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Cênicas Cia faz leitura de João Falcão

Texto Mamãe não pode saber foi montado em 1993

O texto Mamãe não pode saber, de João Falcão, tem 12 personagens. É daquelas histórias onde cada um que tente tirar mais vantagem em cima do outro. Tem, por exemplo, a Dona Glória, que presta, sem o menor talento, um serviço de autoajuda pelo telefone e encara a filha, uma aspirante a modelo de 13 anos, como uma salvação para os problemas financeiros. Há ainda amiga invejosa, o político corrupto. E muita confusão. Será da Cênicas Cia de Repertório a divertida tarefa de fazer uma leitura dramatizada desse texto hoje, às 20h, no Espaço Muda, no Recife, dentro do projeto Leia-se: terça!.

O texto já foi montado aqui no Recife, com direção do próprio João Falcão, em 1993. Tinha no elenco atores como Lívia Falcão, Aramis Trindade e Magdale Alves. Antônio Rodrigues, que assina a direção da leitura que será feita pela Cênicas, diz que viu a montagem nessa época. “A comédia é um estilo que nos interessa muito, principalmente sendo um bom texto como esse. E quase todos do grupo já conheciam o texto. Foi aí que entrei em contato com o João para pedir autorização para fazer a leitura”, conta.

No elenco, além do próprio Rodrigues, Alexandre Guimarães, Ana Souza, Bruna Castiel, Sônia Carvalho e Vinícius Vieira. De acordo com o ator e diretor, o texto já foi escrito para ser encenado por menos atores do que são os personagens. “O texto brinca com isso, inclusive dando características comuns aos personagens indicados para serem feitos por um mesmo ator”.

A Cênicas Cia de Repertório não fazia uma leitura dramatizada aberta ao público desde 2007, quando dentro do festival Recife do Teatro Nacional, eles leram Mura outside, do amazonense Francisco Carlos. “Geralmente quando estudamos um texto e pesquisamos para uma leitura dramatizada, fica sempre um gostinho de se fazer a montagem. Mas daí para a viabilização da produção tem outras peculiaridades. Existem várias etapas a se cumprir entre a realização da leitura e a montagem. Mas era um desejo fazer esse texto”, complementa.

Cênicas Cia de Repertório tem a intenção de montar a peça. Fotos: Luciana Dantas

Uma década – No dia 12 de junho deste ano, a Cênicas Cia de Repertório completa dez anos. O primeiro espetáculo foi Um gesto por outro. Para comemorar, o grupo está montando uma programação especial, que deve contar com a reapresentação de algumas peças do repertório (inclusive da peça de estreia), um ciclo de debates, um documentário e ainda uma exposição de fotografias e figurinos na sede do grupo, no Recife Antigo, espaço que a companhia mantém há um ano. Há também a intenção de reler o texto Mamãe não pode saber.

O último espetáculo do grupo foi Senhora dos afogados, com direção de Érico José, que estreou ano passado no Recife.

Mamãe não pode saber, com a Cênicas Cia de Repertório, no Leia-se: terça!
Quando: nesta terça-feira, às 20h
Onde: Espaço Muda (Rua do Lima, 280, Santo Amaro)
Quanto: contribuição espontânea
Informações: 81 3032-1347

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As mulheres de copas

Quarta bela com as garotas da Trupe de Copas. Fotos: Val Lima

Quase sólidos, último trabalho da Trupe de Copas, que pôde ser visto no Janeiro de Grandes Espetáculos depois de uma temporada no Teatro Apolo ano passado, já tratava de amor. Mas não só. Tinha um texto que dialogava com questões como a morte e a cidade. Agora, as garotas da companhia resolveram mergulhar só no tema do amor. Nesta quarta, às 21h, no Espaço Muda, em Santo Amaro, no Recife, participam de mais uma edição do projeto Quarta Bela, com dois monólogos curtos intitulados Sobre o amor – primeiros exercícios.

