Estaremo Sós, Foto: Fernanda Acioly

Abraço – Nunca Estaremos Sós (Dispersos Cia. de Teatro – Recife/PE)
Quando: Dia 9 de janeiro de 2016 (sábado), 20h
Onde: Teatro Apolo
Ingressos: R$ 20 e R$ 10

Saudosiar… A Noite Insone de Um Palhaço…(Paulo de Castro Produções Artísticas  e Fafe Cidade das Artes – Recife/Brasil/Fafe/Portugal)
Quando: Dias 9 e 10 de janeiro de 2016 (sábado, 20h, domingo, 18h)
Onde: Teatro Capiba (SESC Casa Amarela)
Ingressos: R$ 20 e R$ 10

Passo (Compassos Cia. de Danças – Recife/PE)
Quando: Dia 10 de janeiro de 2016 (domingo), 17h
Onde: Passo do Frevo
Quanto: R$ 6 e R$ 3 (entrada no local)

Fraturas, com o coletivo trippé (PE). Foto: Fernando Pereira

Fraturas, com o coletivo trippé (PE). Foto: Fernando Pereira

Fraturas (Coletivo Trippé – Petrolina/PE)
Onde: Teatro Apolo
Quando: Dia 10 de janeiro de 2016 (domingo), 20h,
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Obsessão (Produção: Nilza Lisboa, Simone Figueiredo e Sílvio Pinto – Recife/PE)
Quando: Dia 10 de janeiro de 2016 (domingo)
Onde: Teatro de Santa Isabel
Quanto: 20h, R$ 20 e R$ 10

Please,  Continue  (Hamlet)  /  Por  Favor,  Continue  (Hamlet)  (Roger  Bernat  –  Espanha) Quando: Dias  12  e  13  de  janeiro  de  2016  (terça  e  quarta),  19h30,
Onde: Local a confirmar
Quanto: gratuito  (distribuição  de  senhas a partir de 2h antes)

Cabaré Diversiones (Produção: Henrique Celibi – Olinda/PE)
Quando: Dia 12 de janeiro de 2016 (terça), 20h,
Onde: Teatro Apolo
Quanto: R$ 20 e R$ 10

A Visita, com o ator Severino Florêncio (PE). Foto: Marcos Nascimento

A Visita, com o ator Severino Florêncio (PE). Foto: Marcos Nascimento

A Visita (Grupo de Teatro Arte­Em­Cena – Caruaru/PE)
Quando: Dias 12 e 13 de janeiro de 2016 (terça e quarta), 20h
Onde: Teatro Capiba (SESC Casa Amarela)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Sistema  25  (Grupo  Cênico  Calabouço  e  Grupo  Teatral  Risadinha  –  Recife/Camaragibe/PE) Quando: Dia 13 de janeiro de 2016 (quarta), 17h,
Onde: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Cante Comigo – Ayrton Montarroyos (Produção: Rita Chaves – Recife/PE)
Quando: Dia 13 de janeiro de 2016 (quarta), 20h
Onde: Teatro de Santa Isabel
Quanto: R$ 40 e R$ 20

A House in Asia / Uma Casa na Ásia (Agrupación Señor Serrano – Espanha)
Quando: Dias 14 e 15 de janeiro de 2016 (quinta e sexta), 20h
Onde: Teatro Apolo
Quanto: R$ 20 e R$ 10

(L)a (P)lage (Grupo Acaso, Apacepe e Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto –  Recife/ Brasil/ Basto/ Portugal)
Quando: Dias 14 e 15 de janeiro de 2016 (quinta e sexta), 20h
Onde: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

O Ano Em Que Sonhamos Perigosamente (Grupo Magiluth – Recife/PE)
Quando: Dia 14 de janeiro de 2016 (quinta-­feira), 21h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Quanto: R$ 20 e R$ 10

A  Invenção  da  Palavra  (Parêa Teatro, Janela  Projetos e  Fafe Cidade  das  Artes –  Recife/ Brasil/Fafe/ Portugal)
Quando: Dias 15 e 16 de janeiro de 2016 (sexta e sábado), 20h
Onde: Teatro Capiba (SESC Casa Amarela)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Inutilezas (RJ) - Foto: Marco Terra Nova

Inutilezas (RJ) – Foto: Marco Terra Nova

Inutilezas (Inutilezas Produções e Arte Limitada – Rio de Janeiro/RJ)
Quando: Dias 15 e 16 de janeiro de 2016 (sexta e sábado), 21h
Onde: Teatro de Santa Isabel
Quanto: R$ 40 e R$ 20

Luzia no Caminho das Águas (Grupo Engenho de Teatro – Recife/PE)
Quando: Dias 16 e 17 de janeiro de 2015 (sábado e domingo), 16h30
Onde: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Maria Que Virou Jonas ou A Força da Imaginação (SP), com direção de Cibele Forjaz. Foto: Cacá Bernardes

Maria Que Virou Jonas ou A Força da Imaginação (SP), com direção de Cibele Forjaz. Foto: Cacá Bernardes

Maria Que Virou Jonas ou A Força da Imaginação (Cia. Livre – São Paulo/SP)
Quando: Dias 16 e 17 de janeiro de 2016 (sábado e domingo), 19h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Salmo 91 (Cênicas Cia. de Repertório – Recife/PE)
Quando:Dia 16 de janeiro de 2016 (sábado), 20h
Onde: Espaço Cênicas (Av. Marquês de Olinda, 199, sala 201, 2º andar, Bairro do Recife)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Ópera Cordelista Lua Alegria (Paulo Matricó – Recife/PE)
Quando: Dias 16 e 17 de janeiro de 2016 (sábado, 21h,  domingo
Onde: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Elke Canta e Conta, com Elke Maravilha (SP) - Foto: Estúdio Mandala

