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Teatro de reflexão e resistência. Vem aí a MITsp!

Espetáculo belga abre a 4ª MITsp. Foto: Phile Deprez

Espetáculo belga abre a 4ª MITsp. Foto: Phile Deprez

Que estamos vivendo uma crise econômica, política, social, não há nisso novidade. Um golpe arquitetado por homens brancos, ricos, corruptos e vestindo ternos tirou do poder a presidenta Dilma Rouseff. Depois disso, diariamente, nos deparamos com notícias e declarações que nos fazem quase perder a fé de que ainda há alguma possibilidade neste país. Mas qual o papel dos artistas diante disso? E de um festival de teatro? A quarta edição da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, que começa na próxima terça-feira (14) e dura uma semana (21), decidiu ao menos (um grande intento) tentar refletir sobre o momento que estamos atravessando. O texto curatorial, praticamente um manifesto, assinado por Antônio Araújo, diretor artístico da MITsp, e Guilherme Marques, diretor geral de produção, fala sobre resistência. “Não apenas resistência de sobrevida para um festival ainda novo, mas de fortalecimento da imaginação, de recusa ao cinismo, de superação da apatia e, principalmente, de continuar acreditando na nossa capacidade de ação e de transformação. Recusamos, em igual medida, tanto o estado de coisas a que chegou este país, quanto o estado de ‘coisa’ que insistem em nos imputar”.

Desde a primeira edição da MITsp, não só a curadoria dos espetáculos faz com que a mostra tenha se tornado a mais significativa do país para o teatro de pesquisa, mas a ideia fundamental de que teatro e reflexão andam juntos. Se os espetáculos conseguem, em sua grande maioria, nos tirar do eixo pela experimentação artística, pelas temáticas, pelas abordagens, pelo hibridismo de linguagem, a discussão criada em torno desses espetáculos e do próprio teatro sempre foi um dos pilares da mostra. Este ano, a curadoria do eixo denominado Olhares Críticos, responsável por pensar todas essas conexões em torno da reflexão que a mostra pode gerar, foi assinada pelos jornalistas e críticos Kil Abreu e Luciana Romagnolli. As ações pedagógicas continuam sob a responsabilidade da jornalista Maria Fernanda Vomero. Há ainda o seminário internacional Discursos sobre o Não Dito: racismo e a descolonização do pensamento, cuja curadoria é de Eugênio Lima e Majoí Gongora.

A mostra começa oficialmente (algumas atividades pedagógicas já iniciaram) no Theatro Municipal de São Paulo, dia 14, com o espetáculo belga Avante, Marche!, direção de Alain Platel, Frank Van Laecke e Steven Prengels. Uma banda de música, que pode servir como retrato da nossa sociedade, e a situação de saúde de um músico nos colocam diante da resistência e da finitude. O espetáculo vai contar com músicos brasileiros, sob a regência do maestro Carlos Eduardo Moreno. Para quem for na segunda sessão, no dia 15, um presente: Tom Zé vai comentar o espetáculo ao final da apresentação, na ação intitulada Diálogos Transversais.

Artista libanês Rabih Mroué apresenta três trabalhos. Foto: Houssam Mchiemech

Artista libanês Rabih Mroué apresenta três trabalhos. Foto: Houssam Mchiemech

Ainda no dia 14, começam as sessões da Mostra Rabih Mroué. O artista visual, dramaturgo, diretor e performer libanês apresenta três espetáculos: Tão Pouco Tempo, Revolução em Pixels e Cavalgando Nuvens. Na coletiva de imprensa da mostra, Antônio Araújo revelou que tenta trazer o artista à MITsp há alguns anos. O trabalho de Rabih Mroué condiz com um dos principais eixos da mostra este ano: o teatro documentário, produções que utilizam fatos reais, documentos, história. No caso do libanês, o contexto de guerra do seu país é levado ao palco, como em Revolução em Pixels, quando ele discute como os sírios estavam documentando a guerra e a própria morte; ou em Cavalgando Nuvens, que tem como performer seu irmão, vítima de um tiro durante a guerra civil libanesa. A ação Pensamento-em-processo, uma conversa com Rabih Mroué, sua esposa (que também é performer em Tão Pouco Tempo) Lina Majdalanie, e seu irmão Yasser, será mediada no dia 16, às 10h, no Itaú Cultural, por Pollyanna Diniz, uma das editoras do Satisfeita, Yolanda?.