Um deles, chamado Amor com mais de 4 letras, foi escrito em parceria pela atriz Viviane Bezerra e pelo publicitário e ator Cleyton Cabral a partir de letras de músicas. “São letras de Chico Buarque, Maria Bethânia, mas também Benito Di Paula, Altemar Dutra, Ivete Sangalo. São coisas que eu gostaria de falar a partir das músicas e também relatos autorais, dos meus amores, das coisas boas, de outras nem tão boas”, explica Viviane, que dirige o próprio monólogo. “Foi como abrir um diário. As músicas e os trechos foram escolhidos por ela e eu fui ajudando a criar a dramaturgia, dividida em três partes: O amor romântico, O amor ferido e O amor superado“, explicou Cleyton Cabral. No exercício, Viviane envereda por novos caminhos, inclusive cantando uma música.

O outro monólogo será encenado por Clara Camarotti, com direção de Lane Cardoso, a partir do universo de Yerma, de Garcia Lorca. “É uma performance. Uma visão mais ritualística e performática. Não estamos usando a dramaturgia mesmo de Lorca, mas principalmente a poesia tão presente em toda a obra e alguns elementos de referência, como a água e o sangue para falar da força dessa mulher”, explica Clara. Ela adianta que os dois monólogos podem sim virar um projeto maior. “São exercícios, que fazem parte das nossas pesquisas”, complementa. Kyara Muniz, outra representante feminina da Trupe de Copas, também está participando do Quarta bela, mas nos bastidores.

Projeto – Ano passado, A Trupe de Copas fez uma leitura do texto Noite de reis, de William Shakespeare, no Espaço Muda. Agora, o projeto de leituras será realizado em parceria com o Sesc. Ainda no primeiro semestre, provavelmente em junho, eles voltam a ler o mesmo texto na Livraria Cultura. “Para o segundo semestre ainda estamos decidindo que textos iremos ler. Ainda não sabemos se escolhemos as comédias ou tragédias”, finaliza Viviane.

Quarta Bela: Sobre o amor – primeiros exercícios, com as atrizes da Trupe de Copas
Quando: nesta quarta, às 21h
Onde: Espaço Muda (Rua do Lima, 280, Santo Amaro)
Quanto: contribuição espontânea
Informações: (81) 3032-1347

Lane, Viviane e Clara

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Diário de um louco no Espaço Muda, no Recife

Carlos Mesquita interpreta o funcionário público. Foto: Xirunba

Existe uma atualidade temática em Diário de um Louco, um dos mais belos contos de Nicolai Gogol. O escritor narra em primeira pessoa e com humor, o peculiar universo de um funcionário público subalterno sem chances de ascensão, na Rússia do século XIX. Quanto mais ele se percebe distante de seus desejos e objetivos – o respeito de chefes e colegas, o amor da filha do diretor –, mais mergulha na fantasia desatinada, como recompensa à dura realidade.

Nesta quinta-feira, às 20h, o espetáculo Diário de um louco terá única apresentação no Espaço Muda, em Santo Amaro, no Recife. Carlos Mesquita interpreta Axenty Ivanovitch Propritchine, o pobre coitado que tem uma existência solitária. A montagem tem adaptação do texto feita por Rubem Rocha Filho e direção realizada por Zdenek Hampl há anos atrás, antes dele morrer.

Por trás da máscara cômica do maluco, é possível perscrutar o sofrimento do homem sem perspectivas.

A produção avisa que a montagem contará com a participação de pacientes do Caps Casa Forte e Recife (Centro especializado em doenças mentais). Eles estarão interagindo artisticamente dentro da montagem do espetáculo.

Diário de um Louco
Quando: quinta 07/04, às 20h
Onde: Espaço Muda (Rua do Lima)
Quanto: R$10

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O palco gira no Recife

Como de costume, o festival Palco Giratório no Recife será realizado no mês de maio. A grade de programação completa – que inclui convidados de outros estados que não estão na circulação nacional e atrações locais – não está totalmente definida. Ainda assim, Galiana Brasil adianta que está dando maior foco para as estreias ou para espetáculos que não conseguiram tanta visibilidade.