Elke Canta e Conta, com Elke Maravilha (SP) – Foto: Estúdio Mandala

Elke Canta e Conta (Produção: Maurílio Domiciano – São Paulo/SP)
Quando: Dia 17 de janeiro de 2016 (domingo), 20h
Onde: Teatro de Santa Isabel
Quanto: R$ 50 e R$ 25

Soledad – A Terra é Fogo Sob Nossos Pés (Cria do Palco – Recife/PE)
Quando: Dia 18 de janeiro de 2016 (segunda), 20h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Luas de Há Muito Sóis (Papelão Produções e Fafe Cidade das Artes – Recife/Brasil/  Fafe/ Portugal)
Quando: Dias 18 e 19 de janeiro de 2016 (segunda e terça), 20h
Onde: Teatro Capiba (SESC Casa Amarela)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

O Açougueiro (Alexandre Guimarães – Recife/PE)
Quando: Dia 19 de janeiro de 2016 (terça), 19h
Onde: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Quarteto Encore (Produção: Rafaela Fonsêca – Recife/PE)* *Integrando o Circuito BNDES de Música – Do Erudito ao Popular
Quando: Dia 20 de janeiro de 2016 (quarta), 20h
Onde: Teatro de Santa Isabel
Quanto: gratuito

Jr. (Operários de Teatro – OPTE – Recife/PE)
Quando: Dias 20 e 21 de janeiro de 2016 (quarta e quinta), 20h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Bailaora, com a Cia. Karina Leiro (PE). Foto: Lane Hans

Bailaora, com a Cia. Karina Leiro (PE). Foto: Lane Hans

Bailaora (Cia. Karina Leiro – Recife/PE)
Quando: Dia 20 de janeiro de 2016 (quarta), 20h30
Onde: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Gota  d’Água  –  Fragmentos  e  Outras  Canções  (VI  Turma  de  Iniciação  Teatral  Cênicas Cia. de Repertório –Recife/PE) Dia 21 de janeiro de 2016 (quinta), 20h
Onde: Teatro Apolo
Quanto: R$ 10 (preço único promocional)

Homenagem ao Malandro (Curso de Interpretação para Teatro do SESC Piedade – Jaboatão dos Guararapes/PE)
Quando: Dia 22 de janeiro de 2016 (sexta), 20h
Onde: Teatro Apolo
Quanto: R$ 10 (preço único promocional)

Grito de Guerra, Grito de Amor (Duas Companhias, Coletivo Grão Comum, Apacepe e Fafe Cidada das Artes – Recife /Brasil / Fafe /Portugal)
Quando: Dias 22 e 23 de janeiro de 2016 (sexta e sábado), 20h
Onde: Teatro Capiba (SESC Casa Amarela)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Cavaco e Sua Pulga Adestrada (Caravana Tapioca – Recife/PE)
Quando: Dia 23 de janeiro de 2016 (domingo), 16h30
Onde: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

O Lugar Escuro (Artworks Produções – Porto Alegre/RS)
Quando: Dias 23 e 24 de janeiro de 2016 (sábado e domingo), 19h
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Angelicus Prostitutus (Grupo  Matraca  de Teatro  e SESC Piedade  –  Jaboatão  dos  Guararapes/PE)
Quando: Dia 23 de janeiro de 2016 (sábado), 21h
Onde: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Pernambuco Sonoro (P Castro Produções – Recife/PE)
Quando: Dia 23 de janeiro de 2016 (sábado), 21h
Onde: Teatro de Santa Isabel
Quanto: R$ 40 e R$ 20

Sebastiana e Severina(Teatro Kamikaze – Olinda/PE)
Onde: Dia 24 de janeiro de 2016 (sábado), 16h30
Onde: Teatro Marco Camarotti (SESC Santo Amaro)
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Quatro Pianos no Choro (Paulo de Castro Produções Artísticas – Recife/PE)* *Integrando o Circuito BNDES de Música – Do Erudito ao Popular
Quando: Dia 24 de janeiro de 2016 (domingo), 18h
Onde: Teatro de Santa Isabel
Quanto: Gratuito

Em Nome do Pai (PE). Crédito: Zé Barbosa

Em Nome do Pai (PE). Crédito: Zé Barbosa

Em Nome do Pai (REC Produtores Associados – Recife/PE)
Quando: Dia 24 de janeiro de 2016 (domingo), 21h,
Onde: Teatro Apolo
Quanto: R$ 20 e R$ 10

Circuito BNDES de Música – Do Erudito ao Popular Programação no interior pernambucano

Caruaru (local e horário a confirmar)

Dia 10 de janeiro de 2016 (domingo)
Orquestra de Câmara de Pernambuco

Dia 11 de janeiro de 2016 (segunda)
Spock Quinteto

Goiana (local e horário a confirmar)

Dia 12 de janeiro de 2016 (terça)
Spock Quinteto

Dia 13 de janeiro de 2016 (quarta)
Quarteto Encore

Olinda (local e horário a confirmar)

Dia 14 de janeiro de 2016 (quinta)
Orquestra de Câmara de Pernambuco

Dia 15 de janeiro de 2016 (sexta)
Spock Quinteto

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