Por que o Sr. R, Enlouqueceu? Foto: Ju Ostkreuz

Por que o Sr. R, Enlouqueceu? Foto: Ju Ostkreuz

Outros três espetáculos internacionais compõem a MITsp: o alemão Por que o Sr. R. Enlouqueceu?, com direção de Susanne Kennedy para a Münchner Kammerspiele, uma montagem que faz a adaptação do filme homônimo de Rainer Werner Fassbinder; Mateluna, continuação de Escola, vista na primeira MITsp, do chileno Guillermo Calderón; e Black Off, de Ntando Cele, diretora e performer da África do Sul. Esse último trabalho compõe outro eixo significativo na MITsp: a discussão sobre racismo, empoderamento negro, branquitude e opressão. Tanto que dois dos três espetáculos brasileiros que integram a mostra, A Missão em Fragmentos: 12 cenas de descolonização em legítima defesa, com direção de Eugênio Lima, e Branco: o cheiro do lírio e do formol, de Alexandre Dal Farra e Janaina Leite, enveredam por esse caminho, mas por diferentes vias. O terceiro espetáculo brasileiro da mostra é Para que o céu não caia, da Lia Rodrigues Companhia de Danças. Os ingressos já estão esgotados, mas quem teve a sorte de comprar para a sessão do dia 18 de Para que o céu não caia, no Sesc Belenzinho, vai ter a chance de ouvir o xamã yanomami Davi Kopenawa, cujo livro inspirou o espetáculo, ao fim da apresentação, nos Diálogos Transversais.

Branco: o cheiro do lírio e do formol. Foto: André Cherri

Branco: o cheiro do lírio e do formol. Foto: André Cherri

Dentro dos Olhares Críticos, alguns destaques: o seminário Dimensões públicas da crise e formas de resistência, que contará com quatro mesas e convidados como Heloisa Buarque de Hollanda, Marcio Abreu, Vladimir Safatle, Suely Rolnik e Marcelo Freixo; uma discussão sobre teatro na Palestina, com o diretor Ihab Zahdeh, a atriz Andrea Giadach e Maria Fernanda Vomero; uma entrevista pública com Guillermo Calderón; o lançamento da nona edição da Trema! Revista de Teatro, do Recife; e a mesa Crítica e engajamento, uma proposta da DocumentaCena – Plataforma de Crítica (que reúne Satisfeita, Yolanda?, Questão de Crítica e Horizonte da Cena), que será mediada por Ivana Moura, editora do Satisfeita, Yolanda?.

O Satisfeita, Yolanda?, aliás, acompanha a MITsp desde a sua primeira edição. Este ano, participamos novamente da mostra escrevendo críticas que serão distribuídas nos teatros e publicadas aqui no blog e no site da MITsp.

Confira a programação completa da MITsp no site da mostra.

Mateluna. Foto: Felipe Fredes

Mateluna. Foto: Felipe Fredes

Para Que o Céu Não Caia. Foto: Sammi Landweer

Para Que o Céu Não Caia. Foto: Sammi Landweer

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DocumentaCena debate sobre crítica em Curitiba

A Maldade Humana está na Mostra DocumentaCena

A Maldita Raça Humana está na Mostra DocumentaCena

Na famosa concepção de Roland Barthes, “a crítica não é uma ‘homenagem’ à verdade do passado, ou à verdade do ‘outro’, ela é construção da inteligência do nosso tempo”. [1] Os enfrentamentos da crítica com a obra não perseguem a descoberta de uma verdade cifrada, mas potências interpretativas para dialogar com assuntos atuais. Assim pode ser na construção de vários caminhos.

“Problemática, polêmica, ameaçada de falência e de estar à margem do seu próprio universo de atuação, ela não se cala. Sob olhares desconfiados por todos os lados ela permanece, há séculos, como pedra, sobrevivendo aos que não lhe querem. Maldita, é infalível e independente. Se não há mais lugar para ela aqui, encontra acolhimento ali, transita, transmuda, se move. A crítica não está falida, não está morta e pertence mais ao mundo da arte do que muitos eventos que se autodenominam artísticos. Ela está apenas em crise. Bom para ela: este é o seu habitat natural”[2]. Começa dessa forma um artigo de 2008 da crítica e pesquisadora Daniele Avila Small.

A crítica aceita novas configurações e merece ser discutida no contexto de aproximação com artistas e público. É o que propõe a 1ª Mostra DocumentaCena, promovida pela DocumentaCena – Plataforma de Crítica, que ocorre de 8 a 10 de novembro, e o Idiomas – Fórum Ibero-Americano de Crítica de Teatro, de 11 a 13, ambos em Curitiba.

A ideia na mostra é que artistas, pesquisadores e críticos possam acompanhar peças teatrais de artistas curitibanos, conversas com os grupos, uma oficina de crítica e dramaturgia, além do lançamento de publicações especializadas em teatro.

Ilíada – Canto XIII, com direção de Octávio Camargo e performance da artista Katia Horn; Os Pálidos, da Cia Senhas de Teatro, com direção de Sueli Araujo, e A Maldita Raça Humana, da Companhia Teatro de Breque, com direção de Nina Rosa Sá, integram o repertório de peças e exibem diferentes linguagens e gerações do teatro de Curitiba.  Após as sessões, os grupos se dispõem a conversar sobre os trabalhos com o público.