Uma das novidades deste ano é a criação de um circuito gastronômico aliado ao festival, com pratos que vão fazer homenagens a espetáculos da programação. As criações serão do chef César Santos, do restaurante Oficina do sabor. “Os locais que vão participar deste circuito ainda estão sendo fechados, mas sei, por exemplo, que o restaurante do Senac já foi confirmado”, diz Galiana.

O Espaço Muda (Rua do Lima), que vem se firmando como reduto e alternativa para vários espetáculos cênicos, foi incluído no festival. Vai sediar a Cena bacante, programação que será realizada no final das noites, depois das sessões nos teatros tradicionais. “Será uma celebração com teatro e vinho”, propõe a curadora.

O recurso de audiodescrição, utilizado ano passado em alguns espetáculos locais, para facilitar o acesso às pessoas com deficiência ou dificuldades visuais, deve ser ampliado. “Queremos que tenha audiodescrição para um número maior de espetáculos. Rebú, por exemplo, da companhia Teatro Independente, do Rio de Janeiro, terá o recurso”.

Rebú terá recurso de áudiodescrição / Foto: Paula Kossatz

A expectativa é que a grade de programação tenha entre 15 e 20 espetáculos de várias linguagens – assim como é a própria seleção do Palco nacional – com montagens de teatro adulto, infantil, dança, teatro de rua, de animação. Alguns acertos ainda precisam ser fechados. “Queríamos muito trazer o Teatro Piollin, de João Pessoa, com o espetáculo Retábulo, mas ainda não sabemos como será, porque eles precisavam de um espaço como era o Teatro Armazém, e talvez o Nascedouro de Peixinhos, que poderia ser uma alternativa, esteja em reforma”, diz.

Espetáculo do Piollin pode vir ao Recife no Palco

Os espaços que vão participar da mostra, aliás, também não foram decididos. O Parque Dona Lindu, por exemplo, poderia ser uma opção. Para alguns teatros municipais, no entanto, como o Teatro Apolo e o Barreto Júnior, o festival terá que arcar com alguns custos extras, como o aluguel de iluminação. “É ruim, porque esse dinheiro poderia servir para trazer mais grupo”, finaliza Galiana.

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Amor de blog

“Oi, no momento não posso atender, deixe seu recado após o sinal que em breve retornarei, disse a secretária eletrônica com voz de me coma de quatro. Eu não deixei nenhum recado, continuei mudo segurando o telefone na orelha. É tão engraçado, a gente para no tempo e fica viajando sem mala e sem avião, o passaporte era o telefone, pus no gancho e entrei no carro. Apenas uma luz acesa naquele edificiozão. O apartamento dela iluminado, as janelas abertas e apenas uma secretária lá dentro, eletrônica. Só pode ser uma patologia, só pode. Vou contar um segredo porque sou seu amigo e confio em você: tenho fixação pela secretária eletrônica. Eu sei que é a Vanessa, mas aquela voz, aquela voz parecia ser de outra pessoa. Eu ligava mais de trinta vezes por dia só para poder ouvir ela dizendo oi, no momento não posso atender, deixe seu recado após o sinal que em breve retornarei”. (Cleyton Cabral)

Gostou? Terça-feira, no Espaço Muda (Rua do Lima, 280, Santo Amaro) tem muito mais! Esse foi só um trechinho de um texto que ‘pesquei’ do blog Cleytudo; vários deles serviram de base para esta edição do Leia-se: Terça!, que está sob a direção de Rafael Almeida, e traz no elenco Evandro Lira, Fernanda Mélo, Luana Lira, Luciana Pontual e Thiago França.

“São textos sumários falando dos encontros e desencontros do coração, a descoberta do amor, as ilusões e desilusões amorosas. Os textos falam do cotidiano, mas de uma forma peculiar”, conta Rafael. A leitura dramática de Hoje quero falar de amor está marcada para 20h. E já estamos sabendo que na próxima edição, o texto também é de Cleyton, mas desta vez um infantil, que participou de uma série de leituras dramáticas no Sesc Santo Amaro no fim do ano passado (foi em janeiro deste ano!): O menino da gaiola. Ah, não tem cobrança de ingresso, tá? É “contribuição espontânea”!

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