Daniele Avila Small, fundadora e editora da revista eletrônica Questão de Crítica está na curadoria da Mostra DocumentaCena ao lado de Luciana Romagnolli, fundadora e editora do site Horizonte da Cena. Essa é a  primeira mostra realizada pela DocumentaCena – Plataforma de Crítica, coletivo formado pelo site Horizonte da Cena (Belo Horizonte/MG), pelo blog Satisfeita, Yolanda? (Recife/PE) e pela revista eletrônica Questão de Crítica (Rio de Janeiro/RJ).

Ilíada Canto-13

Ilíada Canto 13, com a artista Katia Horn

“Claro que me aborrece deixar os criadores aborrecidos comigo. Seria mais fácil continuar a dar e receber palmadinhas nas costas”, escreveu o crítico português Jorge Louraço, no Manifesto (2006) Como fazer inimigos. Para depois perguntar, no mesmo artigo, “como garantir que o crítico não se deixa influenciar pelos amigos? É difícil. Cada vez que ele dá uma opinião sincera, tem de pedir desculpa, ou aceitar o desafio para o duelo e arranjar um padrinho de armas”. Muitas críticas pelo caminho e 10 anos depois, ele ministra As Mãos Sujas de Sangue, Oficina de Crítica e Dramaturgia.

No encontro de três dias no Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França (8 a 10 de novembro) o dramaturgo e crítico teatral Jorge Louraço, vai dissecar várias possibilidades da criação cênica. Sua proposta é edificar a relação da crítica teatral com a adaptação dramatúrgica. Para isso será analisado o texto Macbeth, de Shakespeare. Os participantes irão colaborar na re-escrita de uma cena da peça.

No dia 10 de novembro, às 16h, na Casa Selvática, acontece o lançamento da Trema! Revista, de Pernambuco, e do Caixa de Pont[o] – Jornal de Teatro, de Santa Catarina.

Oscar Conargo participa do Fórum Idiomas

O espanhol Óscar Cornago participa do Fórum Idiomas. Foto: Divulgação

Depois da Mostra, começa o Idiomas – Fórum Ibero-Americano de Crítica de Teatro, na CAIXA Cultural Curitiba. O exercício da crítica de teatro e seus desafios na atualidade são os temas-chaves do fórum. Especialistas nacionais e internacionais (pensadores de Portugal, Espanha, Uruguai e Argentina), participam da empreitada.

Rui Pina Coelho (Portugal) e Óscar Cornago (Espanha) debatem as transformações da crítica na Península Ibérica, enquanto o teórico Jorge Dubatti (Argentina) e a crítica María Esther Burgüeño (Uruguai) tratam do mesmo tema na América Latina. A mesa com Bernardo Borkenztain (Montevidéu), Welington Andrade (São Paulo) e a encenadora Sueli Araújo (Paraná) trata de poderes e legitimação. Patrick Pessoa e Mariana Barcelos (Rio de Janeiro), Daniel Toledo (Minas Gerais) e Jorge Louraço (Portugal) trabalham com o pêndulo do crítico como artista e espectador.

Teórico Jorge Dubatti fala no Idiomas. Foto: Divulgação

Teórico Jorge Dubatti fala no Idiomas. Foto: Divulgação

[1] BARTHES, Roland. O que é a crítica. In: Crítica e verdade. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 2013, p. 163

[2] AVILA SMALL, Daniele. O que é, mais uma vez, a crítica? Breve estudo sobre a crítica de teatro. In: Questão de Crítica – Revista eletrônica de críticas e estudos teatrais. 10 de junho de 2008.

  • SERVIÇO
    MOSTRA DOCUMENTACENA

    Crítico de teatro português Jorge Louraço. Foto: Divulgação

    Crítico de teatro português Jorge Louraço. Foto: Divulgação

    De 8 a 10 de novembro de 2016
    As Mãos Sujas De Sangue
    Oficina de Crítica e Dramaturgia com Jorge Louraço (PT)
    Esta oficina parte da análise de uma crítica teatral para a exploração das várias dimensões da realização cênica, estabelecendo a relação da crítica teatral com a adaptação dramatúrgica, culminando na simulação de uma adaptação teatral de Macbeth.
    Centro Cultural Sesi Heitor Stockler De França
    (Av. Marechal Floriano Peixoto, 458 – centro)
    das 10h às 13h
    ENTRADA FRANCA via inscrição através do email: sesicultura.hsf@sesipr.org.br
    (enviar uma biografia de 5 linhas)

    Ilíada  – Canto XIII
    Ilíada, obra de tradição oral atribuída a Homero, é um dos mais importantes poemas épicos da Grécia Antiga. Trata da guerra de Troia, iniciada pelo sequestro de Helena (a mais bela mortal do mundo) por Páris, príncipe de Troia. Helena era a esposa de Menelau, o rei de Esparta, uma das principais cidades-Estado da Grécia. No canto XIII, Poseidon se apieda dos gregos e os motiva para a guerra. Nessa peleja os deuses gregos ficaram divididos. Do lado dos gregos (aqueus) estavam Hera, Atena, Poseidon, Hefesto, Tétis (mãe de Aquiles). E do lado dos troianos, Apolo, Afrodite, Ares, Ártemis, Leto. Zeus e Hades mantiveram-se neutros.

    Teatro Sesi Portão
    (R. Padre Leonardo Nunes, 180 – Portão, Curitiba – PR)
    às 19h30
    Entrada franca.
    Ficha Técnica
    Direção: Octavio Camargo | Elenco: Katia Horn|  Iluminação: Beto Bruel | Assistência, desenho de mapa e execução de luz: Daniele Regis | Cenografia: Eneas Lour |  Figurino: Ricardo Garanhani | Captação de áudio: Filipe Castro |  Arte gráfica: Foca Cruz |  Fotografia e documentação: Gilson Camargo| Tradução: Manoel Odorico Mendes | Realização: Ilíadohomero Companhia de Teatro
    Duração: 65 minutos | Classificação: 12 anos

    9 de novembro de 2016
    Os Pálidos

    Os pálidos Foto: Elenize Dezgeniski

    Os pálidos Foto: Elenize Dezgeniski

    Dois clássicos de Luis Buñuel: O Anjo Exterminador e O Discreto Chame da Burguesia são os detonadores da peça Os Pálidos, que questiona sobre estados de inércia, paralisação e anestesia em um ato urgente de pensar o mundo e a cena. Com texto e direção de Sueli Araujo, o espetáculo ocorre em dois ambientes simultaneamente, dividindo a plateia e propondo um diálogo permanente com o público.
    Sede Da Ciasenhas de Teatro
    (R. São Francisco, 35 –  centro)
    às 19h30
    Entrada franca 
    Ficha Técnica
    Dramaturgia e Direção: Sueli Araujo | Atuação: Anne Celli, Ciliane Vendruscolo, Greice Barros, Luiz Bertazzo e Rafa di Lari | Cenário e Figurino: Paulo Vinícius | Designer de Som: Ary Giordani | Designer de Luz: Wagner Corrêa | Direção de Produção: Marcia Moraes | Produção Executiva: Edran Mariano | Assistente de Produção: Mariana Freitas | Designer Gráfico: Adriana Alegria | Assessoria de Imprensa: Fernando de Proença | Fotos: Elenize Dezgeniski
    Duração: 90 minutos | Classificação: 12 anos
    8 de novembro de 2016

    10 de novembro de 2016

    peça desloca o olhar da plateia ao abrir mão da linguagem falada e investir na dramaturgia do gesto para potencializar os sentidos e contar uma história

    Peça investe na dramaturgia do gesto para potencializar os sentidos e contar uma história. Foto Daniel Assal

    A Maldita Raça Humana
    Peça livremente inspirada no livro Dicas Úteis para uma Vida Fútil, de Mark Twain, A Maldita Raça Humana desmascara o bestial por trás do verniz altruísta do homem, trazendo o politicamente incorreto para a discussão em cena. A ironia é quem dá leveza ao enredo, construído com recortes aparentemente banais do cotidiano, mas que reunidos levantam uma suspeita: a sociedade não é tão inocente assim. 
    Teatro Sesi Portão
    (R. Padre Leonardo Nunes, 180 – Portão, Curitiba – PR)
    às 19h30
    Entrada franca
    Ficha Técnica
    Direção: Nina Rosa Sá | Elenco: Rodrigo Ferrarini, Pablito Kucarz e Gabriel Gorosito | Luz: Nadja Naira | Sonoplastia: Marcelo Torrone | Cenário: Paulo Vinícius | Direção de Movimento: Carmem Jorge | Figurinos: Maureen Miranda | Direção de Produção: Michele Menezes | Dramaturgia: Criação Coletiva
    Duração: 65 minutos | Classificação: Livre

    Lançamento da Trema! Revista e do Caixa de Pont[O] – Jornal de Teatro
    Casa Selvática
    (R. Nunes Machado, 950 – Rebouças, Curitiba – PR)
    às 16h
    Entrada franca.

  • Programação

    IDIOMAS – FÓRUM IBERO-AMERICANO DE CRÍTICA DE TEATRO

    Data: 11 de novembro (sexta-feira)

    Horário: das 19h às 22h
    TRANSFORMAÇÕES E DESAFIOS DA CRÍTICA CONTEMPORÂNEA – PENÍNSULA IBÉRICA – com Rui Pina Coelho (Portugal) e Óscar Cornago (Espanha). Mediação: Daniele Avila Small (Rio de Janeiro).

    Data: 12 de novembro (sábado) 

    Horário: das 10h às 12h30
    PODERES E LEGITIMAÇÕES DA CRÍTICA DE TEATRO – com os críticos Bernardo Borkenztain (Montevidéu) e Welington Andrade (São Paulo) e da encenadora Sueli Araújo (Paraná). Mediação: Francisco Mallman (Paraná).

    Horário: das 14h30 às 17h00
    CRÍTICA DE CURADOR E DE PESQUISADOR – com a curadora Paula de Renor (Pernambuco), Rodrigo Eloi da Silva (São Paulo) e a pesquisadora Michele Rolim (Rio Grande do Sul). Mediação: crítica Soraya Belusi (Minas Gerais).

    Horário: 18h
    Lançamento do site DocumentaCena – Plataforma de crítica

    Horário: das 19h00 às 21h30
    O CRÍTICO COMO ARTISTA E ESPECTADOR – com os críticos Patrick Pessoa e Mariana Barcelos (Rio de Janeiro), Daniel Toledo (Minas Gerais) e Jorge Louraço (Portugal). Mediação: Pollyanna Diniz (Pernambuco).

    Data: 13 de novembro (domingo)

    Horário: das 11h às 13h30
    TRANSFORMAÇÕES E DESAFIOS DA CRÍTICA CONTEMPORÂNEA – AMÉRICA LATINA. Com o crítico teórico Jorge Dubatti (Argentina) e a crítica María Esther Burgüeño (Uruguai). Mediação: Luciana Romagnolli (Minas Gerais).

    Serviço
    Fórum: Idiomas – Fórum Ibero-Americano de Crítica de Teatro

    Local: CAIXA Cultural Curitiba, Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Curitiba (PR)
    Data: 11 a 13 de novembro de 2016 (sexta a domingo)
    Horário: sexta, das 19h às 22h. Sábado, das 10h às 12h30, das 14h30 às 17h00, 18h00 e  das 19h00 às 21h30. Domingo, das 11h às 13h30.
    Ingressos: entrada franca mediante retirada de ingressos na bilheteria para a palestra do dia
    Bilheteria: (41) 2118-5111 (de terça a sexta, das 12h às 20h, sábado, das 9h às 18h30, domingo, das 10h às 19h)
    Classificação etária: livre para todos os públicos
    Lotação máxima: 125 lugares (2 para cadeirantes)

    Site: idiomasforum.wordpress.com

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DocumentaCena ministra oficina na Mostra Capiba

Entre os dias 17 e 21 de outubro, a DocumentaCena – Plataforma de Crítica realiza a primeira ação na capital pernambucana: uma oficina de crítica teatral. Formada pelo site Horizonte da Cena (Belo Horizonte/MG), pelo blog Satisfeita, Yolanda? (Recife/PE) e pela revista eletrônica Questão de Crítica (Rio de Janeiro/RJ), a DocumentaCena é uma iniciativa de intercâmbio entre críticos, jornalistas e pesquisadores de teatro de diferentes estados do Brasil. Juntos, os profissionais dos três veículos já fizeram coberturas críticas, oficinas e debates em eventos como a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp, em 2014, 2015 e 2016), a II Bienal de Teatro da USP (2015) e o Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto (2013), em Belo Horizonte.

O Ateliê de Crítica e Reflexão Teatral, que integra a programação formativa da Mostra Capiba de Teatro, realizada pelo Sesc Casa Amarela, será ministrado por Ivana Moura, do Satisfeita, Yolanda?, e Luciana Romagnolli, crítica, pesquisadora e jornalista, uma das idealizadoras e editoras do site Horizonte da Cena. A oficina é uma realização do Cena em Questão, da programação sistemáticas dos Núcleos de Pesquisa e Memória das Artes Cênicas do Sesc Nacional.

Ivana Moura ministra Ateliê de crítica ao lado de Luciana Romagnolli. Foto: Guto Muniz

Ivana Moura ministra Ateliê de crítica ao lado de Luciana Romagnolli. Foto: Guto Muniz

Especialista em Literatura Dramática e Teatro (UTFPR), mestre em Artes (EBA-UFMG) e doutoranda em Artes Cênicas (ECA-USP), Luciana Romagnolli foi repórter nos jornais O Tempo (MG) e Gazeta do Povo (PR). Já Ivana Moura possui mestrado em Teoria da Literatura (Letras – UFPE) e especialização em Jornalismo e Crítica Cultural (UFPE). No Diario de Pernambuco, foi repórter e editora do caderno de Cultura entre os anos de 1989 e 2013.

Luciana Romagnolli é uma das idealizadoras e editoras do site Horizonte da Cena. Foto: Guto Muniz

Luciana Romagnolli é uma das idealizadoras e editoras do site Horizonte da Cena. Foto: Guto Muniz

As discussões no Ateliê pretendem contemplar apontamentos sobre a história da crítica de teatro no Brasil, a função da crítica, os problemas dos juízos de valor, a produção de subjetividade, além de questões bastante em voga no teatro contemporâneo, como o lugar do espectador. O lugar da crítica de teatro e o jornalismo cultural também devem ser abordados durante as aulas, que acontecem sempre das 14h às 18h, no Cineclube Coliseu, no Sesc Casa Amarela.

Os participantes da oficina terão a chance de discutir a produção cênica pernambucana e experimentar a prática da crítica, a partir da programação da Mostra Capiba, que vai de 14 a 22 de outubro. As inscrições para a oficina terminam nesta sexta-feira (14).

Confira também a matéria sobre a programação da Mostra Capiba.

Serviço:
Ateliê de Crítica e Reflexão Teatral, com Ivana Moura e Luciana Romagnolli
Quando: De 17 a 21 de outubro, das 14h às 18h
Onde: Cineclube Coliseu (Sesc Casa Amarela)
Quanto: Gratuito
Inscrições: Podem ser feitas até o dia 14, através do link: https://docs.google.com/forms/d/1383c1symrs2ByZrCFvMJdTqBVuBv6zxmEOxPEZAYnms/viewform?edit_requested=true

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Contra o feminicídio, por todas nós

Para Aquelas que Não Mais Estão. Foto: Roderick Steel

Para Aquelas que Não Mais Estão. Foto: Roderick Steel

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Há muito pouco tempo, questões cruciais da nossa sociedade, como violência contra a mulher e racismo, estavam colocadas dentro de um espaço de penumbra. A imagem que vem à mente neste momento de escrita é que funcionava mesmo como se um voal, daqueles fininhos e que deixam entrever o outro lado, envolvesse tudo que não poderia ser realmente dito, gritado, urrado. Mas todos, de alguma forma, enxergavam. Sabiam o que se passava, mas não necessariamente precisavam se posicionar. É como se não nos sentíssemos no lugar de corresponsáveis pela construção de um tecido muito mais amplo, estrutural.

Desse modo, a consciência crítica que poderia surgir a partir do debate coletivo sobre temas fundamentais até hoje não conseguiu se instaurar de modo mais amplo. Finalmente, ao custo de muita dor, lágrimas, violência de todos os tipos, as coisas parecem estar mudando. O verdadeiro “monitoramento” social que se instalou principalmente com a internet e, depois, com as mídias sociais, para o bem e para o mal, tem provocado transformações significativas na maneira como nos colocamos diante de situações que, antes, estariam restritas praticamente à vida privada.

Por exemplo: é da minha conta sim quando mais uma mulher é vítima de qualquer tipo de violência. Seja a violência de se privar de fazer alguma coisa – usar uma roupa curta ou justa, sair à noite, sentar no bar para tomar uma cerveja sozinha -, seja o preconceito no ambiente de trabalho, a obrigatoriedade de se encaixar em padrões pré-estabelecidos, ou o feminicídio. Vivemos por muito tempo numa sociedade que culpabilizava as vítimas, como se coubesse às mulheres o papel de evitar estupros, assédios, mortes. Não, não é crime passional. É feminicídio.

O “textão” que poderia se encaixar em algum post no facebook – são muito significativas campanhas que denunciam, por exemplo, o primeiro assédio, ou atitudes que não seriam normalmente enquadradas na categoria de machismo, além de todas as comunidades feministas que surgiram na rede – na realidade é para tratar de arte. A performance Para Aquelas Que Não Mais Estão, vista durante a II Bienal Internacional de Teatro da Universidade de São Paulo, foi fruto de uma parceria entre a atriz, performer e ativista mexicana Violeta Luna e o Coletivo Rubro Obsceno, de São Paulo.

Performance foi fruto de uma parceria entre a atriz, performer e ativista mexicana Violeta Luna e o Coletivo Rubro Obsceno, de São Paulo. Foto: Reprodução Twitter Tusp

Performance foi fruto de uma parceria entre a atriz, performer e ativista mexicana Violeta Luna e o Coletivo Rubro Obsceno, de São Paulo. Foto: Reprodução Twitter Tusp

Assim como a performance Espaço de silêncio, da dramaturga, professora e atriz Nina Caetano, também apresentada durante a Bienal, Para Aquelas que Não Mais Estão tratou do feminicídio sem subterfúgios, de maneira clara e direta. De fato, são posturas que trazem como resultado a ampliação, ou a renovação, do potencial político da arte. Estamos falando de um teatro que não se esquiva de pensar a realidade na qual que vivemos, que consegue manusear os dados concretos de violência e expandir significados através da articulação entre discurso, ação e poética.

No espaço delimitado por faixas de construção, um verdadeiro ringue de horrores, mas também uma arena de libertação, Violeta Luna, Letícia Olivares e Stela Fischer deram a ver histórias de muitas mulheres. Mortas com tiros de revólver, pedra, cabo de vassoura, faca, tesoura. Fica absolutamente claro que, geralmente, o criminoso é alguém com envolvimento afetivo com a vítima, e que a violência em si não carrega preconceitos: todas são vítimas, mulheres de todas as raças, classes sociais, idades.

Uma pilha enorme de roupas colocada no centro da cena traz associações óbvias com a tarefa cotidiana de vestir-se, mas também com a brutalidade com que simplesmente essas mulheres são limadas da existência. Histórias de jovens, adultas e até de crianças vítimas de violência são trazidas à tona. A cenografia foi organizada de forma que em cada pequeno nicho uma ação se desdobra, como quando uma das performers de fato simula ser vítima de um feminicídio e tem seu corpo estendido no chão, coberto por areia.

Durante toda a performance, os espectadores estão em pé ou sentados no chão, se assim desejarem. Não foram disponibilizadas cadeiras no espaço. Mesmo que não fosse objetivo ainda da cena promover uma interação mais direta, quando as três performers estavam sozinhas no ringue, a situação é mesmo de desconforto e também, talvez, de fazer refletir sobre passividade. De maneira mais generalizada, tudo o que se passa ali – ou nas imagens projetadas fora do ringue – deixa claro o quanto somos coniventes como sociedade, o quanto falimos na proteção às nossas mulheres.
Essas mulheres ainda estão à margem, ignoradas e invisíveis.

O espetáculo termina depois de um momento muito significativo. As performers iniciam uma espécie de memorial às vítimas, um velório ritualístico. As velas acessas carregam os nomes e as idades das vítimas, ditas em voz alta. Trata-se de uma construção da nossa memória coletiva, que não registra, por conta de uma lógica perversa fundamentada no machismo, milhares de mulheres mortas todos os dias. Para Aquelas que Não Mais Estão termina com um silêncio ensurdecedor. O tema tratado na performance, e a maneira como foi abordado, não deixam espaço para aplausos, por exemplo. Não temos ainda o que comemorar, mas podemos dizer que a arte, a partir de algumas iniciativas desse tipo, também está fazendo a sua parte nessa luta contra o feminicídio.

Performance promoveu um velório simbólico para as vítimas. Foto: Reprodução Twitter Tusp

Performance promoveu um velório simbólico para as vítimas. Foto: Reprodução Twitter Tusp

Ficha técnica:
Criação e atuação: Violeta Luna e Coletivo Rubro Obsceno (Leticia Olivares e Stela Fischer)

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Escrito no contexto da II Bienal Internacional de Teatro da USP (27/11 a 18/12).

A DocumentaCena – Plataforma de Crítica articula ideias e ações do site Horizonte da Cena, do blog Satisfeita, Yolanda?, da Questão de Crítica – Revista Eletrônica de Críticas e Estudos Teatrais e do site Teatrojornal – Leituras de Cena. Esses espaços digitais reflexivos e singulares foram consolidados por jornalistas, críticos ou pesquisadores atuantes em Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. A DocumentaCena realizou cobertura da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a MITsp (2014 e 2015); do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília (2014 e 2015); da Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo, em São Paulo (2014 e 2015); e do Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, em Belo Horizonte (2013).

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Do maracatu às Torres Gêmeas*

Ramadança. Foto: Reprodução Facebook Tusp

Ramadança. Foto: Reprodução Facebook Tusp

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O vestido ricamente bordado brilha enquanto o corpo gira muito lentamente. Na cabeça uma coroa completa a indumentária de uma rainha do maracatu nação ou maracatu de baque solto. A principal referência trazida pelo ator, diretor e dramaturgo Ricardo Guilherme no figurino do espetáculo Ramadança, exibido durante a II Bienal Internacional de Teatro da USP, está carregada de significados. Vamos apontar alguns deles mas, para isso, é necessário fazer um recuo na história da humanidade. Lá atrás, quando a expansão do islamismo na África converteu líderes africanos à religião de Alá e escravizou os “infiéis”. Os escravos negros se transformaram em mercadoria de valor do mundo árabe.

Nessas “guerras santas” com objetivo de islamizar populações, muita gente foi capturada em vários locais, mas principalmente na África negra, para se tornaram escravos do mundo muçulmano. O tráfico se transformou um negócio lucrativo e os portugueses entraram nessa disputa.

Sabemos em linhas gerais o que aconteceu no Brasil após a diáspora forçada dos africanos. Rebeliões, violências e muitas estratégias para manter a tradição religiosa e cultural. Chegamos então ao maracatu, que teve terreno fértil em Pernambuco, e se expandiu pelo Nordeste, e depois pelo Brasil. A coroação e os cortejos dos maracatus ganharam permissão do governo e da igreja, como forma de controle social, num determinado momento, mas depois foram proibidos e perseguidos por seu poder de articulação. E, por fim, o maracatu foi inserido no mercado cultural.

Quando o ator escolhe a figura da rainha do maracatu, não é apenas um vestido. Essa indumentária da rainha do maracatu nação carrega consigo um histórico de tensões e reivindicação de espaço e visibilidade. O maracatu traz consigo a substância árabe. Esse é um dado importante para vincular o islamismo à cultura negra, o que o ator faz.

É muito importante e significativa a calunga ou boneca – de madeira, de cera de cor negra, que representam ancestrais -, mas que já apareceu de plástico e branca. Fiquemos, porém, na tradição. Se a boneca é negra e o ator apresenta a boneca branca para despedaçá-la, há um sentido de revolta, de resistência aos valores imposto pela cultura branca, pelo imperialismo. Que se cruza com os governantes do século 20 e 21 citados na fala em off.

A referência ao maracatu é apenas o ponto de partida para uma performance que se mostra múltipla, no sentido de que carrega em si uma quantidade sem fim de chaves interpretativas. Cabe então ao espectador enveredar por algumas delas, ou por várias, e montar a sua própria colcha de retalhos. O performer abarca a intenção de disparador de provocações. A partir, claro, do próprio nome do espetáculo: Ramadança, um neologismo que engloba a palavra Ramadã, nono mês do calendário islâmico, quando os muçulmanos celebram a revelação do livro sagrado, o Alcorão, ao profeta Maomé, com preces e jejum.

O texto dito em off, em alguns momentos notadamente rimado, soa como uma liturgia, uma prece, que coloca em questão, por exemplo, as guerras surgidas por conta da religião. Ricardo Guilherme fala nos negros e na sua cultura, mas também cita o papa, além dos metodistas e luteranos. Os conflitos no Oriente Médio, George Bush, Saddam Hussein e Osama Bin Laden, misturando tempos e espaços narrativos, para compor um caleidoscópio auditivo que desafia a compreensão em sua amplitude.

O artista cearense Ricardo Guilherme apresentou três trabalhos durante a Bienal

O artista cearense Ricardo Guilherme apresentou três trabalhos durante a Bienal

Enquanto o texto é dito, Ricardo Guilherme, como dito, move-se muito lentamente. Parece mesmo a tentativa de instaurar na sala de espetáculo um tempo paralelo: do exercício do ouvir, sem que seja necessário que o ator esteja dizendo o texto, interpretando-o da maneira convencional, de perceber as variações dos movimentos e se permitir caminhar pelo que ouvimos e fazer os cruzamentos possíveis a partir do texto.

Apesar de mergulhar na performance, executada como uma espécie de ritual, o trabalho tem no texto um dos seus pilares mais fortes. A musicalidade e a poesia são qualidades evidentes do texto, que nos leva aos mais diversos caminhos, embora tenha algumas chaves mais definidas, os conflitos religiosos, as ditaduras, os imperialismos. Para se ter uma ideia, Ricardo Guilherme mistura Hamlet, Torres Gêmeas, Hitler, cultura africana.

Ao rodar com aquela roupa pesada, em movimentos que vão se multiplicando com a repetição acrescida, e apontar para o risoma, a obra também se abre para uma discussão de territorialidades. Desde as erguidas nas sedes dos maracatus de ontem e hoje para delimitar a essência do sagrado e seus vínculos ancestrais até a expansão para as ruas, guerreando para a conquistas de outros espaços, como ocorre também nas guerras ditas santas do Oriente.

Ainda assim, a potência do trabalho, que se estabelece principalmente a partir da visualidade, da sonoridade e da atuação do performer, vai diminuindo com o decorrer do espetáculo. O despedaçamento da boneca branca por um ator com o rosto pintado de preto remete para dicotomias, de imperialismos, que neste século 21 ganha múltiplas facetas, e essa bifurcação enfraquece a pretendida dialética de Ramadança.

Ricardo Guilherme apresentou outros dois trabalhos na II Bienal da USP: Bravíssimo e Flor de Obsessão, ambos baseados na dramaturgia de Nelson Rodrigues. A técnica do ator, que defende o que ele chama de teatro radical, baseado principalmente na atuação, já se mostrava vigorosa nesses espetáculos, embora outras questões possam ser levantadas e questionadas a partir das peças. Mas em Ramadança, o cearense que possui 45 anos de carreira se mostra muito mais inventivo e aberto às possibilidades de um teatro performativo.

Vestido como rainha do maracatu, performer questiona imperialismo norte-americano

Vestido como rainha do maracatu, performer questiona imperialismo norte-americano

Ficha técnica:
Texto, atuação e direção: Ricardo Guilherme
Produtora Executiva: Elisa Gonçalves de Alencar
Assistente de Produção: Suewellyn Cassimiro Sales

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* Texto escrito por Pollyanna Diniz e Ivana Moura no contexto da II Bienal Internacional de Teatro da USP (27/11 a 18/12).

A DocumentaCena – Plataforma de Crítica articula ideias e ações do site Horizonte da Cena, do blog Satisfeita, Yolanda?, da Questão de Crítica – Revista Eletrônica de Críticas e Estudos Teatrais e do site Teatrojornal – Leituras de Cena. Esses espaços digitais reflexivos e singulares foram consolidados por jornalistas, críticos ou pesquisadores atuantes em Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. A DocumentaCena realizou cobertura da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a MITsp (2014 e 2015); do Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília (2014 e 2015); da Mostra Latino-Americana de Teatro de Grupo, em São Paulo (2014 e 2015); e do Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, em Belo Horizonte (2013).

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